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HIIT | NEFROLOGIA – Doença Renal Crônica 1

DOENÇA RENAL CRÔNICA


è Como diagnosticar DRC? para TGFe normal e semelhantes em
o Principal marcador é a TFG < 60mL/ pacientes com TGFe baixa
mim/1,73m2 • Usar a equação CKD-EPI na
§ Igual para todas as idades população geral
§ Cuidado ao usar esse limiar em idosos o Qual delas devo utilizar?
o Evidências de lesão renal § Lembrar que elas não devem ser utilizadas
§ Albuminuria > 30 mg/g, hematúria, alteração quando a creatinina oscila na doença aguda
em imagens ou em biópsia renal • Validação apenas para estimar função renal
o Alterações que se prolonguem acima de 3 na DRC estável
meses • Na prática
è Como calcular a taxa de filtração glomerular? o Creatinina para estimar função renal e a
o As fórmulas usam o valor de creatinina sérica CKD-EPI para o cálculo da TFG
e variáveis demográficas para estimar a função è Como calcular o clearance de creatinina urinária?
renal (sexo; idade; peso; altura) o Pensando na creatinina como o marcador
§ As variáveis demográficas são utilizadas para ideal de filtração glomerular, toda creatinina
estimar a massa muscular no plasma vai ser completamente filtrada e
• Indivíduos com menos massa muscular excretada na urina
apresentam menor reserva de creatinina § Carga filtrada = carga excretada
• Pacientes com extremos de peso, utiliza-se • TFG = creatinina urinária x volume
cistatina c para aumentar a acurácia urinário/ creatinina plasmática x 1440
o Fórmulas: o Superestima a função renal por secreção
§ Cockcroft-Gault tubular de creatinina
• Clcr (ml/mim) =(140–idade) x peso o Como solicitar?
(Kg)/72 x Cr(mg/dL) x 0,85 no § Creatinina na urina 24 horas e creatinina sérica
sexo feminino è Como avaliar o paciente com doença renal crônica?
• Desenhada em 1976 em um estudo o Revisar história clínica
pequeno com predomino no sexo § Questionar duração da doença renal
masculino • Checar exames anteriores, TFGe
• Não utilizar na prática § Revisar antecedentes clínicos e cirúrgicos
o pois ao utilizar o peso superestima a § Revisar medicamentos: Lítio, AINEs, ...
função renal em pacientes obesos o Identificar fatores de risco
ou edemaciados § Diabetes melitos
o superestima a função renal: secreção § Hipertensão arterial sistêmica
tubular de creatinina no § Infecção do trato urinário
clearance urinário § Nefrolitíase recorrente
§ MDRD § Neoplasia com tratamento oncológico
• Foi um estudo voltado para DRC, com o Tem história de lesão renal aguda com
TGF < 60 necessidade de diálise?
§ CKD-EPI o Revisar antecedentes familiares
• Possui um desempenho superior à MDRD § História de:

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• Doença renal crônica em diálise ou § G2 = TGF entre 90 e 60


transplante? § G3A = TGF entre 60 e 45
• Doença renal policística autossômica § G3B = TFG entre 45 e 30
dominante, doença glomerular? § G4 = TGF entre 30 e 15
o Urina 1 e albuminúria § G5 =TGF <15
§ Urina isolada: albuminúria e creatinina o Solicitar Urina isolada: albumina e creatinina
§ Urina 24h: albuminúria § A1 = albumina < 30
§ Avaliar proteinúria em doença glomerular § A2 = albumina entre 30 e 300
• Relação Proteinúria/ creatinina § A3 = albumina > 300
• Proteinúria 24 horas è Sintomas e complicações a DRC
§ Por que usar albuminúria? o Anemia
• Identifica lesão renal, sendo marcador § Associada a maior mortalidade e
precoce de lesão glomerular complicações
• Represente disfunção endotelial e § Aumento com perda de função renal  TGFe
risco cardiovascular < 30 ml/mim
§ O tratamento direcionado à redução da § Etiologia multifatorial
proteinúria com IECA e BRA, reduzindo a • Deficiência de eritropoetina
progressão da doença • Deficiência de ferro  é a causa reversível
o Realizar exames de imagens de rins e mais comum
vias urinárias • Menor sobrevida das hemácias
§ USG é um exame barato e não invasivo • Infecções de repetição
podendo ser repetido inúmeras vezes • Hiperparatireoidismo secundário
• Avaliar o tamanho, se há relação cortiço- § Rastreio para todos os pacientes
medular e se há sinais de obstrução • O que devo solicitar?
o O tamanho renal é medido no maior o Hemograma
eixo e varia entre 9-12 cm
o Reticulócitos
o Avaliar ecogenicidade
o Perfil de ferro
• Imagens com rins pequenos marca § Ferro sérico, TIBC, TSAT, ferritina
cronicidade
o Ácido fólico e B12
• Rins de tamanho normal não excluem
o Biópsia de medula óssea é o padrão
DRC
ouro para diagnóstico de anemia
§ Quais são as causas de DRC com rins de
ferropriva
tamanho normal ou aumentado?
• Como diagnosticar deficiência de ferro?
• Doença renal do diabetes
o Paciente com manejo conservador ou
• Amiloidose dialise peritoneal
• Doença renal policística autossômica § IST ≤ 20% + ferritina ≤ 100 ng/mL
dominante
o Paciente em Hemodiálise
è Como realizar o estadiamento? § IST ≤ 20% + ferritina ≤ 200 ng/mL
o Precisamos da TFG e Albuminúria § Como realizar tratamento?
o A TFG ajuda na indicação de diálise, • Se o paciente possui deficiência de ferro,
transplante renal e orienta correção de dose de repor ferro
medicamentos o Quando indicar análogos
o Classificação de eritropoetina?
§ G1 =TGF >90 § Anemia Hb < 10 g/dL + ferro normal

