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LÍNGUA PORTUGUESA

9º ANO

2º Corte Temporal
MATERIAL DE APOIO
PEDAGÓGICO

2023
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Governador do Estado de Goiás Superintendente de Gestão e


Ronaldo Ramos Caiado Desenvolvimento de Pessoas
Hudson Amarau De Oliveira
Vice-Governador do Estado de Goiás
Daniel Vilela Superintendente de Infraestrutura
Gustavo de Morais Veiga Jardim
Secretária de Estado da Educação
Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira Superintendente de Planejamento e Finanças
Taís Gomes Manvailer
Secretária-Adjunta
Helena Da Costa Bezerra Superintendente de Tecnologia
Bruno Marques Correia

Diretora Pedagógica
Márcia Rocha de Souza Antunes
Diretora de Política Educacional
Superintendente de Educação Infantil e Patrícia Morais Coutinho
Ensino Fundamental
Giselle Pereira Campos Faria Superintendente de Gestão Estratégica e
Avaliação de Resultados
Superintendente de Ensino Médio Márcia Maria de Carvalho Pereira
Osvany Da Costa Gundim Cardoso
Superintendente do Programa Bolsa
Superintendente de Segurança Escolar e Educação
Colégio Militar Márcio Roberto Ribeiro Capitelli
Cel Mauro Ferreira Vilela
Superintendente de Apoio ao
Superintendente de Desporto Educacional, Desenvolvimento Curricular
Arte e Educação Nayra Claudinne Guedes Menezes Colombo
Marco Antônio Santos Maia
Chefe do Núcleo de Recursos Didáticos
Superintendente de Modalidades e Temáticas Alessandra Oliveira de Almeida
Especiais
Coordenador de Recursos Didáticos para o
Ensino Fundamental
Evandro de Moura Rios
Diretor Administrativo e Financeiro
Andros Roberto Barbosa Coordenadora de Recursos Didáticos para o
Ensino Médio
Superintendente de Gestão Administrativa Edinalva Soares de Carvalho Oliveira
Leonardo de Lima Santos
Linguagens

Fagner Barbosa Ribeiro – Língua Portuguesa


Maria Magda Ribeiro – Língua Portuguesa
Sandra de Mesquita – Língua Portuguesa
Mileidy Pereira Morais – Língua Estrangeira/Inglês

Matemática

Alan Alves Ferreira


Tayssa Tieni Vieira de Souza
Fábio Rodrigues Lucena
Luiz Felipe Ferreira de Morais

Ciências Humanas

Wanessa Santos Silva – Geografia


Declyê Rezende de Faria Sodré – Geografia
Jéssyka Priscilla Rodrigues Cruvinel – História

Ciências da Natureza

Bruno Nóbrega – Ciências da Natureza


Lívio de Castro Pereira – Ciências da Natureza

Revisão

Alessandra Oliveira de Almeida


Katiuscia Neves Almeida
Colega Professor,

Este material pedagógico é um compilado de aulas


elaboradas a partir de habilidades do Documento Curricular
para Goiás – DCGO, organizadas por turma e corte temporal.
Seu objetivo é subsidiar o planejamento quinzenal do
professor e, de forma alguma, substituir sua organização e
planejamento.

A partir destas aulas, você pode inserir outras


habilidades complementares de modo que os objetos de
conhecimento sejam desenvolvidos e a aprendizagem
aconteça.

Nesse sentido, este material pedagógico não tem


caráter de livro didático e sim de instrumento de apoio ao
trabalho pedagógico em sala de aula.

Um excelente trabalho para você!


SUMÁRIO

Aula 6: Anúncio Publicitário .................................................................. 5


Respostas ................................................................................................. 13

Aula 7: Quadro Sinóptico.......................................................................... 14


Respostas ................................................................................................. 19

Aula 8: Crônica ...................................................................................... 20


Respostas ................................................................................................. 26

Aula 9: Retomando o Gênero Textual Crônica .................................. 27


Respostas ................................................................................................. 32

Aula 10: Anúncio Publicitário e Propaganda ..................................... 33


Respostas ................................................................................................. 40
LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 6
Objetos de conhecimento: Gênero textual: Anúncio publicitário. Diferentes peças publicitárias e criticidade em relação
às abordagens; recursos linguístico-discursivos.
Habilidades: (EF69LP02-A) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (outdoor, anúncios e propagandas em
diferentes mídias, spots, banner, jingle, vídeos etc.). (EF69LP02-B) Perceber a articulação entre peças publicitárias em
campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos objetivos do
anunciante e/ou da campanha. (EF69LP02-C) Perceber a construção composicional e o estilo dos gêneros em questão,
como forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos.(EF69LP04-B) Relacionar as
estratégias de persuasão e apelo ao consumo, em textos publicitários, com os recursos linguístico-discursivos utilizados,
como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de consumo
conscientes, formação de consumidores críticos, reflexão sobre consumismo, entre outros.(EF69LP17-A) Perceber e
analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários. (EF69LP17-B) Perceber e analisar
as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em gêneros publicitários).

TEXTO PUBLICITÁRIO
Basta sairmos pelas ruas que tão logo nos deparamos com uma infinidade de faixas, cartazes,
anúncios, outdoors... Todos envoltos por um único objetivo: o de atrair a atenção do leitor mediante o ato
comunicativo.
O discurso apresenta-se de forma variada – divulgando um determinado evento, como, por exemplo, um
show, uma feira cultural, de moda, anunciando uma promoção referente ao comércio e lucratividade,
anunciando um produto que acabara de ser lançado no mercado. Enfim, vários são os objetivos traçados por
parte do emissor, tentando persuadi-lo de alguma forma.
Diante de tal finalidade discursiva, a linguagem, necessariamente, precisa não somente ser clara e objetiva,
mas bastante atrativa. Para tanto, torna-se indispensável o predomínio de uma linguagem não-verbal, uma vez
que imagens tendem a ser mais chamativas e, consequentemente, contribuem para a concretização dos
objetivos propostos. Ademais, falando sobre linguagem, é essencial que saibamos sobre um aspecto bastante
peculiar – a presença de alguns recursos estilísticos voltados para a conotação, ou seja, passíveis de múltiplas
interpretações. Assim, metáforas, comparações, hipérboles, dentre outras, são indispensáveis. Analisemos,
pois, um caso representativo:

“Você pode ser algum super-herói”


Disponível em: https://www.agenciacriativamente.com.br/blog/10-pecas-publicitarias-criativas-que-vao-te-inspirar-hoje/ Acesso em 23 de mar.de 2022.

5
Observa-se a associação da imagem de um herói àquele que doa sangue, pois é uma forma de salvar vidas.
Assim, observamos que o poder de persuasão é apresentado através da imagem do braço forte do herói bem
como da parte verbal.
Um texto publicitário pode ser composto por elementos que constituem o gênero em pauta, destacamos:
Título – Compõe-se de frases concisas, porém atrativas.
Imagem – Representa um elemento de fundamental importância para o discurso, dado o seu caráter
persuasivo.
Corpo do texto – Trata-se do desenvolvimento da ideia em si, proporcionando uma interação entre os
interlocutores por meio de um vocabulário sugestivo e adequado ao público-alvo.
Identificação do produto ou marca – Constitui-se de uma assinatura do próprio anunciante, podendo
também haver um slogan – uma frase curta que defina o produto anunciado. No exemplo acima podemos
perfeitamente constatar este fato.
Disponível em: https://www.portugues.com.br/redacao/o-anuncio-publicitario---uma-analise-linguistica-.html. Acesso em 23 de mar. de 2022.

Figuras de Linguagem

Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos usados para
dar maior ênfase à comunicação.

Algumas figuras de palavras e de pensamento

1. Metáfora: representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo
fica subentendido na frase.
Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

2. Comparação: chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados
conectivos de comparação (como, assim, tal qual).
Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.

3. Metonímia: é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.
Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)

4. Catacrese: representa o emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica.
Exemplo: Embarcou há pouco no avião.
Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, embarcar
é o utilizado.

5. Sinestesia: acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.


Exemplo: Com aqueles olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.
A frieza está associada ao tato e não à visão.

Figuras de Pensamento

1. Hipérbole: corresponde ao exagero intencional na expressão.


Exemplo: Quase morri de estudar

2. Eufemismo: é utilizado para suavizar o discurso.


Exemplo: Entregou a alma a Deus.

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Acima, a frase informa a morte de alguém.

3. Ironia: é a representação do contrário daquilo que se afirma.


Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.

4. Personificação: ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos aos seres irracionais.


Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

5. Antítese: é o uso de termos que têm sentidos opostos.


Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.

6. Paradoxo: representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da
antítese).
Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.
Como é possível alguém estar cego e ver?

7. Onomatopeia: é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.


Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/figuras-de-linguagem/.Acesso em 12 de mar. de 2021.

ATIVIDADES:

1. (ENEM) Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de problemas sociais, entre os quais
o da violência sexual infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para

a) ( ) informar crianças vítimas de violência


sexual sobre os perigos dessa prática,
contribuindo para erradicá-la.
b) ( ) denunciar ocorrências de abuso sexual
contra meninas, com o objetivo de colocar
criminosos na cadeia.
c) ( ) dar a devida dimensão do que é abuso
sexual para uma criança, enfatizando a
importância da denúncia.
d) ( ) destacar que a violência sexual infantil
predomina durante a noite, o que requer maior
cuidado dos responsáveis nesse período.

Imagem disponível em: https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-


redacao/exercicios-sobre-propaganda-persuasao.htm. /Acesso em: 23 de mar. de
2022.

