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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

GOVERNO DA PROVÍNCIA DA ZAMBEZIA


INSTITUTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE QUELIMANE
Av. AmedSekouTouré, nº 519, Tel. 24214543/24213740.Fax.24213740

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS

Didáctica das Ciências Sociais I-II

Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos

Elaborado pelo dr. João Paulo Pinho- Formador do IFPQ

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 1
Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de
Adultos
Departamento de Comunicacão e Ciências Sociais

República de Moçambique
Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano

Módulo de Didáctica das de Ciências Sociais I

Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos

Elaborado pelo dr. João Paulo Pinho- Formador do IFPQ

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ÍNDICE

Introdução ao módulo
Resultado de aprendizagem do módulo
Visão Geral dos temas do Programa

1ª - UNIDADE TEMÁTICA: Didáctica das Ciências Sociais


Introdução ao estudo da Didáctica das Ciências Sociais
Conceito e objecto da Didáctica de Ciências Sociais;
Relação da Didáctica de Ciências Sociais com outras disciplinas;
.Importância da Didáctica de Ciências Sociais;
 Actividades de Auto-Avaliação

2ª- UNIDADE TEMATICA: O Programa do Ensino das Ciências sociais (4ª a 6ª classe):
Estrutura dos programas das Ciências Sociais;
Objectivos gerais e específicos das ciências sociais no ensino Primário;
.Objectivos do ensino das ciências sociais no período colonial e pós independência;
 Actividades de Auto-Avaliação

3ª.UNIDADE TEMÁTICA: Os Problemas Específicos de Ensino das Ciências Sociais


Abstracção da noção de tempo
O tempo e a História;
A noção de tempo e o nível de desenvolvimento etário da criança;
Recursos para apoiar a abstracção da noção do tempo;
Abstracção da noção de espaço:
O jogo e a passagem do concreto para abstracção
Os conceitos em Ciências Sociais
Conceito em Historia;
Conceito em geografia;
Os factos em Ciências Sociais
Facto Histórico;
Facto geográfico;
Princípios especiais no ensino de ciências sociais

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Definição do conceito de princípios
Princípio da inter-relação do estudo do território e os seus componentes
Princípio de inter-relação do conhecimento das ciências naturais e sociais no ensino da geografia
Princípio da inter-relação da estrutura e do desenvolvimento territorial.
Princípio da variação da escala
Princípio da comparação permanente com a realidade próxima do aluno
 Actividades de Auto-Avaliação

4ª-UNIDADE TEMÁTICA: Os Métodos de Ensino/ Aprendizagem das Ciências sociais


Métodos gerais
Expositivo,
trabalho independente,
elaboração conjunta
Dedutivo/Indutivo
Métodos específicos
Progressivo
Regressivo
Genético
Observação directa
Observação indirecta
 Actividades de Auto-Avaliação

5ª- UNIDADE TEMÁTICA: Os Meios de Ensino


Os meios e suas bases
Conceito de meios de ensino
Atlas geográfico
.Mapas e Globo terrestres
.Maquetas e gráficos
O livro do aluno e o manual do professor
Meios audiovisuais
 Actividades de Auto-Avaliação

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6ª- UNIDADE TEMÁTICA: A Planificação das aulas de Ciências Sociais
A planificação de aulas e seus elementos
Conceito de planificação
Elementos relevantes do plano de lição
Esboço do plano de lição
Importância da planificação
Domínio dos objectivos (revisão)
Cognitivo, afectivos, psicomotor;
Os objectivos gerais e específicos;
Normas para uma correcta definição de objectivos;
Importância da definição de objectivos;
Os tipos de funções e suas condições (revisão)
As funções didácticas e as condições de selecção:
 Introdução/Motivação;
 Mediação/assimilação
 Domínio/consolidação
 Controle e Avaliação
 Actividades de Auto-Avaliação

7ª- UNIDADE TEMÁTICA: Avaliação


Especificidades de avaliação em Ciências Sociais
Questões específicas para a elaboração de uma prova em Ciências Sociais
 Actividades de Auto-Avaliação

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DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS

DIDÁCTICA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS I

PROGRAMA ANALÍTICO
1. Título da Disciplina – DIDÁCTICA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS I
2. Duração da disciplina – Semestral
3. Componente de formação – Disciplina Geral
4. Carga Horária de contacto – 78 horas

1.INTRODUÇÃO
Introdução
A disciplina de Didáctica das Ciências Sociais pretende que o futuro professor conheça com maior
profundidade aspectos inerentes ao ensino das Ciências Sociais, familiarizando-se com diferentes
metodologias que lhe permitirão fazer uma análise exaustiva e crítica dos programas do Ensino Primário,
para esta área do saber.
Nesta disciplina, é também solicitada aos futuros professores, a adopção de uma postura crítica e reflexiva,
face à singularidade dos vários temas a trabalhar nesta área.
A disciplina de Didáctica da Ciências Sociais visa levar o formando a aplicar os princípios e metodologias
de ensino de Ciências Sociais: planificar e dar aulas de acordo com os programas de ensino, demonstrando
segurança no domínio da matéria disciplinar e capacidade de gestão do plano de lição, dos meios de ensino,
da participação activa dos alunos e da disciplina, na turma:

Resultados de aprendizagem:
 Planificar aulas de CS e agir como mediador do PEA, evidenciando domínio dos programas de ensino,
da matéria disciplinar do Ensino Primário e das metodologias de ensino das CS;

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 Avaliar o progresso dos alunos, analisar os resultados e usá-los para melhorar o seu desempenho, de
todos e de cada um dos alunos;
 Produzir, ou adaptar recursos didácticos e explorar as suas potencialidades, na sala de aula;
 Auto-avaliar-se, analisar a prática pedagógica dos colegas e engajar-se no trabalho colaborativo;
 Analisar, criticamente, manuais escolares do Ensino Primário, quanto à abordagem metodológica e sua
adequação ao nível e necessidades de aprendizagem.
1.3.Visão Geral do Programa
Nº Unidade Temática Horas
I Didáctica de Ensino das Ciências Sociais 10
II O Programa do Ensino das Ciências Sociais (4ª a 6ª classe) 14
III Os Problemas Específicos de Ensino das Ciências Sociais 16
IV Os Métodos de Ensino/ Aprendizagem das Ciências Sociais 16
V Os Meios de Ensino 16
VI A Planificação 22
VII Avaliação 10
VIII Actividades Práticas 40
Total 144 horas

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UNIDADE TEMATICA I:

1. Didáctica das Ciências Sociais

1.1.Introdução ao estudo da Didáctica das Ciências Sociais


1.2.Conceito e objecto da Didáctica de Ciências Sociais;
1.3.Relação da Didáctica de Ciências Sociais com outras disciplinas;
1.5.Importância da Didáctica das Ciências Sociais;

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DIDÁCTICA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS I

Conceito e objecto da Didáctica de Ciências Sociais.

Conceito de Didáctica
O termo “didática” encontra duas definições
distintas, bastante usuais. A primeira, que situa a
didática como uma das disciplinas da Pedagogia,
estuda os componentes do processo: conteúdos,
ensino e aprendizagem. Outra definição, , é a que
considera a Didática como o conjunto de
princípios e técnicas que se aplicam ao ensino de
qualquer componente curricular, estabelecendo
normas gerais para o trabalho docente, a fim de
conduzir a aprendizagem.

Didáctica é uma ciência cujo objectivo fundamental é ocupar-se das estratégias de ensino das questões
práticas relativas a metodologia e das estratégias de aprendizagem
Para Libâneo (1992, p. 25): A Didática é o principal ramo de estudo da Pedagogia. Ela investiga os
fundamentos, as condições e os modos de realização da instrução e do ensino. A ela cabe converter
objectivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função
desses objectivos.
Gil (1997, p. 109), ao abordar a Didática, entende esta como(...) a sistematização e racionalização do
ensino, constituída de métodos e técnicas de ensino de que se vale o professor para efetivar a sua
intervenção no comportamento do estudante.
Em suma, Didáctica dedica-se aos estudo dos conteúdos e métodos próprio de cada matéria de ensino;
define-se como sendo o conjunto de procedimentos didácticso refletidos nos seus métodos e técnicas de
ensino que tem em vista alcançar objectivos definidos.

A Didáctica tem por objecto o conhecimento científico do processo de transmissão e apropriação dos
conhecimentos com o objectivo de melhor compreender, explicar, justificar e pensar as situações do ensino
do conteúdo de uma disciplina.

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Conceito de Didáctica de Ciências Sociais
Didáctica de Ciencias Sociais diz respeito as disciplinas específicas, assim sendo a Didáctica de Ciêncais
sociais(DCS) reflete um conjunto de procedimentos referentes as disciplinas de História e Geografia
Ciências Sociais é uma disciplina que faz parte do currículo do ensino primário e estuda o homem no
tempo e espaço geográfico e sua relação com o meio natural e técnico, isto é, as Ciências Sociais são
aquela parte do conhecimento que trata das questões mais ligadas à vida social dos homens, nas diferentes
áreas, tais como a História, Geografia, Psicologia, Antropologia, a Sociologia, a Política, a Economia, entre
outras.

Objecto de estudo da Didáctica de Ciências Sociais.


É aquilo que se vai tratar na disciplina.Deste modo o objecto de estudo da Didáctica das Ciencias
Sociais(DCS) são os procedimentos de ensino de Ciências Sociais no processo de Ensino e Aprendizagem.

A relação da Didáctica das Ciências Sociais com outras ciências

As ciências devem completar o seu estudo co a contribuição de outras ciências. Nenhuma ciência pode
trabalhar sem a colaboração de outra. Se as ciências não tivessem a colaboração de outras, apenas
atingiriam uma imagem parcial e, portanto, incompleta da realidade a que se proporiam estudar. A
Disciplina de DCS estabelece relacao com outras ciências (Interdisciplinaridade ou complementaridade ou
metadisciplinaridade), tais como:
 Psicologia- é o estudo do comportamento humano tendo como base a natureza do indivíduo;
 Pedagogia-é a filosofia, a ciência e a técnica de educação, ou seja, é uma ciência que tem uma
relação com a Didáctica das Ciências Sociais e tem como objectivo a ordenação, a sistematização e a
crítica do processo educativo;
 Didáctica Geral- é o estuda os procedimentos de ensino e aprendizagem para todas as disciplinas,
isto é, estuda os princípios, as normas e as técnicas que devem regular qualquer tipo de ensino, para
qualquer tipo de aluno;
 A Sociologia Educacional-tem desempenhado um pape lde relevo em relação ao estudo das causas
do insucesso escolar, tendo contribuído definitivamente para deixar de o consider como sendo apenas
culpa do aluno ou do ensino doprofessor.
Tem-se preocupado também em delinear orientações concret para a actuação do professor para lutar
contra as causas do insucesso, fruto das diferentes condiç~oes sócio-económicas-culturais dos alunos.

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 Geografia – é a ciência que tem relação com a Didáctica das Ciências Sociais pois ela estuda a
superfície terrestre e a distribuição espacial da população e a sua relação com os fenómenos da
natureza;
 História – estabelece a relação com as Ciências Sociais, pois para além de fazer parte dela, ajuda a
Didáctica das Ciências Sociais a compreender as estruturas económicas, políticas, sociais e culturais
dos povos;
Em particular, a Pedagogia e Psicologia (Psicopedagogia), estabelecem profundas relações com a
Didáctca das Ciências Sociais (DCS), esta última, considera as particularidades de idade e o nível de
preparação dos alunos para determinar o volume e sobretudo, a profundidade e ordenamento dos conteúdos
geográficos e históricos no ensino das Ciências Sociais como também definir os métodos e procedimentos
de ensino.
É assim que a Didáctica de Ciências Sociais se apoia fundamentalmente nos princípios didácticos e na
teoria de educação assim como nas leis estabelecidas pela Psicologia Educacional.
Importância da Didáctica de Ciências Sociais;

Esta disciplina é importante pois ajuda ao futuro professor no seguinte:


 Na investigação do essencial para o estudo das Ciencias Sociais;
 Na utilização dos procedimentos adequados no processo de ensino aprendizagem;
 Na investigação das condições e particularidades de assimilação dos conhecimentos das Ciências
Sociais;
 Na selecção aperfeiçoada dos métodos e meios de ensino aprendizagem;
 Leva o futuro professor a adquirir um sistema de conhecimentos e habilidades desenvolvendo as suas
capacidades intelectuais e valores morais;
 Importante salientar que esta disciplina não limitará a iniciativa do futuro professor antes, pelo
contrário, dá-lhe bases para o seu trabalho activo e criador

Actividades de auto-avaliação
1. Diferencie o objecto da Didáctica das Ciências Sociais do objecto da disciplina de
Ciencias Sociais.
2. Explique o papel da Didctica das Ciências Sociais na Formação de Professores,
referindo-se a três (3) aspectos.

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3. Mencione quatro Disciplinas que se relacionam com a Didáctica das Ciências Sociais.
4. Nenhuma Ciência se vale por se própria
a) Que nome se dá a relação que existe entre as Ciências?
b) Explique a relação que existe a Didactica das Ciências Sociais e a Psicologia
5. No contexto histórico de Mocambique os objectivos da disciplina de Ciências Sociais
dividem-se em dois períodos: Período colonial e pós-independência
a) Diferencie os dois períodos, com dois (2) aspectos para cada período

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UNIDADE TEMATICA II:

2.O Programa do Ensino das Ciências Sociais (4ª a 6ª classe):

2.1.Estrutura dos programas das Ciências Sociais;


2.2.Objectivos gerais e específicos das ciências sociais no ensino Primário;
2.3.Objectivos do ensino das ciências sociais no período colonial e pós
independência;

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O Programa do Ensino das Ciências sociais (4ª a 6ª classe)
Estrutura dos programas das Ciências Sociais

Conceito de Programa
 É um instrumento de trabalho que permite ao professor organizar o processo de ensino e
aprendizagem.
 É um instrumento, que facilita o trabalho do professor, ajudando e mostrando as possibilidades de
abordagem integrada das diferentes unidades temáticas.
 É no programa de ensino de Ciências Sociais onde estão descritos os objectivos a serem
operacionalizados; as considerações prévias sobre os mesmos; as competências básicas a serem
adquiridas pelos alunos; os conteúdos a serem leccionados; a distribuição do tempo para cada
conteúdo.
Alguns procedimentos metodológicos que facilitam a aplicação do programa de ensino:
 A experiência do professor;
 O empenho constante na busca de soluções que visam eliminar problemas que se relacionam com a
fraca assimilação da matéria por parte dos alunos.

Estrutura do programa das Ciências Sociais do Ensino Primário

O programa das Ciências Sociais do II Ciclo está estruturado da seguinte forma:


 Visão Geral dos Conteúdos de cada classe;
 Objectivos da 4ª classe;
 Objectivos da 5ª classe;
 Objectivos da 6 classe
 Unidades temáticas;
 Objectivos específicos por cada classe;
 Conteúdos;
 Resultados da aprendizagem
 Sugestões metodológicas;

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 Carga horária (n° de semanas e tempo lectivo) e linhas de avaliação.

O papel das Ciências Sociais no Ensino Primário

O papel das Ciências Sociais no contexto do Ensino Primário é iniciar o aluno na compreensão do
relacionamento interpessoal e grupal ao nível social, cultural, cívico, político e económico, formando um
cidadão responsável pela sua conduta pessoal e pelo seu apoio no desenvolvimento dacomunidade, do país,
do continente e do mundo.
As Ciências Sociais integram, fundamentalmente, os conteúdos de História, Geografia, EducaçãoPatriótica
e Educação Moral e Cívica, que concorrem para a formação integral do aluno, conjugandoo conhecimento
do meio físico e social.
O Ensino Primário está dividido em dois ciclos, o 1º ciclo (1ª, 2ª e 3ª classes) e o 2º Ciclo (4ª, 5ª e6ª
classes). No 1º Ciclo os conteúdos de Ciências Sociais estão transversalmente integrados nas disciplinas de
Língua Portuguesa, Matemática e Educação Física. Neste nível, são introduzidos conceitos básicos para a
iniciação da disciplina de Ciências Sociais, tais como a família, a casa, a escola e a comunidade, ambiente,
bem como noções elementares de tempo e espaço.
A partir do 2º Ciclo, as Ciências Sociais são tratadas como uma disciplina porque é a partir dos 8 anos que
as crianças adquirem a noção do passado, contudo, mantém-se a transversalidade como princípio básico
destas ciências. As noções de tempo e espaço vão-se alargando, começando com o tempo e o espaço
próximo do aluno para o mais distante.

Tabela 1: Organização da estrutura curricular do ensino Primário de Moçambique

Idade 6 7 8 9 10 11
Classes 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
Ciclos 1° 2°

Objectivos gerais e específicos das ciências sociais no Ensino Primário


Os objectivos gerais:
A Educacao é reconhecida como um instrumento fundamental para o crescimento económico e
desenvolvimento social e visa promover o bem-estar dos cidadãos. De acordo com a Política Nacional de
Educação, o Ensino Primário é prioritário e corresponde à educvaç~ao de base, que o governo procura dar a
cada cidadão, à luz da Constituição da Reuplica de Moçambique.
O Ensino Primário joga um papel importante no processo de socialização das crianças, na transmiss~ao de
conhecimentos fundamentais como a leitura, a escrita e o cálculo e de experiências comumente aceites pela
nossasociedade.Assim torna-se importante que o currículo resposta às reais necessidades da sociedade

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moçambicana, tendo como princial objectivo formar um cidadão capaz de integrar na vida e aplicar os
conhecimentos adquiridos em benefício próprio e da comunidade.
Ao concluir o segundo ciclo de aprendizagem, o aluno deve ser capaz de:
 Demonstrar um conjunto de padrões de conduta, que o tornem membro activo e exemplar
na sua comunidade e um cidadão responsável na sociedade;
 Respeitar a diversidade cultural, religiosa e etnolinguística;
 Desenvolver o sentido de responsabilidade, autonomia e auto-estima;
 Respeitar os direitos e deveres do cidadão;
 Desenvolver o amor a Pátria e respeito pelos Órgãos de Soberania e Símbolos da Pátria
moçambicana;
 Cuidar da sua saúde e da comunidade, e
 Demonstrar amor e respeito pela natureza.
Objectivos específicos das ciências sociais no Ensino Primário
À lus dos Objectivos Gerais do SNE, os objectivos do Ensino Primário para as Ciências Sociais traduzem-
se em:
 Proporcionar à criança um desenvolvimento integral e harmonioso;
 Capacitar a crinça, o jovem e o adulto com um conjunto de padrões de conduta. Que o tornarão um
membro activo e exemplar na sua comunidade e um cidadão responsávelna sociedade;
 Capacitar a criança, o jovem e o adulto para desenvolver valores e atitudes positivas para a sociedade
em que vive;
 Dar a criança, ao jovem e ao adulto a oportunidade de apreciar a sua cultura, incluindo a língua,
tradições e padrões de comportamento;
 Garantir que a criança, o jovem e o adulto conheçam o meio em que vivem, isto é, conheçam as leis
da natureza, a sua comunidade, o país e o mundo;
 Ajudar a criança, o jovem e o adulto a desenvolver plenamente as suas potencialidades;
 Encorajar a criança, o jovem e o adulto para observar, reflectir e desenvolver um sentido de crescente
autonomia e auto-estima;
 Proporcionar o conhecimento dos direitos e deveres do cidadão;
 Promover o conhecimento e o respeito pêlos órgãos do Estado e símbolos da pátria moçambicana.

Inovações para a disciplin de Ciências Sociais


O novo currículo tras inovações na disciplina de Ciências Sociais tais como:

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 A inclusão dos conteúdos de História, Geografia e Educação Morar e Cívica;
 Uma nabordagem centrada no aluno;
 A acomodação do currículo local.

As vantagens da abordagem dos conteúdos de Ciências Sociais partindo dos aspectos locais:
Nas Ciências Sociais no ensino primário é privilegiada a abordagem dos conteúdos partindo dos aspectos
locais pelas seguintes vantagens:
 Permitir a abordagem dos aspectos locais;
 Conhecer os problemas da comunidade;
 Permitir a consciencialização do aluno sobre os valores culturais da região;
 Promover a pesquisa de aspectos socioculturais da região;
 Facilitar a estruturação das noções” espaço/tempo”;
 Desenvolver atitudes, valores, comportamentos aceites na sua comunidade;
 Possibilitar o desenvolvimento do ensino partindo do conhecido ao desconhecido.

Abordagem dos Conteúdos no Novo Currículo


As exigências que o novo currículo apresenta na abordagem dos conteúdos são:
 Abordagem de forma espiral (partindo dos conteúdos mais simples para os mais complexos);
 Do próximo ao distante;
 Do conhecido ao desconhecido;
 Do local ao nacional, do regional e até mundial;
 Abordagem transversal.

