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Infecções respiratórias I, II

Infecções de vias
⚠ Fibrose cística (FC)
aéreas superiores

Infecções
respiratórias I, II

Infecções de vias aéreas inferiores Febre reumática (FR)

Obstrução de vias aéreas superiores


Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores

Anatomia do nariz e seios paranasais


em diferentes faixas etárias

Rinossinusite viral aguda


(resfriado comum)

⚠ Sinusite bacteriana

Síndrome gripal
Infecções de vias
aéreas superiores
⚠ Otite média aguda (OMA)

Otite externa

⚠ Faringoamigdalites

PFAPA

⚠ Mononucleose infecciosa

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Anatomia do nariz e
seios paranasais em
diferentes faixas etárias

Anatomia do nariz e seios paranasais em diferentes faixas etárias

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Rinossinusite viral aguda
(resfriado comum)

Rinovírus, coronavírus, vírus


Etiologia sincicial respiratório, parainfluenza,
influenza, adenovírus e enterovírus

Diagnóstico Clínico

Congestão nasal, rinorreia e tosse; pode


haver odinofagia e redução do olfato
Rinossinusite viral aguda
Quadro clínico
(resfriado comum)
No geral, os sintomas melhoram após
5 dias, mas a tosse pode persistir

Medidas de suporte com o uso de


sintomáticos (analgésicos), lavagem
nasal e inalação com soro fisiológico
Conduta
Não são recomendados: mucolíticos,
descongestionantes, antitussígenos e AAS

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Sinusite bacteriana

Etiologia

⚠ Sinusite bacteriana Diagnóstico

Complicações

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Sinusite bacteriana
Etiologia

Streptococcus pneumoniae, Haemophilus


Etiologia
influenzae não tipável e Moraxella catarrhalis

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Sinusite bacteriana
Diagnóstico

Clínico

Diagnóstico Critérios diagnósticos

Tratamento

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Sinusite bacteriana
Diagnóstico
Critérios
diagnósticos

1. Sintomas persistentes, ou seja, secreção


nasal, tosse diurna ou ambas, com duração
superior a 10 dias sem melhora; OU

Deve ocorrer 2. Sintomas bifásicos, ou seja, piora ou novo


Critérios
ao menos um aparecimento de secreção nasal, tosse
diagnósticos
dos seguintes: diurna ou febre após melhora inicial; OU

3. Início grave, ou seja, febre concomitante


(temperatura ≥ 39°C) e secreção nasal
purulenta por pelo menos 3 dias consecutivos

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Sinusite bacteriana
Diagnóstico
Em sinusite bacteriana aguda
Primeira linha (segundo
Tratamento Amoxicilina não complicada em situações
a Academia Americana
45 mg/kg/dia nas quais não há suspeita de
de Pediatria - AAP)
resistência antimicrobiana

Alterações
na afinidade Tratamento:
Streptococcus das proteínas dobrar a dose
Tratamento pneumoniae ligadoras de da amoxicilina
penicilina ao (90 mg/kg/dia)
antibiótico
Se considerar
a resistência
Tratamento:
bacteriana,
associar um
deve-se Haemophilus
Produção de inibidor de
considerar os influenzae
betalactamase betalactamase,
possíveis agentes não tipável
como o
etiológicos e
clavulanato
seus mecanismos
de resistência
Tratamento:
associar um
Moraxella Produção de inibidor de
catarrhalis betalactamase betalactamase,
como o
clavulanato

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Sinusite bacteriana
Complicações Características clínicas da celulite pré-septal e pós-septal
Características
Celulite pré-septal Celulite orbital
clínicas
Edema palpebral
Sim Sim
com ou sem eritema
Sim; pode causar
Dor ocular Pode estar presente
dor ocular profunda
Dor à movimentação
Não Sim
ocular
Geralmente, mas
Proptose Não
pode ser sutil
Oftalmoplegia com
Não Pode estar presente
ou sem diplopia
Alteração visual Não Pode estar presente

Quemose Raramente presente Pode estar presente


Orbitárias
Geralmente
Febre Pode estar presente
presente
Fonte: adaptado de UpToDate. Orbital cellulitis. 2023.

Complicações Abscesso subperiosteal e orbital

Meningite, empiema e
Intracranianas
trombose de seio cavernoso

Ósseas Osteomielite

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Síndrome gripal
Etiologia Influenza A e B, H1N1 e coronavírus

Síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave

Síndrome gripal

Na ausência de outro diagnóstico específico, considerar o paciente com febre, de início súbito, mesmo que
referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia.

Obs: em crianças com menos de 2 anos de idade, considerar, na ausência de outro diagnóstico específico, febre
de início súbito, mesmo que referida, e sintomas respiratórios: tosse, coriza e obstrução nasal.

Paciente tem sinais de gravidade?

Síndrome
• Dispneia
• Desconforto respiratório
• Saturação de O₂ menor que 95% ou

gripal
• Exacerbação de doença preexistente

NÃO SIM

SÍNDROME GRIPAL SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE - SRAG

Paciente possui fator de risco* ou Paciente tem indicação para


tem sinais de piora do estado clínico**? internação em UTI?

• Choque
• Disfunção de órgãos vitais
• Insuficiência respiratória ou
• Instabilidade hemodinâmica

NÃO SIM NÃO SIM

• Oseltamivir
• Oseltamivir • Oseltamivir
• Medicamentos
• Antibioticoterapia • Antibioticoterapia
sintomáticos
• Medicamentos • Hidratação venosa • Hidratação venosa
• Exames radiográficos
sintomáticos • Exames radiográficos • Exames radiográficos
(inclusive na gestante)
• Aumentar a ingestão (inclusive na gestante) (inclusive na gestante)
ou outros na presença
de líquidos orais • Oxigenoterapia sob • Oxigenioterapia sob
de sinais de agravamento
monitoramento e monitoramento e
• Aumentar a ingestão
• Exames complementares • Exames Complementares
de líquidos orais

Acompanhamento
Acompanhamento Acompanhamento Acompanhamento
Leito de internação
Ambulatorial Ambulatorial Leito de terapia intensiva

Retorno
Com sinais de piora do Retorno Notificar e Notificar e
estado clínico ou com Em 48h ou em caso coletar exames coletar exames
o aparecimento de de sinais de gravidade específicos específicos
sinais de gravidade

*Fatores de risco: população indígena aldeada ou com dificuldade de acesso; gestantes; puérperas (até duas semanas após o
parto); crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente as menores de 6
meses com maior taxa de mortalidade); adultos (≥ 60 anos); pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (excluindo
hipertensão arterial sistêmica); doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); distúrbios metabólicos (incluindo diabetes
mellitus); transtornos neurológicos e do desenvolvimento que possam comprometer a função respiratória ou aumentar o risco
de aspiração (disfunção congênita, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, AVC ou doenças
neuromusculares); imunossupressão (medicamentos, neoplasias, HIV/aids); nefropatias e hepatopatias; obesidade (especialmente
aqueles com índice de massa corporal – IMC ≥ 40 em adultos); pacientes com tuberculose de todas as formas.

** Sinais de piora do estado clínico: aparecimento de dispneia ou taquipneia. Persistência ou aumento da febre por mais de três
dias ou retorno após 48 horas de período afebril. Alteração do sensório (confusão mental, sonolência, letargia). Hipotensão arterial.
Diurese abaixo de 400 ml em 24 horas. Desidratação. Exacerbação de doença preexistente. Miosite comprovada por
creatinofosfoquinase – CPK (≥ 2 a 3 vezes). Elevação da creatinina sérica acima de 2,0 mg/dL. Exacerbação dos sintomas
gastrointestinais em crianças.

