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Modelos

Comportamentalistas
e Cognitivistas
ANO LETIVO 2020/2021 Marisa Matias
O paradigma do
condicionamento
operante
Conteúdos
 Introdução
 A lei do efeito de Thorndike
 Skinner e os princípios do condicionamento operante
 Conceitos fundamentais
 Pressupostos
 Do condicionamento operante
 Da extinção
 Da transformação de operantes
 Implicações para Intervenção Psicológica
 Avaliação da Conceptualização Comportamental
 Estratégias para a diminuição da frequência, duração ou
intensidade de um comportamento (aplicação)
 Estratégias para o aumento da frequência, duração ou
intensidade de um comportamento (aplicação)
 Técnicas operantes integradas e combinadas
 Avaliação
E. Thorndike
Condicionamento Instrumental
 Thorndike procurou analisar o processo de
aquisição de novas respostas.

 Usou gaiolas e gatos para estudar o


comportamento (puzzle-box)

 Elaborou importantes leis acerca do


comportamento
Leis de Thorndike

Lei da prática
o fortalecimento da conexão entre um estímulo e a nova resposta
depende do número de vezes que o estímulo é emparelhado com a
nova resposta;

Any response to a situation will, other things being equal, be more


strongly connected with the situation in proportion to the number of
times it has been connected with that situation and to the average
vigor and duration of the connections..
Leis de Thorndike

Lei do efeito:
é através das consequências do comportamento que se reforça a
ligação entre estímulo e resposta.

Of several responses made to the same situation, those which are


accompanied or closely followed by satisfaction to the animal will,
other things being equal, be more firmly connected with the situation,
so that, when it recurs, they will be more likely to recur; those which are
accompanied or closely followed by discomfort to the animal will,
other things being equal, have their connections with that situation
weakened, so that, when it recurs, they will be less likely to occur. The
greater the satisfaction or discomfort, the greater the strengthening or
weakening of the bond.
E. Thorndike - Inspiração do
Condicionamento Operante
 Enfoque dos estudos da aprendizagem em
respostas instrumentais do organismo, no lugar
das respostas reflexas;

 Ênfase no processo regulador dos efeitos e


consequências do comportamento, embora
ainda se sublinhe a importância dos estímulos
antecedentes.
B. F. Skinner
Condicionamento operante
 É na associação do estímulo a uma
consequência que ele adquire
propriedades discriminatórias,
aumentando ou diminuindo a
probabilidade de ocorrência de
determinado comportamento;

 O estímulo antecedente funciona


apenas como um sinal da
probabilidade da ocorrência de uma
determinada consequência,
aumentando ou diminuindo a
probabilidade da ocorrência da
resposta
B. F. Skinner
Estudos empíricos
 Quando um comportamento é
seguido de uma consequência
reforçadora, a força deste
comportamento aumenta (em termos
de frequência, intensidade e
duração);
 Quando um comportamento
anteriormente reforçado por um
processo de condicionamento deixa
de ser seguida de uma consequência
reforçadora, a força do
comportamento diminui (em termos
de frequência, intensidade e
duração).

Caixa de Skinner
http://www.wadsworth.com/psychology_d/templates/stud
ent_resources/0534633609_sniffy2/sniffy/download.htm
B. F. Skinner
Contributos
 As respostas de aprendizagem humana não são meros reflexos do
organismo mas são respostas instrumentais, aprendidas por
determinação do meio (resposta ao condicionamento clássico);

 O principal regulador das aprendizagens humanas são as


consequências – o comportamento é uma questão de
consequências, sendo em função destas que as boas respostas
são selecionadas;

 É possível, através da manipulação sistemática das consequências,


produzir novas aprendizagens e extinguir aprendizagens
disfuncionais, quer relativamente a resposta motoras simples, quer
relativamente a respostas verbais complexas
Conceitos fundamentais do CO -
Contingências do comportamento:

Estímulos Discriminativos
•circunstâncias que indicam ao sujeito a probabilidade de ocorrência de
uma dada consequência.

Resposta operante
•ação instrumental do sujeito

Consequências da resposta operante


Conceitos fundamentais do CO -
Contingências do comportamento:

Reforço Escalas de reforço Punição


•consequência do •Escalas de reforço contínuo •consequência do
comportamento - ou intermitente comportamento - diminuir
aumentar o •Intermitente por proporção o comportamento
comportamento de resposta (fixa ou •Positiva ou negativa
•Positivo ou negativo variável) ou por intervalo de
tempo (fixo ou variável)

Extinção Controlo do estímulo


•Fazer com que uma dada •Quando um organismo se
resposta deixe de ser comporta de uma maneira
seguida do respetivo na presença de um
reforço. -> resposta estímulo e de maneira
enfraquece, diferente na sua ausência
Pressupostos
Pressuposto do Condicionamento Operante

•Os comportamentos são regulados pelas suas consequências. Sempre que


um comportamento é reforçado pelo meio, a probabilidade da sua
frequência, duração e intensidade aumenta; quando é seguido de um
estímulo aversivo diminui.

