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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA M.M.

ª
____VARA DO TRABALHO DE ____________________________ SP

______________________________, brasileiro, casado, motorista, nascido


em 15 de maio de _______1, filho de _____________, portador da cédula de identidade
RG nº _____, inscrito no CPF/MF sob nº __________, portador da CTPS nº ________
série XXXXX-SP e inscrito no PIS nº ___________, residente e domiciliado na cidade
de São Paulo/SP, na Rua________, nº ___, apto. ____, CEP _______, por seus
advogados infrafirmados (instrumento de mandato anexo), vem, muito respeitosamente
à presença de V. Exa., com apoio no artigo 840, parágrafo primeiro, da CLT, propor,
como proposto tem,

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA,

pelo rito ordinário, contra i) __________, NACIONALIDADE, ESTADO CIVIL,


administrador de empresas e presidente da segunda reclamada, inscrito no CPF/MF sob o
nº________, com endereço na Alameda _____, nº ____, Bairro _____, São Paulo/SP,
CEP ______; iI) __________, NACIONALIDADE, ESTADO CIVIL, administrador de
empresas e presidente da segunda reclamada, inscrito no CPF/MF sob o nº________,
com endereço na Alameda _____, nº ____, Bairro _____, São Paulo/SP, CEP ______
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
1. DA JUSTIÇA GRATUITA e TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA

O reclamante acha-se desempregado, sendo pobre na acepção jurídica do


termo, não estando em condições de arcar com despesas judiciais sem o prejuízo do seu
sustento e do de sua família, pelo que requer a concessão dos benefícios da justiça
gratuita, firmando declaração nesse sentido (cf. documento anexo).

A anexa cópia da CTPS do reclamante confirma o seu estado de


miserabilidade jurídica, o que lhe assegura, conforme previsão do art. 790, § 3º, da
CLT, a concessão da benesse, fazendo-se apenas por cautela a prova prevista no § 4º do
mesmo preceito legal, não obstante o valor que ostente a declaração firmada por ele cf.
entendimento da Súmula 463 do C. TST.

Na remota hipótese de V. Exa. não entender provada a condição de


pobreza pelos documentos anexados, especialmente pela declaração nesse sentido,
requer-se a concessão de prazo complementar para fazê-lo na forma do art. 99, § 2º, do
CPC.

Consigne-se, finalmente, que na data de ajuizamento da presente ação o


autor conta com mais de 60 anos de idade, cf. faz prova seu documento de identidade.
Assim, tem direito à tramitação prioritária, na forma do art. 71 1 da Lei nº 10.741/03, ora
requerida.

2. DA DESNECESSIDADE DE FORMULAR PEDIDOS LÍQUIDOS

O art. 840, § 1º, da CLT, com a redação que lhe foi dada pela lei
13.467/2017, tem o seguinte teor:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. (...)

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a


qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e
a assinatura do reclamante ou de seu representante.”

1
Lei nº 10.741/03 - Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na
execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
Simples leitura do texto legal é suficiente para concluir que o legislador
não instituiu a obrigatoriedade liquidar os pedidos objeto da pretensão deduzida em
juízo, exigindo somente que o pedido seja certo e que conste da petição inicial a mera
indicação de seu valor, inclusive com vistas a permitir a definição do rito processual.

Observe, Exa., que no aludido dispositivo legal o legislador empregou


o termo indicação e não liquidação para se referir à necessidade de atribuir um valor
estimado ao pedido que constitui a pretensão da parte autor.

Quisesse o legislador determinar a específica e detalhada discriminação


dos valores representativos dos pedidos formulados na demanda, teria utilizado a
palavra liquidação, como fez no caput do art. 879 da CLT, ressalte-se, que esse não foi
alterado pela reforma trabalhista. Inclusive, as alterações promovidas pela reforma
trabalhista nos parágrafos do art. 879 sugerem justamente que o legislador não teve a
intenção de antecipar ou substituir a fase de liquidação de sentença quando do
aforamento da demanda.

Logo, a rigor do disposto no §1º, do art. 840, da CLT, basta a simples


indicação do valor correspondente aos pedidos formulados nas reclamações trabalhistas,
sem a necessidade de liquidá-los, sendo suficiente à propositura da ação a mera
estimativa de valores. Frise-se, ainda, pelos mesmos motivos, que as estimativas
lançadas na inicial não servem como limitador das pretensões postas na ação,
entendimento que tem prevalecido em nossos tribunais, registrado inclusive no art. 12, §
2º da IN 41 do C. TST, e cuja aplicação se requer a V. Exa.

Ad argumentandum tantum, na remota hipótese de o d. Juízo entender


pela necessidade de proceder à liquidação dos pedidos, requer-se seja a parte reclamante
intimada a sanar essa imperfeição na forma do art. 317 do CPC.

