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Adelino Crisanto Ali


Celestino Gabriel
Faruque Arijabo
Gracinda P. Assana
Joys William
Lina Ivete
Mariamo Fernando Aiuba

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E DIDÁCTICOS PARA UM ENSINO E


APRENDIZAGEM RACIONAL DA FILOSOFIA

Universidade Rovuma
Extensão de cabo delgado
2022
Adelino Crisanto Ali
1

Celestino Gabriel
Faruque Arijabo
Gracinda P. Assana
Joys William
Lina Ivete
Mariamo Fernando Aiuba

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E DIDÁCTICOS PARA UM ENSINO E


APRENDIZAGEM RACIONAL DA FILOSOFIA
Licenciatura em ensino de filosofia com habilitação em ética

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue e apresentado na cadeira de
didáctica de filosofia III no departamento de
letras e ciências sócias, sob orientação do
docente:

MCS. Samuel Sousa

Universidade Rovuma

Extensão de cabo delgado

2022
2

Índice
Introdução..........................................................................................................................3

1. Procedimentos metodológicos e didácticos para um ensino e aprendizagem racional


da filosofia.........................................................................................................................4

2. Como planificar uma aula.............................................................................................5

2.1. Aspectos A Ter Em Conta Na Planificação De Uma Aula........................................5

2.2. Procedimentos a seguir para planificar a aula............................................................8

2.3. Passos para a elaboração do plano de aula.................................................................9

3. Filosofia versus filosofar um falso problema................................................................9

3.1. O que é um problema filosófico?.............................................................................11

3.2. Por que o conceito de Filosofia é um problema filosófico?.....................................12

3.3. Com qual conceito de filosofia trabalhar no ensino médio......................................14

4. Aprender a filosofia ou aprender a filosofar................................................................15

4.1. Aprendizagem didática relacionada a ensino de filosofia........................................15

Conclusão........................................................................................................................18

Referencias bibliograficas...............................................................................................19
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Introdução

O presente trabalho tem como tema, Procedimentos metodológicos e didácticos para um


ensino e aprendizagem racional da filosofia, assim, método é o caminho usado para
alcançar um fim. Alem disso, falaremos da planificação de uma aula, Neste sentido,
plano de aula é um guia que orienta o professor sobre as actividades do processo de
ensino-aprendizagem a desenvolver num determinado tempo lectivo. O plano de aula
integra todos os detalhes ou passos do processo de ensino-aprendizagem e é
desenvolvido na escola pelo docente da disciplina, a partir do plano analítico. Não
obstante, na elaboraracao de um plano o professor tem de considerar dois aspectos:
aspectos psicopedagocicos e tecnicos.

Objetivos gerais

 Analisar a relação que existem entre os procedimentos didácticos pedagógicos e


correlaciona-las com outras disciplinas.
 Compreender os problemas entre o filosofar e a filosofia e descrever os
momentos de aprendizagem de filosofia.

Objetivos específicos.

 Descrever os desafios que esta disciplina enfrenta no ensino medio tendo em


conta que muitos que frequentam-na não carregam muitas noções de como
funcionam está disciplina.
 Especificar os critérios de como se aprende a filosofia e fazer uma conciliação.

Metodologia

A metodologia empregue perante elaboração sintética deste trabalho, foi basicamente a


consulta bibliográfica e a consulta electrónica, num processo que tanto resultou no
confronto das mesmas de modo a obter a veracidade do essencial adquirido.
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1. Procedimentos metodológicos e didácticos para um ensino e aprendizagem


racional da filosofia

Metodologia é derivativa da palavra método. Método significa caminho que leva o


caminhante de um ponto ao outro. Indica também determinada forma, ou maneira de
fazer alguma coisa.

Método é o conjunto de estratégias e técnicas de ensino, de forma organizada, visando


propiciar diversas possibilidades para atingir um objectivo, sempre assumindo um
compromisso social e pedagógico.

2. Como planificar uma aula

Segundo Libaneo (2006, p.222) define a planificação como sendo um processo de


racionalização, organização e coordenação da acção docente, articulando a actividade
escolar e a problemática do contexto social.

Em sentido geral, a planificação é o processo através do qual uma instituição faz a


preparação, previsão e organização do desenvolvimento das suas actividades, em
conformidade com as normas, procedimentos ou legislação que orienta a área a
planificar, estabelecendo para o efeito as respectivas metas e prazos.

Neste sentido, plano de aula é um guia que orienta o professor sobre as actividades do
processo de ensino-aprendizagem a desenvolver num determinado tempo lectivo. O
plano de aula integra todos os detalhes ou passos do processo de ensino-aprendizagem e
é desenvolvido na escola pelo docente da disciplina, a partir do plano analítico.
(Ribeiro,11989).

