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FICHAMENTO TEXTOS RPL 20/03/22 09:48

TEXTO 1 - Justificação epistêmica -


Fundacionismo e coerentismo (Elnora Gondim)

Trata da análise da questão da verdade justificada.


Justificação epidêmica como validação de uma crença por outra
Justificar: defender algo que se crê

Glitter: a verdade justificada do conhecimento a partir dos fatos (chama de


proposicional)
Platão: trata do conhecimento proposicional, a partis de CONDIÇÕES
CONJUNTAMENTE (crença + verdade + justificação) - DO SE COHECE
AQUILO QUE SE PODE JUSTIFICAR.

O artigo de Godim propõe saber de que forma cada teórico procede para
construir sua teoria em torno co conhecimento.

2 GRUPOS TEÓRICOS

1. INTERNALISMO: estar justificado, são as teorias mais comuns, fala do


conhecimento a partir dos ESTADOS INTERNOS
▪ aspectos: consistência (crenças gerais) e boas razões identificáveis
(pensamento + argumento interno para ele)
▪ fundacionistas e correntistas, por vezes, são considerados internalistas
por admitirem que a justificação é uma relação interna

2. EXTERNALISMO: conhecimento a partir de um processo cognitivo


confiável

Os 2 grupos se desdobram em:


1. FUNDACIONISMO: tipo de justificação em que o conhecimento é
uma estrutura com fundações (crenças básicas) que suportam o todo e
que NAO necessitam de suporte. Neste caso, as crenças base não
repousam em outras crenças. Crenças justificadas mediatamente
fundamentam-se na origem dos “ramos”. O armazenamento de
crenças base sao suficientes para gerar cadeias de justificação que

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terminam em uma crenças qual é justificada indiretamente (não


básicas - principal objeção ao fundacionismo). Ps fundacionistas têm
respondido a isso de modos variados.
1. A justificação para a crença básica ou fundacional não surge de
qualquer maneira, surge pelo fato de alguma razão ser
construída correta ou significativamente.
2. tais crenças são autojustificadas e autoevidentes
3. C. Lewis ou Richard Fumerton, BonJour e Sosa 17: crenças
básicas são justifica- das por meio da apreensão direta ou da
aquisição direta com conteúdo experimental relevante. Existem
três distintos elementos relacionados à crença básica:
1) A experiência sensorial.
2) A crença fundacional (BonJour: afirma pertencer a
alguma característica ou aspecto da experiência sensorial)
3) O apelo para um ato mental de qualquer tipo (ato de
apreensão direta ou aquisição imediata com a experiência
sensorial e suas características). E é este ato mental
posterior esclarece a razão das pessoas pensarem que a
crença é verdadeira. (se esse terceiro elemento não é
estritamente uma crença? Sim: ja ocorreu antes, mas a
compreensão direta e a da crença básica não deveriam ser
estritamente idênticos; a fundação deveria ser mais
específica ou determinada. Não: sem episódio equivalente
ou a experiência com outras características prioritárias
com relação a outro conjunto, então há alguma razão para
exigir justificação epistêmica.
4)
5)


3. COERENTISMO:

PAUSA PARA OUTRAS CONSULTAS:

obra de Platão denominada Theatetus. Sócrates pergunta: o que deveríamos dizer que é o
conhecimento? Theatetus responde que o conhecimento é opinião verdadeira. Sócrates não
fica contente com sua resposta e formula uma objeção para ela. Na réplica, Theatetus

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responde: há uma distinção, Sócrates, a qual eu escutei de outra pessoa, mas esqueci. Ela diz
que opinião verdadeira, combinada com razão, era conhecimento, mas que a opinião a qual
não tinha nenhuma razão estava fora da esfera do conhecimen- to: e que coisas para as quais
não há explicação racional não são conhecimento (Pojman, 2001)2. Sua crença é
insustentável pela evidência e desencadeia um pensamento desejoso. Sua crença é
insustentável porque é adivinhação. Logo, não há conhecimento.

Geitter:

três condições da explicação padrão presentes na teoria do conhecimento


tradicional, definida por K=JTB, crença (B), verdadeira (T) e justificada (J)

há dois tipos de crenças por adivinhação: as crenças obtidas por sorte em relação a
certos fatos relevantes, cuja verdade não era um resultado provável; em segundo
lugar, as crenças obtidas por sorte em relação à evidência do sujeito, cuja verdade
não era um resultado provável. É a J que impede a crença verdadeira de ser
adivinhação, mas não de ser uma adivinhação verdadeira.

crenças (Bs) verdadeiras,

1. Aquelas adquiridas por adivinhação e que cuja verdade não era um fato
provável:

A. as crenças obtidas por sorte em relação a certos fatos relevantes

B. as crenças obtidas por sorte em relação à evidência do sujeito

2. Aquelas que não são adquiridas por adivinhação

(É a J que impede a crença verdadeira de ser adivinhação, mas não de ser uma
adivinhação verdadeira)

Há duas saídas para resolver o problema de Gettier: pela modificação da definição


de conhecimento (i) por adição de uma quarta condição; (ii) por construção de uma
cláusula apropriada na condição de justificação

Dretske (1978) aponta que a análise tripartida permite crenças somente


acidentalmente verdadeiras para serem tidas como conhecimento.

Goldman (2000a [1967]): a justificação de uma crença depende do modo em que


esta foi causada. Se S sabe que p, então a crença de S que p deve ser causada por
uma conjuntura (state of affairs) correspondente a p. A noção de causalidade é
muito vaga. É explicar o obscuro pelo obscuro, porque, por exemplo, como um fato
futuro de que eu vou morrer causa-me conhecimento desse fato?

Goldman (2001 [1980]): a simples confiabilidade não é suficiente e requer, em

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adição, a disponibilidade de um processo anulador confiável.

Mas a justificação (racionalidade) está ligada ao internalismo e o conhecimento está


ligado ao externalismo, conforme estamos pressupondo. Então temos o seguinte
quadro:

(i) separatistas: justificação não tem nada a ver com conhecimento. Assim, podemos
ter no máximo uma teoria da justificação de um lado, e uma teoria do conhecimento,
de outro, sem ligação nenhuma.

Coerentismo: negação de crenças básicas ou fundacionais. Toda crença justificada


está justificada em virtude de suas relações com outras crenças.

Bach, Goldman e Bonjour nomeiam independente e simultaneamente esta distinção


fundamental.

Goldman afirma que alguma teoria tenaz da justificação vai ter rejeitado o
internalismo,

Bonjour afirma que tal teoria tenaz vai ter rejeitado o externalismo (Bach, 1985).

A disputa entre externalismo e internalismo acaba ou inicia com a pergunta: qual a


importância que tem um debate entre as noções de conhecimento (externalismo) e
justificação (internalismo) estarem separadas ou não-separadas para a
epistemologia? A nossa questão é a separação ou não da justificação e do
conhecimento.

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