Você está na página 1de 23

Universidade católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Estratégias Adoptadas para Minimização das Gravidezes Precoces,


Casamentos Prematuros, e Consumo de Bebidas Alcoólicas

Belinha Arlindo Mirione- 708212944

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Geografia da População e
Povoamentos
Ano de frequência: 3º
Turma: C

Cuamba, Maio de 2023


2
Folha de Feedback
Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser
preenchido__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
__________________________
Índice

1. Introdução 3
1.1. Objectivos: 3
1.1.1. Geral: 3
1.1.2. Específicos: 3
1.2. Metodologia 3
2. Desenvolvimento teórico 4
2.1. Conceitos Básicos: 5
2.2. Estratégias Adoptadas Para Minimização das Gravidezes Precoces,
Casamentos Prematuros 5
2.2.1. Quadro jurídico 5
Prevenção e Combate Aos Casamentos Prematuros e Protecção da Criança 6
2.2.2. Legislação 7
2.2.3. Acções em curso 8
2.2.4. Prioridades 8
2.2.5. Mobilização e Comunicação Social 8
2.2.6. Acesso a Educação e Retenção 9
2.2.7. Saúde Sexual e Reprodutiva 9
2.2.8. Mitigação e Resposta 9
2.2.9. Quadro Politico Legal 9
2.2.10. Desafios 9
2.3. Determinantes do Casamento Prematuro e da Gravidez Precoce 10
2.3.1. Factores que influenciam a Gravidez Precoce 11
2.4. Organizações não-governamentais 12
2.4.1. Abordagem baseada na Comunidade 13
2.5. Estratégias Adoptadas para Minimizações ou Eliminar o Consumo de
Bebidas Alcoólicas 13
2.6. No contexto da autora do trabalho: 14
3. Conclusão 16
4. Referência Bibliográfica 17
1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Geografia da População e Povoamentos


objectiva apontar as estratégias que os jovens ou adolescentes devem adoptar
para a minimização ou eliminação de gravidezes precoces, casamentos
prematuros, e consumo de bebidas alcoólicas. Por tanto a Geografia da População
é um ramo da geografia (humana) que analisa, descreve e interpreta a composição,
a distribuição, as migrações e o crescimento da população, em relação com o
espaço.

1.1. Objectivos:

1.1.1. Geral:

 Apontar as estratégias a adoptar para minimização das gravidezes precoces,


casamentos prematuros, e consumo de bebidas alcoólicas.

1.1.2. Específicos:

 Definir as estratégias a adoptar para minimização das gravidezes precoces,


casamentos prematuros, e consumo de bebidas alcoólicas;

 Descrever as estratégias a adoptar para minimização das gravidezes


precoces, casamentos prematuros, e consumo de bebidas alcoólicas.

1.2. Metodologia

Para a realização deste trabalho usou-se o método bibliográfico, que consistiu em


consulta de obras, artigos científicos de onde foram extraídos os conteúdos para
adequação do estudo em causa, versando por vários autores.

A pesquisa bibliográfica pode ser definida como aquela que “[...] possibilita um
amplo alcance de informações, além de permitir a utilização de dados dispersos
em inúmeras publicações, auxiliando também na construção, ou na melhor
definição do quadro conceitual que envolve o objecto de estudo proposto (GIL,
1994 apud LIMA; MIOTO, 2007, p.400).

3
4
2. Desenvolvimento teórico

Contextualização:

UNICEF (2015), Moçambique é o décimo país com a prevalência mais elevada. De


acordo com o Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) de 2011, 14% das mulheres
entre os 20 e 24 anos de idade casaram antes dos 15 anos e 48% antes dos 18
anos de idade, uma situação que requer uma intervenção coordenada dos vários
sectores da sociedade.

Os casamentos prematuros constituem uma violação dos direitos humanos e têm


como consequências a (i) perpetuação da pobreza, a (ii) violência contra o género,
(iii) problemas de saúde reprodutiva e a (iv) perda de oportunidades de
empoderamento por parte das crianças do sexo feminino e mulheres. Os Países
que apresentam uma taxa elevada de casamentos prematuros tendem a ter um
Produto Interno Bruto baixo. A pobreza é um determinante dos casamentos
prematuros tal como a violência e a discriminação baseada no género.