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2. Observe a imagem abaixo, o texto verbal e não-verbal deste outdoor, e assinale a figura de linguagem que
melhor o caracteriza:
a) ( ) A ironia, tendo em vista o enunciado fazer
um comentário cômico com a ornamentação de
um velório de quem morrer de acidente de
trânsito.
b) ( ) A hipérbole, pois é um exagero de expressão
afirmar que uma vítima de trânsito fique “lindo”
após o acidente.
c) ( ) A catacrese, visto que na expressão “coroa
de flores” por falta de uma nomeação específica,
utiliza-se um termo emprestado no léxico (coroa)
para suprir esta necessidade.
d) ( ) A metáfora, porque há uma comparação
subjetiva entre a vítima morrer e ficar igual a uma
coroa de flores. Disponível em: https://4.bp.blogspot.com/-MUqrpyeOb00/Ws0mZ-
muyzI/. Acesso em 23 de março de 2022.

3. Argumente sobre a expressão “É música pra todas as estações durante toda uma estação”, apresentando os
sentidos que a palavra estação exerce no contexto da propaganda.

Disponível em: encurtador.com.br/nEN37/ Acesso em 23 de mar. 2022.

4. Quais os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos foram usados pelo publicitário para compor
o anúncio acima? Com que objetivo?

Imperativo Verbal – Definição, Formação e Exemplos


Observe o uso do verbo tomar, no modo imperativo, no anúncio a seguir.

8
O verbo no imperativo apresenta uma atitude de interferência
do comunicante sobre o interlocutor, estabelecendo ordem,
mando, solicitação, convite ou conselho. Esses verbos podem
exprimir diversas atitudes do comunicante em relação ao
interlocutor, sendo que, para diferenciá-las, é necessário observar
a entoação da frase e a ideia pretendida.

Características dos verbos no imperativo

De forma geral, esse modo verbal é empregado nas orações


absolutas, coordenadas e principais. Pelo fato de nesses verbos o
comunicante sempre se dirigir a um interlocutor, este pode referir-
se às segundas e terceiras pessoas e primeira pessoa do
plural. Outra característica das frases imperativas é que muitas
vezes elas vêm acompanhadas do ponto de exclamação (!), o que
indica o tom de ordem, mando, solicitação, convite ou conselho.

Disponível em: https://www.figuradelinguagem.com/gramatica/imperativo/ Acesso em 24 de


março de 2022.

Outros exemplos do uso do modo imperativo:


Passe-me o sal, por favor. (Exprime um pedido, uma solicitação)
• Não deixe o carro na rua, guarde-o na garagem! (Pode exprimir uma ordem ou um conselho, depende do
contexto e da pontuação empregados).
• Fale baixo, por gentileza! (Exprime um pedido)
• Fuja daqui! (Exprime ordem ou conselho)
• Devolva-me os quadros! (Exprime ordem ou conselho)

Nos exemplos fornecidos, os verbos podem exprimir ordem, mando, solicitação, convite ou conselho
dependendo do contexto que eles estão empregados.

A formação dos verbos imperativos pode ser realizada no afirmativo e no negativo.

A – As segundas pessoas (tu e vós) derivam das formas do presente do indicativo, retirando-se delas a letra S;
B – As demais pessoas são idênticas às do presente do subjuntivo.

Presente do indicativo Imperativo afirmativo Presente do subjuntivo

canto – cante

cantas canta tu cantes

canta cante você cante

cantamos cantemos nós cantemos

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cantais cantai vós canteis

cantam cantem vocês cantem

Observação:
Os verbos trazer, dizer e fazer e os verbos terminados em –uzir (produzir, conduzir, aduzir etc.) permitem
duas formas na segunda pessoa do singular, conforme exemplo:
• produz / produze
• diz / dize
• conduz / conduze
• faz / faze
• traz / traze

Forma negativa
O imperativo negativo é derivado do presente do subjuntivo. Suas formas são idênticas, bastando acrescentar
o advérbio de negação e excluir a primeira pessoa do singular. Vejamos o exemplo:

Presente do subjuntivo Imperativo negativo


cante –
cantes não cante tu
cante não cante você
cantemos não cantemos nós
canteis não canteis vós
cantem não cantem vocês

Obs.: A tabela acima apresentada não é aplicada ao verbo ser. No modo imperativo negativo, esse verbo
fica da seguinte forma:

afirmativo negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

Disponível em: https://www.figuradelinguagem.com/gramatica/imperativo/ Acesso em 24 de mar. de 2022.(Adaptado)

ATIVIDADES

5. Nas frases a seguir, aponte a que está de acordo com a norma culta da língua portuguesa, escrita:
a) ( ) Em situação de acidente, não siga viagem. Pede o apoio de um policial.
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b) ( ) Confira as receitas surpreendentes feitas para você. Clica aqui!
c) ( ) Mostra que você tem bom coração. Ajude a campanha do agasalho!
d) ( ) Não subestime o cliente. Venda itens de boa procedência.
Disponível em: https://www.figuradelinguagem.com/gramatica/imperativo/ Acesso em 24 de mar. de 2022.(Adaptado)

Agora, observe o anúncio a seguir e responda às atividades 6 a 8.


6. Esse anúncio usou, como recurso linguístico, um verbo no
imperativo, qual? Com que intencionalidade?

7. Que outros recursos foram usados para chamar a atenção


do interloctor nesse anúnio? Em sua opinião, cumpriu o
objetivo esperado?

8.Você acha que a bolacha é considerada pelos nutricionistas


um alimento saudável? Justifique.

Disponível em: encurtador.com.br/frvFT/ Acesso em 24 de mar. de 2022.

Observe o anúncio a seguir e responda às atividades propostas:

Disponível em: https://www.marketeria.com.br/a-publicidade-e-as-regras-ortograficas/Acesso: 25 de mar. de 2022.

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9. Você observou algo no texto verbal que está em desacordo com a norma culta? O quê? Reescreva o texto
verbal corrigindo-o.

10. Jingle: Palavra inglesa que significa “tinido”. O jingle é uma mensagem publicitária em forma musical.
Precisa ser curta, simples, cativante e fácil de memorizar. Os jingles são bastantes utilizadas em propagandas
de televisão, jornal e internet. Elas também fazem parte do universo da publicidade. Sobre o trecho do jingle,
responda:

“Dá danoninho dá.


Me dá danoninho, danoninho já.
Danoninho dá, danoninho dá.
Toda proteína que eu vou precisar já,já.
Me dá, me dá, me dá.
Me dá Danoninho, Danoninho já.
Me dá Danoninho, Danoninho dá.
Cálcio e vitamina pra gente brincar.
Me dá ! (...)”
Disponível em: https://www.letras.com.br/jingles/danoninho. Acesso em 23 de mar. de 2022.

a) Que produto a propaganda pretende vender?


b) Essa propaganda pode ser considerada apelativa e enganosa? Explique.
c) Existe rima no texto? Para que serve a rima nesse texto?
d) Alguma palavra é repetida várias vezes? Qual? Por quê?

11. Agora que já reconhece as principais características do jingle, você pode iniciar o processo de produção
de um texto desse gênero. Nessa propaganda, uma música que fez sucesso é utilizada para divulgar um
determinado produto. Pense em algum produto que você consome e gosta bastante. Se preferir, escreva e
depois grave o seu jingle.

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Respostas Aula 6
1. Alternativa c. O objetivo é dar a devida dimensão do que é abuso sexual para uma criança, enfatizando a
importância da denúncia. Espera-se que os estudantes observem o recurso utilizado para persuasão que é a
metáfora, como é destacado no enunciado da atividade. O objetivo é que relacionem o desenho de um monstro
à mensagem “para algumas crianças o pesadelo chega antes do sono”, o autor da campanha de conscientização
usa a ideia de pesadelo, algo que é sempre ruim, para fazer referência ao perigo de um abuso.
2. Alternativa A. Espera-se que os estudantes percebam que a figura de linguagem existente na campanha é a
ironia, tendo em vista o enunciado fazer um comentário cômico com a ornamentação de um velório de quem
morrer de acidente de trânsito.
3. Espera-se que os estudantes determinem o sentido de estação sobre os estilos musicais do aplicativo e o
segundo sentido de estação associado ao tempo de um período climático.
4. Espera-se que o estudante perceba que os recursos estilísticos e semióticos utilizados foram as cores fortes
e chamativas, letras em variadas dimensões e formatos, os verbos no modo imperativo: aproveite, baixe. Todos
os recursos foram utilizados intencionando chamar a atenção e o interesse do interlocutor pelo produto.
5. Alternativa D. Não subestime o cliente. Venda itens de boa procedência. Espera-se que o estudante
identifique a alternativa correta quanto ao uso do verbo no imperativo.
6. Encha. Espera-se que o estudante reconheça, no texto, o verbo no imperativo. A intenção é fazer com
que o interlocutor sinta a necessidade de comprar o produto. O efeito de sentido é de ordem. Utilizam-se os
recursos disponíveis para convencer o leitor a consumir grandes quantidades do produto. O uso do imperativo
é um recurso linguístico utilizado pelos publicitários como estratégia de persuasão e apelo ao consumo.
7. Além dos recursos linguísticos, foram utilizados recursos estlísticos e semióticos como: cores, imagens
das bolachas, letras grandes e chamativas. Espera-se que o estudante perceba os recursos publicitários
utilizados e dê a sua opião acerca do anúncio.
8. Resposta pessoal. Mas espera-se que o estudante dê a sua opinião e, na justificativa, apareçam elementos
como: excesso de açúcar, o uso de farinha de trigo branca e refinada, uso de conservantes; todos ingredientes
utilizados na fabricação de bolachas.
9. “...você sonha, nós construímos.” Espera-se que o estudante observe a ausência da vírgula e do acento
agudo no “i” (hiato) da palavra construímos. Segundo o novo acordo ortográfico, as vogais tónicas i e u das
palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam
ditongo e desde de que não constituam sílaba com a eventual consoante seguinte (excetuando o caso de s).
Exemplos:
Suíça (o i não forma ditongo com o u nem sílaba com ç), peúga (o u não forma ditongo com o e nem sílaba
com g).
É importante também esclarecer ao estudante que os publicitários, às vezes, suprimem a pontuação para dar
mais fluidez ao texto.
10. a) O produto que pretende vender é Danoninho.
b) Sim, pode ser considerada apelativa e enganosa, porque diz que o produto tem toda vitamina que uma
criança precisa, assim como cálcio e outros nutrientes.
c) As rimas são: dá, já, precisar, brincar. As rimas dão o efeito da sonoridade e musicalidade, facilitando a
memorização.
d) O nome do produto é repetido várias vezes. O objetivo é, através do jingle e da repetição, promover o
produto para que seja consumido.
11. Na produção do jingle, espera-se que o estudante reconheça as característica e finalidade do gênero em
estudo. Alguns critérios podem ser apresentados para que eles verifiquem se o trabalho foi feito de maneira
adequada, tais como: adequação do texto ao produto que se quer vender ou divulgar, uso adequado das
palavras, entonação usada, ritmo, destaque do produto a ser vendido, entre outros. Essa avaliação, além de
ajudar o professor a perceber se os alunos compreenderam o gênero que se quer estudar, auxilia os estudantes
na avaliação da sua própria produção e pode permitir que eles criem textos orais adequados a sua finalidade.

