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Copyright © Anne Santine

Todos os direitos reservados.

Diagramação│ Simone Schneider


Revisão │ Margareth Antequera Capa │Jaqueline Summer -
Designer Editorial
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra de qualquer formar ou
quaisquer meios eletrônicos, mecânicos e processo xenográfico, sem a
permissão da autora. (Lei 9.610/98)
Essa é uma obra de ficção. Os nomes, personagens, lugares e
acontecimentos descritos na obra são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nome e acontecimentos reais é mera
coincidência.
Elizabeth Collins tem vinte e três anos e trabalha como
administradora júnior. Aos vinte anos de idade, o destino lhe tirou
seus pais em um trágico acidente automobilístico. Filha única, a
garota precisou reunir todas as suas forças para seguir em frente.
Esse fato a tornou uma mulher corajosa, decidida e independente.
Quando tudo estava indo bem, outro acontecimento abalou o seu
emocional. Mas, desta vez, ela contará com a ajuda da sua melhor
amiga, Melissa Parker. Em meio a todo esse caos, ela descobrirá
que o verdadeiro amor pode surgir de onde menos se espera.
Benjamin Parker é pai solteiro de trinta e quatro anos. Desde
muito jovem, teve que assumir os negócios da família, o que faz
com maestria. Bruto por natureza, possui personalidade forte e
adora estar no controle da situação. Seu temperamento rude é
compensado pelo seu corpo escultural que exala sexualidade. A sua
habilidade em satisfazer uma mulher na cama não passa
despercebida. Após uma traição, o cowboy nada convencional,
resolveu fugir de relacionamentos duradouros.
Será que uma jovem bela e petulante, poderá quebrar suas
barreiras?
Isso é o que descobriremos neste romance repleto de desejo,
paixão e recomeços.
“Tudo o que a mente humana pode conceber, ela pode conquistar”.
Napoleon Hill
NOVA YORK - TRÊS MESES ANTES
Era início de inverno e a temperatura começava a cair. diferente de
muitos nova-iorquinos, eu amava aquela época do ano. Adorava
patinar no gelo e sentir os pequenos flocos de neve caindo sobre o
meu rosto.
Antes de finalizar mais um dia de trabalho, fui até à janela do
meu escritório e fiquei observando o que acontecia alguns andares
abaixo: pessoas bem agasalhadas andavam pelas calçadas
tentando se protegerem da chuva; as plantas já “desnudas”
preparavam-se para enfrentar as baixas temperaturas; o branco e o
cinza eram as cores predominantes da estação, o que deixava a
cidade de Nova York ainda mais fascinante.
Resolvi convidar minha amiga Melissa para tomarmos um
café e colocarmos o papo em dia. Ao chegarmos ao
estabelecimento, sentamo-nos em uma mesa mais afastada,
pedimos dois expressos e uns deliciosos donuts. Os meus
pensamentos estavam longe, quando a ouvi me perguntar algo.
— Amiga, você está bem? Aconteceu alguma coisa?
— O que disse?
— Perguntei se você está bem.
— Sim! Eu só estava lembrando que hoje faz dois anos que o
Thomas e eu começamos a namorar. Seria legal fazermos algo
juntos para comemorarmos essa data especial. Talvez um jantar
romântico, um bom vinho e uma ardente noite de sexo. O que você
acha?
— Eu acho que você vai acordar com uma baita ressaca!
Mas não se preocupe, amanhã será sábado, portanto, esta noite
você poderá extravasar! A propósito, hoje o Thomas foi embora um
pouco mais cedo. Aposto que ele deve ter ido comprar um lindo
presente para você.
— Duvido, amiga! Ele não é muito bom com datas
comemorativas, mal lembra do próprio aniversário. Deve ter ido se
encontrar com algum cliente. Ele está tentando fechar alguns
contratos nesta semana.
Apesar do que digo, o meu namorado anda muito estranho.
Parece que está me evitando, sempre dando desculpas para não
nos encontrarmos. Se eu o chamar para jantarmos fora, ele vai dizer
que está cansado ou que é melhor deixarmos para outro dia. Por
isso, nem vou me dar ao trabalho de ligar perguntando se ele quer
sair.
— Hoje à noite, vou até o seu apartamento e lhe farei uma
surpresa. Ainda bem que eu tenho uma chave reserva! Levarei o
jantar do seu restaurante preferido e uma garrafa de Cabernet
Sauvignon, das poucas que me restam da coleção do meu pai.
Espero que valha a pena todo esse sacrifício!
— Amiga, você já pensou em tudo! Só não se esqueça de
colocar uma lingerie e um vestido bem sexy. A ocasião pede algo
provocativo.
— Deixa comigo! Já tenho algo em mente. Espero que ele
goste da surpresa, porque estamos precisando apimentar o nosso
relacionamento.
— Lizzy, você, mais do que ninguém, sabe que eu não vou
com a cara do “Senhor Engomadinho”. Você merece coisa melhor,
mas eu torço por sua felicidade.
— Você não acha que implica demais com o meu namorado?
— Não, amiga. Você ainda vai encontrar o homem da sua
vida e perceberá que ele não se parece em nada com o Thomas.
