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Doenças

Respiratórias
Dra. Maianna Viana
AS TRETAS DA
FEBRE, CORIZA
E TOSSE
Otite Média
01 Aguda
Otite Média
• Otite Média:
1. Otite Média Supurativa ou Aguda (OMA)
2. Otite Média Com Efusão (OME)
Otite Média Aguda (OMA)
• Mais de 80% das crianças apresentarão 1 episódio de OMA a cada ano nos 3
primeiros anos de vida

• A incidência e a prevalência é durante os primeiros 02 anos de vida.

• Causa mais frequente de perda auditiva.

• Propensão em ser crônica e recorrente.


Nelson, Tratado de Pediatria, 2014
Fatores de Risco
01 Idade
04 ALM X LM
02 Sexo Masculino
05 Exposição
Creche

03 Socioeconômico
Fatores de Risco
01 Estação do Ano Exposição
04 Tabagismo
Passivo
02 Vacinação
05 Genética
Anomalias
03 Congênitas
Etiologia
• As viroses respiratórias desempenham papel relevante na patogênese da
OMA

• OMA: complicação de IVAS

• VSR, rinovírus

• Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza, Moxarella cactarrhalis


Quadro Clínico
• Otalgia
• Choro excessivo, febre, cefaleia
• Irritabilidade , diminuição do apetite, Vômitos
• Na otoscopia: Eritema, opacidade, abaulamento, diminuição da mobilidade,
otorréia aguda.

• Idade da criança (< 24 meses), a gravidade dos sintomas, a presença de


otorreia aguda e a bilateralidade direcionam o tratamento da OMA de
maneira mais incisiva
Nelson, Tratado de Pediatria, 2014
Nelson, Tratado de Pediatria, 2014
A. Membrana Timpânica
Normal

B. Leve Abaulamento

C. Abaulamento Moderado

D. Abaulamento Grave

Nelson, Tratado de Pediatria, 2018


American Academy of Pediatrics, Guideline The Diagnosis and Management of Acute Otitis Media, 2013
“Diagnóstico de OMA: história de
início agudo de sinais e sintomas,
presença de efusão na orelha média,
com sinais e sintomas de inflamação
da orelha média”
— AAP,2013
Diagnóstico
Preciso e Acurado,

Otoscópio!!!
Nelson, Tratado de Pediatria, 2014
American Academy of Pediatrics, Guideline The Diagnosis and Management of Acute Otitis Media, 2013
Tratamento

American Academy of Pediatrics, Guideline The Diagnosis and Management of Acute


Otitis Media, 2013
American Academy of Pediatrics, Guideline The Diagnosis and Management of Acute Otitis Media, 2013
Tratamento
• AMOXICILINA

• Crianças com idade > 2 anos e com sintomas mais graves - por 10
dias.
• Crianças entre 2-5 anos de idade com OMA moderada, por 7 dias;
• Crianças < 6 anos também com OMA leve, entre 5-7 dias.
• Crianças com alergia à penicilina podem receber macrolídeo ou
clindamicina (no caso de pneumococo resistente)
Prevenção

Vacinação conjugada para pneumococo e a anual para


influenza
OTITE MÉDIA COM EFUSÃO
• Uma inflamação com acúmulo de líquido na orelha média, sem sinais ou
sintomas de infecção aguda e com membrana timpânica íntegra e sem
abaulamento.
• A OME é uma evolução muito frequente após a fase resolutiva da otite
média aguda (OMA),
• Cerca de 10% dos episódios de OMA mantêm secreção na orelha média
após 3 meses de sua resolução.
• Secreção: Perda Auditiva
OTITE MÉDIA COM EFUSÃO
• Presença de efusão (secreção) na orelha Médica, com ausência de
sinais e sintomas de infecção aguda.
• Tratamento:
• Sem fator de risco: Expectante
• Com fator de risco: Intervenção Cirúrgica (Tubos de ventilação)
02
Faringite
Aguda
FARINGITE AGUDA
• 30% das infecções do trato respiratório superior apresentam dor de
garganta como sintoma primário
• Agentes Etiológicos:
 Adenovírus, coronavírus, enterovírus, rinovírus, VSR.
 EBHGA, Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumonie
• Ocorrem mais no outono, inverno e primavera
• Disseminadas através do contato próximo
• Faringite estreptocócica é rara antes dos 2 a 3 anos de idade
FARINGITE AGUDA
• As principais funções das tonsilas são: atuar como tecido
imunocompetente local, secretando imunoglobulinas nas criptas (são
capazes de produzir as 5 classes de imunoglobulinas – IgA, IgG, IgM,
IgD e IgE)

• Impedem a replicação bacteriana e viral no trato respiratório superior.

• Proteção: IgG materna (<03anos, raro!)


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Faringite Estreptocócica: febre e dor de garganta,
• Exame Físico: Hiperemia, amigdalas aumentam de tamanho e
apresentam-se por um exsudato amarelo
• Pode haver petéquias ou lesões em pequenos círculos no palato mole e
faringe posterior
• Linfonodos cervicais anteriores: aumentados e dolorosos
Diagnóstico
• Cultura da orofaringe (20-48h)
• Testes rápidos (Antígenos)
• Tonsilite Viral X Estreptocócicas ?
• Hemograma
Tratamento

1. Principal Benefício do TTO é a prevenção da febre reumática aguda


2. Deve ser iniciada imediatamente (sem cultura):
 Em crianças com faringites sintomáticas e teste rápido para AG estreptocócico +
 Diagnóstico clínico de escarlatina
 Contato Intradomiciliar com faringite estreptocócica documentada
 Histórico pessoal de Febre reumática Aguda ou HF recente de Febre Reumática
Aguda.
Tratamento
• Principal Benefício do TTO é a prevenção da febre reumática aguda
• Analgésicos/ antitérmicos e hidratação. Reavaliação clinica em 48-
72 horas.
• Antibióticos de 1° escolha são a penicilina e a amoxicilina.
• A penicilina G benzatina por via IM: crianças que não aderem ao
tratamento oral pelo prazo recomendado
• Para os pacientes alérgicos à penicilina: Macrolídeos (claritromicina
e Azitromicina) são efetivos no tratamento
• Cefalexina?
Tratado de Pediatria, SBP, 2017
Tratamento Cirúrgico
• Tonsilectomina é o procedimento cirúrgico realizado com ou sem
adenoidectomina.
• É um tratamento da faringoamigdalite recorrente ou crônica
• Na avaliação clínica, determina-se: tamanho das tonsilas e a
intensidade da obstrução pela classificação de Brodsky
• Indicações: Hiperplasia das tonsilas palatinas, Faringotonsilites
recorrentes(7 vezes ao ano tratada com antibióticos, 5 ou mais
infecções/ano nos últimos 02 anos, 3 ou mais infecções/ano nos
últimos 03 anos)
Adenoide
• É uma agregação única de tecido linfoide, que ocupa o espaço entre o
septo nasal e parede posterior da faringe.
• Uma Capsula fibrosa fina separa a adenoide das estruturas subjacentes
• Adenoide e Amigdalas: induzir imunidade secretora e regular a produção
de imunoglobulinas
• Infecção Crônica: estreptococos, Haemophilus influenzae,
• Obstrução de vias áreas superiores → Distúrbios do sono, apneia do
sono,
• Sintomas Diurnos: Respiração bucal, voz anasalada, hiposmia,
diminuição do apetite, fraca performance escolar
Netter, Atlas de Anatomia Humana, 2000
Adenoide
1. Sintomas Noturnos: Roncos noturnos, enurese, terror noturno, fala
durante o sono (sonilóquio), posições anormais para dormir, diaforese
2. RX de cavum ou Endoscopia
3. Tratamento Cirúrgico:
 Infecções nasais crônicas,
 Infecções crônicas dos seios paranasais que não respondem ao tratamento
clínico
 OMA recorrente
 OM crônica recorrente com supuração
 Obstrução nasal, respiração bucal crônica
 Roncos ruidosos sugestivos de distúrbios do sono causado pela respiração
03
RESFRIADO
COMUM
Resfriado Comum
• 6 a 8 resfriados por ano, durante os primeiros 5 anos de vida
• 10 a 15 % das crianças podem chegar a apresentar 12 infeções ao
ano
• A incidência da doença diminui com o aumento da idade
• Crianças que frequentam creches no Primeiro ano de vida tem
50% mais resfriados do que as que permanecem em seus
domicílios
Etiologia
• Principal agente etiológico é o rinovírus

