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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AUTUADO SOB Nº _____________


RECORRENTE: SERAFIM
RECORRIDO: INCORPORADORA Y

SERAFIM, já qualificado nos autos do processo que move em face da


INCORPORADORA Y, pessoa jurídica já qualificada nos autos, por meio do
seu advogado que esta subscreve (mandato incluso), com escritório
(endereço), onde recebe intimações (e-mail), vem perante Vossa Excelência,
não se conformando, data vênia, com o r. acórdão proferido por este Egrégio
Tribunal, que negou provimento ao recurso de apelação interposto pelo
recorrente, interpor RECURSO ESPECIAL para o Superior Tribunal de Justiça,
com arrimo no art. 105, inciso III, alínea “a”, da Constituição Federal e no art.
1.029 e seguintes do Código de Processo Civil, em conformidade com as
inclusas razões.
Requer, para tanto, seja o presente recurso recebido e regularmente
processado, intimando-se a parte contrária para que ofereça, dentro do prazo
legal, as contrarrazões e, após, seja o recurso admitido e encaminhado com as
inclusas razões ao Colendo Superior Tribunal de Justiça.

Termos em que se pede deferimento.

Rio de Janeiro, _____de ________________de 2021

Advogado - OAB/XX xx

RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AUTUADO SOB Nº _____________
RECORRENTE: SERAFIM
RECORRIDO: INCORPORADORA Y

Colenda Turma,
Ínclitos Julgadores

I. a) – CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

(NCPC, ART. 1029, inc. II)

Lado outro, disciplina o artigo 105, III, a, da Constituição Federal, que é


da competência, exclusiva do Superior Tribunal Federal de Justiça, apreciar
Recurso Especial, fundado em decisão proferida em última ou única instância,
quando a mesma contrariar lei federal ou negar-lhes vigência.
O r. acordão, que negou provimento ao recurso de apelação pelos
próprios fundamentos do juízo de primeiro grau, sem motivar especifica e
casuisticamente sua decisão, violou comando legal do Código de Processo
Civil estampado no art.489, §1º. Por esta razão, o Recorrente opôs embargos
declaratórios para sanar tal omissão do r. acordão, nos termos do art. 1.022,
Parágrafo único, inciso II, do CPC/2015, e para firmar pré-questionamento, nos
termos do art. 1.025 do CPC/2015
Contudo, o Egrégio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou
provimento aos embargos declaratórios e aplicou multa ao Recorrente por
entender que os embargos eram meramente protelatórios, em contrariedade ao
comando legal do art. 1.025 do CPC/2015.
A contrariedade de norma federal fica também caracterizada quando
do não reconhecimento, pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, da
legitimidade passiva solidária do Recorrido, nos termos do art. 7º, Parágrafo
único, e do art. 25, §1º, ambos do Código de Defesa do Consumidor, e do art.
942 do Código Civil.
Por essas razões, o Recorrente entende demonstrado o cabimento do
Recurso Especial e requer que seja recebido e regularmente processado.

B) CONTRARIAR TRATADO OU LEI FEDERAL, OU NEGAR-LHES


VIGÊNCIA:

É cabível salientar que o direito de recorrer de um princípio


denominado duplo grau de jurisdição, que é um dos desdobramentos do
chamando Devido Processo Legal. Este princípio não está expressamente
previsto no nosso Direito Constitucional, mas decorre da lógica do sistema, que
prevê competências recursais a cada um dos órgãos do Poder Judiciários na
Constituição. Por outro lado, é expresso no Pacto San José da Costa Rica, a
principal Carta de Direitos Humanos do nosso continente. Decerto então,
inexistir o óbice contido na Súmula nº 7 do STJ. Acrescente-se que a decisão
guerreada, com dito, contrariou os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade.

C) DO PREQUESTIONAMENTO

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o


embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos
de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior
considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

I – DA SÍNTESE DOS FATOS

O Recorrente, nos autos do processo em epígrafe, pleiteou a


condenação do Recorrido ao pagamento de quantias indenizatórias a título de
lucros cessantes, em razão da demora exacerbada na entrega da unidade
imobiliária, e danos morais. Todas as provas pertinentes e relevantes dos fatos
constitutivos do direito do autor foram carreadas nos autos.
Na contestação, o Recorrido suscitou preliminar de ilegitimidade
passiva, apontando como devedora de eventual indenização a Sociedade
Construtora Y contratada para a execução da obra. Alegou, no mérito, o
descabimento de danos morais por mero inadimplemento contratual e, ainda,
aduziu que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos lucros
cessantes alegados pelo Recorrente.
O juízo de primeira instância, transcorridos regularmente os atos
processuais sob o rito comum, acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva.
Da sentença, o Recorrente interpôs recurso de apelação, mas o
acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro manteve
integralmente a decisão pelos seus próprios fundamentos. Diante disso, o
Recorrente opôs embargos de declaração por entender que havia omissão no
Acórdão e para pré-questionar a violação de norma federal aplicável ao caso
em comento. No julgamento dos embargos declaratórios, embora tenha
enfrentado os dispositivos legais aplicáveis à espécie, o Egrégio Tribunal
negou provimento ao recurso e também aplicou a multa prevista na lei para a
hipótese de embargos meramente protelatórios.

III – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

O r. acordão tem-se que o pleito dos recorrentes encontra substancial


amparo em nossa Carta Magna, conforme dispõe o artigo 105, inciso III, da
Constituição Federal Brasileira:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

(...)

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou


última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

Consubstanciando ainda mais neste sentido, o artigo 1.029 e


seguintes, do Código de Processo Civil, estabelece as disposições gerais para
seu procedimento:
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos
previstos na Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-
presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:

I - a exposição do fato e do direito;

II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;

III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

IV- DAS RAZÕES RECURSAIS

O instituto da presente demanda visa a verificação correta da


aplicação da alegação da prática do ilícito contratual, no mérito, o
descabimento de danos morais por mero inadimplemento contratual e, ainda,
aduziu que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos lucros
cessantes alegados pelo autor.

Indicação de violação do disposto no Art. 25, § 1º.

25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite,


exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções
anteriores.

§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos


responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções
anteriores.

Salienta-se pelo exposto, que o presente recurso não requer o


reexame de prova, repita-se, mas sim, e tão somente, que seja verificada a
correta aplicação do dispositivo legal do artigo 30 da Lei 4.591/64.

Art. 30. Estende-se a condição de incorporador aos proprietários e


titulares de direitos aquisitivos que contratem a construção de edifícios que
se destinem a constituição em condomínio, sempre que iniciarem as
alienações antes da conclusão das obras.
Identificação dos danos sofridos, lucros cessantes e dano moral, aduziu
que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos lucros cessantes
alegados pelo autor.

Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de


outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais
de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.

Oral nobres julgadores, a decisão supra mencionada contraria lei


federal, nega-lhe vigência e dá a interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal, pois o artigo 1.026, § 2º do CPC/15, é claro o
entendimento ao afirmar que:

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito


suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.

(...)

§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração,


o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a
pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor
atualizado da causa.

O Código de Processo Civil, conforme estabelece o artigo 1.022,


parágrafo único, inciso II, dispõe:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão


judicial para:

(...)

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

(...)

II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º .


Assim, consubstanciado, dispõe o artigo 489, § 1º, inciso IV, do Código
de Processo Civil, a seguinte redação:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

(...)

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela


interlocutória, sentença ou acórdão, que:

(...)

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo


capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

Desta forma, por meio de todo o exposto, demostra-se que, ainda


tendo decisões favoráveis a parte recorrente, devido a aplicação de tais
detrimentos legais e essenciais para o seu julgamento, o direito da mesma
encontra-se fragilizado.

V- DO DIREITO

a) Da ofensa aos artigos 1.022, II artigos 489 parágrafo 1º, IV art. artigo
1.025 CPC/15;

Não tendo sido acolhidos os embargos de declaração, acabou-se por


infringir os art. 1.022, II e 489, Parágrafo 1º, IV do NCPC/2015, que assim
estão dispostos:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão


judicial para:

I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o


juiz de ofício ou a requerimento;

III - corrigir erro material.


Neste compasso, examinando –se esses acórdãos, constam-se
similitude fática, entre a decisão recorrida e o aresto apontado como paradigma.
Por isso, relevam teses diversas na interpretação do mesmo dispositivo legal.

Por tudo isso, merece, há de ser conhecido este recurso especial.

VI – DOS PEDIDOS

Como se vê todos os dispositivos da Lei Federal e decisão paradigma


acima transcritos, resta cabimento demonstrada violação de dispositivos de lei
federal e a divergência jurisdicional acerca da interpretação dos dispositivos
legais violados.

FACE AO EXPOSTO, e tendo sido atendidos todos os requisitos de


admissibilidade recursal, requer o recorrente:

a) seja recebido, processado e admitido o presente Recurso Especial;


b) intimando a parte contrária para que ofereça, dentro do prazo legal, as
contrarrazões e, após, seja o recurso admitido e encaminhado com as
inclusas razões ao Colendo Superior Tribunal de Justiça.
c) seja dado provimento ao presente Recurso Especial, determinando-se a
nulidade do acórdão por falta de fundamentação, não apreciação de todos
os argumentos e erro na valoração das provas, reconhecendo-se a
prescrição anual, tudo com base nos fundamentos acima aludidos, por ser
matéria de direito e justiça;
d) para a reforma integral da decisão recorrida;
e) provimento parcial para afastar a aplicação da multa.

Respeitosamente, pede deferimento.

Rio de Janeiro, _____de ________________de 2021

Advogado - OAB/XX xx
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