Actualmente emerge uma maior consciencialização de que os


casamentos prematuros comprometem a possibilidade de se
atingir os objectivos quatro e cinco de Desenvolvimento do
Milénio (ODM) que apelam para uma redução de dois terços da
taxa de mortalidade de crianças de menos de cinco anos e para
três quartos, nas mortes maternas, até 2015. Os casamentos
prematuros também comprometem o alcance da meta de
educação para todos.(UNICEF, 2015).

GenderLink(2014) refere que:

Com efeito, o Governo Moçambicano, com a participação da sociedade civil, lançou


em 2011, uma campanha nacional de Tolerância Zero à Violência e ao Abuso de
Crianças. O Plano de Acção da Criança (PNAC II) definiu acções para a prevenção e
combate dos casamentos prematuros (Meta 10). A Conferência da Mulher e
Género, realizada em 2014, teve como um dos temas principais os casamentos
prematuros e concluiu ser necessária a definição de uma estratégia contra os
casamentos prematuros.

5
Inserida no contexto da Campanha para Eliminação dos Casamentos Prematuros
em África, o Governo Moçambicano lançou em Julho de 2014, a Campanha
Nacional de Prevenção e Combate aos Casamentos Prematuros. (Gender Link,
2014).

2.1. Conceitos Básicos:

Quanto aos conceitos afirma GenderLink (2014) que:

Criança: Considera-se criança a todos os indivíduos com menos 18 anos de idade


(Lei nº 7/ 2008, de 9 de Julho, Sobre a Promoção e Protecção dos Direitos da
Criança).

Casamento: É a união voluntária e singular entre um homem e uma mulher, com o


propósito de constituir família, mediante comunhão plena da vida. Nos termos da
Lei da Família, Lei nº 10/2004 de 10 de Agosto, a idade legal para casar sem
consentimento parental, passou dos 16 para os 18 anos. Entretanto, no interesse
público e familiar e, havendo consentimento dos pais ou dos representantes legais,
o casamento pode ser contraído aos 16 anos a título excepcional.

Casamento prematuro: O casamento prematuro é definido como a união marital,


envolvendo menores de 18 anos. Este constitui violação dos direitos sexuais e
reprodutivos.(Gender Link, 2014).

De acordo comTengler e Laissone (2016), Bebidas Alcoólicas: o alcoolismo


acontece em todo o mundo. O uso abusivo do álcool pode acarretar em diversas
doenças, inclusive levar à morte. É caracterizada por uma vontade incessante e
constante de consumir bebidas alcoólicas. O efeito do álcool não é só no indivíduo,
mas as pessoas próximas sofrem com a violência, a depressão e outras patologias,
reflexo do consumo abusivo.

2.2. Estratégias Adoptadas Para Minimização das Gravidezes Precoces,


Casamentos Prematuros

2.2.1. Quadro jurídico

O país conta desde Dezembro de 2015, com a Estratégia Nacional de Prevenção e


Combate dos Casamentos Prematuros em Moçambique (2016-2019), que se

6
baseia na Constituição da República de Moçambique de 2004, que destaca a
igualdade de direitos entre mulheres e homens em todos os domínios, e na
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) a qual, no artigo 2º, reconhece
que toda a pessoa têm todos os direitos e liberdades proclamados na Declaração,
sem distinção de raça, cor, sexo, língua ou religião.

Em Moçambique, a idade núbil está fixada em 18 anos. Os Estados Partes


promulgarão eadoptarão medidas legislativas, administrativas e outras apropriadas
para assegurar que mulheres e homens gozem de direitos iguais no casamento e
sejam considerados parceiros iguais no casamento. A leg¬islação sobre
casamento deve assegurar que:

 Nenhum menor de 18 anos vai poder casar;

 Todo o casamento ocorre com o total consentimento de ambas as partes;

 Todo o casamento, incluindo o casamento civil, religioso, tradicional ou


costumeiro é registado de acordo com as leis nacionais; e

 Durante o período de vigência do seu casamento, as partes tem direitos e


deveres recíprocos para com os filhos, com os melhores interesses das
crianças sempre sendo primordial.

A nível internacional, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o


consentimento “livre e pleno” não pode ser reconhecido se uma das partes
envolvidas não tiver maturidade para tomar uma de¬cisão informada sobre o
parceiro para a vida. Na mesma perspectiva, o número 2 do artigo 16, da
Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra a
Mulher estabelece que “a promessa de casamento e o Casamento de Crianças não
terão efeitos jurídicos e, todas as me¬didas necessárias, incluindo disposições
legislativas, serão tomadas com o fim de fixar uma idade mínima para o
casamento”.

