Você está na página 1de 4

Tutorial III – módulo XI Estoques endógenos 2-5 mg (fígado

ANEMIA MEGALOBLASTICA Precisa >3 anos para que aquilo gere uma anemia

Definição: distúrbio na síntese do DNA (afetando Causas de deficiência do ácido fólico: má nutrição
células que tem divisão muito rápida no organismo), (bebes prematuros, crianças que ingerem apenas leite
que gera uma assincronia núcleo-citoplasmática → de cabra, alcoólatra), pico de utilização (gestantes,
megaloblastose hemólise crônica), anticonvulsivantes e inibidores da
dihidrofolato redutase
Citoplasma cresce na espera da divisão celular porem
não ocorre porque o núcleo está imaturo por isso mega Causa de deficiência de vit. B12: hábitos vegetarianos,
(grande)-lo-blastos(imaturo) hipocloridria (gastrectomia, IBP), anemia perniciosa –
agressão a mucosa gástrica → destruição das células
Principais causas: carência de vit. B12 e ácido fólico parietal → anticorpo contra o fator intrínseco,
supercrescimento bacteriano, pancreatite crônica,
Metabolismo do folato e B12: grandes fontes de folato doença ou ressecção ileal, Diphylobothrium latum, Sd.
são os vegetais verdes, enquanto a vit. B12 são as Alça cega
carnes e laticínios
Manifestações clinicas: anemia, glossite, queilite,
diarreia (má absorção)

Só deficiência de vit. B12: síndromes neurológicas


(parestesia em extremidades, ↓ da sensibilidade
profunda vibratória e proprioceptiva, marcha atáxica,
sinal de Romberg, síndrome piramidal em MMIIs,
demência/ psicose)

Anemia perniciosa - ♀, 45-65 anos, gastrite atrófica


de corpo e fundo gástrico, anticorpo anti-cel.
parietal e anti-FI, fator de risco para CA gástrico,
associação com outras doenças autoimunes

