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Acromegalia

ULBRA/2007
CURSO DE MEDICINA
CLÍNICA MÉDICA III –
ENDOCRINOLOGIA

Prof. Adriana Fornari e


Jocely Vieira da Costa

Akhenaton
Acromegalia

Distúrbio caracterizado pelo


excesso crônico de
hormônio do crescimento (GH)
circulante.
Acromegalia x Gigantismo

Quando o excesso crônico de GH ocorre:

 antes do fechamento das epífises ⇒


GIGANTISMO

crescimento linear excessivo

 após a fusão epifisária ⇒ ACROMEGALIA

deformidades, incapacidade e ↓ expectativa de


vida
Anomalias na secreção do GH

GIGANTISMO
Anomalias na secreção do GH

ACROMEGALIA
ACROMEGALIA
Etiologia
Acromegalia-Etiologia

98% decorre de adenoma hipofisário produtor de GH


Etiologia
Acromegalia

• Doença insidiosa de difícil diagnóstico

• Prevalência: 50 a 70 casos por milhão de


pessoas
• Incidência:
3,3 casos novos por milhão de pessoas a
cada ano
número de casos ♀=♂


Idade ao diagnóstico: 40 - 50 anos em média
Acromegalia
• Mortalidade
Aumento de 2 a 4 vezes comparado com a
população geral
 Fatores associados ao aumento da mortalidade:

- Aumento dos níveis de GH e suas complicações

- Dificuldade de diagnóstico (doença insidiosa)


- Idade avançada ao diagnóstico
- Doenças associadas (cardiopatias, diabetes, HAS)
Ações do GH/IGF-1 em
múltiplos tecidos

Hipotálamo

Hipófise anterior

Osso Tec adiposo Músculo Fígado Tecidos


alvo

IGF-I
Anabolismo
Proteínas
carreadoras
Fisiologia
 O GH é secretado pelas células somatotróficas sob o
controle do GHRH (estimula a secreção) e da
somatostatina (inibe a secreção).

 O GH estimula a produção hepática de IGF-I (insulin-like


growth factor-I), também conhecido como
somatomedina C, e ambos exercem feedback negativo
sobre o hipotálamo e a hipófise.

 O IGF-I inibe a secreção do GH pela supressão da


síntese do RNA-m e do estímulo para secreção da
somatostatina.
Ações do GH/IGF-1 em
múltiplos tecidos
 ↑ mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo,
↑ ácidos graxos livres no plasma e sua utilização para
energia.
 ↓ utilização de glicose para energia, ↑ depósito de
glicogênio, ↓ captação de glicose, ↑ glicemia e secreção
de insulina (efeito diabetogênico).
 ↑ deposição protéica em todas as células, ↑ captação de
AA, ↑ síntese e ↓ degradação protéica.
 ↑ deposição protéica pelas células condrocíticas e
osteogênicas, ↑ velocidade de reprodução dessas
células, converte condrócitos em células osteogênicas.
Condições clínicas
associadas à Acromegalia
Edema de tecidos
Skin tags,
moles,
sudorese
espaçamento
dentário
Cardiopatia,
Apnéia do hipertensão
sono

RI/Diabete Neoplasias,
s pólipos
Sínd. do túnel intestinais
do carpo Artralgia e
artrite
Alterações Aumento do
sexuais número dos
calçados
Thorner MO et al,
1992
Manifestações Clínicas
 Aumento das extremidades
 Aumento da espessura da pele

 Espessamento das cartilagens


Mão de paciente
sem acromegalia
Mãos de um
acromegálico
Paciente
na
juventude
Anos após o
desenvolvimento da
Acromegalia
Prognatismo
Macroglossia
Lábios evertidos e
edemaciados
Má oclusão dentária
Diastema e Mobilidade Dentária
Diagnóstico Clínico
 Os efeitos da compressão tumoral podem
manifestar-se com:
 Cefaléia
 Oftalmoplegia
 Dor facial
 Diminuição do campo visual (quadrantopsia,
hemianopsia, amaurose)
 Hipopituitarismo (hipotireoidismo, hipogonadismo,
hipocortisolismo)
 Hiperprolactinemia
 Hipertensão intracraniana
Diagnóstico de acromegalia
Suspeita Avaliação laboratorial
clínica inicial
GH e IGF-I séricos

GH < 0,4 ng/mL e IGF- GH > 0,4 ng/mL e/ou


I normal para idade e IGF-I alto
sexo

Avaliação para confirmação: TTGO

GH < 1 ng/mL GH > 1 ng/mL


em qualquer tempo em todos os tempos

Exclui Confirma
acromegalia acromegalia
Giustina et al 2000 Consensus JCEM 85 526-
529.
Diagnóstico Radiológico
 Ressonância magnética de sela túrcica

 Tomografia computadorizada de sela túrcica

 Tomografia computadorizada de tórax e abdome-casos


suspeitos de acromegalia extra-hipofisária

 Raio X simples das mãos e pés (índice calcâneo


aumentado > 22mm).
Tratamento
 Controle dos efeitos de massa locais, reverter a
desregulação do crescimento e metabólica.

 Restaurar o funcionamento da hipófise.

 Como critério de cura, de acordo com o consenso de


Cortina, os índices de IGF-I devem ser normais para
idade e sexo e o nadir de GH < 1 ng/mL durante o
TTOG.
Tratamento

• Cirurgia
• Radioterapia
• Tratamento farmacológico
Tratamento cirúrgico

• Taxa de cura:

Microadenomas (<1cm):
80-90 %
Macroadenomas (>1cm):
< 50 %
Giustina et al 2000 Consensus JCEM 85 526-
529.
Radioterapia
 Resultado:
observado 10 anos após o tratamento

• Principal complicação:
hipopituitarismo em cerca de 50% dos
casos

Giustina et al 2000 Consensus JCEM 85 526-


529.
Tratamento clínico
 Pacientes não curados pela cirurgia

 Adenomas invasivos

 Risco cirúrgico elevado por co-morbidades clínicas

 Pacientes que se recusem à cirurgia


Tratamento clínico
• Agonistas dopaminérgicos:
• Bromocriptina (Parlodel®)
• Cabergolina (Dostinex®)
• Análogos da somatostatina:
• Octreotida (Sandostatin® s.c. e Sandostatin®
LAR®)
• Lanreotide (Somatuline® SR e Autogel)
• Antagonista do receptor de GH:
• Pegvisomant (Somavert ®)
Determinantes de prognóstico
e causas de mortalidade
O que fazer diante de um
paciente
com suspeita de
Acromegalia?

Solicitar a dosagem de:

• GH (hormônio do crescimento)

• IGF-I (somatomedina C)
Se:
• GH > 0,4 ng/mL e/ ou

• IGF-1 estiver acima do valor normal para idade e sexo:

ENCAMINHE O PACIENTE PARA UM

ENDOCRINOLOGISTA

(Caso contrário, o diagnóstico pode ser descartado).

Caso estas dosagens hormonais não sejam disponíveis em


seu serviço,
encaminhe o paciente diretamente para um endocrinologista.

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