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JOANA SCHNEIDER
CONTEXTO ESCOLAR
O prédio é grande, antigo e está localizado em uma esquina, onde pude observar
dois Policiais Militares fazendo a segurança. Na minha primeira visita, ouvi alguns alunos
comentando entre si que naquele dia a entrada da escola estava bastante policiada.
Excepcionalmente, havia duas duplas de policiais paradas ao redor da escola, enquanto
geralmente é apenas uma. Então, deduzi que o policiamento é comum nas redondezas,
pelo menos nos horários de entrada dos alunos.
Talvez por ser fim de ano, as paredes estavam tomadas por trabalhos expostos,
realizados em vários projetos e disciplinas. Então, mesmo antes de conhecer
pessoalmente a professora, já pude observar alguns trabalhos de artes, como pequenas
estátuas de figuras humanas produzidas com papel alumínio. Também vi trabalhos
realizados pelo PIBID de Artes da UFRGS.
Depois que a Prof. Andrea chegou, pude conhecer a sala dos professores, que
também é iluminada e agradável. Ela possui vários sofás, armários individuais com chave
para cada professor, geladeira, pia, micro-ondas e uma mesa bem grande no centro, onde
os professores se sentam para tomar café, conversar e lanchar. A Diretora aproveita esse
espaço para passar recados e orientações aos professores.
As salas de aulas são amplas e bem iluminadas, com janelas grandes. Todas têm
ventiladores e algumas, nas quais pega sol direto, têm ar-condicionado. A estrutura é bem
básica, com quadros, classes, cadeiras e algumas prateleiras com materiais (livros
didáticos e revistas empilhadas). Não há projetor nas salas, então, para mostrar imagens,
dar aulas teóricas ou fazer pesquisas com a turma, a professora deve reservar os espaços
específicos que possuem equipamentos (a planilha para reserva fica na sala dos
professores): laboratório de ciências, auditório, biblioteca, sala de vídeo, sala de
informática.
Não tive acesso ao projeto pedagógico e ao currículo, pois a professora não pode me
disponibilizar e, em função do período conturbado de fim de ano, não tive contato direto
com a supervisão e a vice direção da escola.
AULAS DE ARTES
Como meu estágio foi realizado no fim de novembro, a professora já não estava
aplicando conteúdo novo, apenas revisando as 3 avaliações do 3º trimestre para que os
alunos pudessem recuperar as notas. A oportunidade de fazer ou refazer os trabalhos é
chamada de “Estudos de recuperação”. Importante salientar que, na sala dos professores,
a Diretora frisou a importância destas recuperações, visto que um alto número de alunos
corria o risco de reprovação. Além disso, em função do pouco tempo disponível, realizei
todas as observações em duas tardes, então estive em diversas turmas diferentes:
A professora chega na sala e cumprimenta os alunos. A primeira coisa que ela faz
é deixar os materiais em sua mesa (pastas com papéis e potes de sorvete cheios de lápis e
giz de cera). Após, para rememorar as avaliações realizadas do trimestre, ela listou todas
elas no quadro. Então, chamou a atenção dos alunos para recapitular as avaliações do 3º
trimestre e explicar como funcionaria a semana de estudos para recuperação das notas
dos trimestres anteriores. Além disso, ela explicou para os alunos como eles poderiam
consultar as suas notas no sistema chamado Classroom.
Sextos
Sétimos
Oitavos:
Nonos:
DOCENTE
Visto que não pude observar nenhuma aula completa, para ter uma ideia do modo
de ensinar da professora, aproveitando o período em que os alunos estavam realizando as
atividades, pude conversar com ela sobre as proposições, materiais, recursos didáticos e
imagens utilizadas nas aulas. Ela explicou que as práticas em sala são realizadas a partir
dos conteúdos pesquisados pelos alunos (geralmente em seus próprios celulares) ou
abordados por ela em aulas expositivas (Power Point sobre os assuntos, com imagens,
apresentados em dias específicos, em salas com projetor, que são reservadas
antecipadamente. Ela não mencionou o uso de imagens impressas nas aulas.
Ela comenta que, nas suas apresentações, faz uma contextualização do tema,
relacionando obras da história da arte com os momentos históricos em que foram criadas,
além de apresentar obras e artistas atuais. Depois disso, propõe atividades práticas a partir
dos temas abordados. A “Selfie Expressiva”, por exemplo, é uma prática pensada a partir
dos estudos sobre o Expressionismo, em que os alunos, utilizando uma fotografia no
celular, fazem seus autorretratos em papel manteiga. Para fomentar a atividade de
modelagem em papel alumínio, a professora apresentou um Power Point sobre escultura.
A atividade prática “Azulejos Monocromáticos” foi proposta a partir de estudos sobre os
azulejos portugueses e as cores monocromáticas.
Por fim, ela me explicou como faz o controle e os registros das notas. Primeiro,
ela cria uma tabela para cada turma no seu caderno, contendo os nomes dos alunos e todas
as atividades avaliativas realizadas (no mínimo 3 por trimestre). Depois, junto com as
chamadas, ela lança todas as notas na plataforma RS Escola.
ALUNOS
Como transitei por várias turmas nos dois dias de observação e não acompanhei
nenhuma aula completa, não pude me familiarizar com os alunos e formar uma opinião
mais concreta sobre as suas posturas em aula.
De modo geral, apesar de estarem com o período livre, achei os alunos bastante
próximos e respeitosos entre sim e para com a professora (conversavam, sempre pediam
para ir no banheiro ou ir encher as garrafinhas), evidenciando que a escola possibilita,
dentro de certos limites, as relações de confiança. Apenas as turmas de sexto ano se
mostraram mais agitadas e exigiram uma postura mais enfática da professora, que em
alguns momentos inclusive precisou chamar a atenção em relação a xingamentos e
palavrões, o que não ocorreu em mais nenhuma turma.
REFLEXÕES PESSOAIS
Como minha observação foi realizada em dias atípicos, infelizmente não pude
acompanhar uma aula expositiva/prática completa nem mesmo os debates acerca dos
temas e obras abordadas. Contudo, pude observar a dinâmica das avaliações, das
recuperações de notas e do funcionamento da escola no fim do ano. Além disso, tive
acesso a algumas proposições trazidas pela professora e vi alguns dos trabalhos práticos
desenvolvidos pelos alunos.
Acredito que ter uma sala específica para artes, com projetor, mesas grandes, mais
materiais e a possibilidade de pendurar imagens impressas nas paredes já ampliaria as
possibilidades de atuação no cenário observado.
Deixo abaixo alguns registros dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos a partir
de proposições da professora Andrea: