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Processo Civil II - Caderno Álvaro Huber
Processo Civil II - Caderno Álvaro Huber
Conhecimento/execução
• Liebmann: conhecimento e execução não podem ocorrer concomitantemente
• No Brasil, isso passou a acontecer com a antecipação da tutela
○ A partir disso, caiu a necessidade dos processos cautelares
○ Processo cautelar funcionava como uma espécie de "processo coringa"
Divisão da ação:
• Processo: conhecimento/execução
• Procedimento: comum/especial
• Tipo de ação:
○ Declaratória
○ Condenatória
○ Constitutiva
○ Mandamental
○ Executiva
Processos no CPC73
Processo de conhecimento
• Fase postulatória
○ Fase em que se faz os pedidos; inicia com a inicial
○ A isso se segue possíveis emendas à inicial, citação do réu etc.
○ Tudo através de despacho
○ Contestação do réu: também pode ocorrer postulação
▪ Reconvenção se dá já na defesa
○ Prova documental vem à tona na fase postulatória (inicial, contestação, réplica, tréplica)
• Fase saneadora
○ Saneamento: filtrar os pontos controversos ou incontroversos; produzir provas etc.
○ Decisão saneadora (interlocutória)
• Fase instrutória
○ Somente se necessário
• Fase decisória
○ Aqui se chega na sentença
○ Julgamento antecipado ocorre quando não há necessidade de produção de provas além
das documentais
▪ Já é a sentença
• Exauriu-se o conhecimento do processo: passa-se para a sentença
• Segunda instância: sobe ao TJ, daí a decisão monocrática segue para o acórdão e aí vai
• Maior parte das sentenças são mantidas nos tribunais, segundo o CNJ
○ Aí se dá a importância de ter o pedido procedente na sentença
Processo de liquidação
• Necessário em questões de sentenças ilíquidas
• Menos comum e até mesmo desestimulado pelo CPC15
• Procedimento do processo de liquidação passa pelas mesmas fases do de conhecimento
Processo de execução
• O único processo que não é de conhecimento
• Mais uma inicial
• Nesse caso, ao menos, não há contestação
• Ocorre, no entanto, reajuste dos valores (planilha de cálculo)
• O que dá azo a um embargo de execução
Embargos da execução
Página 2 de Processo Civil II - Caderno Álvaro Huber
Embargos da execução
• Processo completamente novo; de certa forma são um processo de conhecimento também
○ O único processo no qual não se conhece é o executivo
Sincretismo processual
• Reforma de 2005 do CPC
• Sincretismo: amálgama entre conhecimento e execução num mesmo processo
• Pós CPC15: processo sincrético
○ Todas as diferentes formas de processo se tornam fases diferentes de um único
processo
○ Conhecimento? Fase de conhecimento
○ Liquidação? Se houver, fase de liquidação
○ Execução? Cumprimento de sentença
• Processo de execução só ocorre quando há um título executório extrajudicial
○ Por conta disso, os embargos da execução também só são impetrados em caso de título
extrajudicial
Conceito de sentença
• CPC73: decisão por meio da qual o juiz põe fim ao processo
• Decisões interlocutórias são as intermediárias entre o início e o fim do processo
Critérios do CPC
CPC1973
• Possuía critério finalístico ou topológico:
○ Critério da finalidade: diz respeito ao fim do ato (sentença como fim do processo)
○ Topológico: diz respeito ao local (o fim)
• Ao critério da finalidade não importa o conteúdo da decisão, somente seu local
Reforma de 2005
• Dá-se lugar ao critério do conteúdo
• Sentença deixou de ser a decisão que punha fim ao processo
• Ato pelo qual o juiz resolve alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269
○ Tais artigos definiam o que eram sentenças sem (267) ou com (269) mérito
CPC15
• Critério misto: tanto finalístico/topológico quanto conteudista
• Art. 203 § 1º: tanto encerra a fase cognitiva do processo quanto extingue o processo
• Toda decisão que não sentença passa a ser decisão interlocutória
○ Critério de exclusão
○ Mantém o critério da finalidade como decisivo para conceituação de sentença
Sentença
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o
juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a
execução.
Decisão interlocutória
Despacho
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da
parte.