• Outros vírus: coronavírus, VSR, parainfluenza, adenovírus,


enterovírus, metapneumovírus,

• Transmissão por gotículas produzidas pela tosse e espirros ou pelo


contato de mãos contaminadas com a via aérea e cavidade oral

• Resfriado comum dura, em média 07 dias e em alguns casos, persiste


até 02 semanas
Manifestações Clínicas
• É quase sempre leve
• Afebril, sem acometimento do estado geral
• Rinorreia serosa, dor de garganta, obstrução nasal, espirros e tosses.
• Pode haver manifestações com febre, cefaleia, mal-estar e inapetência
• O Aspecto da secreção nasal pode se modificar até torna-se purulento sem,
necessariamente indicar infecção bacteriana secundária.

Se > 10 - 14 dias:
Sugere Infecção
Bacteriana
DIAGNÓSTIC
O
É CLÍNICO!!!
Tratamento
• Sintomáticos
• Orientar os pais quanto a evolução comum da doença
• Ingestão hídrica aumentada
• Expectorantes, antitussígenos e mucolíticos não tem ação
comprovada.
• Dificuldade respiratória + Piora da prostração + persistência da
febre em 72 horas =

Possibilidade de
Complicação Bacteriana
Prevenção
• Lavagem das mãos

• Evitar lugares fechados com aglomerações de pessoas

• Vacinação
04
RINOSSINUSITE
Sinusite
• Doença comum na infância e adolescência
• Potencial para complicações graves
• Sinusites Agudas: Virais e Bacterianas
• 0,5 a 2% das Infecções virais do IVAS em crianças e adolescentes
são complicadas por uma sinusite bacteriana agua
• Seios Etmoidal (pneumatizado) e Maxilar (4 anos) estão presentes
no momento do nascimento
• Seios esfenoidais (05 anos)
• Frontais (7-8 anos – adolescência)
• Pode ocorrer em qualquer idade
• Fatores predisponentes:
 IVAS
 Creches, escolinhas, contato com irmão em idade escolar
 Rinite Alérgica
 Exposição a fumaça de cigarros
Etiologia
• Streptococcus pneumoniae,
• Haemophilus influenza não tipável
• Moxarella catarrhalis
• S. aureus
Quadro Clínico
• Obstrução/congestão nasal
• Secreção nasal anterior/posterior (Espessa/purulenta)
• Tosse
• Dor/pressão facial
• Febre (>38°C)

Em crianças maiores a cefaleia e dor na arcada dentária podem estar


presentes
Exame Físico
• Eritema
• Edema de mucosa nasal
• Secreção nasal purulenta
Diagnóstico
• História
• Exame Clínico
• Cultura do material aspirado dos seios paranasais (Ausência de
reposta a ATB)
• VHS e PCR (diferenciação entre viral e bacteriana)
• Radiografia ?
Tratamento

“ As diretrizes atuais da American Academy of Pediatrics recomendam o


tratamento antimicrobiano da sinusite bacteriana aguda para promover a
resolução dos sintomas e prevenir complicações supurativas, apesar de 50
a 60% das crianças com sinusite bacteriana aguda se recuperarem sem
terapia antimicrobiana” (Nelson, Tratado de Pediatria, 2014)
Tratamento
• ATB é empírico
• Casos não complicados de RSA → Sintomáticos
• Amoxicilina (50 mg/kg/dia) → Amoxicilina com Clavulanato
• Alérgicos a Penicilina: Acetil-cefuroxima (30mg/kg/dia),
Azitromicina, Claritromicina (15mg/kg/dia)
• Corticoide intranasal (RSA pós-viral)
• Irrigação nasal
• Descongestionantes, anti-histamínicos
CRUPE
05
VIRAL
Crupe Viral
• Rouquidão , tosse ladrante, estridor predominantemente inspiratório
e graus variados de desconforto respiratório.

• Etiologia viral: Crupe Viral (parainfluenza, influenza, VSR)

• Bacteriana : Traqueíte Bacteriana e Difteria.