3. DO CONTRATO DE TRABALHO – RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO DE


EMPREGO

O reclamante foi contratado em _______________ reclamado, depois de


ter sido submetido à entrevista de emprego com o Sr. _________, para prestar serviços
como seu motorista particular no âmbito de sua residência e seu respectivo núcleo
familiar, auferindo como última remuneração o valor de R$_________.
Embora tenha o reclamante laborado nos moldes do art. 3º da CLT desde
a data assinalada acima (____) até _____, a formalização do contrato de trabalho deu-se
apenas em _________ e travestida de “Contrato de Prestação de Serviços” firmado entre
a reclamada e a microempresa aberta pelo reclamante exclusivamente para tal
finalidade, por determinação dos reclamados.

A prática da “pejotização” como forma de fraudar a legislação trabalhista


já é velha conhecida desta Justiça Especializada e não subsiste diante do princípio da
primazia da realidade e da verificação dos requisitos do art. 3º da CLT no contrato
realidade como in casu.

Ademais dessa fraude, há outra. Com efeito, pois, conquanto tenha sido
empregado doméstico, a relação de trabalho foi indevidamente formalizada com a
segunda reclamada, administrada e presidida pelo primeiro reclamado, conforme
adiante exposto.

3.1. Vínculo empregatício – requisitos legais e doutrinários determinantes da


relação de emprego

Ensina a doutrina que a existência de relação de emprego tem


necessariamente que conter os requisitos essenciais que a lei elenca (arts. 2º e 3º da
CLT), respectivamente a prestação não eventual de serviços a empregador, sob
dependência dele e mediante salário.

A doutrina mais recente, como se vê em Maurício Godinho Delgado,


preleciona que “os elementos fático-jurídicos componentes da relação de emprego são
cinco: a) prestação de trabalho por pessoa física a um tomador qualquer; b) prestação
efetuada com pessoalidade pelo trabalhador; c) também efetuada com não
eventualidade; d) efetuada ainda sob subordinação ao tomador de serviços; e) prestação
de trabalho efetuada com onerosidade”.

Feita essa retrospectiva à doutrina do Direito do Trabalho, torna-se


conveniente trazê-la ao âmbito dos fatos narrados na inicial, a demonstrar que as partes
sempre estiveram diante de uma relação de emprego.

3.2. Realidade dos Fatos – Relação de Emprego Doméstica

O reclamante exerceu a função de motorista desde ________ para o 1º


reclamado e presidente da 2ª reclamada, __________, e para seu núcleo familiar,
sempre de forma pessoal, habitual, subordinada e onerosa, malgrado não tenha havido
pelo empregador a formalização da relação de emprego.

A corroborar que a contratação se deu para atender exclusivamente as


necessidades pessoais do 1º reclamado e de sua família, e, pois, a regência da Lei
Complementar nº 150/2015, tem-se o fato de que os serviços do autor foram
recomendados ao 1º reclamado por amigo pessoal deste, e também o fato de que a
prestação de serviços teve início antes da constituição da “PJ” utilizada na fraude e,
portanto, antes da assinatura do contrato de prestação de serviços cuja nulidade é requerida
nesta ação.

O 1º reclamado, valendo-se da posição de presidente da empresa também


reclamada, formalizou a contratação por meio desta última, muito embora o primeiro e sua
família tenham sido efetivamente os favorecidos pelos serviços prestados pelo autor.

Realmente, pois no exercício de sua função o reclamante realizava não


apenas o serviço de transporte do Sr. ____, mas também de todos da residência, situada no
endereço que consta da qualificação do 1º reclamado. Este e sua esposa, Sra. _____,
dirigiam o trabalho do reclamante, dando-lhe todas as diretrizes e definindo exatamente
como, quando e onde os serviços deveriam ser realizados.

O autor era responsável, dentre outras, pelas seguintes atividades: (i)


______________.

Ainda, pertinente frisar que o autor tinha que pedir autorização para
se ausentar do serviço, havendo também a necessidade de justificar ausências.

Via de regra, o reclamante trabalhava de segunda a sexta-feira, das 07h00


às 17h00, com uma hora de intervalo para refeição e descanso. Havia ocasiões nas quais
iniciava a jornada às 6h00 e a estendia até às 18h00 ou ainda depois desse horário. A
jornada de trabalho era também fiscalizada por meio de rastreadores instalados nos
veículos utilizados pelo reclamante ao longo da contratualidade, e cuja propriedade
pertencia ao Sr.-----

Maiores detalhes a respeito da jornada de trabalho serão abordados em


tópico próprio, mas, por ora, o quanto narrado é suficiente para demonstrar a
habitualidade na prestação dos serviços.

Durante todo o período no qual o serviço foi prestado pelo reclamante


houve pagamentos mensais pela reclamada, mediante a emissão de notas fiscais de
serviço que instruem esta peça. Demonstrada, assim, a onerosidade.
O reclamante não podia se substituir por outra pessoa nos serviços
prestados à reclamada, tampouco podia deixar de comparecer nos dias e horários
determinados, a revelar também o requisito da pessoalidade.