Clínica de deficiência de B12: anemia de instalação


lenta (pct adaptado, poucos sintomas sd. Anêmica =
alterações difusas mucosas digestivas), quadros
Tetrahidrofolato – doa metileno para aceptores que vão avançados (pancitopenia), sd. Neurológica (nervos
formar as bases nitrogenadas do DNA periféricos> deg. Combinada sistêmica> cérebro)
Metabolismo da vit. B12: Diagnostico laboratorial: aspirado de medula óssea
Nível ↓ de metionina (MO hipercelular, ↓ relação M/E), sangue periférico
e ↑ ac. Metilmalônico (neutrófilos plurisegmentados, macro-ovalócitos - >5%
justificam as c/ 5 lobos ou ao menos 1 com 6 ou + lobos)
manifestações Hemograma:
neurológicas dos
pcts com deficiência Hm, Hb, Ht: ↓↓↓
de vit. B12 – síntese de mielina (metionina) / síntese de
DNA (assincronia núcleo-citolplasmatica) VCM, HCM, CHCM, RDW: macrocíticas,
normocromica, aumentada
Absorção de folato: duodeno e jejuno proximal
Leucócitos e plaquetas: ↓↓↓
Absorção da B12: a vit. B12 é ingerida junto com a
Eritropoiese ineficaz (BI↑, LDH ↑, haptoglobina↓)
proteína de origem animal → uma vez no estomago a
pepsina e ácido separam a vitamina da proteína no Dosagem de folato (2,5-20) e B12(200-900) ↓
lúmen gástrico → logo após ira se juntar ao ligante R
formando um complexo: vit. B12 e proteína R → quando Ac. Metilmalônico ↑↑↑↑ (B12)
chegam ao lúmen duodenal esse complexo se desfaz, Homocisteína ↑↑↑↑ (B12 ou folato)
por causa as enzimas pancreáticas locais, logo em
seguida se ligam ao fator intrínseco→ quando chegam Reticulócitos ↓
no íleo terminal são absorvidos → e se ligam as Anemia megaloblástica - <170 pg/ml (B12) / se estiver
tramcobalaminas I, II, III → esse novo complexo ganha entre 170-210 = dosar MMA/homocisteína
a corrente sanguínea
Folato entre 2 e 4 – solicitar folato eritrocitário
A transcobalamina II é a principal pela entrada da vit.
B12 para dentro das células porem é a que esta menos Vit. B12 entre 200 e 300 – solicitar acido Metilmalônico
ligada
Tutorial III Módulo XI Luana Martins
Uma vez diagnosticar carência de vit. B12 – solicitar 4. Infecções virais – hepatite, mononucleose ou
anti– FI ou teste de Schiling HIV
5. Reação transfusional enxerto vs hospedeiro
Tto: 6. Outros fatores – fascite eosinofílica, transplante
Deficiência de B12 = injeção 100 mcg IM ou SC - 1X dia hepático.
por semana / 1X semana por 1 mês / 1X mês para o - A radiação ionizante age produzindo grandes
resto da vida quantidades de radicais livres derivados de oxigênio,
que promovem a desestruturação ou quebra das
Repor ácido fólico nos primeiros meses (má- absorção cadeias de DNA.
atrofia da mucosa intestinal) - As células que se multiplicam constantemente –
medula óssea, TGI e pele – são as mais susceptíveis.
Deficiência de folato: folato (VO) 1-5 mg/dia - Trabalhadores expostos a mais de 1ppm
Pico reticulocitário em 5-8 dias frequentemente apresentam alterações no
hemograma, apesar de apenas raramente evoluírem
Regressão de anemia em 1-2 meses com quadro clássico de anemia aplásica.
- Principal alteração hematológica induzida pelo
Melhoras neurológicas em 4-6 meses benzeno é anemia, seguida de trombocitopenia.
ANEMIA APLÁSICA - As drogas que podem causar aplasia de medula são:
1. Drogas regularmente aplasiantes – aplasia de
- Doença marcada pela pancitopenia – redução das três
séries de células hematológicas da periferia: hemácias, medula faz parte da farmacodinâmica
leucócitos e plaquetas. 2. Drogas ocasionalmente aplasiantes – aplasia
por idiossincrasia.
- A anemia aplásica está entre as principais causas de
- Cerca de 5% dos casos de aplasia grave podem ser
pancitopenia – pode acometer pacientes jovens e
atribuídos à hepatite viral aguda, geralmente na fase de
geralmente assume uma forma grave de doença com
convalescência (1-2 meses após quadro hepático).
letalidade alta, caso a terapia definitiva não seja
administrada. - A doença do enxerto vs hospedeiro associada a
hemotransfusão pode ocorrer em receptores
- Com o advento da terapia imunossupressora, com o
imunodeficientes.
transplante alogênico de medula óssea, o prognóstico
a curto e longo prazos e até mesmo a cura da doença - A fasciite eosinofílica – doença rara do colágeno em
podem ser alcançados em um grande número de que ocorre enduração dolorosa dos tecidos
pacientes. subcutâneos, causa aplasia.
- A hemoglobinúria paroxística noturna pode induzir
DEFINIÇÃO aplasia em pacientes portadores da doença.
- Estado de pancitopenia associado a uma biópsia de
medula óssea acelular ou hipocelular, contendo menos PATOGÊNESE
de 30% do espaço medular ocupado por células - Ocorre geralmente devido à lesão da célula-tronco –
hematopoiéticas. injúria tipo I.
- O restante contém apenas células adiposas. - A aplasia idiopática, anemia de Fanconi, lesão por
radiação, benzeno e cloranfenicol são exemplos.
EPIDEMIOLOGIA - Drogas e infecções virais acometendo progenitores
tardios – injúria tipo II.
- Existe uma distribuição etária bifásica da incidência de
anemia aplásica. - Nos dois tipos, o mecanismo é autoimune,
- O maior pico ocorre entre a segunda e a terceira dependente de linfócitos T ricos em interferon gama.
décadas de vida, e um segundo pico é observado em
idosos. APLASIAS CONGÊNITAS
- Incidência maior em países asiáticos – hábitos de ANEMIA DE FANCONI
vida. - Doença genética, com herança autossômica
- Sem preferência por sexo. recessiva – formação de instabilidade genômica, DNA
- No Brasil, a incidência anual é de 2,4 casos por susceptível a quebras e translocações.
milhão. - Anemia aplásica associada a polegares anômalos ou
- A baixa renda e o contato com derivados da ausentes, baixa estatura, manchas café com leite na
sulfonamida constituem fatores de risco independentes pele, anomalias renais, microcefalia, retardo mental.
no nosso meio. - Apresentam risco elevado de desenvolvimento de
câncer, especialmente de cabeça e pescoço e