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AULA 7
Objeto de conhecimento: Quadros sinóptico, resenhas. Pistas linguísticas; Estratégias e procedimentos de
leitura; Coesão.
Habilidade: (EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por
outro lado”, “dito de outro modo”, isto é”, “por exemplo” – para compreender a hierarquização das
proposições, sintetizando o conteúdo dos textos. (EF69LP34-B) Possibilitar uma maior compreensão do texto
e a sistematização de conteúdos e informações. (EF69LP32-A) Selecionar informações e dados relevantes de
fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes. (EF69LP38-
A) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o
contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as
mídias e tecnologias que serão utilizadas.(EF09LP11) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de
recursos de coesão sequencial (conjunções e articuladores textuais).

QUADRO SINÓPTICO

Estrutura de quadro sinóptico


Assim se chama a exposição em formato gráfico que, através de símbolos, simplifica a visualização de
determinadas informações. Portanto, os quadros sinópticos combinam palavras, frases e símbolos para
estruturar os dados de maneira lógica e para facilitar sua leitura e memorização.

Disponível em: https://images.app.goo.gl/JrM74EdmV6XcTyfW6. Acesso em 03 de abr. de 2022.

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Estrutura e linguagem de resenhas
Resenha é um gênero textual cujo objetivo é o de fazer levantamentos críticos ou comentários a respeito
de um livro, de um filme, de uma peça teatral etc. Como se trata de um texto que aborda outro texto, são
necessários alguns procedimentos a fim de que as vozes dos autores (da resenha e da obra resenhada) não se
misturem.
Veja um exemplo:
“O livro de Álvaro Marchesi é instigador em vários sentidos, a começar pelo título. Trata-se de uma obra
que retoma os problemas de aprendizagem em suas múltiplas perspectivas, mostrando que é possível
estabelecer políticas efetivas para enfrentar o problema do fracasso escolar. [...]
É sempre instigador pensarmos que, apesar de haver enorme quantidade de pesquisas sobre o tema do
fracasso escolar, tão pouco tenha mudado nas últimas décadas. Álvaro Marchesi ajuda-nos a entender a razão
desse fato. [...]”
Note que o autor propicia ao leitor da resenha informações básicas sobre a obra resenhada, como seu tipo,
suas problematizações e seus objetivos. Note também que o resenhista dá ênfase ao seu discurso em relação
ao discurso do autor.
Resenha de livros: precisa-se apresentar autor, título da obra, editora, enfim, informações que localizem
o leitor quanto à bibliografia que foi objeto de resenha.
Filme: após apresentar o nome e o diretor da obra cinematográfica, faça levantamentos do tema abordado
sem narrar os acontecimentos. Lembre-se: você pode ou não inserir um posicionamento crítico em seu texto,
partindo do pressuposto da resenha descritiva ou resenha crítica.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-resenhauma-forma-recriacao-textual.htm. Acesso em 03 de abr. de 2022.

CONHEÇA ARTICULADORES DE IDEIAS QUE DÃO COESÃO E COERÊNCIA:

Para uma boa construção textual é necessário que tenha o uso correto da coesão e da coerência, pois são
fundamentais para a eficácia da transmissão da mensagem, de modo que tenha sentido e harmonia durante a
leitura.
O uso correto da coesão textual é possível por meio da organização correta das palavras e dos
conectivos, de modo que elas se ligam entre si e entre as frases, períodos e parágrafos de um texto.

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Alguns exemplos de como usar a coesão são:
1. Evite repetições de palavras, substituindo-as por outras que transmitam a mesma mensagem.
2. Utilização de referências pessoais, demonstrativas e comparativas.
3. Omissão de algum verbo, frase ou nome por meio da elipse.
4. Utilização de conjunções para ligar e criar relações com as orações.
5. Utilização de palavras do mesmo campo lexical, como sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos.
Disponível em: https://beduka.com/blog/exercicios/portugues-exercicios/exercicios-de-coesao-e-coerencia/. Acesso em 03 de abr. de 2022.

Leia a resenha de uma obra.


Uma história verídica que emociona
‘O Diário de Anne Frank’, publicado originalmente em 1947, se tornou um dos relatos mais
impressionantes das atrocidades e dos horrores cometidos contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
A força da narrativa desta adolescente — que mesmo com sua pouca experiência de vida foi capaz de escrever
um testemunho de humanidade e de tolerância — a tornaria uma das figuras mais conhecidas do século XX.
Agora, seis décadas após ter sido escrito, o diário é finalmente publicado na íntegra. A nova edição traz um
caderno de fotos, além de vários trechos inéditos.
Acresce também que o livro reconstrói os tensos anos em que a família Frank viveu em Frankfurt, em
clima de total antissemitismo, a fuga da Alemanha e a vida no esconderijo, em Amsterdam. Com fotos e cartas
inéditas obtidas junto a parentes e amigos, esta edição finalmente revela mais sobre a jovem Anne Frank, sobre
sua família, o ambiente social em que ela cresceu, sua vida antes e depois da fuga e sobre seus últimos setes
meses de vida — depois de ter sido traída, capturada pelos nazistas e enviada a um campo de concentração.
Conhecido em todo o mundo através do teatro, adaptações para televisão e traduções, ‘O Diário de Anne
Frank’, incrível documento humano, continua a chocar e a emocionar. Ele assinala passagens de uma vida
insólita, problemas da transformação da menina em mulher, o despertar do amor, a fé inabalável na religião e,
principalmente, revela a nobreza fora do comum de um espírito amadurecido no sofrimento.
Portanto, ‘O Diário de Anne Frank’ é um retrato da menina por trás do mito. Um livro que aprofunda e
aumenta nossa compreensão da vida e da personalidade de um dos fortes símbolos da luta contra a opressão e
a injustiça. Uma obra que deve ser lida por todos, para evitar que barbaridades dessa natureza voltem a
acontecer neste mundo.
Disponível em: http://www.livrarianobel.com.br/index.php/resenha-o-diario-de-anne-frank. Acesso em 03 de abr. de 2021.

16
ATIVIDADES
1. O texto é considerado uma resenha porque
(A) apresenta apenas alguns trechos da obra sem nenhuma avaliação do resenhista
(B) apresenta autor, título da obra, editora, enfim, informações que localizem o leitor quanto à bibliografia
que foi objeto de resenha
(C) apresenta o resumo completo da obra
(D) apresenta diferente desfecho e comparações com outras obras.

2. Por que a obra resenhada foi de grande relevância social?

3. Explique o motivo pelo qual o livro reconstrói os tensos anos em que a família Frank viveu em Frankfurt?

4. O seguinte trecho apresenta uma avaliação positiva ou negativa da obra resenhada?

“(....) incrível documento humano, continua a chocar e a emocionar.”

5. As expressões destacadas funcionam como elementos coesivos e expressam qual ideia?

“Agora, seis décadas após ter sido escrito, o diário é finalmente publicado na íntegra.”

6. As anotações/relatos de Ane em seu diário também foram consideradas documentos históricos importantes?
Explique.

7. O trecho abaixo pode ser relacionado com os cenários de isolamento social que os adolescentes vivem?
“A força da narrativa desta adolescente — que mesmo com sua pouca experiência de vida foi capaz de escrever
um testemunho de humanidade e tolerância — a tornaria uma das figuras mais conhecidas do século XX.”

8. Qual conectivo introduz o último parágrafo? O que ele expressa no texto?

9. O segundo parágrafo é iniciado com uma expressão que funciona como conectivo? Qual sentido expressa?

10. Que outros tipos de objetos podem ser resenhados e quais são os veículos de divulgação/publicação?

11. Identifique os verbos e pronomes. Essa resenha foi escrita em qual pessoa gramatical? Por que o resenhista
usou esse recurso linguístico?

PRODUÇÃO DE TEXTO

12. Veja o modelo de quadro sinóptico e construa uma resenha a partir de um livro lido por você. Apresente
uma sequência de palavras ou expressões que representem a avaliação da obra com trechos, datas importantes,
personagens, clímax e contexto histórico (muito importante nessa resenha).

Modelo feito por um estudante do Ensino Fundamental (9º ano) – O trabalho está exposto na íntegra.
17
Imagem disponível em: https://br.pinterest.com/pin/796855727795267194/. Acesso em 03 de abr. de 2022.

