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Gastroenterologia Esófago
Anatomia e fisiologia
• Sensores no EEI - 1 cm
• Problemas
• Esófago cervical + 1/3 do torácico (inclui EES) --> músculo estriado o Dificuldade no posicionamento da sonda no EEI
• 2/3 inferiores do esófago torácico e abdominal --> músculo liso o Grande espaçamento dos sensores
• EES - anatómico o Não permite a medição de todo o esófago de uma vez
• EEI - funcional o Exame mais prolongado
• Fase oral
• Fase faríngea e esofágica
Radiologia - contrastado
Fluoroscopia, deglutição de bário
• Processo dinâmico --> implica gravação sequencial e permite melhor
avaliação da função orofaríngea e motilidade esofágica
• Permite avaliar a morfologia do esófago - estenose, compressão
Ecoendoscopia e TC
Estadiamento da patologia esofágica maligna
Diagnóstico de doenças concomitantes ou primárias com afetação secundária
do esófago e TGI
B. Manometria esofágica de alta resolução
pHmetria • Sonda de perfusão ou estado sólido
Mede a exposição ácida da mucosa esofágica
Colocação de sonda de pH intraluminal
• Vários sensores de pressão (20-36) - ≤1 cm de intervalo nas regiões de
esfíncter e 1-2cm de intervalo nas regiões do corpo esofágico
Permite quantificar durante 24h o tempo de exposição do esófago ao ácido
• Registam a pressão esofágica sem lacunas dos dados ao longo do
comprimento de todo o esófago
Impedância esofágica
Mede a resistência da condutividade elétrica do esófago e seu conteúdo
• Líquido --> baixa impedância (baixa resistência) para alta condutividade
• Gasoso --> alta impedância (alta resistência) para baixa condutividade
Teste adjuvante à pHmetria --> útil para doentes que tomam IBP e refluxo biliar
pHmetria + impedância esofágica --> GS para DRGE --> com as duas técnicas
temos aumento da sensibilidade do diagnóstico do DRGE
Disfagia --> sensação de dificuldade do trânsito de alimentos desde a boca até ao estômago
Disfagia orofaríngea Disfagia esofágica
Dificuldade em iniciar a deglutição Sensação de impactamento alimentar no esófago
Localização cervical Localização média/ baixa
Associada a: tosse, regurgitação nasal, disfonia, disartria Associada a: regurgitação, dor torácica
Distúrbios funcionais como NRL, neurológicos ou metabólicos
• Sólidos e líquidos intermitente:
• Distúrbio primário da motilidade esofágica
• Distúrbio secundário da motilidade esofágica
• Sólidos/ progressiva --> obstrução mecânica
Disfagia esofágica:
• Distúrbios funcionais
o Alterações da motilidade
o Divertículos esofágicos
(alguns divertículos estão associados a alterações da motilidade --> divertículos
de pulsão)
• Obstrução mecânica
o Estenose péptica - DRGE, esófago de Barrett
o Ingestão de cáusticos
o Neoplasia
Pirose --> sensação de queimadura que parte do epigastro e se transmite ao
longo do esófago em direção à faringe, acompanhada por refluxos ácidos (pode
incluir mau gosto, gosto metálico, mau hálito, tosse ou asma)
PATOLOGIAS ESOFÁGICAS
(1) Alterações da motilidade esofágica (2) Divertículos esofágicos (3) Obstrução mecânica (4) DRGE (5) Esofagite eosinofílica
Alterações do relaxamento da UEG
• Acalásia • Divertículo de Zenker • Estenose péptica
• Obstrução do trato de saída da UEG • Divertículo de pulsão • Esófago de Barrett
Alterações da peristalse • Divertículo de tração • Ingestão de cáusticos
• Ausência de contratilidade • Neoplasia esofágica
• Espasmo distal do esófago
• Esófago hipercontrátil
• Motilidade esofágica ineficaz
Gastroenterologia Esófago
Normalmente os
