Conceito: todos os procedimentos que buscam devolver aspectos clínicos de
normalidade aos tecidos periodontais ou prepará-los para a terapia cirúrgica. É dividida em três etapas:
Primeira Etapa – Terapia Associada à Causa: todos os procedimentos que buscam
eliminar total ou parcialmente os fatores etiológicos e predisponentes que incidem sobre as estruturas periodontais; obter visibilidade e acesso; reorganizar os tecidos periodontais favorecendo o planejamento e execução das demais etapas; obter estabilidade longitudinal. Envolve procedimentos emergenciais, raspagem supra e subgengival, controle da placa bacteriana, remoção de fatores predisponentes, contenção provisória ou definitiva, estabilidade oclusal e reavaliação.
Procedimentos Emergenciais: ações terapêuticas que proporcionam estabilidade
sintomatológica, estética e funcional para o paciente.
Raspagem Supragengival: consiste na eliminação de depósitos, manchas e pigmentos
localizados supragengivalmente. Visa a eliminação dos depósitos, descontaminação coronária, favorecimento do controle de placa, redução do quadro inflamatório, reorganização tecidual, obtenção de visibilidade e acesso, menor sangramento durante procedimentos cirúrgicos, menor edema e dor pós-operatórios. É indicada para o tratamento de pseudobolsa (menores que 0,3mm), eliminação de depósitos supragengivais, patologias em estado inicial e como procedimento para terapia periodontal de suporte. Os instrumentais podem ser manuais, como as curetas, ou o ultrassom. As curetas implicam maior tempo de execução, mais esforço por parte do profissional, pode causar fadiga no paciente e requer maior número de sessões. Já o ultrassom promove a agilização do processo, propiciando também maior conforto tanto para o profissional quanto para o paciente; o nível de sangramento também é menor, porém requer complementação com curetas manuais. É necessário realizar a irrigação quando da utilização do ultrassom pois este realiza 29.000 ciclos/s., e é aplicado com toque lateral da ponta ativa sobre o cálculo, que fragmenta em função da força piezoelétrica.
Raspagem Subgengival: é a “busca cega pela modificação da superfície radicular”.
Inclui a remoção de depósitos, dentina e cemento alterados; eliminação de toxinas bacterianas; regularização da superfície radicular; promove a reorganização tecidual; obtenção da visibilidade e do acesso; favorece o reparo tecidual. É necessário anestesia. A raspagem subgengival é indicada nos casos de contra indicação relativa, bolsa periodontal ou como terapia de suporte. É contraindicada em casos com presença de processos agudos, com envolvimento sistêmico não-controlado, em pacientes com restrições médicas, quando houver falta de cooperação do paciente ou quando o grau de perda de inserção for elevado.
Controle de Placa Bacteriana: procedimentos que visam a desorganização da
microflora bacteriana. Inclui também a remoção de fatores predisponentes, como variações anatômicas e fatores retentivos. Contenção Provisória: consiste na união estática entre dentes que apresentam significativa perda de inserção ou mobilidade, de modo que a força incidente sobre estes seja dissipada aos dentes contidos. Tem como objetivo a reorganização do periodonto de sustentação; manutenção longitudinal da função e estética; dissipação de forças oclusais; favorecimento da execução de procedimentos terapêuticos e reposição provisória de dentes perdidos. É indicada para dentes com perda de inserção acima de 50%, dentes com grau de mobilidade 2 ou 3, presença de trauma oclusal, para manutenção da função e estética.
Estabilidade Oclusal: procedimento que busca obter estabilidade para as estruturas
periodontais, por meio da melhora entre os contatos oclusais, evitando assim que forças incorretas incidam sobre estas. É indicada para dentes com posição irregular, trauma oclusal primário e secundário e áreas de abfração. É pré-requisito para intervenções cirúrgicas.
Reavaliação: avaliação dos resultados obtidos com a Terapia Periodontal Não-
Cirúrgica, permitindo o planejamento e execução das demais etapas do tratamento ou retomada de algum procedimento, além de obter a estabilidade periodontal desejada. A abordagem quanto ao paciente inclui o esclarecimento e a colaboração, a assiduidade e o interesse, a qualidade e a regularidade do controle. Quanto às estruturas periodontais, realiza-se o reexame comparativo com o estado inicial, identificando sinais remanescentes de atividade da patologia periodontal e/ou suas sequelas.