18
Respostas Aula 7
1. Alternativa B - Apresenta autor, título da obra, editora, enfim, informações que localizem o leitor quanto à
bibliografia que foi objeto de resenha
2. O enredo central é a vida durante o isolamento da família de Anne Frank. Essa obra apresenta os relatos
mais impressionantes das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus durante a Segunda Guerra
Mundial.
3. A obra reconstrói momentos de terror e perseguição vividos pela família e amigos de Anne. Relata a fuga
da Alemanha e a vida no esconderijo, em Amsterdam. Descreve o ambiente social em que ela cresceu, sua
vida antes e depois da fuga e sobre seus últimos setes meses de vida — depois de ter sido traída, capturada
pelos nazistas e enviada a um campo de concentração.
4. No trecho, é possível notar uma avaliação positiva; pois a obra apresenta também momentos marcantes da
perseguição de judeus. Mostra um cenário de intolerância, religiosa, política e racial.
5. A expressão agora expressa quando o fato ocorre. Finalmente é um termo que expressa o momento. Os dois
termos são advérbios de tempo.
6. A obra resenhada pode ser considerada também um documento, porque apresenta fatos verídicos e históricos
dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
7. Sim, é possível relacionar do ponto de vista do isolamento social e proibição de reuniões sociais. Todos os
adolescentes da mesma idade da Anne já estão em isolamento há mais de um ano. Esse isolamento aconteceu
por um motivo de pandemia, que também deixa uma marca na história do mundo. Os adolescentes estão
isolados por outro motivo.
8. A conjunção/conectivo que introduz o último parágrafo é, PORTANTO. Ela expressa conclusão das ideias
apresentadas na resenha.
9. O segundo parágrafo foi iniciado com a expressão “Acresce também”. Essa expressão tem o sentido de
continuação das avaliações da obra resenhada.
10. Outros objetos que podem servir como tema de resenha são: filmes, obras de arte, artigos, peça teatral,
séries... Geralmente são publicados em sites, blogs, jornais, revistas, rádio, televisão.
11. Essa resenha foi escrita na terceira pessoal, pois o resenhista faz a avaliação de uma obra e, ao mesmo
tempo, menciona alguns trechos marcantes. Fatos que ocorreram com outras pessoas (retratados na obra).
12. Espera-se que o estudante compreenda e retire as principais informações do livro lido (resenha). É
importante que o aluno apresente uma sequência de palavras ou expressões que representem a avaliação da
obra, trechos, datas importantes, personagens, clímax e contexto histórico.

19
AULA 8
Objeto de conhecimento: Crônicas; estratégias de leitura; coesão sequencial
Habilidades: (EF89LP33-A) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e
estratégias de leitura (seleção, antecipação, inferência e verificação) adequados a diferentes objetivos e
levando em conta características dos gêneros e suportes – contos contemporâneos, romances juvenis, novelas,
crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como
haicai), poemas concretos, ciberpoemas, entre outros; (EF09LP11) Inferir efeitos de sentido decorrentes do
uso de recursos de coesão sequencial (conjunções e articuladores textuais).

Crônica
O que é crônica? É um gênero textual muito presente em jornais, revistas, portais de internet e blogs.
Esse tipo de texto se destaca por abordar aspectos do cotidiano, ou seja, questões comuns do nosso dia a dia.

Quais as características da crônica?


Além da narração de situações banais, ela é caracterizada por:
- Textos curtos e de fácil compreensão
- Linguagem simples e descontraída
- Poucos (ou nenhum) personagens nas histórias
- Análise crítica sobre contextos e circunstâncias
- Humor crítico, irônico e sarcástico
- Linha cronológica estabelecida.
Para que serve uma crônica?
Embora as crônicas retratem acontecimentos do dia a dia, elas não têm a finalidade exclusiva de
informar. Seu objetivo é, na verdade, provocar uma reflexão sobre o assunto abordado. Os cronistas
costumam identificar aspectos que, muitas vezes, passam despercebidos pelo restante da sociedade, mas que
merecem observação e análise.
Quais são os tipos de crônicas?
A crônica é um gênero textual que pode ser dividido em diferentes tipos, conheça as características de
cada um deles:
➔ Crônica descritiva - é tipificada pela descrição dos elementos na narrativa. Ou seja, é um texto que expõe
os detalhes de objetos, lugares, personagens e demais partes.
➔ Crônica narrativa - Esse tipo de crônica é marcado pela narração em primeira ou terceira pessoa do
singular. Ele costuma conter humor, ação e crítica.
➔ Crônica dissertativa - pode ser escrita em primeira ou terceira pessoa do plural. Ela traz à tona o ponto de
vista do autor sobre o assunto em foco.
➔ Crônica humorística - Humor, ironia e sarcasmo são os componentes da crônica humorística.
Diferentes abordagens e estratégias podem ser adotadas nesse tipo de texto para tratar dos temas que
impactam a sociedade de forma cômica.
➔ Crônica lírica - No gênero lírico, a expressão de emoções é predominante. A crônica lírica, portanto,
evidencia o sentimentalismo.
➔ Crônica poética - esta utiliza versos poéticos em sua composição. Dessa forma, além de traços de poesia,
também contém sentimentos e emoções.
➔ Crônica narrativo-descritiva - Esse tipo de crônica combina a narrativa e a descritiva.

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➔ Crônica jornalística - tem um viés do texto jornalístico no que diz respeito à veiculação de notícias e fatos.
Dessa forma, busca abordar acontecimentos atuais, do mesmo dia ou semana, por exemplo.
➔ Crônica histórica - Ao contrário da crônica jornalística, que destaca eventos recentes, a crônica histórica
relembra episódios passados.
[...] Entre outras
Disponível em: https://ead.pucpr.br/blog/o-que-e-cronica Acesso: 10, abr. 2022.
Disponível em: https://www.uai.com.br/app/noticia/pensar/2013/10/12/noticias-pensar,147347/fernando-sabino-marcou-encontro-definitivo-
com-a-literatura-brasileira.shtml Acesso em: 10 de abr. 2022.

O segredo
[...]
Estava empenhado nisso, quando senti que havia
alguém em pé atrás de mim. Uma voz de homem, que
soou familiar aos meus ouvidos, perguntou:
- Que é que você está fazendo?
Sem me voltar, tão entretido estava com as
formigas, expliquei o que se passava. Logo consegui
restabelecer o tráfego delas, recompondo a fila através da
ponte. O homem se agachou a meu lado, dizendo que várias formigas seguiam por um caminho, uma na frente
de duas, uma atrás de duas, uma no meio de duas. E perguntou:
- Quantas formigas eram?
Pensei um pouco, fazendo cálculos. Naquele tempo, eu achava que era bom em aritmética: uma na frente
de duas faziam três; uma atrás de duas eram mais três; uma no meio de duas, mais três.
- Nove! Exclamei, triunfante.
Ele começou a rir e sacudiu a cabeça, dizendo que não: eram apenas três, pois formiga só anda em fila,
uma atrás da outra.
Então perguntei a ele o que é que cai em pé e corre deitado.
- Cobra? – ele arriscou, enrugando a testa, intrigado.
Foi a minha vez de achar graça:
- Que cobra que nada! É a chuva – e comecei a rir também.
- Você sabe o que é que caindo no chão não quebra e caindo n'água quebra?
- Sei: papel.
Gostei daquele homem: ele sabia uma porção de coisas que eu também sabia. Ficamos conversando um
tempão, sentados na beirada da caixa de areia, como dois amigos, embora ele fosse cinquenta anos mais velho
do que eu, segundo me disse. Não parecia. Eu também lhe contei uma porção de coisas. Falei na minha galinha
Fernanda, nos milagres que um dia andei fazendo, e de como aprendi a voar como os pássaros, e a minha
ventura de escoteiro perdido na selva, as espionagens e investigações da sociedade secreta Olho de Gato, o
sósia que retirei do espelho, o Birica, valentão da minha escola, o dia em que me sagrei campeão de futebol,
o meu primeiro amor, o capitão Patifaria, a passarinhada que Mariana e eu soltamos. Pena que minha amiga
não estivesse por ali, para que ele a conhecesse. Levei-o a ver o Godofredo em seu poleiro:
- Fernando! – berrou o papagaio, imitando mamãe: – Vem pra dentro, menino! Olha o sereno!
- Hindemburgo apareceu correndo, a agitar o rabo. Para surpresa minha, nem o homem ficou com medo
do cachorrão, nem este o estranhou; parecia feliz, até lambeu-lhe a mão. Depois mostrei-lhe o Pastoff no fundo
do quintal, mas o coelho não queria saber de nós, ocupado em roer uma folha de couve.
O homem me disse que tinha de ir embora – antes queria me ensinar uma coisa muito importante:
- Você quer conhecer o segredo de ser um menino feliz para o resto da sua vida?

21
- Quero – respondi.
O segredo se resumia em três palavras, que ele pronunciou com intensidade, mãos nos meus ombros e
olhos nos meus olhos:
- Pense nos outros.
Na hora achei esse segredo meio sem graça. Só bem mais tarde vim a entender o conselho que tantas vezes
na vida deixei de cumprir. Mas que sempre deu certo quando me lembrei de segui-lo, fazendo-me feliz como
um menino.
O homem se curvou para me beijar na testa, se despedindo:
- Quem é você? – perguntei ainda.
Ele se limitou a sorrir, depois disse adeus com um aceno e foi-se embora para sempre.
Disponível em: SABINO, Fernando, O Menino no espelho. São Paulo, Record, 1984. p. 15-18.
Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p.
64-7. Acesso em 10 de abr. de 2022.

Atividades
1. Quem são as personagens do texto? Descreva cada uma delas.

2. Nem todas as características das personagens são claramente apontadas pelo autor: algumas são percebidas
pelo leitor por meio de inferências que o texto sugere. A partir dos trechos abaixo, que inferência poderíamos
fazer:
a) Sobre o garoto, em “Sem me voltar, tão entretido estava com as formigas, expliquei o que se passava. Logo
consegui restabelecer o tráfego delas, recompondo a fila através da ponte”?
b) Sobre o adulto em “Ficamos conversando um tempão, sentados na beirada da caixa de areia [...] lhe contei
uma porção de coisas [...] tinha de ir embora – antes queria me ensinar uma coisa muito importante”?

3. O menino revela simpatia pelo estranho, por reconhecer semelhanças entre eles. Indique o trecho em que
isso ocorre.

4. Que segredos sobre sua própria vida o menino revela ao estranho?

5. Dessa série de acontecimentos que o menino conta ao estranho, todos lhe parecem verdadeiros? Faça um
comentário a respeito.

6. Quando o menino entendeu o conselho do homem? Por quê?

7. Por que o menino deixou de seguir o conselho que o homem lhe dera?

Elementos Coesivos
Os elementos de coesão são aqueles os que ligam as frases ou palavras dentro de um texto. Podemos
dizer que tais elementos são responsáveis pela organização das ideias no plano da linguagem textual. É o uso
correto desses conectivos que dará ao texto a consistência necessária para a compreensão, isto é, para que o
texto comunique alguma coisa.
Dentre esses elementos, citemos os pronomes relativos e as conjunções. Muitos professores
aconselham, inclusive, que os alunos - além de compreenderem a "lógica" por trás de cada um - memorizem
pelo menos uma parte desses elementos.
Com relação às conjunções, temos as coordenativas, que são:
• Adição: e, nem, mas também.
Ex.: “Ele começou a rir e sacudiu a cabeça.”
22
• Adversidade (oposição): entretanto, mas, porém, contudo, todavia.
Ex.: “Depois mostrei-lhe o Pastoff no fundo do quintal, mas o coelho não queria saber de nós...”

• Alternância: ora... ora, ou... ou, seja... seja, quer... quer.


Ex.: Camila ora estuda, ora brinca.
• Conclusão: Portanto, pois (após o verbo), logo.
Ex.: Penso, logo existo!
• Explicação: Porque, que, pois (antes do verbo).
Ex.: “...eram apenas três, pois formiga só anda em fila.”
Já as conjunções subordinativas são:
• Causa: Já que, visto que, como, porque.
Ex.: Já que faltou a aula, terá que copiar a matéria de um colega.
• Comparação: Assim como, mais... que, menos... que, tão/tanto... como.
Ex.: Beatriz é mais esperta do que sua prima.
• Concessão: ainda que, mesmo que, conquanto, embora.
Ex.: “Ficamos conversando um tempão, como dois amigos, embora ele fosse cinquenta anos mais velho.”
• Condição: Caso, desde que, a menos que, se, a não que.
Ex.: Desde que voltou, está mais esperta.
• Conformidade: como, segundo, conforme.
Ex.: Fizeram tudo conforme o combinado.
• Consequência: de modo que, tão/tanto... que.
Ex.: Comeu tanto, que teve distúrbio intestinal.
• Finalidade: a fim de que, para que.
Ex.: “Pena que minha amiga não estivesse por ali, para que ele a conhecesse.”
• Proporcionalidade: à proporção que, à medida que.
Ex.: À medida que crescia, ficava mais bonita.
• Tempo: logo que, mal, enquanto, assim que, quando.
Ex.: “Naquele tempo, eu achava que era bom em aritmética...”
Os pronomes relativos, por sua vez, são estes, principalmente:
• Que: usado em relação a coisas ou pessoas.
Ex.: “...vim a entender o conselho que tantas vezes na vida deixei de cumprir.”
• Quem: refere-se apenas a pessoas e sempre vem preposicionado.
Ex.: Esta é a garota a quem ele amava.
• Cujo: indica posse, vem entre dois substantivos e concorda com o mesmo.
Ex.: Este é o escritor cuja obra eu li.
• Onde: equivale a em que ou no qual, é empregado para indicar local.
Ex.: Onde eu estou morando é muito bonito.
• Quanto: vem precedido de um pronome indefinido: tudo, tanta, todo, todas.
Ex.: Tenho tudo quanto preciso.
• Quando: é um pronome relativo quando o antecedente dá ideia de tempo.
Ex.: Em janeiro, quando eu estava na casa da minha avó, eu cai da árvore.

As palavras “que” e “se”, além de serem conjunções e pronomes também tem outras funções. Fique
atento! A palavra “que” pode ser: conjunção, substantivo, preposição, partícula expletiva ou de realce,
advérbio, pronome, interjeição.
23
A palavra “se” pode ser: parte integrante do verbo, conjunção, partícula expletiva ou de realce, partícula
apassivadora, pronome reflexivo, índice de indeterminação do sujeito.
Disponível em: https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/elementos-de-
coesao.html#:~:text=Podemos%20dizer%20que%20tais%20elementos,o%20texto%20comunique%20alguma%20coisa. Acesso em: 10 de abr. 2022.

Texto 1
Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre
línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente
dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim
medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma
nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se
apossa do organismo infectado.
RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

8. Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre
seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro
e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:

(A) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”
(B) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”.
(C) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros
sobre os homens’.”
(D) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”

Texto II
Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas
também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar
atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é
importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda
a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto.
Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.
ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

9. As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A
esse respeito, identifica-se, no fragmento, que
(A) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.
(B) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.
(C) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.
(D) o termo “Também” exprime uma justificativa.

10. A partir da crônica “O Segredo” de Fernando Sabino, destaque e conceitue os elementos coesivos das
orações a seguir:
(A) “Estava empenhado nisso, quando senti que havia alguém em pé atrás de mim.”
(B) “Uma voz de homem, que soou familiar aos meus ouvidos, perguntou:...”
(C) “Ele começou a rir e sacudiu a cabeça...”
(D) “Para surpresa minha, nem o homem ficou com medo do cachorrão...”

24
Proposta de Produção de Texto

A produção de crônicas pode ser muito interessante para dar espaço ao olhar do aluno, ou seja, para ir
além das descrições literais, das sequências de eventos etc. Esse gênero exige um exercício de encarar a
subjetividade e autoria de cada um, por isso há muito espaço para as sensações, as emoções e as reflexões.
A partir da imagem e da legenda a seguir, elabore uma crônica. Imagine que seu texto será publicado no
mesmo site onde a imagem foi veiculada. Nesta crônica, você deverá:
a) Posicione-se em relação à imagem. Você é a pessoa na foto? É uma pessoa que observa a cena ao vivo?
Um leitor do site que leu a notícia?
b) Narre e descreva a cena, uma pessoa que não viu a imagem deve conseguir compreender/ “visualizar” a
cena.
c) Compartilhe os sentimentos e as reflexões levantadas a partir da imagem e de sua legenda. Por exemplo,
como essa pessoa foi parar ali? O que ela está vivendo e sentindo? O que o espectador sente ao observá-la?
d) Formule um desfecho para o seu texto. Formulações como “tudo não passou de um sonho” não serão
aceitas.

Disponível em: https://jovempan.com.br/programas/jornal-da-manha/pandemia-aumentar-moradores-rua-sp.html Acesso em: 10 abr. 2022.

25
Respostas Aula 8
1. As personagens do texto são um menino e um adulto. O primeiro é arteiro, alegre, comunicativo e
mistura fantasia e realidade. O adulto é muito simpático, parece conviver bem com crianças.
2. a) É provavelmente um garoto sensível, imaginativo e bom observador, pois é capaz de dedicar-se a algo
tão lento como a caminhada das formigas.
b) Sugestão: gostava de crianças, tinha facilidade de conversar com elas, despertava simpatia e confiança,
tinha experiência de vida.
3. “Gostei daquele homem: ele sabia uma porção de coisas que eu também sabia”.
4. Falou da galinha Fernanda, dos milagres que andou fazendo, de como aprendeu a voar como os pássaros,
das suas aventuras como detetive e escoteiro, do sósia que retirou do espelho, do valentão da escola, do
dia em que foi campeão de futebol, do primeiro amor, do capitão Patifaria, da passarinhada que soltou
junto com Mariana. Levou-o para ver o papagaio Godofredo.
5. Alguns são parte do mundo de fantasia que envolve seu universo de brincadeiras, como o sósia que
retirou do espelho e o fato de ter aprendido a voar como os pássaros.
6. O menino entendeu o conselho do homem muito mais tarde. Faltava-lhe maturidade.
7. Provavelmente, porque na maioria das vezes estava preocupado consigo mesmo e não com os outros,
como age tanta gente
8. Alternativa D) que exemplifica a coesão textual pela elipse do sujeito. A forma verbal “fizesse” tem seu
sujeito oculto, fazendo referência ao vocábulo viral grippe, que significa agarrar. Caso o fragmento fosse
reescrito com o sujeito explícito, teríamos: “Supõe-se que o vocábulo grippe fizesse referência ao modo
violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”
9. Alternativa A) A expressão “Além disso” estabelece coesão, dando sequência às ideias ditas
anteriormente.
10. a) QUANDO (Advérbio de Tempo)
b) QUE (Pronome Relativo)
c) E (Conjunção Coordenada Aditiva)
d) NEM (Conjunção Coordenada Aditiva)

26
AULA 9
Objetos de conhecimento: Gênero Crônica. Estratégias de leitura: Coesão: Coesão sequencial - Conjunções e
articuladores textuais. Construção da textualidade: - Produção de textos narrativos.
Habilidades: (EF89LP33-A) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de
leitura (seleção, antecipação, inferência e verificação) adequados a diferentes objetivos e levando em conta
características dos gêneros e suportes – contos contemporâneos, romances juvenis, novelas, crônicas visuais, narrativas
de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poemas concretos, ciberpoemas,
entre outros. (EF09LP11) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial (conjunções e
articuladores textuais). (EF89LP35-A) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, narrativas de
ficção científica, entre outros, com temáticas próprias ao gênero.

Retomando o gênero textual crônica


Vamos relembrar?
A crônica é um gênero textual muito presente em jornais, revistas, portais de internet e blogs. O gênero
se destaca por abordar aspectos do cotidiano, ou seja, questões comuns do nosso dia a dia. Voltados ao
cotidiano das cidades e podem ser entendidos como um retrato verbal particular dos acontecimentos urbanos.
Os bons cronistas são aqueles que conseguem perceber, no dia a dia de suas vidas, impressões, ideias ou visões
da realidade que não foram percebidas por todos.
O objetivo das crônicas é provocar uma reflexão sobre o assunto abordado. Os cronistas costumam
identificar aspectos que, muitas vezes, passam despercebidos pelo restante da sociedade, mas que merecem
observação e análise.

