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FUNÇÕES

FUNÇÕES EXECUTIVAS

As FUNÇÕES EXECUTIVAS (FEs) estão entre os processos


cerebrais mais complexos e são definidas como um
conjunto de capacidades do indivíduo de se organizar,
planejar e se adaptar ante as dificuldades para obter
o que deseja.

FUNÇÕES EXECUTIVAS

Envolve o estabelecimento de metas e o uso de


recursos e estratégias para alcançar o objetivo
desejado.

Segundo Malloy-Diniz e cols (2012) as FEs


encontram-se comprometidas na maioria dos transtornos
psiquiátricos.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
As funções executivas correspondem a um conjunto
de habilidades que, de forma integrada, permitem ao
indivíduo direcionar comportamentos a metas,
avaliar a eficiência e a adequação desses
comportamentos, abandonar estratégias ineficazes
em prol de outras mais eficientes e, desse modo,
resolver problemas imediatos, de médio e de longo
prazo.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

Diversos estudos já comprovaram que o centro das FEs


está no córtex pré-frontal.

Devido a sua localização, observa-se que sua


comunicação com outras áreas cerebrais acaba por
influenciar diversos outros sistemas, como o sistema
límbico, o hipotálamo, o corpo caloso, e o
sistemareticular.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

Há uma divisão (proposta por Bradsshaw (2001)) de


cinco circuitos frontais subcorticais paralelos, sendo:

Dorsolateral é responsável por influenciar a


ORGANIZAÇÃO e o PLANEJAMENTO de
estratégias, a ALTERNÂNCIA e a manutenção do
alerta e a MEMÓRIA DE TRABALHO.
Lateral orbitofrontal e o Cíngulo anterior estariam
correlacionados às FEs.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

Noel, Brevers e Bechara (2013) apontaram que a tomada


de decisão também tem correlatos neuroanatômicos que
interagem e que, se faz uso de substâncias, o indivíduo
pode apresentar uma DISFUNÇÃO nas seguintes áreas:
amígdala, córtex pré-frontal e ínsula, o que o levará a
tomar decisões piores, podendo contribuir ao se pensar
em um perfil de aditos.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

As funções executivas desenvolvem-se com intensidade


entre 6 e 8 anos de idade, e esse desenvolvimento
continua até o final da adolescência e início da idade
adulta.

O desenvolvimento inicial das funções executivas é


de crucial importância para a adaptação social,
ocupacional e mesmo para a saúde mental em
etapas posteriores da vida.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

Após sua maturação ao final da adolescência, as funções


executivas passam por um período de relativa
estabilidade durante a idade adulta, tendendo a
diminuir a eficiência de forma natural ao longo do
processo de envelhecimento.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Uma vez que as funções executivas são complexas e
apresentam vários subdomínios, sua avaliação
neuropsicológica envolve vários procedimentos, os quais
podem estar agrupados em baterias formais
especificamente desenvolvidas para medi-las ou em
baterias flexíveis nas quais os instrumentos são
agrupados a partir de critérios definidos pelo
examinador.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

A avaliação neuropsicológica das funções executivas


envolve a aplicação de diversos testes e escalas, os quais
fornecem informações sobre diferentes componentes
desse grupo de processos cognitivos.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
FUNÇÕES EXECUTIVAS -
Planejamento

O planejamento consiste na capacidade de a partir de


um objetivo definido, estabelecer a melhor maneira de
alcançá-lo, levando em consideração a hierarquização
de passos e a utilização de nstrumentos necessários
para a conquista da meta.
FUNÇÕES EXECUTIVAS -
Planejamento

È a capacidade do indivíduo de a partir de um ponto


inicial, traçar um objetivo, definir as melhores formas
de alcançá-lo, organizar os passos necessários para esse
fim, implementar o comportamento, analisar sua
eficácia e, caso necessário, mudar sua execução.
Apresenta dois componentes.
FUNÇÕES EXECUTIVAS -
Planejamento

Apresenta dois componentes.


O primeiro é um mecanismo de pré-planejamento,
que envolve a capacidade do indivíduo de analisar
determinado problema ou uma meta
comportamental e dividi-lo em seus componentes
mais básicos, para organizar os passos necessários
para a sua realização.
FUNÇÕES EXECUTIVAS -
Planejamento

O segundo componente envolve um planejamento “on


line” relacionando ao monitoramento das ações e à
identificação de erros.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Controle inibitório

O controle inibitório consiste na capacidade de inibir


respostas prepotentes (para as quais o indivíduo
apresenta uma forte tendência) ou reações a estímulos
distratores que interrompam o curso eficaz de uma
ação, bem como interromper respostas que estejam em
curso (Barkley, 2001).
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Controle inibitório

Envolve processos de controle do comportamento, da


atenção e dos pensamentos/emoções.
É a função que permite a inibição de
comportamentos ou rotinas automáticas e a
implementação de rotinas controladas ou
“conscientes”.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Controle inibitório

Apresenta dois componentes gerais:


O CONTROLE DE INTERFERÊNCIA apresenta
duas subdivisões:

1. O Controle da atenção(envolve aspectos como a


atenção focada e a atenção seletiva).
2. A Inibição cognitiva
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Controle inibitório

2. A Inibição cognitiva (relacionada a capacidade de


inibir e selecionar pensamentos e memórias
específicas).

