TUTORIA DE DIREITOS REAIS

1ª SESSÃO
6/11/2023

Diogo Gomes
PRINCÍPIOS DE
DIREITOS REAIS
VS PRINCÍPIOS DO
REGISTO PREDIAL
PRINCÍPIOS DE
DIREITOS REAIS
 PRINCÍPIOS DE
DIREITOS REAIS
ALGUNS PRINCÍPIOS RELEVANTES DE DIREITOS REAIS
• PRINCÍPIO DA IMEDIAÇÃO JURÍDICA

• PRINCÍPIO DA INERÊNCIA
• PRINCÍPIO DA SEQUELA
• PRINCÍPIO DA PREVALÊNCIA
• PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
• PRINCÍPIO DA ABSOLUTIDADE
• PRINCÍPIO DA TIPICIDADE
• PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
• ...
 PRINCÍPIO DA IMEDIAÇÃO JURÍDICA
Ø O DIREITO REAL PERMITE QUE O TITULAR DA COISA POSSA DISPOR DELA, ESTANDO ELA,
NATURALMENTE, AO SEU DISPOR.

• DESTA FRASE RETIRA-SE DUAS CONCLUSÕES:

• O DIREITO REAL OPERA DE MANEIRA AUTÓNOMA
• NÃO É PRECISO EXISTIR UMA IMEDIAÇÃO, OU SEJA, NÃO É NECESSÁRIA NENHUMA
PRESTAÇÃO E BEM ASSIM NENHUMA TERCEIRA PESSOA.

• NA SUA DIMENSÃO JURÍDICA RESULTA:

• A LEGITIMIDADE DO ENTE SOBRE A COISA-OBJETO
• DA LIBERDADE RECONHECIDA AO BENEFICIÁRIO RELATIVAMENTE À COISA
• DA TUTELA JURÍDICA QUE TUDO ISSO ENVOLVE
 PRINCÍPIO DA IMEDIAÇÃO JURÍDICA
Ø PODEMOS SUBDIVIDIR EM:
Ø INERÊNCIA
Ø OS DIREITOS REAIS DEPENDE DA COISA A QUE SE REPORTA. PODEMOS DIZER QUE A INERÊNCIA TRADUZ A
CONEXÃO DIREITO-COISA. ESSA LIGAÇÃO SÓ CESSA COM A EXTINÇÃO DO DIREITO REAL. O PROFESSOR
JOSÉ ALBERTO VIEIRA, VEM DIZER-NOS QUE A COISA É OBJETO DE UM DIREITO REAL E NÃO PODE SER
DELE SEPARADA

Ø SEQUELA
Ø ESTAMOS PERANTE O IUS PERSEQUENDI.
Ø A CONSTRUÇÃO DA SEQUELA DEPENDE DA PRÓPRIA FORMA COMO SE ELABORA O DIREITO REAL.
Ø PREVALÊNCIA
Ø TENDENCIALMENTE, OS DIREITOS REAIS PREVALECEM SOBRE DIREITOS DE OUTRA NATUREZA, COMO OS
DIREITOS DE CRÉDITO. TODAVIA COMPORTA EXCEÇÕES.
 Princípio da especialidade
Ø PODEMOS SUBDIVIDIR EM:
Ø CONCRETIZAÇÃO
Ø DETERMINA QUE O DIREITO REAL SE REPORTA A UMA COISA DELIMITADA.

ØTEMOS O PROBLEMA DAS COISAS COMPOSTAS, PARTE DA DOUTRINA RESOLVE ESTE PROBLEMA, REFERINDO QUE SOBRE
CADA COISA RECAI UM DIREITO REAL. OU SEJA, É UM ESQUEMA NEGOCIAL QUE PERMITE A FLUIDEZ DO TRÁFEGO JURÍDICO.

ØP.E – TRESPASSE DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL. OU ENTÃO É POSSÍVEL SER PROPRIETÁRIO DE TODO O

ESTABELECIMENTO COMERCIAL? OU ENTES A PROPRIEDADE INCIDE SOBRE P.E. 100 CADEIRAS, 10 FOGÕES, 50 MESAS,
ETC...

Ø DETERMINAÇÃO
Ø SIGNIFICA ISTO QUE NÃO HÁ DIREITOS REAIS SOBRE COISAS INDETERMINADAS.

ØEX: A COMPROMETE-SE COM B A VENDER-LHE DOIS VINHOS DO PORTO DA SUA PRODUÇÃO. ORA A EXISTÊNCIA DE UM
DIREITO REAL SOBRE ESSAS GARRAFAS SÓ ENTRA NA ESFERA DO B QUANDO A OBRIGAÇÃO SE CONDENSAR.

Ø ATUALIDADE
Ø NEGA A EXISTÊNCIA DE DIREITOS REAIS SOBRE COISAS FUTURAS.

