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Gabriella

Viana
ADVOGADA

GABRIELLAVIANA.ADV@GMAIL.COM

AO JUIZADO ESPECIAL DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE AÇUCENA –


MINAS GERAIS.

Processo nº 5001643-50.2023.8.13.0005.

LUCIANA BARBOSA ASSIS ARAUJO, já qualificada nos autos, por sua


procuradora infra-assinada, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, apresentar IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO, pelas razões
expostas a seguir:

I – TEMPESTIVIDADE
Inicialmente, é importante pontuar que o prazo para Impugnação foi concedido
em audiência, na data de 05/09/2023.
A presente impugnação há de ser considerada tempestiva, na medida que foi
apresentada dentro do prazo legal de 15 dias uteis.
Ressalta-se que no mês de setembro/2023 tivemos 01 feriado nacional no dia
07/09/2023, no dia 08/09/2023 o expediente forense foi suspenso e no dia
15/09/2023 tivemos 01 feriado municipal, conforme print do calendário abaixo.
Portanto, a presente impugnação é plenamente tempestiva.

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II – RESUMO DAS ALEGAÇÕES

O Contestante, em síntese, alega que o esforço argumentativo da Requerente


não merece prosperar, tendo em vista que a compra foi efetivamente entregue
em 15/12/2022.
Aduz ainda que reconhece o atraso na entrega, que ocorreu em razão de um
volume inesperado de vendas e que não há qualquer solicitação de troca ou
devolução dos produtos por meio dos canais de comunicação oficiais da
Contestante.
É o breve relato.

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III – IMPUGNAÇÃO DO MÉRITO


Da restituição dos valores pagos

O contestante tenta a todo tempo desvencilhar-se do dever indenizatório objeto


da lide.
Aduz que não merece prosperar o pedido de restituição dos valores pagos, tendo
em vista que a compra foi efetivamente entregue.
Ocorre que a autora comprou peças com a finalidade de utiliza-las durante a copa
do mundo e, em virtude no atraso da entrega não pode utiliza-las para a finalidade
devida.
Ademais, a autora não pode ter seu direito prejudicado por falta de organização
logística da Contestante, que justifica o atraso em razão de um volume
inesperado de vendas.
Ainda, a autora tentou por diversas vezes contato com a Contestante, conforme
documentação em anexo, e não obteve êxito.
Neste sentido é a Teoria do Risco-Proveito, vejamos:
“Todo aquele que fornece produto ou serviço no mercado de consumo auferindo
lucro (proveito) responde por eventuais danos, independentemente da
comprovação de dolo ou culpa (risco da atividade).”
Desta forma, fica evidenciado o dever da Contestante em reaver o valor pago.

Do dever de indenizar
Aduz a Contestante que o pedido de indenização por danos morais não merece
prosperar, tendo em vista que a Contestada não trouxe aos autos nenhum fato
ou mesmo comprovação acerca da ocorrência de um suposto dano moral pela
falta de entrega dos produtos.
Data vênia, a Contestada ao tentar solucionar o problema ocasionado pelo atraso

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na entrega da compra foi vítima de um golpe, fato que restou-se comprovado nos
autos e que gerou, além do dano material, transtorno e abalo psicológico.
Ademais, o atraso na entrega dos produtos que seriam utilizados durante a copa
do mundo, que ficaram inutilizáveis, ocasionou angustia e aflição na autora.
Neste sentido já decidiu o TJMS:

E M E N T A – APELAÇÕES CÍVEIS EM AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS – COMPRA E VENDA DE PRODUTOS PELA
INTERNET – PRODUTO ENTREGUE FORA DO PRAZO PREVISTO –
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA EM CADEIA DE PARTÍCIPES NA
RELAÇÃO DE COMERCIAL – DANO MORAL CABIMENTO – APELOS
IMPROVIDOS
- A empresa que oferta produtos pela internet além de viabilizar o
fornecimento de mercadorias virtualmente, mediante a gestão de
pagamentos entre o consumidor e o site, aufere lucro com a
disponibilização de seus serviços, portanto, sua responsabilidade é
pautada na teoria do risco proveito (art. 927, CC), na qual todos aqueles
que se dediquem a uma atividade, ainda que esta se resuma a viabilizar
o pagamento por meio eletrônico, devem responsabilizar-se
efetivamente pelos danos causados, toda empresa que possui interesse
no negócio em discussão participa da cadeia de consumo, razão pela
qual tem legitimidade de parte para figurar no pólo passivo da demanda
- O atraso na entrega de mercadoria configura descaso das empresas
envolvidas na negociação comercial, restando evidente que gera uma
frustração e abalo ínitmo ao consumidor gerada pela não entrega do
vestido do aniversário de debutante de sua sobrinha dentro do prazo
combinado. Dano moral devido. Quantum arbitrado dentro dos limites
da razoabilidade e proporcionalidade - Apelos da autora e empresa
improvidos. Sentença mantida.

Dessa forma, o atraso na entrega da mercadoria por parte da Contestante

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configura descaso da mesma na negociação comercial, restando evidente que


gerou um abalo íntimo à autora, gerada pela não entrega do produto dentro do
prazo determinado, que ficou impossibilidade de utilizar suas roupas durante os
jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2022.

IV – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Seja impugnada a Contestação apresentada, requerendo, desde já, a


ratificação dos pedidos iniciais, sendo a ação julgada totalmente procedente;

Termos em que, pede e espera deferimento.

Belo Oriente/MG, 29 de setembro de 2023.

Gabriella Viana de Meireles


OAB/MG nº 215.041

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