O reclamante sempre esteve subordinado ao núcleo familiar do 1º


reclamado, cumprindo ordens e observando todos os procedimentos e diretrizes que lhe
eram transmitidos pelo Sr. _________, inclusive na imposição de regras quanto às
vestimentas e à fiscalização de jornada; restando nítida a sua subordinação econômica e
jurídica.

Com efeito, o autor sempre cumpriu as ordens e diretrizes dos


reclamados, sobretudo do primeiro, que era quem definia os horários de trabalho do
reclamante, de quem o cumprimento era rigorosamente exigido. Também por isso é que
o reclamante sempre foi pontual e jamais se atrasou.

Ademais dos horários, os trajetos e rotas do reclamante eram definidas e


controladas pelo Sr. _________.

Registre-se que o autor tinha que prestar contas ao Sr. ______ das
despesas incorridas na prestação de serviços, cf. registrado em várias das mensagens de
whatsapp colacionadas.

Na forma narrada, o reclamante atuou até ______, quando veio a ser


imotivadamente dispensado cf. anexo “Instrumento Particular de Distrato de Contrato
de Prestação de Serviços”.

Portanto, sempre estiveram presentes os requisitos exigidos pela


legislação, havendo de ser declarado nulo o fraudulento contrato de prestação de
serviços firmado entre o 2º reclamado e a pessoa jurídica do autor, e de ser reconhecida
a relação de emprego.

Ainda, o 1º reclamado deve ser compelido a registrar a CTPS do


reclamante durante o período de ______ a _______ (já considerada a projeção do aviso
prévio proporcional de ___ dias) na função de motorista e com último salário mensal de
R$ ____, pelo menos, mas se forem deferidas as diferenças salariais por inobservância
dos reajustes previstos nas CCT’s abaixo postuladas, como se requer e se espera, a
CTPS deve ser anotada cf. evolução salarial pretendida.

Uma vez declarada a relação de emprego, os reclamados devem também


ser solidariamente condenados ao pagamento de todas as verbas trabalhistas decorrentes
da legislação, tais como: abonos natalinos, férias + 1/3, FGTS+40% de todo o período;
horas extras; aviso-prévio e verbas rescisórias, entre outras.

Ad argumentandum, sucessivamente, caso V. Exa. entenda que o


empregador do reclamante foi o 2º reclamado e não o 1º reclamado, requer-se seja
aquele compelido a efetuar o registro da CTPS, observando-se nesse caso as normas
coletivas e direitos dessa categoria, sem prejuízo da condenação ao pagamento das
verbas trabalhistas listadas no parágrafo anterior, e da responsabilização solidária do Sr.
_______.

4. DA JORNADA DE TRABALHO E DAS HORAS EXTRAS

A jornada de oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais é regra


no sistema justrabalhista brasileiro e encontra amparo no art. 7º, XIII da Constituição
Federal, de modo que todo trabalho que extrapola tal limite é extraordinário.

O reclamante foi, portanto, contratado pelos reclamados para laborar oito


horas por dia e quarenta horas semanais, mas extrapolou tais limites durante a
contratualidade cf. a seguir exposto.

O reclamante normalmente trabalhava de segunda a sexta-feira, das ___


às ____h00, mas por vezes se estendia até às ___h00, com intervalo intrajornada cf.
descrito abaixo. A jornada sempre tinha início e término na residência do 1º reclamado,
salvo quando o autor tinha que levar os demais empregados domésticos em suas
residências, quando a jornada se encerrava após deixa-las.

Sendo o autor empregado doméstico, aplica-se ao caso sub judice a LC nº


150/2015, que em seu art. 12 impõe ao empregador a obrigação de efetuar o controle de
jornada, de maneira que o ônus da prova relativamente a jornada pertence
exclusivamente aos reclamados.

Ad argumentandum, sucessivamente, na remota hipótese de V. Exa.


entender que o reclamante não é trabalhador doméstico, e que o seu vínculo de emprego
se deu com o 2º reclamado, ainda assim o ônus da prova da jornada pertence às rés,
posto que a empresa reclamada sempre possuiu mais de 20 empregados.

Ainda assim, caso V. Exa. entenda que o ônus de provar a jornada


pertence ao autor, requer-se a expedição de ofício ao condomínio no qual está situada a
residência do 1º reclamado para que traga aos autos o controle de acesso de toda a
contratualidade relativamente aos ingressos e saídas do autor no condomínio, seja pela
indicação da placa dos veículos por ele dirigidos, seja pelos dados pessoais do autor,
enfim, por qualquer meio capaz de demonstrar os horários de entrada e saída.

Em decorrência, são-lhe devidas como extras as horas laboradas além da


oitava diária e da 44ª semanal, com o adicional previsto nas normas coletivas
colacionadas, de ___% se o autor for considerado doméstico, cf. cláusula 11ª da CCT da
categoria; ou de ____% na hipótese de ele ser considerado empregado do 2º reclamado,
cf. cláusula 21ª da CCT dos comerciários. Sucessivamente, se por qualquer motivo for
rejeitada a aplicação das normas coletivas anexadas, as horas deverão ser pagas com
adicional de 50%.