Diagnóstico e conduta
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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Otite média
aguda (OMA)

Etiologia

Miringite bolhosa

Fatores de risco para OMA

⚠ Otite média
Fatores protetores para OMA
aguda (OMA)

Quadro clínico e diagnóstico

Tratamento

Complicações

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Otite média
aguda (OMA) Streptococcus pneumoniae
Etiologia
Miringite bolhosa
Haemophilus Pode-se apresentar como otite média aguda (OMA)
Fatores de risco Etiologia
para OMA
influenzae não tipável associada a conjuntivite purulenta e eritematosa
Fatores protetores
para OMA
Moraxella catarrhalis

Caracterizada por bolhas ou vesículas na membrana timpânica


Miringite bolhosa
Tem os mesmos três agentes etiológicos da OMA

Relacionados Segundo a SBP: trissomia do cromossomo 21,


à criança malformações craniofaciais e imunodeficiência
Fatores
de risco
para OMA Creche, tabagismo passivo
Relacionados
ao ambiente Segundo a AAP: evitar oferecer mamadeira
na posição supina e reduzir ou eliminar o uso
de chupeta pode reduzir a incidência de OMA

Fatores Aleitamento materno


protetores
para OMA Vacinação

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Otite média
Inespecífico: frequentemente após
aguda (OMA) ou durante um resfriado comum, com
Quadro clínico febre, irritabilidade e redução do apetite
e diagnóstico Lactentes

Podem levar a mão à orelha

Quadro clínico
Crianças mais velhas Otalgia e hipoacusia
e diagnóstico

Hiperemia e
opacidade da Sinal mais específico
membrana
timpânica

Abaulamento
Otoscopia da membrana
timpânica (MT)

Otorreia

Avaliação da otoscopia

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Otite média
aguda (OMA)
Tratamento Conduta na otite média aguda
Sinais/sintomas
Idade Otorreia OMA bilateral OMA unilateral
graves*
6 meses ATB ou
ATB ATB ATB
a 2 anos observação
ATB ou ATB ou
≥ 2 anos ATB ATB
observação observação
*Toxemia, otalgia persistente por mais de 48 horas, temperatura ≥ 39 °C nas últimas
48 horas, ou se houver seguimento incerto
Legenda: OMA = otite média aguda; ATB = antibioticoterapia.

No Brasil: 40 a
Tratamento 50 mg/kg/dia por 10 dias
Amoxicilina
Referências americanas
(pneumococo resistente):
80 a 90 mg/kg/dia

Se considerar a resistência bacteriana, deve-se


Antibioticoterapia considerar os possíveis agentes etiológicos
e os seus mecanismos de resistência

Se o paciente não Considerar ceftriaxona


aceitar ATB VO IM por 3 dias

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Otite média Deslocamento anterior e
aguda (OMA)
inferior do pavilhão auricular
Complicações

Mastoidite
aguda

Complicações

Criança com mastoidite à esquerda

Transmissão por contiguidade, podendo


Meningite
se agravar com abscesso intracraniano

Pode ocorrer por


Hipoacusia
alteração de condução

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Otite externa

Etiologia: Pseudomonas aeruginosa


(mais de 90% dos casos)
Maligna ou
Otite externa
necrotizante
Acomete principalmente
diabéticos e imunocomprometidos

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Faringoamigdalites

Etiologia

Quadro
clínico

⚠ Faringoamigdalites Diagnóstico

Complicações das
faringoamigdalites bacterianas

Tratamento

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Faringoamigdalites
Etiologia

Principais: adenovírus, influenza,


Viral (mais frequente) parainfluenza, coxsackie, vírus sincicial
respiratório, herpes e Epstein-Barr

Estreptococo beta-hemolítico do grupo


Etiologia A (EBHGA) ou Streptococcus pyogenes
(responsável por 20% a 30% dos casos)

Staphylococcus aureus (20%)


Bacteriana
(segundo a SBP)
Haemophilus (15%)

Moraxella (15%)

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Faringoamigdalites
Quadro clínico
Achados clínicos e epidemiológicos sugestivos de infecção por
estreptococo beta-hemolítico do grupo A (EBHGA) ou vírus
Infecção por EBHGA Infecção por vírus

Dor de garganta de início súbito Conjuntivite

Idade entre 5-15 anos Coriza

Febre Tosse

Cefaleia Diarreia

Náusea, vômitos, dor abdominal Rouquidão

Hiperemia faringotonsilar Estomatite ulcerativa


Quadro clínico
Exsudato faringotonsilar Exantema viral

Petéquias no palato
Linfonoadenopatia cervical
anterior dolorosa
Ocorrência no inverno
ou início da primavera
História de contato com indivíduo
com faringotonsilite estreptocócica
Exantema escarlatiniforme

Fonte: adaptado de Tratado de Pediatria, 5.ª edição, 2022.

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Faringoamigdalites
Diagnóstico

Cultura de Sensibilidade de 90% a 97% para a detecção


Padrão-ouro
orofaringe de Streptococcus beta-hemolítico do grupo A
Diagnóstico
Teste rápido para detecção Especificidade de 95% e
do antígeno estreptocócico sensibilidade de 80% a 90%

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Faringoamigdalites
Febre reumática e Geralmente ocorrem
glomerulonefrite de 1 a 3 semanas
Complicações das
faringoamigdalites Não aguda pós-infecciosa após a infecção
bacterianas
supurativas
Raro: síndrome do choque tóxico estreptocócico

Causado principalmente
pelo Staphylococcus aureus

Complicações das Odinofagia geralmente


faringoamigdalites unilateral associada a
bacterianas sialorreia, trismo e febre
Quadro
clínico
Oroscopia: desvio
da úvula para o
Abscesso lado contralateral
periamigdaliano

Tomografia
Supurativas
Exames computadorizada
complementares avalia a extensão
Abscesso do abscesso
retrofaríngeo;
adenite/
Antibioticoterapia
abscesso
cervical Tratamento
Em alguns casos:
drenagem do abscesso

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Faringoamigdalites
Tratamento

Sintomáticos e manter a hidratação adequada


Faringoamigdalites virais
Reavaliação clínica em 48 a 72 horas
se houver persistência da febre

O tratamento reduz o potencial de


transmissão e pode reduzir sequelas
Tratamento supurativas e não supurativas
No caso de
faringoamigdalite
por EBHGA: Se tratamento for realizado em
até 9 dias após o início do quadro
infeccioso, impede a febre reumática
Faringoamigdalites
bacterianas
Primeira escolha: amoxicilina (10 dias),
penicilina V oral (10 dias) ou penicilina
G benzatina (em dose única)
Antibioticoterapia
Em pacientes Considerar: cefalosporinas
alérgicos à de primeira geração,
penicilina azitromicina ou claritromicina

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
PFAPA

Ocorre em crianças
de 1 a 5 anos

Febre periódica

Estomatite aftosa
PFAPA Caracterizada por:
Faringite

Adenite cervical

Clínico, após exclusão


Diagnóstico
de outras causas

Prednisona ou Boa resposta com melhora


Tratamento
prednisolona importante dos sintomas

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Mononucleose
infecciosa

Etiologia

Manifestações clínicas

⚠ Mononucleose
Exames laboratoriais
infecciosa

Tratamento

Complicação

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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Mononucleose
Etiologia Epstein-Barr vírus (EBV)
infecciosa
Etiologia
Faringite, com odinofagia intensa, fadiga,
Manifestações febre e linfadenopatia generalizada
clínicas

Esplenomegalia (pode ocorrer em cerca


de 50% dos casos) e hepatomegalia

Sinal de Hoagland Edema palpebral

Manifestações
clínicas

Oroscopia com hiperemia e edema de amígdalas, com exsudato

Pode ocorrer exantema maculopapular (se houver


uso de ATB, pode ocorrer rash mais frequentemente)
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Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Mononucleose
infecciosa
Exames laboratoriais
Tratamento
Complicação

Pode haver leucocitose com


aumento de linfócitos atípicos
Exames
laboratoriais
Anticorpos contra o capsídeo do EBV (anti-VCA)
IgM positivo indicam infecção recente

Tratamento Sintomáticos

Complicação Ruptura esplênica

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II

Epidemiologia e etiologia

⚠ Quadro clínico e diagnóstico


Febre reumática (FR)
Tratamento

Profilaxia

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
Epidemiologia
e etiologia

Maior incidência em
crianças entre 5 e 15 anos

Epidemiologia Alta incidência e


e etiologia prevalência no Brasil

Surge após 2 a 3 semanas da infecção


Sequela não
faríngea pelo Streptococcus pyogenes
supurativa
(estreptococo beta-hemolítico do grupo A)

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
⚠ Quadro clínico
e diagnóstico