Atos ordinatórios
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser
praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
9/Maio
Mérito
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332 , a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que
antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria
eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
Elementos da sentença
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o
registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
1. Relatório
○ Diz respeito (somente) às ocorrências do processo
2. Fundamentação
○ Diz respeito às questões de fato e de direito
3. Dispositivo
○ Resolução das questões submetidas ao juízo
○ Princípio da congruência (CPC, art. 492): necessariamente precisa se ater ao que foi
pedido
▪ Sentença ultra petita: excede o pedido
▪ Sentença citra petita: não analisa todos os pedidos formulados
▪ Sentença extra petita: concede algo que sequer foi pedido
Cognição
• Exauriente: já se ouviu todas as partes, processo pronto para julgamento
• Sumária: tutela antecipada, juiz ainda não ouviu as partes; não faz coisa julgada material
• Resolução de mérito
Art. 487 do CPC
Sucedâneos recursais
• Quase que recursos, porém sem o princípio da taxatividade
○ Só são recursos os listados no art. 994
• Substitutivo dos recursos; é um meio de impugnação tal qual qualquer outro
○ Ainda assim, não constitui um recurso de fato
• Não possuem efeito obstativo (recursos possuem)
Remessa necessária
Pedido de reconsideração
Correição parcial (reclamação)
AC - Apelação Cível
AI - Agravo de Instrumento
ED - Embargos de Declaração
AgInt (1021) - Agravo interno
RO - Recurso Ordinário
RE - Recurso Extraordinário
RESP - Recurso Especial
ARE/AREsp (1042) - Agravo em Recurso Ordinário/Extraordinário
EDIV - Embargos de Divergência
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão
entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria
ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer
uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato
efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o
qual o juiz deveria ter se pronunciado.
[...]
§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo
juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de
súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção
entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia,
demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica
não examinada, a impor outra solução jurídica.
[...]
Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319 , devendo o autor:
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo;
II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por
unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
§ 1º Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas
autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício
de gratuidade da justiça.
§ 2º O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos.
§ 3º Além dos casos previstos no art. 330 , a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo
inciso II do caput deste artigo.
§ 4º Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332 .
§ 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição
inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda:
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2º do art. 966 ;
II - tiver sido substituída por decisão posterior.
§ 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os fundamentos de
defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.
[...]
Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias do relatório e as
distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento.
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja participado do julgamento
rescindendo.
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que
proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos autos.
Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10
(dez) dias.
Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento pelo órgão competente.
Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e
determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968 .
Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribunal determinará a
reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 82 .
Requisitos
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: [...]
Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319 , devendo o autor: [...]
II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por
unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
Prazo
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no
processo.
§ 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput , quando expirar
durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
§ 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova,
observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
§ 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o
Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.
Hipóteses de cabimento
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão
entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria
ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer
uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
Legitimidade
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178 , o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica
quando não for parte.
Procedimento
Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de
tutela provisória.
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30
(trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber,
o procedimento comum.