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• Verificar antes de iniciar os o Orientações dietéticas


análogos se os estoques de ferro § Reduzir o consumo de proteína animal na
estão normais dieta, maior consumo de frutas e vegetais e
o Independente do estágio, objetivar reposição de bicarbonato
níveis de Hb entre 10 e 11,5 g/dL o Quando repor bicarbonato
usando a menor dose § Bicarbonato sérico < 22 mEq/L
§ Não há benefícios em alvos elevados § Alvo entre 22 e 26 mEq/L
de HB § Cuidado com a hipervolemia (pelo aumento
o Hiperfosfatemia da carga de sódio)
§ Nas fases iniciais a excreção de fósforo ocorre è Diálise na DRC
pela menor reabsorção tubular proximal o Não há uma TFGe estabelecida para o início
• Efeito mediado pelo PTH da diálise
§ Na DRC, com a perda progressiva de néfrons o As indicações para hemodiálise e para diálise
funcionantes prejudica a compensação, peritoneal são iguais
evoluindo com hiperfosfatemia o A diálise não deve guiada pela perda de função
• O paciente evolui com hiperfosfatemia e renal, mas pelos sinais e sintomas apresentados
com PTH elevado pelo paciente
§ Tratamento § Perda ponderal e anorexia
• Restrição dietética e uso de quelantes para • São os primeiros sintomas urêmico
bloquear absorção intestinal de fosforo § Hipervolemia
o Quais quelantes? § Nível de sérico de potássio
§ Carbonato de cálcio o TFGe < 30 ml/mim
• Pode causar balanço positivo § Encaminhar para nefrologia para planejar o
de cálcio e risco de calcificação tratamento
vascular o TFGe > 15 ml/mim
§ Sevelamer é a melhor opção § Não há indicação de diálise
§ Hidróxido de alumínio o TFGe 5-15 ml/mim
• Pode ser usado a curto prazo na § Paciente assintomático?  tratamento
hiperfosfatemia associada a LRA conservador
• Não usar a longo prazo § Sintomático + TFGe > 10ml/mim? 
o Risco de osteomalácia, anemia e Otimizar tratamento
demência § Refratariedade ou indicação de urgência? 
o Hiperparatireoidismo Iniciar diálise
§ Tratamento
• Uso de calcitriol e análogos da vitamina D
o Bloqueiam a produção do PTH Questões
o Na presença de hipercalemia ou
hiperfosfatemia, deve-se evitar até que 1) SES PE 2019-R3
esses distúrbios sejam corrigidos Mulher, 60 anos, chega ao ambulatório de clínica
è Acidose metabólica na DRC médica. O médico residente na avaliação deseja
o É um fator de risco para progressão da DRC, fazer a estimativa da filtração glomerular desse
doença mineral-óssea e sarcopenia paciente. Considerando o desempenho das
o Tratamento ajuda na correção da hipercalemia diferentes formas de avaliação, o resultado mais
(shift transcelular) e retarda a progressão da DRC acurado é dado pela:

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A) equação CKD-EPI C) 51 ml/min/1,73m2, estágio 3A


