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Desordens Neurológicas

Associadas ao HTLV-1
Lincoln Yoshiharu Abe – Interno 5º ano
Introdução

 HTLV – 1: Vírus T -linfotrópico humano tipo 1


 Leucemia/Linfoma de células T em adultos
 Desordens neurológicas (mielopatia/paraparesia espástica tropical)
 Baixa eficácia no tratamento
Epidemiologia

 10 a 20 milhões de pessoas infectadas mundialmente


 América do Sul, África Sub-saariana, Caribe, oeste do Japão e Austrália
 Mulheres com faixa etária maior
 Transmissão por relação sexual, vertical, transfusão de sangue, contato com objetos
contaminados e aleitamento materno.
Virologia

 RNA vírus, família Retroviridae


Estruturais: Gp21 (proteína
transmembrana), gp46 (de superfície)
Transcriptase reversa
Protease e Integrase
 Tax (gene transativador) HBZ
(fator de zíper básico da leucina):
relacionados à proliferação celular
Patogênese

 Ataca células T CD4, monócitos, células


dendríticas, células T CD8 e linfócitos
tipo B.
 Receptor GLUT 1 e Neuropilina – 1
(NRP1), fusão celular, introdução do
material genético.
 Ação da transcriptase reversa
 Replicação de material genético (ciclo
viral) e síntese de provirus (ciclo celular)
 Sinapse viral para difusão
Barreira Hematoencefálica

 Barreira: células endoteliais, pericitos, astrócitos.


Permeabilidade seletiva (passagem de oxigênio e
hormônios)
 Na infecção pelo HTLV1: citocinas inflamatórias
(TNF-alfa, IL-1, IL-6) levam a ativação do caminho
NFkB – 1; ação da proteína Tax levam a quebra de
junção celular e integridade da barreira.
 Aumento da permeabilidade e invasão do vírus
Distúrbios Neurológicos
Mielopatia/paraparesia espástica tropical

 1964: primeiro caso em Jamaicano com mielopatia torácica


 3% casos de HTLV 1
 Progressão lenta
 Paraparesia espástica, bexiga neurogênica.
 Mecanismos:
Autoimunidade: mimetismo molecular
Citotoxicidade: ação HTLV 1 direta sobre células gliais
Efeito secundário de células infectadas sobre células normais.
Bexiga hiperativa

 Mulheres
 Alta carga viral
 Associada a HAM/TSP e reflexos aumentados
 Polimiosite (Achado de anticorpos anti HTLV 1 IgG em 85% dos acometidos)
Meningoencefalite subaguda

 Associada ao HTLV 1
 Anticorpo encontrado no soro e líquido cefalorraquidiano do paciente
Síndrome do cone medular

 Lesão T12 ~L2


 HTLV-1 associado a acometimento inflamatório apenas de nível torácico em pacientes com
HAM/TSP
 Ausência de síndrome completa
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

 Morte neuronal
 Rigidez e contraturas musculares, dificuldade na fala, disfagia e dispneia.
 Geralmente alta carga viral
 Estudo associou mielopatia por HTLV 1 e sintomas de ELA à distrofia muscular e
exacerbação de reflexos tendinosos, suspeitando de acometimento de neurônio motor
 Outro estudo demonstrou presença de HTLV 1 pelo achado de infiltrado inflamatório na
medula espinhal em autópsia
Mielopatia cervical

 Compressão de medula cervical


 Pacientes mais velhos
 Associação presente
 4 achados: lesões em medula cervical e torácica alta; mielopatia cervical em progresso;
anticorpos anti-HTLV presentes em soro e LCR; alta carga viral HLTV 1 em linfócitos e
monócitos de sangue periférico
Síndrome Sjogren

 Acometimento principal de glândulas exócrinas lacrimais e salivares


 Prevalência de sintomas neurológicos discrepantes: 10%~60% (polineuropatia sensorial
predominante)
 Estudo demonstrou alta carga de anticorpos anti HTLV1 em mulheres de regiões
endêmicas do Japão
Encefalomielite aguda disseminada

 Desmilielinização inflamatória imunomediada


 Quadro de febre, cefaleia, alterações multifocais (lentidão, distúrbios de coordenação
motora, diminuição reflexos, paralisia muscular)
 Deflagrada por infecção, ativação célula T ou vacinação
 Apenas 1 caso relacionado à HTLV 1
Meningite subaguda

 Não há relação direta


Diagnóstico HTLV 1

 Teste sorológico (ELISA)


 Confirmatório necessário (HTLV 1 e 2)
 Imunofluorescência indireta e Western Blot
 PCR
 RM: lesões massa branca periventriculares e subcorticais (presentes em 50%~80%
HAM/TSP)
Tratamento

 Usados danazol, pentoxifilina, azatioprina, vitamina C, plasmaférese, lamivudina,


zidovudina, daclizumab, ácido valproico
 Sem tratamento eficaz
 Interferon alfa e beta parecem diminuir carga de provirus
 Raltegravir usado amplamente para inibição integrase, diminui CV, mas mais eficaz para
HIV
Conclusão

 Entrada e replicação do vírus parecem interferir no mecanismo de replicação celular do


hospedeiro, o que resulta em desordens neurológicas
 Atual arsenal de drogas ineficaz
 Glicoproteínas 46 e 21, transcriptase reversa, protease, integrase são promissoras para o
desenvolvimento de novas drogas terapêuticas
 Genes Tax e HBZ como alvos de antivirais quimio e imunoterápicos
FIM

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