Pressuposto da Extinção

•Uma resposta operante que deixa de ser seguida de consequências


reforçadoras, reduz a sua probabilidade de emissão, em termos de
frequência, duração e intensidade; é possível a inverter o sentido da
aprendizagem, conduzindo mesmo ao desaparecimento de uma resposta
instrumental previamente adquirida.

Pressuposto da Transformação dos Operantes

•Todos os comportamentos humanos podem ser operacionalizados em


unidades discretas, sendo possível identificar as suas consequências e
estímulos antecedentes. É possível desenvolver planos de intervenção
(programas) para comportamentos disfuncionais (deficitários ou
excedentários).
Implicações Para a
Intervenção Psicológica
Objetivos da Intervenção
Psicológica
 Reportório comportamental da pessoa não inclui
determinado comportamento (ou esse comportamento
tem uma duração, intensidade ou frequência reduzida)
 Reportório comportamental da pessoa inclui
comportamentos em excesso, cuja eliminação ou
redução da duração, intensidade ou frequência é
necessária.

Para isso,
 Atuar sobre as consequências desse comportamento,
ou
 Estímulos discriminativos antecedentes desse
comportamento
Organização das Estratégias
de Intervenção

Organização de Organização de
estratégias para a estratégias para o
Avaliação e
diminuição da aumento da
conceptualização
frequência, frequência,
do
duração ou duração ou
comportamento
intensidade de um intensidade de um
comportamento comportamento
Avaliação e conceptualização do
comportamento
 Definição operacional dos comportamentos.
 Transformar todas as dimensões dos comportamentos, deficitários
ou excedentários, em unidades motoras discretas e objetivas,
suscetíveis de ser observadas independentemente do observador.

 Avaliação das relações contingenciais


 Análise funcional do comportamento: estímulos antecedentes e
consequências ambientais

 Conceptualização das estratégias operantes


 Comportamentos que se pretendem enfraquecer
 Comportamentos que se pretendem fortalecer
 Estímulos discriminativos e consequências reguladoras de cada um
dos comportamentos
Estratégias de intervenção

Técnicas para Diminuir a Frequência, Intensidade e


Duração do Comportamento
Super-
Time out, Punição ou
correção ou Custo de
Extinção Saciedade exclusão Estimulação
prática Resposta
temporária Aversiva
positiva

Técnicas para Aumentar a Frequência, Intensidade


e Duração do Comportamento
Reforço positivo Esbatimento Reforço negativo Moldagem/Shaping
Técnicas para DIMINUIR a
Frequência, Intensidade e
Duração do Comportamento
Extinção
 Retirada progressiva de todos os reforços responsáveis pela
manutenção de um determinado comportamento-problema.

Condições
 Identificação adequada das fontes de reforço.
 A retirada de reforço tem de ser total, consistente e sistemática.
Processo
 Remoção, sistemática e consistente de TODOS os reforços do
comportamento a extinguir
 Surto da extinção
Limitações:
 Não usar se o surto da extinção envolver riscos para a pessoa
ou para os outros.
 O João bate repetidas vezes com a porta da sala. Os
pais ralham. Assumindo que a atenção dos pais possa
estar a manter o comportamento (atenção negativa é
na mesma atenção) é sugerido aos pais que ignorem o
comportamento, avisando-os que, nas primeiras vezes
ele vai aumentar (devido ao surto da extinção), mas
depois diminuirá.
Super correção ou prática
positiva
 Correção, para um comportamento alternativo, com menos
efeitos negativos que o comportamento indesejável teve no
meio.

Condições
 identificação operacional das consequências ambientais do
problema, bem como das respostas de restituição.
 É desejável que a resposta de correção seja uma atividade útil.
Processo
 A resposta de restituição deve ser aplicada tão rapidamente
quanto possível a seguir à realização do comportamento
problema
Limitações:
 Não é aplicável quando o comportamento não tem um
impacto visivelmente negativo no meio.
Ex.

 O Marco é “apanhado” a colar pastilha elástica


na sua mesa. O professor faz com que o
estudante tira a pastilha não só da sua mesa
como de todas as mesas da sala de aula.