2.1. Aspectos A Ter Em Conta Na Planificação De Uma Aula

Aspectos Psicopedagógicos։

 Promover laços afectivos entre as crianças nos aspectos de desenvolvimento


normal e anormal;
 Ajudar as crianças e os adolescentes socialmente desfavorecidas a prevenir as
dificuldades emocionais resultantes da falta de amparo social;
 Tratar as crianças de acordo com as suas particularidades individuais;
 Adequar as aprendizagens às faixas etárias.
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Aspectos Técnicos
Segundo Mattes, (2011, P. 22), versa que, os aspectos técnicos na planificação de uma
aula são, métodos e suas respectivas técnicas, conteúdos, objectivos e funções
didácticas, meios de ensino/ material a ser usado.

 O Método De Ensino é o conjunto de procedimentos e formas que o professor


usa para levar o aluno a elaborar conhecimentos, adquirir experiências ou
habilidades e a incorporar atitudes e ideias durante a sua aprendizagem.
 As Técnicas Ou Meios De Ensino são recursos auxiliares e a maneira de
utilizá-los para a efectivação da aprendizagem pelo aluno. É um recurso
didáctico de que o professor se serve para efectivar o momento ou parte do
método, na realização da aprendizagem, a técnica representa a maneira de se
efectivar um propósito bem definido do ensino.

Métodos Quanto À Relação Professor -Aluno

 Método Expositivo/Explicativo Neste método os conhecimentos, as


habilidades e as tarefas são apresentados, explicadas ou demonstradas pelo
professor. A actividade dos alunos é receptiva, embora não necessariamente
passiva. É um método bastante usado nas nossas escolas a exposição lógica da
matéria é um procedimento necessário, desde que o professor consiga mobilizar
a actividade interna do aluno de concentrar-se e de pensar, e a combine com
outros procedimentos, como o trabalho independente, a conversa e o trabalho em
grupo.
 Método De Trabalho Independente o trabalho independente, como método de
ensino, consiste em tarefas dirigidas e orientadas pelo professor, para que os
alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador. Este método
pressupõe determinados conhecimentos, a compreensão da tarefa e do seu
objectivo, de modo que os alunos possam aplicar os conhecimentos e
habilidades, sem orientação directa do professor. O aspecto mais importante do
método de trabalho independente é expositivo, a actividade mental dos alunos.
 Método De Elaboração Conjunta A elaboração conjunta é uma interacção
activa entre o professor-aluno e aluno visando a aquisição de conhecimentos,
habilidades, atitudes e convicções,bem como a fixação e consolidação de
conhecimentos e convicções já adquiridos.Este método preconiza a
reciprocidade de actividades entre o professor e o aluno. Onível de participação
e contribuição de ambos é, em certa medida, equilibrado.É por esse facto que, na
base deste método, está-se diante do que se designa deensino participativo.

Objectivo De Ensino-aprendizagem é o que se espera que o aluno aprenda em


determinadas condições de ensino. São os objectivos que orientam quais os conteúdos
que devem ser trabalhados e quais os encaminhamentos didácticos necessários para que
isso ocorra.
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Funções Didácticas na concepção de Nerici (1991) são etapas que ocorrem no processo
de ensino aprendizagem. Estas funções estão estruturadas e sistematizadas.

 Introdução/Motivação Esta função didáctica visa a preparação e introdução da


matéria, correspondendo especificamente ao momento inicial de preparação para
o estudo da matéria nova e compreende actividades interligadas, tais como:
Preparação prévia do professor; Preparação dos alunos; Introdução da matéria
nova; Colocação didáctica dos objectivos. No início da aula, a preparação dos
alunos visa criar condições de estudo, mobilização da atenção, para criar uma
atitude favorável ao estudo, organização do ambiente, suscitar interesse e ligar a
matéria nova à anterior.
 Mediação e Assimilação Nesta função Didáctica, explicava o professor os
conteúdos da sua aula patente no plano diário, na qual para levar os alunos a
perceber mais fácil davam exemplos concretos que estão próximo do aluno. Por
exemplo, quando perguntar aos alunos se conhecem indústria, eles dão exemplo
de padarias que usam maquinas para fabricar o pão e como também algumas
carpinteiras que usam as maquinas e a energia. Na mediação e assimilação o
professor explica o conteúdo com uma boa análise, síntese, sistematização,
generalização e demonstração. Nesta fase o professor executa o que planejou,
portanto, é a fase que requere mais habilidade do professor. Aqui ele deve
exercer mais do que em outras fases a sua função de liderança motivando os
alunos para que aprendam, utilizando métodos, recursos e procedimentos, o
professor procurará criar uma situação favorável à aprendizagem.
 Domínio E Consolidação são realizados neste momento os exercícios de
consolidação aplicados pelo professor que levam à fixação e formação de
habilidades e hábitos, bem como auxiliam a sistematização da matéria.  O
professor orienta a resolução de alguns exercícios de consolidação; acompanha a
resolução dos exercícios e esclarecendo as dúvidas. Segundo Almeida nesta
função Didáctica é notável “O resumo da aula feito mediante a participação e
contribuição do instruído e do formador, registado no quadro de forma clara e
legível pelo formador.
 Controlo E Avaliação refere-se ao último momento da aula, no qual o professor
marca um Tpc, avalia, ou controla o processo de aprendizagem de cada aluno…
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Meios de ensino. Esferográfica, livro de turma, livro do aluno, livro do professor, plano
de aula, caderno, quadro preto, giz e apagador.