doentes adaptam
os alimentos e só
procuram o
médico quando já
não se • Manometria esofágica (goldstandard) --> relaxamento incompleto do EEI, Alto risco cirúrgico
conseguem ausência de peristalse, pressão EEI normal ou aumentada (>26) o Bloqueadores dos canais de cálcio, nitratos
alimentar; daí a o Endoscópica --> toxina botulínica
perda de peso, Tipos de acalásia --> distinção faz-se por manometria esofágica
por ser • Tipo I: não existe peristalse de todo
progressiva,
possa não ser
• Tipo II: pressurização pan-esofágica (PEP)
Disfagia
Acalásia incompleta, Muitos resolvem espontaneamente - vigiar
intermitente ou
processo infiltrativo, BCC
contínua para
hérnica do hiato, Toxina botulínica
líquidos e sólidos,
cirurgia Dilatação
dor torácica
Diagnóstico:
• Em ambas as posições - decúbito e sentado
• Doente com sintomas - disfagia e/ou dor torácica
• Alterações noutros exames complementares - trânsito esofágico
Manometria: 100% de ondas com ausência de peristalse
(3) Ausência de contratilidade
Disfagia IBP
Regurgitação Esclerodermia Alteração do estilo de vida
Pirose Não existem fármacos que restaurem a peristalse
Gastroenterologia Esófago
Manometria
• >70% de ondas fracas (DCI < 450 mmHg) e/ou com lacunas >5cm
• ≥50% falhadas (DCI < 100 mmHg)
(6) Motilidade esofágica ineficaz
Divertículos esofágicos
Divertículos --> resultam de distúrbios motores do corpo esofágico ou
anormalidades do EES ou EEI
<5% de todos os casos de disfagia
• Falsos (só mucosa e submucosa) --> manifestação de disfunção da
motilidade esofágica, resultam de um aumento da pressão no lúmen
esofágico
o De pulsão
• Verdadeiros (todas as camadas do esófago) --> processo inflamatório
peri-esofágico que traciona a parede do esófago (processos externos
que ao cictrizarem "puxam" o esófago)
o De tração
Tratamento
• Cirurgia antirrefluxo --> quando há displasia
o Os IBP não garantem eliminação do refluxo ácido
o IBP não eliminam o refluxo biliar
o Regressão da metaplasia de 15-50% no EB curto
• IBP --> quando há bom controlo de sintomas e apenas metaplasia (não
displasia), já que a regressão desta com cirurgia não é assim tão grande
Seguimento
• Metaplasia (Barrett) --> seguimento anual
• Sem displasia --> passa de anual para 2-3 anos
Diagnóstico
• EDA nas primeiras 24h para observar a zona proximal da lesão (após 48h
o risco de perfuração aumenta)
• Trânsito contrastado no 1º mês se estenose e sua extensão
+ usada Fase aguda Fase crónica
Na 1ª hora tentar neutralizar a 3 semanas/ 3M/ 6M - trânsito
Tratamento substância contrastado
• Modificação do estilo de vida • Ácidos - leite, antiácidos EDA mostra o grau de reepitelização
• Controlo da secreção ácida --> inibidores H2, IBP, pró-cinéticos • Alcalinos - vinagre, ácido
Quando estenoses - dilatações com
Bougie, independentemente dos
• Cirurgia antirrefluxo: restaurar competência do EEI ---> indicada nítrico
sintomas
quando: Queimaduras de 2º e 3º grau -->
Órgãos com lesões evidentes -->
o Falência do tratamento médico (quando dose terapêutica 2x/dia) fluidoterapia, NPO (dieta ula)
resseção: esofagostomia, gastrectomia
o Preferência do doente UCI, ATB ev, IBP, intubação
1000x risco de neoplasia (+ esófago)
fibroscópica
o DRGE complicada - esófago de Barrett Colocação precoce de stent
o Manifestações extraesofágicas da DRGE
• Fundoplicatura de Nissen (360º): criação de um esfíncter usando o
fundo gástrico
o Aumento da pressão no EEI em repouso e extensão do mesmo
o Diminui o número de relaxamento transiente do EEI
o Aumenta a qualidade da peristalse do esófago --> remove-se o
agressor do conteúdo gástrico com melhoria do clearence
Gastroenterologia Esófago
(4) Neoplasia esofágica
8ª neoplasia + frequente no mundo
Agressiva --> incidência anual ~ nº de mortes/ano
O esófago de Barrett é a única doença que comprovadamente precede o cancro
do esófago
Clínica
Estadios iniciais --> frequentemente assintomático, disfagia, desconforto
retroesternal
Estadios avançados
• Perda de peso, dispepsia, anemia (HDA)
• Disfagia progressiva de sólidos e líquidos com possível odinofagia
• Dor torácica ou nas costas/ retroesternal
• Adenopatia cervical e supraclaviculares (sinal de metástases)
• Rouquidão e/ou tosse persistente
• Síndrome de Horner
• Hematemeses, melenas
Classificação
2 formas + frequentes --> epidermoide (=escamoso) e adenocarcinoma (++)
Epidermoide Adenocarcinoma
20% no 1/3 superior Pode invadir o estômago (se na JEG) T4a --> invadem estruturas ressecáveis, como a pleura
50% no esófago médio Aspeto macroscópico varia: lesão T4b --> são irressecáveis por invadirem estruturas como a aorta
30% no esófago distal plana até formações exofíticas
Raramente invadem estômago, Ulcerar - risco de perfuração Curativo
poupam JEG Doença localmente invasiva que não invadiu as estruturas circundantes
Metaplasia de alto grau na síndrome de Barrett
Sintomas mais tardios: massa fungoide, exofítica, circunferencial e
transmural • Quimioterapia neoadjuvante --> como tratamento definitivo em
Invasão dos linfáticos da submucosa - metastização à distância (linfáticos pacientes com resposta completa comprovada (por exemplo, durante
que drenam diretamente para a circulação sanguínea através do ducto endoscopia)
torácico • Resseção cirúrgica
Diagnóstico e estadiamento o Endoscópica da submucosa --> remoção de lesões epiteliais
superficiais
• Exame objetivo: caquexia, perda de peso, adenopatias cervicais e
supraclaviculares o Esofagectomia subtotal ou total com procedimento de pull-
through gástrico ou interposição colónica
• EDA --> visualização direta do tumor (T), localização do tumor e da Cirurgia --> sem comorbilidades, <65 anos, boa reserva funcional
junção, biópsia
• Ecoendoscopia --> + sensível na avaliação da invasão do tumor e dos Paliativo
gânglios (T e N) Pacientes com doença avançada (maioria)
• TC toraco-abdominal --> relação com estruturas adjacentes, identifica • Quimiorradiação
metástases pulmonares/ hepáticas (M)
• Colocação de stent
• PET (nem sempre se faz) --> estadiamento e prognóstico • Terapia a laser endoscópica
• Broncoscopia --> tumores dos 1/3 médio e superior (invasão da árvore
traqueobrônquica - afeta + brônquio esquerdo) Estadio I: in situ/ alta displasia/ tumores limitados à mucosa (detetados
normalmente em contexto de EB)
• Candidatos a resseção endoscópica
• Reservado para lesões < 2 cm e que não ultrapassam a muscular mucosa
Estadio II-III
• Adenocarcinomas localmente avançados: quimiorradioterapia
adjuvante (+)/ neoadjuvante + reestadiamento com cirurgia
• Epidermoide: quimiorradioterapia definitivas (+ esófago cervical e
médio)
Estadio IV
• Quimioterapia paliativa
• Cirurgia para casos como hemorragia ou perfuração
• Próteses para estenosantes, considerar radioterapia para controlo de
hemorragias
Técnicas cirúrgicas
Proximais - esofagectomia total --> dificuldade para obter margens negativas -
mínimo estabelecido é 5 cm
• Esofagectomia transhiatal
Tumores com 5cm da JEG (distal e proximal) --> consideradas doenças • Esofagectomia de McKeown - abordagem via abdominal, torácica e