As Estratégias de Ensino e Aprendizagem

O tratamento dos conteúdos deve basear-se numa metodologia de integração. Assim, o professor, ao
abordar os conteúdos, deve privilegiar a leitura da paisagem, ou seja, a observação, a descrição, a
explicação, a interacção, a analogia e a representação.
O trabalho de observação da paisagem deve partir do mais próximo para o mais distante.
Essa leitura pode ocorrer de forma directa, mediante a observação da paisagem, ou de forma indirecta, por
meio de fotografias, literaturas, vídeos, relatos, etc. Assim, o professor poderá, sempre que for possível,
organizar excursões ou levar para a sala de aulas imagens aéreas, fotografias comuns, mapas, etc.

Importância do Currículo Local para o ensino das Ciências Sociais


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O programa de ensino preconiza que 20% dos conteúdos deve ser dedicado ao currículo local. O currículo
local permite:
 O estudo da realidade próxima do aluno; o conhecimento do espaço físico, dos fenómenos e factos
geográficos locais;
 Levantamento dos saberes locais e consequente valorização dos mesmos;
 Os alunos estudam aspectos do espaço mais pequeno (restrito) alarga para o mais amplo que é a
província ou país.
Os conteúdos que podem ser aplicados no currículo local na aula de Ciências Sociais são:
 As formas de conservação da floresta comunitária;
 A conservação de água;
 Ritos de iniciação praticados a nível local;
 A conservação do meio local;
 As danças tradicionais locais.
Durante as Práticas Pedagógicas (PP´s) são desenvolvidas várias actividades no âmbito do currículo local:
 Levantamento das características do espaço físico, o tipo de construções, aspectos socioculturais dos
alunos e professores, as formas de organização, a linguagem, a relação escola comunidade.

Objectivos do ensino das ciências sociais no período colonial e pós independência;


Objectivos de Ensino de Ciências Sociais no Período Colonial
O objectivo da educação era de uma forma geral atingir a população nativa, ensinar, a ler, escrever e contar,
não para fazer deles doutores. Educá-los e instrui-los, de modo a fazer deles prisioneiros da terra e protege-
los da atracção das cidades.
Nas escolas ensinavam-se ao nativo o caminho da dignidade humana e a grandeza da nação que o protege,
consequentemente os objectivos de ensino de Ciências Sociais no período colonial eram os seguintes:
 Ensinar aos alunos a grandeza de Portugal;
 Inculcar uma atitude de servilismo aos moçambicanos;
 Civilizar o indígena;
 Difundir no seio dos colonizados a língua, os costumes e a cultura portuguesa;
 Ensinar os nativos a ler e escrever para os tornar úteis como mão-de-obra;
 Manter o nativo pouco instruído longe do povo através da política de assimilação.

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Deste modo em geografia era inibido ao aluno indígena o desenvolvimento da noção da sua dimensão
espacial e cultural (exemplo: iniciava-se o estudo da geografia nas primeiras classes com aspectos ligados a
Portugal).
Em História era inibido ao aluno conhecer a sua própria história (História de Moçambique). Na 1ªs classes
estudava-se a História de Portugal (conhecer de cor todos os reis de Portugal).
Não se tomava em consideração a realidade próxima do aluno e a observação dos factos geográficos e
históricos. O aluno era em fim obrigado a confrontar-se logo de início com assuntos alheios a sua realidade.
A análise do conteúdo dos livros de estudo indica que em tudo se focava a cultura Portuguesa, a história e
geografia africana eram totalmente ignoradas.
Com este procedimento pretendia-se inibir a aquisição de uma visão mais ampla do território e
consequentemente o aprofundamento do sentimento nacionalista.
Pode-se concluir que o ensino da Geografia e História nesta época jogou um papel relevante, sobretudo
para a manutenção das ideias coloniais que se traduziam na demonstração “ de grandiosidade da mãe
pátria ″.
O ensino da geografia e história com base nesses objectivos estava essencialmente virado a memorização.
Exemplo : conhecer de cor os reis, rios, linhas férreas de Portugal.

Conteúdos no período colonial


Constituíam como conteúdos neste período: A História e Geografia de Portugal na sua grandeza nomundo
(os heróis, as conquistas, a expansão ultramarina, as guerras movidas com outros países europeus, relevo,
hidrogragia e a economia); pouco ou quase nada se falava da História e Geografia de Moçambique.
Porém, apesar dos aspectos negativos deve-se evidenciar aqueles que foram úteis:

 Existência de livros em qualidade e quantidade que superavam as necessidades e exigências do


ensino;
 Orientações metodológicas claras e objectivas;
 Programas exequíveis;
 Professores com formação prestigiosa;
 Número de alunos por turma reduzidos.

Objectivos de ensino de geografia e história nos pós-independência

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Depois da independência nacional (25 de Junho de 1975) o ensino da Geografia e História assim como das
outras disciplinas, foi significativamente influenciada por diversos acontecimentos dos quais se destacam:
 Nacionalização da educação;
 Abolição dos programas e livros do ensino colonial;
 Fuga dos professores qualificados.
Os objectivos do ensino da História e Geografia eram deduzidos dos objectivos gerais da educação em
Moçambique, os quais se encontravam definidos em três níveis:

 Objectivos Políticos, Económicos e Científicos.

1) Os objectivos Políticos, incidiam na formação do homem novo, homem armado ideologicamente e


engajado de forma activa e organizada na luta contra a exploração do homem pelo homem.
2) Os objectivos económicos, referiam-se a integração do aluno no plano geral de reconstrução
nacional e no seu empenho no desenvolvimento progressivo, constante e planificado da economia
do país.
3) Os objectivos científicos, prendiam-se com a formação do homem munido de conhecimentos
científicos, tais como: interpretar correctamente os fenómenos do meio em que se encontra inserido
o aluno e no estudo da história do país em que ele está inserido (Moçambique).

Conteúdos de Ciencias Sociais no período pós-independência

Para a concretização daqueles objectivos, os programas do ensino da geografia e história pós-


independência passaram a integrar os seguintes conteúdos: a História e Geografia de Moçambique, as
riquezas naturais (fauna, praias, reservas, etc.), a História da luta armada de libertação nacional, a
Constituição Multipartidária, a História e Geografia de África e do Mundo.

Actividades de auto-avaliação
a) Explique a importância do conhecimento do programa de ensino pelo formando.
b) Qual é a estrutura do programa de ensino de Ciências Sociais no Ensino Primário do
2º ciclo?
c) Mencione quatro vantagens da abordagem dos conteúdos usando o currículo local.

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UNIDADE TEMÁTICA III:

3.Os Problemas Específicos de Ensino das Ciências Sociais


3.1 - Abstracção da noção de tempo
 O tempo e a História;
 A noção de tempo e o nível de desenvolvimento etário da criança;
 Recursos para apoiar a abstracção da noção do tempo;
3.2 - Abstracção da noção de espaço:
 O jogo e a passagem do concreto para abstracção
3.3 – Os conceitos em Ciências Sociais
 Conceito em Historia;
 Conceito em geografia;
3.4 – Os factos em Ciências Sociais
 Facto Histórico;
 Facto geográfico;

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Abstracção da noção de tempo e os gráficos de tempo: como ensinar?

O Tempo e a História
A compreensão das relações entre passado e presente é uma das mais intrigantes questões da história. “A
escrita da história não pode ser isolada de sua época”. O historiador vive seu tempo; a história que ele
escreve está ligada à história que ele vive – tempo presente. O historiador trabalha para seu tempo não para
a eternidade.
O História também é tempo, tempo que passou e que continuara a passar. Quando se ensina história o
conceito de tempo é muito importante.
Ter a noção de um espaço de tempo de dois anos e de um espaço de tempo de 50 anos é muito difícil para a
criança
Só gradualmente, pouco a pouco, as crianças vão construindo o conceito de tempo. É preciso apoiá-los na
construção do passado, presente e futuro.
O professor deve também familiarizar os seus alunos com a consulta de cronologias e procurar sempre que
o aluno situe nelas os acontecimentos mais marcantes, na medida que vão sendo estudados.
Tempo – não é mais que um relacionamento dos eventos que o preenchem. Pode-se definir ainda o tempo
como sendo uma cadeia de mudanças sociais, ao mesmo tempo em que são modificados por elas. O tempo
histórico revela e esclarece o processo pelo qual passou ou passa a realidade em estudo.
O tempo histórico – compreende uma serie de níveis e noções que contribuem para a sua formação. São
eles a estrutura e a conjuntura
A estrutura situa-se no tempo longo e aplica-se em âmbitos como a cultura, geografia, sociedade,
economia, política ecologia e psicologia entre outros.
A conjuntura é um evento que se localiza no tempo curto e corresponde a uma ocorrência singular,
excepcional e passageira que parece independente de outras ocorrências.
Segundo Fernando Braudel, historiador francês, no estudo da história, consideram-se três tipos de tempo:

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 De curta duração(acontecimento) de breve duração como as ocorrências casuais, a história de
eventos, da vida quotidiana e individual;
 De média duração – as pequenas variações cíclicas, de rápida cadencia e localização intermédia
entre o tempo curto e o longo, que abrangem as correntes e retrocessos no âmbito material e os
ciclos económicos (entre outros) na história conjuntural;
 De longa duração -qua abarca a História estrutural, que contém componentes caracterizadas pela
sua estabilidade e longevidade e que estas mesmas razões não sào de percepção directa e imediata,
ou seja, podem passar despercebidas na fase de percepção necessitando de ajuta de fontes de cariz
diverso.

Conceitos de tempo: Varia também de escola para escola e do uso e das características que se considera no
estudo da História:
 Tempo Histórico: conjunto de características de uma sociedade em determinado período de sua
História.
 Tempo Cronológico: é o tempo determinado, medido pelo relógio, contado em anos, séculos,
milénios, etc.

Contagem dos séculos:

 Anos terminados em 00: se o ano termina em dois zeros retiram-se os dois últimos zeros e o valor
que ficar corresponde ao século (Ex: 1500 -> 15 -> século XV);
 Anos terminados em algarismos diferentes de 00: retiram-se os dois últimos algarismos e
adiciona-se 1 (um) ao valor que sobrar. O resultado corresponde ao século. (Ex: 1520 -> 15 + 1 ->
16 -> século XVI).

Contagem dos séculos:


1. Se os anos estão na mesma era (a.C. ou d.C.): diminui-se o menor valor do ano do maior valor do
ano. (Ex.: entre 200 d.C. e 1.800 d.C. = 1.800 - 200 = 1.600 anos transcorridos);
2. Se os anos estão em era distinta (a.C. ou d.C.): somam-se os valores dos anos (Ex: entre os anos
1.200 a.C. e 1.800 d.C. = 1.200 + 1.800 = 3.000 anos transcorridos);

A noção de tempo e o nível de desenvolvimento etário da criança

A criança não tem o mesmo sentido de tempo e espaço como os adultos. Ela vai tomando estas noções
gradualmente. Assim foram estabelecidas as seguintes etapas;

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1ªetapa: cera dos 5/6 anos- a criança „e capaz de organizar os acontecimentos em “antes e depois” a sua
compreensão do tempo neste estágio, ainda „e muito elementar, e mesmo noções tão simples como “ontem
e amanhã” podem levantar dificuldades. Esta é uma das razoes porque o ensino de Ciencias Sociais não
começa nesta fase.
2ª etapa: cerca dos oito anos adquire a noção do passado;
3ª etapa: cerca dos onze anos é capaz de ter a compreensão correcta do nosso sistema de contagem de
tempo e consegue compreender as implicações das datas e dos espaços;
4ª etapa: cerca dos doze a treze anos percebe a dinâmica de algumas linhas de evolução cronológica;
5ª etapa: aos catorze anos, o aluno começa a passar do conceito fluido do tempo em movimento para o
tempo mais estático. Conce o tempo em acção, pode realizar a inevitável relação entre o tempo e espaço.
6ª etapa -Só aos dezasseis (16) anos adquire a maturidade na concepção do conceito do tempo histórico.
Portanto a noção do ritmo leva-nos a duração que é a principal característica do tempo social.

O espaço – nas classes inicias o trabalho com o espaço envolve a noção de orientação e localização: em
cima/em baixo, perto/longe a frente/atrás, a esquerda/a direita. Depôs evoluiu para o estudo dos elementos,
do espaço sejam eles naturais (relevo, vegetação e clima) ou seja distingue o meio rural do meio urbano.
Nestas condições a noção do espaço liga-se aos conceitos do território e territorialidade.
O território era, então um dos elementos principais na formação do estado, de modo que na concepção de
Ratzel o estado não existiria sem o território. (Gomes, 1984:20).

Recurso para apoiar a abstracção da noção do tempo e espaço


Os gráficos de tempo
O ponto de partid de cada povo ao escrever ou contar a sua história é o acontecimento que é considerado o
mais importante. O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas das vezes, contar um determinado
acontecimento exige o uso de medidas de tempo tais como seculo, ano, mês, dia e at‟e mesmo a hora em
que o facto ocorreu. Algumas medidas de tempo muito utilizados são:
 Milénio-periodo de mil anos;
 Seculo- período de 100 anos;
 Década- período de 10 anos;
 Quinquénio- período de 5 anos;
 Triénio- período de 3 anos;
 Biénio- período de 2 anos (por isso falamos em bienal)

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Os gráficos de tempo são uma maneira de representar o tempo. Não resolvem por si a dificuldade de
entender o conceito de tempo, mas são um instrumento muito útil para tornar mais concreto o passar do
tempo.
Os alunos observam, desenham, marcam datas e acontecimentos no gráfico do tempo e isso facilita a
compreensão do passar do tempo.
Na contrucao de gráfico o aluno deve obedecer os seguintes passos:
1.Traçar duas linhas paralela e no fim sinal de continuidade

2.Em seguida estabelecer uma escalaa partir do qual proceder-se-à a contrçao do graficio
O tempo por exemplo um ano, representa no gráfico um certo espaço, um quadradinho, 10 anos, 10
quadradinhos e portanto um espaço maior, assim sucessivamente:

Acontecimento

Tempo

3. Na parte superior do gráfico colocam-se os acontecimentos ou factos e na parte inferior as datas ou o


tempo.
4. Legenda: ela permite a leitura do gráfico e entender quanto vale cada espaço representado no gráfico.

É necessário que os alunos aprendam a interpretar e a construir os gráficos de tempo.O professor sempre
que se fala de datas e acontecimentos, deve referir-se no gráfico de tempo, quer ao do livro, quer ao que foi
construído por ele e pelos alunos, no quadro e nos cadernos.
É conveniente que o gráfico de tempo apresente poucas datas e acontecimentos de cada vez,
principalmente no início do trabalho com os gráficos
As datas e os acontecimentos devem ser marcados no gráfico à medida que vão sendo estudados, poi não
tem muito sentido para os alunos marcar datas e acontecimentos que não tem significado para ele
(desconhecidos).
É importante que no gráfico se marquem alguns pontos de referência: por exemplo o ano em curso ( o ano
em que estamos) e o ano da nossa independência.

Importância do uso do gráfico de tempo para o ensino das Ciências Sociais:

 Facilita a compreensão da noção do tempo na sala de aulas ou fora dela;


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 Facilita a planificação das actividades do dia-a-dia, concretiza o ensino aprendizagem, agrupa e
ordena os dados temporais e causais.

A abstracção da noção do espaço e fronteira

O espaco geográfico-é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história; contém um passado
histórico e foi transformado pela organização social, técnica e económica daqueles que habitaram ou
habitam os diferentes lugares.
Pode-se definir o conceito de espaço como sendo uma extensão superficial limitada, uma extenso
indefenida, uma distancia entre dois pontos ou dois corpos. É o conhecimento que cada sociedade possui do
seu espaço, ou seja, a forma como a frequenta ou ainda a ideia que se tem da sua organização em espaço de
vida, espaço social e espaço vivido.
Espaço de vida- conjunto de locais frequentados por uma pessoa ou grupo social, os quais se junta um
conjunto das interacções.
Espaço vivido- conjunto dos locais do espaço de vida e do espaço social, os quais se juntam valores
fisicologicos que se ligam aos locais e que se unem os homens por laços maternos.,

O Jogo e a passagem do concreto para o abstrato


A formação da noção de espaço e de fronteiriça poder-se-á desenvolver à partir de varias actividades e
jogos.
Pode-se usar vários jogos: Jogo da Neca, polícia ladrão, ntchuva, etc.
No jogo de Polícia Ladrão: desenham-se no chão dois(2) círculos de tamanho igual. Um será do polícia e
outro do ladrão. A linha que circunscreve o círculo representa o limite ou fronteira e o interior representa o
espaço.

Limite ou fronteira
Polícia
Ladrão
Espaço

Recursos a usar na sala de aulas para apoiar abstração da noção de tempo e espaço:
 Para a abstracção da noção de tempo o professor pode usar: o calendário, o gráfico de tempo, séculos,
milélios, décadas, etc;
 Para abstracção da noção de espaço, o professor pode recorrer ao mapa, maquetas, desenhos, plantas
topográficas e aos jogos.

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Para a representação do espacao, os mapas são instrumentos auxiliares. O professor utiliza o mapa como
recurso visual com o objectivo de representar graficamente a realidade. No entanto, o mapa é uma
representação e um abtracção em alto grau do mundo real.
A representação do mapa deve ter em conta o desenvolvimento mental da criança, especialmente em
termos de construção do espaço.
O uso do mapa deve ser planificado em função de certos objectivos.
O conceito espaco nos primeiros anos de escolaridade deve ser tratado num nível exploratório O tratamento
consiste em identificar algumas referências do espaço mais próximo do aluno.
 Por exemplo: para explicar o conceito de fronteira poderá partir da sala de aula e proximidade com a
outra.
O espaco e o tempo estão ligados entre si; o tempo existe desde que exista espaço, pois que o tempo é a
sucessão de coisas criadas, que só podem existir no espaço universal

Tratamento dos conceitos


O que é um conceito- é o que a mente concebe ou entende, é uma ideia ou noção, é uma unidade
semântica, como um simbolo mental, é uma forma de pensar sobre algo.
Definição de conceitos em História- são ideias expressas para descrever grupo de coisas, pessoas,
sentimentos, acções tendo algumas coisas em comum.
 Exemplo: classes sociais, revolta, guerra, clã, etc.
O conceito pode aparecer em forma de verbo.
 Exemplo: resistir, revoltar, etc.
Em história podemos encontrar conceito concetos e abstractos.
O conceito concreto- são aqueles que se podem caracterizar com mais facilidade, isto é, são observáveis. É
chamado de concreto tudo aquilo que é imutável no sentido de não ser relativo em relação as circunstâncias
ou meio envolvente, por exemplo, uma seta, uma zagaia, uma moeda, um objecto, ossos, etc.

O conceito abstracto- procede do termo latim abstractus e significa uma certa qualidade à exclusão do
sujeito, isto é, daquilo que é caracterizado. Quando a palavra „e aplicada à arte ou a um artista, relaciona-se
com o facto de não pretender representar ne, seres nem coisas concretas, sendo dada preferência a
elementos de forma, cor, estrutura ou proporção, por exemplo. Como tal, a arte abstracta é o estilo artístico
que enfatiza os aspectos cromaticois, formais e estruturais, acentuando-os, reforçando o seu valor e a
respectiva força expressiva. São de difícil caracterização, isto é , não são observáveis.
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Importancia dos conceitos
Para a compreensão do conhecimento em Ciências Sociais, é fundamental que os alunos dominem o
vocabulário básico, específico da disciplina. Muito desse vocabulário está associado a conceitos, uns mais
concretos, e outros mais abstractos.
Por isso, é de extrema importância o tratamento de conceitos no ensino das Ciências Sociais, na sala de
aulas pelas seguintes razões:
 São básicos para a compreensão da organização do espaço geográfico;
 São básicos para a compreensão dos períodos históricos;
 Desenvolvem as capacidades intelectuais dos alunos e favorecem um raciocínio propício para uma
leitura integrada das ciências.
Como ensinar os conceitos
Ensinar conceitos em história não é tarefa fácil e nem amena. Um professor deve se preocupar com os
métodos que vai adoptar ao trabalhar os conceitos, mais propriamente os abstractos.
Os conceitos abstractos podem-se mostrar aos alunos através de um objecto dependendo do que se quer
explicar. Por exemplo uma seta, uma zagaia, uma moeda, etc.
Os conceitos abstractos são de difcil aprendizagem. Para que os alunos tenham uma ponte do abstracto ao
real, deve-se ter em consideração a realidade próxima do aluno. Ao trabalhar na sala de aula o professor
deve dar ênfase a história da família de cada aluno o que o ajudará a saber a origem de um determinado
educando. Uma outra forma de trabalhar os conceitos abstractos seria a utilização de filmes históricos em
sal de aula, sendo esta outra grande estratégia do professor para a contrução do conhecimento.

Para a explicação dos conceitos abstractos é necessário a utilização de exemplo concretos como:
1. Pode-se utilizar as imagens do livro escolar ou outros objectos trazidos pelo professor relacionados
com o tema da aula;
2. Pode-se utilizar a explicação partindo do campo de experiência do aluno. Aqui, deve-se dar
oportunidade ao aluno de demonstrar o que conhece, deve levar ao aluno a responder partindo de um
jogo, uma brincadeira;
3. Pode-se utilizar o procedimento de dramatização.