Para que os meios de ensino-aprendizagem realmente colaborem no sentido de melhorar


a aprendizagem, devem ser observados alguns critérios e princípios na sua utilização:

 Ao seleccionar um meio de ensino-aprendizagem, deve-se ter em vista os


objectivos a serem alcançados. Nunca utilizar um recurso didáctico só porque
está na moda.
 Nunca se deve utilizar um recurso que não seja suficientemente conhecido, de
forma a poder empregá-lo correctamente.
 A eficácia dos recursos dependerá da interacção entre eles e os alunos. Por isso,
devemos estimular nos alunos certas atitudes que aumentem a sua receptividade,
tais como, a atenção, a percepção, o interesse, a sua participação activa.
 A eficácia depende, também, das características dos próprios recursos com
relação às funções que podem exercer no PEA. A função do cartaz, por exemplo
é diferente da função de um álbum seriado.
 Na escolha dos recursos didácticos, deve-se levar em conta a natureza da matéria
a ser aprendida. Algumas matérias exigem maior utilização de recursos
audiovisuais que outras. Por exemplo, as ciências exigem mais recursos
audiovisuais do que a Matemática.
 As condições ambientais podem facilitar ou dificultar a utilização de certos
recursos. A falta de corrente eléctrica, por exemplo, exclui a possibilidade de
utilização de retroprojector, projector de slides ou filmes.
 O tempo disponível é outro elemento importante que deve ser considerado.
 A preparação e utilização dos recursos didácticos exige determinado tempo e,
muitas vezes, a busca de outras alternativas, tais como: utilizar recursos que
exigem menos tempo; solicitar a ajuda dos alunos para preparar os recursos;
solicitar a ajuda ou colaboração de outros profissionais.
 Não levar os meios de ensino em mão, porque isso pode distrair os alunos.
 Não expor os meios que não estão a ser utilizados, porque despertam a
curiosidade nos alunos. Deve-se colocar à vista dos alunos os meios serem
utilizados.
 Verificar se os meios a serem utilizados estão todos arrumados na pasta, para
evitar sair da sala à procura de meios auxiliares ou, na pior das hipóteses,
mandar os alunos procurarem durante a aula.
 Para o uso de aparelhos, é importante experimentar, sempre, antes de estar na
sala de aulas, para evitar esforços em vão.

2.2. Procedimentos a seguir para planificar a aula

Ao planificar a aula o professor deve:

a) Prever os objectivos de aprendizagem imediatos a serem alcançados pelos alunos


(conhecimentos, habilidades e atitudes).
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b) Especificar os itens e subitens do conteúdo que serão trabalhados durante a aula.

c) Definir o método de ensino bem como procedimentos de ensino, assim como


organizar as actividades de aprendizagem dos seus alunos.
d)  Indicar os recursos de ensino-aprendizagem a serem usados (ex. projector, cartazes,
mapas, boneco de corpo humano entre outros), durante a aula de forma a despertar
maior interesse, facilitar a compreensão da matéria e estimular a participação activa dos
alunos no processo e a construção dos conhecimentos.

e) Estabelecer como será feita a avaliação dos alunos.

De acordo com Lipman (1992), o plano de aula esquematiza o conteúdo a ser


leccionado, as técnicas motivadoras a serem exploradas, os passos e as actividades
específicas preconizadas para os alunos, os materiais necessários e os processos de
avaliação que devem ser adoptados.

Portanto, o plano de aula obriga o professor a pensar sobre o que vai fazer, sobre o que
vão fazer os seus alunos, no material didáctico necessário e nos procedimentos que
melhor se ajustam ao tipo de tarefas por executar.

2.3. Passos para a elaboração do plano de aula

 Definir o tempo para a elaboração do plano de aula.