30/Maio
Hipóteses de cabimento
Página 14 de Processo Civil II - Caderno Álvaro Huber
Hipóteses de cabimento
Art. 966 § 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput , será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
• Sentenças que não resolvem o mérito (art. 485) podem ser repropostas
○ Portanto, não fazem coisa julgada material; não caberia ação rescisória
• Ação rescisória pode ser ajuizada nos casos em que não há resolução de mérito mas não há
mais possibilidade de propor nova ação
○ Novidade do CPC15
• Exceção à regra geral de necessidade de coisa julgada material
• Recurso possui duas etapas: admissibilidade e mérito
○ Se a admissibilidade for negativa, o recurso sequer é julgado no mérito
○ Se a admissibilidade for positiva, o recurso é julgado pelo juízo de mérito
• Um dos efeitos dos recursos é o substitutivo
○ Ideia de que a decisão do recurso substitui a decisão recorrida
○ Substituição só ocorre quando há a admissibilidade do recurso
○ Conhece-se da apelação e se dá provimento ao recurso
○ Efeito substitutivo se dá tanto na reforma quanto na confirmação da sentença
○ Acórdão sem mérito: quando não se conhece da apelação
▪ Este acórdão é passível de ação rescisória
• Também pode ser objeto de ação rescisória a decisão que não decide o mérito, mas impede a
admissibilidade do recurso (caso descrito anteriormente)
○ Novidade também do CPC15
Querela nullitatis
Ação declaratória de inexistência de sentença
Mandado de Segurança
Lei n. 12.016/2009, art. 5º:
Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
31/Maio
Reclamação (arts. 988-993)
• Competência dos tribunais, ocorre durante o processo
• Assim como o MS, difere bastante da rescisória
○ Ações que são ajuizadas durante o processo, e não ao seu fim
○ Anulatória e querela nullitatis só ocorrem após o processo
• Polo passivo é sempre o litisconsórcio necessário formado ente a parte beneficiada e o juiz
que proferiu a decisão
• Existe somente no direito brasileiro
○ Caráter pessoal(?) da ação
• Prazo para reclamação é de 15 dias, por ter que ocorrer antes do trânsito em julgado
Hipóteses de cabimento
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle
concentrado de constitucionalidade;
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
incidente de assunção de competência;
• Usurpação de competência
○ Exemplo: decisão proferida pela instância errada; caso de juiz de primeiro grau julgando
admissibilidade de apelação
○ Tribunal que julga o mérito ao decidir sobre REsp ou AREsp
• Diz respeito à decisão judicial
○ Exemplo: juiz de primeiro grau não dando eficácia à decisão do tribunal
• Inobservância de precedente ou súmula vinculante
○ Observância de decisões do Supremo em controle concentrado de constitucionalidade
• À sentença que descumpre súmula vinculante cabe apelação ou reclamação
○ Ajuizamento somente da reclamação implicaria no trânsito em julgado da decisão;
péssima ideia
○ A reclamação, nesse caso, somente cassa a decisão, sem reformá-la
CF, Art. 103-A § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente,
anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
Pedido de reconsideração
• CPC39 trazia o princípio da proibição da recorribilidade em separado das interlocutórias
○ Exceto nas exceções, as decisões interlocutórias eram irrecorríveis
○ Pedido de reconsideração nasce entre o período de 1939 e 1951, quando surge a lei dos
MS
• CPC73 adota a ampla recorribilidade das decisões interlocutórias
○ Apesar da possibilidade de agravo de instrumento, o pedido de reconsideração
continuou sendo comum
• Pedido de reconsideração é feito no primeiro grau de jurisdição
• Não possui efeito obstativo; não substitui um recurso
○ Em tese, o pedido de reconsideração não existe
○ Precluída a decisão, agravo é intempestivo
○ Pedido de reconsideração não suspende o prazo de preclusão
• Não possui forma específica, não sendo definido em lei
○ É o "choro" da parte perdedora
○ Prazo se deduz como sendo de 15 dias
Remessa necessária
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a
sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de
direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao
tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor
certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito
público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público,
consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
• Não possui voluntariedade nem dialeticidade, dois princípios básicos dos recursos
• Sentença é necessariamente remetida ao Tribunal para que haja o reexame obrigatório
○ Duplo grau de jurisdição obrigatório
○ Remessa ocorre ao fim do prazo de 30 dias (dobro para órgão público)
• Sentença é ineficaz sem o reexame
• "Condição de eficácia da sentença, sem a qual a sentença não produz efeito algum" Nelson
Nery Jr.
• Cunho político de proteção do erário
• Não ocorre remessa necessária a depender do valor da condenação
○ União e respectivas autarquias e fundações: mil s.m.
Estados, DF e respectivas autarquias e capitais: quinhentos s.m.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de
competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º .
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro,
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229 .
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos,
caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo
julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.
§ 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em
tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente.
§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível,
desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões
recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º .
§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já
tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos
limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso
interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado
independentemente de ratificação.
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere
existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de
recurso.
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil
reparação.
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada,
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento
sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da
multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados
protelatórios.