Quando o conhecer, você vai sentir borboletas no estômago, o seu
coração vai acelerar, suas pernas vão fraquejar... E eu tenho certeza
de que o “Senhor Engomadinho” não te deixa assim.
— Chega, Melissa! Até parece que você entende de amor.
— E quem disse que eu não entendo?
— Não é você quem diz que os homens só servem para
diversão?
— Sim, sou eu. Já sofri muito por amor e não quero passar
por isso de novo, tá legal?
— Okay! Agora, tenho que ir me preparar para a grande
noite.
— Tchau! Amanhã quero saber todos os detalhes.
Cheguei a casa por volta das dezoito horas, tomei um
delicioso e revigorante banho de banheira, lavei os meus cabelos e
coloquei a depilação em dia. Minha “perseguida” estava pronta para
ser chupada pelo meu homem!
Fui até o closet e escolhi um conjunto de lingerie preta
rendada. A parte de cima era um tomara que caia, com bojo, o que
realçava os meus seios pequenos. A parte de baixo, um fio dental
minúsculo, destacava meu bumbum firme e redondo.
Escolhi um lindo e sexy vestido vermelho, com uma fenda
lateral que deixava minhas coxas torneadas à mostra. Para
completar o look, uma sandália de salto quinze na cor nude. Deixei
os meus cabelos soltos, fiz uma maquiagem leve e finalizei com um
batom matte vermelho.
Olhei-me no espelho e gostei do que vi. Estava pronta para o
ataque!
Liguei para o restaurante e fiz o pedido do jantar, o qual fiquei
de retirar no estabelecimento. Trinta minutos depois, eu estava
pagando a conta e me dirigindo ao apartamento do meu namorado.
Quando cheguei ao condomínio, o porteiro não me anunciou,
pois éramos conhecidos de longa data. Ele falou que o Thomas
estava em casa, então resolvi chegar o mais silenciosamente
possível. Provavelmente, ele estaria no banho e não perceberia a
minha chegada. Ao entrar no apartamento, não o vi de imediato,
como imaginei.
Fui até a cozinha pegar pratos, taças e talheres. Foi neste
instante que ouvi um barulho estranho vindo do seu quarto.
— Gemidos? — Aproximei-me e vi a porta entreaberta.
O que presenciei me deixou boquiaberta: o desgraçado
estava de joelhos na cama, fodendo uma mulher de cabelos escuros
e longos.
Espere aí, eu conheço esse cabelo! É a cachorra da
Samantha?!
Entrei abruptamente no quarto e vociferei:
— Que pouca vergonha é essa?
O cafajeste ficou tão atordoado com a minha presença, que
ficou mais pálido do que o de costume. O cretino pegou um
travesseiro e cobriu as partes baixas do seu corpo. Como se eu
nunca o tivesse visto pelado! Já a sua amante, cobriu-se com um
lençol e se trancou no banheiro.
A vadia não foi mulher o suficiente para me olhar nos olhos.
Saí do quarto cega de ódio. Thomas segurou forte em meu braço, e
disse:
— Eu posso explicar, amor. Foi só um deslize. Ela não
significa nada para mim, isso não vai mais acontecer. — Olhei nos
seus olhos e gritei:
— Não vai mesmo! Agora me solte, seu escroto! — Puxei
meu braço com força, desvencilhando-me do canalha traidor. —
Nunca mais toque em mim. Tenho nojo de você!
Eu estava com tanta raiva que mal conseguia raciocinar.
Senti o meu peito apertar, mas não podia fraquejar em sua
presença. Peguei a minha bolsa, as sacolas com o jantar e saí
daquele ambiente o mais rápido que eu pude. Assim que entrei no
carro, deixei que lágrimas quentes e silenciosas escorressem por
minha face.
Depois de um longo tempo rodando pelas ruas de Nova York,
cheguei ao meu apartamento desolada. Eu nunca me senti tão
humilhada.
Já não tendo mais lágrimas para derramar, peguei a garrafa
de vinho que havia levado para “a noite especial” e me servi uma
taça, depois outra, e outra quando percebi, já havia esvaziado toda
a garrafa.
Não suportando ver todas aquelas nossas fotos dispostas
sobre o aparador, levantei-me do sofá e com um só golpe, joguei-as
ao chão, sem nenhum remorso ou arrependimento.
No dia seguinte, acordei com uma tremenda dor de cabeça.
Meu telefone não parava de tocar, e acabei atendendo sem nem
olhar quem era.
— Oi — falei baixinho.
— Onde você está, Lizzy? Já te liguei um milhão de vezes e
você não atende. Imagino que a noite com o Thomas tenha sido
maravilhosa, porque você está com uma voz de quem acabou de
acordar. Nunca mais me deixe ansiosa desse jeito! Você sabe como
eu sou preocupada, já roí todas as minhas unhas.
— Estou em casa. Você vai ficar pasma com o que vou lhe
contar. Fui fazer uma surpresa para ele e quem se surpreendeu fui
eu.
— Como assim, amiga? Ele te pediu em casamento?!
— Claro que não, Melissa! Peguei o maldito transando com a
vadia da Samantha.
— O quê? Eu não estou acreditando nisso!
— Muito menos eu. O pior é ter que vê-los todos os dias na
empresa. Acho que não suportarei tal infortúnio.
— E como você está?
— Estou me sentindo um lixo, mas vou ficar bem.
