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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA

COMARCA DE SALVADOR DO ESTADO DA BAHIA

MARIETA BISPO DE ASSIS SILVA, já qualificada nos autos, vem, mui respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado regularmente constituído,
apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO ofertada pela requerida, pelas razões de fato e de
direito a seguir expostas.

1. DO BREVE RELATÓRIO PROCESSUAL

A Autora ingressou, em 08.04.2022, com ação de indenização por danos morais e


materiais em face da Empresa Ré, após a suspensão indevida do serviço de fornecimento
de energia elétrica, o que ocorreu em 23.11.2021.

A Empresa Ré, quando procurada pela Autora, justificou a suspensão do serviço


com constatação de suposto furto de energia por meio de média de consumo. A Autora, por
seu turno, informou que ficou afastada da sua residência durante alguns meses devido à
necessidade de cuidados após acidente de trânsito, conforme laudo médico anexado e
relato de testemunhas que a mesma encontrava-se na casa de familiares neste período.

De todo modo, a Empresa aplicou multa de mil reais, dividida em dez parcelas, que
vêm sendo regularmente pagas pela Autora.

Em sede de contestação, a Empresa Ré negou a prática de ilícitos tanto no que se


refere à inspeção realizada quanto às cobranças perpetradas.

Preliminarmente, alegou incompetência dos Juizados Especiais devido à


complexidade da causa e possibilidade de requerimento de produção de prova pericial.

Já no mérito, alegou a licitude dos procedimentos de inspeção técnica e constatação


de irregularidade na unidade consumidora. Ademais, alegou a legalidade dos
procedimentos adotados, inexistência de nexo de causalidade entre a conduta da Ré e os
danos alegados pela Autora e ausência de comprovação do abalo moral.

Em que pese o esforço empreendido pela defesa da Ré, as suas pretensões devem
ser julgadas totalmente improcedentes, conforme restará comprovado a seguir.
2. DAS PRELIMINARES

2.1. DA SUPOSTA INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Arguiu a Requerida, preliminar de incompetência do juízo afirmando necessidade de


realização de perícia, requerendo a extinção do feito sem resolução do mérito, o que não
merece acolhimento.

Excelência, a Requerida em sua contestação na página 03 discorre que “Ora Exa.,


evidente que se havia IRREGULARIDADE, deixando de registrar corretamente a energia
elétrica consumida, ao regularizar a medição, a consequência lógica seria a cobrança da
energia consumida e não paga”. Desta forma, entende-se , que a produção de prova pericial
perdeu seu objeto, haja vista, que a própria Requerida alega que regularizou o medidor
supostamente irregular. Assim, não condiz a culpabilidade da autora, conforme a parte Ré
afirma.

Ademais, deveria ela, a Ré, no dia em que constatou a irregularidade, ter retirado o
medidor para perícia e ter realizado um robusto estudo técnico, com o intuito de garantir a
ampla defesa e o contraditório à consumidora, autora, entretanto, assim não o fez. Portanto,
tal pleito da Requerida perdeu seu objeto e não merece acolhimento.

Superada tal questão, passamos à análise dos autos.

Excelência, razão deve assistir à parte autora, isto porque a parte Ré não se
desincumbiu do ônus probatório que lhe incumbia, deixando, assim, de comprovar nos
autos a ausência da falha na prestação dos serviços e o cumprimento à Res. 414 da Aneel.

Diga-se isto, pois a Requerida, mesmo com todas as provas carreadas aos autos,
não adotou providências necessárias para fiel caracterização e apuração do consumo não
faturado, nem realizou robusto relatório de avaliação técnica descrevendo de forma
pormenorizada, a qual tinha obrigação de fazer, pois como aduzido em sua contestação:

“Os aparelhos de medição de energia são de propriedade exclusiva da


concessionária de serviço público”

“Evidente que apenas a concessionária pode manejar o sistema de


medição”

“irregularidade encontrada na unidade autônoma da parte Autora, ou seja,


defeito do medidor, cuja conseqüência lógica é a não medição correta da
energia elétrica real consumida, resultando em valores menores, a
Resolução 414/2010 da ANEEL dispôs em seu supracitado art. 116º”

Dessa forma, este Douto Juízo pode verificar que a obrigação de fazer da
concessionária de energia elétrica, com relação ao fornecimento de energia elétrica
adequada e regular ao consumidor, não foi cumprida.

3. DO MÉRITO

3.1. DA CLARA ILICITUDE DOS PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO TÉCNICA


ADOTADOS PELA RÉ

Ao alegar a licitude dos procedimentos adotados, a Empresa Ré traz a Resolução


Normativa nº 414 da ANEEL. O art. 129, § 2º, desta resolução professa que “Uma cópia do
TOI deve ser entregue ao consumidor ou àquele que acompanhar a inspeção, no ato da sua
emissão, mediante recibo.”. Nesse aspecto, a Empresa Ré afirma que esse procedimento
foi adotado, inclusive juntou cópia do Termo de Ocorrência de Irregularidade (TOI).