 Ter a dosificação do conteúdo ou o plano analítico.
 Ter consigo o programa do curso ou plano temático como material auxiliar.
 Ter materiais auxiliar como livros de consulta que abordam o mesmo tema, se
possível.
 Prever o melhor método de ensino para a abordagem do conteúdo.
 Reorganizar o conteúdo em função dos vários momentos da aula.
3. Filosofia versus filosofar um falso problema

Ensinar a filosofia para Kant, pressupõe a existência de uma área em questão, mas se
não existe um problema eterno, então não se pode ensinar a filosofia, mas sim, a
filosofar. Não se pode ensinar a filosofia segundo Kant, porque estaríamos a ensinar
doutrinas, ou seja, assuntos acabados. Para Kant o que se ensina é a filosofar. Todavia,
nem tudo o que é da filosofia é ensinável, podemos instituir um ensino de filosofia, poi
existe um aspecto como os ‘conceitos’. Segundo Kant, pretende-se que a partir dos
‘conceitos’ o aluno produza conhecimentos, isto como tentativa de suscitar no aluno o
espirito de pensar. Kant encontra na filosofia duas funções: Arquitectónica (Edificante)
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e Crítica. Segundo Kant quando estivermos na função Arquitectónica podemos ensinar a


filosofia. A missão da função arquitectónica é a de construir ou edificar um sistema de
ensino, o que quer dizer podemos dar um espaço para o ensino de filosofia. Quando
estivermos na função Crítica diz Kant, não se pode ensinar a filosofia, mas sim, a
filosofar (MARNOTO, 1990). Kant ao dar a possibilidade de ensinar a filosofia é num
‘sistema escolar’, onde é um espaço que cria condições para o aluno reflectir. Nesta
vertente, nota-se a aquisição de determinadas habilidades e capacidades.

De acordo com Luckesi (1992,p.32) Afirma que a frase debruçada por Kant “Não se
ensina filosofia, mas a filosofar” inserida nos processos de aprendizagem revela uma
verdade da filosofia como corpo de entendimentos, mas se distancia de uma verdade
absoluta nos confins da terminalidade genérica, que exige apreensão de conteúdos
expressos nas ideias filosóficas e nas principais correntes de pensamento, e permita ao
aluno, ao final, dizer que aprendeu filosofia.

A experiência pedagogia de ensinar a filosofar exige pensar e estabelecer formas de


avaliação.

Segundo Martins & Bazzanela (2019,p.163) cujos estes a sua importância da


avaliação é condição necessária e intransferível em qualquer modalidade
educacional. É preciso verificar o avanço da aprendizagem. Diagnosticar
percalços, dificuldades, entraves para o desenvolvimento da potencialidade
pensante das jovens gerações é fundamental para a contribuição civilizadora que
se pretende alcançar com o ensino da experiência do filosofar

A acção que o filosofar aponta é a exigência de um método na forma de um exercício,


além de uma atitude que deve ser filosófica. A atitude filosófica requer o afastamento de
diversos preconceitos, entre eles, aquele que leva as pessoas a pensarem que o filosofar
é inútil, difícil e complicado, como se fosse tarefa para gente ultra-especializada. No
entanto, a atitude filosófica requer uma postura diferenciada, mesmo diante da
constatação do alto grau de saber de alguns filósofos, deve-se entender que o filosofar
não está fechado somente aos filósofos consagrados.

O exercício do filosofar proposto por LUCKESI (1992,p.34), demanda três


passos didacticamente sequenciais, num processo dialéctico. O primeiro passo
do filosofar é inventariar valores que explicam e orientam a própria vida e a
vida da sociedade, e que dimensionam as finalidades da prática humana. Deve-
se, portanto, perguntar quais são os valores que dão sentido e orientam à vida
familiar se está analisando a família, quais valores compreendem e orientam a
vida económica, se estiver questionando a economia quais valores
compreendem e orientam a educação, se estiver questionando a educação, ou
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seja, se esta for o objecto de estudos e assim por diante. O objectivo de


questionamentos dessa natureza é levar o sujeito a tomar consciência das
acções, do lugar para onde se está e da direcção que toma a vida.

O filosofar compreende três passos para Luckesi (1992) primeiro momento as ideias que
na direcção da consciência popular como da sentimentalismo do pensamento filosófico
e político que se formulou e se divulgou na sociedade com o passar do tempo. Segundo
passo do filosofar é o momento da crítica. Depois de realizado o inventário de valor é
preciso submetê-los à crítica, questioná-los por todos os ângulos possíveis para verificar
se são significativos, e se compõem o sentido que se quer dar à existência, e o terceiro
do filosofar é o memento da construção crítica de valores que sejam significativos para
compreender e orientar as vidas individuais e dentro da sociedade como guia da acção
na direcção mais correcta.

