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ÍNDICE

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................v


LISTA DE GRAFICOS ............................................................................................................ vi
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. vii
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................ viii
DECLARAÇÃO ....................................................................................................................... ix
DEDICATÓRIA .........................................................................................................................x
AGRADECIMENTO ................................................................................................................ xi
RESUMO ................................................................................................................................ xii
CAPITULO I – INTRODUÇÃO .................................................................................................1
1.1.Introdução .........................................................................................................................1
1.2.Objectivos .........................................................................................................................2
1.2.1.Objectivo Geral ...........................................................................................................2
1.2.2.Objectivos Específicos ................................................................................................2
1.3.Justificativa........................................................................................................................2
1.4.Problema ...........................................................................................................................3
1.5.Hipóteses ...........................................................................................................................3
1.6.Delimitação do tema ..........................................................................................................4
1.7.Estrutura do trabalho ..........................................................................................................4
CAPITULO II – REVISÃO DE LITERATURA .........................................................................5
2.1.Erosão ...............................................................................................................................5
2.2.Estudo de erosão do solo ....................................................................................................5
2.2.1.Processos erosivos por acção da água ..........................................................................6
2.2.2.Impacto das gotas de chuva .........................................................................................6
2.2.3.Agentes químicos ........................................................................................................7
2.2.4.Actuação das forças capilares ou de sucção .................................................................7
2.3.Actuação das forças cisalhantes oriundas do fluxo .............................................................7
2.4.Actuação das ondas ............................................................................................................8
2.5.Métodos de prevenção .......................................................................................................8
iii

2.6.Prevenção de erosões em meio rural...................................................................................9


2.7.Prevenção de erosões em meio urbano ............................................................................. 10
2.8.Métodos de controlo ........................................................................................................ 10
2.9.Bacias hidrográficas ......................................................................................................... 11
2.9.1.Análise ambiental em bacias hidrográficas ................................................................ 12
2.9.2.Geotecnologias aplicadas aos estudos ambientais ...................................................... 13
2.9.2.Degradação dos solos agrícolas ................................................................................. 14
2.10.Manejo do solo e controle da erosão .............................................................................. 16
CAPITULO III - METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................ 18
3.1.Tipo de Pesquisa .............................................................................................................. 18
3.2.Métodos de pesquisa ........................................................................................................ 18
3.2.1.Método de abordagem ............................................................................................... 18
3.2.2.Método de procedimento ........................................................................................... 18
3.3.Técnicas de colecta de dados............................................................................................ 19
3.4.Universo e Amostra ......................................................................................................... 19
3.4.1.Universo .................................................................................................................... 19
3.4.2.Amostra .................................................................................................................... 19
3.5.Ferramentas da análise e Softwares usados ...................................................................... 19
CAPITULO IV – APRESENTACAO, ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ............. 20
4.1.História de Cabo Delgado ................................................................................................ 20
4.2.Rio rovuma ...................................................................................................................... 22
4.2.1.O Relevo das margens do Rovuma ............................................................................ 22
4.2.2.Análise do rio Rovuma .............................................................................................. 23
4.2.3.Localização e caracterização da área de estudo .......................................................... 24
4.3.Clima ............................................................................................................................... 25
4.4.Geologia .......................................................................................................................... 25
4.5.Hidrografia ...................................................................................................................... 27
4.6.Materiais e método .......................................................................................................... 27
4.6.1.Materiais ................................................................................................................... 27
4.7.Apresentação de dados ..................................................................................................... 27
4.8.Resultados da pesquisa .................................................................................................... 28
iv

4.9.Validação de Hipóteses .................................................................................................... 34


CAPITULO V – CONCLUSÕES E SUGESTÕES.................................................................... 36
5.1.Conclusão ........................................................................................................................ 36
5.2.Sugestões ......................................................................................................................... 38
Referências Bibliográficas......................................................................................................... 39
Apêndices
v

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Verificação de hipóteses formuladas ......................................................................... 34


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LISTA DE GRAFICOS

Gráfico 1: Tempo que reside nas arredores da bacia do rio Rovuma ......................................... 29

Gráfico 2: Condições de Obtenção de lotes .............................................................................. 29

Gráfico 3: Retirou a vegetação nativa para construir ................................................................. 30

Gráfico 4: Actuação do município no combate a erosão ........................................................... 30

Gráfico 5: Principal actividade agrícola da região ..................................................................... 31

Gráfico 6: Importância na Conservação do solo........................................................................ 32

Gráfico 7: Sua propriedade já teve ou tem erosão? ................................................................... 32

Gráfico 8: Medidas de controlo de erosão................................................................................. 33


vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa da província de Cabo Delgado ......................................................................... 21

Figura 2: Vista aérea do Rio Rovuma ....................................................................................... 23

Figura 3: Bacia Hidrográfica do Rovuma ................................................................................. 25


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LISTA DE ABREVIATURAS

RR Rio Rovuma

CD Cabo Delgado

EC Erosão Costeira

MM Material e Métodos

BRR Bacia do Rio Rovuma

DG Departamento de Geografia

IIA Identificação de Impactos Ambientais

UCM Universidade Católica de Moçambique

AP Áreas Protegidas

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

ONGs Organizações Não Governamentais

ONU Organizações das Nações Unidas

RIA Relatório de Impactos Ambientais

IMGE Instituto Moçambicano de Geografia e Estatística


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DECLARAÇÃO

Declaro por minha honra que esta monografia é fruto da minha investigação pessoal com as
orientações do meu supervisor e o seu conteúdo é devidamente original e todas as obras
consultadas foram citadas no texto final deste trabalho.

Declaro ainda que este trabalho cientifico nunca foi submetido em nenhuma outra instituição
para obtenção do grau de licenciatura em contabilidade e auditoria.

Pemba _______ / _____________________ / 2017

Nome do Autor

______________________________________________

(Sérgio Alfredo Macore)

Nome do Supervisor

_____________________________________________

(……………………..)
x

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe, por ser fonte da minha inspiração, coragem dedicação e muito
especialmente aos meus irmãos pela ajuda constante que têm me concedido.
xi

AGRADECIMENTO

Em primeiro agradeço a Deus pelo dom da vida, por seguir meus passos iluminado todas as
minhas barreiras e proporcionando a gloria e a sabedoria.

Em segundo lugar agradeço ao meu supervisor pelos ensinamentos, dedicação e atenção durante
a realização desta monografia.

Nome do Autor: Sérgio Alfredo Macore

Nickname: Helldriver Rapper

Licenciatura: Gestão de Empresas / Gestão Financeira

E-mail: Sergio.macore@gmail.com

Contactos: +258846458829 ou +258826677547

Cidade: Pemba – Cabo Delgado

NOTA: Estou disposto para qualquer esclarecimento. Caso tenha duvida, contacte a mim!
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RESUMO
O presente estudo relata através de pesquisa os impactos ambientais da erosão na bacia do rio
Rovuma, na província de Cabo Delgado. Cabo Delgado está entre as províncias que mais sofre
problemas ambientais (deslizamentos, assoreamento, escoamento superficial), tal facto justifica
um estudo aprofundado dos factores que predispõem na bacia do rio Rovuma, em destaque, uma
das áreas mais afectadas. Assim, objectivou-se analisar os factores causadores dos processos
erosivos com intuito de informar a população e os órgãos competentes para que se tomem
medidas que amenizem a degradação crescente que assola a bacia do Rio Rovuma. Como
metodologia utilizou-se o estudo teórico aliado a pesquisa in locu, analisando o grau impactante
na bacia do Rio Rovuma através de entrevista com moradores e estudo analítico das condições
ambientais, utilizando-se de máquina fotográfica e computador. Investigar as alterações no
ambiente, apresentando soluções para o impacto ambiental e socioeconômico. Dai que, a questão
ambiental representa na actualidade uma das temáticas mais discutidas pela humanidade. Esse
facto se deve fundamentalmente pelas formas de desenvolvimento geradas pelo homem, que
passa a ver a natureza como fonte de recursos inesgotáveis, no entanto, o uso indiscriminado dos
recursos naturais é responsável por alterações irreversíveis no meio ambiente, seja ele urbano ou
rural. Partindo do pressuposto que diversos impactos gerados ao meio ambiente tem reflectidos
sobre a qualidade vida do homem focaliza-se os processos erosivos em meio urbano como
objecto de estudo deste trabalho, pois estes são reflexos do crescimento desordenado da
população sem estudo prévio dos impactos ambientais gerados que se reflecte em problemas
socioeconómicos e ambientais configurando em causas sociais que prejudicam a qualidade de
vida da população.

Palavras-chave: Erosão. Impacto socioeconómico. Deslizamento.


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CAPITULO I – INTRODUÇÃO

1.1.Introdução

A presente monografia tem como o tema ‘’Impacto ambiental da erosão na bacia do rio
Rovuma’’, no período compreendido entre 2011 a 2015’’. Como se pode ver pelo tema, pode-se
tirar conclusões de que as bacias hidrográficas são entidades naturais delimitadas por divisores
topográficos, e têm sido bastante utilizadas como unidades de estudo de problemas ambientais,
uma vez que se constituem em ambientes de características e condicionantes nitidamente
delimitáveis no espaço.

A Bacia do Rio rovuma, localizada em Cabo Delgado é objecto de estudo deste trabalho, vem
sofrendo com uma ocupação urbana desordenada, que exerce grande influência sobre os
processos ambientais que ocorrem na área. A grande importância da Bacia do rio rovuma no
contexto do país se dá pelo facto de seus vales serem considerados como Zonas Especiais de
Preservação Ambiental e pelo acelerado processo de degradação dos seus recursos naturais em
decorrência de problemas gerados pelo uso e ocupação do solo equivocados.

O facto da bacia do rio rovuma estar inserida numa zona de preservação ambiental significa que
houve uma preocupação por parte da prefeitura do município em preservar uma área para o uso
da sociedade no futuro próximo, seja como recurso natural para fins de utilidade pública ou para
que a mesma seja ocupada com restrições. A necessidade de um estudo da área tornou-se
imprescindível, pois a qualidade do ambiente em que vive o homem é determinada pela forma
como o ambiente está sendo ocupado e utilizado.

Considerando a necessidade de se trabalhar com a informação espacial e sua dinâmica, a


representação e a integração dos aspectos anteriormente mencionados foi feita através da
utilização de uma metodologia baseada em técnicas de geoprocessamento. Em função disso, o
trabalho assumiu um carácter inovador, uma vez que procurou avaliar os processos existentes
numa determinada área com base numa metodologia que privilegia a análise espacial dos dados.
Utilizando Sistema de Informação Geográfica no estudo em questão, pretendeu-se demonstrar a
sua viabilidade nos estudos geográficos, possibilitando o acesso a dados da área de estudo que
podem ser facilmente actualizados.
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1.2.Objectivos

A realização desta monografia, o autor pretende atingir os seguintes objectivos:

1.2.1.Objectivo Geral

 Analisar o Impacto ambiental da erosão na bacia do rio Rovuma na província de Cabo


Delgado, no período compreendido entre 2011 a 2015

1.2.2.Objectivos Específicos

 Identificar qualitativamente as áreas susceptíveis à erosão na bacia do rio Rovuma,


apoiado no modelo da Equação Universal de Perda de Solo (EUPS),
 Descrever os factores que contribuem para a erosão na bacia do rio Rovuma;
 Descrever os impactos ambientais resultantes da erosão na bacia do rio Rovuma.

1.3.Justificativa

O tema apresenta um grande valor e interesse pois, constitui um contributo na análise da situação
vital da vida quotidiana, porque o actual momento histórico é caracterizado por problemas que
variam desde a disseminação de doenças infecto-contagiosas até a degradação ininterrupta dos
recursos naturais. Numa primeira aproximação, os factores geradores destes problemas
aparentam ser muito variados, englobando questões que vão desde aspectos relacionados à
economia de uma nação até aspectos alusivos à ética, à moral e à cultura que permeiam a
sociedade.

Actualmente com a poluição, a degradação ambiental e o uso contínuo do solo, depara-se com
uma escassez de terras férteis em todo o planeta. Sabemos que o uso do solo é um bem
inquestionável para todas as nações, porém sua escassez e poluição poderá gerar desafios não só
para saúde humana, mas também para a manutenção do ecossistema. A população precisa
entender que pode ocorrer um grande desastre global, se continuar esgotando os recursos naturais
de nosso planeta num ritmo acelerado. O problema da erosão dos solos já é questionável em todo
o mundo, pois a necessidade de suprir alimentos para a crescente população mundial tem
esgotado os solos. A actividade agrícola sem as técnicas adequadas ao tipo de solo, clima e
relevo eleva o desgaste da camada superficial do solo ocasionada pela erosão hídrica. Dai que,
3

actualmente, a implementação de acções que visem o desenvolvimento sustentável tem sido


lenta, em grande parte devido à complexidade do cenário multifacetado dos Países, ao
desequilíbrio das organizações institucionais do mundo e aos interesses políticos e económicos
das grandes corporações dos sectores produtivos que acabam sobrepondo-se aos interesses
socioambientais colectivos.

1.4.Problema

Os solos que ocorrem na região da bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, na sua
grande maioria, bem desenvolvido, porém o relevo ondulado os torna susceptíveis à degradação,
como a erosão e o processo de percolação da água, requerendo processos de manejo adequados
para o uso agrícola. Neste sentido, o preparo excessivo, associado à cobertura deficiente do solo,
a chuvas intensas e ao uso de áreas inaptas para culturas anuais, constitui o principal factor
desencadeador dos processos de erosão dos solos dessa região.

Em função destas constatações, o problema que se levanta é o seguinte:

 Quais são os impactos ambientais da erosão, em particular na bacia do rio Rovuma?

1.5.Hipóteses

A erosão causa problemas na qualidade e disponibilidade de água, decorrentes da poluição e do


assoreamento dos cursos de água, favorecendo a ocorrência de enchentes no período chuvoso e a
escassez de água no período de estiagem, provocando problemas socioeconómicos. Os factores
que mais influenciam no processo erosivo podem ser separados em três grupos, que são as
variáveis edáficas, climáticas e topográficas.

Para o problema que se propõe estudar, levantam-se as seguintes hipóteses:

Hipótese 1: A erosão causa o assoreamento dos rios, lagos e açudes.

Hipótese 2: A erosão diminui a capacidade de armazenamento de água dos reservatórios.

Hipótese 3: A erosão diminui a vazão de escoamento dos rios e lagos.


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1.6.Delimitação do tema

A presente monografia de Pesquisa que neste momento me incumbe apresentar é resultado de


uma pesquisa realizada na Província de Cabo Delgado é subordinada ao tema ‘’Impacto
ambiental da erosão na bacia do rio Rovuma’’, no período compreendido entre 2011 a 2015.

1.7.Estrutura do trabalho

Na presente trabalho, para uma melhor entendimento dos factores, esta estruturada da seguinte
maneira e em 5 capítulos. Sendo que na parte de pré-textuais encontramos a lista de tabelas,
gráficos, abreviaturas, seguindo a declaração do autor, as dedicatórias, agradecimento e por fim o
resumo do trabalho.

No primeiro capítulo deste trabalho temos a introdução, os objectivos dos trabalhos: Geral assim
como específicos, as justificativas, problematização, hipóteses, delimitação do tema e estrutura
do trabalho,

No segundo capítulo encontramos a revisão de literatura, onde vários autores retratam do


delineamento do tema proposto. No terceiro capítulo temos a metodologia da pesquisa, onde se
evidencia o tipo de pesquisa, fontes de dados, universo, amostra e software usado para análise de
gráficos.

No quarto capítulo temos a apresentação do cenário da instituição em análise e interpretação de


dados e por fim no quinto capítulo temos as conclusões, recomendações / sugestões e
bibliografias.
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CAPITULO II – REVISÃO DE LITERATURA

2.1.Erosão

A erosão superficial provocada pela água de chuva, associada ou não aos processos de erosão
interna e esqueletização, tem início com a erosão laminar, podendo em seguida e em ordem
cronológica passar pelas fases de formação de sulcos, ravinas e voçorocas. Neste tipo de erosão
estão implicados os agentes erosivos ou seja a erosividade, que corresponde a acção das gotas de
chuva, do escoamento superficial e de fluido agressivos, os factores resistentes à erosão, que
constitui a erodibilidade caracterizada pelas propriedades estruturais, texturais e físico-químicas
do solo e finalmente os factores que modulam a acção erosiva sendo os principais a
geomorfologia e a cobertura vegetal.

A erosão laminar é normalmente classificada como a erosão que ocorre de modo uniforme na
superfície do solo de uma determinada área, podendo ou não nessa fase, propiciar o
aparecimento de sulcos. Este tipo de processo erosivo geralmente não deixa traços visíveis e
pode continuar sua acção durante anos, só se deixando notar com o empobrecimento do solo ou
com o assoreamento de áreas à jusante. Suas consequências são vistas mais nas zonas rurais, pois
além de levar grande parte dos nutrientes, desestabiliza as plantações atingindo a cobertura de
suas raízes.

2.2.Estudo de erosão do solo

O terreno possui um declive acentuado, agravante para o processo erosivo, apesar de serem
realizados cultivos em plantio directo, o exemplo da soja que teria sido colhida recentemente,
este solo sofre muita agressão, pois a sua rotação de cultura é feita com a soja e batata. Com
frequência, o cultivo da batata é feito em solo de moderada à alta declividade, que, sendo
intensamente preparado, pode ser erodida, a cultura da batata requer de um revolvimento do solo
tornando vulnerável ao processo de erosão, o mesmo não se reconstitui mesmo havendo a
rotação de cultura com a soja em plantio directo, segundo o técnico agrícola funcionário da
Cooperativa Bom Jesus. O solo para o plantio de batata é preparado por aração e gradagem. A
aração visa enterrar os restos culturais, controlar plantas daninhas e “cortar o solo”, revolvendo-
o, tornando-o mais solto, permeável, menos compactado (EMBRAPA, 2003).
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Determinadas áreas de produção de batata na bacia do rovuma talvez possam ser beneficiadas
com o uso do preparo reduzido do solo ou do plantio directo da batata, para minimizar a erosão e
diminuir custos.

Pode haver menos gasto de combustível, modificação da temperatura do solo, controle de


determinadas espécies de plantas daninhas e de patógenos do solo, menos dispersão de patógenos
do solo, competição diferenciada pelos nutrientes e água, problemas com patógenos do solo,
entre outras vantagens e desvantagens. Foi realizada entrevista com agricultores de grandes e
pequenas propriedades, através de questionário, com objectivo de conhecer melhor as
propriedades rurais de alguns produtores do município, bem como suas técnicas utilizadas na
agricultura, o conhecimento sobre os processos erosivos e a importância do cuidado com o solo.

2.2.1.Processos erosivos por acção da água

Para que ocorram os processos erosivos por acção da água de chuva, torna-se necessário o
desprendimento das partículas de solo e o seu transporte. Em se tratando de erosão hídrica, o
desprendimento das partículas de solo se dá pela actuação de um dos seguintes factores:

 Impacto das gotas de chuva;


 Agentes químicos;
 Actuação das forças capilares ou de sucção;
 Actuação de forças cisalhantes oriundas do fluxo;
 Actuação das ondas.