— Aguente firme, amiga, logo chegarei aí. Não posso
abandoná-la neste momento tão difícil.
— Não! Preciso ficar sozinha.
— Tudo bem. Mas se precisar de um ombro amigo, não
hesite em me ligar. Amigas são para essas coisas.
— Tchau, Melissa — falei sem muito entusiasmo.
Não sei como, mas eu vou superar tudo isso!
TEXAS - DIAS ATUAIS
O dia na fazenda começou cedo. Acordei por volta das cinco da
manhã, fiz minha higiene matinal, e me vesti como um típico homem
do campo. Coloquei um jeans surrado, uma camisa quadriculada
azul, botas de cowboy e o meu inseparável chapéu Stetson.
Dirigi-me ao estábulo, onde o meu cavalo Zeus me esperava
ansioso para o nosso passeio diário.
— Bom dia, campeão! — falei alisando a sua crina. Ele
relinchou demonstrando o quanto estava feliz em me ver. Este
momento era só nosso.
Ouvi passos vindo em minha direção. Eu nem precisava olhar
para saber quem era. Assim como eu, o meu capataz, Sebastian,
acorda cedo todas as manhãs e sai para passear com a Estrela.
O mais curioso é que ele faz questão de cuidar pessoalmente
do animal, desde que a Melissa foi embora para Nova York.
Eu não consigo entender o que aconteceu entre a Melissa e o
Sebastian. Quando crianças, eram inseparáveis. Na adolescência,
não se suportavam. E depois de adultos, não podem se ver, que
brigam feito gato e rato.
— Bom dia, patrão!
— Bom dia, Sebastian.
Depois dos meus passeios matinais, volto para casa e, tomo
um café da manhã reforçado antes de começar mais um dia de
trabalho. Tem sido assim, desde que eu tive que assumir a
administração da fazenda.
A nossa cozinheira e governanta, Bertha, entra na cozinha e
me avisa que tenho uma ligação da minha irmã Melissa.
— Oi.
— Oi, querido irmão!
— Diga logo o que quer, Melissa! Quando você fala assim
toda melosa, eu sei que vai me pedir alguma coisa. Desembucha
logo!
— Calma, irmãozinho. É que eu tenho uma amiga que está
passando por maus bocados e ofereci a fazenda para ela passar
uns dias. Espero que você não se importe. E por favor, seja gentil!
— O quê?! Você ficou maluca? Isso não é uma boa ideia,
Melissa! Você sabe que sou um homem muito ocupado. Não tenho
tempo e tampouco paciência para desperdiçar com a sua
convidada. E por que você não vem com ela?
— Eu não posso ir, Benjamin! Já tirei férias este ano,
esqueceu? Eu lhe garanto que a Lizzy não vai atrapalhar a sua
rotina. Ela tem um temperamento difícil, mas é só não mexer com a
fera que ficará tudo bem.
— Argh! Que seja, então! Mas fale para ela ficar longe de
mim.
— Okay. Você não tem com o que se preocupar.
— Preciso desligar, Melissa. O meu café está esfriando. Além
do mais, daqui a pouco a sua sobrinha acorda e não me dará mais
sossego. Você sabe como ela é. Não sei de onde a danada tira
tanta energia e, para completar, a escola está de recesso. Maldita a
hora em que a babá pediu demissão! Já pensei em contratar outra,
mas a Bertha disse que dá conta de cuidar da Bia e das panelas.
— Não tenho dúvidas quanto a isso. A Bertha sempre dá um
jeito!
— Só mais uma coisa, irmãzinha. Quando a sua amiguinha
chega ao Texas?
— Sexta-feira à noite.
— Mas já?! Não vai dar nem tempo de eu me preparar para
receber “essazinha” aí.
— Relaxa, Ben! Você nem vai perceber a presença da garota.
— Tudo bem, já que eu não tenho escolhas.
— Até mais, irmãozinho. E não se esqueça que eu te amo.
Dê um beijo na Bia por mim.
Era só o que me faltava! Vou ter que aturar uma das
“amiguinhas” da Melissa dentro da minha própria casa!
NOVA YORK - DIAS ATUAIS
Desde o fim do meu relacionamento com o Thomas, a minha vida
está um verdadeiro caos, tudo virou de ponta-cabeça. Eu não sabia
quão difícil era superar uma traição. E o pior de tudo, é que isso
acabou refletindo em todas as áreas da minha vida. Ele não teve
sequer a decência de terminar comigo, antes de sair comendo a
primeira boceta que viu pela frente! Cretino, filho de uma puta!
O Thomas fodeu com a minha autoestima e com a minha
capacidade de confiar nas pessoas, principalmente nas do sexo
masculino.
Como ele teve a coragem de me apunhalar pelas costas
dessa maneira? E ainda por cima, com uma pessoa do nosso
convívio social? Pois os “pombinhos” são advogados na empresa
em que eu trabalho como administradora junior.
Por que não prestei atenção aos indícios? Eles estavam
sempre juntos! Além do mais, o Thomas sempre tinha uma desculpa
esfarrapada para não estar comigo, não atendia às minhas ligações
e nem respondia às minhas mensagens. Eu fui uma tola!
Não descarto a possibilidade de que eu estava sendo
enganada desde que a cachorra se juntou à nossa equipe de
trabalho, há cerca de um ano.