O exercício do filosofar exige, pois, inventariar conceitos e valores, estudar e criticar


valores, estudar e reconstruir conceitos e valores, e para que isso ocorra, é preciso olhar
não só o dia-a-dia, mas ler e estudar o que disseram os outros pensadores, os outros
filósofos. Eles poderão auxiliar para que se atinja níveis superiores de entendimento,
enfim, outras categorias de compreensão.

3.1. O que é um problema filosófico?

Um dos pontos centrais de todo professor de filosofia que trabalha no ensino médio é
deixar claro para o aluno o que é um problema filosófico, e, que o motor da filosofia e
de todo o filosofar está constituído fundamentalmente pelos problemas filosóficos, de
acordo com (Gallo, p.70, 2012): “Se a filosofia é um sentimento de ignorância, é porque
nela é fundamental a experiência do problema. Não se produz filosofia sem um
problema, o que nos leva a afirmar que o problema é o motor da experiência filosófica
do pensamento”. É preciso deixar isso claro para o aluno. Um problema filosófico está
constituído fundamentalmente por questões abertas que podem encerrar uma variedade
de respostas e essas respostas nunca se apresentam como definitivas, mas sempre
podem apresentar novas possibilidades. Os problemas filosóficos são conceituais, não
empíricos. Consideremos o seguinte problema: qual é a composição química da água?
Devemos perguntar para o aluno: será um problema filosófico? Podemos responder a
este problema olhando para o mundo? Fazendo observações? Experiências? Para
descobrir a composição química da água não basta raciocinar, temos que recorrer
também a observação; saber qual é a composição química da água é um problema
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empírico; logo, não é um problema filosófico, porque os problemas filosóficos são


conceituais, não empíricos.

Em seguida, devemos apresentar para o aluno o seguinte problema: temos o dever de


dizer sempre a verdade? Esta questão não pode ser respondida recorrendo a observação,
porque não é um problema empírico; logo, as experiências empíricas ( a física, a
química, a história, a sociologia etc.) não lhe podem dar resposta. A resposta a esse
problema só pode ser dada através do pensamento, do raciocínio. Dessa maneira, trata-
se de um problema filosófico, porque é conceitual e não empírico. Logo, estudar
filosofia é diferente de estudar história ou física ou matemática (é diferente de estudar
ramos da actividade científica). Em filosofia, estudamos problemas em aberto, isto é,
problemas que não têm respostas consensuais. Em vez de procurarmos apenas
compreender as ideias dos filósofos, temos de aprender a discutir ideias filosóficas.
Existem porém questões mais complexas que podem confundir os alunos se não forem
bem explicitadas, como por exemplo quando apresentamos para os alunos as seguintes
questões: Que é a vida? Que é a morte? Que é a justiça? O que faz com que essas
perguntas sejam um problema filosófico e não um problema empírico? Cerletti (2009,
p.23) nos ajuda nessa questão quando nos diz que:

Em princípio, que a definição do carácter filosófico de uma pergunta depende


do tipo de resposta esperada por aquele que a formula. Ou seja, o que faz com
que uma interrogação possa ser considerada filosófica, fundamentalmente, está
mais na intencionalidade de quem pergunta, ou se pergunta, do que na pergunta
em si. Isto quer dizer que as mesmas palavras que compõem uma pergunta
poderiam tanto sustentar uma inquietude filosófica, como não.

3.2. Por que o conceito de Filosofia é um problema filosófico?

Se trabalhamos essencialmente com problemas filosóficos, isso significa que a filosofia


não é o domínio do capricho vulgar, no qual cada um diz aquilo que quiser. O já
mencionado carácter não empírico da mesma não é uma pura arbitrariedade, nem
mesmo uma confusão crónica. Ainda que existam múltiplos projectos de distintos
autores, conforme Porta (2002, p. 25):

Para quem não se dedicou a um estudo sistemático da filosofia e tem um


contacto primário com essa disciplina, a impressão de um certo caos é
inevitável. A filosofia é vista como um espaço onde reina o capricho, podendo
cada um dizer o que quiser. Seu carácter não empírico é entendido como pura
arbitrariedade, quando não uma confusão crónica. Porém, essa impressão é
falsa: a filosofia não é o caos de pontos de vista incomensuráveis, nem consiste
simplesmente em possuir certezas. Trata-se de ter opiniões sobre certos temas
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bem definidos e sustenta-las em algo diferente de uma convicção pessoal; mais


ainda, o núcleo essencial da filosofia não é constituído de crenças
tematicamente definidas e racionalmente fundadas, senão de problemas e
soluções.