Abordagem didáctica dos conceitos tempo e espaço

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 28
 Abordagem do próximo para o distante. Sendo próximo para a criança aquilo que pela significação
e importância por ela atribuída passa a fazer parte da sua realidade.
 Abordagem do concreto para o abstracto. Concreto para a criança é aquilo que ela acredita que
existe.
 Abordagem do particular para o geral. A aprendizagem nesta fase é produtiva quando se faz das
partes para o todo.

Conceito geográfico-toda a ciência necessita de conceitos que o auxiliem n entendimento do seu objecto
de estudo. A ciência não foge a regra, daí que o conceito geográfico „e um padrão, ou seja, u, um modelo a
ser seguido, é um pré-requisito para a análise dos fenómenos geográficos.

Os factos em Ciências Sociais


Factos históricos- são acontecimentos que se desenvolveram num determinado lugar, num certo período
de tempo e ficam na história para sempre. Por exemplo: ritos religiosos, técnicas de produção, actos de
governantes, independências políticas de povos, criações artísticas, TVE digital, a Internet, etc.
A História faz-se com base nos factos históricos. Os factos históricos podem ser: sociais e humanos,
singulares (não se repetem). São localizáveis no tempo e no espaço; repercurtíveis na sociedade;
complexos, possuidores de várias durações e só os conhecemos de forma indirecta através dos relatos e
vestígios do passado.
Sujeito da História- é o Homem, ou seja, o Historiador.O sujeito da História é aquele que narra os factos
históricos que se desenvolve num determinado lugar. O historiador investiga e interpreta as ações humanas
que, ao longo do tempo, provocaram mudanças e continuidades em vários aspectos da vida pública ou
privada: na economia, nas artes, na política, no pensamento, nas formas de ver e sentir o mundo, no
cotidiano, na percepção das “diferenças
Facto geográfico- é algo que possui uma estrutura extremamente complexa e resulta da combinação de
elementos e factores sólidos. Os factos geográficos são interdependentes e se combinam entre si de formas
diversas. Existem factos naturais e humanos.
Por exemplo, a erosão, a distribuição da população mundial, o mundo dividido entre ricos e pobres,
mundanças e transformações sociais e culturais no decorrer das migrações, etc.

Actividades de auto-avaliação

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1. A formação da noção de espaço e de fronteira poder-se-á desenvolver à partir de
várias actividades.
a) Mencione um jogo por ti aprendido ao longo do curso
b) Explica como este jogo levaria a compreender a noção de espaço e fronteira
c) Explique a importância do uso do gráfico de tempo para o ensino das Ciências
Sociais.
2.Para a compreensão do conhecimento em Ciencias Sociais, é fundamental que os alunos
dominem o vocabulário básico, específico da disciplina. Muito desse vocabulário está
associado a conceitos, uns mais concretos, e outros mais abstractos

a) Descreva, com três (3) aspectos, a importância do tratamento dos conceitos no ensino
das Ciencias Sociais, na sala de aulas.
b) Mencione dois (2) recursos que o professo pode usar na sala de aulas para apoiar a
abstracção da noção de tempo e espaço.

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Princípios especiais no ensino de ciências sociais (aprendizagem da disciplina de história e
geografia)

Conceito de princípios didácticos:

Princípios didácticos-são aspectos gerais, normas, regras, ou ainda pontos de partida e todas as condições
didácticas-pedagógico-psicológicas que expressam os fundamentos teóricos de orientação de trabalho
docente-educativo.

Existem cinco princípios especiais no ensino de Ciências Sociais, nomeadamente:

1. Princípio da inter-relação do estudo do território e os seus componentes


Este princípio define que no ensino de geografia o estudo dos componentes esta directamente ligado ao
estudo do território e vice-versa.
Exemplos:
1. Ao tratar o estudo do relevo (uma componente), os conhecimentos fundamentais que o aluno
adquire devem servir de base para o estudo do território
2. Na localização das formas de relevo ao localizar-se o monte Binga (componente) deve-se indicar a
Província de Manica -território.
3. Ao tratar o assunto sobre resistência em Mocambique encontramos uma relação entre o território e a
componente. Sendo Mocambique o território e a componete(resistência)

2. Princípio de inter-relação do conhecimento das ciências naturais e sociais no ensino da geografia

Este princípio pressupõe que, se o programa exige que um determinado assunto seja tratado do ponto de
vista físico-geográfico é necessário que o professor procure relacioná-lo com a área de ciências económico-
dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 31
geográficas. Por exemplo, ao estudar o clima de um determinado território, deverá ser feita a análise da sua
influência sobre outros aspectos, como a repartição da população, as actividades humanas, etc. Se o
programa exige que o assunto seja tratado do ponto de vista económico-geográfico, ou seja, é necessário
que o professor procure mostrar a inter-relação deste com a Natureza. A importância da inter-relação
Natureza/Sociedade deve ser relevante no ensino de Geografia.

Exemplo 1: numa turma da 5ª classe, cujo tema é “ As florestas” far-se-á o seguinte:

 Fazendo o estudo da fauna e flora utiliza-se os conhecimentos das Ciências Naturais, para explicar
o tipo de vegetação (culturas desenvolvidas) e animais existentes e a importância das plantas.

Para aplicação deste princípio pode se abordar da seguinte forma:

 Comparar o tema em estudo com o tipo de vegetação e fauna existente na sua região;
 Explicar a capitalização do ambiente (fauna e flora) para o desenvolvimento do turismo.

Exemplo 2-para o tema as principais transformações dos hominídeos encontramos uma inter-relaçao
pois as transformações de um Hominídeo são explicadas pela Ciencias Naturais e as Ciencias Sociais
explicam a evolução deste sob o ponto de vista histórico.

3. Princípio da inter-relação da estrutura e do desenvolvimento territorial.

Este princípio pressupõe que, no ensino de Geografia, o estudo da estrutura e o desenvolvimento do


território devem ser tratados de modo interdependente. Entende-se por estrutura a organização de um
determinado sistema (por exemplo, a estrutura interna de uma cidade). Quando se fala da estrutura deve-se,
obviamente, referir-se da origem e a evolução do objecto de estudo.

Exemplo 1: Para este princípio ao tratar o tema “A Provincia” o professor deve ter em conta o lugar de
residência do aluno para que este possa compreender que o seu bairro, localidade ou região, fazem parte de
uma estrutura que se interliga e leva a um desenvolvimento territorial.

Exemplo 2: A distribuição da população pelo território está ligada a certos factores físico - naturais, bem
como os socioecónomicos originando, por vezes, as migrações.

4. Princípio da variação da escala


Este princípio pressupõe que:
 Ao usar o mapa o professor faz o estudo de uma região com base numa representação gráfica que
obedeceu uma certa escala;

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 32
 A escolha da escala determina o grau de concretização do assunto a tratar;
 Durante a aula o professor deve utilizar o mapa utilizando escalas com diferentes dimensões.
Recordemos que a escala é a relação entre as distâncias medidas num mapa e as distâncias que lhes
correspondem no terreno. No ensino da Geografia deve-se utilizar escalas com dimensões diferentes de
acordo com os objectivos que se pretendem atingir tendo em conta que a maior escala permite maior
concretização do objecto geográfico, isto é, possui maior número de detalhes e a menor escala utiliza-se
para generalizar, exigindo maior abstracção por apresentar menor número de detalhes.

Exemplo 1: Na 4ª classe, ao introduzir o estudo de Moçambique é preciso apresentar um mapa da


província do aluno utilizando escalas com dimensões diferentes.
Exemplo 2: para a visualizaç`ao de qualquer área seja em termos geográficos ou históricos é necessário a
utilização do mapa. Na escola do mapa para qualquer assunto deve-se ter em consideração o tipo de escala
que se vai utilizar.

5. Princípio da comparação permanente com a realidade próxima do aluno

No ensino da geografia o aluno deve confrontar-se com factos geográficos da sua própria vivência e factos
distantes da sua realidade. O professor explora os conhecimentos prévios dos alunos, partindo dos aspectos
locais e que são do domínio dos mesmos.

Este princípio define que a experiência do conhecimento dos alunos sobre o próprio país deve ser a base de
aquisição e compreensão de conhecimentos geográficos em geral. Assim, o professor deve procurar que o
aluno desenvolva o pensamento geográfico partindo, sempre que possível, da sua própria vivência, isto é,
deve-se privilegiar aquilo que é próximo do aluno.

 Exemplo: a noção de rios e seus elementos deve ser dado a partir da observação de um rio mais
próximo da criança.

Actividades de auto-avaliação
1. Supõe que está leccionando uma turma da 5 classe, cujo tema é : “ As
florestas” como é que aplicaria os seguintes princípios:
a) Princípio da inter-relação do estudo das Ciências Sociais e o estudo das
Ciências Naturais?
b) Princípio da comparação com a realidade próxima do aluno?

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 33
c) Que principio geográfico o professor aplica ao fazer o uso do mapa?
Justifique a sua resposta.

UNIDADE TEMÁTICA IV:

Os Métodos de Ensino/ Aprendizagem das Ciências sociais

4.1 - Métodos gerais


 Expositivo, trabalho independente, elaboração conjunta, Dedutivo/Indutivo
4.2 - Métodos específicos
 Progressivo
 Regressivo
 Genético
 Observação directa
 Observação indirecta

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 34
Métodos de ensino das Ciências Socais

Conceito de método

A palavra Método vem do Latim, Methodus que, por sua vez, tem origem no grego, das palavras (meta=
meta e hodos =caminho) Logo, “método” quer dizer caminho para se chegar a um determinado lugar, isto
é, método é um caminho pelo qual devemo-nos guiar para alcançar os objectivos estipulados
(DINEG/MEC, 2006, p.8).

Método de ensino ou didáctico – é o conjunto de procedimentos lógicos e psicologicamente ordenados, de


que se vale o professor, para levar o educando a elaborar conhecimentos, a adquirir técnicas ou habilidades
e a incorporar atitudes e ideias ( Nerci,1991, p. 272-273).

Métodos de ensino são um conjunto de acções ou caminhos, passos, condições externas e procedimentos
utilizados intencionalmente pelo professor para dirigir e estimular o processo se ensino em função da
aprendizagem dos alunos.

A técnica é um tipo de saber que se aplica, normalmente, com instrumentos e ferramentas úteis ao processo
ensino aprendizagem( Freitas, 2009, p.14).
As estratégias de ensino são o modo de organizar o saber didático, apresentando diversas técnicas e
recursos que possibilitem o alcance dos objetivos propostos para a atividade( Freitas, 2009, p.14).Significa
pensar e utilizar os recursos mais adequados para não só dinamizar as aulas, mas principalmente fazer os
elos necessários entre o saber transmitido e sua sedimentação no repertório do aluno.

Métodos gerais do ensino das Ciências Sociais


dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 35
No trabalho docente o professor selecciona e organiza vários métodos de ensino vários procedimentos
didácticos em função das características de cada matéria.
A selecção dos métodos de ensino depende dos objectivos, da disponibilidade dos meios didácticos e dos
recursos para se deslocar onde ocorre o facto em estudo, das particularidades individuais dos alunos
(nível etário dos alunos), a matéria para leccionar (conteúdos) e da actividade do professor.
Em função destes critérios básicos podemos classificar os métodos segundo os seus aspectos externos em:

 Método expositivo activo ou de exposição pelo professor;


 Método de elaboração conjunta;
 Método de trabalho independente.
 Metodo Indutivo
 Metodo Dedutivo

1. Método expositivo
a) Características:
Caracteriza-se por uma maior actividade visível do professor e por uma atitude de aprendizagem receptiva
por parte dos alunos, onde o professor expõe a matéria e os alunos “recebem-na”.

b) Quando se aplica?
 Aplica-se quando:
 Deseja transmitir muita matéria de modo sistemático e em tempo relativamente curto;
 Quando os conteúdos são muito complexos/abstractos;
 Quando os alunos não têm bases suficientes em termos de pré-requisitos;
 Quando a partir da matéria a tratar não é possível conduzir directamente os alunos aos factos e
fenómenos que se desejam transmitir.

c) Vantagens
 Tem grande possibilidade de poder tornar efectiva a força educativa da palavra do professor;
 Desenvolvimento dos alunos da capacidade de concentração e da actividade mental na
aprendizagem receptiva;
 Mediação racional e eficiente dos conteúdos;
 Permite fazer perguntas de controle durante a exposição;
 Permite repetir/resumir o essencial no fim da exposição;

Técnicas / Formas de realização.


1. A narração: a narração do professor pode ter carácter de descriçãoe deexposição explicativa.
 A narração descritiva consiste em descrever determinados factos ou fenómenos, pelo professor, de
modo a permitir que os alunos tenham a representação mental dos mesmos.

 Por exemplo: o professor ao descrever mediante a exposição oral, de alguns factos e


fenómenos, tais como o ciclone “bonita” na cidade de Quelimane em Janeiro de 1996, e

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 36
erosão na ferra Madal, procura evidenciar algumas das suas características, causas e
consequências, de modo que os alunos tenham a representação mental dos mesmos.
 A Narração explicativa - destina-se a alcançar o nível de percepção e compreensão dos alunos
sobre o assunto exposto, por isso é orientada e dirigida. Durante a exposição explicativa o professor
fornece aos alunos aspectos essenciais sobre um determinado facto ou fenómeno geográfico ou
histórico.
 Leitura em voz alta - aqui se exige um trabalho preliminar de selecção do texto. Quando isso
acontece, os alunos desenvolvem então a sua capacidade de imaginação, se tem maior interesse pela
matéria de ensino, adquirem uma sólida compreensão e desenvolvem o hábito de leitura,
enriquecendo o seu vocabulário.

Ao preparar o texto para leitura na sala de aula, o professor deve assinalar, antes da aula, as partes onde os
alunos devem prestar mais atenção e os termos /expressões por esclarecer.
Para que o texto lido em voz alta possa ser mais facilmente interiorizado, é também aconselhável que o
mesmo seja completado com um questionário ou outro tipo de actividade.
O material a ser utilizado para a leitura em voz alta nas aulas, pode ser extraído pelo professor ou pelos
próprios alunos com a orientação do professor. Pode ser de obras de relatos sobre viagens, extractos de
algumas expedições geográficas ou publicações de revistas ou jornais, de acordo com as possibilidades de
cada escola, dos objectivos da aula a ser dada, com a idade dos alunos e, muito especialmente, com o valor
científico e pedagógico.

2.A Exemplificação
A exemplificação consiste no professor exemplificar determinadas actividades, acções e modos de
conduta.
Por exemplo: quando o professor diz algo previamente para que os alunos a repitam, quando faz a leitura
prévia em voz alta, quando escreve, canta para que os alunos repitam, faz os exercícios de ginástica para
que os alunos observem e depois o realizem, etc.

3.A conferência

A conferência- é uma das técnicas no ensino, tem muita importância por criar nos alunos hábitos de
audição durante um período prolongado de tempo e permite-lhes tirar notas sobre assuntos que consideram
importantes.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 37
1.2.Método de elaboração conjunta.

a) Características:
Ė o método de ensino através do qual a matéria se desenvolve conjuntamente pelo professor e pelos
alunos(diálogo).
Consiste numa interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos conhecimentos,
habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação e consolidação dos conhecimentos adquiridos.
Também chamado método de diálogo, apoia-se numa exposição prévia.

b) Quando se aplica?
 Quando os alunos dispõem de um determinado material de factos, de conhecimentos elementares,
ou seja, quando estes têm os pré-requisitos;
 Para aproveitar as experiências dos alunos;
 Há tempo disponível;
 Na aplicação de conhecimentos/capacidades para se chegar a novas compreensões, conclusões,
conceitos e juízes.
c) Vantagens:
 Enriquecimento da aprendizagem pelas contribuições de muitos;
 Desenvolvimento da capacidade de formulação e argumentação de ideias;
 Desenvolvimento do respeito pelas opiniões dos outros;
 Controle imediato do nível de assimilação ou aprendizagem dos alunos.
.
d) Perigos/ Desvantagens:
 A aprendizagem perde-se na conversa quando não há uma orientação muito boa;
 Os alunos não contribuem por se sentirem avaliados (e terem medo de errar/falhar);
 Maior dificuldade de desenvolvimento orgânico e sistemático do PEA.

Formas de realização.
1. Diálogo.
Pode-se distinguir três tipos de diálogos, com base nos seus objectivos:
 O diálogo para tratamento da matéria nova- que tem por objectivo reactivar os conhecimentos e
habilidades necessários para facilitar a assimilação da matéria nova
 O diálogo de revisão-tem em vista levar os alunos a tirar conclusões e a fazer generalizações.
 O diálogo com carácter de prova ou exame oral-tem um papel importante na comprovação dos
conhecimentos dos alunos.
2. Discussão- um grupo de 5 a 20 pessoas troca ideias sobre o assunto sem um guião estruturado;
3. Debate-duas pessoas ou dois grupos debate duas posições opostas;
4. Painel, Mesa redonda- um grupo de três pessoas apresenta os seus pontos de vista sobre um assunto
determinado ou problema (= discussão entre peritos com assistência).

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 38
5. Fórum (= respostas de peritos à perguntas da" plateia”.
6. Workshop” oficinas pedagógicas “.
7. Seminário- é uma técnica de .estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua finalidade é pesquisar e
ensinar a pesquisar. Essa técnica desenvolve não só a capacidade de pesquisa, de análise sistemática de
fatos, mas também o hábito do raciocfuio, da reflexão, possibilitando ao estudante a elaboração clara e
objetiva de trabalhos científicos.

1.3. Método de trabalho independente.

a) Características:
Caracteriza-se por uma maior actividade visível dos alunos individual ou em grupo.
Consiste em dar tarefas dirigidas e orientadas pelo professor. Predomina a auto-actividade e a
independência.

b) Quando se aplica?
 Quando os alunos têm bases de conhecimentos, habilidades e comportamentos;
 Quando há diferenças de aproveitamento ( o professor pode dar mais apoio aos alunos fracos ou
elementos mais fracos do grupo são apoiados pelos outros);
 Quando os alunos podem coordenar correctamente a tarefa o (s) método (s) de solução, aplicar os
conhecimentos e capacidades que possuem e resolver mais eficaz. `

c) Vantagens:

 Eleva os rendimentos da aprendizagem nos alunos, levando a um maior desenvolvimento das


habilidades de aprendizagem e a uma aprendizagem mais eficaz;
 Aumenta a efectividade do processo de assimilação, uma vez que o trabalho independente conduz,
por regra geral, a uma assimilação mais consciente, profunda e duradoura;
 Permite a auto-aprendizagem;
 Possibilita trabalho diferenciado dos alunos, com ou sem apoio do professor. Razão pela qual o
trabalho independente pode possibilitar e aproximar os rendimentos dos “ alunos fracos” aos dos
“alunos fortes “ ;
 Pode sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e hábitos.

d) Desvantagens:

 Falta de controle de tempo, por exemplo para avaliação/discussão com todos;


dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 39
 Orientação insuficiente para a excussão das tarefas de ou exercicios;
 Tarefas demasiadas difíceis ou fáceis;
 Falta de materiais/meios para o cumprimento das tarefas.

Algumas formas de realização.

 Estudo dirigido individual ou em grupo ele se cumpre basicamente por meio de duas funções: a
realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades que se seguem a
explicação do professor, e a elaboração de novos conhecimentos a partir de quetões sobre
problemas diferentes daqueles resolvidos na turma.
 Fichas didácticas: a pesquisa escolar (resposta a questões com consulta de/a livros ou
enciclopédias).

Metodo Indutivo
Indução é um processo mental por intennédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente
constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contidas nas partes examinadas. Portanto, o
objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das
premissas nas quais se basearam.
Método indutivo - cuja aproximação dos fenômenos caminha geralmente para planos cada vez mais
abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias (conexão ascendente);
Uma característica que não pode deixar de ser assinalada é que o argumento indutivo, da mesma fonna que
o dedutivo, fundamenta-se em premissas. Mas, se nos dedutivos, premissas verdadeiras levam
inevitavelmente à conclusão verdadeira, nos indutivos, conduzem apenas a conclusões prováveis ou, no
dizer de Cervo e Bervian (1978:25), "pode-se afinnar que as premissas de um argumento indutivo correto
sustentam ou atribuem certa verossimilhança à sua conclusão. Assim, quando as premissas são verdadeiras,
o melhor que se pode dizer é que a sua conclusão é, provavelmente, verdadeira"
.
Método dedutivo - que, partindo das teorias e leis, na maioria das vezes prediz a ocorrência dos
fenômenos particulares (conexão descendente);
O método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para
verificar a sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual através de
alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular
de cada época.

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Métodos específicos de ensino de Ciências Sociais

MONIQUE e PROENÇA (1994, p.170), referem que constituem métodos específicos que se previlegiam
em Ciencias Sociais, os seguintes:
1. Método Progressivo – os factos são relatados segundo a ordem/sequência cronológica dos
conhecimentos históricos desde os mais antigos aos mais recentes (do primeiro ao último).
No Ensino Primário usa-se com maior frequência o método progresso para ilustrar ao aluno a sucessão
dos factos em função do tempo, a sequência lógica do mesmo e a sua interligação tendo em conta o
espaço e o tempo.