Está insuportável vê-los desfilando para cima e para baixo,
na maior cara de pau. Todas às vezes que passam por mim, a
cadela faz questão de agarrá-lo, como se ele fosse o último colete
salva-vidas.
Ele fica meio constrangido, mas nada faz para impedi-la. A
vontade que eu tenho é de esganá-los com as minhas próprias
mãos. Porém, vou sacudir a poeira, retomar o controle da minha
vida e dar a volta por cima.
À noite, enquanto eu preparava o jantar, meu telefone
começou a tocar insistentemente. Não me surpreendi quando vi que
era a Melissa. Fora os meus pais, quando em vida, ela é a pessoa
que mais se preocupa comigo.
Eu tento demonstrar que está tudo bem, mas ela não é tola a
esse ponto. Às vezes, chego a pensar que a minha amiga me
conhece melhor do que eu mesma.
— Oi, Lizzy!
— Oi, Melissa.
— Hoje à noite será inaugurada uma casa noturna na décima
avenida. Você vem comigo! Não aceito não como resposta.
— Melissa, você sabe que eu não estou com ânimo para sair.
— Elizabeth Collins, eu não aguento mais te ver assim! Você
precisa reagir. Não dá para ficar remoendo o passado. Olhe-se no
espelho! Você está com olheiras horríveis, emagreceu e o seu
cabelo está uma palha. Eu sou a sua melhor amiga e não posso
permitir que isso continue.
Tudo bem se não quiser ir à festa. Eu entendo. Mas amanhã
teremos um dia de garotas. Já marquei um horário no SPA e no
salão de beleza. Passo para lhe pegar às nove da manhã.
— Talvez não seja uma má ideia.
— Claro que não é. Você precisa voltar a ser a Lizzy que eu
conhecia: linda, sorridente e alto astral. A partir de amanhã, você
terá uma nova versão de você mesma. Iniciará um novo ciclo em
sua vida. Combinado?
— Combinado!
— É isso aí! Você não sabe o quanto eu estou feliz em ouvir
isso. Ah, contratei uma faxineira para dar uma organizada nessa
zona que você chama de casa.
— Obrigada! Eu não sei o que seria de mim sem você.
— O que você precisa mesmo, é de umas boas férias. Por
isso, estou disponibilizando a minha casa no Texas. Você poderá
ficar o tempo que for necessário. Tomei a liberdade de comprar as
suas passagens. Você embarcará na próxima sexta-feira.
— Melissa! Como você fez tudo isso sem me consultar?
Quem te disse que eu quero tirar férias? Eu nunca fui ao Texas!
Além do mais, não conheço ninguém por lá. O que diabos eu vou
fazer em uma fazenda?
— Não se apavore, mulher! Austin é uma cidade maravilhosa,
e a fazenda é simplesmente linda. Você nem vai querer retornar a
Nova York. A propósito, a minha sobrinha está louca para te
conhecer.
Certamente, só estarão em casa o Benjamin e a pequena
Bia. O meu outro irmão, Noah, mora em Houston. Ele mal aparece
na fazenda.
Antes de tudo, você precisa saber algumas coisas sobre o
Benjamin. Ele é um pouco mal-humorado, gosta de ter o controle da
situação e não costuma repetir mulheres.
Conviver com o meu irmão pode ser um tanto difícil, mas no
fundo, ele é um cara legal.
Então ele é solteiro! — pensei comigo mesma. — E a mãe da
garota? — perguntei curiosa.
— É uma vadia. Abandonou a filha, ainda bebê, e foi embora
com um milionário. Desde então, o Benjamin não teve nenhum
relacionamento sério, trancou-se para o amor.
Nossa! Que mulher sem escrúpulos...
— Melissa, não sei se devo ir. Provavelmente, o seu irmão e
eu teremos grandes problemas. Você sabe que não escuto desaforo
e fico calada. Além do mais, pelo que você falou, ele não passa de
um arrogante comedor de boceta. Espero que aquele depravado
nem chegue perto de mim, ou vai se ver comigo. — Ela riu tanto do
meu comentário, que acabou se engasgando com a própria saliva.
— Lizzy, veja a ida ao Texas como um presente de
aniversário antecipado. Você bem sabe que não se recusa
presentes. Não faria essa desfeita comigo, faria?
— Claro que não, sua tonta! Estou precisando ficar longe por
um tempo. O ar puro do campo irá me fazer bem.
— Estou tão feliz que tenha aceitado! Você não vai se
arrepender. Eu prometo. Até amanhã. Beijos!
— Boa noite, sua louca!
No dia seguinte, acordei cedo, tomei café da manhã e saí
para correr no Central Park. Para iniciar uma nova etapa em minha
vida, nada melhor do que voltar a me exercitar. Após uma hora de
atividade intensa, cheguei a casa exausta, porém revigorada.
Por volta das nove horas da manhã, a campainha tocou.
Peguei a bolsa e fui atender a porta. Para minha surpresa, não era a
Melissa, e sim o traste do Thomas.
— O que faz aqui? — bradei, sem acreditar na cara de pau
do cretino.
— Precisamos conversar, meu amor.
— Amor um cacete! Se você tem amor às suas bolas, suma
da minha frente.