cervical
esofágicas, mas dentro destas, os que têm entre 3-5 de epicentro são tratados
Distais - esofagectomia subtotal
como se fossem adenocarcinomas gástricos
• Ivor-Lewis
• Esofagogastrectomia
• Esofagectomia segmentar + interposição de ansa de intestino -
Merendino (+ raro)
Gastroenterologia Esófago
Diagnóstico
Diagnósticos diferenciais
• Dor torácica cardíaca
• Dispepsia funcional
• Gastroparésia
• Acalásia
• Divertículo de Zenker
• Outras causas de esofagite: infeções, fármacos, radiação
1. Clínica típica: pirose e/ou regurgitação
a. Prova terapêutica com IBP's
2. MCDT's necessários para confirmar o diagnóstico ou avaliar
complicações se:
a. Sintomas atípicos ou sinais e alarme: disfagia, perda de peso,
anemia, hematémeses
b. Fatores de risco para esófago de Barrett: >50 anos, sintomas há
>5-10 anos, hx familiar de adenocarcinoma esofágico, sexo
masculino, tabagismo, obesidade
c. Sintomas refratários à terapêutica supressora de ácido Complicações esofágicas
Esofagite eosinofílica
Esofagite eosinofílica --> doença crónica imunomediada que causa disfunção
esofágica e inflamação predominantemente por eosinófilos
+ zonas frias e áridas, exacerbações sazonais, associação com outras doenças
alérgicas alimentares, asma, rinite alérgica, dermatite atópica, doença celíaca
Classificação
• Tipo 1: aspeto endoscópico normal e ligeiras alterações histológicas,
endoscópicas e moleculares
• Tipo 2: padrão inflamatório com forte expressão de citoquinas
inflamatórias e genes respondedores aos esteroides e fenótipo
refratário aos esteroides
• Tipo 3: esófago de fino calibre associado a fibroestenose e caracterizado
por alto grau de gravidade endoscópica e histológica e baixa expressão
de genes de diferenciação epitelial
Manifestações clínicas
• Disfagia
• Impactação alimentar
• Dor torácica centralizada que não responde a antiácidos
• Sintomas tipo DRGE/ pirose refratária
• Dor abdominal superior
Diagnóstico
• Sintomas relacionados com disfunção esofágica
• Inflamação predominantemente de eosinófilos nas biópsias esofágicas,
>60 eosinófilos/mm2
• Exclusão de outras causas
Tratamento
• Dieta
• IBP - 1ª abordagem
• Glicocortis tópicos: fluticasona e budesonido
• Dilatação esofágica se estenoses ou anéis que não respondem à
terapêutica médica
Prognóstico
• Doença crónica
• Recidivas sintomáticas após suspensão dos tratamentos
• Possível evolução para padrão fibroestenótico
Gastroenterologia Esófago
Caso clínico 2
Casos clínicos Homem de 80 anos. Internamento por episódio de pneumonia. Queixas de
disfagia e regurgitação.
# RX tórax: imagem duvidosa na região cervical.
Caso clínico 1
# Trânsito contrastado: observou-se um divertículo de Zenker com cerca de 5
Mulher de 67 anos. Observada em cirurgia geral após 2º episódio de impactação
cm de diâmetro na região cervical esquerda. Esófago com relevo normal.
alimentar (cervical). Queixas de disfagia e dor torácica com a ingestão de
Peristaltismo alterado. Episódios de refluxo esofágico.
alimentos.
# Trânsito contrastado: "acentuado estreitamento do 1/3 distal do esófago de
aspeto gradual e concêntrico, que permite passagem do contraste para o
estômago através de um fino lúmen residual.
Diagnóstico: acalásia.
# Prótese auto-extensível para dilatar a estenose: # TC tórax: dilatação do esófago proximal identificando.se espessamento
irregular das paredes do terço médio do esófago. Oclusão da artéria carótica
comum esquerda, desde a origem até à bifurcação.