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Potencial Projectivo do Teste

Bender
Membros do Grupo:
 Cerenzo Álvaro Rupavate
 Hélder José Augusto
 Melita António Jacinto
Docente:
Francisco Armando
Introdução
 O Teste Guestáltico Visomotor de Bender é também conhecido
como Teste de Bender, ou B-G (Bender Gestalt), ou BGVMT
(Bender Gestalt Visual Motor Test).
 O instrumento é composto por nove cartões medindo 14,9 cm de
comprimento por 10,1 cm de altura, cada um deles. Consiste de
cartelas em cor branca, composta por figuras diferenciadas que
estão desenhadas em cor preta. São estímulos formados por
linhas contínuas ou pontos, curvas sinuosas ou ângulos.
 Bender (1955), em casos com crianças, tinha por objectivo
entender que tipos de erros poderiam ocorrer na percepção de um
estímulo dado (as figuras do teste); perguntava-se se tais seriam
decorrentes de distúrbios a nível cerebral (de visopercepção) ou
de imaturidade para perceber e reproduzir correctamente os
desenhos.
Potencial Projectivo do Teste Bender
 O teste Bender é um instrumento psicotécnico de
avaliação psicológica que se usa para avaliar o
funcionamento visomotor e a percepção visual, tanto
em crianças como em adultos. As pontuações do teste
são usadas para identificar possíveis danos orgânicos
cerebrais e o grau de maturação do sistema nervoso.
Por esse motivo, o objectivo desse teste é avaliar a
maturidade visual, a integração visomotora, o estilo de
resposta, a reacção à frustração, a habilidade para
corrigir erros, habilidades de planificação e
organização, assim como a motivação.
Teste Gestáltico Visomotor De Bender
 O Teste Gestáltico Visomotor de Bender foi construído por
Lauretta Bender, em 1938, inspirado nas figuras de Wertheimer
de 1923, que estudou a percepção visual. No decorrer de seus
estudos, Bender (1955) propôs a formatação do instrumento
para um total de nove cartões, cada um deles medindo 14,9 cm
de comprimento por 10,1 cm de altura.
 Consiste de cartelas em cor branca, compostas por figuras
diferenciadas que se encontram desenhadas em cor preta. São
estímulos formados por linhas contínuas ou pontos, curvas
sinuosas ou ângulos.
Teste Gestáltico Visomotor De Bender
 A partir do estudo da própria autora (Bender, 1955), é possível
identificar que todas as figuras do instrumento são regidas por três
princípios básicos da Gestalt: Princípio do Fechamento, da
Proximidade e da Continuidade. Sendo assim, cinco figuras do teste
são formadas por linhas rectas ou contínuas (figuras A, 4, 6, 7 e 8) e
quatro figuras, por pontos ou círculos (figuras 1, 2, 3 e 5).
 Um dos sistemas de correcção do Bender para crianças, muito
enfatizado na literatura, é o de Elisabeth Koppitz (1960/1989). Em
seus estudos iniciais para a normatização da Escala de Maturação,
essa autora utilizou uma amostra de 1.104 crianças provenientes de
escolas públicas dos Estados Unidos, todas com idades de 5 anos a
10 anos e 11 meses. O método de correcção utilizado pela autora
considera 30 itens pontuados nas 9 figuras apresentadas, sendo
esses itens condensados em quatro tipos: distorção da forma,
rotação, integração e perseveração.
Constructo Visomotor e Estudos Com
Bender
 Para Casullo (1998), o Bender tem sido considerado como uma
prova de percepção visual por alguns investigadores; de
coordenação motora, por outros. Koppitz (1989) afirma que
avalia a integração visomotora.
 Como já foi salientado, Bender (1955) se preocupou em analisar
o desenvolvimento maturacional da criança quanto aos aspectos
visomotores. Estes dependem de processo maturacional
adequado, sendo que a criança os desenvolve até a idade de 12
anos, segundo ela. Sendo assim, no momento em que a criança
aprende a ler e a escrever deve possuir experiências
visomotoras desenvolvidas para tal ato.
Constructo Visomotor e Estudos Com
Bender
 Ver não é sinónimo de perceber. A percepção pressupõe a
possibilidade de interpretar o que se vê, interpretação que é
facilitada, ou não, por variáveis como a maturação e as experiências
prévias. Porém, ao perceber um estímulo, isto ainda não leva à
capacidade da criança em copiá-lo; para poder fazê-lo, a criança
deve transferir sua percepção à actividade motora (Casullo, 1998).
Assim, a percepção visomotora se constitui em complexa função
integrativa que compreende tanto a percepção como a expressão
motora desta mesma percepção. Tais funções estão sujeitas a um
processo de maturação neurológica (Kacero, 2005).