Conceito
• Conceito: remédio voluntário, previsto em lei federal, que discute reforma, invalidação,
esclarecimento ou decisão judicial que se está impugnando
○ José Carlos Barbosa Moreira
• Conceito: recurso
• Doutrina antiga costumava não conceituar como recurso, por ser julgado pelo mesmo juiz que
proferiu a sentença embargada
Hipóteses de cabimento
• Erro, omissão, contradição ou obscuridade
• Primeira hipótese de cabimento é erro material
○ Erro material não transita em julgado
• Principal função dos embargos é sustar os vícios da sentença
• Decisão contraditória diz respeito à coerência interna
Fundamenta por um sentido, mas julga por outro
Objeto
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
CJF, Enunciado 75: Cabem embargos declaratórios contra decisão que não admite recurso especial ou extraordinário, no
tribunal de origem ou no tribunal superior, com a consequente interrupção do prazo recursal.
Preparo
• Valor: não possui
• ED não possui preparo
• Preparo envolve custas processuais e taxas de corte e remessa
○ Embargos não precisam de nenhum dos dois; não são remetidos e não se tratam de um
novo serviço
Prazo
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro,
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229 .
Preclusão
• Se não forem interpostos os ED no prazo, o direito de impor os ED preclui
• Recurso de impugnação vinculada; somente quatro hipóteses
• Argumentos que poderiam ser levantados nos ED podem ser levantados em outro recurso
• Omissão não pode ser levada aos Tribunais Superiores, visto que eles só julgam decisões de
última instância
Regularidade formal
• Pode-se pedir em ED para:
Natureza jurídica
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo
julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.
§ 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em
tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente.
Fungibilidade
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível,
desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões
recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º .
• Magistrado pode "converter" ED para agravo interno, como prevê o § 3º do art. 1.024
Efeitos
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de
recurso.
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil
reparação.
Interruptivo
• ED interrompem o prazo para recurso
○ Não há a suspensão, mas sim a interrupção
○ Prazo para recurso volta a contar do zero a partir da data nova intimação
• Prazo é interrompido para todas as partes interporem apelação
Suspensivo
• Efeito suspensivo: suspende as consequências da decisão
• ED não possuem efeitos suspensivos automáticos
○ Mas isso pode ser pedido ao órgão julgador
• Apelação possui efeito suspensivo: mera possibilidade de apelar suspende os efeitos da
decisão
Modificativo
Art. 1.023 § 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos
opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.
• Via de regra, ED não deveriam ter efeito modificativo, mas muitas vezes ocorrem
○ Mero esclarecimento não geraria uma decisão distinta
• No caso de possibilidade de efeito modificativo, a outra parte deve ser intimada para
apresentar contrarrazões
• Visto que ED interrompem prazos de outros recursos, muitos ED são interpostos somente para
interrupção de prazo
• Dispositivo que visa evitar o efeito interruptivo generalizado
• Mesmo declarado protelatório, continua interrompendo o prazo de interposição de outros
recursos
• Punições: multa de até 2% do valor da causa, podendo chegar a 10% caso sejam reiterados
○ Recursos só podem ser interpostos após o pagamento da multa
• Após os segundos ED protelatório, não se admitem outros
Pré-questionamento
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere
existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
STJ, súmula 98: Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não têm caráter
protelatório.
Taxatividade
Art. 994 do CPC
Singularidade
• CPC39: só permitia um recurso para cada decisão; somente um por vez
○ Logo em seguida prescrevia a fungibilidade para os casos em que se interpunha o
recurso errado, salvo em caso de erro grosseiro
• CPC15 traz o princípio da singularidade, embora não de forma expressa
• Embargos de declaração podem ser interpostos concomitantemente com outros recursos
○ Dada a própria natureza dos ED, por serem cabíveis em qualquer decisão
• Mitigação do princípio da singularidade ocorre com a necessidade de interposição conjunta de
REsp e RE
○ Interposto ao STJ e STF com base na matéria de cada um
Correspondência
• Criado no CPC73 como regra geral
À sentença cabe apelação; à decisão interlocutória cabe agravo de instrumento
Fungibilidade
• Recurso que não cabia pode ser convertido para o que cabia pelo juiz
• CPC39 trazia duas condições
○ Inexistência de erro grosseiro: recurso errado apesar de disposição expressa de qual
seria o correto
○ Boa-fé: interposição de recurso no prazo do errado, fora do prazo correto
• Não previsto expressamente no CPC15, porém presente
Voluntariedade
• Recurso deve ser voluntário
○ Alguns autores defendem a ideia de que o recurso é um direito da parte; extensão do
direito de ação
○ PM defende de que o recurso é um ônus; quem deixa de recorrer abre mão de seu
direito com a preclusão
• Remessa necessária, por exemplo, não é recurso
○ Não possui voluntariedade, bem como dialeticidade e taxatividade
Dialeticidade
• Expressão maior do princípio do contraditório no âmbito recursal
• Processo (e recurso) deve ser dialético
• Recurso deve possuir razões que, portanto, serão contrarrazoadas
Consumação
• "O ato se consuma e o prazo se consome com a interposição do recurso"
• Prazo para recorrer termina com a interposição do recurso
• Não se pode aditar recurso interposto
Complementariedade
Art. 1.024 § 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o
embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas
razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de
declaração.