Além disso, é oportuno lançarmos mão de algum critério para caracterizarmos um


problema filosófico. Para tanto, Porta (2002, p.31) apresenta a pergunta
gramaticalmente completa como um critério mínimo para identificação do problema
filosófico, todavia elucida também que devemos ter os seguintes cuidados:

Isto não quer dizer que toda pergunta:

a) é uma pergunta filosófica.


b) fixa o problema enquanto tal (sem degradá-lo a um novo saber).
c) fixa o problema suficientemente.
d) e que nem sequer basta prestar atenção à pergunta que um autor explicitamente
se faz em um texto para entender seu problema.

Sendo assim, o primeiro problema que nos deparamos com o ensino da filosofia no
nível médio concerne ao próprio conceito da palavra filosofia. Diferente de outras
disciplinas e áreas do conhecimento, a filosofia é a única que possui múltiplos e
variados conceitos para defini-la. Cada filósofo e cada corrente filosófica definiu a
filosofia de acordo com os problemas que foram apresentados em cada época e período
histórico. O problema reside justamente aqui.

De acordo com Cerletti (2009, p.26): “...não há uma resposta unívoca a essa questão.
Cada corrente filosófica, ou cada filósofo, caracteriza a filosofia de acordo com suas
propostas teóricas...”.

E ainda Savater (2001, p.209 apud GALLO, 2012, p.39):

(...) não existe ‘a’ filosofia, mas ‘as’ filosofias e, sobretudo, o filosofar. ‘A
filosofia não é um longo rio tranquilo, em que cada um pode pescar sua
verdade. É um mar no qual mil ondas se defrontam, em que mil correntes se
opõem, se encontram, às vezes se misturam, se separam, voltam a se encontrar,
opõem-se de novo...cada um o navega como pode, e é isso que chamamos de
filosofia’ [...]. Há uma perspectiva filosófica (em face da perspectiva científica
ou artística), mas felizmente ela é multifacetada (...).

Como definir e apresentar um ou mais conceitos para explicitar o que é filosofia? Uma
das posições que defendemos é que é preciso defini-la ou, minimamente, caracterizá-la.
Mas essa definição tem que estar em consonância com o próprio perfil de como o
13

professor vive a filosofia e qual a posição particular, qual a identidade filosófica do


professor, qual é seu ponto de partida.

O conceito de filosofia que será apresentado aos alunos para trabalhar durante um ano
lectivo tem que estar de acordo com a identidade filosófica do professor, que expressará
efectivamente os conteúdos que serão trabalhados a partir deste prisma.

Do contrário se corre o risco de transformar o ensino da filosofia em uma verdadeira


“salada de frutas”, que poderá apenas gerar confusão na cabeça dos alunos. O professor
tendo bem claro com qual conceito trabalhar, haverá uma grande possibilidade de tornar
mais perceptível o ensino de filosofia nesse nível de ensino.

3.3. Com qual conceito de filosofia trabalhar no ensino médio

Propomos aqui dois conceitos de filosofia que a experiência em sala de aula nos
mostrou ao longo de anos ministrando a disciplina de filosofia, ser bastante razoável e
compreensível para os alunos obterem uma compreensão do que é, e do que trata a
filosofia no ensino médio. O primeiro conceito que escolhemos foi o de Saviani (1985,
p.24) que nos diz que:

“ A filosofia é uma reflexão (radical, rigorosa e de conjunto) sobre os problemas que a


realidade apresenta”.

Escolhemos esse primeiro conceito para explicitar para os alunos de forma mais
sintética e compreensível algumas características da filosofia. Explicitamos
primeiramente para os nossos alunos que a filosofia é uma reflexão radical porque
procura as raízes do problema colocado em questão. A filosofia não se conforma com a
superficialidade. Busca ir ao fundo de cada questão não se conformando com a
aparência das coisas, com as sombras – lembremos da alegoria da caverna de Platão. É
preciso perceber o que são as sombras, as aparências, as ilusões. É uma reflexão
rigorosa, porque procura sempre cumprir com rigor, através de um método próprio, as
exigências da reflexão filosófica, não se limitando ao senso comum.

O segundo conceito que propomos é também uma sugestão dos Parâmetros


Curriculares que conceitua a filosofia como: "... Uma reflexão crítica a respeito do
conhecimento e da acção, a partir da análise dos pressupostos do pensar e do agir e,
portanto, como fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas". Este
14

conceito apresenta a filosofia como uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e


da acção. Ou seja, aqui podemos apresentar para os alunos, que está reflexão se dá tanto
quando abordamos a Teoria do Conhecimento, quanto quando abordamos a Filosofia da
Ciência, que são áreas da filosofia, onde se faz uma reflexão sobre as possibilidades do
ato de conhecer e dos métodos de investigação científica. Portanto, este conceito
permite apresentar para os alunos a filosofia a partir de suas áreas específicas.