Ocorre que não consta assinatura da Autora no termo e a mesma, na petição inicial,
informou que descobriu acerca da interrupção do fornecimento quando voltou para casa,
após residir durante alguns meses na casa da sua filha, e não havia energia elétrica no
imóvel. Assim, descobriu as supostas razões da interrupção quando entrou em contato com
a Empresa por telefone e a sua justificativa foi ignorada quando compareceu à sede da
Empresa para tentar solucionar o desentendimento.

Aqui, relembra-se que a autora sofreu acidente de trânsito em 20.02.2021 e somente


retornou à sua residência em 23.11.2021, quando manteve contato via telefone com a Ré,
fato que pode ser comprovado pelas testemunhas arroladas na inicial. Não havia como, por
conseguinte, a Autora ter assinado TOI na inspeção realizada em 10.07.2021, como afirma
a Empresa Ré.

Sendo assim, a mera juntada de via do TOI que não contém assinatura da Autora
não é prova suficiente de que ela acompanhou a inspeção. Por isso, a inspeção foi
realizada de modo irregular pela Empresa, descumprindo o quanto exigido pela RN 414 da
ANEEL, uma vez que, ao analisar o processo administrativo que gerou o TOI, verificou-se
que foi originado de processo administrativo que correu sem o contraditório e a ampla
defesa, devendo ser declarado nulo.

Trata-se portanto, de penalidade imposta de forma indevida, conforme precedentes


sobre o tema:
LIGHT. LAVRATURA DE TERMO DE OCORRÊNCIA DE
IRREGULARIDADE (TOI). Sentença de parcial procedência para
declarar a nulidade do TOI lavrado pela ré, bem como determinar a
restituição à parte autora, de forma simples, dos valores
eventualmente pagos pelo referido TOI. Recurso exclusivo da parte
autora. Consumidora que faz jus à devolução dos valores
indevidamente pagos na forma simples, ante a ausência de
comprovação de má fé. A lavratura de TOI, por si só, não tem o
condão de acarretar danos morais e não se verifica no caso concreto
qualquer desdobramento do fato a fundamentar a pretensão de
indenização. Dano moral não configurado. Mero aborrecimento.
Súmula 75 do TJRJ. Sentença mantida tal como lançada.
DESPROVIMENTO DO RECURSO.(TJ-RJ - APL:
01031224120118190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 9 VARA
CIVEL, Relator: SÔNIA DE FÁTIMA DIAS, Data de Julgamento:
11/10/2017, VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
CONSUMIDOR, Data de Publicação: 19/10/2017, #56195054)

Apelação Cível. Relação de Consumo. Lavratura de Termo de


Ocorrência de Irregularidade (TOI). Sentença de procedência.
Irresignação da parte ré. 1. Conhecimento apenas da matéria
relativa à lavratura do TOI e da cobrança a título de recuperação de
consumo. Ausência de impugnação específica com relação ao dano
moral. Pedido genérico de reforma total da sentença. Violação ao
princípio da dialeticidade. 2. Responsabilidade objetiva da
prestadora do serviço. Artigo 14, § 3º da Lei 8.078/90. Incumbe à
concessionária o ônus de comprovar a regularidade do TOI. 3.
Aplicação do enunciado nº 256 da súmula do TJRJ. Termo de
ocorrência de irregularidade que não ostenta o atributo da presunção
de legitimidade, ainda que subscrito pelo usuário. 4. Laudo pericial
conclusivo, no sentido de que o procedimento adotado pela empresa
ré não atendeu ao art. 72 da resolução nº 456/2000 da ANEEL,
vigente à época da lavratura do TOI. Autor que solicitou a troca do
relógio medidor após comprar o imóvel. Demandante não pode ser
responsabilizado por eventuais danos do aparelho de medição,
causados por terceiros. Falha na prestação do serviço. 5. Cobrança
indevida de valores a título de recuperação de consumo. Devolução
em dobro dos valores pagos pelo autor, relativos às cobranças
indevidas decorrentes da lavratura do TOI. 6. Manutenção da
sentença. 7. NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO.(TJ-RJ - APL:
00098406920098190210 RIO DE JANEIRO LEOPOLDINA
REGIONAL 4 VARA CIVEL, Relator: SÉRGIO SEABRA VARELLA,
Data de Julgamento: 30/08/2017, VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA
CÍVEL CONSUMIDOR, Data de Publicação: 31/08/2017,
#06195054)
CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ENERGIA ELÉTRICA. TOI.
INEXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADES. Ação de obrigação de
fazer cumulada com indenizatória porque a Ré lavrou Termo de
Ocorrência de Irregularidade e cobra pelo consumo de energia
elétrica recuperado. O Termo de Ocorrência de Irregularidade é
insuficiente a provar o alegado vício no relógio medidor de energia
elétrica porque produzido de forma unilateral, sem o crivo do
contraditório. Apesar de a prova documental evidenciar haver
problemas no medidor, a prova pericial confirma a inocorrência de
consumo não registrado. O faturamento correspondente ao consumo
razoável impede a cobrança do crédito pela recuperação e impõe a
devolução em dobro dos valores pagos indevidamente, de vez que
caracterizada a má-fé da prestadora de serviço. Incremento da verba
honorária na forma do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil.
Recurso desprovido. (TJ-RJ - APL: 00232911220098190001 RIO DE
JANEIRO CAPITAL 31 VARA CIVEL, Relator: HENRIQUE CARLOS
DE ANDRADE FIGUEIRA, Data de Julgamento: 11/04/2017,
QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 17/04/2017,
#76195054)