2. Método Regressivo - baseia-se no estudo da história contemporânea a mais antiga.

3. Método Genético - fundamenta-se na explicação dos processos históricos com base na relação entre
causa e efeito na relação dos acontecimentos.
4. Observação directa (excursão/visita de estudo) - É o método que permite ver facilmente o que nos
rodeia, o que, obviamente, implica o deslocamento do observador para o locar a ser observado. É um
método importante, pois permite que o aluno compreenda que o que se pede que ele aprenda ou faça
se relaciona com a realidade. Algumas observações podem ser feitas a partir da janela da sala de aulas
5. Observação indirecta - É o método que permite analisar um facto geográfico através da sua
representação em mapas, plantas, globos, maquetas, fotografias;
6. Método cartográfico” relativo a cartogragia” (a cartografia é a ciência e a arte de compor mapas.
Os mapas ou cartas geográficas destinam-se à representação total ou parcial da Terra).
7. Método estatístico ou Matemático- (a estatística- ciência matemática que tem por objecto, obter,
organizar e analizar dados, determinar as correlaçõees que apresentem e tirar delas consequências
para descriação e explicaçãoo do que passou e previsão e organiação do futuro);

Os métodos progressivos, regressivos e genéticos são usados de forma complementar ao longo do estudo
da história
Todos estes métodos complementam-se com os métodos gerais ao longo do estudo da história e da
Geografia.

Técnicas de ensino da disciplina de Ciências Sociais:


 Trabalho de grupo “Discussão em grupo” - Um grupo de entre 5 a 12 pessoas trocam ideias de
forma pouco estruturada sobre atitudes, crenças e valores que têm sobre determinado assunto ou
problema;
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 A palestra- uma palestra (do grego palaístra, através do latim palaestra), às vezes chamada
conferência:
 É uma apresentação oral que pretende apresentar informação ou ensinar pessoas a respeito de
um assunto;
 É uma exposição de um tema ou duma experiência humana feita por uma pessoa convidada
pela instituição de formação. O convidado faz uma exposição que pode ser seguida de um
debate com os alunos, onde se esclarecem dúvidas se questionam as ideias e as experiências
narradas.
 A dramatização (jogo de papéis; role playing):
 É a teatralização de uma situação real ou inspirada na realidade e que pode ser explorada
pedagogicamente;
 É um procedimento ensino aprendizagem que permite combinar o estudo de um acontecimento ou
episodio com a sua teatralização pelos alunos pondo em jogo a criatividade, a imaginação, a
expressividade dramática e a capacidade de realização dos mesmos. Permite ainda o
desenvolvimento da comunicação verbal e das relações interpessoais e desenvolve a compressão
em prática de fenómenos sócias.
 Os jogos- uma pessoa ou um grupo realizam uma actividade competitiva que estimula habilidades
cognitivas específicas;
 Simulações- num contexto de aprendizagem, a situação real é simulada, com enfoque na
aprendizagem ou desenvolvimento de habilidades psicomotoras.
Os jogos, as dramatizações e simulações são técnicas com incontestáveis vantagens psicológicas para
melhor inserção do aluno nos grupos com que trabalha, e, ao mesmo tempo um forte carácter motivador,
além de desenvolverem a criatividade e a imaginação histórica.

Actividades de auto-avaliação
1- Mencione quatro (4) métodos usados no ensino de Ciências Sociais
2- Indique quatro (4) aspectos a ter em consideração na selecção dos
métodos.
3- Explique a razão do uso do método progressivo na mediação dos
conteúdos de Ciências Sociais.

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Estratégias de ensino aprendizagem de Ciências Sociais

A visita de estudo

A visita de estudo é uma das estratégias que mais estimula os alunos devido ao seu carácter motivador da
saída do espaço tradicional no desenrolar do processo de ensino e aprendizagem (Proença, 1989. p.197),
A abertura ao meio oferece potencialidades formativas e é um dos recursos didácticos mais acessíveis ao
professor sendo o espaço onde as pessoas da comunidade, do bairro podem ser chamados a escola para
transmitirem as suas experiências.
De igual modo a escola deve manter uma relação com o meio pois possui lugares com interesse para a
reconstrução da História (edifícios com datas ou letreiros toponímias da cidade, lugares onde se deram
acontecimentos históricos, museus, locais de trabalho, monumentos de tempo colonial ou tempo da luta
armada, cooperativas e outros).
O meio oferece imensos recursos que podem ser explorados para dar informações úteis aos alunos e as
visitas de estudo são um apoio para todas as aulas e em especial para as aulas de História, pois,
actualmente, o processo de ensino-aprendizagem não pode circunscrever-se apenas ao espaço da sala de
aulas

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Organização de uma visita de estudo
A visita de estudo deve ser organizada e planificada em conjunto com os alunos (Proença, 1989. p.198).
As visitas de estudo podem ser feitas com diferentes finalidades:
 Motivação para aquisição de conhecimentos;
 No decurso de uma unidade didáctica (esclarecer, completar, aplicar e consolidar conhecimento);
 Após o decurso de uma Unidade Didáctica (concretizar, sintetizar e avaliar conhecimentos já
adquiridos).
Para o sucesso de qualquer visita, três fases são indispensáveis:
1. A preparação
2. A realização;
3. A exploração/avaliação.

1.Preparação
É o momento crucial da visita, dependendo disso o sucesso ou insucesso de uma saída fora da escola. Nesta
fase deve se ter em conta o seguinte:

a) A definição dos objectivos


Os objectivos devem ser definidos tendo em conta o grau de ensino; o nível etário; os interesses e
possibilidades dos alunos; o momento do processo de aprendizagem em que a visita se insere e ainda o
carácter da própria visita. O professor deve começar por definir aqueles que lhe parecem prioritários e
em função desta escolha que seleccionara o local, enunciar os objectivos específicos e preparar a visita
de estudo.
Assim, em condições ideais, uma visita de estudo permitira ao aluno atingir os seguintes objectivos de
carácter geral (conhecimentos, capacidades e valores):
 Domínio do saber: adquirir ou consolidar conhecimentos específicos;
 Domínio do saber fazer: aperfeiçoar a capacidade de observação; adquirir técnicas de recolha e
organização de diferentes tipos de informação; realizar trabalhos simples de pesquisa, individual ou em
grupo; melhorar a expressão verbal e escrita; elaborar sínteses orais ou escritas a partir da informação
recolhida;
 Domínio do saber ser: desenvolver o gosto pelo estudo e pela investigação pessoal; desenvolver a
criatividade e a sensibilidade estética; cooperar a realização de trabalhos em equipa, desenvolver a
sociabilidade; interessar-se pela preservação do património cultural; apreciar e valorizar a identidade
cultural da sua região e do seu país.

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b) Escolher o local a visitar

O professor deve conhecer o local onde vai levar os seus alunos antes da visita.
De princípio deve optar pelo local que tenha mais possibilidade formativas e que tenha relação com o
programa que os alunos estão a estudar. Em seguida reúne toda a informação que puder sobre o assunto,
observa todos os pormenores que sejam importantes para o conhecimento, como por exemplo, da história
da localidade, um monumento, um museu, uma rua ou um nome antigo e sempre colocando-se no lugar dos
alunos.

c) Marcar a data oportuna


A visita de estudos está integrada na planificação a médio ou longo prazo do trabalho escolar. Assim, é
preciso ter em conta que:
 Na maior dos casos necessita da autorização dos responsáveis do local a visitar;
 Se precisar de verbas para subsidiar a visita, a sua obtenção, pode ser relativamente demorada;
 Além do tempo necessário a visita propriamente dita, precisa também de uma aula para a sua
preparação e de outra, ao mais próximo possível da visita, para a sua exploração.

d) Seleccionar os meios materiais


No mínimo é preciso assegurar o fornecimento dos alunos de uma informação mínima necessária, quer
através de textos fotocopiados, quer impressos, eventualmente disponíveis, sobre o local a visitar, se
precisar de transporte, providenciá-lo com a devida antecedência.

e) Ter em conta a multidisciplinaridade


As visitas de estudo são excelentes ocasiões para tentar a cooperação com outros professores, com outras
matérias, procurando manter pelo menos uma abordagem multidisciplinar.

f) Resolver aspectos práticos


 Informar o delegado do grupo e a Direcção Pedagógica eventualmente,
 Contactar por telefone ou por escrito, os serviços responsáveis pelo local a visitar, confirmando ou
desconfirmando a disponibilidade;
 Confirmar o transporte;
 Elaborar e reproduzir o material necessário para a visita (distribuição do programa da visita onde se
indique o dia, a hora e o local da partida, itinerário, duração, material que o aluno deve levar a todos
os esclarecimentos adicionais.

g) Motivar os alunos
dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 45
A turma deve ser claramente informada dos objectivos e de todos os outros aspectos da visita, devendo
promover a participação activa dos alunos em todo o processo de preparação. É fundamental que os alunos
conheçam as formas previstas de exploração e de avaliação da visita e que não tenham quaisquer dúvidas
sobre o que se espera de cada um deles.

2. Realização da visita
Após a escola do lugar e de acordo com os objectivos a alcançar, escolher-se-á o tipo de visita a realizar:

a) Visita dirigida/guiada
O protagonismo maior vai para o professor ou ao elemento do museu ou monumentos a visitar, que assume
o papel de guia. No fundo é uma aula do tipo expositivo, em outro lugar, cuja única vantagem é o contacto
directo com os vestígios.
Para que este tipo de visita seja proveitoso é preciso ter em conta alguns aspectos:
 Que os alunos tenham uma preparação prévia e saibam exactamente o que vão realizar;
 Um número reduzido de alunos;
 As explicações devem ser o mais breve possível, evitando entrar em pormenores;
 Os alunos devem ser estimulados a tomar notas, fazer esboços de forma a ultrapassar a situação de
passividade a que este tipo de visita pode convidar;
 A visita deve ser, obrigatoriamente de âmbito limitado.
 A duração da visita não deve ultrapassar uma hora, mesmo que apesar disso, mantenham uma
capacidade de atenção.

b) Visita livre ou de descoberta

Os alunos munidos de um roteiro, guião ou fichas de trabalho vão livremente sós ou em pequenos grupos
visitar os locais indicados pelo professor.
São alunos guiados por um conjunto de questões, aprendem a observar e a reflectir sobre os aspectos mais
importantes de um monumento ou de uma colecção de museu. A vantagem fundamental e de ela permitir
não só a aquisição, de uma forma motivadora de conhecimentos sobre o assunto em estudo, como
possibilita ainda, atingir a maioria dos objectivos dos domínios das capacidades, competências e dos
valores e atitudes.
Neste tipo de visita, o trabalho do professor está em princípio facilitado: acompanha discretamente a
actividade dos alunos, esclarece dúvidas pontuais e tem oportunidade para compreender profundamente os

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 46
seus alunos e melhorar o relacionamento pessoal com eles, em envolvimento mais natural e mais afectivo
que acabara por reflectir-se positivamente na relação pedagógica posterior.

c) Visita mista
É uma combinação dos dois tipos de visitas anteriormente desenvolvidas.
A primeira parte da visita e orientada pelo professor e em seguida os alunos vão livremente sozinhos
completar a visita com auxílio de um roteiro ou outro material de orientação (Proença :1989, p.198).

3. Exploração e Avaliação da visita

A visita não termina no momento em que se abandona o local visitado sendo para tal é preciso consolidar
os conhecimentos adquiridos, fazer o balanço da visita e o ideal seria fazê-lo logo depois da visita.
Existem vários procedimentos para se cumprir com esta fase:
 Resposta da ficha elaborada pelo professor e destinada a testar os conhecimentos adquiridos;
 Elaboração pelos alunos sínteses, relatórios, exposições, etc., da visita.
Quanto a avaliação, ela deve resultar, por um lado da auto-avaliação do professor e, por outro, de uma
reflexão comum entre professor e alunos, isto é, avaliar se os procedimentos utilizados foram melhores ou
há outros; se os materiais distribuídos foram suficientes, quais os aspectos mais positivos e mais negativos

UNIDADE TEMATICA V:

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 Os Meios de Ensino
 Os meios e suas bases
 Conceito de meios de ensino
 Atlas geográfico Mapa
 Globo
 Maquetas e gráficos
 O livro do aluno e o manual do professor
 Meios audiovisuais

Meios de ensino ou recursos usados em Ciências Sociais


Conceito de meios de ensino ou recursos de ensino

Existem muitas definições diferindo de autor para autor que a seguir se apresentam algumas delas:
Os meios de ensino ou recursos de ensino são componentes do ambiente de aprendizagem que dão origem
a estimulação do aluno. Esses componentes podem ser o professor, os livros, os mapas, as fotografias, as
gravuras, os filmes, os recursos da comunidade, os recursos naturais (Pillett, 1991, p.151),

Os meios de ensino são todos os meios e recursos materiais utilizados pelo professor e pelos alunos para a
organização e condução metódica do processo de ensino e aprendizagem (Libâneo, 1994, p.173).

Classificação (tipologia) dos meios ou recursos de ensino


Não existe uma classificação universalmente aceite, pois estes variam segundo os autores. Contudo os
meios podem agrupar-se em:
 Visuais – que englobam as projecções, mapas, cartazes, gravuras, etc.;
 Auditivos – que são a rádio, as gravações, etc.;
 Audiovisuais -são o cinema, TV, filmes, etc.
Outros recursos:
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 Recursos humanos: professor, alunos, pessoal escolar e comunidade;
 Recursos materiais-podem ser:
 Do ambientenatural: água, folha, pedra,solo,etc.;
 Do ambiente Escolar: quadro, giz, carteiras, etc.;
 Da comunidade: bibliotecas, indústrias, lojas, repartições públicas, etc.

Vantagens dos recursos da comunidade:


 Trazem o valor da vida real à aprendizagem que se realiza na escola;
 Reduzem o nível de abstracção;
 Indicam o trabalho funcional da escola;
 Abrem dupla via de comunicação entre a escola e a comunidade;
 Ajudam o aluno a avaliar o que o mundo espera dele;
 Constituem notas e ricas fontes de motivação.

Objectivos do uso de meios ou recursos de ensino

O ideal seria que toda a aprendizagem se realizasse dentro de uma situação real de vida. Não sendo isso
possível, o material didáctico, deve substituir a realidade, representando-a da melhor forma possível, de
modo que se torne mais fácil e eficaz atingir o objectivo por parte do aluno na aula.
O material didáctico desempenha um papel muito importante no ensino de todas as matérias. O quadro, o
giz e a borracha são elementos indispensáveis e básicos em qualquer classe. São também muito necessários
os mapas, os desenhos, revistas, livros, equipamentos de projecção, etc.
Quando bem usados os meios de ensino permitem:
 Motivar e despertar o interesse do aluno sobre o conteúdo que esta a ser mediado;
 Favorecer o desenvolvimento da capacidade de observação;
 Aproximar o aluno a realidade;
 Visualizar ou concretizar os conteúdos de aprendizagem;
 Oferecer informações e dados;
 Permitir a fixação da aprendizagem;
 Ilustrar noções mais abstractas, e
 Desenvolver a experimentação concreta.

Importância dos recursos audiovisuais

Denominam-se recursos audiovisuais- aqueles que estimulam a visão e ou/audição. Esses recursos
colaboram para aproximar a aprendizagem de situações reais da vida.
A percepção através de um sentido isolado é menos eficaz do que a percepção de dois ou mais sentidos. Por
isso é importante empregar métodos de ensino que utilizem simultaneamente os recursos orais e visuais,
pois para este tipo de recursos tem particular objectivo:
dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 49
 Despertar interesse;
 Facilitar a percepção;
 Concretizar e ilustrar o que esta sendo exposto;
 Sistematizar e ordenar os conceitos;
 Tornar a apresentação mais rápida e eficiente;
 Estimular a participação;
 Favorecer e fixar a aprendizagem.

Para que seja realmente um auxiliar eficaz, o material didáctico deve:


1. Ser adequado, isto é, deve estar de acordo com a realidade;
2. Ser de fácil manejo para que os alunos o possam manipular;
3. Estar em perfeitas condições de funcionamento;
4. Sempre que seja possível, o material didáctico deve ser elaborado pelos alunos, em colaboração com os
professores.

Recomendação para o seu uso:


1. Não deve ficar sempre exposto a vista dos alunos desde o início da aula já que perde o seu interesse;
2. O material tem que estar em mão e evitar que no momento preciso se tenham de se ir a sua procura;
3. Tem que ser apresentado, oportunamente e, pouco a pouco, com a finalidade de não distrair a atenção
dos alunos;
4. Antes da sua utilização deve ser revisto.

As funções dos materiais educativos


Constituem como funções dos materiais educativos (Barrantes, 1994, p.29):
 Formativa - a que esta orientada a contribuir para o desenvolvimento da personalidade integral do
educando como ser social e como individuo. Cada disciplina científica tem uma metodologia própria
que requer um desenvolvimento específico. O material educativo deve proporcionar, em paralelo aos
conteúdos, uma metodologia e tecnologia apropriada;
 Informativa - proporciona uma informação actualizada e seleccionada de acordo com os objectivos;
 Motivadora - a aprendizagem mediante uma orientação adequada e permanente, apresentando
mensagens relacionadas com as actividades, experiências e problemas da comunidade;
 De reforço- garante a assimilação dos conteúdos desenvolvidos numa determinada alínea;
 Avaliativa- fomenta a avaliação integral e permanente dos conteúdos.

Critérios de utilização dos Meios de Ensino

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A utilização dos meios de ensino é para melhorar a aprendizagem, e para que estes colaborem neste
sentido, importa observar alguns critérios e princípios dos quais se destacam:
 Ter em vista os objectivos a ser alcançados;
 Utilizar meios suficientemente conhecidos, de forma a empregá-los correctamente (nunca se deve
utilizar um recurso que não seja conhecido suficientemente);
 Estimular nos alunos comportamentos que aumentem a receptividade dos meios tais como a actuação,
a percepção, o interesse, a sua participação activa, pois a eficácia dos meios de ensino depende da
interacção entre eles e os alunos;
 Escolher os meios de ensino tendo em conta a natureza da matéria a ensinar;
 As condições ambientais podem facilitar ou, ao contrário, dificultar a utilização de certos recursos (a
inexistência de tomadas de energia eléctrica, por exemplo, exclui a possibilidade de uso de
retroprojector, data show, projector de filmes);
 Considerar o tempo disponível, pois a preparação da utilização dos meios que as vezes o professor não
dispõe. Como alternativa, deve se recorrer a meios que exigem menos tempo,

Meios de ensino ou recursos didácticos

Mapas e Globos terrestres.

A cartografia é a ciência e a arte de compor mapas. Os mapas ou cartas geográficas destinam-se à


representação total ou parcial da Terra.
As representações da Terra são normalmente feitas através dos mapas e dos globos terrestres.

Globos terrestres

Os globos terrestres-constituem a mais perfeita


representação da Terra, pois, sendo igualmente
esféricos, dão-nos uma ideia bastante aproximada
da realidade.
Trata-se de um modelo em miniatura da Terra,
apresentando uma série de vantagens em relação
ao mapa entre os quais o mais importante o facto
de não alterar as distâncias entre os diferentes
pontos e conservar as proporções correctas da
superfície da Terra.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 51
Figura 1:Globo terrestre

Tipos de Globos
Há diferentes tipos de globos: de madeira, gesso, matéria plástica ou borracha.
O globo é indispensável para ensinar muitas noções além das noções das formas e distâncias, serve em
primeiro lugar, para ilustrar a unicidade do mundo e, em segundo lugar, para inculcar nos alunos
rudimentos de cosmografia, mostrar-lhes o que são os meridianos e paralelos e como se explicam as
diferenças horárias (fusos horários).

Vantagens:

Os globos terrestres contêm preciosas informações vantajosas, tais como:


 Não alteram as distâncias entre os diferentes pontos e conserva as proporções correctas da superfície
da Terra;
 Todos os continentes com todos os seus principais rios, lagos e alinhamentos montanhosos, bem
como todos os oceanos com seus contornos e principais mares são mostrados sem deformações;
 A divisão política dos continentes com os países e respectivas capitais;
 A possibilidade de simulação dos movimentos da Terra;
 As distâncias latitudinais e longitudinais através dos paralelos e meridianos.

Desvantagens/ inconvenientes:
 Suas dimensões geralmente reduzidas não comportam um grande número de informações;
 Por serem construídos em grandes tamanhos, tornam-se custosos e de difícil manuseio;
 Prestam-se mais ao estudo global e generalizado devido à escassez de detalhes.

Os mapas e sua importância

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 52
uma superfície plana. É uma representação
visual de uma região. É uma expressão da
necessidade humana de conhecer e representar o
seu espaço.
São também formas reduzidas e simplificadas
da Terra onde podemos representar os elementos
geográficos de modo qualitativo, quantitativo ou
ambos simultaneamente:
 Representação qualitativa: quando mostram
os diferentes tipos ou aspectos da paisagem (
relevo, clima, solos, vegetação, etc.);
 Representação quantitativa: quando mostram
Os mapas- são superfícies planas onde a esfera quantidades, podendo ser: densidades
terrestre se acha total ou parcialmente populacionais, volumes produzidos, rebanhos,
representada. etc
É a representação de uma área ou parte da
superfície da Terra, desenhada ou impressa em
.
Figura 2: Mapa de Moçambique

Regras a ter em conta no uso do mapa


No uso do mapa o professor deve ter em conta os seguintes aspectos:
 Seleccionar o mapa adequado ao tema em estudo;
 Colocar o mapa numa faixa acessível para toda a turma;
 Usar o ponteiro para indicar os factos ou fenómenos em estudo;
 Seguir a legenda constante no mapa.