B) equação de Cockeroft-Gault D)14 ml/min/1,73m2, estágio 4
C) fórmula do MDRD
D) relação albumina/creatinina na urina manhã 5) SES-RJ 2018 R3
E) depuração da creatinina em volume urinário de Paciente com doença renal crônica e clearance
12 horas de creatinina em torno de 20 ml/min está
em tratamento conservador. Para diminuir a
2) SES PE 2020 – R3 hiperfosfatemia, o médico prescreveu carbonato
Paciente, 63 anos, hipertenso e diabético com de cálcio junto com as refeições, entretanto,
albuminúria de 360 mg/g na urina 24 horas e o paciente passou a apresentar hipercalcemia
filtração glomerular estimada por fórmula em 50 significativa. O médico assistente deve receitar:
mL/min/1,73 m2. De acordo com a avaliação A) calcitriol
de doença renal crônica da KDIGO (Kidney B) sevelamer
Disease Improving Outcome), esse paciente seria C) hidróxido de alumínio
classificado como: D) carbonato de cálcio longe das refeições
A) G3aA3
B) G1A2 6) SES-RJ 2018 – R3
C) G3aA2 Paciente com insuficiência renal crônica em
D) G3bA1 tratamento conservador apresenta anemia.
E) G2A3 O residente resolve iniciar eritropoietina,
mas o supervisor adverte a certificar-se que o
3) SES PE 2017 - R3 paciente tenha:
Homem, 68 anos, 80 kg, é encaminhado ao A) haptoglobina normal
ambulatório de nefrologia por nefropatia B) número normal de reticulócitos
diabética. Exames mostram creatinina sérica C) Coombs direto e indireto negativos
de 2,0 mg/dL e 600 mg de albuminuria em 24 D) estoques de ferro orgânico suficientes
horas. Qual é o estágio da doença renal crônica?
A) G3a/A2 7) SES-RJ 2020 – R1
B) G3b/A3 Paciente com doença renal crônica (TFGe =
C) G4/A1 18mL/min), em tratamento conservador, tem
D) G3a/A3 anemia e está sendo tratado com eritropoietina.
E) G3b/A2 Revisando o prontuário, constata-se que,
antes do tratamento, foram solicitados apenas
4) UNICAMP 2020 – R3 hemograma e creatinina, O exame atual, feito
Para indivíduo masculino, 40 anos, 70 kg, com meses depois do primeiro, demonstra ausência
creatinina plasmática 2,01 mg/dL, creatinina de melhora da hemoglobina, antes de iniciar
urinária 46 mg/dL, volume urinário de 24h a eritropoietina, deveria ter sido assegurada a
1440mL e superfície corporal de 1,70 m2 a normalidade dos estoques da medula óssea de:
depuração plasmática de creatinina, em ml/min A) Vitamina B12
corrigida para 1,73m2 de superfície corporal, e o B) Ácido fólico
estágio correspondente da doença renal são: C) Tiamina
A) 37 ml/min/7,73m2, estágio 3A D) Ferro
B) 23 ml/min/1,73m2, estágio 4

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8) SUS BA 2017 – R3
Mulher, 60 anos, retorna ao ambulatório com
queixa de fadiga e perda ponderal não aferida
há quatro meses. Relata DM tipo 2 há 10 anos,
em uso de insulina NPH à noite. Ao exame,
emagrecida, descorada 2+/4, PA=150 X 90
mmHg, FC= 70 bpm, peso= 50 kg, altura= 1,60
m. Edema +/4 em membros inferiores. Exames
laboratoriais: Hb = 9,0 g/dL, leucócitos: 7000
cel/mm3, plaquetas = 180 cel/mm3; Na = 135
mEq/L, K = 5,7 mEq/L, Cr = 2,5 mg/dL, uréia
= 190 mg/dL, bicarbonato de sódio = 17 mEg/L,
4,9 mg/dl, cálcio corrigido 7,8 mg/dl saturação
de transferrina: 30%, ferritina = 80 mcg/L.
Sumário de urina com proteinúria 3+. Diante
desse quadro:
A) Indique a principal suspeita diagnóstica e
estadiamento
B) Indique a terapia farmacológica mais adequada
para anemia
C) Indique as duas principais causas para a
hipocalcemia

Gabarito

1- A
2- A
3- B
4- B
5- B
6- D
7- D
8- Item A: Doença renal crônico estágio 4
Item B: Reposição de ferro. Caso persista após
reposição adequada, indicar EPO
Item C: Hiperfosfatemia e deficiência de vitamina
D (calcitriol)

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