A Carta Africana sobre os Direitos e Bem-estar da Criança estabelece, no seu artigo


21, que os esta¬dos signatários devem tomar medidas legais especificas para a
eliminação do Casamento Prematu¬ro e da promessa de Casamento de meninas e

7
rapazes com menos de 18 anos de idade.

Outros instrumentos internacionais relacionados com o casamento prematuro


incluem a Convenção sobre o Consentimento para Casamento, Idade Mínima para
Casamento, Registo de Casamento e o Protocolo para a Carta Africana dos Direitos
Humanos e dos Povos sobre os Direitos da Mulher em África.(Estratégia Nacional
de Prevenção e Combate dos Casamentos Prematuros em Moçambique, 2016-
2019).

Prevenção e Combate Aos CasamentosPrematuros e Protecção da Criança

Estratégia Nacional de Prevenção e Combate dos Casamentos Prematuros em


Moçambique (2016-2019):

A criança representa 54% (14.322.409) da população moçambicana e constitui uma


das prioridades do País.

O compromisso com a protecção da criança está plasmado na Constituição da


República que, de forma in¬equívoca, salvaguarda os seus direitos no seu artigo 47
e, de forma evidente, materializa a adopção de instru¬mentos que promovem e
protegem os direitos da criança, com destaque para a aprovação da Lei da Família,
das Leis Sobre Promoção e Protecção dos Direitos da Criança e sobre a Prevenção
e Combate ao Tráfico de Pessoas, especialmente da mulher e criança.

Moçambique ratificou a Convenção Sobre os Direitos da Criança, a Carta Africana


Sobre os Direitos e Bem-Estar da Criança, a Convenção sobre a Eliminação de
todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, de entre outra legislação
atinente aos direitos da criança.

Destaca-se igualmente, a implementação de acções, no âmbito do Programa


Quinquenal do Governo e do Plano Nacional de Acção para a Criança (2013-2019),
que resultam na melhoria do acesso das crianças aos seus direitos no âmbito da
saúde, nutrição, educação, protecção e participação.

Apesar dos progressos alcançados na protecção da Criança, Moçambique continua


a registar índices elevados de casamentos prematuros pois, de acordo com o
Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) de 2011, 14% das mulheres entre os 20 e
8
24 anos de idade casaram antes dos 15 anos e 48% antes dos 18 anos de idade.
Com efeito, Moçambique é considerado o décimo país com a prevalência mais
elevada de casamentos prematuros a nível Global, 7º a nível de África e 2º a nível
da África Austral depois do Malawi, sendo as Províncias do Centro e Norte do País
as mais afectadas.

2.2.2. Legislação

A Lei da Família fixa a idade núbil em 18 anos. Contudo, a mesma Lei estabelece
excepções ao definir que “a mulher ou homem com mais de dezasseis anos, a
título excepcional, pode contrair casamento, quando ocorram circunstâncias de
reconhecido interesse público e familiar e houver consentimento dos pais ou dos
legais representantes”.

2.2.3. Acções em curso

Para prevenir o combate aos casamentos prematuros, várias acções estão sendo
levadas a cabo pelo Governo, com destaque para:

 O lançamento da Campanha Nacional de Prevenção e Combate aos


Casamentos Prematuros, pelo Governo em 2014. As acções da Campanha
são implementadas com a participação de organizações da sociedade civil,
instituições religiosas, líderes tradicionais, comunitários e crianças. A
mesma está alinhada com o movimento da União Africana para pôr fim aos
casamentos prematuros.

 A aprovação da Estratégia Nacional para a Prevenção e Combate aos


Casamentos Prematuros para o período 2016-2019, pelo Governo, na 42ª
Sessão Ordinária do Conselho de Ministros (SOCM) realizada a 1 de
Dezembro de 2015.

 A realização de acções de sensibilização das famílias, religiosos, líderes


tradicionais, comunidades e da socie¬dade em geral para a prevenção dos
casamentos prematuros. Por exemplo, No ano 2015, as comemorações dos
dias 1 e 16 de Junho tiveram como tema os Casamentos Prematuros com o
Lema: “Casar? Só depois dos 18 anos”.