Ampliação dos mapas

Os mapas são confeccionados mediante o emprego de técnicas especiais denominadas projecções


cartográficas.

A projecção é uma técnica que permitem a representação de uma superfície esférica (a Terra) numa
superfície plana (o mapa), ou seja, consiste em se projectar a rede de paralelos e meridianos da esfera

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 53
terrestre sobre um plano. Como a esfera não pode ser perfeitamente planificada, resulta que todos os tipos
de projecções são acompanhados de algumas deformações.
Existem diversos tipos de projecções, como as de Mercator, a ortográfica, a globular, a cónica, a de
Mollweide e a de Goode, as quais podem ser agrupadas em três categorias:
 Cilíndricas: são aquelas que se baseiam na projecção dos paralelos e dos meridianos em cilindro
envolvente, o qual é posteriormente planificado.
 Cónicas: são aquelas que se baseiam na projecção total ou parcial de um dos hemisférios sobre um
cone.
 Azimutais – são aquelas que se destinam em especial à representação das regiões polares
Além do mapa há outras formas de representações que são: mapas-relevo, globos, fotografias aéreas,
cartogramas, mapas-mundo.

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Classificação e leitura dos mapas

Figura 3: Mapa Mundo


Os mapas podem ser classificados quanto a escala ou quanto ao assunto da seguinte maneira:
a) Mapas gerais:
1. Mapas topográficos e Plantas Cadastrais, em grande escala, com informações gerais, planimétricas e
altimétricas;
2. Mapas geográficos que representam grandes regiões, países ou continentes em pequena escala e atlas;
3. Mapa mundo
b) Mapas especiais, especializados ou temáticos:
 Mapas políticos, mapas urbanos, mapas de comunicações, mapas científicos de diferentes classes
(geológicos, geomorfológicos, de flora, de fauna, climáticos, pedológicos, etc.), mapas
económicos ou estatísticos, mapas náuticos e aéreos.

Elementos de um mapa
1.Título: indica o que o mapa representa, contendo informações como o recorte espacial, o período
de tempo e a temática em geral.

2. Escala: apresenta a informação de quantas vezes o terreno real foi reduzido em relação ao mapa. As
escalas podem ser de forma numérica ou gráfica.
A escala numérica é aquela que é apresentada sob forma de uma fracção.
Exemplo: Medida da distância no mapa
Medida da distância real
Ou seja 1
20 000 ou 1: 20 000
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A escala gráfica é aquela que é apresentada sob forma de um gráfico, ou seja, através de um segmento de
recta.
Exemplo:

3. Legenda: identifica os símbolos e as cores usadas no mapa, isto é, a legenda representa o conteúdo ou
texto que facilita a observação, descrição e percepção do mapa. É responsável pela designação
dos símbolos utilizados nas representações e os seus respectivos significados.

4 Orientação: representa a posição da imagem mapeada, indicando- nos, através da rosa-dos-ventos, para
que lado fica o Norte.

1.Símbolos utilizados nos mapas:


 Geométricos-para representar uma produção (ex.: rectângulos, triângulos, quadrados, losango).
 Alfabéticos – servem para representar minérios (ex.: Fe, Ag).
 Artísticos – ex.: avião, âncora, animal.
 Ideográfico – não representa a própria figura senão a ideia.
 Dimensões – quantidade.

2. Sinais lineares – servem para representar as fronteiras, políticas administrativas, linhas férreas, bacias
hidrográficas, rios, etc.

3. Áreas – este método aplica-se para representar os lugares de concentração de produção de certas
culturas, difusão de algumas espécies de plantas e animais, jazigos minerais, etc.

4. Sinais em movimento – são para representar fenómenos que indicam movimento. Por exemplo: as
correntes dos mares, as direcções dos ventos, as migrações populacionais, as ligações de transporte, o plano
das operações militares (como método utilizam-se rectas e vectores).

5. Solinhas – são linhas geralmente curvas que ligam no mapa os pontos com iguais índices quantitativos.
Exemplo: temperatura, pluviosidade, altitude (temperaturas - linhas isotérmicas; Pressão Atmosférica -
linhas isobáricas).

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6. Os pontos – utilizam-se para os fenómenos das massas dispersas ( ex. no processo da acção de
cartografar a população sobretudo a rural, as áreas semeadas, a pecuária,etc).

Atlas geográfico
O Atlas geofradico- é um conjunto de mapas geográficos produzidos de acordo com o programa único.
Qualquer atlas representa um sistema de mapas ligados entre si. Esta ligação é estipulada pelo objectivo e
pelas particularidades da sua utilizacao
Para alguns geógrafos o atlas é um " dicionário geográfico" cuja utilização é importante no ensino da
geografia. A diversidade de mapas temáticos diferentes é uma das características do Atlas geográfico, o que
permite ao aluno realizar diferentes actividades ao mesmo tempo.

Classificação dos Atlas


Os atlas classificam-se:
 Segundo o território subdivide-se: Atlas do mundo (world atlas, Grand atlas,etc); atlas dos
estados isolados; atlas de partes de estados( atlas da provincia da Zambezia).
 De acordeo com o conteúdo, podemos dividi-los em: atlas físico-geográficos (atlas físico -
geograficos do mundo atlas marítimo, atlas cilmatico; atlas socio-econimicos do mundo; atlas
complexos comuns que incluem elementos de geografia física, económica e política (atlas
geográfico de Mocambique, atlas da Inglaterra)
 Segundo o objectivo temos os seguintes atlas: de estradas, turísticos.

Mapas e gráficos
Os jornais, as revistas e outras publicações apresentam mapas e gráficos que servem para ilustrar
estatísticas ou diversos acontecimentos da actualidade.
Seu uso favorece a intuição directa das coisas, permitem fixar os factos no espaço e indicar os locais onde
acontecem.
Os gráficos são representações visuais de dados numéricos. Existem diversos tipos de gráficos:
a) Gráficos de barras – servem para comparar itens em diferentes períodos de tempo;
b) Gráfico linear – serve para mostrar aumento, reduções e flutuações durante certo tempo;
c) Gráfico polar – serve para mostrar parte de um todo.

O que são os cartazes?

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Os cartazes são do que uma cartolina ou folha de
papel contendo uma ou mais ilustrações e uma
mensagem. Os cartazes podem ser de diversos
tamanhos e formatos.

Para que servem os cartazes?


 Comunicar sugestões, recomendações e informações;
 Despertar o interesse por determinado assunto;
 Dar destaque a comemorações, acontecimentos importantes, datas civis, etc.
Vantagens dos cartazes
 Despertar a atenção do aluno;
 São facilmente confeccionados;
 Apresentam custo baixo;
 Podem ser confeccionados pelos alunos, servindo assim como factor de desenvolvimento da
criatividade;
 Estimulam o trabalho de equipe.
O que são as gravuras?
 São ilustrações retiradas de revistas, jornais ou livros. É um material simples e acessível.
Para que servem as gravuras?
 Motivar estudos.
 Desenvolver a observação.
 Completar e enriquecer a explanação.
Vantagens das gravuras:
 São pouco dispendiosas, pois os jornais e as revistas estão cada vez mais ricas em gravuras. Os
próprios alunos podem colaborar na obtenção desse material;
 Despertam a atenção do aluno e mantém seu interesse por mais tempo;
 Possibilitam um contacto visual do aluno com a realidade.
Como utilizar as gravuras
 Apresentar gravuras visíveis para toda a classe;
 Seleccionar gravuras adequadas ao assunto;

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 Relacionar as gravuras aos principais conceitos e ideias em foco;
 Cuidar da qualidade e da quantidade de gravuras usadas para cada assunto;
 Evitar o uso de gravuras com excesso de detalhes.

Maquetas e modelos

Moldagens

Para além das maquetas construídas à escala, segundo um mapa, o professor fará confeccionar moldagens-
modelos gerais:
 Moldagens indicativas das fases de evolução do relevo (montanhas velhas, relevos vulcânicos, etc);
 Moldagens ilustrativas dos termos geográficos às terras imersas (colinas, montanhas, desfiladeiros,
planaltos, vales, etc.);
 Moldagens dos tipos geográficos relativos às costas e mares (costas planas, costas recortadas, cabos,
istmos, baías, golfos, lagoas, portos e canais).
Consoante os materiais que os recursos locais oferecem, estas moldagens confeccionam-se com argila ou
gesso.

O Quadro
O quadro constitui um dos meios didácticos mais utilizados nas escolas das zonas urbana e rural, e pode ser
feito de : madeira, contraplacado, fornica (ou madeira), cartão prensado, areia-cimento, ardósia e outros.
É o material mais simples, mais comum e mais acessível na comunicação entre o professor e os seus
alunos.
Na sua utilização o professor deve preocupar-se:
 Planear uma apresentação organizada e agradável dos assuntos;
 Utilizar letras com tamanho e estilo que facilitem a leitura;

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 Procurar escrever um pouco de lado, falando e olhando para os alunos, evitando ficar de costas para
eles;
 Começar a escrever no canto superior esquerdo do quadro;
 Fazer anotações no quadro, à medida que a aula se desenvolve;
 Usar o apagador no sentido vertical, de cima para baixo, não o limpando a bater no quadro;
 Utilizar giz de cores variadas para distinguir partes de um todo;
 Deixar espaço para fazer uma síntese do assunto tratado no final da aula.

a) O quadro e a aquisição de bons hábitos

O professor deve escrever todos os termos novos no quadro. Toda a noção observada, explicada,
assinalada, se associa a uma palavra, que a criança fixará tanto melhor quanto maior for a solicitação da sua
memória visual.
Mesmo que o professor disponha de manuais, tem vantagem em desenhar, porque pode então escolher os
desenhos que mais convêm à sua exposição, acrescentar ou completar uma explicação segundo as aptidões
particulares dos alunos e adaptar o seu ensino a um exemplo regional.

Importância e vantagens do quadro como auxiliar no trabalho educativo

 A importância do quadro para o trabalho do docente assenta no facto de que chega a todos os alunos e
encontra-se sempre à mão.
 Seu conteúdo pode ser apagado ou modificado de acordo com os interesses e motivações dos alunos e
das necessidades do tema que está desenrolando.
O uso adequado do quadro proporciona as seguintes vantagens:
 Como material colectivo, possibilita a sua utilização tanto pelo professor como pelos alunos
 Utiliza-se em todas as disciplinas e permite apresentar informações ou gráficos para cada um dos
momentos do desenvolvimento da aula;
 Permite a prática dos alunos favorecendo a alimentação imediata;
 Aumenta a possibilidade de uma melhor aprendizagem, adiciona ao estímulo verbal um estímulo
visual

Recomendações práticas para o seu melhor aproveitamento:


 Colocar o quadro em frente da sala, geralmente detrás da secretaria do professor. A altura em que se
colocar deve permitir que os alunos sentados nas últimas filas tenham uma visão completa;

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 Evitar os reflexos no quadro que dificultem a visão dos alunos (na colocação do quadro deve ter em
conta a localização das janelas e portas);
 Ter especial cuidado na conservação do quadro: deve-se pintar pelo menos uma vez por ano de
preferência no início do ano escolar;
 Utilizar um tipo de letra clara e de tamanho adequado de tal maneira que possa ser visível sem
esforço por todos os alunos da sala, mesmo os que sentam nas filas de trás;
 Apresentar a informação no quadro de maneira ordenada e organizada de maneira que facilite a
compreensão dos alunos (dividir em sectores com finalidade de utilizar convenientemente o espaço
disponível do quadro).

O caderno diário
Assim, o caderno diário deve acompanhar sempre o aluno, apresentar-se limpo, com letra legível, sem
rasuras, sem folhas rasgadas ou dobradas, e estar pronto a ser usado:
 Durante as aulas propriamente ditas;
 Depois das aulas, para registo dos trabalhos de casa e/ou outras tarefas;
 Para a preparação das actividades de avaliação;
 Para o estudo em geral.
Elementos para uso eficaz do Caderno Diário
 Disciplina a que diz respeito, nome do
professor e horário da disciplina;
 Calendário onde serão anotadas as datas das
avaliações, trabalhos escritos ou outras
tarefas a executar na disciplina;
 Indicação das aulas, organizadas pelo
número de aula, data e respectivo sumário;
 Todos os registos orais e/ou escritos) que o o
professor tiver feito na aula;
 Indicação dos textos analisados, esquemas,
registos efectuados no quadro, etc.

O livro do aluno

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Para os alunos, este e o elemento principal, familiarizem com esse meio, explicando as suas
constituindo a sua mais importante fonte de características e modos de trabalhar com ele.
conhecimentos. O livro é composto por diversos
textos acompanhados de mapas, fotografias,
esquemas, desenhos e tabelas, contendo, ainda,
questões que auxiliam o aluno no seu trabalho
independente e na revisão da matéria.
Pela sua importância, recomenda-se que o
professor domine os conteúdos tratados no livro
do aluno e que tenha o cuidado de, nas primeiras
aulas, criar condições para que os alunos se

Como Trabalhar com o livro do aluno

O trabalho cm livro do aluno, realiza-se através do estudo independente:


 No início do ano escolar o professor deve familiarizar os alunos com o livro, explicar as
características do mesmo;
 Ajudar a distinguir o essencial do secundário;
 Explicar a importância dos mapas, das ilustrações, dos quadros, dos questionários e das tarefas
constantes no livro;
 Na marcação do trabalho independente o professor deve mencionar a página;
 Elaborar perguntas de acordo com o texto que os alunos deverão ler;
 Deve elaborar perguntas de resposta directa de acordo o texto, alternando com outras que não são de
resposta directa
As funções da imagem no livro do aluno:
 Função motivadora-implica uma mínima interacção texto imagem e visa despertar o interesse do
aluno para a descoberta daquilo que o documento contém;
 Função vicarial-pressupõe a substituição de uma realidade pela imagem. É mais para o caso de
realidades que resistem a tentativa de apresentaç`ao verbal;
 Função catalizadora de experiências- visa despertar as experiências acumuladas pelo aluno,
estimulando a sua participação na aula, trazendo as suas vivências e associá-las aos conteúdos da aula;
 Função informativa- para levar o aluno a obter informação;
 Função explicativa- visa dar explicação de um determinado fenómeno ou facto histórico/ geográfico

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 Funçao estética-limita-se a alegrar a capa, uma páfina do livro ou a preencher espaços vazios;
 Função redundante- visa da ênfase um determinado facto ou fenómeno.

Fotografia aérea- é uma fotografia de um lugar tirada de avião. Fotografias feitas por satélites chama-se
imagens-satélites. Tanto fotografias aéreas como imagens-satélites podem ser a preto e braco ou a cores.
As fotografias aéreas possuem grande capacidade informativa e são usadas amplamente para a criação de
mapas topográficos e também para a construção de mapas temáticos.

Escala
A escala é a relação entre as distâncias no mapa e as distâncias verdadeiras. Todos os mapas correspondem
a uma imagem bastante reduzida das regiões que estão representando. A escala é o elemento de relação
entre as proporções reais e as que estão representadas no mapa.
A função da escala é, pois, informar a quantidade de vezes que uma determinada região ou distância foi
reduzida em relação ao mapa. Vejamos um exemplo:
Se o mapa de uma região apresentar uma escala da ordem de 1/ 200 000, isto quer dizer, que a referida
região sofreu uma redução de 200 000 vezes ou, então, que cada 1 cm no mapa corresponde a 200 000 cm
ou 2 km no lugar real.

Tipos de escala
As escalas podem ser apresentadas de uma forma numérica ou gráfica.

a) Numérica: quando representada sob a forma de uma razão ou de uma fracção.

Por exemplo: 1/ 200 000 ou ___1____


200 000
Em ambos os casos, esta significando que cada unidade no mapa corresponde a 200.000 unidades no lugar
real. O numerador representa a distância no mapa e expressa-se em centímetros e o denominador é a
distância real e expressa-se também em centímetros
Exemplos práticos:
Imaginemos que a distância da Beira para Chimoio, por estrada, num mapa com escala de 1/6 000.000, é
de 2,8 cm. Calcula a distância real.

Escala = Medida da distância no mapa_


Medida da distância real
Substituindo:
_____1____ = ____ 2,8________
6 000 000 Distância real
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Distância real = 2,8 x 6 000 000_
1
Distância real = 16 800 000 = 168 km

b) Gráfica: quando representa sob a forma de um seguimento de recta graduada/ seccionada onde se
indicam as distâncias reais.

0 2 4 6 8 10 12 km

Neste grafico, cada unidade (1 cm) equivale a 2 km no lugar real.


Por exemplo, a distância realo por estrada de Maputo para Xai-Xai é de 184 km e no mapa é de 4,6 cm.
Qual é a escala?

Escala = Medida da distância no mapa


Medida da distância real

Substituido:
1 = 4,6
X 18 400 000

X = 1 x 18 400 000
4,6
X = 4 000 000
Escala = 1/ 4 000 000

Grande Escala e Pequena Escala

Denominam - se grande escala, quando o denominador é menor - até 1:10 000….plantas


Médias escalas- até 1: 100 000….cartas topográficas.
Pequenas escalas- quando o denominador é grande: 1 000.000 ou mais cartas geográficas.

Actividades de auto-avaliação

1. Apresente três (3) regras que o professor deve ter em conta no uso do mapa
2. Mencione as vantagens que o globo possui relativamente ao mapa.
3. Explique como trabalhar com o livro do aluno, com três (3) aspectos.
4. Destaque três (3) funções da imagem no livro do aluno.

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UNIDADE TEMATICA VI:

A Planificação das aulas de Ciências Sociais


 A planificação de aulas e seus elementos
 Conceito de planificação
 Elementos relevantes do plano de lição
 Esboço do plano de lição
 Importância da planificação
 Domínio dos objectivos (revisão)
 Cognitivo, afectivos, psicomotor;
 Os objectivos gerais e específicos;
 Normas para uma correcta definição de objectivos;
 Importância da definição de objectivos;
 Os tipos de funções e suas condições (revisão)
 As funções didácticas e as condições de selecção:
 Introdução/Motivação;
 Mediação/assimilação
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 Domínio/consolidação
 Avaliação

A PLANIFICAÇÃO DAS AULAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Conceito: O que é a Planificação?

Este termo foi empregue na Grécia antiga, acerca de 1500 anos antes de Cristo. Planificar significa
submeter uma determinada realidade a um plano; sendo o plano um projecto ou conjunto de acções no seu
espaço e tempo
“Planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação da acção docente,
articulando a actividade escolar e a problemática do contexto social”. (Libâneo,1994. p.222),
A Planificação é a “previsão inteligente e bem calculada de todas as etapas do trabalho escolar que
envolvem actividades dos docentes (professores) e discentes (alunos) de modo a tornar o ensino seguro,
económico e eficiente”.
A planificação no sentido geral é um processo através do qual uma instituição faz a preparação, previsão e
organização do desenvolvimento das actividades em conformidade com as normas, procedimentos e a
legislação que orienta a área a planificar, estabelecendo para o efeito, as respectivas metas e prazos.

Aspectos a ter em conta ao planificar

Fundamentalmente, planificar pressupõe responder as perguntas seguintes:


 Para quem é que está a organizar o trabalho? (alunos)
 Para quê levar a cabo este trabalho? (objectivos)
 Que assunto se vai estudar? (conteúdos);
 Como e que se vai realizar trabalho (estratégias);
 Quanto tempo se vai gastar? (tempo previsto);
 Em que medida foi conseguido? (avaliação)

Tipos de planificação:
 Planificação Educacional;
 Planificação do Currículo;

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 Planificação do Ensino.
Importância da planificação:
 Prevê os objectivos, conteúdos, métodos e meios de ensino;
 Facilita a preparação das aulas e as tarefas que se vão executar;
 Actualização dos conteúdos;
 Evita a rotina e a improvisação;
 Contribui para a realização dos objectivos visados;
 Promove a eficiência do ensino;
 Garante maior segurança na direcção do ensino;
 Garante economia de tempo.

Características da planificação:
 É um guião de orientação
 São estabelecidas as directrizes e meios para a realização do trabalho docente;
 Sua função é orientar a prática partindo das exigências da própria prática;
 Não pode ser um documento rígido.

 Segue uma ordem sequencial


 Para alcançar os objectivos são necessários vários passos lógicos embora na prática os passos
podem ser invertidos.
 Objectividade
 Correspondência do plano com a realidade.
 Tem em conta as limitações da realidade.

 Coerência
 Entre os objectivos gerais, específicos, conteúdos, métodos e Avaliação.
 É a relação entre as ideias e a prática.

Etapas da planificação
Uma boa planificação obedece as seguintes etapas:
a) Conhecimento da realidade.
b) Elaboração do plano.
c) Execução do plano.
d) Avaliação e aperfeiçoamento do plano.