Características
A crônica mescla a tipologia narrativa com trechos reflexivos e, em alguns casos, argumentativos.
A linguagem da crônica costuma ser leve, marcada por coloquialidade e, não raro, cada cronista tem seu
estilo próprio no uso das palavras. Os temas comuns a esse gênero são os mais variados possíveis. Qualquer
assunto cotidiano pode ser motivo de crônica. Por ser um gênero nascido na cidade, é comum que tudo que
ocorra no ambiente urbano passe a ser escrito em forma de crônica.

Tipos de crônica
Existem diversos tipos de crônicas, desde as apenas narrativas, passando pelas crônicas jornalísticas até
chegar em crônicas poéticas, que flertam com o literário. Inclusive, alguns grandes escritores brasileiros,
como Machado de Assis, Lima Barreto ou Clarice Lispector foram renomados cronistas em seus tempos.
Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/a-cronica-.html Acesso: 30 obr. 2022. (Adaptado)

Agora vamos falar de articuladores textuais


Mas o que são esses articuladores textuais?
Os conectores discursivos são responsáveis pela articulação e progressão textuais. A utilização adequada
desses recursos possibilita a redação de um texto claro e eficiente.
É fundamental que o autor de um texto exponha suas ideias de maneira clara e objetiva e
construa parágrafos, períodos e orações muito bem articulados.
Essa articulação atribui a coesão textual, que é explicitada por meio de elementos de conexão são,
normalmente, conjunções, advérbios e pronomes. A utilização adequada dos elementos de coesão promove o
encadeamento das ideias e contribui para a progressão textual.
Há inúmeros conectores discursivos para que você possa redigir um texto com excelente articulação de
ideias, com orações completas e sintaticamente bem estruturadas, além da pontuação. Entretanto, se forem
mal-empregados, reduzem a capacidade de compreensão da mensagem e comprometem o texto.

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Consultem, na tabela, alguns dos principais conectores discursivos e os efeitos de sentido que agregam às
orações, aos períodos e aos parágrafos.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/conectores-discursivos.htm Acesso: 30 abr. 2022. (Adaptado)

Tabela com alguns dos principais conectores discursivos:

Adição E, pois, além disso, e ainda, mas também, por um lado … por outro
Causa É evidente que, certamente, naturalmente, evidentemente, por
Nesse sentido, nessa perspectiva, em outras palavras, ou seja, novamente, em
Reafirmação
suma, em resumo, dessa forma, outrossim, dessarte, destarte
Semelhança Do mesmo modo, tal como, assim como, pela mesma razão
Oposição/restriçã Mas, apesar de, no entanto, entretanto, porém, contudo, todavia, tampouco, por
o outro lado
Atualmente, contemporaneamente, após a década de, antes de, em seguida, até
Ligação temporal
que, quando
Hipótese A menos que, supondo que, mesmo que, salvo se, exceto se
Conclusão Portanto, logo, enfim, à guisa de conclusão, em suma, concluindo, para que
Finalidade Para, para que, com o intuito de, com o objetivo de, a fim de

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/conectores-discursivos.htm Acesso: 30 abr. 2022. (Adaptado)

Você já deve ter ouvido a expressão “comeu com os olhos”. Já parou para pensar em seu significado?
Essa expressão deve ter surgido, provavelmente, porque são as características sensoriais dos alimentos,
como aparência, consistência, forma, aroma e sabor, que influenciam os sentidos e despertam em nós a vontade
de comê-los. Mas, alguns alimentos que consumimos não têm uma aparência tão impressionante. Brincando
com isso, o autor da crônica a seguir imaginou o que um extraterrestre sentiria ao ver pela primeira vez alguns
de nossos alimentos.

Leia a crônica e imagine-se no lugar do ET.


Eca!
Luis Fernando Verissimo
Um hipotético visitante extraterreno teria dificuldade em acompanhar uma
refeição da nossa espécie sem ter ânsias de vômito. Sendo um ser
hipoteticamente perfeito, que só se alimenta de um límpido líquido azul, nosso
visitante não entenderia como os alemães conseguem comer repolhos azedos
com tanta alegria e por que os americanos chamam o pepino estragado de
“pickle” e o comem com tudo e os franceses esperam o peixe apodrecer antes
de comê-lo, enquanto os japoneses nem esperam ele morrer. E todos se
entusiasmam com um fungo de má aparência chamado “champignon” e entram
em êxtase com outro ainda mais feio chamado “trufa”, que é encontrado
embaixo da terra por porcas no cio. Aliás, nosso ET se engasgaria só de pensar
em tudo que fazemos com os porcos, inclusive comê-los.
Mas, o que certamente faria nosso visitante correr para o banheiro seria descobrir que os terrenos
espremem um líquido branco e gorduroso das glândulas mamárias de um animal chamado “vaca” – e o bebem!
Depois de reanimado, o extraterreno talvez gostasse de ouvir, já que se espanta tanto com os nossos hábitos
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exóticos, que a vaca é um animal sagrado, e, portanto, intocável, na Índia, um país em que se morre de fome.
E que não apenas a vaca é sagrada, na Índia, como suas pegadas são sagradas e, de acordo com a teologia
hindu, 330 milhões de deuses vivem dentro de cada animal, e que, portanto, matar uma vaca significaria um
verdadeiro teocídio. Mas que nada disto é tão estranho quanto parece: numa terra superpopulosa como a Índia,
a criação de gado para corte e consumo humano é indefensável. Quando se come animais que são alimentados
com grãos, nove de dez calorias e quatro de cinco gramas de proteínas são perdidas. O animal usa a maior
parte dos nutrientes que poderiam ser destinados ao homem. No caso, um mito religioso está a serviço de uma
racionalidade camuflada.
Convencido de que somos uma raça, no mínimo, contraditória, o ET ainda terá algumas experiências
nojentas pela frente. Verá pessoas destrinchando pequenos pássaros fritos com os dentes, pessoas comendo
pernas de sapos e – o que contará com mais horror quando voltar para casa – pessoas usando alfinetes para
catar o repugnante recheio de lesmas e levá-lo à boca. Lesmas!
VERISSIMO, Luis Fernando. Eca! Estadão.
Disponível em: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,eca-imp-,1157921.Acesso em 30 de abr. de 2022.
Imagem disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZDj1JFzDSJo. Acesso em 30 de abr. de 2022.

A crônica argumentativa é de caráter contemporâneo e tem como objetivo apresentar ao leitor uma visão
pessoal sobre determinado assunto. Apresenta acentuado teor crítico, com presença de humor, ironia e,
algumas vezes, sarcasmo. Tem linguagem coloquial, simples e direta, é um texto relativamente curto e trata
de temas cotidianos e polêmicos. É uma fusão dos estilos jornalístico e literário, pois é objetiva, assim como
os gêneros que circulam nos jornais, e, ao mesmo tempo, literária, por apresentar narrativa de ficção, com
poucos personagens (se houver) em tempo e espaço limitados.
De acordo com Javier Cudeiro, especialista em fisiologia, o prazer da comida começa na cabeça e não no
estômago, como muitos pensam. Segundo ele, é indiferente se comemos uma barata frita – é isso mesmo que
você leu BA-RA-TA frita, não batata frita – ou uma carne de costela. Quem vai despertar nosso paladar e as
sensações de prazer, nojo ou satisfação é o cérebro.
Quando se pensa nos sentidos, é habitual recordar os receptores externos, como o olfato, o gosto ou a
vista, mas é o cérebro que interpreta a informação e a transforma num ato criativo. (Javier Cudeiro)
COMIDA exótica. Superinteressante. São Paulo:Abril, n. 178, fev. 2013. Edição especial. Acesso em 30 de abr. de 2022.

Portanto, como relata o cronista, cada cultura escolhe seu tipo de alimentação de acordo com o que
racionaliza. O autor do texto que acabamos de ler apresenta esse tema, de maneira bem-humorada, em sua
crônica argumentativa.
Vamos analisar quais outras características desse gênero estão no texto lido? Verifique respondendo às
questões a seguir.

1. Partindo de que hipótese a crônica de Luís Fernando Verissimo foi escrita?

2. Que opinião o autor apresenta a respeito da nossa alimentação?

3. Que ponto de vista o cronista sustenta ao mostrar as impressões do ET sobre a Índia?

4. Outro ponto de vista revelado pelo cronista é: “um mito religioso está a serviço de uma racionalidade
camuflada”. Como se pode explicar essa afirmação?

5. Assinale a alternativa que explica a contradição que o cronista aponta na frase: “a vaca é um animal sagrado,
e, portanto, intocável, na Índia, um país em que se morre de fome”.

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(A) A vaca, apesar de ser sagrada e intocável, serve como alimento aos indianos.
(B) A vaca, apesar de servir como alimento, não faz parte da alimentação dos indianos, pois eles a consideram
sagrada.
(C) Os indianos não tocam na vaca antes de comê-la devido ao fato de ela ser sagrada.

6. O cronista apresenta possíveis estranhamentos que nossos hábitos alimentares causariam nos extraterrenos.
Transcreva do texto alguns trechos que apresentam esses hábitos.

7. O que há de crítico e humorado na crônica?

8. A crônica lida pode ser considerada uma fusão entre o literário e o jornalístico? Justifique.

9. Considere a sentença: "...os americanos chamam o pepino estragado de “pickle” e o comem com tudo...” A
conjunção “e”, destacada no trecho, dá a ideia de

(A) condição, pois o conectivo articula uma ideia de oposição em relação à ideia anterior.
(B) oposição, pois o conector articula uma relação de oposição à ideia expressa anteriormente no texto.
(C) adição, pois o conectivo serve para adicionar uma ideia à outra já existente no texto.
(D) conclusão, pois estabelece uma relação de conclusão em relação ao que foi dito antes.

10. Considere a sentença: “Aliás, nosso ET se engasgaria só de pensar em tudo que fazemos com os porcos,
inclusive comê-los.", a palavra “los” (pronome oblíquo átono) foi usada para evitar repetições e refere-se a (à)
(A) porcos.
(B) nosso ET.
(C) tudo.
(D) engasgaria.