Ø COMPLEITUDE
Ø ESTE SUBPRINCÍPIO IMPLICA QUE O DIREITO REAL INCIDA SOBRE A TOTALIDADE DA COISA
 Princípio da tipicidade

Ø DIZ-NOS ESTE PRECEITO QUE APENAS EXISTEM OS DIREITOS REAIS QUE O LEGISLADOR
CRIOU. OU SEJA, A CRIAÇÃO DE NOVOS DIREITOS REAIS, ESTÁ VEDADA À AUTONOMIA
PRIVADA DAS PARTES.

Ø ESSE PRINCÍPIO ESTÁ EXPRESSO NO ART. 1306º/1 – APLICÁVEL, COMO NOS DIZ O PROFESSOR
JOSÉ ALBERTO VIEIRA, A TODOS OS DIREITOS REAIS.
 Princípio da publicidade

Ø OS DIREITOS REAIS ENVOLVEM A AFETAÇÃO DE COISAS CORPÓREAS. LOGO, DE MANEIRA

GERAL OS DIREITOS REAIS SÃO NO SEU EXERCÍCIO, PERCETÍVEIS PELAS PESSOAS E PELA
SOCIEDADE.

Ø SIGNIFICA ISTO QUE PELA UTILIZAÇÃO NORMAL DO BEM, SEM NECESSIDADE, MUITAS
VEZES, DE PUBLICIDADE ”ESTATAL”, O EXERCÍCIO DE DIREITOS REAIS SOBRE UMA COISA
É IDENTIFICÁVEL POR TERCEIROS.
 PRINCÍPIOS DO
REGISTO PREDIAL
 PRINCÍPIOS DO REGISTO PREDIAL
PODEMOS REFERIR:

• PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
• PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• PRINCÍPIO DA INSTÂNCIA
• PRINCÍPIO DO TRATO SUCESSIVO
• PRINCÍPIO DA PRIORIDADE
 • PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
• O DL 116/2008 INTRODUZIU NO
DIREITO PORTUGUÊS A
OBRIGATORIEDADE DE REGISTO
DOS ATOS ELENCADOS NO ART.
2º E 3º, EMBORA SE PREVEJAM
PRINCÍPIOS DO ALGUMAS EXCEÇÕES – ART. 8º-
A/1.
REGISTO
• NÃO CONTENDE COM A
PREDIAL EFICÁCIA REAL DOS MESMOS
• OS EFEITOS REAIS OPERAM,
REGRA GERAL, PELO EFEITO DO
CONTRATO (408º/2), E NÃO PELO
REGISTO
 • PRINCÍPIO DO TRATO SUCESSIVO
• VEM PREVISTO NO ARTIGO 34º CRP.
• EXEMPLO DE VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DO
TRATO SUCESSIVO
• A VENDEU A PROPRIEDADE DO PRÉDIO X A B. A
COMPRA E VENDA NÃO FOI REGISTADA. B VENDE
PRINCÍPIOS DO A C E O CONSERVADOR REGISTA A AQUISIÇÃO A
FAVOR DESTE, SEM ANTES TER INSCRITO A VENDA
A FAVOR DE B.
REGISTO • O REGISTO FEITO COM VIOLAÇÃO DO
PREDIAL TRATO SUCESSIVO É NULO – ART. 16º/E)
CRP.
• ESTA NORMA TEM COMO DESTINATÁRIO O
CONSERVADOR, PELO QUE A SUA
VIOLAÇÃO É RESPONSABILIDADE DESTE,
QUE O DEVE RESPEITAR – ART. 34º/1 CRP.
EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
 EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
• EFEITO PRESUNTIVO

• EFEITO CONSOLIDATIVO

• EFEITO CONSTITUTIVO

• EFEITO ATRIBUTIVO OU AQUISIÇÃO TABULAR

• EFEITO ENUNCIATIVO
 EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
• EFEITO PRESUNTIVO
• O ARTIGO 7º DO C ÓDIGO DO REGISTO PREDIAL FUNDA UMA PRESUNÇÃO ILIDÍVEL DE QUE QUEM TEM
O REGISTO A SEU FAVOR, NÃO NECESSITA DE PROVAR A MESMO. PORQUE OPERA A PRESUNÇÃO.

• EFEITO CONSOLIDATIVO
• REGRA GERAL, O REGISTO NÃO INTERFERE COM A TRANSFERÊNCIA DE DIREITOS REAIS. ORA, A GRANDE
VANTAGEM DO REGISTO É EVITAR A AQUISIÇÃO TABULAR POR TERCEIROS.