 A Rita partiu a janela da escola com uma


pedrada. A professora ordenou-lhe que ajudasse
a pôr o vidro e que reparasse alguns pequenos
estragos na sala de aula.
Saciação
 Fornecimento de uma superabundância de reforços que estão a manter o
comportamento, de modo a que estes percam o seu valor reforçador.
Condições
 identificação das fontes de reforço
 Reforços que mantêm o comportamento devem ser potencialmente
saciáveis (reforços primários) e a pessoa capaz de compreender o
processo.
Processo
 Grandes quantidades de reforço imediata e sistematicamente após a
manifestação do comportamento problema;
 Pode implicar diferentes agentes para manutenção de elevados graus de
frequência e contingencialidade;
 Há um aumento inicial da frequência do comportamento, seguido de
esbatimento progressivo.
Limitações:
 Não deve ser utilizada quando os reforços não são suscetíveis de serem
saciados ou quando o aumento inicial pode apresentar riscos para o
próprio ou para os outros
Ex.

 Henrique não quer comer sopa nem jantar só


fruta embora na escola coma tudo. Os pais
contrariam-no e dizem que não come fruta,
enquanto não comer o resto. Henrique chora, faz
birras, grita, etc.
 Os pais podem explicar que, embora saibam o
que lhe faz bem, vão deixá-lo, durante algum
tempo, comer apenas fruta ao jantar. Permitir
que Henrique se alimente apenas de fruta até
que fique, ainda que provisoriamente, farto. Este
pode ser apenas um pretexto para Henrique
chamar a atenção dos pais ou de mostrar a sua
individualidade; se for esse o caso, vai perder o
seu valor instrumental
Custo de resposta
 Consiste na retirada de reforços previamente adquiridos como
consequência de um comportamento indesejável

Condições:
 É necessário que o cliente disponha de um leque suficiente de
reforços positivos que possam ser facilmente manipuláveis.

Processo:
 Os custos deverão ser realistas e aplicados imediatamente a
seguir à emissão do comportamento-problema.
 Os reforços não devem ser objeto de fácil reaquisição.

Limitações:
 É inaplicável sempre que a quantidade de reforços valorizados
pelo sujeito for extremamente reduzida.
Ex.

 O Manuel mentiu à mãe. A mãe retirou-lhe a


mesada.
Time - out
Afastamento do sujeito dos estímulos ou objetos reforçadores durante
um determinado período de tempo, sempre que manifeste o
comportamento-problema.

Condições:
 O meio da ação, atividade ou local, deve ser reforçador e o
contexto de exclusão isento de qualquer reforço;
 A pessoa deve compreender as consequências da sua conduta.

Processo:
 A pessoa deve ser sistemática e imediatamente colocada na zona
de exclusão aquando do comportamento-problema;
 Esta exclusão deve durar um período médio e bem definido de
tempo.

Limitações:
 Só é adequado em situações em que é viável o isolamento da
pessoa de todas as fontes de reforço
Ex.

 O João estava a brincar com os colegas do recreio


quando se tornou agressivo com os colegas. A
educadora retirou-o do recreio e colocou-o num sítio
neutro até se acalmar.
Estimulação aversiva ou punição
Aplicação de um estímulo aversivo como consequência da emissão
do comportamento indesejável.

Condições:
 O estímulo aversivo deve ser breve, de intensidade média e
aplicado imediatamente a seguir ao comportamento problema.

Processo:
 A aplicação da estimulação aversiva deve ser imediata e contínua
até à supressão imediata do comportamento-problema.

Limitações:
 Tende a ter efeitos unicamente imediatos e pode desencadear
reações emocionais negativas.
 Deve ser usada apenas nas situações em que o comportamento é
altamente perigoso para o indivíduo ou para a sociedade.
Ex.

 Campanhas anti-tabágicas: uso de imagens


aversivas
Técnicas para AUMENTAR a
Frequência, Intensidade e
Duração do Comportamento
Reforço positivo
Consiste na apresentação de uma consequência positiva
contingente à realização do comportamento desejável

Condições:
 É necessário que a/o psicóloga/o tenha disponíveis uma
variedade suficiente de reforços positivos.

Processo:
 O processo deverá iniciar-se com uma taxa de reforço
contínuo e depois passar para uma taxa de reforço
intermitente variável.