Em qualquer hipótese, independentemente da CCT a ser aplicada, dada a


habitualidade do trabalho suplementar, as horas extras e adicionais que são devidos ao
reclamante hão de ser integradas em férias com 1/3 em dobro, simples e proporcionais;
nos abonos natalinos, no FGTS + 40%, no aviso prévio, nas verbas rescisórias (lato
sensu) e nos descansos semanais remunerados e feriados, com reflexos desses dois
últimos títulos nos anteriores citados.

5. DAS FÉRIAS + 1/3

O reclamante nunca gozou férias que, portanto, são devidas, seja porque
os períodos de descanso não foram regularmente concedidos, seja porque não houve
regular quitação com a antecedência que determina a lei.

Assim sendo, o autor tem direito ao pagamento das férias indenizadas,


em dobro relativamente aos períodos aquisitivos ----------------; simples em relação a
----------------, e ---------------- de forma proporcional.

As férias, quer as proporcionais, quer as integrais, devem ser calculadas


com base na última remuneração do autor, observados também os reajustes salariais
pretendidos nesta ação cf. CCT’s, assim como as dobras postuladas, na forma da súmula
7 do C. TST.

6. DOS ABONOS NATALINOS

Ao reclamante nunca foi pago o décimo terceiro salário instituído pela


Lei nº 4.090/62, fazendo jus, portanto, ao seu recebimento relativamente aos anos de
----- (---/12) e ---- (---/12) de modo proporcional, e integralmente quanto aos anos de
-----, ------ e 2022.

7. DAS VERBAS RESCISÓRIAS E DO FGTS + 40%

Os reclamados, ao dispensarem imotivadamente o reclamante, não


indenizaram o seu aviso prévio de _____ dias e não lhe autorizaram a redução de duas
horas diárias ou de sete dias consecutivos ao fim, e, como se viu, tampouco lhe pagaram
o terço constitucional sobre as férias vencidas e as proporcionais e o abono natalino de
----.

Além disso, como não efetuaram o registro da CPTS do autor, não fez os
depósitos fundiários em sua conta vinculada e também não lhe pagou a multa de 40%
sobre a totalidade dos depósitos devidos como manda a lei.

Ademais, não lhe viabilizaram o Seguro Desemprego, que por isso deve-
lhe ser indenizado na forma da Súmula 389, II do C. TST.

Assim, devem ser pagos ao reclamante, portanto, o aviso prévio


indenizado de ---- dias, as férias + 1/3 vencidas e as proporcionais, os abonos natalinos
vencidos e proporcional, o FGTS + 40% de todo o período.

Ao ensejo, quer o reclamante consignar que vigora no Direito do


Trabalho o princípio da Continuidade das Relações de Trabalho, de modo que o ônus de
provar a dispensa imotivada do trabalhador, caso negada pelos reclamados, pertencerá a
estes. Sobretudo por ter o reclamante mais de 60 anos de idade e de estar próximo de
sua aposentadoria, condição que dificulta deveras a sua recolocação em um mercado de
trabalho tão cruel como o nosso.

Milita também a favor do reclamante a súmula 212 do C. TST, cuja


inteligência se aplica mesmo se pelas rés não for negada a prestação de serviços.

Registre-se também que a cláusula 38ª da CCT dos domésticos assegura


ao empregado a rescisão indireta do contrato de trabalho na hipótese de desrespeito das
normas coletivas ou da lei pelo empregador, o que foi sistematicamente feito pelos
reclamados.

Logo, ad argumentandum, ainda que superadas as presunções que


inequivocamente levam à conclusão de que no caso sub judice houve dispensa
imotivada, certamente seria o caso de rescisão indireta do contrato de trabalho.
Consequentemente, também nessa hipótese, devem ser assegurados ao autor todos os
direitos e benefícios inerentes à dispensa imotivada pelo empregador, mormente a multa
de 40% do FGTS e o aviso prévio indenizado.

8. DA SANÇÃO DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT

Novamente ad argumentandum, portanto sucessivamente, caso o d. juízo


entenda que o autor não era trabalhador doméstico, considerando a mora dos
reclamados no tocante às verbas ditas rescisórias devidas ao reclamante, é o caso de ser
aplicada a multa do art. 477, § 8º da CLT, destacando-se que o reconhecimento do
vínculo de emprego em juízo não afasta a aplicação da penalidade na forma da Súmula
462 do C. TST.

9. DAS DIFERENÇAS SALARIAIS POR INOBSERVÂNCIA DOS REAJUSTES NORMATIVOS

A reclamada não concedeu regularmente os reajustes salariais previstos


nas normas coletivas aplicáveis ao contrato de trabalho. Com efeito, deixou de majorar
os salários do reclamante nos prazos e percentuais estabelecidos nas convenções
coletivas anexas, mais precisamente em suas cláusulas 7ª o u 8ª, dependendo do ano,
causando-lhe prejuízos.