2.2.2.Impacto das gotas de chuva

A capacidade das gotas de chuva de desprender partículas ou grupamentos de partículas depende


de dois factores, da energia cinética que elas atingem no movimento de queda e das propriedades
do solo. Quanto maior a energia cinética e menor a agregação entre as partículas de solo, maior
será o desprendimento. A partícula desprendida poderá seguir dois caminhos, manter-se
relativamente livre na superfície do solo e ser transportada quando da ocorrência de fluxo
superficial ou iniciar um movimento descendente através dos poros do solo favorecendo, em
certos casos, a sua colmatação e gerando as chamadas crostas.
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Esta formação de crosta está muitas vezes associada aos ciclos de molhagem e secagem do solo,
que fazem com que ele atinja elevadas densidades. Camapum de Carvalho (1985) mostra que o
fenómeno de retracção actuando em um solo desestruturado, como seria, por exemplo, o caso de
um solo preparado para o plantio, pode conduzi-lo a um grau de compactação correspondente ao
fornecido pela energia Proctor intermediário.

2.2.3.Agentes químicos

Com a actividade humana o solo sofre ao longo do tempo a acção de agentes químicos atrelados
a água de chuva, a água de irrigação, a água de esgoto, a efluentes de mineração e industrial e a
insumos agrícolas. Dependendo do tipo de solo a acção do agente pode ser inibidora ou
aceleradora do processo erosivo. Assim por exemplo, as chuvas ácidas podem em certos solos,
devido ao baixo pH, favorecer a floculação das partículas de argila e contribuir para a maior
resistência a erosão, em outros este mesmo tipo de chuva poderá propiciar a destruição dos
cimentos agregadores das partículas e acelerar o processo erosivo ou de esqueletização.

2.2.4.Actuação das forças capilares ou de sucção

Antes da precipitação e do fluxo superficial, o solo encontra-se normalmente no estado não


saturado e portanto submetido a forças capilares e/ou de sucção. Neste caso o modo como se dá a
saturação poderá propiciar o desprendimento e a desagregação das partículas de solo. Se um
agregado ou uma dada massa de solo vê-se repentinamente imersa em água, a capilaridade e/ou
sucção faz com que a água penetre no seu interior gerando uma pressão positiva na fase ar, que
ao atingir a coesão do solo o rompe, desagregando-o. A influência da umidade inicial do solo no
processo de erosão é analisada em maior detalhe por Bender (1985).

2.3.Actuação das forças cisalhantes oriundas do fluxo

O desprendimento das partículas de solo devido a autuação do fluxo se dá por dois motivos: pela
capacidade interactiva entre as moléculas de água e as partículas de solo, e pela ocorrência de
turbulência no fluxo. As moléculas de água ao se movimentarem aplicam uma tensão cisalhante
sobre as partículas de solo, que ao ultrapassar a coesão e/ou as forças de atrito do solo, propiciam
o desprendimento das mesmas. Ainda, a turbulência que ocorre com o aumento da velocidade de
fluxo favorece tal desprendimento.
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Normalmente a coesão é fruto das interacções electromagnéticas entre as partículas de argila, nos
solos cauliníticos, por exemplo, este parâmetro normalmente se situa entre 5 e 10 kPa. No
entanto, nos solos tropicais e nos solos superficiais dois outros factores contribuem para
aumentar as forças de ligação entre as partículas, os cimentos e a matéria orgânica, o que
propicia a formação de agregações mais estáveis e o aumento da coesão. Se nas argilas a tensão
normal no contacto das partículas superficiais é desprezível o mesmo não ocorre com os solos
granulares que por sua vez são não coesivos e apresentam maior ângulo de atrito que os solos
argilosos.

As análises granulométricas com e sem o uso de defloculante e as microscopias de varredura tem


permitido constatar que as camadas mais superficiais de solos lateríticos apresentam a maioria
das partículas de argila agregadas nas fracções silte a areia fina, ligadas entre si por óxidos ou
hidróxidos de ferro e/ou alumínio ou por pontes de argila. Estas camadas apresentam alta
porosidade e consequentemente elevada permeabilidade.

Na actuação das forças cisalhantes na superfície do solo embora ainda se discuta se deveria ser
considerado o comportamento drenado ou não drenado, cabe destacar que a viscosidade e
qualidade do fluido são factores importantes no processo (Arulanandan et al. 1975).

2.4.Actuação das ondas

As ondas geram processos erosivos em meio marinho, lacustre e fluvial. Estas ondas podem ser
geradas pelo vento ou pelo movimento de embarcações. Enquanto nos mares, oceanos e grandes
lagos as ondas geradas pelo vento são as que mais provocam erosões, tanto pela frequência com
que actuam como pela energia que atingem, nos lagos menores e rios o movimento de
embarcações, mesmo de pequeno porte podem assumir função erosiva de grande importância. As
ondas geram o desprendimento das partículas que são imediatamente carreadas pela água.

2.5.Métodos de prevenção

A melhor forma de combate ao problema da erosão, é a prevenção. As medidas preventivas


consistem da adopção de um planeamento prévio em qualquer actividade ligada ao uso do solo.
Conhecidos os principais processos erosivos desencadeados pela acção da água torna-se mais
fácil estabelecer medidas preventivas em meio rural, em meio urbano e na execução de obras de
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engenharia tais como na implantação de rodovias, aeroportos, hidrovias e lagoas de


estabilização.

2.6.Prevenção de erosões em meio rural

A prevenção de erosões em meio rural, passa pelo planeamento do uso do solo. Este
planeamento deve compreender a análise conjunta da erosividade das chuvas, incluindo-se aí o
factor vento, da erodibilidade do solo e finalmente dos fautores moduladores como tipo de
cobertura vegetal existente e/ou de plantio, técnica de manejo, e características geológicas,
geomorfológicas, hidrológicas e hidrogeológicas. Muitos desses factores são comuns a uma
determinada região e como tal devem fazer parte da política de orientação e preservação
ambiental gerida pelo estado.

De posse dessa análise conjunta torna-se possível e necessário definir as áreas de plantio e de
preservação, as culturas apropriadas e as técnicas de manejo. A primeira e mais frequente
recomendação preventiva que se faz em meio rural é a do plantio obedecendo-se as curvas de
nível. Efectivamente este é talvez o factor modulador de maior importância, mas existem outros
a serem considerados.

Por exemplo, sabe-se que a desagregação do solo torna-o mais erodível, logo é importante que se
avalie o balanceamento químico, não apenas em função das necessidades de cada cultura mas
também analisando como ele afectará a erodibilidade daquele material. O preparo do solo não
pode se dar tão-somente em função da maior produtividade de uma determinada cultura, é
necessário que essa produtividade e o custo dessa produtividade sejam avaliados dentro de um
contexto de longo prazo, no qual entre como componente importante a preservação do solo.

O problema de erosão pode e deve sempre ser analisado a luz da erosividade, da erodibilidade do
solo e factores moduladores. Assim por exemplo, para uma condição de erosividade fixa, pode-
se ter problemas mais ou menos sérios em função da erodibilidade do solo, por sua vez esta
erodibilidade é condicionada por exemplo pela topografia local, pelo tratamento que se dá ao
solo e pela técnica de plantio.
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2.7.Prevenção de erosões em meio urbano

Segundo Fendrich et al. (1997) a etapa primordial para o controle de erosão, também chamada de
Projecto de Prevenção à Erosão Urbana, consiste no estabelecimento de bases adequadas para a
ocupação de espaços urbanos, de tal forma que se eliminem as distorções existentes, para que o
crescimento urbano não determine novos processos erosivos.

2.8.Métodos de controlo

A necessidade de controlo dos processos erosivos advém da não adopção de medidas preventivas
ou da adopção de medidas preventivas inadequadas. É importante destacar que o controlo de
erosões é geralmente muito mais oneroso que a simples prevenção, além do fato de que ao
tornar-se necessário muitos danos quase que irreparáveis já foram gerados, tais como o
assoreamento de reservatórios e cursos de água.

O controlo de erosões e mais especificamente vem se constituindo em uma área de grande


importância dentro da Geotecnia, seria no entanto, pretensioso apresentar soluções de controlo
dentro de um enfoque puramente geotécnico. A associação de conhecimentos e experiências
multidisciplinares parece o melhor caminho para o estabelecimento de técnicas preventivas e de
controlo apropriadas.

A título de exemplo, se solicitado a um paisagista que especifique a vegetação destinada a


recobrir uma encosta que passou por problemas erosivos, é provável que dentro de sua formação
ele busque espécies que propiciarão um agradável impacto visual. O agrónomo ou engenheiro
florestal por sua vez, ao avaliar o clima e as propriedades dos solos poderá restringir certas
espécies ou fornecer ao solo, os nutrientes necessários. A princípio, tudo parece então resolvido,
no entanto, por exemplo, o plantio de espécies que retêm uma grande humidade no solo podem
contribuir para futuras instabilidades dessa encosta, devendo então recorrer aos conhecimentos
geotécnicos. Um outro aspecto que passa por uma análise ligada à geotecnia é a questão da
demanda de água de cada espécie e as condições de fluxo em taludes.
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No meio geotécnico, as principais obras de controlo e recuperação de áreas atingidas


compreendem:

 O disciplinamento do fluxo de água, tanto superficial como profundo através da


implantação de sistemas de drenagem;
 Obras de retaludamento;
 Revegetação;
 Obras de contenção de taludes;
 Obras de reaterro;
 Obras de barramento.

Todas essas obras são sem excepção onerosas, e requerem estudos específicos. Por exemplo, em
certos casos a simples estabilização dos taludes através da construção de muros gabiões pode
assumir um carácter temporário, pois condições favoráveis de fluxo podem gerar erosão interna
e/ou a esqueletização do maciço, propiciando futuramente a instabilização do talude e a evolução
do processo erosivo. Para a solução desse problema seria necessário fazer com que o muro
satisfizesse também às condições de filtro, por meio por exemplo da interposição de um
geotêxtil.