Em conjunto esses dois subdomínios do controle de


interferência se associam ao outro componente do
controle inibitório, a

INIBIÇÃO DE RESPOSTAS, que permite de fato o


controle da ação do indivíduo sobre o ambiente.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Controle inibitório

Dificuldades relacionadas ao controle inibitório são


geralmente associadas à impulsividade.

Vários testes foram desenvolvidos para avaliar esse


efeito, como, por exemplo, o teste Stroop de cores e
palavras.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Tomadas de decisão

A tomada de decisão é um processo que envolve


a escolha de uma entre várias alternativas em
situações que incluam algum nível de incerteza
(risco).
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Tomadas de decisão

Nesse processo, o sujeito deve analisar as alternativas


considerando diversos elementos, como análise
custo/benefício (considerado as repercussões da decisão
em curto, médio e longo prazo), aspectos sociais e morais
(repercussão da decisão para si e para outras pessoas) e
autoconsciência (possibilidades pessoais para arcar com
a escolha).
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Tomadas de decisão

Durante o processo de tomada de decisão, outros


processos cognitivos são envolvidos, como memória
de trabalho, flexibilidade cognitiva, controle inibitório e
planejamento.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Flexibilidade cognitiva

A flexibilidade cognitiva implica a capacidade de


mudar (alternar) o comportamento ante as
contingências ambientais e mudar de “perspectiva",

tanto espacial (pensando em objetos


ou imagens em outras posições) quanto intersubjetividade
(se colocando no lugar do outro ao analisar as
informações).
Está relacionado ao pensamento criativo, que
envolve mudança e análise de informação sob uma
ótica incomum ou atípica (criatividade);
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Flexibilidade cognitiva

A Flexibilidade cognitiva se associa ainda


À TEORIA DA MENTE e a Cognição social
(inferir estados mentais, adotar a perspectiva do outro,
prever reações comportamentais e emocionais e
compreender regras de conduta social).
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Memória operacional

A memória operacional é um sistema temporário de


armazenamento de informações que permite a
monitoração e o manejo desses dados.
Envolve processos relacionados a manutenção,
sequenciamento e manipulação de informações
mentais.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Memória operacional
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Memória operacional

Esse componente das funções executivas é responsável por


manter ativado um delimitado volume de informações
durante um determinado período de tempo, fornecendo,
inclusive, base para outros processos cognitivos.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Categorização

A categorização pode ser considerada um processo pelo


qual agrupamos elementos que compartilham
determinadas propriedades (p. ex., banana e maçã
categorizadas como frutas).
Essa habilidade está relacionada a formação de
conceitos, raciocínio dedutivo, indutivo e abstração.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Categorização

Entre as provas relacionadas a categorização e formação


de conceitos, podemos incluir algumas das já discutidas
(p. ex., fluência verbal semântica, WCST) e outras que
compõem testes de inteligência, como as provas de
semelhança e alguns itens do teste de compreensão das
escalas Wechsler de inteligência.
FUNÇÕES EXECUTIVAS - Fluência

A fluência consiste na capacidade de emitir


comportamentos (verbais e/ou não verbais) em sequência,
obedecendo a regras preestabelecidas, sejam estas
explícitas ou implícitas.

A avaliação da fluência envolve provas verbais e


não verbais. Entre os testes de fluência verbal,
existem os que avaliam o componente semântico e
os que avaliam o componente fonológico.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
FUNÇÕES EXECUTIVAS

Os déficits nas funções executivas têm sido referidos com


o termo “síndrome disexecutiva” e geralmente ocorrem
como consequência de um comprometimento envolvendo
o córtex pré-frontal ou os circuitos a ele relacionados.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Pacientes com a SÍNDROME DISEXECUTIVA
costumam apresentar dificuldades no processo de
tomada de decisão traçando metas irrealistas e sem
prever as consequências de suas atitudes em longo prazo,
passam a tentar solucionar seus problemas pelo método
de tentativa e erro, apresentam dificuldades em
controlar os impulsos e tornam-se distraídos e insensíveis
às consequências de seus comportamentos.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
As alterações do humor são frequentes e podem se
traduzir por quadros de apatia, sintomas depressivos,
euforia e afeto descontextualizado.

A síndrome disexecutiva não abriga,


necessariamente, todos esses sintomas ao mesmo
tempo, sendo que sua apresentação clínica
depende de quais circuitos pré-frontais foram
danificados.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Dada a importância das funções executivas para a
sociedade como um todo, investimentos em políticas
públicas que incentivem o desenvolvimento das
funções executivas na infância são de crucial
importância para a prevenção não apenas de
transtornos do desenvolvimento, mas também de suas
consequências e prejuízos.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

Além disso, investir no desenvolvimento das funções


executivas por meio de políticas públicas adequadas em
saúde e educação pode ser uma importante forma de
prevenir questões relacionadas a violência e outros tipos
de comportamento de risco.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Compreender o funcionamento desse grupo de funções
altamente especializadas é de crucial importância para o
desenvolvimento de estratégias de avaliação, estimulação,
habilitação e reabilitação.

Tais intervenções poderão ser destinadas tanto a


casos de déficits do funcionamento anormal do
sistema nervoso como à estimulação em populações
não clínicas.
•Referência

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