Limitações:
 A escolha de estímulos que sejam reforços significativos é
uma tarefa delicada, sobretudo nos casos em que o meio é
demasiado exíguo ou abundante em estímulos
 Quando foram apenas identificados reforços primários (eg.
comer, bebida) esta técnica pode provocar grande
dependência dos clientes em relação à fonte do reforço.
Reforço negativo
Retirada de uma estimulação aversiva como consequência
pela realização de um comportamento apropriado.

Condições:
 Visto que está envolvida a criação ou colocação em
situações aversivas, requer da pessoa uma grande
motivação para a mudança.

Processo:
 A pessoa deverá ser colocada numa situação aversiva
que deverá ser imediatamente terminada,
contingencialmente à realização do comportamento
apropriado.

Limitações:
 A técnica é ajustada para a aquisição de respostas
adaptativas de evitamento (deixar de beber, de roer as
unhas, etc.)
Ex.

 Saldos
Shaping, Moldagem ou
elaboração operante
Reforço dos comportamentos que constituem aproximações progressivas ao
comportamento-alvo final

Condições:
 Identificar e operacionalizar várias aproximações ao comportamento-
alvo.

Processo
 Decompor o comportamento alvo em várias etapas e reforçar imediata e
continuamente a pessoa por cada uma das aproximações.
 Reforço positivo da 1ª resposta de aproximação,
 Reforço diferencial compensatório das respostas sucessivamente mais
próximas do objetivo final e extinção do reforço de todas as outras.

Limitação
 Só é aplicável quando é possível definir aproximações sucessivas a um
comportamento-alvo
Esbatimento
Passagem progressiva do controlo de um comportamento das
consequências para os estímulos antecedentes discriminativos.

Condições:
 Identificar ou construir sinais suscetíveis de anunciar as probabilidades de
uma determinada consequência.

Processo
 Tornar evidente a presença de estímulos discriminativos e emparelhá-los
com o reforço contínuo dos comportamentos apropriados, esbatendo
progressivamente o reforço

Limitação
 A pessoa pode ficar dependente dos estímulos discriminativos
antecedentes, exigindo assim o esbatimento desses próprios estímulos de
modo a que o controlo passe dos estímulos para a pessoa
Ex.

 A Sara está a começar as primeiras interações.


Os pais querem que ela seja bem-educada.
Quando alguém lhe dá uma coisa, os pais dizem
“diz obrigado” e reforçam com um muito bem
quando ela agradece. Com a passagem do
tempo os pais passam a perguntar-lhe “o que é
que se diz?” até chegar a um ponto em que não
precisam de dizer nada. Ao mesmo tempo o
reforço vai sendo esbatido (faded) reduzindo-se
até o comportamento estar dependente do
estímulo discriminativo (receber algo de alguém).
Técnicas Operantes
Integradas e Combinadas
Economia de Fichas –
Token economies
 A metáfora subjacente é o sistema económico: os
símbolos utilizados (fichas, pontos) são reforços
simbólicos que servem como meio de troca para o
sujeito adquirir recompensas reais (atividades
gratificantes, objetos, …); a competição é intra e não
interindividual.

 Estratégia utilizada
fundamentalmente em
contextos estruturados
(instituições escolares, de
readaptação/prisionais e
hospitalares);
Economia de Fichas – Token
 Ficha (símbolos, pontos):
É o reforço simbólico mediado entre a emissão do comportamento de baixa
frequência e o acesso progressivo ao comportamento-alvo. Quanto mais fichas
conseguir, mais reforços reais primários (e. g. comida ou brinquedos) ou
secundários (e. g. passeios) poderá adquirir (deve ser um sistema simples).
 Reforço
Atividades significativas obtidas pelos sujeitos pela troca dos símbolos que foram
adquiridos; estes devem ser diversificados e motivadores para evitar a saciedade.
 Valor de troca
Valor atribuído a um determinado comportamento que visa manter a
produtividade.
 Horas de banco:
Intervalos de tempo específicos durante os quais os símbolos podem ser trocados.
 Custo de resposta (opcional):
O que se tem devolver ao banco (gestor das contingências) quando existem
infrações (regras e condições bem especificadas : quando e quantas fichas
devolver)
Economia de Fichas – Token
Procedimento
 Treino preliminar e definição dos diferentes elementos:
Aprendizagem do significado e da utilidade das fichas e do procedimento de
transação (sistema de troca, valor de troca, hora de banco, custo de resposta).
Deve haver um quadro/painel em que as regras de contingência estão expressas de
modo a torná-las permanentemente acessíveis aos interessados.

 Orientação:
Definição clara e operacionalizada do comportamento-alvo que deve ser traduzido
em unidades comportamentais discretas (aproximações progressivas). As pessoas
devem ser capazes de realizar as atividades ou comportamentos propostos.