2.9.Bacias hidrográficas

Segundo Villela (1975), a Bacia Hidrográfica é uma área definida topograficamente, drenada
pelo um curso de água ou um sistema conectado de um curso de água tal que toda vazão efluente
seja descarregada através de uma simples saída. “A Bacia hidrográfica é uma área de captação
natural da água de precipitação que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída,
seu exutório” (Tucci, 1947).

Uma bacia hidrográfica tem vários tipos de utilização como abastecimento humano e industrial,
transporte, geração de energia eléctrica e irrigação, enquanto o solo da área de uma Bacia é
muito utilizado para fins agropastoris, pois algumas bacias têm um bom sistema de drenagem, e
habitação que é a forma de uso mais utilizada em áreas urbanas.
12

A preservação de uma Bacia hidrografia depende muito da forma de uso e das actividades
desenvolvidas em toda Bacia hidrográfica. A distribuição incorrecta dos diversos tipos de uso do
solo pode ocasionar graves problemas ambientais, às vezes irreversíveis.

O desmatamento ocasiona um desequilíbrio, resultando em erosão. A impermeabilização do solo


resulta no aumento do escoamento superficial e na diminuição da recarga de aquíferos. E a
poluição através do uso de fertilizantes e pesticidas na agricultura que acarreta envenenamento
do solo.

2.9.1.Análise ambiental em bacias hidrográficas

Hoje em dia uma das grandes preocupações da humanidade é a busca pela preservação da
natureza. A análise ambiental contém a essência da investigação científica trazendo soluções
para a maioria dos problemas ambientais. Em um de seus trabalhos Xavier-da-Silva (2001)
indica que análise é decompor algo preliminarmente estruturado para se ganhar condições de
uma nova síntese, isto é, de uma nova estrutura. Segundo

Olivier Dolfuss (1973, p.08) “a análise leva o geógrafo à compreensão das modalidades de
organização no espaço constituído pela superfície terrestre e pela biosfera que a molda”.

Guerra (1999) observa que uma bacia hidrográfica é uma unidade bem definida e aconselhável
para estudos ambientais. A análise das Bacias hidrográficas é considerada por alguns estudiosos
como o estudo de um recorte especial que tem como limites os divisores de água.

Já para Rocha (2000) a análise ambiental em bacias hidrográficas consiste numa proposta
educativa e correctiva para recuperar o ambiente deteriorado, sugerindo as melhores alternativas
para a protecção e conservação da natureza, melhorando substancialmente a qualidade de vida do
homem e da sociedade, permitindo o uso correcto e contínuo dos recursos naturais nessa área.

Xavier-da-Silva (2001) caracteriza os dados ambientais como sendo numerosos e variados.


Variada porque sua natureza pode ser biológica, climatológica, geológica, pedológica,
geomorfológica, económica, social, política e outras. E numerosas porque, a cada minuto,
quantidades imensas de dados ambienteis são geradas na área de estudo, em locais tão diversos e
por agentes tão distintos como instituições de pesquisa públicas e privadas. Nesse sentido,
pequenas pesquisas são realizadas individualmente e por órgãos de planeamento. No cenário
13

actual da pesquisa ambiental o geoprocessamento vem ocupando espaço por ser uma ferramenta
rápida e eficiente, pois os dados ambientais necessitam de um tratamento espacial, seja em bacias
hidrográfica ou em qualquer local.

2.9.2.Geotecnologias aplicadas aos estudos ambientais

O Geoprocessamento teve uma recente popularização nos últimos anos e com isso veio uma
grande confusão a respeito do conceito de Geoprocessamento e de Sistema de Informações
Geográficas.

Segundo Xavier-da-Silva (2000) in Rocha (op. cit), o Geoprocessamento é um conjunto de


técnicas de processamento de dados, destinado a extrair informação ambiental a partir de uma
base de dados georreferenciada. Para Câmara & Medeiros (1998), in Rocha (op. cit), o termo
Geoprocessamento denota uma disciplina que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para
tratamento de informações geográficas.

O Geoprocessamento é um conjunto de técnicas de tratamento e manipulação de dados


geográficos, através de sistemas computacionais. Dentre estas técnicas do geoprocessamento
destacam-se:

 Digitalização de Dados: que é um processo de transformação gráfica de mapas ou fotos


já existentes em meio analógico, para o formato digital. Este processo pode ser manual,
por meio de uma mesa digitalizadora, por instrumentos fotogramétricos ou ainda por
processo automático com scanner.
 Fotogramentia que segundo Wolf (1983), in Rocha (op. cit) é definida como a ciência
ou arte da obtenção de informações confiáveis de objectos físicos e do meio ambiente,
através de fotografias, por medidas e interpretações de imagens e objectos.
 Sensoriamento Remoto, para Rocha (2000), é a aplicação de dispositivos que são
colocados em aeronaves ou satélites, e que nos permitem obter informações sobre um
objecto ou fenómeno na superfície da terra, sem contacto físico com eles.
 Cartografia para Bakker (1965) é a ciência e a arte de expressar, pró meio de mapas e
cartas o conhecimento da superfície da terra.
14

Uma das técnicas de Geoprocessameto mais amplas e que pode englobar todas as demais, é o
Sistema de Informações Geográficas (SIG). Carvalho (1995), in Rocha (op. cit.) define um SIG
como um sistema computacional, usado para o entendimento dos fatos e fenómenos que ocorrem
no espaço geográfico.

O SIG constitui também uma eficiente forma de armazenamento e actualização dos dados
ambientais a serem trabalhados, além de propiciar a análise de situações reais ou hipotéticas,
permitindo a substituição directa de qualquer dado registado. Um SIG pode agregar dados
previamente cartografados, dados estatísticos e dados teledetectados, tornando-se possível
avaliar situações ambientais naturais e socioeconómicas do ambiente.

2.9.2.Degradação dos solos agrícolas

A degradação do solo pode ser definida como uma perda ou redução desta energia do solo.

O conceito de degradação de terras “se refere à deterioração ou perda total da capacidade dos
solos para uso presente e futuro” (FAO, 1980). Tais perdas ocorrem principalmente por causa
das principais formas de erosão (pelo vento e pela água) e das deteriorações químicas e física
(ARAUJO, 2010, p. 23-24).

A degradação do solo afecta em primeiro lugar a capacidade produtiva de um ecossistema, em


segundo, afecta o clima do planeta através de alterações no equilíbrio da água e da energia e
modificações nos ciclos de carbono, nitrogénio, enxofre e outros elementos. O impacto na
produtividade agrícola, no meio ambiente e a degradação do solo provocam instabilidade
económica, afectam a sociedade aumentando a taxa de desmatamento, intensificando o uso de
terras frágeis, acelerando a enxurrada e a erosão do solo, aumentando a poluição de cursos de
água e a emissão de gases que provocam o efeito estufa.

A modificação dos sistemas naturais pela actividade humana origina as “áreas alteradas”, que
podem ter sua capacidade de produção melhorada, conservada ou diminuída em relação ao
sistema. Assim sendo, a alteração de uma área não significa necessariamente sua degradação.
Contudo, se essa alteração ocorre acompanhado de processos que levam à perda da capacidade
produtiva do sistema, diz-se que as áreas estão degradadas. Normalmente, o processo de
15

degradação das terras está relacionado à própria degradação dos solos, embora, outros factores,
como a prática de manejo inadequada, também possam ocasioná-la (EMBRAPA, 2003, p. 11).

A superfície dos solos usados na agricultura era naturalmente coberta pela vegetação típica do
local. Em regiões onde existia vegetação e de forma densa e diversificada, o impacto da chuva
era amenizado, porque a velocidade da água diminuía com os obstáculos, as próprias espécies
vegetais formam as barreiras. Além disto, os variados tipos de raízes davam sustentação ao
terreno. Até as raízes mortas participavam do processo, pois formavam canais por onde água
escorria para as camadas mais profundas do solo.

A actividade agrícola sem as técnicas adequadas traz prejuízo ao meio natural, o


desflorestamento de áreas extensas para ser ocupadas por plantações alteram as características da
vegetação natural e podem interferir nos factores de absorção de água pelo solo. A agricultura
extensiva sem os devidos cuidados e técnicas adequadas, é, portanto, mais um factor que
colabora para a formação de erosão hídrica.

“O uso inadequado e intensivo de áreas exploradas pelas actividades antrópicas, tem


proporcionado um declínio importante da fertilidade natural dos solos” (CORDEIRO, 2004).

O solo está sujeito a diversos processos de degradação, em sua maioria estreitamente ligados à
agricultura: trata-se da erosão pela água, os ventos e a mobilização dos solos; da compactação;
da perda de carbono orgânico e de biodiversidade dos solos; da salinização; da contaminação dos
solos por metais pesados, pesticidas, nitratos e fosfatos.

O principal efeito da degradação do solo agrícola de acordo com Araújo (2010, p. 29):

É o declínio na produtividade ou uma necessidade crescente do aporte de nutrientes para manter


as produtividades, uma vez que “os subsolos geralmente contem menos nutrientes do que as
camadas superiores, sendo necessários mais fertilizantes para manter a produtividade das
culturas. Isso, por sua vez, aumenta os custos de produção. Além do mais, a adição somente de
fertilizantes não pode compensar todos os nutrientes que se perdem quando a camada superior
erode”.
16

Entre os factores causadores degradação está o declínio da estrutura do solo, compactação,


redução da capacidade de infiltração, redução de matéria orgânica e da biomassa e patogênese do
solo. A degradação do solo por diferentes processos resume-se pela má utilização da terra e pelos
métodos de manejo inviáveis do solo.

Em qualquer cultivo sempre ocorre uma degradação do solo. Existem solos que são mais
propícios ao adensamento, à formação de grumos no solo, como exemplo, os solos de Terra
Roxa, já terrenos arenosos o adensamento dificilmente se determina, porém são solos mais
porosos onde reage bem a adubação, a conservação da água e um enraizamento abundante. Um
solo argiloso, composto por mais micro poros, o que lhe proporcionaria uma infiltração mais
lenta, portanto, com um escorrimento maior da água das chuvas, porém com mais resistência ao
desprendimento de suas partículas. (BERTONI e LOMBARDI NETO, 1999).