Princípios a obedecerem numa planificação:


 Cumprir as planificações com maleabilidade;
 Avaliar a cada passo do PEA no seu todo ou em parte se está adequado aquele nível etário intelectual;

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 Reestruturar as planificações sempre que seja necessário para uma melhor adequação aos alunos:
i. Redefinir os objectivos;
ii. Repensar os métodos do ensino aprendizagem;
iii. Reelaborar o material didáctico;
iv. Alargar ou diminuir o tempo previsto.

Níveis de planificação
No ensino destacam-se três níveis de planificação:
1. (Macro) Planificação central, traça as filosofias e políticas da educação bem como concessão e
elaboração dos programas.
2. (Médio) Planificação, é aquela que se realiza a nível provincial, consiste em adequar/adaptar as
políticas à realidade de cada região.
3. Micro planificação, é realizada na escola ou na ZIP. É a fase da operacionalização/ concretização dos
planos centrais e provinciais/regionais.

Fundamentos da planificação
Instrumentos obrigatórios para planificação de ensino:
1. Programas de ensino:
 Objectivos da instrução (conhecimentos, capacidades e habilidades);
 Objectivos da Educação (convicções, atitudes, hábitos e formas de comportamento);
 Conteúdos de ensino;
 Orientações didáctico- metodológicas (Estratégias e métodos).
2. Orientações centrais e locais (documentos do Governo, Parlamento, Orientações e Tarefas Escolares
Obrigatórias ”OTEO´s”, Orientações provinciais e distritais sobre as tarefas da escola);
3. O plano anual das actividades da escola;
4. Livros escolares;
5. Manual para professores;
6. Textos de apoio;
7. Plano Curricular do Ensino Primário;
8. Regulamento do Ensino Básico (REGEB);
9. Caderno de planificação.

Planifcação a médio prazo


Dosificação de uma Unidade Temática (Plano analítico temático)

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A planificação a médio prazo (planificação de uma Unidade Didáctica), é a chave mestra da planificação do
ensino e bem elaborada pode substituir a planificação a curto prazo (duma aula).
A planificação de uma Unidade Temática não é uma simples listagem de temas, mas sim um momento de
reflexão sobre os objectivos e os conteúdos definidos nos programas o que levara o professor a definir
melhor as funções didácticas de cada aula e tendo em conta a carga horária da disciplina.
Permite ao grupo de professores da mesma disciplina ou classe apoiarem-se mutuamente, prever o material
didáctico e a avaliação.

A planificação a médio prazo deve contemplar:


 A definição da linha conceptual explicativa da unidade;
 Pré-requisitos- que são os conceitos e conhecimentos que o aluno deve dominar e que são necessários
a compreensão do novo assunto;
 Objectivos gerais e a sua operacionalização em objectivos específicos;
 Conteúdos organizados;
 Competências parciais;
 Estratégias de ensino;
 Avaliação, tempo e o material necessário a sua execução.

Planificação a curto prazo (planificação de uma aula de Ciencias Sociais)

Plano de Aula

Figura 4: Sala de aula

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A palavra aula provém do Grego Aulé, em geral pátio de palácio real. Assim através do latim Aula,
significa Pátio (no significado antigo era tida como um recinto espaçoso à maneira do pátio).
A aula é um período de tempo vivido entre o professor e a turma em que ele a orienta, tendo em vista levá-
los a alcançar certos objectivos predeterminados ou previamente determinados.
Como forma específica do processo pedagógico, é um processo de ensinar metódico e orientado para um
objectivo – a aprendizagem do aluno de forma consciente, sob direcção correcta do professor.

Planificação das aulas de ciências sociais


Para a preparação de uma aula de ciências sócias, o professor deve ter em consideração determinados
factores a saber:
 O plano terá que estar em íntima coordenação com o currículo e o programa da disciplina;
 A utilização de acontecimentos do passado adaptável as condições e possibilidades intelectuais do
aluno;
 O ambiente específico em que o aluno este inserido para poder iniciar-se no conhecimento histórico; o
próprio meio condicional do plano: não se pode ensinar o mesmo modo na cidade e no campo, o
professor, antes de planificar, deve proceder a um prévio levantamento dos recursos a nível da escola
e os meios em que esta inserido.
O mais importante numa planificação é que ela seja funcional para que ela que a realiza.

Factores condicionantes do plano de aula


Na planificação de uma aula o professor terá de ter em conta os seguintes factores:
1. A dependência legal institucional, ou seja, o plano terá de estar em íntima correlação com o currículo e
o programa da disciplina de que se ocupa;
2. Características dos alunos (nível etário e de desenvolvimento, nível socioeconómico e cultural);
3. As condições do contexto (a Escola e o Meio);
4. As condições materiais da escola:
 A existência de meios audiovisuais;
 Apetrechamento da biblioteca;
 Possibilidades de existência de uma reprografia;
 Existência de salas específicas e de locais onde os alunos possam estudar e conviver.
Os principais elementos de um plano de aula são:
1- Cabeçalho.
Neste podemos encontrar os seguintes elementos:

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 Ano; Escola; Disciplina; Tipo de aula; Unidade Temática, Tema; Objectivos; Competências
parciais, Classe; Turma; Nome do professor; Data; Material didáctico; Duração da aula; Tempo
lectivo; Nº de Alunos; Métodos predominantes.

2- Desenvolvimento do plano
Nesta fase encontramos os seguintes elementos:
 Tempo;
 Função Didáctica Dominante (FDD);
 Conteúdos;
 Actividades do professor e do aluno;
 Estratégias/ métodos.

Funções Didácticas-Conceito

O que são Funções Didácticas?


As funções didácticas são finalidades pedagógicas das diferentes etapas do processo de ensino e
aprendizagem e de medidas educativas.
“Funções didácticas são os diferentes momentos/fases ou etapas do decurso de uma aula” (DINEG/MEC,
2006, p. l4).
Existe uma estreita ligação entre as funções didácticas. Significa que elas não se realizam sozinhas ou
isoladamente. Por isso, elas sobrepõem-se nas diferentes etapas do processo. Porém, numa determinada
etapa uma função didáctica pode dominar e as outras funções estão-lhe subordinadas. Cada etapa do
processo de ensino e aprendizagem é caracterizada por uma função didáctica dominante

Classificação das Funções didácticas:


Assim, de acordo a classificação que escolhemos, as funções didácticas são as seguintes;
a) Introdução e Motivação;
b) Mediação e assimilação;
c) Domínio e Consolidação;
d) Controle e Avaliação.

1.A Função Didáctica Introdução e Motivação, desempenha grande papel para o sucesso da
aprendizagem dos alunos. Quer dizer, que o sucesso e rendimento do processo de ensino e aprendizagem
dependem, em primeiro lugar, da forma como os alunos são motivados para a aprendizagem.

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Por isso, a tarefa importante do professor é a estimulação dos alunos, a criação de interesses, motivos e
necessidades de aprender.
É o primeiro passo ou primeiro momento da aula. Esta fase tem em vista preparar os alunos para a
aprendizagem (criação de ambiente óptimo para aprendizagem, correcção do TPC, orientação dos alunos
aos objectivos da aula). Essa preparação tem os seguintes aspectos:
a) Criar atmosfera e atitude propícia para aprendizagem:
 Assegurar a ordem e disciplina;
 Criar curiosidade nos alunos;
 Dar informações sobre o conteúdo (orientação para os objectivos da aula).
b) As tarefas do professor nesta etapa da aula:
 Verificar as condições físicas da sala;
 Controlar as presenças;
 Corrigir o TPC;
 Introduzir o novo tema.
c) Reactivar os conhecimentos, habilidade e comportamentos necessários para a aprendizagem
(introdução).
d) Conseguir interesse e atenção (motivação).
Existem diferentes formas que o professor pode seguir para realizar a reactivação do nível inicial. Assim,
professor poderá:
 Fazer o controle oral ou escrito dos conhecimentos adquiridos na aula anterior;
 Repetir resumidamente os aspectos essenciais da aula anterior;
 Fazer perguntas alguns alunos sobre os conteúdos da aula anterior;
 Reactivar os conhecimentos através da correcção do T.P.C.

2. A Função Didáctica “Mediação e Assimilação”


Na fase de mediação e assimilação os alunos tomam o primeiro contacto com o conteúdo novo e realiza-se
a parte fundamental da aprendizagem.
Os alunos têm a oportunidade de explorar o tema da aula.
Esta fase pode ser iniciada por uma exposição pelo professor, seguida por um trabalho independente dos
alunos, seja de forma individual, aos pares, ou em grupos;
Também é possível, começar por uma fase de exploração pelos alunos, seguida pela exposição do
professor.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 73
O papel dos alunos e do professor nesta fase é de:
 Exposição do assunto a explorar;
 Exploração do tema, situações de descoberta;
 Experiências ou actividades práticas.
A mediação e assimilação do conteúdo novo realiza-se através de duas fontes: directa e indirecta.
Na fonte directa, aluno obtêm conhecimento através do contacto com a realidade (a observação,
experimentação, a demonstração e a excursão).
Na fonte indirecta, o conhecimento se adquire através da exposição oral do professor, leitura, esquemas,
diálogo, meios, gráficos.

3. A Função Didáctica “Domínio e Consolidação” é o momento em que se dá maior atenção à repetição e


exercitação com o objectivo de interiorização dos conhecimentos e capacidades do domínio dos conteúdos
da aprendizagem (permite que os conhecimentos sejam fixos na memoria com base na repetição, revisão e
exercício).
Esta fase ou etapa tem como função básica de assegurar os resultados da aprendizagem onde o papel dos
alunos e do professor é de:
 Apresentação do trabalho (em grupo, por pares, individual)
 Discussão, resolução de exercícios;
 Síntese, integração e aprofundamento.
Os alunos realizam a consolidação através de algumas acções, tais como:
 Repetir e resumir;
 Sistematizar e integrar;
 Exercitar; e
 Aplicar.
A repetição ou revisão é a consolidação dos conhecimentos. O exercício é a forma das capacidades e
habilidades.

3. A Função Didáctica “Controle e Avaliação”, tem como objectivo primário elevar a qualidade do
ensino e aprendizagem e em última instância, promover o desenvolvimento da personalidade (garante a
verificação do nível de compreensão da matéria).
O papel dos alunos e do professor neste passo:
 Resumo dos assuntos tratados;
 Avaliação dos resultados da aprendizagem;

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 74
 Registo dos resultados (no quadro/nos cadernos).
Algumas formas básicas de controle e avaliação:
 Exames;
 Provas, ponto, testes orais e escritos;
 Chamadas escritas e mini-testes;
 Acompanhamento contínuo.

Tabela 1-Dosificação duma Unidade Temática da matéria (Plano Analítico Temático)

Escola Primária do 1º e 2º grau de Sinacura ZIP nº 1- Quelimane


Disciplina de Ciências Sociais 2º ciclo 4ª Classe 1º Trimestre Ano lectivo:20_____
Período/ Unidade Objectivos Tema/conteúdos Competências Estratégias/ Meios Nº de
Semana Temática Específicos Parciais Métodos Didácticos aulas
1ª -Apresentação do -Identifica os Elaboração Texto de
Semana Apresenta Identificar os professor e dos conteúdos chaves conjunta:Dialo Apoio
De ção e princiapais alunos do programa a go Programas 1
23 considera aspectos da -Breves serem abordados de Ensino
a ões gerais materia a serem considerações Básico
27/01/017 anbordados sobre a matéria a Manual do
leccionar professor
2ª A Família -Definir o -Importância da Avalia a Elaboração Livro do
Semana conceito de Família contribuição de conjunta: aluno das
De família.  Conceito de todos os membros Dialogo para o páginas 5 e
30/01 -Explicar a família da família para a tratamento 6 2
a importância da  Importância sua consolidação ( duma nova Fotografia
3 /02/017 Família. da família incluindo matéria ( de Família
-Valorizar os  Elementos crianças, velhos e conversa com Fotografia
elementos de de membros da os alunos da página 9
identificação identificaçã família com sobre o tema)
cultural da zona o cultural necessidades
onde a família da zona educativas
está inserida. onde a especiais”
família esta deficientes”)
inserida

Observações_________________________________________________________________________-

Bibliografia consultada________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

Delegado de Disciplina O Director Adjunto Pedagógico


___________________________ _______________________________

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 75
Tabela 2: Esquema de um Plano de aula

Ano Lectivo:____________ Liçao n°_______________Data_____/_____20________


Escola ___________________________________Nome do Professor: ______________________________
Disciplina: Ciências Sociais Classe:_____Turma:_____Curso:________Turno_______
Unidade Temática:________________________________________________________________________
Tipo de Lição:______________________________Tempo lectivo:___ Duração :____Minutos N° de alunos___
Tema:___________________________________________________________________________________
Competências Parciais:_____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Objectivos específicos______________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Meios Didácticos: Métodos predominantes:
_________________________ ___________________________________

Função Didáctica Princípios Actividades Estratégias/ Meios de


Tempo Dominante(FDD) Conteúdos básicos Professor Aluno métodos Ensino
Introdução
e
Motivação
10‟

Mediação
e
Assimilação

20‟
Domínio
e
Consolidação
10‟

Controle
5” e
Avaliação
Observação:_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Bibliografia consultada:_____________________________________________________________________

Actividades de auto-avaliação

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 76
1. Enumere as vantagens que o processo de Ensino-Aprendizagem tem ao
realizar a planificação de uma aula.
2. Que etapas se podem observar no desenvolvimento de uma aula?
3. Demonstre o papel do professor na 1ª etapa.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 77
DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS EM CIÊNCIAS SOCIAIS

Conceito de Objectivo

"Objectivo é uma meta ou fim a atingir ”. Deve exprimir o resultado de aprendizagem a ser atingido pelo
aluno em termos de conduta final. O objectivo não deve referir o que vai fazer o professor, mas sim os
resultados que se esperam do aluno (Proença, 1990, p.77).

Os objectivos expressam não só a antecipação dos nossos propósitos em relação ao desenvolvimento e


transformação da personalidade dos alunos face as exigências individuais e sociais, como também a
conotação pedagógica dos conteúdos.
Objectivo é tudo aquilo que se pretende alcançar no fim duma determinada actividade.
No processo de ensino-aprendizagem os objectivos descrevem:
 O saber.
 O saber ser/estar.
 O saber fazer.

Domínios dos Objetivos


Quando definimos objectivos de formação, temos em vista a aquisição por parte dos formandos de
determinadas capacidades ou comportamentos.

Tais capacidades ou comportamentos podem ser de tipo muito diverso, desde conhecimentos
simples e limitados, à realização de gestos profissionais complexos, passando pela apreciação ou
valorização de obras de arte.

Esta diversidade que corresponde à diversificação das capacidades e comportamentos humanos é


geralmente agrupada e classificada em três domínios principais: domínio cognitivo, domínio
afetivo e domínio psicomotor.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 78
O primeiro trabalho deste género foi o de Benjamim Bloom, 1956, que se dedicou fundamentalmente aos
objectivos do domínio cognitivo e seus colaboradores David Krathowohl, (1964) e Anita Harrow (1972),
apresentam-nos classificações para os domínios afectivo e psicomotor respectivamente.

Domínio cognitivo

Domínio da atividade intelectual ou mental.

Envolve conhecimentos e aptidões intelectuais. É o domínio do conhecimento e do pensamento.


Evidencia o saber do formando e a forma como este se manifesta.
São objectivos que dão relevo a aprendizagem intelectual, tais como: conhecimento, compreensão e
aptidões de pensamento; aplicação, análise; síntese e avaliação;
O saber consiste em:
 lembrar-se de uma informação, mas também;
 compreender e interpretar uma situação;
 resolver um problema.
Exemplos
 conhecer os sinais de trânsito
 refletir sobre a melhoria das regras de trânsito

Domínio afectivo

Estes objetivos são do domínio dos fenómenos da sensibilidade.


 São objectivos que estão relacionados com sentimentos e emoções do individuo, nesse caso o aluno
(que já possuem ou que devem adquirir), atividades ou comportamentos que têm uma
dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 79
conotação com agrado ou desagrado, com adesão ou rejeição. É o domínio do sentir, dos
sentimentos e emoções.
 Envolvem nos interesses, nas atitudes, nos valores e métodos de ajustamento (Recepção, Resposta;
Valorização; Organização de Valores, Caracterização);
Exemplos:
 respeitar as regras de trânsito
 irritar-se com quem não cumpre as regras de trânsito

Domínio psicomotor
Domínio das atividades motoras ou manipulativas.

 Envolve aptidões ao nível da motricidade e da manipulação de objetos.


 são objectivos que dão primazia às aptidões motoras relacionadas com as habilidades de tarefas que
envolvem o organismo muscular como: a caligrafia, dactilografia, exercícios físicos ou trabalho
com máquinas.
 É o domínio por excelência da acção.

Exemplos:
 andar de bicicleta
 mudar a roda de um automóvel

Funções dos objectivos


Os objectivos expressos em resultados de aprendizagem tem quatro funções:
 Serem uma referência e um critério para avaliar cabalmente se as finalidades são alcançadas;
 Servirem de orientação na acção pedagógica, ajudando a situar professor e aluno em relação ao que se
pretende atingir;
 Proporcionarem uma orientação para a escolha dos métodos, estratégias e meios da acção didáctica,
incluindo os de avaliação;
 E serem o meio e o critério para a reflexão e consequente melhoria da actuação do professor e dos
alunos ao longo de todo o processo.

A Hierarquização dos objectivos

Os objectivos podem hierarquizar-se em três níveis, consoante o grau de generalidade: Finalidades,


objectivos gerais e objectivos específicos.

i) As finalidades

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 80
Elas explicitam os objectivos mais gerais que se pretendem atingir com a educação; são a expressão de uma
política educativa levada a cabo pelos dirigentes na defesa de um determinado projecto de evolução da
sociedade, que se materializa na educação através da formação de um certo tipo de homem pela adesão a
certos valores e a uma ideologia.

ii) Objectivos gerais

São a tradução das finalidades, e, por conseguinte, do projecto social que representam, nas metas traçadas
pelos programas oficiais das disciplinas, elaboradas pelas autoridades pedagógicas. Estas autoridades
esforçam-se por expressar em conteúdos de formação as orientações gerais, os ideais ou valores defendidos
pelos dirigentes.

Visam competências bastante alargadas que implicam o domínio de um conjunto de conhecimentos, de


métodos e de atitudes correspondentes a um dos problemas maiores colocados pela disciplina e que só pode
se atingidos através de um trabalho prolongado, assentes em numerosos exercícios, variados ao longo das
várias unidades do programa de um ano inteiro ou vários anos

 Exemplo: Saber orientar-se no espaço; saber comunicar o resultado de um inquérito; conhecer a


revolução industrial.

Os objectivos gerais são mais complexos e indicam aspectos mais abrangentes dos resultados da
aprendizagem (Proença (1989:111):

a) Os objectivos gerais devem definir-se com um verbo que exprima o nível de generalidade que se
pretende. São exemplos de verbos utilizados: conhecer, compreender, reconhecer, analisar, escrever,
julgar...
b) Só se deve incluir-se em cada objectivo um resultado da aprendizagem.
 Ex: Conhecer as características do clima de Moçambique.

iii) Objectivos específicos


São a tradução dos anteriores em metas atingíveis em cada lição. Derivam por um lado das exigências dos
programas das disciplinas e, por outro lado, das situações de aprendizagem e dos níveis dos alunos. Estes,
devem ser formulados em termos observáveis e mensuráveis, ou seja, como objectivos comportamentais
ou operacionais que visam tarefas precisas, utilizando apoio bem determinado num lapso de tempo
bastante curto (uma parte da lição, uma lição, uma sequência de várias lições), com matérias muito claras,
critérios de sucesso expressos em termos de comportamentos observáveis e mensuráveis, que permitam
avaliar se o objectivo foi atingido ou não e mesmo atribuir uma nota pelo desempenho do aluno.
Segundo (Proença, 1989. p.111), estabelecidos os objectivos gerais o professor deve passar a definir os
objectivos específicos que permitam:

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 Revelar o alcance e significado dos termos utilizados dos objectivos gerais;
 Descrever, através de determinados condutas, os resultados da aprendizagem comprovativos de que os
objectivos gerais foram alcançados procedendo de seguinte modo:
 Colocar cada objectivo geral, uma lista de resultados específicos da aprendizagem necessária para a
consecução do objectivo geral;
 Enunciar os objectivos específicos com verbos que indiquem um comportamento observável;
 Seleccionar condutas específicas que sejam importantes e adequados ao objectivo geral;
 As condutas específicas definidas não podem exigir operações mentais de um nível cognitivo mais
elevado do que o nível definido no objectivo geral

Definição de um objectivo em termos de resultados de aprendizagem

QUEM QUANDO O QUÊ COMO COM QUÊ EM QUE


Aluno da 6ª Fim da 3ª Conteúdos O que o aluno Instrumentos MEDIDA
classe na EP unidade de ou tem de fazer ou técnicas Nível de
3 de estudo habilidades para que se vai proficiência
Fevereiro ou atitudes demonstrar avaliar

Normas ou regras a observar na definição/formulação de objectivos:


 Os objectivos devem utilizar um verbo de acção;
 Os objectivos não devem inserir dois resultados em simultâneo;
 Os objectivos devem indicar a actividade dos alunos;
 Deve-se partir dos objectivos gerais para os específicos;
 Deve-se partir dos conceitos ou noções mais simples para as mais complexas;
 Os objectivos devem aparecer de uma sequência gradativa e sequenciada;
 Devem exprimir os resultados da aprendizagem.