• Prevalência: 3 meses e 05 anos, pico 2º ano de vida


• Classificação de acordo com o grau de extensão do
acometimento das vias aéreas pelos vírus respiratórios.
 Laringe: Laringite (rouquidão + tosse ladrante)
 Laringe + Traqueia : Laringotraqueíte – Síndrome de Crupe
 Laringotraqueobronquite: Bronquíolos + Laringe + Traqueia +
sintomas de crupe + sibilos
 É a causa mais comum de obstrução de vias aéreas superiores em crianças
 90% dos casos de estridor
• Etiologia Viral é a mais comum
• Parainfluenza,
• Influenza A e B
• VSR
• Mycoplasma pneumoniae (> 5 anos)
• Acomete crianças de 1 a 6 anos, com pico de incidência aos 18
meses.
• Sexo Masculino
• Outono e Inverno
Quadro Clínico
• Rinorreia Clara
• Faringite
• Tosse leve
• Febre Baixa

OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS


SUPERIORES, INSUFICIÊNCIA
Após 12 a 48 horas... RESPIRATÓRIA, AUMENTO DA
TEMPERATURA CORPÓREA
• 3 a 7 dias
• Casos mais graves: ↑ da FC e FR, retrações claviculares, esternais,
batimento de aletas nasais, cianose, agitação psicomotora até
sonolência.
Diagnóstico

1. Achados Clínicos
2. Radiografia Cervical
1. Crupe Leve: Sem estridor ou retrações torácicas
2. Moderada: Estridor e retrações em repouso
3. Grave: Estridor e tiragem esternal no repouso e agitação ou letargia
TRATAMENTO
• Manutenção das vias aéreas patentes.
• Nebulização,
• Corticoesteroides

Tratado de Pediatria, SBP, 2017


• Epinefrina:
 Inalatória
 Efeito ultrarrápido nos sintomas de crupe
 Crupe moderado ou grave
 Crianças com procedimento ou manipulação prévias da VAS
 0,5 ml/kg de epinefrina e a dose máxima 5ml.
06
COQUELUCHE
COQUELUCHE
• Bordetella pertussis
• Alta transmissibilidade (90% dos contatos domiciliares)
• Importante causa de tosse prolongada
• Pode ser mais grave entre os menores de 1 ano de idade
• O período de transmissão inicia-se 5 dias após o contato e prolonga-
se por 03 semanas após o inicio da tosse paroxística e pode chegar a
6 semanas nos menores de 06 meses.
• Controle da doença é um desafio!!!
• Vacinação (90%)
• De 2006 a 2012 – ↓ Cobertura vacinal
• Casos Notificados no Brasil ocorre em crianças menores de 01 ano
de idade.
• Em 2014 Brasil introduziu a vacina acelular para gestante
• Fonte: Sinan/SVS/MS - atualizado em 07/05/2020 =MG: 183 casos
Quadro Clínico
• Sintomas podem variar com a idade.
• História de Contágio
• Tosse por pelo menos 02 semanas com paroxismo, estridor característico e
guincho inspiratório, vômitos pós-tosses

Terapêutica em Pediatria,2018
• Em menores de 1 ano: cianose, apneia e convulsão

• Mais grave, com maior incidência de complicações, necessidade de


hospitalização e maior letalidade.

• Complicações: Broncopneumonia, Atelectasias, Pneumotórax,


enfisema, convulsão, hérnias e prolapso retal (Elevação da pressão
intra-abdominal)
Diagnóstico Diferencial
• Infecções respiratórias podem cursar com tosse coqueluchoide:
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia trachomatis e pneumoniae,
adenovirus
DIAGNÓSTICO
1. Critérios Laboratoriais:
 Cultura positiva para Bordetella pertussis em indivíduos com
tosse
 PCR positiva para Bordetella em indivíduos com critérios
clínicos de um caso suspeito de coqueluche

2. Critérios Clinico-Epidemiológicos
 Contato de um caso de coqueluche confirmado por cultura ou
PCR no período de transmissibilidade
1. Critérios Clínicos:
 Em menores de 06 meses de vida:

Todo indivíduo independente do estado vacinal, que apresente tosse


de qualquer tipo há 10 dias ou mais, associada a um ou mais dos
seguintes sinais e sintomas: tosse paroxística, “guincho” inspiratório,
vômitos pós-tosse, cianose, apneia, engasgo
 Em Maiores ou iguais a 06 meses

Todo indivíduo independente do estado vacinal, que apresente tosse


de qualquer tipo há 14 dias ou mais, associada a um ou mais dos
seguintes sinais e sintomas : tosse paroxística, “guincho”
inspiratório, vômitos pós-tosse, cianose, apneia, engasgo

 Todo Indivíduo com tosse por qualquer período, com história de


contato próximo, com caso confirmado de coqueluche, pelos
critérios laboratoriais
DIAGNÓSTICO
 Hemograma é um exame complementar: Linfócitos > 10.000/mmᶟ ,
Leucócitos > 20.000
• E Radiografia???
• Qual o Achado
Radiológico?

Infiltrado peri-hilar bilateral


– Coração Felpudo
Tratamento
• Crianças
> 1 ano, sem complicação: Domiciliar
< 1 ano: * Principalmente , 6 meses e prematuros: hospitalar

• Antimicrobianos de escolha: Eritromicina, Azitromicina e


Claritromicina.

• Azitromicina: 10mg/kg/dia no 1° dia, 5mg/kg dia 2° ao 5° dia, 01


vez ao dia
• Claritromicina: 15 mg/kg/dia de 12/ 12 horas, por 07 dias
Terapêutica em Pediatria,2018
INSPEÇÃO – ESFORÇO RESPIRATÓRIO
• Retrações da parede torácica

• Uso da musculatura acessória

• Batimentos das aletas nasais

• Movimentos respiratórios paroxísticos

• Retração de Fúrcula
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

0-2 1-5 ANOS > 5 ANOS


2-12
MESES MESES
< 60 < 50 < 40 < 20
ircm/min ircm/min ircm/min ircm/min
PNEUMONIA
01
“Pneumonia Adquirida na Comunidade
(PAC) refere-se a PNM que ocorre em crianças não
hospitalizadas no ultimo mês, portanto não
colonizadas e sim por aqueles provenientes do
meio Domiciliar, escolar e comunitário.” (SBP,
2022)
Pneumonia
• Importante causa de morbimortalidade no mundo.
• 155 milhões de casos de pneumonia em crianças/ano (OMS)
• Aproximadamente 02 milhões óbitos/ano em crianças abaixo 5 anos
• Nos EUA e América do Norte: incidência 3-4 casos/100 crianças
menores de 5 anos
• É uma das principais causas de óbito em menores de 5 anos no
Brasil
• Vacinas, AIDPI: Causaram declínio na incidência de mortalidade por
PNM
Fatores de Risco
• Desnutrição
• Baixa idade
• Comorbidades e gravidade da doença
• Baixo peso ao nascer
• Permanência em creche
• Ausência de aleitamento materno
• Vacinação incompleta
• Variáveis socioeconômicas e ambientais
Etiologia
• Quanto mais jovem a criança, excluindo-se os primeiros 02 meses de vida,
maior a chance de ocorrência de doença em etiologia viral

• Os vírus podem ser responsáveis por até 90% das PNM no 1° ano de vida e
50% do casos na idade escolar

• Vírus sincicial respiratório (VSR)

• Influenza, parainfluenza, adenovírus e rinovírus


• Agentes bacterianos: pneumococo, Haemophilus influenzae, e
Staphylococcus aureus

• Algumas crianças apresentam alto risco para infecção pelo pneumococo:


Infectadas pelo HIV, imunodeficiência congênitas ou adquiridas,
cardiopatas, nefropatas, pneumopatas crônicos (asma grave), Diabete melito,
Anemia falciforme, cirrose hepática ou contactantes de doentes crônicos
Tratado de Pediatria, SBP, 2017
Quadro Clínico
• Varia com a idade da criança, estado nutricional, presença de doença
de base e o agente etiológico
• Febre de inicio agudo, Taquipneia, tosse
• Pródromo: febre baixa e rinorreia
• Diminuição do apetite e agitação

0-2 meses: ≥ 60 ircm/min


2-12 meses: ≥ 50
ircm/min
1-5 anos: ≥ 40 ircm/min
> 5 anos: ≥ 20 ircm/min
1. Sintomas gripais são comuns

2. RN e Lactentes os sinais e sintomas são inespecíficos: Febre ou Hipotermia,


Tosse seca ou produtiva, coriza, Inapetência, irritabilidade, letargia,
gemência e Taquipneia e/ou dispneia.