11. Releia o fragmento:


“Mas, o que certamente faria nosso visitante correr para o banheiro seria descobrir que os terrenos espremem
um líquido branco e gorduroso das glândulas mamárias de um animal chamado “vaca”.
A conjunção em destaque, no fragmento acima, introduz a ideia de
(A) adição.
(B) oposição.
(C) explicação.
(D) adição.

Produção textual
O texto Eca!, de Luis Fernando Verissimo, é uma crônica bem-humorada sobre a suposta análise que um
extraterrestre faria de nossos hábitos alimentares. Inspire-se no que foi lido e discutido nesta aula, e produza
uma crônica argumentativa sobre o tema comidas exóticas, colocando-se no lugar de alguém que se depara
com hábitos alimentares muito diferentes dos seus.
Por ser um texto breve, leve, informal e sem muito compromisso com a forma, a crônica comporta vários
formatos. O objetivo é fazer um recorte do cotidiano e uma reflexão escrita sobre ele. Nesse caso, o que faz
parte do cotidiano é a alimentação, e o diferencial da sua crônica será o “exótico”. Para escrever sua crônica,
formule reflexões acerca do fato escolhido com base nos seguintes questionamentos.
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➢ Sobre que comida ou pratos irá falar?
➢ Onde essa comida é encontrada?
➢ Qual fato ocorre com essa comida? O que é possível contar ou relacionar a esse fato?
➢ A maioria das pessoas gosta ou não dessa comida?
➢ O aspecto é atrativo, estranho etc.?
➢ Ao escrever, deixe seu ponto de vista e suas reflexões evidentes. Lembre-se de usar uma linguagem clara e
informal – característica da crônica –, mas não descuide da norma-padrão.

➢ Utilize elementos coesivos para construir um texto objetivo e de fácil compreensão.

Lembre-se de que, para produzir sua crônica, é importante, antes de tudo, ser um bom observador dos
detalhes, daquilo que te chama a atenção. A observação da realidade por uma perspectiva inusitada leva o
cronista a desenvolver bem seus textos. Ademais, um texto de qualidade deve ser projetado, rascunhado e
revisado.

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Respostas Aula 9
1. Parte da hipótese de que se um extraterrestre entrasse em contato com a alimentação terrestre acharia
estranhos alguns dos hábitos alimentares adotados neste planeta.
2. A opinião de que temos hábitos alimentares muito estranhos, contraditórios e nojentos.
3. Defende a ideia dos hábitos do planeta serem contraditórios, pois a Índia tem costumes diferentes em
relação a outros lugares do planeta.
4. Os hindus não comem carne bovina por motivos religiosos, mas o texto diz que quando comemos
animais que são alimentados com grãos, nove de dez calorias e quatro de cinco gramas de proteínas são
perdidas. O animal usa a maior parte dos nutrientes que poderiam ser destinados ao homem. Ou seja, segundo
o texto, do ponto de vista científico, também não é aconselhável comer carne de animais que se alimentam
de grãos.
5. Alternativa B) A vaca, apesar de servir como alimento, não faz parte da alimentação dos indianos, pois
eles a consideram sagrada.
6. “espremem um líquido branco e gorduroso das glândulas mamárias de um animal”; “os americanos
chamam o pepino estragado de ‘pickle’”; “franceses esperam o peixe apodrecer antes de comê-lo, enquanto
os japoneses nem esperam ele morrer”; “um fungo de má aparência”; “pessoas destrinchando pequenos
pássaros fritos com os dentes, pessoas comendo pernas de sapos e [...] pessoas usando alfinetes para catar o
repugnante recheio de lesmas e levá-lo à boca. Lesmas!”.
7. O fato de as culturas terem gostos diferentes em relação à alimentação, o que provavelmente não se deve
ao paladar, mas à maneira de pensar. O cronista apresenta esse fato como sendo algo primitivo e, de maneira
bem-humorada, ridiculariza a situação se vista por um extraterrestre.
8. Sim, pois defende seu ponto de vista em uma narrativa ficcional contando que um extraterrestre teria
contato com comidas estranhas. Ao fazer isso, descreve fatos reais do cotidiano. O fato de ter sido publicada
em um jornal de grande circulação também a aproxima do campo jornalístico.
9. Alternativa C) adição, pois o conectivo serve para adicionar uma ideia à outra já existente no texto.
Espera-se que o estudante seja capaz de reconhecer o efeito de sentido marcado pela conjunção “e”.
10. Alternativa A) porcos. Espera-se que o estudante seja capaz de estabelecer relações entre partes de um
texto, identificando substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
11. Alternativa B) oposição. Espera-se que o estudante seja capaz de compreender a relação de sentido ou a
ideia expressa pela conjunção em destaque no trecho apresentado.

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AULA 10
Objeto de conhecimento: Gênero Textual Publicidade e Propaganda. Apreciação e réplica: Análise de peças
publicitárias; Construção composicional e estilo das peças publicitárias. Estratégia de leitura: Relação entre texto e
imagem nos gêneros jornalístico-midiáticos. Estilo: Análise dos recursos persuasivos e linguístico-discursivos em textos
publicitários.
Habilidades: (EF69LP02-B) Perceber a articulação entre peças publicitárias em campanhas, as
especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos objetivos
do anunciante e/ou da campanha. (EF69LP02-C) Perceber a construção composicional e o estilo dos gêneros em
questão, como forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos. (EF69LP03-A)
Compreender a relação de sentido entre imagem e texto verbal (multimodalidade) nos variados gêneros, por
meio de recursos linguísticos e semióticos. (EF69LP04-B) Relacionar as estratégias de persuasão e apelo ao
consumo, em textos publicitários, com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo
verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes,
formação de consumidores críticos, reflexão sobre consumismo, entre outros. (EF69LP17-B) Perceber e
analisar as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em gêneros
publicitários).

Anúncio publicitário e propaganda

Os anúncios publicitários são constantes em diversos meios, como internet, redes sociais, jornais, revistas,
outdoors, entre outros, e sempre com a intencionalidade de vender algo, seja um produto, uma ideia ou uma
causa social. Diante dessa massificação, os principais vestibulares e o Enem incluem em suas provas questões
de leitura e interpretação de anúncios publicitários, além de serem selecionados como textos motivadores para
a redação. Observe, a seguir, um exemplo de questão sobre este gênero discursivo:

Disponível em: www.ccsp.com.br. Acesso em: 09 mai. 2022. Adaptado.

O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A estratégia
que o autor utiliza para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e
não verbais, com vistas a
a) ridicularizar a forma física do possível cliente do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de
mudanças estéticas.
b) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal
postura.

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c) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução desse
consumo.
d) associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo
adoçante.
e) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve atividades físicas,
incentivando a prática esportiva.
Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2011/07_AZUL_GAB.pdf. Acesso em: 09 mai. 2022.

O gabarito oficial da prova aponta como correta a alternativa (D): associar o vocábulo “açúcar” à imagem
do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante. Com base na questão e na
resposta correta, busque analisar detalhadamente o anúncio por meio das perguntas abaixo:

1. Que elementos do texto permitem ao leitor perceber a intencionalidade do anúncio? Explique.

2. Essa propaganda induz o leitor a adquirir o produto? Justifique.

3. No texto há uma estrita relação entre o texto verbal e o não verbal. Explique o porquê dessa relação.

Caracterização do anúncio publicitário


Embora variem tanto na sua forma quanto no seu conteúdo, o objetivo é sempre o mesmo: persuadir o
leitor por meio da publicidade.
A persuasão aparece quando, pelo uso da palavra, alguém procura convencer o outro a agir de determinado
modo. Nesse momento, surgem as estruturas do texto persuasivo. Quando a intenção persuasiva passa a ser
associada à divulgação de ideias ou produtos específicos, surgem então os textos publicitários.

Suportes de publicação
Os anúncios publicitários são frequentemente encontrados em revistas e jornais. Ademais, os outdoors
são colocados em terrenos próximos a vias de grande circulação (avenidas, estradas e ruas). Os folhetos
normalmente circulam em pontos nos quais há aglomeração de pessoas.
As novas tecnologias auxiliaram a criação de novos contextos de circulação para os textos publicitários.
Em sites da internet, redes sociais, entre outros, é comum a presença de banners que, ao serem clicados,
direcionam o internauta à página na qual o produto está anunciado.
É importante evidenciar que a estrutura do texto publicitário deve estar adequada ao seu contexto de
circulação e ao veículo no qual ele circulará.

O título
Uma das principais marcas composicionais do texto publicitário é a presença de um título, ou seja, um
texto mais curto, que aparece em destaque e deve atrair imediatamente a atenção do leitor, complementando a
imagem quando ocorre a junção do texto verbal com o não verbal.
No anúncio do Greenpeace, o título aparece à esquerda, um pouco centralizado, e indica de modo direto
a preocupação do anunciante: “Os sinais são preocupantes.”. Nota-se também que o título exerce a função de
estabelecer uma identificação e aproximação persuasiva do público-alvo com a ideia ou o produto que é
divulgado.

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Disponível em: https://comunicacaointegrada2mb.wordpress.com/2015/06/29/greenpeace/. Acesso em: 10 mai.2022.

O texto
Em um anúncio publicitário, o texto possui a função de apresentar os argumentos principais, e mais
persuasivos, para convencer o leitor a adotar tal comportamento desejado ou adquirir o produto anunciado.
Nesse caso, o Greenpeace pede para o leitor participar da campanha: “Ajude-nos a salvar nossas florestas.
Acesse nosso site e conheça mais sobre o nosso trabalho.”. Para isso, indaga o leitor sobre o problema
baseando-se em dados estatísticos:
“Você sabia que mais de 60% das emissões de gases que causam as mudanças climáticas no planeta tem
origem no desmatamento das florestas brasileiras?”.
Como vimos, desde o início o texto dialoga com o leitor e o indaga, pedindo a ajuda dele para uma ação.
Para isso, aproxima o leitor (“Ajude-nos”) incluindo-o no projeto.