2.10.Manejo do solo e controle da erosão

Quanto mais protegida, pela cobertura vegetal, estiver a superfície do solo contra a acção da
chuva, menor será a propensão do solo à erosão. Além de aumentar a quantidade de água
interceptada, a vegetação amortece a energia de impacto das gotas de chuva, reduzindo a
destruição dos agregados, a obstrução dos poros e o selamento superficial do solo.

A cobertura vegetal na superfície do solo também reduz a velocidade do escoamento superficial


pelo aumento da rugosidade hidráulica do seu percurso. O manejo inadequado dos solos expõe as
intempéries induzindo a perda das suas propriedades físicas, biológicas e químicas, bem como a
erosão.

Por volta de 1990, práticas agrícolas inadequadas contribuíram para a degradação de 562 milhões
de hectares, aproximadamente 38% do 1,5 bilhão de hectares de terras agricultáveis no mundo.
Algumas dessas terras só estavam levemente degradadas, mas uma quantidade apreciável estava
severamente prejudicada, o bastante para danificar sua capacidade produtiva ou para se obter
uma produção (ARAUJO, 2010, p. 20-21).

A retirada da cobertura vegetal de um solo e a consequente incidência directa da radiação solar


sobre a sua superfície podem causar a destruição acelerada da matéria orgânica e dos
microrganismos presentes no solo. O preparo intensivo do solo favorece a destruição de seus
17

agregados e, consequentemente, a propensão de selamento da superfície, favorecendo o


escoamento superficial e a perda de solo.

Os manejos do solo favoráveis ao controle da erosão são aquelas que melhoram a capacidade de
infiltração da água, reduzem a desestruturação de agregados e diminuem o impacto das gotas da
chuva sobre o solo. O manejo sustentável dos recursos naturais envolve o conceito de “usar,
melhorar e restaurar” a capacidade produtiva e os processos de suporte da vida do solo, o mais
básico de todos os recursos naturais. O objectivo não é só minimizar a degradação do solo, mas
reverter às tendências através de medidas de recuperação do solo e manejo de culturas.

A qualidade do solo e a sua capacidade produtiva devem ser incrementadas além da preservação
através de medidas de reconstrução do solo, por exemplo, prevenindo a erosão do solo e
melhorando a profundidade de enraizamento do solo, fortalecendo o solo com nutrientes
extraídos durante as colheitas de culturas ou produção animal através do uso correcto de adubos
minerais e orgânicos e práticas efectivas de reciclagem de nutrientes. Usos da terra intensivos e
altas produtividades em solos de baixa fertilidade só podem ser atingidos aumentando os níveis
de nutrientes. O uso excessivo de adubos sintéticos pode ser evitado diminuindo as perdas
(erosão, lixiviação, volatilização) e melhorando a reciclagem de nutrientes, “os problemas de
degradação ambiental que tipicamente surgem de tais praticas são a salinização e a elevação do
lençol freático de áreas irrigadas, além da poluição por pesticidas e/ou fertilizantes” (ARAUJO,
2010, p. 40).

A principal característica do sistema é realizar a semeadura no solo com os restos culturais da


cultura anterior na superfície, reduzindo o número de operações agrícolas e os custos de
produção, “a cobertura morta facilita a infiltração, mantêm o solo mais húmido e mais fresco
[…] no solo de plantio directo com cobertura morta, a infiltração de água é maior que no solo de
plantio convencional e a perda de terra por erosão é muito menor” (PRIMAVESI, 2010, p. 368).
Além disso, possibilita uma maior eficiência na produção, tornando-se uma base para a
sustentabilidade do sistema produtivo.
18

CAPITULO III - METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1.Tipo de Pesquisa

a) Quanto aos objectivos a pesquisa é explicativa, pois tem como objectivo primordial
explicar e aprofundar os conceitos referentes sobre a erosão na bacia do rio rovuma.
b) Quanto a abordagem a pesquisa é quantitativa, pois esta traduz em números opiniões e
informações relacionadas ao impacto das variáveis em análise, para classifica-las e
organiza-las, utilizando algumas ferramentas estatísticas.
c) Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa é documental, visto que baseia-se na
observação e colecta de dados secundários da bacia do rio rovuma em estudo, para apurar
os resultados.
d) Quanto ao objecto a pesquisa é bibliográfica. Foi elaborada a partir de material já
publicado, com matérias relacionadas.

3.2.Métodos de pesquisa

O método, segundo Garcia (1998, p.44), representa um procedimento racional e ordenado (forma
de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a
experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e
alcançar os objectivos preestabelecidos no planeamento da pesquisa (projecto).

Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de
abordagem e métodos de procedimentos.

3.2.1.Método de abordagem

O método de abordagem desta pesquisa é o dedutivo, pois a mesma parte de teorias e leis mais
gerais para a ocorrência de fenómenos particulares, no caso em estudo dos impactos dos agentes
erosivos em Moçambique.

3.2.2.Método de procedimento

O método de procedimento usado é o estatístico: este método implica em números, percentuais,


análises estatísticas, probabilidades. E está quase sempre associado à pesquisa quantitativa.
19

Para Fachin (2001, p. 46), este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados
na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade
social em que se pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenómenos.

3.3.Técnicas de colecta de dados

Para a realização da monografia para além do uso do método bibliográfico e trabalhos no terreno,
na empresa, também foram usadas técnicas bibliográficas, e entrevistas realizando-se
questionários dirigidos á população alvo com o intuito de obter uma inferência estatística da
veracidade do tema em abordagem.

3.4.Universo e Amostra

3.4.1.Universo

O grupo alvo da pesquisa é toda região da Bacia do rio Rovuma.

3.4.2.Amostra

O estudo teve como amostra de 30 Individualidades.

O critério de amostragem usado para a selecção da amostra foi o não probabilístico,


especificamente por tipicidade ou intencional. A escolha desta região deve se ao facto da mesma
apresentar um histórico bastante oscilante relativamente aos resultados obtidos ao longo do
período em análise e conseguir gerar nalguns anos resultados capazes de demonstrar resultados
satisfatórios.

3.5.Ferramentas da análise e Softwares usados

Para a análise e interpretação dos dados em estudo foram usadas ferramentas estatísticas,
nomeadamente: o modelo de regressão linear simples, o coeficiente de correlação de Pearson, o
coeficiente de determinação (R - Quadrado) testado e validado a partir do teste F da distribuição
de Fisher. Com o auxílio da planilha electrónica EXCEL para o cálculo dos coeficientes e a recta
de regressão.
20

CAPITULO IV – APRESENTACAO, ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

4.1.História de Cabo Delgado

A história da província de Cabo Delgado está marcada pelo cruzamento e a mestiçagem de


culturas.

Brasão de Porto Amélia no tempo colonial Brasão de Porto Amélia no tempo colonial. Inserida
dentro das principais rotas comerciais do mundo árabe – swahili desde o s. VII, a área de Cabo
Delgado será influenciada de maneira essencial por este contacto, sobre tudo a partir da costa,
onde a presença islâmica é patente até hoje.

Após a travessia de Vasco de Gama para a Índia, os assentamentos portugueses ao longo da costa
começam a proliferar, sendo o ponto fulcral sediado nas ilhas das Quirimbas, onde uma
incipiente civilização colonial mestiça começa a se criar. Contudo, os assentamentos ao longo da
costa serão os principais encraves até bem entrado o século XIX e inícios do século XX. A
ocupação colonial será um facto que se limitava às áreas costeiras e alguns pontos no interior,
principalmente na zona Sul da actual Província.

No ano 1840 cria-se o Distrito Militar de Cabo Delgado, extinto em 1891 com a concessão dos
territórios das actuais províncias do Niassa e Cabo Delgado à Companhia do Niassa, uma
companhia majestática que tinha a obrigação de gerir os territórios por concessão do Estado
colonial. A dominação por parte da Companhia abrangeu um período de 38 anos, até o fim do
contrato no ano 1929.

1929 - A rua mais tarde designada Jerónimo Romero1929 - A rua mais tarde designada Jerónimo
Romero. Entretanto, a capitalidade do Distrito de Niassa (que englobava os territórios das actuais
províncias do Niassa e Cabo Delgado) tinha sido trasladada da ilha do Ibo à uma nova cidade em
crescimento: Porto Amélia. A antiga Porto Amélia, hoje cidade de Pemba após a mudança de
nome na altura da Independência Nacional, continua até hoje a ser a capital da Província.

A ocupação efectiva dos territórios por parte do Império colonial português é motivada pelo
início da Primeira Guerra Mundial e o confronto com a Alemanha pelos territórios do norte. Em
1921 se conquista o Planalto de Mueda, último núcleo de resistência ao poder colonial.
21

Mas, a Província de Cabo Delgado tem uma importância singular para a história de Moçambique
no âmbito da libertação do País, por dois factores essenciais: por um lado, a existência de
movimentos nacionalistas e de reivindicação na Tanzânia, formados por pessoas procedentes de
Cabo Delgado; por outro, Luta Armada de Libertação Nacional, iniciada pela FRELIMO (Frente
Libertação de Moçambique) no dia 25 de Setembro 1964 em Chai, distrito de Macomia.

Após a Independência Nacional no ano 1975, a Província de Cabo Delgado iniciou o seu rumo
cara o desenvolvimento. A influencia da guerra civil constituiu uma catástrofe na Província,
tendo locais que sofreram durante os quase 20 anos de guerra (198?-1992) movimentos de
população, perda de vidas humanas e de inúmeros bens e infra-estruturas.

