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Ergonomia 05
Ergonomia 05
ERGONOMIA
MÓDULO V
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Segundo disposições da Associação Brasileira de Ginástica Laboral (ABGL,
2010), a ginástica laboral foi desenvolvida para atender de forma adequada às
necessidades dos trabalhadores no sentido da sua preparação física,
comportamental e sociocultural para os desafios dos modernos ambientes de
trabalho.
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Em relação à execução, a ginástica laboral subdivide-se em preparatória (no
início do expediente); compensatória (no meio do expediente) e relaxante (no fim do
expediente).
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exercícios de alongamento e flexibilidade, exercícios respiratórios e posturais com
duração de 5 a 10 minutos durante a jornada de trabalho (MENDES, 2000;
CAÑETE, 2001; MARTINS, 2001; ZILLI, 2002; LIMA, 2003; MENDES e LEITE, 2004
e OLIVEIRA, 2006).
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FIGURA 30 – GINÁSTICA LABORAL QUANTO À EXECUÇÃO E AO OBJETIVO
FONTE: Adaptado de Mendes e Leite: Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas, 2004.
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QUADRO 6 – BENEFÍCIOS QUE PODEM SER ALCANÇADOS PELA EMPRESA
EM MANTER OS TRABALHADORES INSERIDOS EM PROGRAMAS DE
GINÁSTICA LABORAL
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Melhorar a condição do estado de saúde geral.
Psicológicos
Reforço da autoestima;
Aumento da capacidade de concentração no ambiente de trabalho;
Conquista do momento destinado a ele;
Valorização do funcionário.
Social
Melhora do relacionamento interpessoal;
Melhora da comunicação interna;
Participação ativa nas palestras debates e dinâmicas de grupo.
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de dor e melhora da qualidade de vida em relação às condições de trabalho,
preparação psicossocial, melhoria do relacionamento interpessoal, estado de humor,
motivação e disposição para enfrentar a jornada de trabalho, atuando positivamente
na prevenção das doenças ocupacionais.
O estudo de Rocha (1999) demonstrou que a maioria dos funcionários que
participou de um programa de ginástica laboral apresentou melhora de dores nas
costas, dores musculares e cansaço. Da mesma forma, Militão (2001) constatou que
os exercícios de alongamento e relaxamento auxiliaram a percepção corporal,
fazendo com que os funcionários do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(SENAI) adotassem posturas mais adequadas e, em consequencia, obtivessem
alívio das dores corporais.
No estudo de Resende et al. (2007), que avaliou 24 funcionários de
telemarketing, melhoras relacionadas ao cansaço, dores no corpo e estresse; maior
disposição para o trabalho, melhor satisfação com a empresa e melhor integração
com os colegas foram evidenciadas após quatro meses de exercícios. Segundo os
autores, outro achado positivo foi a percepção da maioria dos trabalhadores (cerca
de 90%) sobre a prática da ginástica laboral como parte do seu lazer e não do seu
trabalho. Além disso, apenas um dos 24 funcionários participantes afirma não indicar
a prática para outro colega, o que de forma geral demonstra grande aceitação por
parte dos trabalhadores.
O estudo de Andrade (2001) mostrou as relações entre os trabalhadores
ativos e sedentários. O fato de se manter fisicamente está voltado para questões
não só de saúde, mas também de produtividade e questões para as condições do
trabalho. Neste sentido, Andrade (2001) indica maior autocontrole do estresse
relacionado a aqueles que praticam algum tipo de atividade física.
Carvalho, Oliveira e Gomes (2010) encontraram diminuição das faltas no
período de três meses para o grupo que participava das atividades de ginástica
laboral, comparando com aqueles trabalhadores que não a realizavam. Segundo as
autoras, a ginástica laboral pode ser a abordagem mais frequentemente utilizada na
profilaxia de problemas de saúde relacionados ao trabalho, tendo em vista que o
programa de ginástica laboral pode motivar ainda mais o funcionário e mostrar a
preocupação que a empresa tem na sua qualidade de vida.
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Da mesma forma o estudo de Miara et al (2008) encontrou benefícios com
as práticas em ginástica laboral. Além disso, o número de queixas ambulatoriais e
de funcionários afastados reduziu desde o início das atividades.
Economicamente, o artigo de Martins e Michels (2001) indicou alguns casos
dos Estados Unidos em que os ganhos da receita foram surpreendentes com as
boas práticas em ergonomia e saúde dentro da empresa. No caso da ginástica
laboral os autores ilustraram o exemplo do Departamento de Combate a Incêndios
de San Jose que analisou os tipos de lesões que seus bombeiros estavam expostos,
apontando os grupos musculares envolvidos. A partir destas investigações foi
estabelecido um programa de avaliação de modo que profissionais da saúde
identificavam inicialmente as áreas fracas para posteriormente designar meios para
fortalecê-las. Segundo informações dos autores, em dois anos foram economizados
aproximadamente um milhão de dólares.
