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Apresentação
Nesta aula, analisaremos as matrizes socioculturais da África Subsaariana, examinando as consequências da expansão
bantu durante o processo de ocupação do continente africano e aprendendo a importância que a família, a noção de
ancestralidade e o poder da palavra falada tinham para as sociedades da África Tradicional.
Objetivos
Identificar as matrizes da chamada África tradicional;
Reconhecer os aspectos semelhantes existentes nos diferentes povos da África localizada ao sul do Saara;
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ÁFRICA.
Depois de ter feito a aula, procure analisar o porquê da sua
escolha. Em seguida, elenque as palavras-chave da aula 03
e justifique sua resposta.
A Expansão Bantu
O bantu era umas das subdivisões da família linguística Níger-congo, que era falado por populações que habitavam as
proximidades do rio Níger.
As Famílias de Linhagem
O bantu era umas das subdivisões da família linguística Níger-congo, que era falado por populações que habitavam as
proximidades do rio Níger.
Comentário
Conforme dito anteriormente, as condições naturais de muitas regiões africanas nem sempre eram as mais favoráveis para a
sobrevivência humana. Desse modo, por meio de uma rede de direitos e deveres que, estabelecidos hierarquicamente, as
famílias extensas conseguiram garantir a vida da comunidade.
Cada geração de uma determinada linhagem tinha obrigações a cumprir e direitos a gozar. Geralmente, os adultos eram
responsáveis pelo sustento da linhagem e deveriam produzir o suficiente para alimentar os idosos e as crianças. Os mais
velhos, grupo mais respeitado de cada família, ocupavam os cargos de chefia das comunidades e eram responsáveis pelos
rituais de iniciação dos mais jovens e cultos aos ancestrais familiares.
Sendo assim, quanto maior fosse o tamanho de uma linhagem, principalmente no que diz respeito ao número de adultos,
maiores eram as chances desta família sobreviver. Não por acaso, a poligamia era prática comum nessas sociedades, pois
permitia o crescimento constante das linhagens e a manutenção da ampla rede de parentesco.
Fonte: Pixabay.
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Por meio de vias fluviais ou terrestres, o excedente daquilo que era produzido nas comunidades tradicionais era comercializado
nos mercados locais próximos. Tais mercados viabilizavam não só a troca de produtos oriundos de diferentes localidades, mas
também possibilitavam a circulação de informação e a formação de redes sociais entre duas ou mais sociedades.
Fonte: Pixabay.
Junto com a noção de família extensa, a religiosidade era uma das características definidoras das sociedades da África
Subsaariana. Embora cada comunidade acreditasse em um Deus ou em deuses próprios, as formas por meio das quais os
membros desses grupos entravam em contato com o divino era muito semelhante. Isso porque em praticamente toda a África
abaixo do Saara a religião era vivenciada no cotidiano. Toda ação humana era uma ação religiosa.
O cultivo da terra era geralmente antecedido por cerimônias que visavam a fertilidade. Quando meninos e meninas entravam na
fase adulta, era comum que fossem feitos rituais de iniciação secretos, nos quais os jovens ficavam reclusos por algum tempo
aprendendo os ensinamentos da idade adulta e da profissão que deveriam seguir. Em algumas comunidades, o processo de
iniciação dos meninos que se transformariam em ferreiros chegava a durar anos.
Até a família extensa era compreendida por meio da religião. Praticamente todas as sociedades da África subsaariana
acreditavam na coexistência do mundo dos mortos e por isso realizavam o culto aos antepassados acreditando que eles eram
uma espécie de semideuses que serviam como intermediários na comunicação com forças maiores. De forma parecida com o
que aconteceu com o império romano antes da conversão ao cristianismo, quase todas as casas africanas tinham pequenos
altares particulares, no qual cultuavam seus ancestrais familiares.
Junto o culto aos antepassados, as comunidades africanas
também cultuavam deuses específicos que estavam
diretamente relacionados com elementos da natureza.
Esses cultos geralmente eram acompanhados de muita
música e dança e, em alguns casos, envolvia o transe de
pessoas que estavam iniciadas para incorporar os deuses
ancestrais. Em diversos casos, esses deuses tinham sido os
chefes fundadores da sociedade que após a morte tinham
se transformado em deuses do trovão, deuses da chuva,
deuses da Lua e do Sol.
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Os feiticeiros tinham atributos semelhantes ao dos sacerdotes, mas o fato de saberem alterar as características físicas de alguns
elementos da natureza fazia com que fossem figuras ao mesmo tempo temidas e respeitadas pelo grupo. Não por acaso, muitos
dos feiticeiros também eram ferreiros, pois ambos detinham o poderoso conhecimento de como alterar a natureza.
De maneira geral, era por meio da palavra falada que o conhecimento era transmitido de geração para geração. Isso porque a
palavra era uma das formas que o homem tinha de se conectar com o mundo divino e sobrenatural, era o elo entre o passado,
o presente e o futuro.
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Dessa feita, era por meio da tradição oral que o conhecimento, os costumes, as histórias e os mitos eram contados. Embora a
palavra fosse respeitada por todo o grupo, assim como ocorria com a religião, cada sociedade tinha um sacerdote da palavra, ou
seja, uma pessoa responsável por guardar a palavra. Baixe o PDF e leia mais sobre o assunto.
Para ajudar a ampliar o conhecimento sobre as muitas Áfricas que existiram, as próximas aulas irão tratar de parte da história
de algumas sociedades do continente africano, para que não só as semelhanças, como as diferenças existentes entre elas
possam ser compreendidas. Até a próxima e bons estudos!
Referências
SILVA, Alberto da Costa e. A manilha e o libambo. A África e a escravidão de 1500 a 1700, Rio de Janeiro, Nova Fronteira:
Fundação Biblioteca Nacional, 2002.
SILVA,A.C. A enxada e a lança. A África antes dos portugueses. Nova Fronteira/EDUSP. São Paulo, 1992.
Próxima aula
As mudanças que o islamismo empregou na África Subsaariana, examinando o caso do reino de Gana.
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