Critérios de Jones revisados para diagnóstico inicial de


FR em populações de risco moderado a alto (Brasil)

Critérios de Jones revisados para diagnóstico


inicial de FR em populações de baixo risco
⚠ Quadro clínico
e diagnóstico
Características das
manifestações clínicas

Critérios OMS para o diagnóstico do primeiro episódio


de FR, recorrências e cardiopatia reumática crônica

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
⚠ Quadro clínico
e diagnóstico
Critérios de Jones revisados para diagnóstico inicial de FR
Critérios de Jones em populações de risco moderado a alto (Brasil)
revisados para
diagnóstico inicial Deve haver ao menos 2 critérios maiores OU 1 maior e 2 menores,
de FR em populações associados a evidência de infecção estreptocócica anterior*:
de risco moderado
a alto (Brasil) Maiores

Cardite clínica e/ou subclínica (diagnóstico pelo ecocardiograma)

Mono ou poliartrite, ou poliartralgia

Coreia

Eritema marginado

Nódulos subcutâneos

Menores

Monoartralgia

Febre (≥ 38 °C)

VHS ≥ 30 mm/h e/ou PCR ≥ 3 mg/dL


Aumento do intervalo PR no eletrocardiograma
(exceto se cardite for um critério maior)
*Considera-se evidência de infecção estreptocócica anterior qualquer um dos seguintes:
1. Título aumentado ou crescente de antiestreptolisina O (ASLO) ou outros anticorpos
estreptocócicos anti-DNASE B. Um aumento no título tem melhor evidência do que um
resultado de título único.
2. Cultura de orofaringe positiva para estreptococos β-hemolíticos do grupo A.
3. Teste rápido para detecção do antígeno estreptocócico do grupo A positivo.

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
⚠ Quadro clínico
e diagnóstico
Critérios de Jones revisados para diagnóstico
Critérios de Jones inicial de FR em populações de baixo risco
revisados para
diagnóstico inicial de Deve haver ao menos 2 critérios maiores OU 1 maior e 2 menores,
FR em populações associados a evidência de infecção estreptocócica anterior*:
de baixo risco
Maiores

Cardite clínica e/ou subclínica (diagnóstico pelo ecocardiograma)

Poliartrite

Coreia

Eritema marginado

Nódulos subcutâneos

Menores

Poliartralgia

Febre (≥ 38,5 °C)

VHS ≥ 60 mm/h e/ou PCR ≥ 3 mg/dL


Aumento do intervalo PR no eletrocardiograma (exceto se cardite for um
critério maior)
*Considera-se evidência de infecção estreptocócica anterior qualquer um dos seguintes:
1. Título aumentado ou crescente de antiestreptolisina O (ASLO) ou outros anticorpos
estreptocócicos anti-DNASE B. Um aumento no título tem melhor evidência do que um
resultado de título único.
2. Cultura de orofaringe positiva para estreptococos β-hemolíticos do grupo A.
3. Teste rápido para detecção do antígeno estreptocócico do grupo A positivo.

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
⚠ Quadro clínico
e diagnóstico
Características
das manifestações
clínicas

Artrite

Características das
Cardite
manifestações clínicas

Coreia de Sydenham

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
⚠ Quadro clínico
e diagnóstico
Características
das manifestações
clínicas
Manifestação mais comum
Artrite (70% dos casos)
Cardite

Acomete principalmente
Artrite
grandes articulações

Duração dificilmente ultrapassa


4 semanas e regride sem deixar sequelas

Em cerca de metade
dos casos de FR

Válvulas mais
Cardite acometidas:
mitral e aórtica Pancardite (endocárdio + miocárdio + pericárdio)

Outras Acometimento das


apresentações câmaras esquerdas

Insuficiência cardíaca congestiva como


manifestação inicial (5% a 10% dos casos)

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
⚠ Quadro clínico
e diagnóstico Indica o envolvimento do sistema nervoso central
Características
das manifestações
clínicas Período de latência de 1 a 6 meses
Coreia de
Sydenham
Pode apresentar-se como única manifestação da febre reumática

Insidiosas, em geral de 1 a 4 semanas


Coreia de
Sydenham
Involuntários, incoordenados,
rápidos e arrítmicos

Movimentos Pioram com estresse,


coreicos cansaço e atividade física

Manifestações Melhoram durante o sono


clínicas

Há labilidade emocional ou desatenção


antecedendo os movimentos

Há dificuldade na escrita,
disartria e disfagia

A coreia é autolimitada, durando Geralmente não


algumas semanas a 6 meses deixa sequelas

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
⚠ Quadro clínico
e diagnóstico
Critérios OMS
para o diagnóstico
do primeiro episódio
de FR, recorrências e
cardiopatia reumática
crônica
Critérios OMS para o diagnóstico do primeiro episódio de FR,
recorrências e cardiopatia reumática crônica

Categorias diagnósticas Critérios

Dois critérios maiores ou um maior e dois


Primeiro episódio de FR menores, associados à evidência de infecção
estreptocócica anterior

Dois critérios maiores ou um maior e dois


Recorrência de FR em pacientes sem doença
menores ou três menores, associados à
cardíaca reumática estabelecida
evidência de infecção estreptocócica anterior

Recorrência de FR em paciente com doença Dois critérios menores mais evidência de


cardíaca reumática estabelecida infecção estreptocócica anterior

• Coreia de Sydenham Não é exigida a presença de outra


manifestação maior ou evidência de infecção
• Cardite reumática de início insidioso estreptocócica anterior
Lesões valvares crônicas de CRC, diagnóstico
inicial de estenose mitral pura ou dupla lesão Não há necessidade de critérios adicionais
mitral e/ou doença na valva aórtica, com para o diagnóstico de CRC
características de envolvimento reumático
FR: febre reumática; OMS: Organização Mundial da Saúde; CRC: cardiopatia reumática crônica.

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
Tratamento

Penicilina G benzatina dose única Para evitar


Erradicação do (600.000 UI, IM, se < 20kg e recidivas e
estreptococo 1.200.000 UI, IM, se ≥ 20 kg, de diminuir a
acordo com as diretrizes brasileiras) transmissão

Ácido acetilsalicílico (AAS),


Artrite
ibuprofeno ou naproxeno

Tratamento
Prednisona ou prednisolona
Cardite
Manejo da ICC

Em geral usa-se haloperidol


e ácido valpróico
Coreia
Pode ser considerada
carbamazepina

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Febre reumática (FR) Infecções respiratórias I, II
Profilaxia

Tratamento da faringite por


Primária
S. pyogenes (até 9 dias de doença)

< 20 Kg:
Prevenir novas Penicilina G 600.000 UI
infecções e surtos benzatina
Profilaxia IM a cada
21 dias > 20 Kg:
Antibioticoterapia 1.200.000 UI

Penicilina V
(oral) a cada 12h
Secundária

Duração da profilaxia secundária da febre reumática


Até 21 anos de idade ou 5 anos
FR sem cardite prévia após o último surto, valendo
o que cobrir o maior período
FR com cardite prévia: Até 25 anos de idade ou 10 anos
insuficiência mitral leve residual após o último surto, valendo
ou resolução da lesão valvar o que cobrir o maior período
Lesão valvar residual Até os 40 anos de idade
moderada a severa ou por toda a vida
Após cirurgia valvar Por toda a vida

40
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores

⚠ Crupe viral

Supraglotite
(ou epiglotite)

Traqueíte bacteriana
Obstrução de vias
aéreas superiores
Crupe espasmódico

Abscesso
retrofaríngeo

Outras causas de
estridorretrofaríngeo

41
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Crupe viral
Classificação e
quadro clínico
conforme
o acometimento das
vias aéreas
Etiologia (principal)
Epidemiologia
Quadro clínico
Classificação e quadro clínico conforme
o acometimento das vias aéreas
Diagnóstico
Tratamento
Etiologia (principal)

Epidemiologia
⚠ Crupe viral
Quadro clínico

Diagnóstico

Tratamento

42
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Crupe viral
Classificação e
quadro clínico
conforme
o acometimento das
vias aéreas
Etiologia (principal)
Epidemiologia
Quadro clínico
Restrito à laringe, manifesta-se principalmente
Diagnóstico Laringite
Tratamento
com rouquidão e tosse ladrante