 Portanto, a percepção visomotora é viabilizada pela maturação e
consolidação de quatro etapas: visão do estímulo; compreensão do
que se vê (percepção); tradução do que é percebido numa acção ou
expressão motora; e coordenação da acção motora.
Seguimento Do Trabalho De Lauretta
Bender: Novas Investigações
 Bender analisou a produção do teste em pacientes adultos com
algum tipo de afasia ou apraxia, sendo constatados erros de
movimento e percepção do estímulo. Todavia, após tratamento,
foi possível verificar a evolução dos mesmos, pois os erros
cometidos não mais apareciam nas subsequentes execuções do
teste. Ela também analisou a cópia das figuras em pacientes
com lesão cerebral orgânica, psicoses, deficiência mental,
alcoolistas ou com alguma intoxicação severa.
Seguimento Do Trabalho De Lauretta
Bender: Novas Investigações
 Nestes, foram observados alguns erros específicos em cada categoria
diagnóstica, como segue a explicação: figuras muito pequenas,
fragmentação e separação das partes da figura, além de pontos
convertidos em números, ou em traços, nos pacientes que
apresentavam a demência precoce como diagnóstico; linhas com
pelos, em pacientes alcoolistas; maior distorção das formas da figura
(falhas perceptuais), em pacientes apresentando estados confusionais
agudos; rotações e dificuldade de integração da figura, em pacientes
intoxicados por alguma droga, levando a um estado alterado de
consciência; grande distorção da gestalt das figuras, bem como
perseveração e rotação, encontrados nos casos de esquizofrenia;
protocolos que distorciam a gestalt, sendo especialmente prejudicadas
as figuras que envolviam pontos, mais comum em pacientes com
diagnóstico de psicose depressiva; por sua vez, na fase maníaca, os
desenhos eram bem elaborados, com presença de enfeites e adornos
aos mesmos.
Seguimento Do Trabalho De Lauretta
Bender: Novas Investigações
 Com essas observações feitas por Bender (1955), confirma-se o
pressuposto de que a integração da gestalt depende de uma
adequada integração orgânica, ao nível do córtex cerebral. Além
disso, é necessária uma personalidade livre de patologias
severas que possam prejudicar o campo do processamento da
informação para boa execução da percepção do estímulo. Esta
constatação auxiliou o desenvolvimento de futuros trabalhos,
envolvendo o Bender, na avaliação da personalidade do sujeito.
Desta forma, vislumbra-se a possibilidade de utilizar este
instrumento na análise projectiva, além de visomotora apenas.
 Cunha (2000) constata que os estudos, visando uma análise
projetiva do instrumento, foram aumentando, com o passar do
tempo, desde o trabalho de Bender, em 1938.
Figuras Do Teste Bender
 O objectivo deste teste psicológico de Bender é avaliar a
maturidade visual, a integração visomotora, o estilo de
resposta, a reacção à frustração, a habilidade para corrigir
erros, habilidades de planificação e organização, além da
motivação. O objectivo de uma avaliação com o teste Bender é
detectar certas características significativas que, quando se
repetem ou vão aparecendo durante a avaliação, nos levam à
síntese diagnóstica.
Figuras Do Teste Bender
Alguns dos elementos significativos a observar são:
 Distribuição das figuras na folha de execução; Uso do espaço; Localização
da primeira figura;
 Localização relativa das figuras: organização, espaço relativo, previsão do
espaço necessário; Tamanho das figuras (macro ou micro-grafismos;
tamanho constante ou variável; tamanho relativo das partes);
 Unidade ou fragmentação dos modelos (a figura é tratada como um todo
ou como uma série de elementos independentes);
 Linhas: suaves/ muita pressão/ repassadas/ quebradas/ apagadas/
mudando/ constantes;
 Elementos: substituição (linhas por pontos; pontos por outro elemento;
pontos por círculos), omissão de elementos (fileiras, partes de figuras);
 Adição de elementos (pontos, ângulos); Rotação (de toda a figura ou
apenas de uma parte); Perseveração (repetição do modelo ou de parte
dele).
Teste Bender: Interpretação
Não é necessário usar um sistema de pontuação para interpretar o rendimento
do teste de Bender. No entanto, existem vários sistemas de pontuação fiáveis e
válidos disponíveis. Muitos dos sistemas de pontuação disponíveis centram-se
nas dificuldades específicas experienciadas pela pessoa avaliada. Estas
dificuldades podem indicar habilidades motoras visuais deficientes que incluem:
 Dificuldade angular: isto inclui aumentar, diminui, distorcer ou omitir um
ângulo de uma figura.
 Rabiscos estranhos: isto implica adicionar componentes peculiares ao
desenho que não possuem relação com a figura original de Bender.