21/Junho
Primazia do mérito recursal
• Diretamente ligada aos requisitos de admissibilidade dos recursos
Juízo de admissibilidade
• Caso positivo, parte para o juízo de mérito
• Basta que um dos requisitos não esteja presente para que o recurso não seja mais admitido
○ Ver abaixo requisitos de admissibilidade
• Duas análises são feitas, com três possíveis resultados
○ Inadmitir (não conhecer do)
○ Admitir (conhecer do) e negar provimento do mérito
○ Admitir e dar provimento
• Decisão que admite o recurso é irrecorrível
Requisitos de admissibilidade
Intrínsecos
Dizem respeito ao direito de recorrer
• Cabimento
○ Recorribilidade + adequação
○ Decisão é recorrível? Qual o recurso adequado?
○ Ligado aos princípios da taxatividade e correspondência
○ Princípio da fungibilidade atenua o requisito do cabimento
• Legitimidade (art. 997)
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. §§
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
○ Somente pode recorrer a parte vencida ou terceiro prejudicado ou então MP
○ O que pesa aqui é a prejudicialidade da decisão, e não necessariamente ser parte ou não
do processo
○ Outros terceiros que podem entrar como recorrentes: peritos, advogado etc.
○ MP pode recorrer tanto na posição de parte processual quanto como fiscal da lei
• Interesse recursal
○ Decorre da necessidade e utilidade do recurso
○ Algo além apenas da legitimidade, um "plus a mais"
○ Parte vencedora pode recorrer para extrair o que ainda pode da sentença
○ Exemplo: caso em que réu vence com sentença sem mérito a fim de alcançar sentença
de improcedência com mérito
○ Exemplo do cite-se: apesar de ser decisão interlocutória, é irrecorrível pela ausência de
interesse recursal
• Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer
○ Renúncia (art. 999)
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.
▪ Ato impeditivo do direito de recorrer
▪ Renúncia se faz antes da interposição do recurso; diferença para a desistência é
temporal
▪ Não precisa da anuência da parte contrária; é um ato de direito material
▪ Funciona quase como o reconhecimento do direito da outra parte; o que gera
sentença de mérito
▪ Comum ser feita em acordos
Desistência (art. 998)
• Tempestividade
○ Recurso interposto fora do prazo
• Preparo (art. 1.007)
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente,
o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. §§
○ Custas recursais; devem ser recolhidas antes do da interposição do recurso
○ Na falta de pagamento ou pagamento insuficiente, implica-se em deserção do recurso
• Regularidade formal (art. 1.010)
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I a IV e §§§
○ Respeito às regras de formalidade do recurso
○ Deve ser uma petição dirigida ao juízo de primeiro grau contendo:
▪ Nome e qualificação das partes, mesmo que já qualificados na inicial
▪ Fato e direito
▪ Razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade
▪ Pedido de nova decisão
Art. 932 Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5
(cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
Juízo de mérito
• Preenchidos todos os requisitos, parte-se ao julgamento de mérito
• Negar ou dar provimento ao recurso
Efeito devolutivo
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
Efeito suspensivo
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença
que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido
ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para
seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a
probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil
reparação.
Hipóteses possíveis
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de
sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Art. 354 § único. A decisão a que se refere o caput (decisão parcial sem mérito) pode dizer respeito a apenas parcela do
processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
Art. 1.037 § 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º (distinção entre tema repetitivo e o tema a
ser julgado no processo) caberá: I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
STJ, Tema 988: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação.