Com a paz, no ano 1992, a província de Cabo Delgado iniciou a sua caminhada rumo ao
desenvolvimento.

Figura 1: Mapa da província de Cabo Delgado

Fonte: INE, 1999


22

4.2.Rio rovuma

Rovuma ou Ruvuma, é um rio da África oriental que faz a fronteira entre Moçambique e
Tanzânia. O Rovuma nasce perto do Lago Niassa e desagua no Oceano Índico, perto do Cabo
Delgado e dá origem a uma das principais bacias hidrográficas do território Moçambicano. Este
rio tem como afluentes os rios:

Lado tanzaniano:

 Lukimva
 Muhuwesi
 Lumesule

Lado moçambicano:

 Messinge
 Lucheringo
 Lussanhando
 Chiulezi
 Lugenda

4.2.1.O Relevo das margens do Rovuma

O relevo das margens do Rovuma encontra-se pormenorizadamente descrito na obra “O


Desconhecido Niassa”, publicada em 1964, de autoria do então Capitão Nuno Valdez dos Santos,
que espero não leve a mal esta indiscrição. São tópicos que descreverei a seguir em itálico:

“A cota máxima das montanhas não ultrapassa os 1.850 metros, no caso do Monte Txitongo.

O planalto Konde e montes Kinga, que se alinham com outros montes da Tanzânia cujas alturas
chegam aos 3.000 metros, caem por vezes abruptamente de alturas de 1.500 e 2.000 metros sobre
a margem oriental do lago Niassa.”

A noroeste do sistema domina a cordilheira Jeci, com 1.836 m de altura, entre os rios Messinge e
Lucheringo sendo notáveis os montes:

 Metonia 1.608m
23

 Lilase 1.388m
 Nicolimbo 1.315m
 Mucopo 1.359m
 Marrate 1.355m, etc.

Figura 2: Vista aérea do Rio Rovuma

Fonte: Foto tirada a partir dos relatórios da ARA Norte, 2010

4.2.2.Análise do rio Rovuma

O rio Rovuma nasce no planalto de Ungone (Tanzânia) junto de Ssongea e não longe da margem
oriental do lago Niassa. É fronteira de Moçambique durante cerca de 730 km. A sua
navegabilidade é de cerca de 200 km e para pequenas embarcações, desde a confluência com o
Lugenda até à foz.

O curso do rio Rovuma apresenta uma constituição muito variável, pois atravessa zonas
montanhosas “em solo de base granítica e superficialmente arenoso e onde existem algumas
jazidas minerais e se encontram alguns depósitos de xistos betuminosos com alguns grés
quartzozo, os quais são muito alterados e fendidos ao longo da linha de junção, o que sugere a
ideia da sua infiltração através dos xistos betuminosos. Na catarata próximo de Guamacanja o rio
passa sobre o gneisse. Entre o gneisse na região de Pôdo, encontra-se disseminado o ferro
24

magnético.” Na sua margem direita, e em Moçambique, existem afluentes com direito a serem
considerados rios:

 O Messinge, que nasce a sul de Maniamba, a 800 metros de altitude e vai descendo até
aos 560 metros na sua junção com o Rovuma;
 O Liunde;
 O Luguluzia;
 O Lucheringo, quase do tamanho do Lugenda, desenvolve por cerca de 250 km desde
Lichinga ao Rovuma;
 O Lussanhando;
 O Chiulézi;
 O Lugenda.

4.2.3.Localização e caracterização da área de estudo

A bacia do Rovuma fica localizada entre os paralelos 10º S – 15º S de latitude e 32º E – 41º E de
longitude, cobrindo uma superfície total de cerca de 155 000 km2. A bacia é partilhada por três
países, nomeadamente, Moçambique, Tanzânia e Malawi. Com cerca de 65,39% (99,530 km2),
Moçambique detém a maior proporção da superficie da bacia, seguida de Tanzânia com 34,30%
e por último Malawi com 0,31%.

Com um caudal médio de 356 m3/seg a bacia do Rovuma é considerada a segunda maior bacia
de Moçambique depois da bacia do Zambeze, que tem um caudal acima de (3 558 m3/seg). A
bacia do Rovuma é também uma zona importante de captação de água de valor crucial para a
conservação da Biodiversidade

Em Moçambique, a bacia está administrativamente localizada na região norte do Pais cobrindo


parcialmente a Província de Cabo Delgado (distritos de Mueda, Nangade e Palma,) e e Província
de Niassa, (Distritos de Mecula , Mavago, Marrupa, Majune, Mandimba, Muembe, Ngauma,
Lichinga, Lago e Sanga ), Ver mapa 1 e tabela 1 que descreve os postos administrativos,
localidades e os principais tributarios que fazem parte da bacia do Rovuma

O rio Rovuma nasce próximo do Lago Niassa e desagua no oceano indico a nordeste da
província de Cabo Delgado, com um total de 760 km de comprimento dos quais 650 km em
25

Moçambique. O Rovuma tem como tributários os rios Lugenda, Lucheringo, Messige e Chiulezi.
o Rio Lugenda é o afluente de maior expressão e que tem como tributários o Lautise, Luambala,
Luchimua e Lureco.

Figura 3: Bacia Hidrográfica do Rovuma

Fonte: ARA Norte, 2013

4.3.Clima

Segundo a classificação de KÖPPEN, o clima na área de estudo é do tipo As’, ou seja clima
tropical chuvoso, que é predominante na região. Conforme o Atlas Geográfico a pluviosidade
média anual normalmente não ultrapassa os 2.000 (mm). A área de estudo possui uma
temperatura média anual em torno de 26 a 27 (ºc).

4.4.Geologia

Na área sob estudo podem ser encontradas as seguintes unidades litológicas:

 Formação barreiras
26

De idade pleistocênica e ocorrendo de forma descontinua na costa nordestina, composta de


sentimentos clásticos afossiliferos de cores vivas e sua espessura, variando em torno de 70 a
80m.

 Terraços marinhos holocênicos

Depósitos sedimentares de origem marinha, testemunhos de antigas linhas de costa disposta


estreitamente próximas e paralelas entre si, compreendem a porção externa da planície costeira
com largura variando de 10 a 15m.

 Depósitos de mangue

Estes depósitos são basicamente constituídos de sedimentações recentes, com restos vegetais e
matéria orgânica em decomposição, com vegetação de água salobra, ocupa uma área que se
estende 2km continente a dentro.

 Depósitos aluviais

Depósitos originados do acúmulo de material carregado pelos rios, estes depósitos são
caracterizados pela forma descontínua com superfície inclinada para a planície costeira, de
altitude de 10 a 20 m.

 Planície fluvial

São caracterizadas por áreas com cotas inferiores a 5m, sendo resultado da acção dos rios nos
tabuleiros e serve como escoamento superficial para os rios. Essa planície é composta de
sedimentos da erosão fluvial.

 Vegetação

Definido em análise realizada através de uma imagem de satélite pancromática de 1998 e através
de consulta à literatura, aparecem na área de estudo quatro tipos de formações vegetais as quais
serão mencionadas a seguir: Capoeira, Formação arbustiva, Vegetação herbácea e Mangue.
27

4.5.Hidrografia

O sistema hidrográfico da Bacia do Rio rovuma é o principal curso de água, e tem sua nascente
localizada no conjunto habitacional dos Grotões e deságua, com um comprimento de 8km. Sua
margem direita é composta por alguns córregos e o riacho Mangabeira com um comprimento de
2km e na sua margem esquerda o rio Laranjeira que tem uma extensão de 5,5km e por fim o
riacho Sonhava com uma extensão de 5,3km.

4.6.Materiais e método

Para se avaliar uma área utilizando o geoprocessamento é preciso mais do que saber utilizar
fermentas de suporte como software e hardware e banco de dados geográficos. É necessária a
utilização de uma forma clara, objectiva e integrada visando uma análise conjunta. Para isso foi
escolhida metodologia de análise ambiental com base no uso de técnicas de geoprocessamento.
No caso deste estudo utilizou-se a metodologia proposta pelo LAGEOP/UFRJ, desenvolvida por
Xavier-da-Silva (1999).

4.6.1.Materiais

Para a utilização desta metodologia foram usados os mapas temáticos pré-existentes, cartas
planimétricas do INTERPA na escala 1:10.000 (folhas J-11, J-12, -J-13, K-11, K-12, K-13, L-11,
L- 12, L-13), fotografias aéreas do ano de 1985 na escala 1:40.000 (Faixa 11, fotos nº 10 e nº 11
e Faixa 10, foto nº 15), imagem SPOT digital pancromática com resolução de 10 metros, os
softwares Autocad versão 2000 e SPRING versão 3.6, e um aparelho GPS Garmim.

4.7.Apresentação de dados

Este capítulo é reservado `a apresentação, análise e interpretação de dados colectados a partir dos
instrumentos supracitados na metodologia. A análise e interpretação de dados constituem dois
processos distintos mas estreitamente relacionados. Na análise o autor entrou em detalhes dos
dados colectados a fim de conseguir resposta `as suas indagações e procurar estabelecer as
relações necessárias entre os dados obtidos e as hipóteses formuladas.
28

Assim, a análise e interpretação dos dados desta monografia procura dar respostas aos objectivos
básicos que guiam a sua linha de pesquisa, sistematizando os dados recolhidos durante a
pesquisa, de forma a permitir uma análise profunda sobre o fenómeno.

4.8.Resultados da pesquisa

Os dados obtidos através da visita das propriedades rurais, da entrevista com produtores
agrícolas da bacia do rovuma a técnicos agrícolas de Cooperativa de produtores, foram
convertidos em gráficos, para uma melhor compreensão da importância de se utilizar de técnicas
preventivas de erosão do solo a partir das culturas desenvolvidas, como principal fonte de renda
para grande parte dos produtores da bacia do rio Rovuma.