Classificação e quadro clínico Acometimento da laringe e traqueia,


conforme o acometimento Laringotraqueíte manifestando-se com rouquidão, tosse
das vias aéreas ladrante e estridor

Acometimento de laringe,
traqueia e brônquios; além dos
Laringotraqueobronquite sintomas de laringotraqueíte,
há sibilos e tempo
expiratório prolongado

43
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Crupe viral Parainfluenza (tipos 1, 2 e 3)
Classificação e
quadro clínico
conforme Etiologia (principal) Influenza A e B
o acometimento das
vias aéreas
Etiologia (principal) Vírus sincicial respiratório
Epidemiologia
Quadro clínico Principalmente em crianças de 1 a 6 anos,
Diagnóstico com maior incidência aos 18 meses
Tratamento Epidemiologia
Mais comum no sexo masculino

Início: febre baixa, rinorreia,


faringite e tosse

Após 12 a 48 horas, surgem atosse ladrante


(“tosse de cachorro”), a rouquidão e o estridor inspiratório
Quadro clínico
Escore clínico para abordagem de estridor

Sinal 0 1 2 3

Com Leve em Grave em


Estridor Ausente
agitação repouso repouso
Retração Ausente Leve Moderado Grave

Entrada de ar Normal Normal Diminuída Muito diminuída


Cianótica com Cianótico em
Cor Normal Normal
agitação repouso
Nível de Agitação sob
Normal Agitação Letárgico
consciência estímulo
Escore total: ≤ 6: leve; 7-8: moderada; > 8: grave.

44
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
⚠ Crupe viral Clínico
Classificação e
quadro clínico Diagnóstico Estreitamento de traqueia
conforme Não há necessidade
o acometimento das subglótica (sinal da "torre
de realizar radiografia
vias aéreas de igreja" ou "ponta de
cervical
Etiologia (principal) lápis") é de pouco valor
Epidemiologia
Quadro clínico
Crianças saudáveis com
Diagnóstico
estreitamento anatômico
Tratamento
local podem apresentar
radiografia semelhante

Tratamento do crupe viral

Classificação Tratamento Modalidade do tratamento

Dexametasona 0,15 a 0,3 mg/kg via


oral ou parenteral (dose única) OU Alta hospitalar
LEVE
prednisona 1 mg/kg OU budesonida Tratamento domiciliar
inalatório 2 mg

Nebulização com l-epinefrina 3 mL E


Observação por 3 a 4 horas
MODERADO Dexametasona 0,3 a 0,6 mg/kg (dose e alta para casa ou admissão
única) OU prednisona OU budesonida hospitalar
inalatório 2 mg
Nebulização com epinefrina 3 mL E
Internação em unidade
GRAVE Dexametasona 0,6 mg/kg intramuscular de terapia intensiva
ou endovenoso (dose única)
Tratamento segundo a SBP

45
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Supraglotite
(ou epiglotite)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Tratamento

Etiologia

Quadro clínico
Supraglotite
(ou epiglotite)
Diagnóstico

Tratamento

46
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Supraglotite
(ou epiglotite)
Etiologia
Haemophilus influenzae do tipo B (Hib), Streptococcus pyogenes,
Quadro clínico Etiologia
Staphylococcus aureus, vírus e Candida
Diagnóstico
Tratamento
Início súbito, febre alta, odinofagia, disfagia
e desconforto respiratório progressivo,
associado à toxemia precoce

Quadro clínico Estridor inspiratório e voz abafada

Hiperextensão do pescoço + sentar inclinando-se


para frente (posição tripoide)

Clínico

Na laringoscopia, visualização de epiglote edemaciada


Diagnóstico e eritematosa (“vermelho-cereja”) confirma o diagnóstico

Pode evidenciar dilatação da hipofaringe,


aumento da epiglote, espessamento
Radiografia lateral cervical
ariepiglótico com estreitamento da valécula
(sinal do "dedo de luva")

47
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Supraglotite
(ou epiglotite)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Tratamento

Via aérea definitiva Cânula de tamanho menor do


(intubação orotraqueal) que a prevista para a idade
Tratamento
Cefalosporina de 2ª geração como
Antibioticoterapia
a cefuroxima, ou de 3ª geração
empírica de escolha
como ceftriaxona ou cefotaxima

48
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Traqueíte bacteriana
Também
denominada crupe
membranoso, crupe
pseudomembranoso
ou laringotraqueíte
membranosa
Epidemiologia
Etiologia
Quadro clínico
Também denominada crupe membranoso, crupe
Tratamento
pseudomembranoso ou laringotraqueíte membranosa

Epidemiologia

Traqueíte bacteriana Etiologia

Quadro clínico

Tratamento

49
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Traqueíte bacteriana Também denominada crupe membranoso, crupe
Também pseudomembranoso ou laringotraqueíte membranosa
denominada crupe
membranoso, crupe
pseudomembranoso
ou laringotraqueíte
Epidemiologia Principalmente em meninos menores de 6 anos
membranosa
Epidemiologia
Staphylococcus aureus (principal), estreptococos,
Etiologia
Moraxella catarrhalis e Haemophilus sp
Quadro clínico
Tratamento Etiologia
Influenza, parainfluenza,
Frequentemente há
vírus sincicial respiratório
coinfecção viral
e sarampo

Pródromo viral, tosse ladrante, Sintomas mais


Manifestações de rouquidão e estridor, seguido prolongados
crupe viral + epiglotite de febre alta (superior a 38,5 °C) do que os da
Quadro e toxemia epiglotite
clínico
Ausência de resposta
à nebulização com
adrenalina

Secreção purulenta na luz traqueal (laringoscopia)

Na maioria das vezes, é necessária intubação orotraqueal

Tratamento
Oxacilina + cefalosporinas
Antibioticoterapia
de 2ª ou 3ª gerações
50
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Crupe espasmódico
Abscesso retrofaríngeo
Outras causas
de estridor

Epidemiologia Principalmente em crianças de 3 meses a 3 anos

Caracterizado por um edema súbito dos tecidos subglóticos,


Crupe e acredita-se estar relacionado a reação alérgica
espasmódico

Pródromo viral, despertar noturno com dispneia


súbita, tosse ladrante, estridor e rouquidão
Quadro clínico
Não há febre

51
Obstrução de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas superiores
Crupe espasmódico
Abscesso retrofaríngeo
Outras causas Crianças menores de 6 anos, sendo a metade
de estridor Epidemiologia
das ocorrências em crianças de 6 meses a 1 ano

S. pyogenes, S. viridans, S. aureus e S. epidermidis,


Etiologia
anaeróbios, Haemophilus, Klebsiella e Gram-negativos

Febre, irritabilidade, odinofagia,


Abscesso salivação excessiva e disfagia
retrofaríngeo
Quadro clínico
Pode ocorrer limitação de movimentação cervical

Pode ser realizada radiografia cervical lateral


Exames
de imagem Define extensão da
Ideal: tomografia cervical doença e localiza pontos
de drenagem cirúrgica
Aspiração de corpo estranho
Outras
causas de Laringomalácia
estridor
Estenose subglótica

52
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores

Definição de taquipneia conforme a faixa etária

⚠ Bronquiolite viral aguda


Infecções de vias
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida na comunidade (PAC)

⚠ Coqueluche

53
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária
⚠ Bronquiolite viral
aguda

TAQUIPNEIA DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA (SBP)


Até 2 meses: frequência respiratória (FR) ≥ 60 ipm
De 2 a 11 meses: FR ≥ 50 ipm
De 1 a 4 anos: FR ≥ 40 ipm

Definição de taquipneia conforme a faixa etária

54
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária
⚠ Bronquiolite viral
aguda

Acomete crianças menores de 2 anos

Etiologia

Fatores de risco

Quadro clínico

⚠ Bronquiolite viral aguda Diagnóstico

Exames complementares

Tratamento

Profilaxia

Complicações

55
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária
⚠ Bronquiolite viral
aguda
Acomete crianças
menores de 2 anos Principal: vírus sincicial respiratório (VSR)
Etiologia
Fatores de risco Etiologia Outros vírus: rinovírus
Quadro clínico
(principal vírus na coinfecção),
Diagnóstico
metapneumovírus, influenza,
Exames
complementares
parainfluenza, bocavírus,
Tratamento
coronavírus e enterovírus
Profilaxia
Complicações Prematuridade, ausência de aleitamento
materno, baixo peso ao nascer,
exposição ao tabagismo