— Estou morrendo de saudade, Lizzy. Por favor, perdoe-me.
Sei que errei feio com você. Não há um dia que eu não me
arrependa do que fiz. Volte para mim! Eu juro que nunca mais
olharei para outra mulher.
— Vá embora! E não apareça mais aqui. Só me dirija a
palavra para assuntos de cunho profissional.
— É isso mesmo que você quer?
— É sim. Estou tentando seguir em frente. Por favor, não me
procure mais.
— Tudo bem. Mas eu não vou desistir de você tão fácil.
Quando a raiva passar, perceberá o erro que está cometendo e
voltará para mim.
Bati a porta na cara do cretino. Eu não aguentava mais ouvir
tanta baboseira.
Pouco tempo depois, a campainha tocou de novo. Uma
Melissa indignada invadiu a minha sala de estar.
— O que aquele descarado queria?!
— Adivinha! Veio me pedir perdão.
— Que cara de pau!
— Esqueça aquele estrupício. Vamos logo para o nosso dia
de garotas. Não vejo a hora de dar um tapa no meu visual.

[...]

Tivemos um dia maravilhoso. No SPA, fizemos uma sessão


de sauna, banho de imersão e recebemos massagem relaxante.
Após o tratamento VIP, pegamos o elevador e seguimos para a
praça de alimentação. Optamos por um restaurante árabe. Na
primeira mordida, gemi ao sentir uma explosão de sabores invadir
as minhas papilas gustativas. A comida era simplesmente divina!
Depois do almoço, seguimos para o salão de beleza. Fiz um
corte na altura dos ombros, o que me deixou com um aspecto mais
moderno, elegante e sensual. Para finalizar, uma hidratação
profunda e uma escova modelada.
Ao conferir o resultado no espelho, surpreendi-me. Foi
inevitável não chorar, mas desta vez eram lágrimas de felicidade.
— Uau! Como você está linda! — falou Melissa, empolgada.
— Obrigada, amiga! Eu não sei o que seria de mim sem você
— falei, dando-lhe um abraço apertado.
Após a transformação do visual, o próximo passo será
conhecer um homem que aprecie um bom sexo selvagem, assim
como eu. Só de pensar, já sobe um calor desgraçado nas partes
baixas do meu corpo. Não sei de onde eu tiro tanto fogo. O traste do
Thomas não dava conta do recado. Era bonito e charmoso, mas
deixava algo a desejar.
Desde que descobri a traição daquele crápula, não sei o que
é sexo. Preciso sair à caça. Espero que o próximo cara tenha tanto
fogo quanto eu.
Talvez esse tipo de homem só exista nos livros de romance
erótico. Fortes, brutos e que fodem pra cacete. Até agora não
encontrei um desses. Espero encontrar em breve. E claro, vou fazer
bom proveito.
Foi uma boa ideia aceitar a proposta da Melissa. Umas férias
vão me fazer bem. Aproveitarei esse tempo para dar uma
desacelerada na minha vida, traçar novas metas e ver o que eu
quero para o futuro.
Embarco nessa nova aventura na próxima sexta-feira. Falta
menos de uma semana. Preciso comprar roupas e lingeries novas.
Não posso esquecer dos meus romances hot e do meu vibrador
clitoriano.
Eu espero encontrar muitos cowboys gostosos por lá. Não
vejo a hora de usar aqueles corpos musculosos, graças ao trabalho
braçal que requer uma fazenda.
Aguarde-me, Texas, a devassa está chegando!
A sexta-feira chegou num piscar de olhos. Quase perdi meu voo
para o Texas. Além de ter dormido demais, peguei um
engarrafamento horrível. Minha sorte é que eu tinha feito check-in
on-line. Isso facilitou muito minha vida. Ao chegar ao aeroporto,
despachei minha bagagem e corri para o avião.
Ao me sentar na poltrona, suspirei aliviada por ter dado
tempo de embarcar. Uma descarga de ansiedade me tomou; tentei
ler, dormir, comer, mas nada aplacava a minha inquietude, meu
nervosismo.
Quatro horas depois, eu estava no salão de desembarque do
Aeroporto Internacional de Austin. Logo avistei um belo cowboy
segurando um cartaz com o meu nome. O desconhecido tinha a
pele clara, cabelos loiros e olhos azuis. O seu corpo era tonificado,
definido e musculoso na medida certa. Ele era um colírio para os
olhos.
Aproximei-me um pouco mais e falei:
— Olá! Eu sou a Elizabeth Collins, amiga da Melissa Parker.
Você é o irmão dela?
— Não, senhorita. Eu sou o Sebastian Walker. Trabalho para
o Benjamin. Ele pediu para eu vir buscá-la. Podemos ir?
— Claro, cowboy! — falei, dando aquela conferida em seu
corpo viril.
O percurso até a fazenda foi feito em completo silêncio. À
primeira vista, o Sebastian não era muito de falar. Confesso que
nem me importei com isso. Admirar aqueles bíceps enormes, já era
o bastante para prender minha atenção pelo resto da viagem.
Para não ficar na cara que eu o observava, comentei:
— Nossa, que noite linda! — O cowboy apenas esboçou um
meio sorriso.
Que homem sério! Será que todos os cowboys do Texas são
fechados assim? Espero que não.
