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Braquiterapia

endobrônquica

Nathalie Stas
Dept. Radioterapia IPO, Porto

4º Congresso da Sociedade Portuguesa


de Radioterapia Oncologia, Porto, 27-29 Janeiro 2011
Braquiterapia
endobrônquica
Tratamento localizado duma lesão tumoral
endobrônquica através de 1 até 3 catéteres
colocados nos brônquios e/ou traqueia, com
carregamento imediato com Iridium-192 de
alta taxa de dose.
A colocação dos catéteres é realizada com o
fibroscópio, tal como a verificação final da
posição dos mesmos e as fotografias de
comparação.
Fibroscopia
O fibroscópio é um ponto de referência nos
RX dosimétricos.
Avaliação tumoral pré-tratamento e antes de
cada aplicação de Braquiterapia , aquisição de
fotografias comparativas, e de medidas
relacionadas com estruturas anatómicas
(carina).
Indicações 1
Curativas, paliativas, recidivas, tumor
residual, evolução metastática dum ca.
brônquico ou extra-brônquico, só ou associada
a Quimioterapia (QT), a Radioterapia Externa
(RTE), a Cirurgia (CR), após Laser.
A Braquiterapia endobrônquica (BTE) é uma
terapêutica útil, utilizada em qualquer fase da
evolução tumoral, sem limitação do tipo
histológico.
Indicações 2
As indicações principais são:
A obstrução endobrônquica e as hemoptises.
A redução dos sintomas locais.
O aumento da resposta tumoral dado o
aumento da dose total, com aumento mínimo
da dose aos tecidos vizinhos.
O aumento da qualidade de vida.
O aumento da sobrevida.
Obstrução
endobrônquica 1
SINTOMAS:
 Dispneia 40-60%
 Pneumonia obstrutiva 25%
 Atelectasia 40%
 Tosse 45-75%
Obstrução
endobrônquica 2
FOTOCOAGULAÇÃO COM LASER
Se a neoformação invade completamente o
brônquio a tratar, primeiro desobstruir com
laser.
A BTE é realizada no mínimo 3 semanas
depois, para evitar as hemoptises e tratar um
volume mais correcto.
Hemoptises 1
25-35% dos doentes com ca. do pulmão.
A BTE é rápidamente eficaz.
As hemoptises são consideradas como
importantes se a Hb < 12gr/dl sem outro
tratamento associado.
Transfusões e/ou Eritropoietina.
Actualmente, devido a uma selecção
apropriada dos doentes, a BTE causa poucas
hemoptises, ao contrário das séries históricas.
Contraindicações 1
RELACIONADAS COM O ESTADO GERAL
DO DOENTE:
OMS > 3.
Metástases pulmonares múltiplas dum ca.
não brônquico.
Pneumonia.
Patologia cardíaca ou pulmonar impedindo a
fibroscopia.
Esperança de vida < 2 meses.
Ausência de colaboração do doente.
Contraindicações 2
RELACIONADAS COM O TUMOR:
Tumor não acessível a fibroscopia.
Tumor sem componente endobrônquico.
Lesão tumoral aderente a um ou vários
grandes vasos intra-torácicos sem clivagem na
TAC.
Lesão tumoral muito extensa.
Fim RTE < 1 ano com dose de tolerância
máxima no volume a retratar (relativa).
Avaliação do doente
AVALIAÇÃO SEMANAL durante o
tratamento:
Exame clínico.
Hemograma.
QLQ-C30 e QLQ-LC13 da EORTC.
Fotografias comparativas.
Escala da OMS.
Escala sintomática de Speiser e Spratling.
Escala fibroscópica de Stas-Rocha.
Escala fibroscópica de Stas-Rocha-Saleiro-Bento
Escala fibroscópica de Stas-Rocha
Escala fibroscópica de Stas-Rocha-Saleiro-Bento
Grau de
Brônquios envolvidos Aspecto macroscópico da lesão Nº de cateteres Tx Laser Complicações
envolvimento

BPD 25% Exofítico 0 Não Hemoptises


BLSD 50% Infiltrativo 1 Sim
Ausentes
Antor BLSD 75% Compressão extrínseca 2
≤100 mL
Apical BLSD 100% Necrose 3

Postor BLSD Edema da mucosa 100-200 mL

Intermediário ≥200 mL
BLM

Medial BLM
Fístula
Lateral BLM

BLID Não

Apical BLID Sim


Paracardíaco

Antor BLID
Placa de esclerose
Lateral BLID
Ausente
Postor BLID
Mínima

BPE Média
BLSE
Extensa
Antor BLSE

Apico-postor BLSE

Lingular

Supor lingular

Infor lingular

BLIE

Apical BLIE

Antor BLIE

Lateral BLIE

Medial BLIE

Posterior BLIE
Dosimetria
Dosimetria
Dosimetria
Dosimetria
Esclerose e sufusões hemorrágicas.
Braquiterapia Exclusiva
Ca. epidermoide em fase inicial.
Lesão mínima após cirurgia.
Braquiterapia endobrônquica exclusiva :
Braquiterapia Exclusiva

No ca. de pequenas células, a BTE realizada


em simultâneo desde o início da quimioterapia,
parece ter resultados promissores.
10 anos de BTE no IPO-
IPO-Porto
Doentes: 66 + 1* (3x BTE sequenciais curativas)
Localizações: BLI 26, BLS 36, Traqueia +/- BP 4,
Múltiplas e sequenciais 1*
Histologias: Epidermoide 30*, Adenocarcinoma
22, Pequenas células 12, Metástases 3
Intuito: Curativo 48 (6-8 fracções) (312)
Paliativo 19 (1-4 fracções) (62)
Exclusões: desaparecimento da lesão: 2,
proximidade duma v. pulmonar: 1, patologia
intercorrente: 2
Dose: 5 Gy/ fracção a 1 cm do(s) catétere(s) (1-
3) de 100 ou 150 cm
10 anos de BTE no IPO-
IPO-Porto
Resultados (resposta da lesão endobrônquica):
Após fim da BTE, 85-100% (média 90%) tanto
nos primários como nas recidivas
8 semanas após o fim da BTE, 90-100% (média
95%)
Após o fim da BTE as metástases tiveram uma
resposta de 20-50% (média 40%)

Seguimento: 1 – 92 meses (média 26 meses)


muitos doentes são seguidos fora do IPO
Conclusões
A BTE é eficaz, só ou em associação com
outras modalidades terapêuticas.
A BTE pode ser útil em qualquer momento da
evolução da doença.
A BTE, aumentando a dose de radiação no
tumor, aumenta a resposta tumoral, a
sobrevida, e a qualidade de vida do doente.
A BTE completa e prolonga os efeitos da
fotocoagulação com laser.
A diminuição da dose/fracção e o aumento
das fracções reduz os efeitos colaterais agudos
e crónicos sem modificar o resultado final.
Obrigada pela vossa atenção !

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