3.2. DA RESOLUÇÃO Nº 414 DA ANEEL E DA SUPOSTA LEGALIDADE DOS


PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELA EMPRESA RÉ

Segundo CAPÍTULO XV, Seção I da Resolução, toda distribuidora deve dispor de


uma estrutura de atendimento adequada às necessidades de seu mercado acessível a
todos os consumidores da sua área de concessão e que possibilite a apresentação das
solicitações e reclamações, assim como o pagamento da fatura de energia elétrica.
Contudo, em momento algum, a parte autora apresentou solicitação ou reclamação em
relação à energia, pois no período da LIDE em questão, encontrava-se na casa de seus
familiares. Além disso, todas as faturas de energia elétrica foram pagas pela consumidora.

O atendimento tem por finalidade proporcionar ao usuário acesso a todas as


informações, serviços e outras disposições relacionadas ao atendimento e deve se dedicar
exclusivamente às questões relativas à prestação do serviço público de distribuição de
energia elétrica. Entretanto, em momento algum a Ré entrou em contato com a
consumidora, negando-lhe assim, o direito à informação (princípio da informação), conforme
artigos 4°, inciso IV e artigo 6, inciso III do Código de Defesa do Consumidor. Além de uma
adequada e eficaz prestação de serviço público.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o


atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos,
a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia
das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos


seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,


com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Observa-se que, as unidades de atendimento presencial devem dispor de exemplar


da resolução que estabelece as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica e
tabela com valores de serviços e as tarifas de energia em vigor, com citação das
respectivas resoluções homologatórias da ANEEL, além de dos números telefônicos para
contato e teleatendimento da distribuidora e, quando houver, da ouvidoria da distribuidora e
da agência reguladora estadual conveniada, além do número da central de teleatendimento
da ANEEL, conforme artigo 181 da Resolução n.° 414 da ANEEL de 29 de novembro de
2010.

O que podemos constatar, excelência, foi que a autora foi pega de surpresa pela
suspensão do fornecimento de energia elétrica de sua residência. De forma inegociável, a
parte Ré, condicionou o restabelecimento do fornecimento ao pagamento de uma multa de
R$ 1.000,00 (hum mil reais) parcelada em dez vezes, a ser inserta na conta mensal a partir
daquela data, após o pagamento da primeira parcela (o que foi feito), não apresentando
qualquer mecanismo para apresentação de justificação.

A Distribuidora de energia elétrica não agiu com boa-fé, conforme o artigo 4, inciso
III do CDC. Pois, ao comprovar uma irregularidade na medição do consumo de energia
elétrica, deverá informar ao consumidor sobre a ocorrência desse fato e sobre os critérios
da cobrança do consumo devido.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de
consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a
necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo
a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art.
170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e
equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores

Na ocorrência de indício, cabe à Distribuidora compor um conjunto de evidências


para a caracterização de eventual irregularidade, por meio das seguintes medidas: a) emitir
o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, em formulário próprio, elaborado conforme Anexo
V da Resolução nº 410; b) solicitar perícia técnica, a seu critério, ou quando requerida pelo
consumidor ou por seu representante legal; c) – elaborar relatório de avaliação técnica,
quando constatada a violação do medidor ou demais equipamentos de medição; d) efetuar
a avaliação do histórico de consumo e grandezas elétricas; e e) implementar, quando julgar
necessário, os seguintes procedimentos: i) medição fiscalizadora, com registros de
fornecimento em memória de massa de, no mínimo, 15 (quinze) dias consecutivos; e ii)
recursos visuais, tais como fotografias e vídeos, conforme artigo 129, parágrafo 1°
Resolução n.° 414 da ANEEL de 29 de novembro de 2010.