Após um bom tempo rodando pela rodovia principal,
pegamos uma estradinha de terra, que apesar de não ser asfaltada,
era ampla e bem conservada. Um cheirinho de terra e mato
molhado invadiu as minhas narinas. Eu nem havia chegado ao meu
destino, e o meu coração saltitava dentro do peito.
Tínhamos andado por mais dois a três quilômetros, quando
paramos em frente a um majestoso portão de ferro fundido, o qual
foi aberto após o Sebastian se identificar pela portaria eletrônica. Os
meus olhos brilharam ao virem aquela belíssima construção a
alguns metros de distância.
O cowboy estacionou o veículo em frente à casa. O imóvel
era composto por dois pavimentos, com paredes brancas e grandes
janelas de vidro, que combinavam perfeitamente com o tom azulado
do seu telhado esmaltado. Por toda a sua extensão frontal havia
uma espaçosa varanda, onde se destacavam belas poltronas
acolchoadas, trabalhadas em uma madeira de tom claro. Senti uma
imensa vontade de sentar-me ali e apreciar aquela noite fria e
estrelada.
Um gramado bem cuidado compunha o cenário. Sem sombra
de dúvidas, eu estava diante da casa dos meus sonhos. Era
simplesmente perfeita!
— Chegamos, senhorita Collins. Tenha cuidado onde pisa, há
algumas poças de água devido à chuva de hoje à tarde.
— Ah, obrigada por avisar! — falei com um sorriso no rosto.
O lugar era mais lindo do que eu podia imaginar. Sebastian
pegou as minhas malas no banco de trás do carro e começou a
andar em direção à casa. Eu o segui, dando mais uma conferida
naquele deus grego.
O cowboy girou a maçaneta e a porta se abriu. Ele colocou a
minha bagagem no chão da sala e saiu pela mesma porta que tinha
entrado. Fiquei parada em uma magnífica sala de estar, esperando
que alguém viesse me recepcionar.
Ao contrário do que imaginei, o interior do imóvel não era
rústico, nem cheio de madeira aparente, como as casas de fazenda
costumam ser. Era contemporâneo, sofisticado e muito acolhedor.
Tudo parecia ter saído de uma capa de revista. Havia uma
verdadeira sintonia entre a disposição dos móveis, a escolha dos
artigos de decoração e até na paleta de cores utilizada. Fiquei
extasiada com tanto bom gosto e elegância.
Quando a porta foi aberta, virei-me para ver quem era a dita cuja
que iria me azucrinar pelos próximos dias. Confesso que se eu não
estivesse sentado, teria ido ao chão, ao me deparar com a bela
mulher parada em minha sala de estar. Eu nem acredito que relutei
com a sua estadia em minha casa. Mudei de opinião assim que a vi.
O seu cabelo era loiro, ondulado e na altura dos ombros.
Essa combinação a deixava extremamente sexy. Ela tinha olhos
castanhos, boca carnuda, nariz arrebitado e sobrancelhas bem
desenhadas.
Vaguei os meus olhos por todo o seu corpo. Ela usava um
vestido preto, justo e curto, deixando o belo par de coxas à mostra.
Seus seios pequenos deveriam caber perfeitamente em minha boca
gulosa.
O seu bumbum empinado e redondo prendeu o meu olhar
luxuriante. Meu pau começou a ganhar volume dentro das calças. A
minha vontade era de rasgar sua roupa com um só puxão e fodê-la
ali mesmo.
Sem sombra de dúvidas, a mulher mais fascinante que eu já
tinha visto. Nós nos olhamos por alguns segundos que,
estranhamente, pareceram horas. Era como se eu estivesse
hipnotizado, não conseguia parar de admirá-la.
Um puxão em minha camiseta me fez sair do transe. Eu já
sabia o que a minha filha queria. Ela sempre faz isso quando quer
me perguntar algo em segredo. Abaixei-me para ouvir o que ela
tinha a dizer.
— Papai, essa é a amiga da titia Melissa? — perguntou em
um cochicho.
— É sim, filha — respondi no mesmo tom.
— Como você se chama? — indagou Bia, ao se aproximar da
nossa hóspede.
— O meu nome é Elizabeth. Mas pode me chamar de Lizzy.
— Quando a amiga da minha irmã abriu a boca, quase tive uma
síncope. A sua voz era doce e sensual.
— E qual é o seu nome, bonequinha? — indagou Lizzy.
— Me chamo Bia e tenho cinco aninhos. Você é tão bonita!
Quando eu crescer quero ser igual a você. Vou ter um montão de
namorados!
— Você também é linda! — respondeu à loira, com um
sorriso no rosto.
A Bia deu a maior gargalhada. A danada adora ser
paparicada. Não sei a quem puxou! A mim é que não foi.
— Você vai ser a princesa do papai e a minha mamãe? — A
Bia continuou a indagar.
— Não, querida! Mas tenho certeza de que você ainda terá
uma mamãe muito legal.
— Eu pedi a papai do céu que me mandasse uma mamãe.
Pensei que ele tinha enviado você.
O que diacho deu na minha filha? Ela nunca me falou do
desejo de ter uma mãe. Ela teria uma, se a pessoa que deveria
cumprir com esse papel não fosse tão mesquinha, egoísta e mau-
caráter. Ao que tudo indica, o amor e carinho que lhe dou não são
suficientes para suprir a ausência da figura materna.