Assim se deu em ________, quando o salário do autor deveria ter sido


reajustado em ----%, ou seja, 8/12 do índice de =====%, mas não foi. Ou seja, deveria
ter sido majorado para R$______,00, e, como isso não ocorreu, surgiram diferenças a
seu favor de R$____,00 por mês.

Esses os índices aplicáveis e diferenças salariais se o autor for


considerado empregado doméstico do 1º reclamado como se requer e espera, e, pois,
aplicadas as CCT’s dessa categoria.

No entanto, se ad argumentandum o d. juízo considerar o autor


empregado do 2º reclamado, então os reajustes e as diferenças salariais são devidos em
conformidade com os índices e datas previstos nas CCT’s dos comerciários, mais
precisamente em suas cláusulas 6ª, que para os anos de ------------------, previram
reajustes salariais pelos índices de ________%, respectivamente. Nessa hipótese a data
base é 1º de outubro de cada ano.
Assim, o reclamante faz jus às diferenças salariais em função da
inobservância das normas coletivas pelos reclamados, as quais são devidas
mensalmente, conforme percentuais e valores acima indicados; gerando reflexos em 13º
salários, férias + 1/3; FGTS+40%; horas extras; aviso prévio; entre outras verbas
contratuais e rescisórias.

10. DOS DIREITOS e MULTAS PREVISTAS NAS CCT’S DOS DOMÉSTICOS

Inúmeras normas contidas nas convenções coletivas de trabalhos


firmadas entre o sindicato profissional e o sindicato patronal foram desrespeitadas pelos
reclamados, conforme didaticamente esclarecido abaixo.

Salienta-se que as Convenções Coletivas de todos os anos repetem as


mesmas normas, alterando eventualmente os valores das penalidades e a numeração das
cláusulas, e nesse particular devem ser observadas quando da apuração do valor devido
pelo descumprimento de cada uma delas, considerando-se, evidentemente, a data da
infração pelos reclamados.

As penalidades são devidas pelo descumprimento de cada uma das CCTs


que vigoraram durante a relação de trabalho, e por cada infração cometida.

10.1. ANOTAÇÃO DA CTPS. CLÁUSULA 5ª DA CCT.

Conforme acima narrado, os reclamados não efetuaram as anotações na


CTPS do autor. Assim como a lei, a cláusula 5ª da CCT impõe o registro do documento
do trabalhador, sob pena de multa no equivalente a R$800,00, revertida a favor do
empregado, como se extrai da inteligência da cláusula 51ª da CCT de 2019/2020 vigente
à época de admissão do autor. Os reclamados devem ser condenados ao pagamento
dessa multa. É o que se requer.

10.2. REAJUSTES SALARIAIS. CLÁUSULAS 7ª E 8ª DAS CCT’S.

Os reclamados não reajustaram os salários nos prazos, índices e valores


determinados pelas CCT’s. Ao assim fazer descumpriram as cláusulas 7ª e 8ª das
normas coletivas, cf. detalhadamente descrito no tópico 9. desta petição inicial.

Desse modo, na forma da cláusula 51 das CCTs, os reclamados devem


pagar em favor do reclamante multas equivalentes a um salário vigente da categoria por
cada ano que deixaram de efetuar o aumento salarial, com exceção dos últimos 2 anos
do contrato, para os quais as CCT’s previram multa de 20% sobre o salário vigente.

O salário vigente é aquele definido nas cláusulas 3ª das CCT’s, também


designado “salário normativo” ou piso da categoria.

10.3. AVISO PRÉVIO. CLÁUSULA 7ª DA CCT DE 2023/2024.

Os reclamados não pagaram tampouco concederam ao autor o aviso


prévio como determina a cláusula 7ª da CCT de ----- Em vista do descumprimento dessa
norma, na forma da cláusula 55 dessa CCT, os reclamados devem pagar em favor do
reclamante multa equivalente a ---% do salário vigente da categoria para o ano de -----,
isto é, ----% de R$-----, portanto, R$------, o que fica desde já requerido.

10.4. CONTRACHEQUES.

Os reclamados não forneciam ao autor contracheques com a


discriminação das verbas que lhe pagavam, descumprindo assim as cláusulas 9ª ou 10
(CCTs de 23-24; 22-23;) das normas coletivas.

Diante do descumprimento dessa norma, na forma da cláusula 55 da CCT


de 23-24, 54ª da CCT de 22-23, os reclamados devem pagar em favor do reclamante
multa equivalente a 20% do salário vigente da categoria para o ano de 2023, isto é, 20%
de R$1.476,75, portanto, R$295,25, e de R$286,54 para o ano de 2022, o que fica desde
já requerido.

Em relação às CCT’s vigentes nos demais anos de duração do contrato, a


penalidade equivale a um salário normativo.