 Dificuldade em fechar: isto ocorre quando a pessoa avaliada tem dificuldade
para fechar espaços abertos numa figura ou para conectar várias partes da
figura. Isso tem como resultado um buraco na figura copiada.
 Coesão: implica desenhar uma parte de uma figura maior ou menor que a
mostrada na figura original e fora de proporção com o resto da figura. Este
erro também pode ocorrer quando o avaliado desenha uma figura ou parte
de uma figura significativamente fora de proporção com outras figuras que
foram desenhadas.
Teste Bender: Interpretação
 Colisão: implica amontoar os desenhos ou permitir que o extremo de um
desenho se sobreponha ou toque outra parte de outro desenho.
 Contaminação: ocorre quando uma figura anterior, ou parte de uma figura,
influencia a pessoa avaliada para completar adequadamente a figura actual.
Por exemplo, o avaliado pode combinar duas figuras diferentes.
 Fragmentação: implica destruir parte da figura ao não completá-la ou rompê-la
de forma a que se perca o desenho original por completo.
 Impotência: ocorre quando o avaliado desenha uma figura incorrectamente e
parece reconhecer o erro, então, ele faz várias tentativas falhadas para
melhorar o desenho.
 Qualidade da linha irregular ou falta de coordenação motora: isto implica
desenhar linhas ásperas, particularmente quando o avaliado mostra um
movimento de tremor durante o desenho da figura.
 Extensão da linha: implica adicionar ou ampliar uma parte da figura copiada
que não estava na original.
 Omissão: ocorre quando não se conectam as partes de uma figura de forma
correta ou a reprodução exclusiva de partes da figura.
Teste Bender: Interpretação
 Dificuldade de sobreposição: isto inclui problemas para desenhar partes das
figuras que se sobrepõem, simplificar o desenho no ponto em que se sobrepõe,
esboçar ou volver a desenhar as partes que se sobrepõem ou distorcer a figura
no ponto em que se sobrepõe.
 Perseverança: inclui aumentar, prolongar ou continuar o número de unidades de
uma figura.
 Retrocesso: implica substituir o desenho original por figuras mais primitivas.
 Rotação: implica a rotação de uma figura ou parte de uma figura em 45º ou
mais.
 Rabiscando: implica desenhar linhas primitivas que não possuem relação com a
figura original do teste Bender.
 Simplificação: implica substituir uma parte do desenho por um mais simplificado.
Este erro não é devido à maturidade.
 Sobreposição de desenho: implica desenhar uma ou mais figuras sobre as
outras.
 Sobre-esforço de trabalho: implica reforçar, aumentar a pressão ou trabalhar em
excesso uma ou várias de uma figura ou parte dela.
Conclusão
 No momento em que entendemos o teste como o instrumental
técnico capaz de auxiliar na análise do fenómeno psicológico
evidenciado, este deve contemplar quatro características
básicas: ser válido, fidedigno, padronizado e normatizado.
Observa-se, no decorrer da história do Bender, que seu
constructo a nível visomotor ou emocional, foi identificado por
muitos que estudaram seu desenvolvimento enquanto
instrumento de avaliação. Todavia, torna-se urgente continuar o
estudo no tocante à padronização e normas de correcção.
Estudo importante, neste sentido, foi o de Sisto, Noronha e
Santos (2005), pois possibilitou retomar o Bender enquanto
instrumental técnico, além de estimular os pesquisadores a
novas investigações.
Referencias Bibliográficas
 Bartholomeu, D.; Rueda, F. J. M.; Sisto, F. F. (2005). Teste de Bender e Dificuldades de
Aprendizagem: quão válido é o sistema de Koppitz? Avaliação Psicológica, 4(1), 13-21.
 Bender, L. (1955). Test Gestaltico Visomotor (B-G) - Uso y aplicaciones clínicas. Buenos
Aires: Paidós.
 Byrd, E. (1956). The Clinical Validity of the Bender Gestalt Test with Children: A
Developmental Comparison of Children in Need of Psychotherapy and Children Judged
Well-adjusted. Journal of Projective Techniques, 20 (1), 127-136.
 Casullo, M. M. (1998). El Test de Bender Infantil - Normas Regionales. Buenos Aires:
Editorial Guadalupe.
 Chan, P. W. (2000). Relationship of Visual Motor Development and Academic
Performance of Young Children in Hong Kong Assessed on the Bender-Gestalt Test.
Perceptual and Motor Skills, 90, 209-214.
 Clawson, A. The Bender Visual Motor Gestalt Test as an index of emotional disturbance in
Children. Journal Projective Techniques, 23, n.2, jun 1959, p. 198-206.
 Cunha, J. A; Freitas, N. K.; Raymundo, M. G. B. (1991). Psicodiagnóstico. Porto Alegre:
Artes Médicas.
FIM

GRATOS PELA ATENÇÃO


DISPENSADA

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