• UMA VEZ REGISTADO A FAVOR DO A, O B, EM PRINCÍPIO, NÃO PODE

REGISTAR EM SEU NOME.
 EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
• EFEITO CONSTITUTIVO

• COMO SE REFERIU O REGISTO, POR REGRA, NÃO TEM EFEITO

CONSTITUTIVO. SIGNIFICA ISTO QUE NENHUM FACTO COMPLEXO DE
PRODUÇÃO SUCESSIVO EM QUE ELE SEJA O CULMINAR DA
AQUISIÇÃO DO DIREITO REAL. O ÚNICO EXEMPLO É O DA
HIPOTECA – ART. 687º CC E 4º/2 CRP
 EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
• EFEITO ATRIBUTIVO
• NESTE CASO FALAMOS DA AQUISIÇÃO TABULAR

• EXISTEM PRECEITOS ONDE SE RADICA UMA AQUISIÇÃO

TABULAR, SÃO ELES:
• ART. 5º CRP
• 17º/2 CRP
• 291º CC
 EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
AQUISIÇÃO TABULAR NO ARTIGO 5º DO CÓDIGO DO REGISTO PREDIAL
• 5 REQUISITOS:
• PRÉ-EXISTÊNCIA DE UM REGISTO DESCONFORME À REALIDADE SUBSTANTIVA EM VIRTUDE DE
REGISTO INCOMPLETO

• QUE O TERCEIRO REGISTE A SUA AQUISIÇÃO ANTES DO REGISTO DO FACTO AQUISITIVO DO TITULAR
DO DIREITO REAL NA ORDEM SUBSTANTIVA

• PARA SER TERCEIRO (5º/4) É NECESSÁRIO QUE HAJA ADQUIRIDO DO

MESMO DISPONENTE – DUPLA ALIENAÇÃO
• ATO DE DISPOSIÇÃO PRATICADO COM BASE NA SITUAÇÃO REGISTAL DESCONFORME

• BOA FÉ DO TERCEIRO

• CARÁTER ONEROSO DO NEGÓCIO JURÍDICO DE DISPOSIÇÃO

 EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
AQUISIÇÃO TABULAR NO ARTIGO 17º/2 DO C ÓDIGO DO REGISTO PREDIAL.
5 REQUISITOS:

• PRÉ-EXISTÊNCIA DE UM REGISTO NULO - O ATO DE DISPOSIÇÃO

FUNDANDO NO REGISTO NULO É INVALIDO, POR FALTA DE TITULARIDADE
DO DIREITO REAL COM BASE NO QUAL ESSE ATO É CELEBRADO.
• ATO DE DISPOSIÇÃO FUNDADO NO REGISTO NULO
• BOA FÉ DE TERCEIRO
• ONEROSIDADE DA AQUISIÇÃO DO TERCEIRO
• O REGISTO DO FACTO AQUISITIVO DO TERCEIRO TEM DE PROCEDER O
REGISTO DA AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO REGISTO OU O
REGISTO DA AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO ATO DE
DISPOSIÇÃO FUNDADO NO REGISTO NULO
 EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
AQUISIÇÃO TABULAR NO ARTIGO 291º DO CÓDIGO CIVIL
6 REQUISITOS:
• PRÉ-EXISTÊNCIA DE UM REGISTO DESCONFORME POR INVALIDADE DO NEGÓCIO REGISTADO
• O TITULAR INSCRITO PRATICOU UM ATO DE DISPOSIÇÃO NEGOCIAL DO SEU DIREITO A FAVOR
DE TERCEIRO.

• O TERCEIRO ESTAR DE BOA FÉ

• ONEROSIDADE DA AQUISIÇÃO DE TERCEIRO
• O TERCEIRO TEM DE REGISTAR A SUA AQUISIÇÃO ANTES DO REGISTO DA AÇÃO DE
DECLARAÇÃO DE NULIDADE OU ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO.

• A AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE OU ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO INVÁLIDO

TEM DE SER PROPOSTA SÓ APÓS OS 3 ANOS SUBSEQUENTES À CONCLUSÃO DO NEGÓCIO
JURÍDICO INVÁLIDO.
 EFEITOS DO REGISTO PREDIAL
• EFEITO ENUNCIATIVO
• O ART. 5º/2/A) CRP PERMITE CONSIDERAR COMO MERAMENTE ENUNCIATIVO O REGISTO DA
USUCAPIÃO DE DIREITOS REAIS DE GOZO

• A USUCAPIÃO QUE IMPEDE O EFEITO ATRIBUTIVO DO REGISTO

PREDIAL É A QUE RESULTA DO REGIME GERAL PREVISTO NOS
ARTS. 1287º E SS.
• USUCAPIO CONTRA TABULAS
• PARA ALÉM DA USUCAPIÃO, EM CERTOS CASOS, O REGISTO PREDIAL NÃO DESEMPENHA
UMA FUNÇÃO DE PUBLICIDADE RELATIVAMENTE A ALGUNS ATOS SUSCETÍVEIS DE REGISTO.
TUTORIA DE DIREITOS REAIS
1ª SESSÃO
6/11/2023

Diogo Gomes