Na hipótese de o d. juízo considerar o autor integrante da categoria dos


comerciários, a cláusula aplicável à hipótese é a de n° 52, segundo a qual o empregador
tem a obrigação de fornecer os contracheques. A multa pelo descumprimento dessa
obrigação é de R$195,00 no ano de 2022, observados os demais valores para os anos
anteriores.

10.5. FGTS.
Os reclamados não efetuaram os depósitos fundiários na conta vinculada
do reclamante, desrespeitando assim a cláusula 46ª das CCT’s de 21-22, 22-23, 23-24, e
42ª dos demais anos. Por isso devem ser condenados ao pagamento das multas previstas
nas normas coletivas, ora na cláusula 51ª, ora na 55ª.

10.6. DIA DO DOMÉSTICO ou DO COMERCIÁRIO.

As cláusulas 49ª da CCT de 23/24; 48ª da CCT de 22/23; 49ª da CCT de


21-22; 46ª das CCTs de 20-21 e 19-20, asseguram o recebimento do salário em dobro ao
empregado que trabalhar no dia do doméstico, qual seja, 27 de abril.

Com exceção dos anos de 2023 e de 2019, em todos os demais anos o


autor laborou nos dias 27 de abril, contudo, sem receber o pagamento em dobro, o que,
portanto, lhe é devido pelos reclamados.

Semelhante é o teor da cláusula 20ª da CCT dos comerciários, caso o d.


juízo entenda que o autor pertence a esta categoria, só que o dia a ser pago em dobro é
30 de outubro de cada ano, e o abono pelo trabalho nesse dia, sempre realizado pelo
autor à exceção dos que coincidiram com feriados ou domingos, equivale ao salário de
dois dias do reclamante. Assim, sucessivamente, os réus devem pagar o abono ou
indenização equivalente.

Além disso, o descumprimento das referidas cláusulas também impõe aos


réus o pagamento da multa normativa, o que também se requer.

10.7. DAS FÉRIAS E ABONOS NATALINOS.

As CCT’s aplicáveis à relação de trabalho subjudice impuseram severas


penalidades ao empregador que não conceder as férias no prazo regular, e que não pagar
devidamente os abonos natalinos, como se vê de suas cláusulas 11ª (CCT 22-23) e 10ª
(CCT 21-22 e demais).

Com efeito, nas referidas cláusulas restou estabelecida multa diária de


5% do valor do salário do empregado, revertido ao mesmo e limitado ao teto da multa,
para a hipótese de atraso no pagamento das férias e abonos natalinos.
Como os reclamados nunca pagaram as férias e abonos natalinos a que
tem direito o autor, evidente que devem responder pela multa, que in casu corresponde
ao valor atualizado de um 13º salário e de um período completo de férias + 1/3, o que
fica desde já requerido.

10.8. DAS HORAS EXTRAS E CONTROLE DE JORNADA

As cláusulas 11ª e 33ª (ou 37ª) das CCT’s impunham aos reclamados o
controle de jornada e o pagamento das horas extras, o que jamais foi cumprido. Assim,
devem ser penalizados pelo desrespeito dessas normas e condenados ao pagamento de
multa na forma das cláusulas 51ª e 55ª da CCTs.

10.9. DOS EXAMES MÉDICOS OCUPACIONAIS

As cláusulas 36ª das CCT’s impunham aos reclamados a obrigação de


submeter o reclamante aos exames médicos ocupacionais periódicos, bem como em sua
admissão e demissão. Essa é outra norma que foi desrespeitada pelos reclamados, que
por isso devem ser penalizados na forma das já referidas cláusulas 51ª e 55ª das CCT’s.

10.10. DA HOMOLOGAÇÃO E PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

A 44ª cláusula da CCT de 2023/2024 acha-se assim redigida:

A) Prazo para pagamento das verbas rescisórias:


“Os empregadores efetuarão o pagamento das verbas rescisórias, em conformidade com
as normas previstas no art. 477 da CLT, nos seguintes prazos:
I – O pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de
quitação deverão ser efetuados em até dez dias contados a partir do término do contrato.
(...).
Parágrafo terceiro – A inobservância dos prazos previstos nesta cláusula, sujeitará o
empregador ao pagamento em favor do empregado, do valor equivalente ao seu salário,
corrigido monetariamente, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador tiver dado
causa à mora.
B) Prazo para realização da homologação:
As homologações das rescisões contratuais para trabalhadores com menos de 01 (um)
ano, deverão, preferencialmente, ser efetuadas na Federação da Categoria; e as rescisões
com mais de 01 (um) ano deverão ser obrigatoriamente efetuadas na Federação da
Categoria e/ou em suas sub sedes.
II – Fica estipulado o prazo de 20 (vinte) dias, a contar da data da rescisão contratual,
para que os empregadores efetuem a homologação do Termo de Rescisão do Contrato
de Trabalho e entreguem a Comunicação de Dispensa e requerimento de Seguro-
Desemprego, quando devido, sob pena de pagamento de multa equivalente a 01 (um)
salário do empregado a ser paga ao mesmo. A baixa da CTPS deverá ser efetuada nos
prazos previstos no artigo 477 § 6º da CLT, sob pena de o empregador incorrer na multa
prevista nesta cláusula.” (g.n)

No entanto, os reclamados não quitaram as verbas rescisórias dentro do


prazo normativo, não forneceram as guias do Seguro-Desemprego, tampouco efetuaram
a anotação da CTPS ou submeteram a rescisão à homologação sindical como determina
a norma acima transcrita.

Logo, por terem desrespeitado a norma devem ser apenados cf. previsão
específica. Isto é, devem pagar ao autor um salário pelo atraso no pagamento das verbas
rescisórias; ademais do pagamento de uma segunda multa, também equivalente a um
salário do autor, por não ter submetido a rescisão à homologação, e de outra por não
terem antado o fim do contrato na CTPS. É o que se requer.

10.11. DA INDENIZÇÃO CORRESPONDENTE AO SEGURO DESEMPREGO

De acordo com a cláusula 45ª da CCT de m23/24, se, “por culpa do


empregador, o trabalhador perder o prazo legal de 90 (noventa) dias perdendo, assim,
o direito ao recebimento do seguro desemprego, o empregador ficará responsável pela
indenização substitutiva do correspondente seguro-desemprego a que o trabalhador
faria jus”.

Os reclamados não forneceram ao reclamante a guia nem os documentos


necessários para que ele pudesse requerer o seguro desemprego. A conduta dos réus
causou prejuízo ao autor, que por isso há de ser indenizado cf. previsto na norma
coletiva.

Nem se argumente que o fornecimento das guias após o fim da


reclamatória elide a obrigação de indenizar, pois as circunstâncias fáticas não serão as
mesmas daquelas verificadas no momento que segui a rescisão do contrato sub judice.
Ilustrativamente, cita-se a hipótese de o autor conseguir uma recolocação no mercado
anos após o ajuizamento desta demanda, ostentando então a condição de empregado, o
que não lhe permitirá o acesso ao seguro-desemprego.

Ademais, a fraude perpetrada pelos reclamados ao exigir do autor a


constituição de uma empresa como condição à prestação de serviços também inviabiliza
o acesso do autor ao benefício do seguro desemprego.

O direito do autor ao recebimento da indenização ora postulada não


está amparado unicamente na cláusula 45ª da CCT, mas também nos artigos 186 e
927 do C.C., rogando-se ainda pela aplicação da súmula 389, II do C. TST. Portanto,
independentemente da aplicação da norma coletiva, o autor tem direito à indenização
correspondente às 5 parcelas de R$1.968,36 cada a que teria obtido se não fosse pela
conduta faltosa dos reclamados.

Ad argumentandum, sucessivamente, caso V. Exa. entenda de outro


modo, requer-se sejam os reclamados compelidos a fornecer as guias para que o
benefício possa ser requerido diretamente pelo autor, ou que isso seja autorizado
diretamente por ofício a ser expedido pelo d. juízo.

11. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

Requer-se finalmente que a reclamada seja condenada ao pagamento de


honorários de sucumbência equivalentes a quinze por centro do proveito econômico
obtido pelo reclamante, nos termos do art. 791-A da CLT.

12. DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, pleiteia o reclamante a concessão dos


benefícios da justiça gratuita; a declaração de nulidade do contrato e do distrato firmado
entre pessoas jurídicas e o reconhecimento do vínculo de emprego com o 1º reclamado,
ou, sucessivamente, com o 2º reclamado, no período de ______ a _______ com a
projeção do aviso prévio de ___ dias até -----, com a consequente condenação na
obrigação de fazer os registros pertinentes na CTPS do autor, sob pena de multa no
descumprimento, anotando-se no documento a remuneração e a função indicadas na
causa de pedir, observada a evolução salarial postulada, e também a condenação
solidária dos reclamados ao pagamento dos seguintes títulos:
a. Pagamento das horas extras laboradas além da oitava hora diária e quadragésima
semanal e com adicional normativo de 50% para as 2 primeiras diárias e 100% paras as
demais, com reflexos em férias + 1/3 em dobro, nos abonos natalinos, no FGTS + 40%,
nas verbas rescisórias, nos DSRs e feriados, com reflexos destes últimos nos títulos
anteriores citados, no valor de
R$xxxxx;

b. Pagamento em dobro das férias + 1/3 relativamente aos períodos aquisitivos


2019/2020 e 2020/2021, e de forma simples e integral o de 2021/2022, e proporcional
as de 2022/2023, no valor total de
R$xxxxx;

c. Pagamento dos abonos natalinos dos anos de 2019 (6/12) 2020, 2021 e 2022
(integrais) e 2023 (4/12), no valor de
R$xxxx;

d. Pagamento de aviso prévio indenizado de xx dias, no valor de R$xxxx;