3. Pré-escolares e escolares: Tosse seca ou produtiva, febre(> 48-72 horas) e


coriza, Dispneia, prostração e palidez

4. As crianças mais velhas podem referir dor torácica tipo pleural ou rigidez da
nuca (cada uma delas relacionada ao envolvimento do lobo)
• Gravidade
 Saturação de oxigênio menor que 92%
 Abolição do murmúrio vesicular, com possibilidade ou confirmação radiológica
de complicações, como derrame pleural (DP) e empiema;
 Desnutrição grave;
 Sonolência;
 Rebaixamento do nível de consciência
 Recusa alimenta
Ausculta
respiratória???
Sinais de esforço
respiratório?
Diagnóstico
• Diagnóstico é clinico
• Avaliação Laboratorial ?
• Hemograma
• VHS, PCR
• Hemocultura
• Pesquisa Viral
• Sorologia
Diagnóstico
• Radiografia: recomendada apenas nos casos graves que demandam
internação, casos graves, doença de evolução prolongada ou
recorrente com TTO
• RX < 05 anos com febre + Leucocitose sem causa aparente.
• Consolidação alveolar, pneumatoceles, derrames pleurais e
abscessos → Etiologia Bacteriana
• Padrão intersticial → Mycoplasma pneumoniae ou Chlamydia
pneumoniae (Pneumonia Atípica)
Tratamento
1. Maioria das Crianças pode ser tratada ambulatoriamente
2. Critérios de Internação:
• Idade < que 2 meses
• Insuficiência respiratória aguda
• Hipoxemia: saturação < 92%
• Comprometimento do estado geral: toxemia, desidratação
• Pneumonia extensas
• Presença de comorbidades (anemia, cardiopatias, pneumopatias)
Tratamento

• Impossibilidade de ingerir medicações


• Falha na resposta à terapêutica ambulatorial.
• Derrame Pleural
• Pneumatocele
• Abscesso pulmonar
• Recusa do seio materno por mais de 3 mamadas (< 2 meses)
• Convulsões
TRATAMENTO
• Ambulatorial: Crianças sem sinais de gravidade e com boas
condições clínicas.
• A escolha do TTO é empírica
• Primeira opção (2m-5a): Amoxicilina (pneumococo) 50mg/kg/dia de
8em 8 horas ou 12 em 12 horas.
• Quando a criança não mostra sinais de melhora após 48-72 hora:
Falha terapêutica
• Suporte Ambulatorial – Reavaliação 48-72horas
Prevenção

1. Vacinação
Pneumonias Atípicas
• 10 a 40% das PAC
• Clamídia pneumoniae e trachomatis, Mycoplasma pneumoniae
• Maioria dos casos sintomas leves
• 20% assintomáticas,
• O MP presente na nasofaringe por alguns meses em portadores
assintomáticos.
• Idade: 5 a 15 anos
• ↑ em menores de 5 anos e em pneumonias com internação
hospitalar.
• Limitado de leve a moderada
• Espontânea: de 2 a 3 semanas do inicio dos sintomas
• Sintomas inespecíficos
• Tosse seca persistente (Semelhança - tosse coqueluchoide), coriza
obstrução nasal,
• Tosse produtiva
• Febre (até 38,5°)
• Odinofagia, rouquidão, cefaleia, adinamia, mialgia, sibilância.
• FEBRE + TOSSE + SIBILÂNCIA + CRIANÇAS > 5 ANOS
SEM ASMA = INFECÇÃO POR MP
1. Manifestações extrapulmonares
 Dermatológicas
 Cardíacas
 Oculares
 Neurológicas
 Hematológicas
 Gastrointestinais
 Nefrológicas
Diagnóstico
• Leucograma: inespecífico
• ELISA IgM e IgG
• Cultura
• RX de toráx: inespecífico
Tratamento
1º escolha: Macrolídeos

Azitromicina
Claritromicina
Eritromicina

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