— Comporte-se, filha! Está assustando a senhorita Elizabeth.
Agora peça desculpa!
— Desculpa! — falou com cara de choro.
— Está tudo bem, pequena. Você não me assustou. Eu não
sou o tipo de mulher que se intimida fácil — disse Lizzy, olhando-me
de forma desafiadora e repreensiva.
— Muito prazer! Eu sou o Benjamin Parker. Só para deixar
claro, a minha garotinha não costuma agir assim. Peço-lhe minhas
sinceras desculpas.
— Não se preocupe, ela é só uma criança inocente!
— Acredite, a Bia não é tão inocente como você está
pensando.
— Parece que a minha estadia aqui será bem divertida! —
concluiu ela, mordendo o lábio inferior enquanto esboçava um
sorriso.
Elizabeth é naturalmente sexy. Não precisa fazer nenhum
esforço para chamar a atenção de um homem. Vê-la mordendo o
lábio me deixou louco de tesão. Senti o sangue ferver dentro das
veias. Se as mulheres soubessem o efeito que esse gesto causa na
mente de um macho, nunca fariam isso sem segundas intenções.
Depois das devidas apresentações, levei-a para se acomodar
no quarto de hóspedes. Ao sair do cômodo, informei-lhe que o jantar
seria servido em poucos minutos. Desci e fiquei ao seu aguardo na
sala de estar.
Caralho! Essa mulher será a minha ruína. Estou
completamente fodido!
Eu fiquei boquiaberta ao conhecer o irmão da minha melhor amiga.
Melissa não mencionou que ele é um pedaço de mal caminho. O
homem é simplesmente lindo!
Benjamin é alto, musculoso e bronzeado. Seus olhos
castanhos, a barba cerrada e os lábios instigantes, completam o seu
aspecto másculo e imponente.
No entanto, o que mais me prendeu a atenção, foi seu olhar
misterioso e sedutor. Ele deixa uma mulher rendida aos seus pés,
apenas com um olhar. Eu fiquei desconcertada e de pernas bambas
em sua presença.
Seus olhos passearam por todo o meu corpo. Eu podia senti-
lo me despindo mentalmente. Minha respiração começou a pesar,
os mamilos a intumescerem e a calcinha a umedecer. Eu precisava
sair de perto dele, ou o meu corpo entraria em combustão a
qualquer momento.
Senti-me aliviada, quando ele falou que iria me levar até o
quarto de hóspedes. Subimos por uma escada de madeira que dava
em um corredor. Ele abriu a porta de um dos quartos e colocou
minha bagagem no chão. Informou que jantaríamos em poucos
minutos retornando, em seguida, à sala de estar.
Fiquei em êxtase ao entrar no cômodo. A decoração era
monocromática, em tons de creme, e rica em texturas. Uma cama
king size com cabeceira estofada, que ia do chão ao teto, era a
grande protagonista. Um par de espelhos posicionados atrás das
mesas de cabeceira, davam um toque de requinte ao ambiente.
Sobre uma das mesinhas havia um abajur clássico, no outro,
um lindo vaso com rosas vermelhas, que pareciam recém-colhidas.
Aproximei o meu nariz para sentir o cheirinho das pétalas. De
imediato, um sorriso surgiu em meu rosto.
Havia, também, um closet embutido, uma poltrona decorativa
e uma charmosa sacada com espaço para refeições. Seria perfeita
para se tomar um café da manhã admirando os primeiros raios de
sol.
O banheiro era clean, amplo e luxuoso. Os meus olhos
brilharam ao verem a imensa banheira de imersão com jatos.
Havia uma imponente bancada de porcelanato com pias
duplas e torneiras cromadas. Acima da bancada, um extenso
espelho dava uma sensação de amplitude ao ambiente. Abaixo, um
gabinete com toalhas e produtos de higiene pessoal. Um boxe de
vidro separava a área de banho do resto do ambiente.
Tudo isso, em conjunto com a iluminação embutida e plantas
ornamentais, atribuíam beleza e conforto ao local.
Desfiz as malas e fui tomar uma ducha, pois o Benjamin e a
pequena Bia me aguardavam para o jantar.
Vesti uma saia jeans, um cropped verde militar e calcei uma
sandália rasteira. Uma roupa simples, porém, confortável.
Ao chegar ao topo da escada, deparei-me com aquele
espetáculo de homem sentado em um dos sofás. Ele observava a
sua filha brincar sobre um tapete felpudo, posicionado em frente à
lareira.
Ao perceber a minha presença, ele se levantou e chamou a
garotinha, que pegando em sua mão, o seguiu em silêncio.
O jantar foi servido por uma simpática senhora, de nome
Bertha. Ela se apresentou como cozinheira e governanta da casa.
Depois que nos serviu, juntou-se à mesa, e todos iniciamos a
refeição.
Após um bom tempo sem ninguém falar nada, Benjamin
resolveu quebrar o silêncio constrangedor.
— Há quanto tempo você conhece a Melissa? — perguntou o
cowboy.
— Há três anos. Nós nos conhecemos no trabalho. Desde
então, somos inseparáveis. Fazemos quase tudo juntas.
— Tipo o quê?