Imunodeficiências, idade cronológica menor do que


Fatores de risco 10 semanas (de acordo com a The Lancet)
ou < 12 meses (segundo a SBP)

Displasia broncopulmonar (ou outras


doenças respiratórias crônicas)
e cardiopatias congênitas

56
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária
⚠ Bronquiolite viral
aguda Coriza, espirros, tosse, obstrução nasal
Acomete crianças Inicialmente: acometimento
menores de 2 anos de vias aéreas superiores
Etiologia Pode ocorrer febre baixa
Fatores de risco
Quadro clínico
Sinais de desconforto
Diagnóstico
respiratório: tempo expiratório
Exames Quadro Taquipneia prolongado, tiragens
complementares
clínico e/ou dispneia (subcostal, intercostal,
Tratamento
Profilaxia
fúrcula), batimento de asa
de nariz e gemência
Complicações

Em geral, após 2 a 3 dias À ausculta pulmonar: Também pode haver


ocorre o acometimento frequentemente há roncos e estertores
de vias aéreas inferiores sibilos difusos

Pode ocorrer hipóxia

Em lactentes jovens ou
nascidos com menos de
32 semanas: apneia

Diagnóstico Clínico

57
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária Não deve ser solicitada de rotina
⚠ Bronquiolite viral
aguda
Acomete crianças Pode ser considerada nos casos de evolução
menores de 2 anos para maior gravidade, dúvida diagnóstica
Etiologia ou suspeita de complicação
Fatores de risco
Quadro clínico
Possíveis achados: hiperinsuflação, áreas
Diagnóstico Radiografia de tórax
de atelectasia ou infiltrado peribrônquico
Exames
complementares
Tratamento
Profilaxia
Complicações

Exames
complementares

Radiografia de tórax de paciente com


bronquiolite: presença de retificação de arcos
costais e hiperinsuflação pulmonar
Fonte: Case courtesy of Luke Danaher, Radiopaedia.org, rID: 16821. 2021."

PCR (polymerase chain reaction)

Teste de detecção viral


Não é essencial para o diagnóstico de
BVA, mas pode ser considerado para
a identificação do agente viral
58
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária
⚠ Bronquiolite viral
aguda
Acomete crianças
menores de 2 anos
Etiologia
Fatores de risco
Quadro clínico
Diagnóstico
Exames
complementares
Suporte
Tratamento
Profilaxia
Complicações Se o tratamento for domiciliar
Tratamento
Internação hospitalar

Se o tratamento for hospitalar

59
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária Higiene adequada das mãos, lavagem nasal,
⚠ Bronquiolite viral uso de antitérmicos se necessário, manutenção
Se o tratamento for domiciliar
aguda da alimentação habitual da criança e reavaliação
Acomete crianças na presença de sinais de alarme
menores de 2 anos
Etiologia
Fatores de risco Critérios de internação em paciente com bronquiolite (NICE 2021)

Quadro clínico Apneia (observada ou relatada)


Diagnóstico
Saturação de oxigênio persistente < 90% em crianças com ao menos 6 semanas de
Exames idade OU < 92% em menores de 6 semanas ou com comorbidades
complementares
Redução da ingestão hídrica
Tratamento
Profilaxia Desconforto respiratório grave persistente
Complicações Considerar os seguintes fatores de risco para bronquiolite grave:

Doença pulmonar crônica (incluindo broncodisplasia)

Cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica

Idade < 3 meses

Prematuridade, especialmente < 32 semanas

Doenças neuromusculares

Imunodeficiência
Considerar os seguintes fatores que podem afetar a observação/cuidado
domiciliar:
Condição social desfavorável

Dificuldade dos cuidadores em identificar sinais de alerta

Dificuldade de acesso ao serviço de saúde se houver piora clínica

Internação hospitalar

60
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária
⚠ Bronquiolite viral
aguda
Acomete crianças Manter a criança em isolamento de contato
menores de 2 anos
Etiologia
Fatores de risco Uso de sonda
Quadro clínico Medidas gerais orogástrica
Diagnóstico
Exames
Se houver dificuldade
complementares Manter
de ingesta oral,
Tratamento hidratação
considerar
Profilaxia
Complicações
Hidratação parenteral
Se o tratamento
for hospitalar
Recomendada se SatO2 < 90 ou 92%
(a depender da referência)
Oxigenioterapia
Suporte ventilatório adequado,
considerando a gravidade do caso

Em geral, recomenda-se que deve


Monitorização da saturação
ser intermitente (e não contínua)

61
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária
⚠ Bronquiolite viral
aguda Não há evidência de
Broncodilatadores
Acomete crianças melhora do quadro
menores de 2 anos
Etiologia
Fatores de risco Não apresentam eficácia
Corticoesteroides
Quadro clínico no tratamento
Diagnóstico
Exames
Pode ser considerada
complementares Medicamentos que
em pacientes com
Tratamento não devem ser
tempo médio de
Profilaxia utilizados
internação > 72 horas,
Complicações
podendo reduzir o
tempo de internação

Se o tratamento AAP: não está recomendada


for hospitalar no pronto-socorro
Salina
hipertônica
NICE: não recomenda o uso

Não recomendada
Fisioterapia pelos guidelines por não
respiratória apresentar evidência
de melhora

62
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
Definição de taquipneia
conforme a faixa etária
⚠ Bronquiolite viral
aguda
Acomete crianças
menores de 2 anos
Crianças de até 1 ano
Etiologia
nascidas prematuras com
Fatores de risco
até 28 semanas e 6 dias
Quadro clínico
Diagnóstico
Exames Ministério da Saúde Crianças de até 2 anos com
Palivizumabe
complementares disponibiliza-o para cardiopatias congênitas com
(anticorpo monoclonal)
Tratamento crianças de maior risco repercussão hemodinâmica
Profilaxia
Complicações Profilaxia
Crianças de até 2 anos com doença
pulmonar crônica da prematuridade
Em estudo (ensaio clínico fase 3): vacina contra (displasia broncopulmonar)
o VSR em gestantes para proteger o bebê

Agudas Principal: infecções

Complicações Principal causa é pós-infecciosa,


sendo relacionada principalmente
Crônicas Bronquiolite obliterante
ao VSR, parainfluenza,
influenza e adenovírus

63
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
Etiologia
complementares
Tratamento
Quadro clínico
PAC complicada
Pneumonias atípicas
Diagnóstico

Internação hospitalar
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Exames complementares

Tratamento

PAC complicada

Pneumonias atípicas

64
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
Mais frequente: VSR
na comunidade (PAC) Principal: vírus (em todas
Etiologia as faixas etárias)
Outros: influenza, parainfluenza, adenovírus e rinovírus
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar Streptococcus do grupo B
Exames
complementares
Tratamento Bactérias intestinais Gram-negativas
PAC complicada
Etiologia Menores de 2 meses
Pneumonias atípicas Listeria monocytogenes

S. pneumoniae

Agentes Streptococcus pneumoniae Mais


bacterianos (pneumococo) prevalente

No geral, Haemophilus influenzae


as mais
frequentes
são Pode estar relacionado
a lesões cutâneas, piora
clínica rápida e progressiva
Staphylococcus
aureus
Maior probabilidade de
causar complicação

Principalmente em Germes atípicos, como


65 maiores de 5 anos Mycoplasma pneumoniae
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Estima-se a ocorrência
Quadro clínico Etiologia Coinfecção vírus-bactéria
Diagnóstico
em 23 a 32% dos casos
Internação hospitalar
Exames Faixa etária, agentes etiológicos,
complementares Varia de acordo com
comorbidades e resposta imunológica
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas Principais: tosse, taquipneia, febre

Sinais e sintomas Dispneia


Quadro
clínico
Crianças mais velhas podem referir dor
torácica tipo pleural ou dor abdominal

Estertores crepitantes indicam acometimento alveolar

Ausculta
Em crianças menores: ausculta não é localizada
pulmonar

Sibilos: raramente ocorre na PAC,


principalmente em menores de 5 anos

Diagnóstico Clínico

66
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
complementares
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas

SBP
Internação
hospitalar
OMS

67
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Todos os menores de 2 meses
Etiologia
Quadro clínico Saturação de oxigênio < 92% em ar ambiente
Diagnóstico
Internação hospitalar
Desidratação ou incapacidade de manter a hidratação,
Exames
complementares alimentação ou antibioticoterapia por via oral
Tratamento
PAC complicada
Taquipneia/desconforto respiratório moderado a grave: frequência respiratória
Pneumonias atípicas > 70 rpm para pacientes < 12 meses de idade e > 50 rpm para crianças
maiores; gemência, batimento de asas nasais, tiragem subcostal ou apneia

Suspeitar após 48 a 72 horas


Complicações (derrame/empiema,
SBP de antibioticoterapia adequada
pneumonia necrosante, abscesso)
sem melhora clínica

Toxemia (sonolência, rebaixamento do nível de consciência)

Convulsões

Comorbidades (doença cardiopulmonar, síndromes genéticas, distúrbios neurológicos)

Desnutrição grave

Questões sociais

68
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
complementares
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas Todos os menores de 2 meses
“Sinais de perigo” da OMS

Tosse ou dificuldade para


FR ≥ 60 rpm

OMS Tiragem subcostal

respirar com cianose < 2 meses


Febre alta
Recusa do seio materno por mais de 3 mamadas

central ou saturação Sibilância

Entre 2 meses Estridor em repouso

< 90% ou desconforto Sensório alterado com letargia, sonolência anormal ou irritabilidade excessiva

e 5 anos com Tiragem subcostal

respiratório grave ou Estridor em repouso


Recusa de líquidos

pacientes com PAC com


> 2 meses
Convulsão
Alteração do sensório

sinais de perigo Vômito de tudo que lhe é oferecido

Sinais de perigo

69
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
complementares
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas

Exames de imagem
Exames complementares
Exames laboratoriais

70
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
Houver dúvida
na comunidade (PAC) no diagnóstico
Etiologia
Quadro clínico
Pneumonia grave
Diagnóstico Deve ser considerada se
Internação hospitalar
Exames Falha de resposta ao
complementares tratamento após 48 a
Tratamento 72 horas, principalmente para
PAC complicada verificar se há complicações,
Pneumonias atípicas como derrame pleural

Exames de Radiografia
imagem de tórax
Pneumonia lobar à direita,
em lobo médio
Fonte: Childhood pneumonia.
Case study. Radiopaedia.org.

Infiltrado intersticial
Fonte: O’GRADY et al., The radiological diagnosis
of pneumonia in children, 2014.
71
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Pode auxiliar no diagnóstico de
Exames
complementares
pneumonia e de complicações
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas
Exames de Ultrassonografia
imagem de tórax

(a) Ultrassonografia de tórax com características de pulmão normal,


predomínio de linhas A; (b) predomínio de linhas B (ou "cauda
de cometa"), indicando acometimento do interstício pulmonar
Fonte: Adaptado de RUOSS et al., Lung Ultrasound in the Neonatal Intensive
Care Unit: Does It Impact Clinical Care?, 2021.

72
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames Deve ser solicitada em todos
complementares
Hemocultura os pacientes hospitalizados
Tratamento
por PAC
PAC complicada
Pneumonias atípicas
Pouco específico; pode
Hemograma
Exames apresentar leucocitose
laboratoriais
Proteína C reativa (PCR)

Provas < 0,1 ng/mL tem alto valor


inflamatórias preditivo negativo
e exclui PAC bacteriana
Procalcitonina
Exame pouco disponível
e com custo elevado

73
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
complementares
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas
Menores de 2 meses

Tratamento Maiores de 2 meses

Se não houver melhora clínica após


48 a 72 horas de tratamento da PAC
não complicada com amoxicilina

74
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
Sempre hospitalar
na comunidade (PAC) Menores
Etiologia de 2 meses
Gentamicina ou cefalosporina (cefotaxima) + penicilina cristalina ou ampicilina
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar Pela SBP: amoxicilina 50 mg/kg/dia de 8/8 horas
Exames ou 12/12 horas por 7 dias (primeira opção)
complementares
Tratamento
Alternativa: penicilina procaína IM Cefalosporinas de 2ª ou
PAC complicada
3ª geração (cefuroxima
Pneumonias atípicas
ou ceftriaxona)
Ambulatorial
Hipersensibilidade
não mediada
por IgE
Se houver alergia a
amoxicilina/penicilina
Reações
Clindamicina
Maiores mediadas
Se houver suspeita ou macrolídeo
de 2 meses por IgE
de pneumonia atípica:
macrolídeos

Ampicilina endovenosa 50 mg/kg/dose de 6/6 horas


ou penicilina cristalina 150.000 UI/Kg/dia de 6/6 horas
(primeira opção)
Hospitalar
Ceftriaxona ou cefotaxima: crianças não
totalmente imunizadas contra o pneumococo,
gravemente doentes ou com infecção por HIV
75
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
complementares
Tratamento
PAC complicada
Causas frequentes de falha terapêutica no tratamento das PAC
Pneumonias atípicas
Presença de derrame/empiema pleural, pneumonia necrosante e abscesso
1
pulmonar
Se não houver
Outros agentes que não os esperados: vírus, bactérias atípicas, considerar
melhora clínica após 2
possibilidade de primeira manifestação da tuberculose
Falha terapêutica
48 a 72 horas de
aos antibióticos 3
Não cumprimento do tratamento antibiótico proposto (doses, intervalos e tempo
tratamento da PAC de uso)
convencionais
não complicada 4
Doença de base do paciente: imunossupressão, fibrose cística (FC), asma,
desnutrição, bronquiectasias não FC
com amoxicilina
Ocorrência de quadros diferenciais: aspiração de corpo estranho, malformações
5
pulmonares (ex.: sequestro pulmonar), hérnia diafragmática

Causas frequentes de falha terapêutica no tratamento das PAC

76
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
complementares
Tratamento
PAC complicada
Derrame pleural
Pneumonias atípicas

Empiema pleural

PAC complicada Pneumonia necrosante

Abscesso pulmonar

Tratamento das PACs complicadas

77
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida Derrame pleural parapneumônico é exsudato
na comunidade (PAC) (inflamação da superfície pleural)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
S. pneumoniae: mais frequente
Internação hospitalar Etiologia
Exames S. aureus: maior capacidade de
complementares
causar complicações nas PAC
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas

Posição ortostática

Derrame pleural em
Derrame hemitórax esquerdo
pleural Fonte: Adaptado de MD Saúde
Radiografia
de tórax

Exames
Decúbito lateral
de imagem
(incidência de
Hjelm-Laurell)

Radiografia em posição de decúbito


lateral com raios horizontais (Hjelm-
Laurell) evidenciando derrame pleural:
a seta A evidencia fluido na cavidade
pleural direita; a seta B mostra a largur
anormal do pulmão na cavidade
Fonte: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls
Publishing; 2023.

78
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida Detecta pequenos derrames, visualiza
na comunidade (PAC) loculações e auxilia a definir a melhor
Etiologia localização para a toracocentese
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Ultrassonografia: POCUS
Exames
(Point Of Care Ultrasound)
complementares
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas

Derrame Exames
pleural de imagem

POCUS evidenciando líquido pleural anecoico


Fonte: Adaptado de KIBERD, PoCUS – Pleural Effusion. Emergency Medicine Saint John, 2019.

Exame com alta radiação;


Tomografia de tórax indicada apenas em
casos específicos

79
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
Relação proteína do
na comunidade (PAC) líquido pleural/proteína
Etiologia plasmática > 0,5
Quadro clínico
Diagnóstico
Relação da DHL
Internação hospitalar Critérios para caracterização
pleural/ DHL
Exames do exsudato
complementares
plasmática > 0,6
Tratamento
PAC complicada DHL no líquido pleural
Pneumonias atípicas > 2/3 do limite superior
da DHL plasmática

Conduta diagnóstica e terapêutica em derrames


Derrame pleurais parapneumônicos
Toracocentese
pleural Derrame pleural

Toracocentese (Gram e cultura)

Purulento Não purulento


pH < 7,2 ou glicose
< 40 ou Gram
Drenagem pH > 7,2
e/ou cultura +
Glicose>40

Nova toracocentese
Observação
ou 24-48 horas
Reavaliação
Piora

Melhora: manter Melhora: manter


conduta conduta

Piora: discutir
antibiótico e
toracoscopia

Conduta diagnóstica e terapêutica em


derrames pleurais parapneumônicos
Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
80
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
complementares Pneumonia grave evoluindo desfavoravelmente à penicilina/ampicilina

Tratamento
Sem DP Com DP para pneumônico Empiema
PAC complicada
Pneumonias atípicas Pneumonia Toracocentese/drenagem Drenagem
atípica?

Manter < 2 anos/porta Não Vancomicina + cefotaxima


Macrolídeos de entrada ou ceftriaxona ou cefepima
penicilina/ampicilina

Sim
Tratamento das Melhora Não
melhora Não melhora
Oxacilina Melhora
PACs complicadas
Alta Cefuroxima ou
Não melhora
amoxicilina +
clavulanato ou Melhora
amoxicilina +
Considerar
sulbactam
Vancomicina + cefotaxima pneumonia
ou ceftriaxona ou cefepima necrosante
Considerar TB e
outras etiologias
Abordagem
cirúrgica
Legenda: DP - derrame pleural; *tosse persistente, infiltrado radiológico, sem quadro toxêmico.
ampliada

Abordagem das pneumonias adquiridas na comunidade complicadas


Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Pediatria.

81
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Internação hospitalar
Exames
complementares
Tratamento
PAC complicada
Pneumonias atípicas

Em maiores de 5 anos
Pneumonias atípicas
Em lactentes

82
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
Chlamydophila pneumoniae
na comunidade (PAC)
Etiologia
Principais
Quadro clínico Em maiores de 5 anos agentes Agente mais frequente de pneumonias
Diagnóstico atípicas em > 5 anos
etiológicos
Internação hospitalar
Exames
complementares Mycoplasma
Tratamento pneumoniae Evolução mais
PAC complicada arrastada; tosse
Pneumonias atípicas
Quadro
clínico Pode haver também
manifestações não respiratórias,
como cefaleia, artralgia, sendo
inclusive relatada associação com
a síndrome de Stevens-Johnson

Radiografia
de tórax
Radiografia de tórax de paciente com
pneumonia atípica, com presença
de infiltrado intersticial
Fonte: KUSEL et al. Atypical pneumonia. Radiopaedia.org. 2023.

Tratamento Macrolídeos Azitromicina

83
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Pneumonia adquirida
na comunidade (PAC)
Etiologia Chlamydia trachomatis
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico Acomete lactentes entre 4
Internação hospitalar
Epidemiologia a 12 semanas de vida, especialmente
Exames
aqueles nascidos por parto vaginal
complementares
Tratamento
Evolução arrastada
PAC complicada
Pneumonias atípicas
Metade das crianças
apresenta conjuntivite
Quadro
clínico
Pneumonia afebril Não há febre
Em lactentes
do lactente

Coriza e obstrução nasal, evoluindo


para tosse, taquipneia e desconforto
respiratório de grau variado

Hemograma com eosinofilia


Exames
complementares Infiltrado
Radiografia
bilateral e
de tórax
hiperinsuflação

Tratamento Macrolídeos

84
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Coqueluche
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Conduta
Prevenção

Etiologia

Quadro clínico

⚠ Coqueluche Diagnóstico

Conduta

Prevenção

85
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Coqueluche
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico Etiologia Bordetella pertussis (cocobacilo Gram-negativo) Alta transmissibilidade
Conduta
Prevenção
Faixa etária, comorbidades, exposição
Manifestações clínicas
prévia à vacina ou à doença e início
variam conforme
precoce da antibioticoterapia

Duração geralmente de 7 a 10 dias


Catarral
Quadro clínico Rinorreia, espirros e febre baixa a moderada

Duração de 10 dias até semanas

Tosse paroxística, guincho


3 fases Paroxística
inspiratório e vômitos pós-tosse

Principalmente em Cianose, apneia


menores de 3 meses e convulsão

De convalescença Redução da tosse até cessar

86
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Coqueluche
Etiologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Conduta
Prevenção

Isolamento da Bordetella pertussis em cultura


Padrão-ouro de secreção de nasofaringe ou PCR no
período de transmissibilidade

Diagnóstico Hemograma Pode apresentar linfocitose

Consolidação pulmonar,
Exames complementares sombra peribrônquica,
infiltrados peri-hilares
ou edema com graus
variáveis de atelectasia
Radiografia ou linfadenopatia
de tórax

Infiltrado peri-hilar bilateral:


"coração felpudo"

87
Infecções de vias Infecções respiratórias I, II
aéreas inferiores
⚠ Coqueluche Notificar os casos suspeitos ao SINAN
Etiologia
Quadro clínico
Azitromicina
Diagnóstico
Conduta
Prevenção Macrolídeos Claritromicina ou eritromicina

Antes de prescrever, avaliar se paciente


Tratamento
tem risco de prolongamento do QT
Conduta
Visa a redução da disseminação da doença

Crianças < 1 ano,


independentemente
do estado vacinal

Crianças de 1 a 7 anos não


Para os comunicantes vacinados, com vacinação
Quimioprofilaxia domiciliares e próximos incompleta ou desconhecida
do caso índex (devendo-se completar o
esquema vacinal também)

dTpa em gestantes > 7 anos com contato próximo


Prevenção e prolongado com um caso
DTP ou DTPa para menores de 7 anos suspeito de coqueluche ou
contato com um comunicante
vulnerável no mesmo domicílio

88
⚠ Fibrose cística Infecções respiratórias I, II
(FC)
Epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Tratamento

Epidemiologia

Fisiopatologia

⚠ Fibrose cística (FC) Quadro clínico

Diagnóstico

Tratamento

89
⚠ Fibrose cística Infecções respiratórias I, II
(FC)
Epidemiologia
Fisiopatologia
Epidemiologia No Brasil, estima-se incidência de 1: 9.000 a 9.500
Quadro clínico
Diagnóstico
Tratamento Herança autossômica recessiva

Ausência e/ou defeito Altera a regulação


da proteína CFTR da permeabilidade
Mutação do gene
(cystic fibrosis de íons cloreto e
CFTR, resultando em:
transmembrane bicarbonato em
regulator) células epiteliais

Staphylococcus aureus

Fisiopatologia Pseudomonas aeruginosa


Espessamento do muco e
diminuição do batimento
Stenotrophomonas
Nos pulmões ciliar, favorecendo
maltophilia
infecção e colonização
por diversos agentes
Complexo Burkhodelia
cepacia

Haemophilus influenzae

Na pele Excreção excessiva de íons cloreto

90
⚠ Fibrose cística Infecções respiratórias I, II
(FC)
Epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico Deficiência
Diagnóstico de vitaminas
Tratamento lipossolúveis
A, D, E e K
Causando

Esteatorreia
Pode levar à Redução da
insuficiência absorção de
pancreática lipídios

Obstrução dos ductos Contribuindo para a desnutrição


pancreáticos por secreção
espessa, promovendo
destruição progressiva do
parênquima pancreático

No trato Íleo meconial no período neonatal


gastrointestinal

Fisiopatologia

Infertilidade masculina
No sistema reprodutor masculino
(azoospermia obstrutiva)

91
⚠ Fibrose cística Infecções respiratórias I, II
(FC)
Epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico
Varia conforme o genótipo, faixa etária e gravidade
Diagnóstico
Tratamento Manifestações multissistêmicas associadas à fibrose cística

Infância Adolescência Adultos

Vias aéreas superiores e inferiores

Quadro clínico Infecções de repetição, Rinossinusites, poliposes ABPA, hemoptise,


ABPA pneumotórax, sinusite,
tosse crônica,
polipose, anosmia,
bronquiectasias Bronquiectasias bronquiectasias

Trato digestório

DRGE, SOID, IP DRGE, SOID, IP


Intestino ecogênico fetal, Intussuscepção Intussuscepção
íleo meconial, IP, prolapso Esteatose hepática, Cirrose hepática, câncer
retal, DRGE fibrose biliar do trato digestório
Prolapso retal (adenocarcinoma)

Endócrino, renal e outros

Diabetes, osteoporose,
Cálculo renal e biliar, cálculo renal e biliar,
Desidratação, alcalose alcalose metabólica ACBVD, osteoartropatia
metabólica hiponatrêmica hiponatrêmica e hipertrófica
e hipoclorêmica hipoclorêmica, diabetes, Artrite, vasculite, alcalose
puberdade atrasada metabólica hiponatrêmica
e hipoclorêmica
ABPA: aspergilose broncopulmonar alérgica; SOID: síndrome da obstrução do intestino distal; FC: fibrose cística;
ACBVD: agenesia congênita bilateral dos vasos deferentes; IP: insuficiência pancreática; DRGE: doença por refluxo
gastroesofágico.

Fonte: Adaptado de Tratado de Pediatria, Sociedade Brasileira de Pediatria, 2022.

92
⚠ Fibrose cística Infecções respiratórias I, II
(FC)
Epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico Resultado da triagem neonatal para FC:
Diagnóstico
TIR/IRT (1ª dosagem até 5 dias de vida, 2ª dosagem até 30 dias de vida) Idade até 4 semanas
Tratamento

Avaliação no centro de fibrose cística:

Teste do suor (2 amostras) 4-6 semanas

≥ 60 mmol/L 30-59 mmol/L ≤ 29 mmol/L

2 mutações 0-1 mutação OU


de FC sem estudo genético

Diagnóstico
Diagnóstico de FC FC possível FC improvável

Encaminhamento para centro de FC:


Pesquisa de
• Pesquisa de mutações
mutações FC: painéis
• Avaliação clínica
ou sequenciamento 1-2 meses
• Iniciar tratamento para
do gene CFTR
manutenção da saúde
Métodos auxiliares
• Teste do suor nos irmãos

Repetir o teste do suor 2-6 meses


Legenda:
TIR (ou IRT) = tripsinogênio imunorreativo
FC = fibrose cística

Protocolo adaptado para diagnóstico da FC a partir da triagem neonatal


Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Pediatria.

93
⚠ Fibrose cística Infecções respiratórias I, II
(FC)
Epidemiologia Individualizar cada paciente, considerando
Fisiopatologia as manifestações e culturas atuais e prévias
Quadro clínico
Diagnóstico Manejo de pacientes com fibrose cística
Tratamento Fluidificação das secreções (inalação com soro fisiológico, salina
hipertônica, dornase alfa)
Fisioterapia respiratória regularmente
Tratamento de erradicação da P. aeruginosa ou supressivo no caso
Doença
de colonização crônica (por exemplo, com o uso de tobramicina
pulmonar
inalatória)
Tratamento Azitromicina: pode ser considerada 3x/semana como efeito
imunomodulador
Manter vacinação atualizada

Considerar a colonização atual e prévia para tratamento


das exacerbações (incluir crônico e intermitente)
Avaliar se o tratamento deve ser ambulatorial ou hospitalar
(antibioticoterapia via oral ou endovenosa)
Exacerbações Opção via oral para P. aeruginosa: ciprofloxacino
pulmonares Tratamento endovenoso para S. aureus: se meticilino-sensível,
geralmente usada a oxacilina
Tratamento endovenoso para P. aeruginosa:
betalactâmico + aminoglicosídeo
Intensificar fisioterapia respiratória

Considerar dieta hipercalórica e hiperproteica


Avaliar reposição de enzima pancreática e de vitaminas A, D, E e K
Suporte Reposição de sal em lactentes
nutricional Investigar presença de diabetes (em conjunto com endocrinologia
pediátrica, avaliar necessidade de insulina)
Em casos específicos, avaliar a necessidade de gastrostomia

Pacientes possuem colonizações diversas, sendo importante


Higiene e prevenir a infecção cruzada
controle de
infecção Nas enfermarias, por exemplo, pacientes com FC devem ficar
em isolamento

Fármacos Avaliar a mutação genética para considerar o uso de:


moduladores Corretores: aumentam os CTFR na superfície celular
da CFTR Potenciadores: aumentam a função dos CFTR (exemplo: ivacaftor)

94
Infecções respiratórias I, II - Imagens
Síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave

Síndrome gripal

Na ausência de outro diagnóstico específico, considerar o paciente com febre, de início súbito, mesmo que
referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia.

Obs: em crianças com menos de 2 anos de idade, considerar, na ausência de outro diagnóstico específico, febre
de início súbito, mesmo que referida, e sintomas respiratórios: tosse, coriza e obstrução nasal.

Paciente tem sinais de gravidade?

• Dispneia
• Desconforto respiratório
• Saturação de O₂ menor que 95% ou
• Exacerbação de doença preexistente

NÃO SIM

SÍNDROME GRIPAL SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE - SRAG

Paciente possui fator de risco* ou Paciente tem indicação para


tem sinais de piora do estado clínico**? internação em UTI?

• Choque
• Disfunção de órgãos vitais
• Insuficiência respiratória ou
• Instabilidade hemodinâmica

NÃO SIM NÃO SIM

• Oseltamivir
• Oseltamivir • Oseltamivir
• Medicamentos
• Antibioticoterapia • Antibioticoterapia
sintomáticos
• Medicamentos • Hidratação venosa • Hidratação venosa
• Exames radiográficos
sintomáticos • Exames radiográficos • Exames radiográficos
(inclusive na gestante)
• Aumentar a ingestão (inclusive na gestante) (inclusive na gestante)
ou outros na presença
de líquidos orais • Oxigenoterapia sob • Oxigenioterapia sob
de sinais de agravamento
monitoramento e monitoramento e
• Aumentar a ingestão
• Exames complementares • Exames Complementares
de líquidos orais

Acompanhamento
Acompanhamento Acompanhamento Acompanhamento
Leito de internação
Ambulatorial Ambulatorial Leito de terapia intensiva

Retorno
Com sinais de piora do Retorno Notificar e Notificar e
estado clínico ou com Em 48h ou em caso coletar exames coletar exames
o aparecimento de de sinais de gravidade específicos específicos
sinais de gravidade

*Fatores de risco: população indígena aldeada ou com dificuldade de acesso; gestantes; puérperas (até duas semanas após o
parto); crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente as menores de 6
meses com maior taxa de mortalidade); adultos (≥ 60 anos); pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (excluindo
hipertensão arterial sistêmica); doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); distúrbios metabólicos (incluindo diabetes
mellitus); transtornos neurológicos e do desenvolvimento que possam comprometer a função respiratória ou aumentar o risco
de aspiração (disfunção congênita, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, AVC ou doenças
neuromusculares); imunossupressão (medicamentos, neoplasias, HIV/aids); nefropatias e hepatopatias; obesidade (especialmente
aqueles com índice de massa corporal – IMC ≥ 40 em adultos); pacientes com tuberculose de todas as formas.

** Sinais de piora do estado clínico: aparecimento de dispneia ou taquipneia. Persistência ou aumento da febre por mais de três
dias ou retorno após 48 horas de período afebril. Alteração do sensório (confusão mental, sonolência, letargia). Hipotensão arterial.
Diurese abaixo de 400 ml em 24 horas. Desidratação. Exacerbação de doença preexistente. Miosite comprovada por
creatinofosfoquinase – CPK (≥ 2 a 3 vezes). Elevação da creatinina sérica acima de 2,0 mg/dL. Exacerbação dos sintomas
gastrointestinais em crianças.
Infecções respiratórias I, II - Imagens
Infecções respiratórias I, II - Imagens

“Sinais de perigo” da OMS


FR ≥ 60 rpm
Tiragem subcostal
Febre alta
< 2 meses Recusa do seio materno por mais de 3 mamadas
Sibilância
Estridor em repouso
Sensório alterado com letargia, sonolência anormal ou irritabilidade excessiva
Tiragem subcostal
Estridor em repouso
Recusa de líquidos
> 2 meses
Convulsão
Alteração do sensório
Vômito de tudo que lhe é oferecido
Infecções respiratórias I, II - Imagens
Infecções respiratórias I, II - Imagens
Infecções respiratórias I, II - Imagens

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