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Segundo Miara et al (2008), é importante ressaltar que os benefícios da
implantação do plano de intervenção só podem ser observados devido a prática
regular dos exercícios propostos.
Para Pieron (2004), a participação pouco frequente não permite cumprir as
recomendações necessárias para promover os efeitos benéficos relacionados à
saúde.
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Carvalho (2008) faz uma relação entre a ginástica laboral e atividade do
profissional de Educação Física e de Fisioterapia. A autora mostra que a resolução
do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) nº 073 apresenta alguns artigos
que se relacionam à atuação do profissional na ginástica laboral. No Art 1º consta
que é prerrogativa privativa do Profissional de Educação Física planejar, organizar,
dirigir, desenvolver, ministrar e avaliar programas de atividades físicas,
particularmente, na forma de ginástica laboral e de programas de exercícios físicos,
esporte, recreação e lazer, independente do local e do tipo de empresa e trabalho.
Carvalho (2008, p. 434) indica que no Art. 2º o desempenho das atribuições do
profissional de Educação Física, no âmbito da Ginástica Laboral, incluem-se:
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Neste sentido, o Conselho Regional de Educação Física menciona que o
Educador Físico é “o único profissional devidamente preparado com formação
específica, que atende à complexidade técnica, metodológica e científica da
prescrição da ginástica laboral” (CARVALHO, 2008, p. 434).
Mesmo que Carvalho (2008) faça reflexos acerca da atuação da área de
Fisioterapia na ginástica laboral, pode-se dizer que o termo “ginástica laboral” pode
ser utilizado pelas duas categorias profissionais; porém, a incumbência do
Fisioterapeuta é o acompanhamento e o tratamento das lesões já instaladas, e a
prevenção destas cabe ao Educador Físico.
No entanto, estas discussões ainda se mostram presentes e passíveis de
discussão entre os dois conselhos (de Educação Física e de Fisioterapia) e na
prática se tem atualmente educadores físicos e fisioterapeutas atuando com a
realização da ginástica laboral dentro das empresas.
Segundo Militão (2001), Soares e Assunção (2002) e Logen (2003), os
programas de ginástica laboral acompanhados constantemente por profissionais
capacitados, sejam eles fisioterapeutas ou professores de educação física,
apresentam melhores resultados e adesão do que programas que utilizam
multiplicadores de exercícios.
Vale salientar que os multiplicadores de exercícios não são capazes de
conduzir de forma eficiente, eficaz e satisfatória as atividades, o que acaba
comprometendo os resultados do trabalho em ginástica laboral. Nesta mesma
perspectiva, Pimentel (1999), referindo-se aos programas conduzidos por monitores,
critica essa prática e defende o acompanhamento profissional constante,
promovendo com isso a possibilidade de formação de consciência corporal engajada
com o real bem-estar do trabalhador. Além disso, em termos legais, quando um
funcionário, por exemplo, é treinado para desenvolver a ginástica laboral com os
demais colegas, este pode pleitear judicialmente o acúmulo de funções por ele
efetuado.
Militão (2001) e Soares e Assunção (2002) realizaram estudos focando a
percepção dos trabalhadores em função para as práticas em ginástica laboral.
Ambos os grupos de autores apresentam que um dos motivos para redução na
adesão e nos benefícios dos exercícios é a falta do acompanhamento constante de
um profissional capacitado na área.
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De fato é necessário um profissional capacitado para a realização das
atividades. Pode-se dizer ainda que não basta apenas realizar os exercícios sem a
explicação para o trabalhador das reais importâncias destas práticas. Estas servem
não apenas para o desenvolvimento do trabalho, mas também para a vida como um
todo. Assim, o mesmo (trabalhador) pode pegar gosto pelas práticas e também
realizar práticas fora dos locais do trabalho, o que vem a contribuir para um estilo de
vida saudável.
Além disso, pode-se dizer que o trabalho só será completo e terá um bom
andamento quando houver cooperação, interesse do trabalhador e incentivo da
empresa. Para tanto, é importante a explicação e o entendimento dos reais
benefícios que a prática de algum tipo de exercício físico proporciona, não só para
as questões relacionadas ao trabalho, mas também para as questões de saúde e
qualidade de vida. Assim, é importante a atuação dos profissionais de Educação
Física/Fisioterapia junto às instituições, bem como da intervenção da Ergonomia
enquanto melhora das condições de trabalho e saúde.
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especificamente aquelas musculaturas mais exigidas durante as atividades
profissionais. Ademais, em muitos casos não foram observados profissionais
capacitados para a condução das atividades, sendo estas realizadas/prescritas de
forma independente pelos próprios indivíduos.