A assinatura/o slogan
Trata-se do último elemento composicional do texto publicitário. Normalmente aparece no canto inferior
direito, ao lado do texto, fechando o anúncio. A assinatura constitui-se da marca do produto/da ideia que o
anúncio publicitário divulga.
Em alguns casos, a assinatura vem acompanhada de um slogan. Sabe aquela frase de efeito que não nos
deixa esquecer de determinado produto? Geralmente ela é curta e de fácil memorização, não é à toa que nunca
esquecemos algumas.

A linguagem dos anúncios publicitários


Para que o texto se aproxime do leitor, o publicitário recorre a uma linguagem mais informal. O uso
frequente de verbos no imperativo (“acesse nosso site”) tem o objetivo claro de persuadi-lo. A linguagem
reforça essa persuasão embutida no anúncio de modo a influenciá-lo.
O texto publicitário deve possuir legibilidade, ou seja, precisa ser acessível ao público-alvo.

Atenção!
Não se pode persuadir o leitor sem um bom texto. De nada adiantará uma imagem atraente e uma
visibilidade significante se o texto não for bem escrito e se não convencer o leitor. Por isso, todo texto deve
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ser desenvolvido pensando-se, antes de tudo, na “necessidade” do público-alvo, pois é para ele que o anúncio
se destina.

Portanto, observe as atividades a seguir e responda:

4. Na década de 1970, o modelo produtivo predominante no capitalismo brasileiro era o fordista. Contudo, na
publicidade veiculada em 1977, é possível identificar a transição para o modelo produtivo subsequente.

Disponível em: https://www.maxicar.com.br/2020/06/opala-chateau-1978-79-o-vinho-nobre-da-gm/. Acesso em: 10 mai. 2022.

A partir do anúncio publicitário, esse novo modelo é caracterizado pela introdução de:
(A) consumo de massa.
(B) linha de montagem.
(C) fabricação por demanda.
(D) produção com flexibilidade.

5. Observe o cartaz ao lado. Uma das estratégias para o


convencimento do leitor desse cartaz está baseada na
(A) oposição entre genialidade e vandalismo.
(B) relação entre alegria e serenidade.
(C) combinação entre otimismo e pessimismo.
(D) distinção entre livro e pintura.

Disponível em: www.bc.ufg.br. Acesso em: 09 mai. 2022.

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6. O texto ao lado faz parte da propaganda de um dicionário de língua
portuguesa. Sobre as marcas de correção presentes no texto, assinale a
alternativa correta.
(A) Trata-se de retificações, no plano semântico, das palavras do
léxico brasileiro.
(B) Referem-se às alterações ortográficas feitas na língua portuguesa.
(C) São correções necessárias para a modificação da pronúncia dessas
palavras.
(D) São parte das mudanças sintáticas que deverão ocorrer em breve
no Português.

NOVA Escola. São Paulo: Abril. ago. 2008. 4.ª capa.

7. Leia o texto a seguir:

Disponível em: https://bitlybr.com/NcHdT. Acesso em: 03 abr. 2023.

A compreensão do texto exige que o leitor perceba que, nele, apresentam-se duas normas linguísticas.
Para diferenciá-las, o principal recurso utilizado pelo autor foi o de
(A) representar, nas ilustrações, duas diferentes classes sociais. Isso justifica, por exemplo, as imagens de
pessoas bem-vestidas juntamente com outras, de pessoas malvestidas.
(B) mesclar, no texto, elementos verbais com elementos não verbais. Isso possibilitou que o texto fosse escrito
na “norma culta", e as imagens representassem a “norma popular".
(C) grafar algumas palavras em desacordo com as convenções ortográficas, porém de maneira mais
aproximada da fala. Isso justifica, por exemplo, as diferentes grafias de “bem está” /“bem-estar”.
(D) distribuir o texto em diferentes planos. Isso permitiu que a norma considerada “culta" ficasse destacada
em primeiro plano, e a norma considerada "não culta" ficasse em segundo.

8. Observa o cartaz:

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Disponível em: http://orion-oblog.blogspot.com.br. Acesso em: 09 mai. 2022. Adaptado.

O cartaz aborda a questão do aquecimento global. A relação entre os recursos verbais e não verbais nessa
propaganda revela que
(A) o discurso ambientalista propõe formas radicais de resolver os problemas climáticos.
(B) a preservação da vida na Terra depende de ações de dessalinização da água marinha.
(C) a acomodação da topografia terrestre desencadeia o natural de gelo das calotas polares.
(D) a agressão ao planeta é dependente da posição assumida pelo homem frente aos problemas ambientais.

Proposta de Produção de Texto

Texto I
Respeitem meus cabelos, brancos
Chico César
Respeitem meus cabelos, brancos Rebolos, bundos, bantos
Chegou a hora de falar Batuques, toques, mandingas
Vamos ser francos Danças, tranças, cantos
Pois quando um preto fala Respeitem meus cabelos, brancos
O branco cala ou deixa a sala Se eu quero pixaim, deixa
Com veludo nos tamancos Se eu quero enrolar, deixa
Cabelo veio da África Se eu quero colorir, deixa
Junto com meus santos Se eu quero assanhar, deixa
Benguelas, zulus, geges Deixa, deixa a madeixa balançar

Disponível em: http://letras.mus.br/chico-cesar/134011/. Acesso: 10 mai. 2022.

Texto II
Tire o racismo de seu vocabulário: palavras e expressões para parar de falar

“Cabelo ruim”, “Cabelo de Bombril”, “Cabelo duro” e a expressão mais desnecessária: “Quando não
está preso está armado”. A questão da negação da nossa estética é sempre comum quando as pessoas se referem
ao nosso cabelo afro. São falas racistas usadas, principalmente na fase da infância, pelos colegas, as quais se

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perpetuam em universidades, em ambientes de trabalho e até em programas de televisão, com a presença negra
aumentando na mídia. Falar mal das características dos cabelos dos negros também é racismo.
Disponível em: www.modefi ca.com.br/expressoesrascistas/#. Vg8JHexViko. Adaptado. Acesso:10 mai. 2022.

Texto III

Disponível em:https://www.facebook.com/identidadecrespaios/. Acesso em 10 mai. 2022.

Texto IV
É preciso cuidado com os importados, principalmente quando se trata de produtos culturais. Por
exemplo, veio dos EUA a instituição do politicamente correto, que no começo pode ter feito bem aos nossos
costumes, pois serviu para neutralizar os exageros e impropriedades de palavras e gestos que revelavam
preconceitos de um imaginário racista e sexista. Me lembro do repertório que na escola usávamos como
xingamentos contra pessoas diferenciadas por raça, cor, religião ou físico: “Ô, judeu!”, Ô, crioulo!”, “Ô,
balofo!”, “Ô, anãozinho!”. Evitar esses termos ofensivos ou depreciativos, substituindo-os por eufemismos,
isto é, por expressões mais suaves e delicadas, constituía o primeiro passo na luta contra a discriminação.
Afinal, a agressão verbal era um sintoma.
VENTURA, 2012, p. 65. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/questoes-sobre-globalizacao/. Acesso em 10 mai. 2022.

Instrução
Considere a seguinte situação: você está criando um site, na internet, para discutir a identidade do povo
brasileiro. Escreva o texto de uma campanha de conscientização, para constar na página de abertura desse site,
fazendo uma reflexão sobre o respeito à diversidade estética e cultural em seu país, de modo a combater
preconceitos. O título de seu texto deverá ser um slogan bem criativo.

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Respostas Aula 10
1. Ao representar o açúcar como um corpo robusto, infere-se que quem o consome ficará com tal aparência.
Desse modo, o anúncio persuade o leitor para que consuma adoçante e mude sua “embalagem”. Nota-se que
na expressão “mude sua embalagem” há uma ambiguidade, já que ela faz referência tanto à embalagem do
produto quanto à “embalagem” do consumidor.
2. Sim, pois o anúncio infere que os consumidores de açúcar podem ficar com o corpo semelhante ao da
embalagem caso não substituam o açúcar pelo adoçante. Sendo assim, o anúncio influencia o consumidor a
adquirir e consumir adoçante para que “mude sua embalagem”, ou seja, mude seus hábitos e cuide de sua
saúde e de seu corpo.
3. Um texto publicitário visa passar de modo rápido uma mensagem ao leitor, desse modo, procura agregar
imagens que representem ou complementem o texto verbal.
4. Alternativa D). O atrativo mercadológico desse veículo é a diversidade de opções a partir do mesmo
produto básico, o Chevrolet Opala. Notam-se diversas opções de cores, número de portas e motorizações. Isso
demarca o início do processo do pós-fordismo ou Toyotismo que tinha como característica a flexibilização
produtiva da indústria, já que no modelo anterior (fordista) os produtos eram rigidamente padronizados e o
consumidor tinha pouca variedade para um mesmo objeto de consumo.
5. Alternativa A). O cartaz utiliza uma obra-prima de Leonardo da Vinci para explicitar que o ato de
conservar os materiais da biblioteca pode ser considerado uma obra-prima, ou seja, algo importante e
inteligente de ser feito.
6. Alternativa B). O Novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em 2009 e a propaganda foi feita nesse
contexto, referindo-se às alterações feitas na língua portuguesa.
7. Alternativa C). Grande parte do texto é estruturada no padrão informal da língua, como em “pensano”,
“bem está”, “cuidá”, “aproveitá”, “cum”. Essa linguagem é próxima à fala e se justifica pelo contexto da festa
de São João, conforme a imagem.
8. Alternativa D). O pronome “você” interrompe a conjugação do verbo no presente do indicativo (derreter)
para questionar o interlocutor sobre sua posição perante o aquecimento global, sugerindo que a agressão ao
planeta depende do comportamento humano.

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