9
 A prestação de assistência multiforme a cerca de 900.000 crianças em
situação de vulnerabilidade e seus agregados familiares, através dos
programas de Segurança Social Básica, implementados pelo Governo e
or¬ganizações parceiras, como forma de prevenir os casamentos
prematuros.

2.2.4. Prioridades

Por forma a priorizar as acções definidas na matriz de acções da Estratégia


Nacional de Prevenção e Combate aos Casamentos Prematuros, foram
identificadas de forma conjunta, envolvendo Sectores do Governo e Socie¬dade
Civil as seguintes prioridades:

2.2.5. Mobilização e Comunicação Social

Promoção da mudança de práticas sociais que inibem os casamentos prematuros


das crianças de ambos sexos com um especial enfoque as do sexo feminino.

2.2.6. Acesso a Educação e Retenção

Promoção da frequência e a permanência das crianças na escola em especial da


rapariga, através da adopção de políticas para o efeito e reduzir as limitações
específicas das crianças do sexo feminino (Assédio sexual, Violência, gravidez,
menstruação, atitude dos professores e regras institucionais).

Empoderamento das Crianças do sexo feminino, estabelecimento de redes de


partilha de informação sobre Direitos da Criança e competências para a vida, com
destaque para as do sexo feminino.

2.2.7. Saúde Sexual e Reprodutiva

Reforço da saúde sexual e reprodutiva para prevenir, mitigar e dar resposta ao


casamento prematuro, através de massificação da disponibilidade dos serviços de
Saúde Sexual e reprodutivas para jovens e adolescentes e dos serviços de saúde
materno infantil para mitigar as complicações de saúde resultantes das gravidezes
precoces.

10
2.2.8. Mitigação e Resposta

 Reforço das acções de identificação e referenciamento dos casos;

 Aumento do número de famílias vivendo em situação de vulnerabilidade


assistidos pelos programas de as¬sistência social implementados pelo
Instituto Nacional da Acção Social (INAS).

2.2.9. Quadro Politico Legal

 Realização de uma análise do quadro legal afim de identificar as


modificações legais a serem priorizadas com o objectivo de fixar a idade
mínima para o casamento em 18 anos, sem abrir excepções e criminalizar o
casamento prematuro com a imposição de sanções claras.

2.2.10. Desafios

 Prosseguir com as acções de sensibilização das famílias e comunidades


para a mudança de atitudes e elimi¬nação das práticas sociais nocivas.

 Empoderamento das famílias em situação de vulnerabilidade através dos


programas de Segurança Social Básica;

 Potenciação dos meios alternativos de protecção á criança através das


famílias de acolhimento, tutela e adopção;

 Prosseguir com as acções para a retenção das crianças nas escolas em


especial das raparigas;

 Reforma legal com destaque para a Lei da Família estabelecendo a idade


núbil em 18 anos sem excepções.

2.3. Determinantes do Casamento Prematuro e da Gravidez Precoce

Conforme UNICEF (2015), são determinantes do casamento prematuro e de


gravidez precoce:

 Idade do chefe da família: O membro sénior geralmente tem poder de

11
decisão na família, incluindo decisões sobre o casamento.
 Sexo do chefe da família: Este factor é medido para testar se o sexo do
chefe de família tem qualquer influência sobre o casamento prematuro.
 A educação das raparigas: Esta variável considera o nível mais alto de
instrução obtido em termos de: nenhuma educação, ensino primário,
secundário e superior8. Há pelo menos duas hipóteses plausíveis sobre a
relação entre a educação das raparigas e a idade do casamento: as
raparigas educadas casam-se mais tarde uma vez que são mais capacitadas;
e As raparigascasadas são forçadas a abandonar a escola mais cedo.
Infelizmente, o modelo não permite fazer a distinção entre essas hipóteses
uma vez que o inquérito não providencia a data do abandono da escola
comparada à data do casamento.

 Educação do chefe de família: Esta variável compreende o seguinte:


nenhuma educação, ensino primário, secundário e superior, juntamente com
365 observações em falta.Acredita-se geralmente que as famílias mais
escolarizadas estão mais conscientes dos riscos associados ao casamento
prematuro e podem portanto, ser menos inclinadas a casarem as suas filhas
em tenra idade.