4. Aprender a filosofia ou aprender a filosofar

Assim como titulo já condiz aprender a filosofia, o aprender implica sobre tudo
sobretudo, ensinar a filosofar cujo estes filosofar sou é alcançado com um esforço
pessoal que se estimula a potencialização do conhecimentos.

Para estimular partimos do pressuposto de que a disciplina de filosofia, tal como


qualquer outra disciplina tem o seu respectivo plano temático subdivido em vários
subtemas, mais que tem uma diferença muito grande com outras disciplinas este é o
ponto mais essenciais que a disciplina de filosofia traz que enquanto a maioria das
disciplina se apegam a vários métodos seja expositivo elaboração conjunta e entre
outros a disciplina de filosofia devido ao seu rigor em muitos momento deve se
reinventar com a finalidade de não se estatizar. Se não poderemos ver uma crise de
abordagens filosóficas.

De acordo com Martins & Bazzanella (2019,p.165) Apud Mendes et al


(2006,p74) o ponto fulcral não é ensinar a filosofia ou seja, aprender a filosofia
mais sim aprender a filosofar porque muitos estudantes entram no ensino medio
com estas concepção de que agora vou aprender a filosofia mais chegam muitos
deles se decepcionam, isso acontece porque eles não tiveram um preparo a prior
muitas das vezes esse despreparo surge, com devido aos próprios programas
que saem a nível central que condicionam os docentes ou professor a
estimularem os seus estudantes a leva-los a transcender na base das unidades
temáticas.

Um dos maiores problemas que esta disciplina filosófica enfrenta é de que muitos
professores, sou simplesmente se apegam a parte histórica da disciplina se esquecendo
que muitos dos estudantes não tem noções disso, e não leva-os a transcender se
apegando a grandes textos dos filósofos já conceituados e na base deste criar um
ambiente de estimulo e transcendência para o bem da disciplina.

Luckesi (1992,p.98) Apud Chaui (2002,p.289) afirma que a noção de


“utilidade” de um método de ensino encontra-se perigosamente próximo à razão
instrumental. e o facto de estar ligado a esta questão eis este motivo que ao
15

ensinar a filosofar seria necessária o professor convidar os seus estudantes de


forma a fazer com eles se, interesse com conteúdos éticos, porque se assume-se
este, risco de escolher apenas os métodos compostos na componente didácticas
estar-se-ia a cair em risco de descrédito da própria disciplina.

4.1 Aprendizagem didáctica relacionada a ensino de filosofia.

De facto pode se notar que existem um a disputa enorme quando se fala de


aprendizagem didáctica e o aprender a filosofar esta disputa surge devido a vastitude
dos próprios temas filosóficos, e muitos dos pensadores brasileiro e filósofos
conceituados defende que esta disputa acaba prejudicando o desenvolvimento da própria
filosofia e tendo em conta que há didáctica não pode ser vista como uma técnica mais
sim Arte de estimular porque as técnicas se apegam há métodos muito estáticos e esses
processos fazem com a disciplina de filosofia não desenvolva.

Segundo Carvalho & Cornello (2013,p.78) no processo de ensino o professor ensina e o


aluno aprende. O professor dá e o aluno recebe. Mas nessa simplicidade esconde-se um
mundo complexo nem sempre aprendemos o que alguém nos ensina. Nem sempre
ensinamos o que alguém aprende. Mais ainda, nem tudo o que se aprende é ensinado
Nem tudo o que se ensina é aprendido. Ensinar e aprender não conformam um processo
contínuo, unidirecional, antecipável.

Obrigatoriedade de um professor de filosofia tem que professar textos, problemas e


conceitos. Tem sempre coisas para pensar e dizer. Não se cala por nenhum obstáculo
Desafia. Lê. Pensa. Escreve. Pergunta. Argumenta. (…) Aprende a se calar. E a dizer
novamente. Um aluno se alimenta dos textos, problemas e conceitos. Escuta. É
desafiado. Lê. Pensa. Escreve. Pergunta. Argumenta. Aprende a falar. E a escutar
diferentemente.
Para que o ensino de filosofia fique mais agradável é necessário que os professores das
mesmas crie um ambiente de trabalho harmonioso como afirma o professor Walter
Koham, tendo em conta as dificuldades que se encontram em armonizar os métodos de
aprendizagem didático e o ensino de filosofia.