• Tutelas provisórias são objeto da grande maioria dos agravos de instrumento no Brasil
○ Impacto imediato na vida das pessoas
○ Visão prática do Pedro Miranda, sem citar estudos (será que precisa?)
• Decisões parciais de mérito também são agraváveis por agravo de instrumento
○ Decisão parcial regulamentada pelo art. 356 do CPC
• Art. 1.037 versa sobre recursos repetitivos;
○ Decisões de relator, no âmbito dos tribunais, são agraváveis com agravo interno
○ As decisões que determinam o sobrestamento, no entanto, são feitas, no primeiro grau
pela secretaria
○ Nesse caso, a parte pode requerer a distinção entre o tema repetitivo e o seu caso
○ No primeiro grau, se agrava com agravo de instrumento
○ No segundo, por ser decisão de relator, se agrava com agravo interno
• Processos de execução, cumprimento de sentença e inventário permitem agravo de
instrumento em qualquer decisão do processo
Dado que cada decisão implica em alterações práticas para as partes
Processamento do AI
• Único recurso interposto no órgão que irá julgar, e não no juízo a quo
• Ou seja, o AI chega nas mãos do relator sem o exercício do contraditório
• O efeito suspensivo da decisão do agravo pode possuir efeito suspensivo ou conceder a
antecipação da tutela recursal
○ Não cabe efeito suspensivo em decisão que nega um pedido, visto que não há efeito
suspensivo ativo
○ Efeito suspensivo também funciona como antecipação da tutela, por suspender a
decisão já tomada
○ Antecipação da tutela também pode ocorrer no efeito ativo
Distribuição
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio
eletrônico e a publicidade.
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente
interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o
voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
Poderes do relator
Art. 932. Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso,
homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da
decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante
o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente
para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas,
quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
Procedimento
§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada.
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo
interno.
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze)
dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em
pauta.
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão
colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento
do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à
exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
Etapas da sessão
Abertura
Inclusão em pauta
Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processos de
competência originária serão julgados na seguinte ordem:
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV - os demais casos.
Relatório e leitura
• Relator incumbido do relatório e sua leitura
• Relatório se trata da exposição da causa, basicamente
Sustentação oral
• 15 minutos para recorrente e recorrido
• Causas de sustentação levantados pelo art. 937 do CPC15
Pedido de vista
Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista
pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à
data da devolução.
• Autoexplicativo; voto pode ser virado em qualquer momento até a proclamação do resultado
pelo presidente
Proclamação do resultado
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o
relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
§ 1º O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido
por juiz afastado ou substituído.
§ 2º No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3
(três) juízes.
§ 3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais,
inclusive de pré-questionamento.
• Decorrem da CF88
• Requisitos específicos estão na própria CF88; legislação infraconstitucional traz as normas
residuais
• REsp surge quase como um apêndice do RE; traz até mesmo o mesmo requisito
Requisitos
Recurso extraordinário - RE
CF88 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
• Filtro constitucional criado por EC para que o STF não julgue todo e qualquer processo que
alcance o STF
• Possui dois elementos: qualitativo e quantitativo
○ Qualitativo: relevância da matéria, do tema; do ponto de vista social, econômico,
político ou jurídico
○ Quantitativo: transcendência; questões que devem transcender o direito subjetivo
somente daquele caso
• Ideia de se dar proveito das decisões do STF, para que não se fique criando ações iguais
Embargos de divergência
• O recurso mais sofisticado do sistema
• Por mais que não esteja previsto na CF88, decorre também da Constituição
○ Faz isso visto que a CF88 prevê a organização do sistema de justiça
• Cabem para os recursos excepcionais
• Caso em que há entendimento divergente entre julgados do mesmo órgão julgador (sessão do
STJ, por ex.)
• EDIV leva o processo a ser julgado novamente a fim de uniformizar a jurisprudência
• Comum ocorrer entre diferentes turmas
• Dificuldade é fazer o cotejo analítico, comparar uma decisão com a outra
○ Comparação de ementa não basta, deve ser entre trechos de cada acórdão
• Aplica-se o mesmo para o STF