A produção do Feijão, Batata apresenta-se como a principal actividade e também fonte de renda,
o milho e soja aparecem quase sempre nas mesmas propriedades servindo como uma das
técnicas de manejo da rotação de culturas. Com excepção da batata as demais culturas citadas
são desenvolvidas em plantio directo, tal técnica de manejo a mais adequada para a manutenção
do solo, visto que a maioria das propriedades já tiveram a algum tempo processos erosivos
controlados ou que ainda são visíveis.

Na área estudada constatou-se que a principal actividade agrícola é a produção de soja, seguida
de milho e batata.

Em virtude do clima da região o subtropical e o solo de latos solo, favorece o cultivo desses
cereais e da batata, além do mais cultura como o feijão foi substituída pelas culturas citadas
devido ao preço de custo e de venda serem desfavoráveis, sendo a soja o cereal com melhor
preço de mercado do referido ano. A soja produzida é comprada pelas cooperativas e vendidas
para o abastecimento de mercado. O milho produzido pelos produtores entrevistados é vendido
para o abastecimento do mercado e parte da produção serve para alimentação do gado das
propriedades, já a batata em seu período de safra abastece o mercado local. O cultivo da soja e do
milho é utilizado também como alternativa de rotação de cultura do solo, principalmente em
terrenos utilizados para a produção da batata.
29

Gráfico 1: Tempo que reside nas arredores da bacia do rio Rovuma

Tempo que reside nas arredores da bacia do rio rovuma


80% 60%
60%
40%
15% 15% 10%
20%
0%
De 1 a 3 anos De 4 a 10 anos 10 a 20 anos Desde a infancia

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017

Verificou-se que a grande maioria (60%), já mora há mais de 10 a 20 anos no local, 15% estão a
menos de 4 a 10 anos, (15%) há mais de 4 anos. Assim, foi possível conhecer de perto os
problemas mais comuns nos arredores da bacia do rio Rovuma, que vem deste a situação precária
do ambiente as condições socioeconómicas.

Gráfico 2: Condições de Obtenção de lotes

Condições de Obtenção de lotes


60% 50%
40% 30%
20%
20%
0%
Doado Comprado Outros

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017

Analisando os aspectos que levaram a busca de moradia no local, detectou-se que, 50% dos
moradores, principalmente os mais antigos, obtiveram o lote através de doação na década de 80,
30% conseguiram os lotes ou casas devido ao baixo custo e está próximo ao centro da cidade,
(20%) não respondeu que motivos levaram a escolher o bairro como moradia. Observou-se que a
população de baixa renda busca uma moradia própria mesmo em condições precárias correndo o
rico de soterramento.
30

Gráfico 3: Retirou a vegetação nativa para construir

Retirou a vegetação nativa para construir


100% 75%
50% 25%
0%
Sim Nao

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017

Analisando o gráfico 03, 25% dos moradores ainda tiveram que desmatar a vegetação nativa
próxima ao rio que corta o bairro, tanto para limpeza do lote quanto para o aproveitamento da
madeira. Já os demais (75%), responderam já terem obtido o lote com a área limpa, todavia
observou-se in locu que estes moradores permanecem no centro do bairro e/ou adquiriram as
casas de terceiros através de compras.

Diante desse resultado, fica claro que os habitantes do bairro não estão preocupados com os
problemas ambientais, mesmo que estes lhes tragam prejuízos. Isso ocorre, porque o nível de
escolaridade é baixo, as condições socioeconómicas são degradantes e a facilidade de
deslocamento para o centro da cidade.

Gráfico 4: Actuação do município no combate a erosão

Actuação do município no combate a erosão


200% 100%
100% 0%
0%
Sim Nao

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017

Segundo os moradores (100%), não há um programa para resolver o problema. Os


administradores públicos só aparecem no bairro no período de eleição, passado a eleição, os
projectos desaparecem, tendo que esperar mais quatro anos para ouvir novas promessas.
31

Na região da bacia do rio Rovuma onde mora pessoas com poder socioeconómico mais elevado,
já construíram canelas, periodicamente há recolhimento de lixo. No entanto, não há por parte da
do município, um projecto para a urbanização do bairro, no que se refere à colocação de asfalto,
reflorestamento da mata de galeria, mudança dos moradores das áreas de risco, programas social
e ambiental e muros para contenção de deslizamento.

Concluindo as análises das entrevistas e do processo de observação, fica notório que a bacia do
Rio Rovuma tem muitos problemas, no entanto, o maior deles está relacionado ao meio ambiente
que acaba por afectar toda a comunidade em diversos aspectos sociais.

Gráfico 5: Principal actividade agrícola da região

Principal actividade agrícola da região


40% 35%
30%
25%
20% 10%

0%
Soja Milho Feijao Batata

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017

A produção de Feijão e Batata apresenta-se como a principal actividade e também fonte de


renda, o milho e Soja aparecem quase sempre nas mesmas propriedades servindo como uma das
técnicas de manejo da rotação de culturas.

A grande maioria das propriedades são utilizadas para o plantio directo, as culturas da soja e
milho são em grande quantidade no município, aproveitando o período de Outono e inverno os
produtores fazem semeadura da aveia, nabo forrageiro, entre outros, estes servem como
pastagens para o gado em algumas propriedades consorciadas. É feita a dessecagem que funciona
como forragem do solo para o plantio directo, essa pratica reduz em grande proporção a erosão.
A rotação do solo é realizada em propriedades onde o cultivo da batata é em maior quantidade, o
solo necessita de pousio ou recebe uma outra cultura, com objectivo de conservar o solo e
reduzir as ocorrências de erosão e a cobertura verde é indica como método de manejo de
32

recuperação do solo que sofreu processo erosivo e perdeu boa parte de suas propriedades e com a
cobertura vegetativa o solo recupera ou estabiliza o processo.

Gráfico 6: Importância na Conservação do solo

Importância na Conservação do solo

20% Plantio direito


20% 60% Rotacao do solo
Cobertura verde

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017

De acordo com os dados obtidos pelo questionário de pesquisa, a maioria dos produtores já
tiveram casos de erosão do solo (gráfico 6).

Em uma das propriedades estudadas foi verificada caso de erosão, o solo com declive e utilizado
todos os anos para a cultura da batata, o solo removido tornou-se erodido. São realizadas técnicas
de manejo – plantio directo – para a recuperação dessa propriedade, já as demais propriedades
não foi observado e nem relatado pelos produtores casos de erosão, o manejo do solo adequado e
condições de relevo mais planos favorecem o não aparecimento de erosão.

Gráfico 7: Sua propriedade já teve ou tem erosão?

Sua propriedade já teve ou tem erosão?

25%
Sim
75%
Nao

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017


33

É possível observar a partir dos dados obtidos, que as medidas de controlo da erosão realizadas
pelos produtores das propriedades estudadas, são mais praticadas o plantio directo, seguido da
rotação do solo e o plantio em nível.

Mesmo a maioria das propriedades estudadas não sofrerem com processo erosivo, se utilizam do
manejo adequado em plantio directo, devido o tipo de cultura mais praticada (soja e milho),
clima e solo favorável, a rotação de solo é realizada em propriedade que possuem características
favoráveis a erosão (solo em declive com ondulações e destinados a cultura da batata). O plantio
em nível não é comum nas propriedades estudadas, pois as características de relevo não
favorecem esse tipo de manejo, sendo caracterizado em planaltos suaves a ondulados, portanto
essa medida não se aplica na maioria das propriedades.

Gráfico 8: Medidas de controlo de erosão

Medidas de controlo de erosão


10%

25% Plantio direito


65% Rotacao do solo
Plantio em nivel

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017


34

4.9.Validação de Hipóteses

Nesta parte, são avaliadas as hipóteses formuladas, para aprovação ou rejeição, de acordo com as
respostas das questões arroladas no questionário. Foi adoptado o critério segundo o qual, de
acordo as respostas dadas pelos questionados e entrevistados, se a percentagem do indicador for
abaixo de 50%, rejeita-se a hipótese, caso contrário, a hipótese fica aprovada.

Tabela 1: Verificação de hipóteses formuladas

HIPÓTESES ENUNCIADAS VERIFICAÇÃO DE HIPÓTESES


Segundo a análise dos indicadores patentes nas
variáveis das hipóteses acima mencionadas,
pode se dar por validado a 1ª hipótese em 50%.
A validação teve como suporte os resultados da
pesquisa do campo, na qual onde verifica-se o
processo que ocorre sobre o acúmulo de lixo,
Hipótese 1: A erosão causa o assoreamento
entulho e outros detritos no fundo dos rios.
dos rios, lagos e açudes.
Com isso, o rio passa a suportar cada vez
menos água, provocando enchentes em épocas
de grande quantidade de chuvas.
Dai que, o assoreamento é um fenómeno que
ocorre em rios que sofrem processos erosivos
causados pelo homem ou pela natureza.
Segundo a análise dos indicadores patentes nas
variáveis das hipóteses acima mencionadas,
pode se dar por validado a 1ª hipótese em 50%.
A validação teve como suporte os resultados da
Hipótese 2: A erosão diminui a capacidade de pesquisa do campo, na qual os agentes erosivos
armazenamento de água dos reservatórios. provocam o desprendimento de partículas de
solo que são arrastadas pelas chuvas para
dentro dos reservatórios ou para cursos de água
35

que deságuam nos reservatórios. Parte do


volume de solo que chega ao reservatório fica
em suspensão, deixando a água turva e com
coloração marrom-avermelhada, e essa alta
turbidez leva a uma diminuição da qualidade
da água. Outra parte deposita-se no fundo do
reservatório, processo conhecido como
assoreamento
Segundo a análise dos indicadores patentes nas
variáveis das hipóteses acima mencionadas,
pode se dar por validado a 1ª hipótese em 50%.
Visto que tanto o escoamento superficial como
o escoamento subterrâneo vão alimentar os
cursos de água que desaguam nos lagos e nos
oceanos, ou vão alimentar directamente estes
Hipótese 3: A erosão diminui a vazão de últimos. O escoamento superficial constitui
escoamento dos rios e lagos. uma resposta rápida à precipitação e cessa
pouco tempo depois dela. Por seu turno, o
escoamento subterrâneo, em especial quando
se dá através de meios porosos, ocorre com
grande lentidão e continua a alimentares os
cursos de água longo tempo após ter terminado
a precipitação que o originou.

Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2017


36

CAPITULO V – CONCLUSÕES E SUGESTÕES

5.1.Conclusão

A bacia do Rio Rovuma é destaque em estudos pelos impactos erosivos e a susceptibilidade a


deslizamentos. Tal junção, há anos, tem gerado quadros alarmantes de insegurança e baixa
qualidade de vida para população.

Sabe-se que corrigir as interacções do homem na natureza com medidas preventivas, certamente,
é bem menor se comparado aos possíveis acidentes ecológicos e de degradação generalizada. A
necessidade de recuperar um quadro ambiental deteriorado deve ser prioritária, haja vista que
determinados recursos naturais, uma vez mal utilizados ou deteriorados, tornam-se
irrecuperáveis. Ao analisar as imagens fotográficas, a pesquisa realizada com os moradores,
pode-se constatar que o desencadeamento do processo erosivo em toda bacia do Rio Rovuma,
deu-se pelo crescimento desordenado, sem planeamento urbano de suporte para região.

As características de solo e o relevo da bacia do Rio Rovuma traçam um perfil de um sítio


urbano favorável e condições naturais que induzem facilmente ao surgimento de erosões. O
relevo configura-se como um dos influenciadores, assim como a fragilidade do solo directamente
dependente da vegetação que tinha suporte físico (fixação e absorção) e biológico (protecção e
reciclagem).

Considera-se que a necessidade da implantação de plano de educação ambiental, junto aos


moradores da bacia do rio Rovuma, deve partir da escola com programas de educação e
conscientização associado aos temas transversais, de maneira interdisciplinar, associado os
problemas locais ao currículo dos alunos. Tendo em vista o caso da bacia do rio rovuma é de
carácter de urgência a intervenção dos órgãos públicos, no sentido de interditar áreas próximas
dos riachos e usar meios artificiais, como curvas de nível, terraciamento, barreiras de contenção
no intuito de conter os processos erosivos.

A intervenção pelos órgãos de serviço social e saúde na região deve estar presente nas acções de
combate as doenças provenientes do lixo e esgotos urbanos a céu aberto, quanto aos níveis de
desigualdade social, criar moradias alternativas no intuito de remover residências a mercê de
possíveis deslizamentos deve ser colocado como um ícone primordial.
37

Todavia, um planeamento ambiental adequado deve ser implantando na bacia do Rio Rovuma de
modo que envolva toda comunidade, buscando metodologias voltadas para a gestão ambiental
participativo envolvendo prefeitura, associações, comunidades, ONGs entres outros, no intuito
de buscar soluções condizentes com a realidade local.

Em termos de limitações temos: No decorrer desta pesquisa, fui encontrando ou seja


identificando varias dificuldades onde fiz o meu trabalho do campo, como:

a) Não há existência de documento formal que debruça o historial da bacia do Rio Rovuma, as
mudanças efectuadas, ou algum tipo de estudo que antecede a esta pesquisa. O que de certo
modo dificultou muito na caracterização e contextualização do objecto em estudo;

b) Na verdade nem todos os residentes dos arredores da bacia do rio rovuma aceitaram preencher
os questionários, alegando o factor tempo. E outros residentes aceitaram preencher os
questionários somente na condição de anonimato, com receio sentir algumas represálias, o que
dificultou a recolha de dados;

c) E também houve grande resistência por parte dos órgãos competentes, falo dos chefes locais
em dar informações pertinentes, o que seria mais relevantes para a pesquisa.
38

5.2.Sugestões

Existem técnicas de cultivo que diminuem a erosão do solo. Nas encostas, por exemplo, onde a
erosão é maior, as plantações podem ser feitas em degraus ou terraços, que reduzem a velocidade
de escoamento da água.

Em encostas não muito inclinadas, em vez de plantar as espécies dispostas no sentido do fluxo da
água, devemos formar fileiras de plantas em um mesmo nível do terreno, deixando espaço entre
as carreiras. Essas linhas de plantas dispostas em uma mesma altura são chamadas de curvas de
nível.

Outra forma de proteger a terra é cultivar no mesmo terreno plantas diferentes mas em períodos
alternados. Desse modo o solo sempre tem alguma cobertura protectora. É comum a alternância
de plantação de milho; por exemplo, com uma leguminosa. As leguminosas trazem uma
vantagem adicional ao solo: repõe o nitrogénio retirado do solo pelo milho ou outra cultura. Esse
"rodízio" de plantas é conhecido como rotação de culturas.

Cabe ao governo orientar os agricultores sobre as plantas mais adequadas ao cultivo em suas
terras e sobre as técnicas agrícolas mais apropriadas. É fundamental também que os pequenos
proprietários do campo tenham acesso a recursos que lhes possibilitem comprar equipamentos e
materiais para o uso correcto do solo.
39

Referências Bibliográficas

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40

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IVALA, Adelino Zacarias at all. Orientações para elaboração de projectos e monografia


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PRIMAVESI, ANA. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. São Paulo:
Nobel, 2002.
41

APÊNDICES
42

Questionário / Entrevista

Este questionário faz parte de um estudo de caso realizado no âmbito da conclusão da etapa de
Licenciatura da Universidade Católica de Moçambique, com o tema “Impacto ambiental da
erosão – Estudo de Caso da Bacia do Rio Rovuma – Cabo Delgado”.” Agradecia muito se
pudesse colaborar, respondendo às perguntas. Garante-se a confidencialidade e o anonimato das
suas opiniões e respostas.

Nome:________________________________________________________________________

Anos de idade:_________________________________________________________________

Ocupacao:_____________________________________________________________________

Nível académico:_______________________________________________________________

Para responder as questões que lhe são colocadas temos os respectivos classificadores bastando
para o efeito marcar com um X a resposta que melhor se enquadre (vide a Legenda de cada
Tabela).

LEGENDA (Marque com X): 1 – Sim; 2 – Não; 3 – Não Sabe e 4 – Talvez

Se NÃO, diz os porque.

IMPACTOS DA EROSÃO Classificador


1 2 3 4
A erosão causa o assoreamento dos rios, lagos e açudes
A erosão diminui a capacidade de armazenamento de água dos reservatórios
A erosão diminui a vazão de escoamento dos rios e lagos

FORMAS DE EVITAR A EROSÃO Classificador


1 2 3 4
Não retirar coberturas vegetais de solos, principalmente de regiões
montanhosas
Planear qualquer tipo de construção que não ocorra, no momento ou
43

futuramente, o deslocamento de terra


Monitorar as mudanças que ocorrem no solo
Realizar o reflorestamento de áreas devastadas, principalmente em regiões de
encosta

Questionário sobre o uso do solo, conhecimento e práticas conservacionistas

1.Entrevistado é o Proprietário? [ ] Sim [ ] Não [ ] arrendatário [ ] funcionário [ ]


família

1.1.Há quanto tempo está no meio rural? ___ anos / ou desde _____

1.2.Há quanto tempo está na propriedade? ___ anos / ou desde ____

2.O que fazia antes de ser agricultor?

[ ] Arrendatário [ ] Empregado [ ] Outra Profissão: ______________________________

2.1.Já morou em outra propriedade? [ ] Nesta Região [ ] Outra Região Qual?____________

2.2.Quais actividades (culturas ou explorações) são desenvolvidas na propriedade?

[ ] Cultura Anual.

[ ] Horticultura.

[ ] Fruticultura.

[ ] Floricultura.

[ ] Erva Mate

[ ] Sistemas Agro florestais (pinos, eucalipto)


44

3.Actividade Principal

3.1.Qual a actividade principal (principal fonte de renda)?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3.2. Como vende a produção?

[ ] Feiras [ ] Redes de Supermercados [ ] Mercado Local

4. Informações sobre Atitude Conservacionistas (Solo):

4.1.O que mostra que o solo tem boa qualidade?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. O que é importante fazer para conservar do solo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

6. Você sabe o que é erosão? [ ] Sim [ ] Não

6.1.Sua propriedade já teve ou tem erosão? [ ] Sim [ ] Não

6.2. Você conhece plantas indicadoras de qualidade do solo? [ ] Sim [ ] Não

6.2.1.Quais?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

7. Existem, dentro da propriedade, áreas protegidas por lei? [ ] sim [ ] não [ ] não sei

8. Respeita APP (Área de Preservação Permanente)? [ ] Sim [ ] não [ ] não sei o que é
45

9.Erosão

9.1.O que entendes por erosão:

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

9.2.Quais são as vantagens e desvantagens da erosão?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

9.3.A quanto tempo reside nesta zona?

[ ] De 1 a 3 Anos [ ] De 4 a 10 anos [ ] 10 a 20 anos [ ] Desde a infância

9.4.Quais são as condições para obtenção de lotes?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

9.5.Como se tem verificado a actuação do munícipe no combate a erosão?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

10. Refira-se dos pontos fortes e fracos no envolvimento das comunidades locais e
colaboradores no combate a erosão.
10.1.Pontos Fortes ---------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
10.2.Pontos Fracos ---------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
46

Nome do Autor: Sérgio Alfredo Macore

Nickname: Helldriver Rapper

Licenciatura: Gestão de Empresas / Gestão Financeira

E-mail: Sergio.macore@gmail.com

Contactos: +258846458829 ou +258826677547

Cidade: Pemba – Cabo Delgado

NOTA: Estou disposto para qualquer esclarecimento. Caso tenha duvida, contacte a mim!

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