Com relação a suspensão da energia elétrica, existem dois motivos que podem levar
a tal prática pela empresa Ré. Suspensão do fornecimento no caso de inadimplência e
suspensão do fornecimento no caso de se verificar deficiências técnicas ou de segurança
na unidade consumidora, casos em que a notificação deve ser feita com três dias de
antecedência. No caso em concreto, a Autora em momento algum ficou inadimplente, pois
todas as contas de energia foram pagas, conforme comprovantes de pagamento em anexo
e com relação a deficiência técnica ou de segurança, a mesma não recebeu notificação.

3.3. DA PRÁTICA DE ATO ILÍCITO PELA RÉ - EXISTÊNCIA DE NEXO DE


CAUSALIDADE ENTRE A CONDUTA DA RÉ E OS DANOS ALEGADOS
PELA PARTE AUTORA - ABALO MORAL

A Ré utiliza o frágil argumento de que não houve dano para se eximir da sua
responsabilidade de reparação. No entanto, sabe-se que a garantia da reparabilidade
do dano moral é absolutamente pacífica, tanto na doutrina quanto na jurisprudência,
tamanha é sua importância, que ganhou texto na Carta Magna, no rol do artigo 5º,
incisos V e X, dos direitos e garantias fundamentais.

Conforme o caso descrito nos autos, é forçoso concluir que a suspensão do fornecimento
de energia elétrica provocou danos morais à autora. Isso porque com a suspensão repentina da
energia, sem que Ihe fosse informado, a demandante foi pega de surpresa e não pôde se
preparar para essa situação, muito menos se defender.

Assim, resta a evidente a falha na prestação de serviço pela Ré, impondo a autora uma
situação extremamente difícil, já que só soube da situação quando ligou para a empresa Ré
tentando resolver o problema que até então ela acreditava ser técnico e teve que aceitar a
ausência de energia em sua casa, diminuindo sua capacidade de viver dignamente.

Em caso de suspensão irregular do serviço a Concessionária de distribuição deverá


ser responsabilizada por danos morais:

EMENTA

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - EMPRESA


CONCESSIONÁRIA DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA -
APURAÇÃO DE FRAUDE NO CONSUMO, COM EFETIVO CORTE DO
FORNECIMENTO - CONSUMIDOR QUE DISCORDA DO
PROCEDIMENTO ADOTADO - POSSIBILIDADE DE EFETIVO
CONTROLE JUDICIAL DA LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO, NOS TERMOS DA LEI DAS CONCESSÕES E DO
REGULAMENTO BAIXADO PELA ANEEL - NECESSIDADE DE
OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, PARA A APURAÇÃO
DA DÍVIDA, COM EFETIVO DIREITO DE DEFESA - TERMO DE
OCORRÊNCIA DE IRREGULARIDADE FIRMADO DE MODO
UNILATERAL PELA RÉ E, IMPUGNADO, NÃO CONSTITUI PROVA
SUFICIENTE DA OCORRÊNCIA DE FRAUDE NO MEDIDOR -
INEXIGIBILIDADE DOS DÉBITOS APURADOS POR SUPOSTA FRAUDE
NÃO DEMONSTRADA EM JUÍZO - IMPOSSIBILIDADE DE CORTE NO
FORNECIMENTO EM RAZÃO DE DÉBITOS INEXIGÍVEIS - DANO MORAL
RESULTANTE DO CORTE INDEVIDO, PELO ABALO CAUSADO AO
CONCEITO DA AUTORA PERANTE SUA CLIENTELA - AÇÃO
PROCEDENTE SUCUMBÊNCIA DA RÉ. - Recurso provido.

TJSP – APC 9092794-43.2007.8.26.0000 – Relator: Edgard Rosa - Órgão


julgador: 30ª Câmara de Direito Privado. Órgão julgador: 30ª Câmara de
Direito Privado. Data de registro: 28/10/2010

Por todo o exposto, requer seja arbitrado os valores de indenização conforme


inicial, haja vista estar em patamar razoável, conforme o potencial econômico da
Empresa ré, bem como da lesividade da sua conduta. Além do caráter pedagógico,
pois tal valor deverá ser suficiente para inibir a prática de novas condutas da mesma
espécie, conforme orienta a melhor doutrina e reconhece a dominante
jurisprudência.

4. CONCLUSÃO

Por todo o exposto requer se digne Vossa Excelência em receber a presente impugnação, a
fim de dar pela procedência da ação, com a condenação da Ré, em todos os pedidos
contidos na exordial.
Nesses Termos, Pede Deferimento.

Salvador, 03 de Maio de 2022.

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