Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONTESTAÇÃO
Trata-se de aventureira ação onde a parte autora pleiteia que a Contestante seja
coibida a entregar seu diploma, bem como condenada à condenação ao pagamento de
danos materiais, morais e repetição de indébito.
Todavia, suas alegações não merecem prosperar posto que: 1) nunca houve
negativa na entrega do diploma da Requerente; 2) não houve cobrança pela emissão do
diploma; 3) não houve qualquer cobrança indevida; 4) não houve a demonstração de
qualquer ilícito capaz de justificar a condenação da Requerida em perdas e danos; 5) a
parte autora age de má-fé, omite importantes informações desse MM. Juízo para
enriquecer-se ilicitamente.
PRELIMINARMENTE
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Contextualizando:
Cabe ressaltar que devido à crise financeira que assolou o país, a Requerida passa
por diversas dificuldades financeiras que justificam a concessão da gratuidade de justiça
em seu favor, ainda mais por estar sem qualquer movimentação, conforme verifica-se na
declaração anexa.
MÉRITO
Tentando induzir esse Douto Juízo a erro, a parte autora alega que supostamente
recebeu cobrança de R$ 160,00 (cento e sessenta reais) para que seu diploma fosse
emitido. TAL INFORMAÇÃO NÃO CONDIZ COM A VERDADE, já que esse valor
refere-se tão somente aos custos inerentes à colação de grau, ato obrigatório para
expedição do diploma, conforme art. 2º da Portaria nº 1095, de 25 de outubro de 2018,
do Ministério da Educação (MEC), in verbis:
Insta esclarecer que a aluna participou da colação de grau, fazendo inclusive uso
de beca e foto, conforme imagem anexa.
Sendo assim, não há o que falar em cobrança indevida visto que o serviço de
colação de grau contratado foi prestado pela instituição.
DA EMISSÃO DO DIPLOMA
Vejamos o que diz o artigo 9 do contrato juntado pela parte autora no documento
de ID1943240691:
Artigo 9 - Qualquer requerimento formulado pela contratante à
contratada só será válido se realizado, por escrito, em formulário
próprio e protocolado na secretaria da instituição.
1
http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/colacao-de-grau
Com o requerimento informal da Requerente, a Contestante por diversas vezes
tentou, SEM NUNCA VINCULAR A ENTREGA À QUITAÇÃO DE QUALQUER
PARCELA EM ATRASO, conseguir o envio do mesmo para Taguatinga e, por telefone,
tudo isso foi explicado à Autora que sempre dizia que compareceria à instituição para
cumprimento da formalidade mas não o fazia.
Nobre Julgador, por inúmeras vezes, por meio de ligação de cobrança, quando a
Autora tentou simular que não havia recebido seu diploma por conta de sua
inadimplência, foi-lhe explicado que havia a necessidade do comparecimento na
instituição e a mesma nunca compareceu, e agora surge com a presente ação tentando
obter de modo ilícito ganhos, fato vedado por nosso ordenamento jurídico.
Melhor sorte não há às alegações da parte autora de que teria sofrido cobranças
indevidas, todavia, a Requerente não se desincumbiu de seu ônus, já que a prova do
pagamento é ônus do devedor, tanto por ser fato extintivo do direito da Requerida como
por ser necessário evidenciar a solutio, demonstrando o cumprimento da obrigação,
conforme já pacificado pela Corte Superior. Contextualizando:
Excelência, até hoje a parte autora não demonstrou a quitação de sua dívida,
tampouco colacionou aos autos prova de seu pagamento.
Suas alegações embasam-se tão somente da premissa de que por ter realizado o
pagamento de parcelas anteriores, não poderia ter sido deixado de pagar a mensalidade
de maio. Entretanto, até hoje não houve a baixa bancária da referida mensalidade, não
havendo qualquer ilicitude na cobrança realizada.
2
Precedentes: REsp. 1.426.414/PB, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 24.02.2014 e RMS
25.219/PR, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 14.03.2011; AgInt no AREsp
415.260/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
20/06/2017, DJe 28/06/2017; AgInt no REsp n. 1.713.037/DF, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira
Turma, data do julgamento: 16-12-2019, data da publicação/fonte: DJe de 19-12-2019.
concedida para suprir a não apresentação do diploma de formação
em curso superior no prazo assinalado no edital - Admissibilidade
- Atestado suficiente a comprovar a formação técnica exigida para
o cargo - Regras editalícias a serem interpretadas de acordo com
o princípio da razoabilidade - Óbice meramente formal afastado -
Ausência de discussão, na espécie, sobre o preenchimento dos
demais requisitos necessários à contratação - Sentença mantida -
Recursos não providos. (TJ-SP - AC: 10001168320208260326 SP
1000116-83.2020.8.26.0326, Relator: Maria Olívia Alves, Data
de Julgamento: 06/07/2020, 6ª Câmara de Direito Público, Data
de Publicação: 06/07/2020)
Ademais, a parte autora alega que se sentiu lesionada, razão pela qual também se
insurgiu pleiteando a condenação da instituição requerida ao pagamento de danos morais,
atribuindo-a a prática de ato ilícito passível de indenização, o que já se comprovou
inexistir.
Neste sentido, os Arts. 186 e 927 do Código Civil preceituam que, aquele que por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, ficando obrigado a indenizar
a vítima.
Nobre Julgador, não é toda e qualquer conduta irregular ou ilícita que gera danos
de natureza moral, na medida em que a situação que merece compensação pecuniária
deve se adequar à moral do homem médio, não podendo escapar ao sentimento comum
da pessoa que vive em sociedade, a qual deve se acostumar com seus acasos e dissabores.
"Nessa linha de princípio, só pode ser reputado como dano moral a dor,
vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade,
interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo,
causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero
dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada
estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte
da normalidade do nosso dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre os
amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e
duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo.
Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o dano moral,
ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais
acontecimentos." (in Programa de Responsabilidade Civil. 7ª ed. São
Paulo: Atlas, 2007. p. 80).
DO PEDIDO CONTRAPOSTO
PEDIDOS
Ante o exposto, requer que seja julgado improcedente o pleito autoral. Requer
ainda a procedência do pedido contraposto para condenar a parte ao autora ao pagamento
da parcela em atraso – devidamente atualizada e acrescida de juros e cujo valores deverá
ser apurado em sede de cumprimento de sentença – e de danos materiais equiparados aos
gastos da Requerida com advogado.
Termos em que,
Pede deferimento.