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doença ocupacional, caso ela venha a ocorrer. A inversão da relação de causa e
efeito é grave, pois pode levar a um sentimento de inadequação do trabalhador.
Além disso, não se pode incumbir ao trabalhador que o mesmo assuma a
responsabilidade de seu condicionamento físico, assim como se faz com o
desempenho e qualidade determinada pela gestão da empresa.
Ademais, alguns fatores devem ser considerados como determinantes para
a prática de exercícios físicos. Estes fatores, segundo Sallis (1994), influenciam o
comportamento durante as atividades e podem ser agrupados em áreas, sendo elas:
psicológicas, sociais e do ambiente físico.
Barros (1999 apud ALVAREZ, 2002) exemplifica os fatores que estão
associados a estas questões. O Quadro 8 ilustra os fatores que são determinantes
para a manutenção de um estilo de vida fisicamente ativo.
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- Qualidade de hábitos dietéticos
- Processos de mudanças
Culturais e Sociais - Influência do médico
- Apoios sociais dos amigos e
parentes
- Apoio social da família
Ambientais - Clima
- Locais seguros
FONTE: Adaptado de Alvarez, 2002.
Além disso, Nahas (2001) indica que alguns fatores do estilo de vida podem
ser modificados pelo indivíduo, sejam eles positivos ou negativos, uma vez que tais
fatores podem afetar a saúde e bem-estar a curto e longo prazo, principalmente a
partir da meia idade (de 40 a 60 anos). O Quadro 9 ilustra estes fatores.
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Além destas questões cabe ressaltar que em nenhum momento foi relatado
que a ginástica laboral deve substituir a análise ergonômica do trabalho.
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de realizar a ginástica laboral. Neste caso, a empresa está utilizando a participação
nos programas de ginástica laboral como uma proteção contra futuros processos
trabalhistas relacionados à lesão por esforços repetitivos/doenças osteoarticulares
relacionadas ao trabalho. A ideia é a de que, se o funcionário não participar do
programa, ele está, conscientemente, colocando sua saúde em risco. Ao invés de
promover mudanças nas condições de trabalho que se constituem em agravos à
saúde dos trabalhadores, parece mais fácil e mais “econômico” implantar paliativos.
Fica evidenciado que os benefícios poderão evitar repercussões negativas
tanto de ordem social, quanto econômicas para o Estado, empresas e indivíduo.
Para a empresa, não haverá redução no número de trabalhadores e de horas
trabalhadas, o que provocará ganhos na produção e na qualidade do serviço; para o
Estado, as despesas não irão recair sobre o Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) e evitarão o pagamento de benefícios previdenciários, tratamento e
reabilitação (DE LUCCA, 1994; CANDEIAS, 1997); para o indivíduo trabalhador, não
haverá sofrimento e incapacidade (DE VITTA, BERTAGLIA e PADOVANI, 2008).
Além disso, conforme a visão de Guérin et al. (2001), as consequências benéficas
para os trabalhadores irão se prolongar para a vida profissional, social e econômica.
Cuidado!
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Embora os trabalhadores façam parte de uma mesma linha de produção não
significa que estes possuem as mesmas necessidades. A prescrição das atividades
deve seguir os conceitos do treinamento desportivo atentando para todas as
variáveis de sobrecarga e para a individualidade biológica. Além da carga de
trabalho, é importante o conhecimento das atividades desenvolvidas nos momentos
de lazer (fora do ambiente de trabalho).
Maciel et al. (2005) atentam para os fatos, como o tipo de roupa utilizado
pelos trabalhadores, que muitas vezes é muito desconfortável para realizar
exercícios físicos (por estes utilizarem a mesma roupa para as atividades laborais).
Além disso, muitas vezes os locais de trabalho não são apropriados para a prática
de atividades físicas. Outra questão se refere ao constrangimento imposto ao
funcionário que deve realizar os exercícios na frente dos colegas e, às vezes, de
seus chefes imediatos. Logo, cabe ao profissional que conduz a atividade
proporcionar um local agradável para as práticas e informar aos trabalhadores da
necessidade da ginástica laboral na empresa. Além disso, outra necessidade é com
relação ao estudo do local de trabalho por parte do profissional. Conhecendo as
potencialidades e fragilidades do processo ocupacional fica mais fácil e viável propor
os treinamentos e consequentes medidas de melhorias.
Martins e Michels (2001) colocam ainda que programas de prevenção a
saúde do trabalhador deveriam ser constituídos de ginástica laboral, dicas e
palestras. Desta forma, as práticas atuariam no bem-estar, estilo de vida e
conhecimento sobre a saúde de seus participantes. Assim, é possível observar que
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as estratégias dentro das empresas são muitas e são práticas realizadas em
conjunto com a ergonomia.
FIM DO MÓDULO V
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