Vantagens da formulação de objectivos:


 Formular os objectivos é um princípio básico de uma correcta planificação;
 É a única forma de racionalizar o processo de Ensino e Aprendizagem;
 É a forma mais adequada para consciencializar os valores e fins de educação, tornar transparente a
prática pedagógica.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 82
Cuidados a observar na definição de objectivos:
 Usar os objectivos definidos com maleabilidade;
 Não apresentar dois resultados de aprendizagem;
 Não limitar, em nome dos objectivos já traçados;
 Ter em conta a espontaneidade e a criatividade;
 Ter em conta sempre especificidades dos comportamentos individuais;
 Não pretender submeter todos os alunos rigidamente a comportamentos padronizados;
 Ser capaz de redefinir os objectivos se forem inadequados;
 Não desumanizar o processo de comunicação, devido a objecção de cumprir os objectivos sem olhar
para o ritmo e as motivações de aprendizagem dos alunos;
 Não tornar os objectivos princípios rígidos e inamovíveis, burocratizando a educação.

Exemplo de objectivos específicos bem formulados:


1.Identificar os tipos de clima de Moçambique;
2.Descrever o clima tropical húmido;
3.Localizar no mapa os locais de captura de escravos de escravos em África.
Obs. Estão correctamente definidos, porque indicam uma meta atingível num final duma aula

Exemplo de objectivos específicos mal formulados:


 Explicar e caracterizar o clima de Moçambique - este objectivo não está bem definido, porque
apresenta dois resultados de aprendizagem, explicar e caracterizar.
 Conhecer os líderes de resistência de Mocambique-não está correcto porque é um objectivo geral

Actividades de auto-avaliação
1.A definição correcta dos objectivos específicos é uma das actividades muito importante
para o sucesso de Ensino-Aprendizagem.
a) Fundamenta a afirmação.
b) Mencione três (3) regras de formulação correcta dos objectivos
2.O tema “ Clima de Moçambique, é leccionado na 5ª classe, na 2ª unidade- Moçambique no
Tempo Colonial. Partindo deste tema faça:
a) Analise crítica dos objectivos propostos, observando as regras da definição dos

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 83
objectivos
1. Explicar e caracterizar o clima de Moçambique.
2. Identificar os tipos de clima de Moçambique.
3. Conhecer as características do clima de Moçambique.
4. Descrever o clima tropical húmido.
3. Tendo em conta o tema “caça”, primeira unidade temática da 4ª classe, “Família” formule
três (3) objectivos específicos para a implementação desta aula.

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UNIDADE TEMÁTICA VII :
.Avaliação
 Especificidades de avaliação em Ciências Sociais
 Questões específicas para a elaboração de uma prova em Ciências Sociais

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 85
Avaliação
Conceito de Avaliação

Avaliação pode ser definida como um “processo sistemático de determinar a extensão em que os
objectivos educacionais foram alcançados pelos alunos” (Domingos, 1987. p. 204).
“Avaliação, é o processo de apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter
aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo de ensino/Aprendizagem”
(Nerici.1977),.
Avaliação como um processo sistemático de planificação de uma informação destinada a formular juízes
de valor com base nos quais se tomam determinadas decisões.

Etapas da avaliação:
1. Identificar e definir os objectivos educacionais;
2. Construir ou seleccionar os instrumentos de avaliação que melhor possam testar a consecução dos
objectivos.

Avaliação inclui aspectos importantes:


1. Avaliação é contínua – não se relaciona apenas com o final de um curso, de um período lectivo ou de
uma unidade de ensino;
2. Avaliação é um processo sistemático – não se coaduna com a observação ocasional dos alunos.

Em que difere da classificação?


1. Avaliação inclui descrições qualitativas e quantitativas do comportamento do aluno e juízes de valor
sobre o desejo de apresentar esse comportamento;
2. A classificação está limitada a descrições quantitativas do comportamento do aluno.
Por isso, avaliação:
 Descreve a situação do aluno num determinado momento;
 Compara com que devia ser, isto é, a situação que se desejaria face aos objectivos anunciados;
 Identifica as discrepâncias existentes;
 Permite ao professor procurar as causas das discrepâncias e propor soluções, introduzir estratégias
alternativas no seu trabalho;

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 86
Avaliação para quê?
 Verificar o grau de desenvolvimento em que se encontram os alunos em relação aos objectivos de
ensino;
 Verificar a eficácia dos nossos métodos de ensino;
 Reflectir sobre a acção do professor na sala de aula, sobre a actividade do aluno, do encarregado de
educação e da comunidade escolar;
 Verificar o grau de aplicação dos objectivos;
 Testar os próprios programas de ensino.
Avaliação e objectivos: Para quê a avaliação em Ciências Sociais?
A avaliação tem por função, por um lado, permitir que se obtenha uma imagem tanto quanto fiável do
desempenho do aluno em termos das competências parciais descritas nos curricula e, por outro, servir como
mecanismo de retroalimentação no processo de ensino-aprendizagem.
Pretende-se que esta avaliação cumpra os seguintes objectivos:
a) Relativamente ao aluno
 Consciencializá-lo sobre os pontos fortes e fracos do seu desempenho e as respectivas razões;
 Estimular o gosto e o interesse pelo estudo, de modo a superar as dificuldades encontradas no
processo de ensino-aprendizagem;
 Desenvolver nos alunos uma atitude crítica e participativa em relação ao processo de ensino-
aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das próprias potencialidades.

b) Relativamente ao professor
 Identificar o nível de desempenho dos alunos, os principais problemas e os factores associados;
 Identificar as áreas de fácil ou de difícil compreensão por parte dos alunos;
 Identificar a validade dos métodos, meios e materiais didácticos utilizados e adequá-los, utilizando a
informação recolhida sobre o desempenho dos alunos;
 Verificar se os alunos relacionam o trabalho prático com a teoria que aprendem;
 Verificar o estágio de desenvolvimento da aprendizagem de determinados conceitos e conteúdos;
 Informar, regularmente, os pais sobre o progresso (quantitativo e qualitativo) dos seus educandos.

c) Relativamente aos pais


 Acompanhar a evolução do seu educando;
 Identificar as áreas de aprendizagem em que o seu educando revela maiores dificuldades, de modo
a ajudá-lo a superá-las;

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 87
 Sugerir, em conjunto com o professor e o director da escola, formas e actividades apropriadas para
a melhoria do desempenho do seu educando e da escola no geral.

d) Relativamente a escola
 Controlar os conhecimentos e competências adquiridas pelos alunos;
 Informar aos pais e alunos sobre o progresso destes e, caso necessário, optar-se por aulas de
remediação ou recuperação;
 Situar os resultados dos alunos num dado momento, em relação aos seus colegas de turma e de
classe.

Instrumentos de avaliação
“O valor da avaliação não está no instrumento em si, mas no uso que se faça dele.”(Juan Manuel Álverez
Méndez, 2002).
Os instrumentos de avaliação podem ser:
1. Os testes escritos e orais;
2. Observação directa;
3. Avaliação diagnóstica (inventários e questionários);
4. Caderno Diário e Caderno do Desempenho;
5. Trabalho de grupo;
6. Registo de incidentes críticos;
7. Grelhas de observação;
8. Relatórios;
9. Entrevistas,
10. Portfólio, etc.,
11. Exames.

Tipos de avaliação
No processo de ensino e aprendizagem destacam-se três tipos de avaliação:
 Avaliação diagnóstica;
 Avaliação formativa;
 Avaliação Sumativa.

1. Avaliação Diagnóstica

Tem como função determinar a presença ou ausência, no aluno, de aptidões necessárias à unidade que
vamos leccionar, assim como os seus conhecimentos iniciais.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 88
A função diagnóstica tem lugar tanto no início do ano lectivo como no início de cada unidade temática ou
mesmo durante uma aula ou no início de novas aprendizagens (Proença, 1989. p.150).

Vantagens:
 Determina as capacidades que um aluno possui para enfrentar centro tipo de aprendizagem (pré-
requisitos);
 Identifica as áreas de fácil ou difícil compreensão e permite ao professor repetir parcial ou totalmente
a matéria ou iniciar a unidade seguinte.
Desvantagens:
 Exige-se do professor: trabalho, criatividade e planificação.

2. Avaliação Formativa ou contínua sistemática


Ocorre no decurso de cada etapa de aprendizagem, onde o professor de tempos a tempos propõe pequenos
exercícios para colher informações não só para si como para o aluno que incluem pequenas perguntas
relativas a todos objectivos que se estão a procurar atingir.
 Tem como finalidade reconhecer onde e porquê o aluno sente dificuldades e procurar informá-lo;
 Tem característica avaliativa e reguladora, pode aplicar de forma oral ou escrita atreves de realização
de TPC, revisões tendo uma função formativa em todos os momentos da aula (Proença, 1989. p.150);
 Assegura o acompanhamento da evolução do aluno;
 Garante a igualdade de circunstâncias entre alunos no que diz respeito a possibilidades de
aprendizagem;
 Permite ao professo identificar as dificuldades e determinar as estratégias para melhorar o
desempenho do aluno individualmente ou classe.
Desvantagens:
 Exige do professor muito trabalho e criatividade (planificação e adopção de estratégias de avaliação
dos alunos tendo em conta o actual tamanho das nossas turmas);
 Para os alunos que tenham atingido a mestria (que dominam a matéria) traz preguiça, por estarem a
repetir a mesma matéria.

3. Avaliação sumativa
 Se efectua no fim de uma unidade didáctica e pode incidir sobre a aquisição de uma atitude ou de
uma capacidade (Proença: 1989:154).
 De acordo NHAMPULO, & VV(2004:14) ela atribuem ao conjunto de funções clássicas da
avaliação
(atribuem prioridade a memorização, reprodução de saberes e a obtenção de uma classificação).

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 89
Vantagens:
 Colhe dados que ajudam o professor e os alunos a orientar a sua actividade.
Desvantagens:
 Classifica os alunos em vez de focalizar o desenvolvimento de cada um;
 O erro é atribuído como culpa do aluno em vez de servir de fonte de informação para o melhoramento
da aprendizagem;
 Não informa sobre a aprendizagem dos alunos e dos aspectos em que estes têm dificuldades ou
facilidades;
 Cria efeitos negativos nos alunos (ansiedade e nervosismo; perda de autoconfiança; adopção de meios
inapropriados para a solução da dificuldades como por exemplo: decorar, copiar).

Tipos de avaliação
Tipos de Formas de Tipos de actividades Função Características Momentos de
avaliação avaliação aplicação
Oral/ escrita Testes trabalhos Diagnóstica Avaliativa No início de novas
Diagnóstica práticos aprendizagens, em
qualquer momento da
aula
Formativa Oral ou TPC, revisão (oral ou Formativa Avaliativa Em todos momentos da
(contínua e escrita escrita); /Reguladora aula
sistemática) Entrevistas;
Participação do aluno
na aula;
Grelha de
observação;
Correcção dos
cadernos;
ACS;
Portefólio;
Trabalho do Grupo
Sumativa Oral ou ACS, AP e AF; Sumativa Classificativa No fim de um tema, de
(Final)ACS, A.P Escrita Exame uma Unidade Temática,
e A. F ou no fim de um ciclo.

Premissas de uma avaliação bem-sucedida


1. O professor deve fazer um teste diagnóstico, procurando descobrir o que os alunos sabem;
2. O professor deve planificar o seu trabalho tendo em conta as informações recebidas no teste
diagnóstico;
3. O professor deve acompanhar a evolução da turma, verificar até que ponto está a atingir os
objectivos;
4. Em cada aula observar 5 a 7 alunos para identificar os avanços alcançados e problemas que
apresentam;

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 90
5. O professor deve procurar mostrar o que os alunos conseguiram avançar na leitura, na escrita, na
Matemática, discutir com os alunos as suas dificuldades, levando-os a perceber onde necessitam de
melhorar.

Testes

Requisitos de qualidade de um teste


As qualidades básicas de um teste organizado pelo professor podem agrupar-se em duas categorias: as
relativas à validade do conteúdo; as relacionadas à adequação ao perfil do aluno
Quanto a validade do conteúdo, um dos aspectos mais significativos é a relevância, isto é, saber em que
medida o teste avaliará com rigor o conjunto de objectivos que se pretende avaliar, se não avalia aspectos
insignificantes.
Em relação a adequação aos alunos, há que ter em conta a compreensão, sendo indispensável que o aluno
entenda as questões e, ao mesmo tempo, saiba o tipo de respostas que se pode. Para tal, deve ter-se em
especial atenção a linguagem:
a) A clareza da linguagem quer nas instruções para as respostas quer nos itens;
b) A adequação da linguagem ao nível dos alunos;
c) A relevância sociocultural.
Há ainda um conjunto de aspectos práticos: o formato, o tempo para a realização, a sequência, o registo
das respostas e a objectividade
Etapas da elaboração de um teste
Aconselha-se que o professor siga a metodologia que se apresenta a seguir para conseguir uma boa
qualidade de um teste (Ribeiro, 1991):
1) Identificação dos objectivos;
2) Definição de especificações de cada objectivo;
3) Elaboração dos itens;
4) Revisão do teste.

Regras a observar na elaboração dos testes escritos:


A selecção e a construção de perguntas apropriadas de um teste requerem atenção e deve obedecer a certas
regras/critérios:
 Ter presente os objectivos e conteúdos mais tratados na sala de aulas;
 Conceber mais perguntas do que as necessidades para depois se seleccionarem as mais adequadas;
 Identificação correcta das perguntas;

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 91
 Perguntas completas/independentes uma das outras, ou seja, a resposta a uma não deve depender
de uma resposta dada anteriormente;
 O tempo para a realização do teste deve ser calculado em função da velocidade média da
realização da turma;
 As perguntas não devem ser todas do mesmo nível de assimilação como por exemplo:
 Reprodução (memorização);
 Aplicação (ligação teoria e prática);
 Criação (análise, síntese e avaliação);
 A cotação e correcção do texto devem ser planificadas pelo professor tendo em conta o seguinte:
 Distribuição dos pontos pelas alíneas das perguntas de maneira a só se operar em números, por
exemplo (1+1+1);
 Distribuição das cotações de acordo com o grau de dificuldades das perguntas.
 Deve se evitar a atribuição de cotação a qualquer resposta fora do contexto embora revelando
conhecimento.

Matriz ou tabela de especificações para elaboração/produção de testes/avaliações

Exemplo 1: Avaliação da 4ª classe, Escola Primária de Madjune, temas: ” A História da minha


Escola, documentos normativos e o Gráfico de Tempo da Escola”

Unidade Objectivos Conteúdos Perguntas Nível de Cota- Respos-


temática assimilação ção tas
Reconstruir A História 1.A Escola Primária do 1° e 2° grau de 2,0
a história da da minha Madjune foi inaugurada em 2005
Escola Escola a) Complete o quadro com base no passado da
através da tua Escola
pesquisa Acontecimento Ano Conhecimento
Inauguração da Escola
Visita do Primeiro-ministro
Introdução da 6ª classe
1° Concurso de dança
Gráfico do b) Com base nos dados constrói um gráfico de Aplicação
Interpretar o tempo da tempo
gráfico do história da 2,0
tempo com escola
Escola datas de
, acontecimen
tos
relevantes
sobre a
história da
sua Escola

Regulamen 2. Cada Escola possui um documento 3,0

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 92
to interno normativo (Regulamento Interno da Escola )
Cumprir as da Escola a)Indique três direitos da criança consagrados Conhecimento
regras e no regulamento da Escola
normas da b)Será que os seus direitos são respeitados na Análise/avaliação 2,0
Escola Escola?
c)Explica como se escolhe o chefe de cada Síntese 1,0
turma

Quais os problemas desta prova?


 Apresenta somente uma pergunta de aplicação
 Número elevado de perguntas com o nível de conhecimento
 Na elaboração das perguntas utiliza várias formas de tratamento

Exemplo 2: Avaliação da 5ª classe, Escola Primária de 3 de Fevereiro, das Unidades- Moçambique


Independente e Província, temas: ” Divisão Administrativa de Moçambique” e “ População e suas
actividades”

Unidade Objectivos Conteúdos Perguntas Nível de Cota- Respos-


temática assimilação ção tas
Localizar Divisão 1.a) Enumera as províncias de Conhecimento
geograficamente administrativa de Moçambique
Moçambique Moçambique
Moçambi Localizar Localização b) Localiza no mapa a sua Aplicação
que geograficamente geográfica da província e o seu distrito
Indepen a sua Província Província
dente Identificar as Divisão c)Identifica as capitais das Conhecimento
capitais das administrativa de seguintes províncias: Maputo,
províncias do Moçambique Manica, Tete, Niassa e Cabo
país Delgado
Descrever os Factores da 2.a) Porque Pafuri tem poucos Análise
factores da distribuição da habitantes?
distribuição da população b) Identifica as regiões de maior Conhecimento
população concentração da população
Descrever as Actividades 3.a) Quais as actividades da Conhecimento
principais económicas: população da sua província
actividades Agricultura
económicas da -Pesca
Província sua província -Caça b) Explica a importância da Análise
-Artesanato Agricultura para a indústria
-Indústria
- Comércio
-Serviços
Conservar e Conservação e c)Quais as consequências da pesca Avaliação
preservar o preservação do com o uso da rede mosquiteira
ambiente ambiente

Quais os problemas desta prova?


 Apresenta somente uma pergunta de aplicação
 Número elevado de perguntas com o nível de conhecimento

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 93
Tipos de questões/perguntas

TIPOS DE PERGUNTAS

Resposta curta Resposta longa


Tipo objectivo Tipo composição

O aluno dá a resposta O aluno selecciona a O aluno organiza a resposta


resposta

Constrói a resposta Identifica a Organiza de acordo com


Resposta curta alternativa valida directivas
Verdadeira/falsa Resposta orientada

Completa a resposta Associa pares Organiza automaticamente


Complemento Associação Resposta livre

Escolha de entre
várias alternativas
Escolha múltipla

Tipos de perguntas/Questões
Há uma variedade de tipos de questões, quer entre as de resposta aberta quer entre as repostas objectivas.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 94
Questões de resposta longa
Questão de resposta livre – coloca-se uma pergunta e o aluno tem autonomia para responder. Pode
assumir a forma de situação, de problema ou de tópico. Neste tipo de questão apenas se indica a extensão
admitida., pelo menos a máxima, e o objectivo da questão.
Deve-se apresentar os critérios de proficiência (de acordo com o que se abordou no capítulo dos objectivos)
ou, derivados desses, os critérios a ter em conta na correcção.

As perguntas não objectivas servem para:


 Avaliar capacidade de seleccionar
 Organizar
 Integrar;
 Relacionar e avaliar a informação de modo a redigir respostas a problemas no sentido mais amplo do
termo
Por exemplo:
1. Descreva quatro elementos que caracterizam a vida dos hominídeos.
________________________________________________________________________________
2. Explica em que medida a agricultura contribuiu para a sedentarização.
________________________________________________________________________________
Sugestões para a sua elaboração
 O enunciado deve ser claro e passível de ser compreendido pelos alunos sem margens de dúvidas, até
por terem usualmente grande peso.
 Devem ser indicados os pesos atribuídos e os critérios de avaliação.
 É melhor elaborar duas questões que requeiram uma resposta mais curta do que uma com vários
tópicos.
Vantagens:
Permitem avaliar: conhecimento a nível taxinómico elevado; utilização adequado do vocabulário
especifico de Geografia ou História); relacionação de conhecimentos interdisciplinares; organização de
informação, selecção das ideias-chaves, organização do raciocínio; raciocínio crítico, resolução de
problemas, criatividade e imaginação, fundamentação de opiniões; posições perante valores

Desvantagens:
As principais desvantagens são: as classificações atribuídas em diferentes momentos terem, normalmente,
uma significativa oscilação, serem difíceis de classificar, consumirem muito tempo, favorecem aos alunos
com maior capacidade de expressão, muitas vezes, não avaliarem o que se esperava que se avaliassem.

Perguntas objectivas - quando é possível classificar as respostas em correctas ou incorrectas.


1.Perguntas em que o aluno dá a resposta
Pergunta de resposta curta

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 95
Utilizam-se para avaliar definições de ternos e conceitos, conhecimentos de terminologia, factos
específicos, datas e formulas, conhecimento de métodos ou procedimentos, capacidade de interpretar dados
simples.

Sugestões para a sua construção


 Devem-se usar frases curtas, sendo preferível a forma interrogativa sempre que esta permita a
resposta pretendida;
 Não se deve usar frases copiadas dos manuais;
 As várias questões não devem estar interligadas, isso é, a resposta de uma não deve condicionar a de
outra.
Por exemplo:
1. Quem foi o primeiro presidente de Moçambique independente?
2. Qual é a data da independência de Moçambique?

