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CASO CLÍNICO

Indivíduo com 85 anos, que reside sozinho, numa casa com dois andares. Herdou a casa dos pais
e sempre viveu lá. Nunca casou, não tem filhos, nem família próxima. Recebe uma pensão social e
o complemento social para idosos. O aspeto da casa é pouco cuidado, estando muito suja e com
muito pó. Apresenta umas escadas ingremes, sem corrimão de apoio, no interior da habitação,
local onde já caiu por 3 vezes, razão pela qual montou um quarto no rés-do-chão, ficando o
primeiro andar apenas para arrumações. Quando avaliado o equilíbrio dinâmico e o estático (teste
de Tinetti) constatou-se ser um indivíduo com elevado risco de queda.

Apresenta ligeiro défice cognitivo, com alterações da memória que o impedem de tomar a
medicação a horas ou de cumprir determinados esquemas terapêuticos. É comum esquecer-se de
renovar a medicação a tempo, ficando por vezes semanas sem tomar alguns medicamentos.
Apesar disso, tem 12 medicamentos prescritos por 5 médicos diferentes.

Tem uma úlcera no maléolo direito que lhe causa muita dor, principalmente quando eleva os
membros inferiores. Refere que coloca três pares de meias nos pés porque normalmente estão
sempre gelados. Está a fazer tratamento da úlcera numa clínica perto de casa. Está inscrito numa
Unidade de Saúde Familiar que utiliza para obter receitas, no entanto, diz que não conhece o seu
enfermeiro de família. Quando tem algum problema de saúde normalmente recorre ao hospital.

Nos últimos 6 meses tem vindo a perder peso. Segundo refere, a sua prótese dentária encravou e
não a consegue remover. Para além disso não consegue mastigar adequadamente alimentos duros
porque sente dor. Não recorre ao dentista porque não pode pagar e desconhece a existência dos
cheques dentista. É o centro de dia que lhe fornece a dieta e estes não estão despertos para o
problema. Avaliado o IMC – 17,2

Apresenta períodos ocasionais de incontinência. Segundo refere as perdas de urina surgem


quando faz algum esforço ou espirra, algo que não o deixa sossegado e por isso tem evitado ir
para o centro de dia jogar às cartas com os amigos. Como opção, tem-se mantido em casa, a
maior parte do tempo metido na cama.

Refere que tem muita dificuldade em dormir “uma noite sossegada” e que as noites custam muito a
passar. Segundo informações de um vizinho, há 4 dias o indivíduo esteve muito desorientado de
madrugada, tendo batido à sua porta, às 4:30h da manhã, referindo não saber onde estava, nem
como deveria fazer para regressar a casa.

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