 Riqueza: Riqueza significa o estatuto económico da família – quanto maior é


a riqueza, maior é a chance para níveis superiores de ensino das crianças e
também maior acesso aos meios de comunicação, como a posse de rádio e
televisão.

2.3.1. Factores que influenciam a Gravidez Precoce

Tengler e Laissone (2016), Além das determinantes do casamento prematuro


acima expostas, consideram-se para a gravidez precoce, as seguintes variáveis
adicionais:

Diferença de idades: A diferença de idade considera o fosso etário entre as


mulheres entrevistadas e os maridos/parceiros. A diferença de idades reflecte no
mínimo, nas decisões feitas pelas mulheres na família, e portanto, podem
influenciar positivamente na gravidez precoce. Na análise da regressão, controla-se

12
tanto a “diferença de idade entre as mulheres e os maridos/parceiros”, assim como,
a “idade dos chefes de família”. As razões porque se considera a “idade do chefe
de família” são:

 Na maioria dos casos, o chefe da família é diferente do cônjuge/parceiro –


19% dos chefes de família não são cônjuges das mulheres em união;

 - 34 % dos chefes de família são cônjuges das mulheres com que habitam;

 - 47% dos chefes de família não são cônjuges das mulheres com que
habitam;

 - O membro sénior da família pode desempenhar um papel vital na defesa


das tradições e práticas culturais de uma família, o que pode influenciar a
gravidez precoce.

Educação do marido ou parceiro: Para a educação do marido/ parceiro, considera-


se a variável “níveis de ensino do marido/ parceiro”. A variável é composta por:
nenhuma educação, ensino primário, ensino secundário e superior12. Para as
respondentes que nunca estiveram em união ou são viúvas/separadas/ divorciadas,
esta variável é registada como nula. Assim, são construídas duas variáveis binárias
adicionais para ajustar a informação em falta: uma para quem nunca esteve em
união e outra para as viúvas/separadas/divorciadas.(Tengler&Laissone, 2016).

2.4. Organizações não-governamentais

2.4.1. Princípios orientadores

 Programação baseada nos direitos da Criança. Esta perspectiva tem como


base os direitos da Criança e utiliza-os como padrão para analisar as
violências, desigualdades e injustiças, desenvolver políticas, programas e
actividades em todas as áreas, de forma a remover obstáculos identificados
que limitam o gozo pleno dos direitos da Criança.

13
 Participação da Criança. A participação e o envolvimento das crianças de
ambos os sexos na prevenção e combate dos casamentos prematuros é
imprescindível.

 Participação. Participação da sociedade civil, lideranças juvenis, confissões


religiosas, autoridades tradicionais, líderes comunitários, os/as mestres/as
dos ritos de iniciação, família, médicos/as tradicionais (curandeiros/as) e
matronas no combate aos casamentos prematuros.

 Diálogo. O diálogo com todos os/as intervenientes é um mecanismo


fundamental para aliar as comunidades, autoridades governamentais, os/as
líderes religiosos/as e tradicionais e as mestras dos ritos de iniciação, na
prevenção e Combate dos casamentos prematuros.

 Envolvimento da Família e Comunidade. A família e a comunidade têm um


papel importante na prevenção e eliminação dos casamentos prematuros.

 Integração da perspectiva de género. A estratégia toma em consideração as


desigualdades de género na vida social, económica, política e cultural e
procura desenvolver intervenções que desafiem estas situações. A
Estratégia reconhece também a importância de integrar as crianças do sexo
masculino e os homens nas intervenções, visando a prevenção e combate
dos casamentos prematuros.

 Reduzir as limitações/dificuldades específicas das crianças do sexo


feminino, em relação às crianças do sexo masculino, na escola, (assédio
sexual, violência de género, segurança, gravidez, menstruação, atitude dos
professores, regras da instituição) para aumentar o acesso das crianças do
sexo feminino ao ensino primário e secundário.

 Fortalecimento e a gestão escolar na protecção das crianças do sexo


feminino, a fim de garantir um ambiente escolar seguro e protegido que
assegure as necessidades de saneamento e higiene das crianças do sexo
feminino1 e medidas punitivas para o envolvimento sexual dos professores
com as alunas.

14
 Promoção de iniciativas que proporcionem a ocupação sadia dos tempos
livres das crianças do sexo masculino e feminino e a formação em
habilidades para vida.

 Implementação de programas e oportunidades de melhoria de


competências para as crianças do sexo feminino, das famílias vulneráveis,
em ligação com o sistema de ensino técnico e profissional.

2.4.2. Abordagem baseada na Comunidade

 Promoção das acções de prevenção e combate aos casamentos prematuros


devem estar baseados na comunidade.

 Coordenação das acções de prevenção e combate aos casamentos


prematuros são multissectoriais e como tal requerem uma coordenação
permanente com papéis e responsabilidades claramente definidos entre os
diferentes actores.

 O envolvimento das matronas e mestres dos ritos de iniciação, líderes


religiosos, fazedores de opinião, activistas e outros é importante para
influenciar a alteração de comportamentos em relação às crianças,
especificamente as crianças do sexo feminino, e, em relação ao casamento
prematuro.

 O seu engajamento na mudança de atitude em relação às crianças é


fundamental para o sucesso da presente estratégia. O acesso à informação
e aos meios de comunicação têm impacto positivo na mudança de normas
sociais.

 A divulgação de mensagens através da rádio, televisão, jornais, revistas e


telemóveis como meios de divulgação de informação influencia a adopção
de comportamentos positivos em relação às crianças.

 Consciencializar as mestres dos ritos de iniciação, as matronas, os/as


líderes comunitários/as, religiosos/as, professores/as e os/as líderes de
opinião, as associações juvenis em matéria de protecção da Criança e

15
reforçar o seu papel na redução e no combate dos casamentos prematuros.

2.5. Estratégias Adoptadas para Minimizações ou Eliminar o Consumo de


Bebidas Alcoólicas

O alcoolismo é uma doença muito complexa, que envolve diversos factores.


Pessoas que vivem na Pobreza podem ter a tendência para beber em demasia,
para esquecer os problemas. A pobreza pode levar ao trabalho, mas também pode
levar uma pessoa a “beber para esquecer”. Certas pessoas podem recorrer ao
crime, para arranjar dinheiro, para bebida ou drogas. O abuso do álcool e de outras
drogas causa problemas, como a pobreza, a prostituição, o crime, a violência, a
violação sexual.

Estratégias, para ultrapassar os vícios e dependências Drogas, álcool, internet,


pornografia, consumismo são:
UNICEF (2015):
 Pensar nos meus reais valores, nas minhas reais necessidades e prioridades;

 Ter um projecto claro, para a minha vida;

 Ter um bom relacionamento familiar;

 Ter um ideal religioso, que me leve a boas atitudes;

 Ter uma relação saudável e segura;

 Ter um trabalho profissional interessante e encorajador;

 Ocupar-me com actividades artística e de laser;

 Relacionar-me com boas pessoas;

 Buscar conhecimentos e informações, através do estudo;

 Praticardesporto;

 Estar em contacto com a natureza;

 Viajar e fazer novas amizades.


Vícios são hábitos repetidos, que são difíceis de deixar. O termo tem uma
conotação negativa moral. Os vícios são classificados como vícios de deficiência
ou de excesso.

Os vícios de excesso são caracterizados por um descontrolo completo, e são

16
prejudiciais, porque destroem o corpo, os relacionamentos, e levam ao desperdício
financeiro. Nem tudo o que vicia é uma droga, mas todo o vício é uma droga.

A dependência é o resultado do consumo repetitivo de substâncias psicoactivas


(drogas). Manifesta-se em fenómenos comportamentais, cognitivos e
fisiológicos.(UNICEF, 2015).

2.6. No contexto da autora do trabalho:

De uma forma geral as estratégias que devem ser adoptadas para Minimizações ou
eliminação das Gravidezes Precoces, Casamentos Prematuros, e assim como o
consumo excessivo do álcool. Os jovens sendo como o grupo alvo devem tomar
consciêncianestasproblemática, participando massivamente na prevenção e no
combate das gravidezes precoces, no casamento prematuros, e no consumo de
bebidas alcoólicas, começando como exemplares, ou seja neste acto eles devem
servir de espelho. E porem sensibilizando aos demais.

Por tanto esta camada deve possuir alguns conhecimentos como:

 Os direitos humanos que a defendem em que na sua violação têm como


consequências a perpetuação da pobreza, a violência contra o género,
problemas de saúde reprodutiva e a perda de oportunidades de
empoderamento por parte das crianças do sexo feminino e mulheres.