De acordo com Carvalho & Cornello (2013,p.78) Apud Luckesi (1992,p.107)


afirma que normalmente a aula de filosofia compreende três estágios que cujo
os três estágios estão ligados ao eixo de filósofos clássicos (…) a aula de
filosofia como sendo sempre três aulas em uma. Temos um só horário no qual
acontecem três aulas simultâneas. A primeira delas atende ao princípio da
imersão na cotidianidade os temas clássicos e universais da filosofia podem
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sempre ser apresentados em alguma conexão com as vivências quotidianas.


Todo jovem tem juízos intuitivos sobre a natureza da justiça ou da bondade.

Umas das aulas gira em torno de um dos tantos temas clássicos, da filosofia esse eixo
gera boas e más energias na aula, aqui temos o entusiasmo participativo, mas temos
também os inevitáveis enviesamentos que puxam para baixo uma discussão, entre eles o
excesso de particularismo e a derivação dos debates para horizontes demasiadamente
imediatos; a segunda aula dentro da aula gira em torno do eixo instrumental ou
metodológico o professor chama a atenção não para o tema, mas para os argumentos e
conceitos ali introduzidos, para a forma dos argumentos (…) ali se abre o gancho para a
devida valorização e tratamento de instrumentos conceituais; a terceira aula dentro da
aula acontece pelo contacto do aluno com os textos dos filósofos. O texto filosófico.
seja actual do passada representa a alteridade, a abertura para a voz do outro, a
alteridade do saber que visamos enriquecer.
De acordo com Carvalho & Cornello (2013,p.40) A graça de uma aula de filosofia reside,
em parte, nessa capacidade didáctica de realizar a imersão na quotidianidade de forma
combinada com estratégias de estranhamento. Nada mais familiar para nós do que o
quotidiano e nada mais difícil do que produzir um distanciamento reflexivo dele. Uma
estratégia poderosa para uma didáctica da filosofia é fazer com que o olhar do aluno
transite dos temas para os processos de argumentação e análise e para prática de
exercícios de imaginação projectiva.
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Conclusão

Chegando a este momento o grupo da por concluído o trabalho de carácter cientifico,


salientar que devido a vastitude da ciência filosófica o os conhecimentos não se esgotam
apenas provoca-se outro parecer de transcender como afirma Chaui (2002) o filosofar
requer um esforço pessoal mais se com ajuda do seu professor o estudante alcançará a
almejada alvora filosófica. Luckesi (1992) afirma que este filosofar compreende três
passos primeiro momento as ideias que na direcção da consciência popular como da
sentimentalismo do pensamento filosófico e político que se formulou e se divulgou na
sociedade com o passar do tempo. Segundo passo do filosofar é o momento da crítica.
Depois de realizado o inventário de valor é preciso submetê-los à crítica, questioná-los
por todos os ângulos possíveis para verificar se são significativos, e se compõem o
sentido que se quer dar à existência, e o terceiro do filosofar é o memento da construção
crítica de valores que sejam significativos para compreender e orientar as vidas
individuais e dentro da sociedade como guia da acção na direcção mais correcta. Da
para compreender que o filosofar não compreende especificamente adoptar os métodos
mais sim o transcender na base de textos de filósofos conceituados.
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Referencias bibliograficas

Cerletti, Alejandro (2009). O ensino de filosofia como problema filosófico. Tradução de


Ingrid Muller Xavier. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Chaui, Marilena (2002); convite a filosofia edição 2ª edição editora Ática.

Gallo, Silvio (2012). Metodologia do ensino de filosofia: uma didática para o ensino
médio. Campinas-São Paulo: Papirus.

Libaneo, J.C. (1994). Didáctica. São Paulo: Editora Cortez.

Luckesi, C. C (1992). Filosofia da educação. 1ª Edição São Paulo Cortez.

Marcelo, Carvalho e Gabriele Cornelho; ensinar filosofia, editora Maria Carvalho, 2ª


edição 2013.

Marnoto Isabel (1990). Didáctica de filosofia. Universidade aberta. Lisboa.

Martins, jansei, Bazzanella sandro luiz (2019) didáctica e metodologias do ensino de


filosofia, 1ª edição, Brasil.

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Mendes et all (2006). Secretário do estado filosofia Curitiba, 1ª edição.

Nérici, I.G (1986), Didáctica, uma Introdução, 2ª Edição,Editora Atlas,S.A E. São


Paulo.

Porta, Mário Ariel Gonzalez (2002). A filosofia a partir de seus problemas – didáctica e
metodologia do estudo filosófico. São Paulo: Edições Loyola.

Ribeiro. A.C. Ribeiro. L. C. (1989). Planificação e Avaliação do Ensino e


aprendizagem. Lisboa. U. A.

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