ETIOLOGIA leucemias.
- A aplasia de medula geralmente se manifesta por volta
- Pode ser classificada em adquirida ou hereditária.
dos 7 anos de idade.
- Em cerca de 50% dos casos, a anemia aplásica
- Diagnóstico feito na presença de manifestações
adquirida não tem causa conhecida – idiopática.
clínicas típicas ou por estudo de cariótipo.
- No restante, a aplasia de medula está relacionada a
- O uso de androgênios apresenta bons resultados,
algum fator agressor:
porém a melhor chance de cura para aqueles que
1. Radiação ionizante
conseguem doador compatível é o transplante de
2. Benzeno ou outros produtos químicos
medula óssea.
3. Série de drogas – cloranfenicol e fenilbutazona
e agentes quimioterápicos
DISCERATOSE CONGÊNITA
Tutorial III Módulo XI Luana Martins
- Rara síndrome hereditária, de herança autossômica - Os outros casos evoluem progressivamente para o
dominante ou recessiva, caracterizada por óbito, com uma sobrevida média de 5 anos de 30%.
anormalidades ungueais, hiperpigmentação, - Apenas 10% apresentam evolução favorável para
leucoplasia das mucosas e anemias aplásicas. Retardo recuperação completa ou parcial da função medular.
de crescimento também é comum. - Os principais determinantes prognósticos são idade e
contagem de células hematológicas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Considera-se aplasia grave quando pelo menos dois
- Semelhante ao da leucemia aguda, caracterizado pela dos seguintes critérios são encontrados:
tríade: 1. Reticulocitopenia <20mil/mm 3 ou <1% na
1. Astenia contagem corrigida
2. Hemorragia 2. Plaquetas <20mil/mm3
3. Febre 3. Neutrófilos <500/mm3
- Sintomas de anemia dependem da gravidade do - Considera-se muito grave quando a neutropenia é
quadro e do tempo de instalação. inferior a 200/mm 3
- O sangramento espontâneo ou causado por pequenos - Com a terapia atual, a sobrevida em 5 anos pode
traumas é decorrente da plaquetopenia, sendo chegar a 90%, especificamente aqueles pacientes mais
esperado quando a contagem está abaixo de 10 mil. jovens e candidatos ao transplante.
- O tipo de sangramento reflete um distúrbio da
hemostasia primária – sangramento gengival, epistaxe, TERAPIA DE SUPORTE
menorragia, petéquias e equimoses. - Pacientes se apresentam com pancitopenia grave,
- A febre é proveniente da neutropenia – infecções com sintomas de anemia, sangramento e febre por
bacterianas ou fúngicas. bacteremia.
- Paciente neutropênico é propenso a infecções por - A transfusão de plaquetas está recomendada para
gram negativas e gram positivas. controlar o sangramento.
- Lesões do tipo faringoamigdalite, abscesso perirretal - Na ausência de trauma ou cirurgia, o sangramento por
e celulite não são incomuns. trombocitopenia só ocorrerá com plaquetometria
- O exame físico pode revelar palidez cutâneo-mucosa, <20mil-30mil/mm3
petéquias na pele ou na conjuntiva, equimoses, - A transfusão plaquetária profilática está indicada nas
sangramento gengival ou algum sinal de infecção. trombocitopenias inferiores a 10mil/mm 3.
- A hepatoesplenomegalia não caracteriza a doença – - O neutropenico febril deve ser investigado para
sugestivo de leucemia aguda. localização do foco infeccioso e tratado com cefepime,
caso não melhore, usar vancomicina.
DIAGNÓSTICO - A hemotransfusão só deve ser indicada em último
LABORATORIAL caso – ativação do sistema imunológico contra os
- Pancitopenia é regra, anemia geralmente moderada a antígenos HLA.
grave – hematócrito abaixo de 25%.
- Anemia pode ser normocítica ou macrocítica. TERAPIA DEFINITIVA
- Macrocitose é comum, porém os valores de VCM são - Transplante de medula óssea – indicado em pacientes
inferiores a 115fL. jovens e com doadores familiares compatíveis.
- A plaquetometria pode estar baixa ou muito baixa, na - Nos pacientes entre 20-40 anos, primeiro se faz uma
maioria das vezes <50mil/mm3 e algumas vezes terapia condicionante com globulina antitimócito e
<10mil/mm3. ciclofosfamida, com objetivo de aplasiar por completo a
- A contagem de leucócitos está reduzida, variando de medula.
150/mm3 a 1500/mm3. - Com a medula já despovoada, são postas as células
- O diferencial da série branca revela predomínio de tronco que repovoarão.
linfócitos – queda expressiva de neutrófilos. - No pós transplante – ciclosporina + metotrexato
- O encontro de blastos indica leucemia aguda, e o (prevenção da doença enxerto vs hospedeiro).
encontro de granulócitos jovens e eritroblastos indica
uma anemia por ocupação medular. Terapia Imunossupressora
- O aspirado de medula geralmente é aquoso, - Pacientes que não são candidatos ao transplante.
revelando hipocelularidade com predomínio de 1. Globulina antitimócito (ATG) – via venosa,
linfócitos ou ausência de células nucleadas. infusão lenta. Existem dois tipos: cavalo
- A confirmação diagnóstica é feita pela biópsia de (40mg/kg/dia por 4 dias) e de coelho
medula óssea que irá revelar menos de 30% do espaço (3,5mg/kg/dia por 5 dias).
medular ocupado por células e o restante ocupado por 2. Ciclosporina – começar com 10mg/kg/dia, via
tecido adiposo. oral, ajustando para manter níveis séricos entre
- Podem ser encontradas algumas ilhas de 200-400ng/mL, tratamento de 6 meses.
hematopoiese entremeadas em áreas acelulares. - O ATG é um anticorpo que se liga à superfície dos
- As células predominantes são linfócitos e mastócitos. linfócitos T, levando à sua destruição, enquanto a
ciclosporina é um imunossupressor de linfócitos T.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO - Para diminuir os efeitos adversos de ATG, alguns
- O prognóstico da anemia aplásica sem o tratamento é médicos associam metilprednisona.
bastante sombrio.
- Cerca de 25% evoluem com uma forma agressiva e
fulminante, com uma sobrevida média de 4 meses.
Tutorial III Módulo XI Luana Martins
Luana Martins

Você também pode gostar