 Definição e administração das contingências:


Negociação dos bens mais significativos e do próprio processo de gestão das fichas
(tokens).
Há um fornecimento inicial de um n.º limitado de fichas que devem ser atribuídas
imediatamente após a realização de cada etapa.
A atribuição de fichas deve ser proporcional ao esforço e/ou significado de cada
atividade ou aproximação.
Economia de Fichas – Token
Procedimento (cont.)
 “Tratamento”:
As “regalias” ganhas anteriormente estão garantidas mas
“privilégios extra” têm que ser pagos com fichas que só são
conseguidas mediante manifestação de novos
comportamentos (em princípio mais exigentes);

 “Preparação para a saída”:


Distribuição não imediata das fichas, com introdução de
técnicas de auto-reforço: entrega quotidiana de fichas antes
da execução das condutas apropriadas - estabelecimento de
“contratos” de comportamento, permitindo à pessoa uma
participação mais ativa no seu tratamento.
Fase mais crítica desta técnica, pois visa estabelecer uma
generalização do estímulo (ficha) e uma auto-monitorização.
Deve subjazer uma dinâmica evolutiva: de reforços primários
passar para secundários e depois para sócio-afectivos (e.g.
elogios) até à auto-monitorização.
Economia de Fichas – Token
Vantagens e Limitações

a. Grande variedade de recompensas disponíveis;


b. Facilidade de manipulação das fichas;
c. Reforço de segmentos e sequências de comportamentos, sem ser
necessário interrupção para concessão de recompensas (e.g. não
é necessário esperar por períodos longos de privação ou
saciedade);
d. Promove o controlo e regulação do próprio comportamento, a
iniciativa, persistência e responsabilidade;
e. O sistema simbólico de fichas é, contudo, pouco funcional nos
contextos naturais de vida, que são mais espontâneos e menos
estruturados.
f. Para além disso, nem todas as pessoas têm facilidade na adesão a
este tipo de programas (compreender o valor dos símbolos, o
procedimento de troca).
Contrato de Contigências

 Acordo, geralmente escrito e entre duas partes


(outorgantes), em que se explicita antecipadamente
os comportamentos que se pretendem
implementar/modificar e as contigências (positivas ou
negativas) a administrar;

 Para a formulação do contrato, é importante definir


com clareza os comportamentos-alvo valorizados por
cada uma das partes e os reforços decorrentes da
sua realização.
Contrato de Contigências

1) Auto-contrato 2) Contrato interpessoal


Realizado consigo Realizado entre dois
próprio: embora mediado outorgantes, onde são
pelo psicólogo, não explicitados os
envolve outros comportamentos que se
significativos. Pode utilizar- exigem da outra parte. São
se um sistema simbólico normalmente escritos. Os
de pontos, no qual há contratos interpessoais são
aquisição progressiva de regulados pelo princípio da
recompensas valorizadas reciprocidade.
pelo sujeito (como no
token), mas em que é o
próprio que faz a gestão
das contingências.
Contrato de Contigências
Contrato interpessoal
FASES
 Identificação dos comportamentos-problema;

 Identificação dos reforços eficazes, que servem


ambas as partes;

 Estabelecimento de prioridades para a mudança


comportamental;

 Concordância entre as partes quanto a um contrato


e sua assinatura.
Vantagens e Limitações
TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO OPERANTES
Vantagens

 Vasto leque de técnicas de intervenção que se aplicam a uma


grande variedade de problemas;

 Devolve algum protagonismo ao sujeito: resposta instrumental


versus resposta reflexa;

 Reconhece a importância dos contextos de vida: família,


educadores e significativos - corresponde a uma certa
conceção ecológica;

 Embora sejam eficazes nos mais variados problemas clínicos e


educacionais de adultos e crianças, são mais indicadas para
pessoas com níveis de desenvolvimento psicológico mais baixo
ou em situações agudas de crise.
Limitações

 A maior parte dos efeitos não se mantêm ao longo do tempo


ou em diferentes contextos

 A especificidade e variedade de intervenções é reducionista;

 Técnicas aversivas que visam a diminuição da frequência,


intensidade e duração dos comportamentos levantam
questões éticas significativas
Bibliografia

 Joyce-Moniz, L. (2005). A modificação do


comportamento. Teoria e prática da psicoterapia
e psicopedagoia comportamentais. Livros
Horizonte: Lisboa.

 Gonçalves, Ó. (1990). Terapia comportamental:


Modelos teóricos e manuais terapêuticos. Jornal
de Psicologia: Braga.

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