e. Pagamento do FGTS + 40% de todo o período de vínculo de emprego sobre os


salários pagos e sobre as verbas buscadas nesta ação, inclusive sobre os abonos
natalinos, verbas rescisórias e aviso prévio, no valor de
R$xxxxx;

f. Indenização substitutiva do seguro-desemprego ou, sucessivamente, a entrega das


guias, no valor de
R$xxxx;

g. Pagamento de diferenças salariais decorrentes da inobservância dos reajustes


normativos, no valor de
R$xxxxx;

h. Salário em dobro ou indenização ref. ao dia do doméstico


R$xxxx9;

i. Multas por descumprimento das CCT’s R$xxxxxx;

j. Pagamento de multa do art. 477 § 8º da CLT, caso V. Exa. entenda que o autor não
era empregado doméstico, no valor de
R$xxxx;
k. Pagamento da integralidade da 1 hora diária de intervalo suprimida, com acréscimo
de 50%
R$xxxxx;

l. Pagamento de pagamento de honorários de sucumbência no importe de 15% sobre o


que resultar da condenação, conforme art. 791-A da CLT.

Sucessivamente, requer-se a condenação subsidiária do 2º reclamado.

13. DOS DEMAIS REQUERIMENTOS

Reitera o reclamante que os valores atribuídos às parcelas e/ou títulos ora


indicados, são meramente referenciais e não limitativos, pelas razões já aduzidas e ora
reiteradas.

Requer-se sejam os reclamados intimados a trazer os documentos


inerentes ao contrato de trabalho, sob pena de confissão, nos termos do art. 400 do CPC.

Tendo em vista que foram os reclamados que deram causa à propositura


da presente ação, requer seja a ela atribuída a obrigação de arcar com os encargos fiscais
e previdenciários decorrentes da condenação. Caso assim não entenda V. Exa., que seja,
então, observada a IN 1127/2011 da SRFB e a Súmula 368 do TST.

O quantum devido ao reclamante será líquido. Admitir-se o contrário


implicaria em subtrair dela o direito à redução da progressividade do tributo relativo ao
imposto de renda e também o benefício das parcelas a deduzir, com violação ao art. 150,
inciso II, § 2º, da Constituição Federal. Pela tributação incidente arcará o reclamante
quando de sua declaração anual de rendimentos.

Ad cautelam, caso seja contrário o entendimento deste d. Juízo, requer o


reclamante seja aplicada a tabela progressiva para o cálculo do imposto devido, sobre as
parcelas tributáveis separadamente, ou seja, mês a mês, até o limite de isenção
permitido, da mesma forma que ocorreria caso o pagamento fosse efetuado no momento
oportuno, excluindo-se, contudo, os juros de mora da base de cálculo do imposto de
renda, eis que a Lei nº 8.541/92, em seu artigo 46, parágrafo 1º, inciso I, assim
determina, sendo de se ressaltar que os juros não têm natureza de rendimento, mas de
indenização pelo não pagamento das verbas contratuais ao reclamante no momento
oportuno (artigo 39 da lei 8.177/91), as quais, frise-se, possuem natureza alimentar
(aplicação da OJ 400 da SDI-I do C. TST).
Quanto à correção monetária, requer-se seja observada como época
própria o mês do fato gerador da obrigação, uma vez que o pagamento do salário até o
5° dia útil é faculdade legal que não pode ser transformada em benefício ao empregador
inadimplente; a época própria para cálculo da correção monetária é o mês da prestação
dos serviços (Súmula 381 do C. TST).

Requer-se a correção monetária do crédito do reclamante por índice que


satisfatoriamente reponha a perda inflacionária e assegure a ele o poder de compra da
moeda, observados os critérios mais vantajosos aplicáveis quando da liquidação.

Protesta o reclamante provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos, pelo depoimento pessoal dos reclamados, desde já requerido, sob
pena de confissão, por testemunhas, cujo rol oportunamente apresentará, pelos
documentos que ora junta e por outros que eventualmente traga aos autos, pela
expedição do ofício mencionado acima, por perícia técnica, para que, ao final, veja
declarada e decretada a total PROCEDÊNCIA da ação, condenando-se os reclamados na
forma do pedido e ainda nas custas processuais e honorários advocatícios.

Requer-se, ainda, que todas as notificações, intimações e publicações


destinadas ao Reclamante, que não sejam de cunho pessoal, de ora em diante sejam
encaminhadas exclusivamente à advogada XXXXXXXXXXXX, OAB/SP XXXXXXXXX,
com escritório no endereço constante do rodapé desta página, sob pena de nulidade as
que forem encaminhadas a patrono diverso, ainda que regularmente constituído, nos
termos da Súmula 427 do C. TST.

Por fim, declaram-se autênticos os documentos colacionados, nos termos


do que dispõe o artigo 830 da CLT.

Dá-se à causa o valor de R$XXXXXXX.

Termos em que
Pede Deferimento.

São Paulo, xx de xxx de 202__.

ADVOGADO
OAB/SP xxxxxxxx

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