 Os casamentos prematuros também comprometem o alcance da meta de


educação para todos.

Conhecer programas implementados por governo com vista a ultrapassar esta


problemática, exemplo:

 Campanha nacional de Tolerância Zero à Violência e ao Abuso de Crianças.

 O Plano de Acção da Criança definiu acções para a prevenção e combate


dos casamentos prematuros.

 A Conferência da Mulher e Género, realizada em 2014, teve como um dos


temas principais os casamentos prematuros e concluiu ser necessária a

17
definição de uma estratégia contra os casamentos prematuros.

Quanto a problemática do excesso do consumo do alcoolismo os jovens devem


procurar sem ocupar sempre de modo a não permitir que haja mais tempo de
poder pensar em consumir álcool, mais sem usado o seu tempo com as
actividades que promovem o bem estar da pessoa como por exemplo, Pensar nos
meus reais valores, nas minhas reais necessidades e prioridades, Ter convivências
e bom relacionamento com a sua familiar, Ter um ideal religioso, que me leve a
boas atitudes, Relacionar-me com boas pessoas de modo a não correr o risco de
cair no alcoolismo, Praticaras actividades desportivas.

3. Conclusão

Terminado o presente estudo é perceptível que a Geografia da População é uma


ciência que estuda os aspectos espaciais da fixação populacional distribuída em
toda superfície do globo terrestre, cujo seu Objecto de estudo é a população. Por
tanto o trabalho visou na abordagem de Estratégias Adoptadas para Minimizações
das Gravidezes Precoces, Casamentos Prematuros, e Consumo de Bebidas
Alcoólicas, com tudo afirma-se que:

Os casamentos prematuros constituem uma violação dos direitos humanos e têm


como consequências a perpetuação da pobreza, a violência contra o género,
problemas de saúde reprodutiva e a perda de oportunidades de empoderamento
por parte das crianças do sexo feminino e mulheres. Os Países que apresentam
uma taxa elevada de casamentos prematuros tendem a ter um Produto Interno
Bruto baixo. A pobreza é um determinante dos casamentos prematuros tal como a
violência e a discriminação baseada no género. E cujo o grupo alvo são os jovens e
adolescente.

18
E a seguir são algumas medidas para a minimização da problemática: promovendo
as acções de prevenção e combate aos casamentos prematuros devem estar
baseados na comunidade, Coordenandoas acções de prevenção e combate aos
casamentos prematuros são multissectoriais e como tal requerem uma
coordenação permanente com papéis e responsabilidades claramente definidos
entre os diferentes actores, Promovendo iniciativas que proporcionem a ocupação
sadia dos tempos livres das crianças do sexo masculino e feminino e a formação
em habilidades para vida, Implementando programas e oportunidades de melhoria
de competências para as crianças do sexo feminino, das famílias vulneráveis, em
ligação com o sistema de ensino técnico e profissional, e divulgando mensagens
do género através da rádio, televisão, jornais, revistas e telemóveis como meios de
divulgação de informação influencia a adopção de comportamentos positivos em
relação às crianças.

Quanto a problemática do excesso do consumo do alcoolismo os jovens devem


procurar sem ocupar sempre de modo a não permitir que haja mais tempo de
poder pensar em consumir álcool, mais sem usado o seu tempo com as
actividades que promovem o bem estar da pessoa.

4. Referências Bibliográficas

Estratégia Nacional de Prevenção e Combate dos Casamentos Prematuros em


Moçambique – 2016-2019, aprovada na 42ª SOCM a 01 Dez 2015

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1994.

LIMA, T.C.S de; MIOTO, R.C.T. Procedimentos metodológicos na construção do


conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Katál, Florianópolis, v.10, spe,
2007

GenderLink, Casamentos Prematuros. Edição: MIZZFILMS-Prefácio. Esposa do


Presidente da Republica, Dra Isaura Nyusi, 2014

UCM-CED: Módulo de Literatura Luso Brasileira,Elaborado Por: HemmaTenglere Pe


Elton Laissone.;Beira, Fevereiro 2016.

19
UCM-CED: Módulo de Geografia da População e Povoamentos,Elaborado Por:
Carlos Manuel Santos Pires (MA).

UNICEF, Maputo, Moçambique, 2015

20

Você também pode gostar