As vantagens são: serem das mais fáceis e rápidas de construir, permitirem avaliar grandes segmentos de
conteúdos no mesmo teste; não permitirem dar uma resposta certa fruto do acaso, “ por adivinhação” ,
permitem avaliar objectivos relativamente diversificados; corrigirem-se facilmente.

As desvantagens são: dificilmente conseguirem avaliar aprendizagens complexas, permitem respostas


incompletas, permitem a aprendizagem de memorização e mecânica, dada a sua facilidade e rapidez de
construção, não serem elaboradas com antecedência necessária para que que possam ser convenientemente
revistas

Perguntas de completamento
Pode-se utilizar, no entanto, mais facilmente para avaliar atitudes.
Sugestões para a sua construção
 Deve-se ter particular cuidado, não se incluindo espaços para completar com insignificância;
 Depende da idade, mas não é aconselhável incluir um número muito elevado de espaços para
preencher;
 Não se deve dar indicadores linguísticos de tipo apontar para substantivo feminino ou plural;
 Deve-se ter ainda maior cuidado em não usar frases do manual.
Exemplo:
1.O primeiro presidente de Moçambique independente foi_______________________________
2. No dia_______ de________ do ano de _______Moçambique tornou-se independente.

Perguntas em que o aluno selecciona a resposta


Perguntas de verdadeiro - falso

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 96
Utiliza-se sempre que se pretende avaliar um volume de conhecimentos a nível elementar, particularmente
a de distinguir conceitos, de identificar a correcção de regras, princípios de definições, de discernir entre
factos e opiniões, de reconhecer causa efeito.

Sugestões para a sua elaboração


 Devem ser afirmações sem ambiguidade e relativamente curtas;
 Evitar afirmações sem conteúdo significativo;
 Em princípio, devem ter apenas uma afirmação, dependendo, em certa medida, da idade dos alunos;
 Deve-se evitar as frases negativas e o uso de duplas negativas. Não deve conter opiniões, a menos que
se indique a fonte;
 Os itens verdadeiros e falsos devem ser em número e tamanhos semelhantes;
 Devem-se evitar termos que proporcionem dúvidas, como “às vezes” em certos casos”, etc.

As vantagens são: permitem incluir um grande leque de conteúdos, demorando pouco tempo a responder,
serem rápidas de corrigir.

As desvantagens são: facilidade de construção aparente; serem das mais propícias a respostas ao acaso
(50% de probabilidade); de modo geral, só avaliarem aprendizagens muito básicas

Exemplo de algumas perguntas de História


1.Das afirmações que se seguem assinale com (v) as frases verdadeiras e com (F) as falsas.
1.A Ásia é o maior continente do mundo V F
2.O monte mais alto do Mundo localiza-se no continente Africano
3.A penetração mercantil europeia no continente africano iniciou no século XV
4.Uma das consequências do tráfico de escravos foi o atraso do continente africano.

Perguntas de associação – estes tipos de perguntas também se designam como perguntas de combinação.
Coloca-se numa coluna uma lista de elementos e noutra coluna outra lista.
Sugestões para a sua construção
 Incluir um número maior de elementos na coluna da direita (respostas) do que na esquerda
(premissas);
 Os elementos da direita devem ser mais curtos do que os da esquerda;
 Os elementos da coluna da directa (respostas) devem ter uma certa ordem, temporal, numérica,
alfabética, etc.
 Tem de aparecer sempre tudo na mesma página;
 Incluir em cada pergunta elementos do mesmo tipo, por exemplo, não misturar na mesma coluna
datas e nomes.

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 97
As vantagens são: num só item, pode-se avaliar um conjunto de aprendizagens relacionadas; muito
indicadas para a História, por permitirem estabelecer relações causais, temporais, espaciais e outras, de
forma muito simples; possibilidade de responder ao acaso ser muito reduzida.

As desvantagens são: não se adequarem a todos os conteúdos; serem necessários elementos homogéneos;
não avaliarem aprendizagens muito complexas; não serem muito fáceis de construir.
Pergunta de escolha múltipla – parte-se de uma pergunta ou enunciado incompleto – o tronco, base ou
matriz – e seguem-se várias respostas alternativas ou hipóteses para completar o enunciado, a que se chama
alternativas, e que devem ser pelo menos quatro.

Sugestão para a sua elaboração:


 O tronco deve colocar a questão de forma clara;
 O tronco deve ser breve, sem informações desnecessárias, embora deva ter o máximo da informação;
como alternativa, só a indispensável;
 Só deve haver uma resposta, uma alternativa correcta ou uma melhor resposta;
 O enunciado do tronco e as alternativas devem ter consistência gramatical;
 Nenhuma das alternativas deve ser implausível ou disparatada;
 São de evitar enunciados negativas;
 Não se devem utilizar alternativas como “ todas são correctas” ou “ nenhuma é correcta”;
 Cada pergunta deve ser uma pergunta autónoma;
 As respostas não devem ser mais extensas do que os distractores, para não fornecerem pistas.

As vantagens são: terem potencialidades para avaliar conhecimentos e mesmo capacidades e diversos
níveis; serem adequados para avaliação formativa e de diagnóstico,
As desvantagens são: serem difíceis de elaborar e requerem muito tempo; ser difícil construir um número
razoável de questões contendo todas o mesmo número de alternativas; embora sejam muito versáteis, não
avaliarem todas as capacidades e, muito menos, todas as competências que a escola deve procurar
desenvolver.

Actividades de auto-avaliação

1. Tendo em conta o clima da sua localidade eos diferentes níveis de


aprendizagem(cognitivos) estudados

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 98
a) Elabore uma AS (Avaliação Sistemática) com três (3) perguntas mencionando os
níveis de aprendizagem(cognitivas)
b) Defina o objectivo de cada pergunta elaborada.

Bibliografia

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FARIAS, P. F. De Moraes. Afrocentrismo: entre Uma Contranarrativa histórica Universalista e o


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dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 100
ANEXOS-Elaboração de objectivos

Na elaboração dos objetivos, sejam gerais, ou específicos, as escolhas adequadas do verbo é de crucial
importância.Ele é o ponto chave para exprimir a intenção de um educador.
Na formulação de objetivos específicos devemos evitar o emprego de verbos que se prestem a muitas
interpretações.
Apresentamos, a seguir, uma lista de verbos para objetivos gerais e específicos, nos domínios: psicomotor,
afetivo, cognitivo e social.

VOCABULÁRIOS ÚTEIS PARA EXPRESSAR OBJETIVO


Acentuar Contar
Adicionar Contribuir Generalizar Rebater
Agrupar Converter Grafar Receber
Analisar Cooperar Grifar Reconhecer
Andar Correr Identificar Recortar
Anotar Costurar Ilustrar Redigir
Aplicar Criticar Indicar Reduzir
Apresentar Declamar Interpretar Registrar
Arbitrar Decompor Interpretar Relacionar
Argumentar Deduzir Inventar Relatar
Armar Definir Juntar Repartir
Arremessar Demonstrar Justificar
Assinalar Descobrir Lançar Reproduzir
Atirar Descrever Ler Resolver
Atribuir Desenhar Listar Responder
Calcular Destacar Localizar Responder
Cantar Determinar Manipular Resumir
Caracterizar Discriminar Marchar Reunir
Circundar Discutir Medir Riscar
Citar Dividir Modelar Saltar
Classificar Dramatizar Montar Saltitar
Colaborar Elaborar Multiplicar Separar
Colar Encenar Narrar Simplificar
Coletar Enlaçar Nomear Sintetizar
Colorir Enumerar Operar Solucionar
Combinar Esboçar Organizar Sublinhar
Comentar Escrever Participar Subtrair
Comparar Especificar Pegar Sumariar
Competir Esquematizar Pintar Tabular
Completar Estabelecer Planejar Tocar
Compor Pontuar Tocar
Compor Executar Preparar Traçar
Comunicar- Pronunciar Traduzir

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 101
Se
Concluir Exemplificar Propor Transformar
Confeccionar Expressar Provar Transformar
Construir Extrair Pular Usar
Construir Falar Racionalizar Verbalizar
Construir Flexionar Reagrupar Verificar

VERBOS QUE PRESTAM A MUITAS INTERPRETAÇÕES.

Abrandar Aproveitar Desfrutar Memorizar


Absorver Capacitar Entender Pensar
Acrescentar Carrear Evidenciar Perceber
Adaptar Compreender Facilitar Praticar bem
Adquirir Conhecer Familiarizar-se Saber
Aperfeiçoar Conscientizar-se Fixar Sociabilizar
Apreciar Cooperar Jogar bem Ter idéia de
Aprender melhor Depreender Melhorar Ter inclinação para
Aprimorar Desenvolver

VERBOS QUE PRESTAM A POUCAS INTERPRETAÇÕES:


Abaixar-Se Definir Ilustrar Puxar
Abrir Deitar-Se Imitar Quadrupedear
Acabar Demonstrar Imitar Qualificar
Acampar Derrubar Impulsionar Questionar
Acompanhar Derrubar Impulsionar Quicar
Adicionar Descrever Inclinar Rastejar
Adicionar Descrever Inclinar Reagrupar
Agachar-se Deslizar Inclinar-se
Agarrar Deslizar Inclinar-se Recitar
Agarrar Deslocar-se Indicar Reconhecer
Agarrar-se Deslocar-se Iniciar Redigir
Ajoelhar Desobrigar- Inspirar Reformular
se
Ajoelhar Diferenciar Integrar Relacionar
Ajudar Dirigir Intercalar Relaxar
Alternar Discutir Interpretar Remar
Analisar Distinguir Investigar Repetir
Anotar Dividir Ir Resolver
Apalpar Dizer Jogar Responder
Aplicar Dobrar Julgar Rever
Apoiar Dramatizar Juntar Revezar
Apontar Driblar Justificar
Apresentar-se Elevar-se Lançar Rolar
Argüir Empregar Lançar-se Sacar
Arquear-se Empurrar Ler Saltar

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 102
Arrastar-se Encestar Liderar Seguir
Arrolar Encolher Listar
Atar Encolher-se Localizar Selecionar
Aumentar Engatar Manipular Separar
Automatizar Engatinhar Marcar Seriar
Autorizar Enumerar Marchar Serpentear
Balançar Equilibrar-se Medir Sintetizar
Bater Escorregar Mergulhar Soletrar
Bloquear Escrever Modificar Solucionar
Boiar Escutar Mover Subdividir
Bola Esgueirar-se Movimentar-se Subir
Cabecear Especificar Mudar Sublinhar
Cair Esquematizar Multiplicar Submeter
Cantar Estender Nadar Subtrair
Chutar Esticar Nivelar Sugerir
Citar Esticar-se Nomear Suportar
Classificar Examinar Numerar Suspender-se
Colar Executar Obedecer Sustentar
Colocar Expirar Observar Tirar
Colorir Explanar Obter Tocar
Combinar Explicar Olhar Tomar
Compara Explorar Ordenar Trabalhar
Compartilhar Expor Organizar Tracionar
Competir Expor Ouvir Traduzir
Completar Expressar Parar Transformar
Compor Falar Passear Transpor
Computar Fazer Pedalar Trazer
Concluir Fechar Percorrer Trepar
Conduzir Uma Flexionar Pesar Unir
Construir Flutuar Pesquisar Unir
Contar Formar Pintar Usar
Contrastar Frear Planejar Usar
Converter Galopar Pôr Utilizar
Correr Ganhar Predizer Utilizar
Cortar Generalizar Prender Valsar
Criar Girar Preparar Valsar
Curvar Golpear Prestar Verificar
Dar Grifar Produzir Ziguezaguear
Defender Guardar Pular
Identificar Puxar

VERBOS ADEQUADOS PARA OBJETIVOS IMEDIATOS QUE TENDEM A


INDICAR DETERMINADOS DOMÍNIOS:

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 103
DOMINIO DOMINIO DOMINIO DOMINIO
PSICOMOTOR COGNITIVO SOCIAL AFETIVO
Automatizar Analisar Aceitar Agir com
Colocar Apontar Ajudar Desempenhar com
Correr Aplicar Aplaudir
Cortar Avaliar Compartilhar Demonstrar
Demonstrar Citar Competir
Deslocar-se Combinar Comunicar-se
Desempenhar Comparar Cooperar
Dramatizar Classificar Contribuir
Driblar Criar Convidar
Equilibrar-se Distinguir Discutir
Explorar Definir Elogiar
Jogar Dizer Escolher
Quicar Explicar Interagir
Realizar Explorar Permitir
Percorrer Enumerar Participar
Saltar Indicar Saudar
Selecionar
Ordenar
Revisar
Identificar
Compor

CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS GERAIS


01. GERAIS - COGNITIVOS:
Administrar Aprimorar Delegar Fazer Recitar
Afirmar Avaliar Demonstrar Formular Resolver
Analisar Calcular Distinguir Identificar Saber
Aprender Compreender Entender Integrar Transferir
Aplicar Constar Enumerar Interpretar
Apreciar Construir Escrever Propor

02. GERAIS - AFETIVOS


Aceitar Cooperar Gostar Oferecer
Acompanhar Demonstrar Manter Participar
Apreciar Elaborar Mostrar Reconhecer
Completar Escutar Obedecer Ter

03. GERAIS - PSICOMOTORES


Coser Desenhar Executar Operar
Criar Escrever Montar Reparar
Demonstrar

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 104
VERBOS ADEQUADOS PARA EXPRIMIR OBJETIVOS GERAIS:
1. DOMÍNIO COGNITIVO:
Analisar Avaliar Construir Identificar Resolver
Aprender Compreender Entender Interpretar Sintetizar
Aplicar Conhecer Formular Propor Transferir

2. DOMINIO AFETIVO:
Aceitar Apreciar Demonstrar Gostar Valorizar
Conscientizar

3. DOMINIO SOCIAL:
Aceitar Cooperar Demonstrar Gostar Participar

4. DOMINIO PSICOMOTOR:
Adquirir Aperfeiçoar Desenvolver Demonstrar

OUTROS VERBOS PRÓPRIOS PARA EXPRIMIR OBJETIVOS GERAIS


Acreditar Colaborar Crer Entender
Adquirir Compreender Desenvolver Julgar
Aperfeiçoar Conhecer Disputar Saber
Aprender melhor Cooperar

CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

01. ESPECÍFICOS – COGNITIVOS:


Aplicar Converter Esboçar Justificar Relacionar
Autorizar Criar Escrever Listar Relatar
Avaliar Criticar Especificar Manipular Reproduzir
Calcular Defender Exemplificar Modificar Resolver
Categorizar Definir Explicar Mostrar Resumir
Citar Demonstrar Expressar-se Obter Reorganizar
Classificar Descrever Generalizar Operar Rever
Combinar Diferenciar Identificar Organizar Selecionar
Compilar Discriminar Ilustrar Preparar Separar
Comparar Distinguir Indicar Prover Se capaz
Compor Dizer Inferir Produzir Subdividir
Concluir Enumerar Interferir Reconstruir Sublimar
Confirmar Enunciar Interpretar Redigir Sumarizar
Contrastar Escolher Inventar Reescrever Utilizar

02. ESPECIFICOS – AFETIVOS


Aderir Dar Felicitar Mostrar Repartir
Ajudar Defender Formar Nomear Replicar
dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 105
Alistar Descrever Generalizar Ordenar Resolver
Alterar Diferenciar Identificar Organizar Responder
Apresentar Discriminar Iniciar Perguntar Rever
Arranjar Discutir Influenciar Praticar Salientar
Assistir Dizer Integrar Preparar Seguir
Atuar Enumerar Justificar Propor Selecionar
Combinar Escolher Ler Qualificar Sintetizar
Comparar Escrever Localizar Realizar Trabalhar
Completar Executar Manter Recitar Usar
Conformar- Estudar Militar Relacionar Verificar
se
Convidar Explicar Modificar Relatar

03. ESPECIFICOS - PSICOMOTORES


Afiar Criar Fixar Martelar Redigir
Aquecer Desligar Furar Misturar Seguir
Calibrar Edificar Juntar Ouvir Segurar
Colocar Emendar Ligar Pesar Serrar
Compor Enroscar Limpar Prender Usar
Consertar Expressar-se Manipular Pintar Utilizar
Construir

VERBOS ADEQUADOS PARA EXPRIMIR OBJETIVOS ESPECIFICOS


COMPORTAMENTAIS E IMEDIATOS
1.Domínio Cognitivo:
Aplicar Confirmar Enumerar Inferir Reescrever
Avaliar Contrastar Enunciar Interpretar Relacionar
Calcular Converter Escrever Inventar Relatar
Categorizar Criar Especificar Justificar Reproduzir
Citar Criticar Exemplificar Listar Resolver
Classificar Defender Explicar Modificar Resumir
Combinar Definir Expressar Organizar Reorganizar
Compilar Descrever Generalizar Preparar Selecionar
Comparar Diferenciar Identificador Produzir Separar
Compor Discriminar Ilustrar Reconstruir Subdividir
concluir Distinguir Indicar Redigir Utilizar

2. Domínio Afetivo:
Assumir Alterar Escolher Manter Organizar
Atuar Conformar-se Formar Modificar Responder
apresentar Defender Reconhecer mostrar Seguir
Demonstrar Prestar atenção Trabalhar

3. Domínio Social:
Aderir Convidar Formar Mostrar Seguir
Ajudar Dar Influenciar Relacionar-se
dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 106
Aplaudir Escolher Integrar Repartir Trabalhar
Assumir Felicitar manter responder
atuar

4.Domínio Psicomotor:
Colocar Executar Juntar Prender Realizar
Demonstrar Fixar Ligar Segurar Usar
efetuar iniciar manipular trabalhar utilizar

VERBOS PRÓPRIOS PARA EXPRIMIR OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Acentuar Converter Esquematizar Medir Relatar


Adicionar Cooperar Estabelecer Modelar Repartir
Analisar Cooperar Executar Montar Reproduzir
Anotar Correr Experiência Multiplicar Resolver
Argumentar Costurar Expressar Narrar Responder
Armar Criticar Extrair Nomear Resumir
Atribuir Declamar Falar Operar Reunir
Calcular Deduzir Flexionar Participar Riscar
Cantar Definir Formular Pegar Saltar
Caracterizar Demonstrar Generalizar Pintar Saltitar
Circular Descrever Grafar Planejar Separar
Citar Desenhar Grifar Pontuar Simplificar
Classificar Destacar Hipótese Preparar Sintetizar
Colaborar Destacar Identificar Pronunciar Solucionar
Colar Determinar Ilustrar Propor Sublinhar
Coletar Discutir Indicar Reagrupar Tabular
Colorir Dividir Inventar Realizar Tocar
Comentar Dramatizar Juntar Rebater Traçar
Comparação Elaborar Justificar Recordar Traduzir
Comparar Encenar Lançar Recordar Transformar
Competir Enumerar Ler Redigir Usar
Completar Esboçar Listar Reduzir Verbalizar
Construir Escrever Localizar Relacionar Verificar
Contribuir Especificar Manipular
Contribuir

OUTROS VERBOS DE AÇÃO:


Abrir Descrever Ir Puxar
Acabar Desenhar Jogar Questionar
Achar Dirigir Juntar Reagrupar
Adicionar Discriminar Justificar Recitar
Ajudar Dividir Ler Reconhecer
Anotar Dizer Liderar Recordar
Apoiar Dizer Listar Repetir
Apontar Empregar Marcar Resolver

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 107
Apontar Empurrar Marchar Reunir
Arguir Envolver Medir Saltar
Arrolar Escolher Medir Seguir
Aumentar Escrever Modificar Selecionar
Bater Escutar Mudar Soletrar
Calcular Especificar Multiplicar Somar
Chutar Esquematizar Nivelar Suar
Colar Estabelecer Nomear Sublinhar
Colocar Etc Observar Submeter
Combinar Evidenciar Obter Subtrair
Compartilhar Examinar Ordenar Suportar
Completar Examinar Parar Tirar
Compor Expor Pesar Tocar
Computar Fazer Pintar Tomar
Construir Fixar Planejar Traduzir
Construir Ganhar Por Transformar
Contar Guardar Preencher Trazer
Criar Ilustrar Preparar
Dar Indicar Prestar
Definir Indicar Produzir
Demonstrar Investigar Provar

VERBOS QUE NÃO DEVEM: ser usados na formulação de objetivos, por não serem verbos
de ação, por conseguinte, impróprios:
Apreciar Eficientemente Perceber
Compreender Entender Saber
Conhecer Familiarizar Ter Inclinações
Conscientizar Interessar Tornar Familiar
Desenvolver Compreensão Levar Trabalhar
Verbos inadequados para objetivos imediatos, por serem muito abrangentes ou vagos:
Adquirir Apreciar Desenvolver Saber
Aprender Conhecer Entender Sociabilizar
Aperfeiçoar Compreender Melhorar Valorizar

dr. João Paulo Pinho, Antologia de Textos de apoio da Didáctica das Ciências Sociais I-12ª + 3-IFPQ Page 108

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