— Compras, sair para comer, dançar… coisas de garotas,
sabe?
— Posso imaginar! — respondeu com um sorriso sacana.
O bonitão parecia curioso. Talvez estivesse tentando
descobrir o tipo de mulher que estava acolhendo em sua casa.
Resolvi colocar as cartas sobre a mesa e falei: — Benjamin, o fato
da Melissa e eu sermos amigas, não quer dizer que eu beba tanto
quanto ela. Na verdade, nem sou muito de beber. — Ele me olhou
desconfiado, passando o dedo indicador entre a barba e os lábios.
Aquilo foi tão sexy, que deveria ser proibido de se fazer em público.
— Tudo bem, moça. Eu não perguntei se você bebia. Aliás,
isso não é da minha conta.
— Okay. Eu só quis esclarecer. Você sabe a irmã que tem.
— E sei mesmo! — respondeu desapontado.
A Bertha nos olhava meticulosamente, porém permaneceu
calada.
— Qual é a sua função lá na empresa?
— Atualmente, ocupo um cargo de administradora junior.
— Bela e jovem do jeito que é, terá uma carreira brilhante em
uma grande empresa de Manhattan.
— Nossa! Esse é meu grande sonho. — Sorri abobalhada.
Durante o jantar, a pequena Bia não deu um pio. Deve ter
ficado emburrada com a bronca que levou do pai. Ele deveria ter
pegado mais leve com a garota. Como não sou da família, não quis
interferir em tal assunto.
Eu me apaixonei pela bonequinha de pele clara, cabelos e
olhos castanhos, assim que a vi. A sapeca já tem um lugar
reservado em meu coração.
— Se vocês não se importam, vou me recolher. Preciso
descansar. A viagem foi um tanto cansativa! — falei já me
levantando da cadeira.
— Não vai nem comer a sobremesa? — questionou Bertha.
— Não. Já estou satisfeita! — respondi, passando a mão
sobre a barriga.
— Mas você comeu tão pouco! Deve ser por isso que é tão
magrinha. — Ri com o comentário da senhora morena e
rechonchuda.
— Bertha, deixa a garota em paz! — proferiu o Benjamin, em
sua melhor pose de turrão.
— Tudo bem, moleque. Mas você não acha que a menina
está muito magrinha?
— Ela me parece ótima! — sibilou ele, com cara de sério.
— Homens... — murmurou a cozinheira, balançando a
cabeça em negação.
Vou me divertir muito com esse trio!
Resolvi dar um fim na descontraída conversa, então falei:
— Bertha, o jantar estava maravilhoso. Você é uma
cozinheira de mão cheia!
— Obrigada, menina! Deixarei um pedaço da torta de mirtilo
na geladeira. Caso acorde com fome durante a madrugada, já sabe
onde encontrar.
— Benjamin, obrigada por me receber em sua casa. Espero
não ser um incômodo.
— Não precisa me agradecer. Sinta-se à vontade.
— Obrigada! Vou subir e dormir um pouco. Boa noite a todos!
— Tchau, tia Lizzy — disse Bia, agora já mais animada,
enquanto levava uma garfada de torta à boca.
— Tchau, bonequinha. Sonhe com lindos anjinhos — proferi
sorrindo para ela.
— Se precisar de algo, é só chamar no quarto ao lado —
falou o belo cowboy, olhando-me de forma predatória. — Respirei
fundo e segui para o quarto. Apesar do que se passava em minha
mente, não proferi palavra alguma.
Ao entrar no cômodo, tirei as sandálias e me joguei na cama.
A imagem daquele homem bruto e cheio de testosterona não saía
da minha cabeça.
Quando ele falou que eu poderia chamar em seu quarto, caso
precisasse, não contive meus pensamentos pervertidos. Tive
vontade de dizer: preciso sim, mas é do seu pau atolado em minha
boceta, e que me faça gozar até eu não lembrar do meu próprio
nome. No entanto, nada saiu da minha boca.
Passei a mão sobre a calcinha, ela estava toda ensopada.
Afastei a peça e deslizei os dedos sobre a minha boceta,
espalhando a lubrificação natural. Levantei a blusa, apalpando um
dos meus seios com a mão esquerda, enquanto a outra fazia
movimentos circulares em meu clitóris inchado.
Fechei meus olhos e imaginei o Benjamin me tocando,
beijando, chupando e metendo gostoso. Eu gemia, choramingava e
chamava pelo seu nome, enquanto enfiava e esfregava os dedos no
meu monte carnudo.
Acelerei os movimentos quando senti que o orgasmo estava
próximo. Gemi alto e gozei, deixando que o líquido cremoso
escorresse entre os meus dedos.
Aos poucos, a respiração foi voltando ao normal. Senti-me
leve e relaxada. Agora sim, eu poderia ter uma noite de sono
tranquila. Sorri em silêncio, sem acreditar no que tinha acabado de
fazer.
Por que o safado tinha que ser tão gostoso?! Assim a minha
perseguida não aguenta!
Durante o jantar, pude conhecer um pouco mais da personalidade
da Lizzy. Algo me diz que por trás daquele rostinho angelical,
esconde-se uma verdadeira felina.
— Bertha, o que você achou da Elizabeth? — perguntei
curioso.
— É um amor de pessoa. A Melissa já havia me falado sobre
ela. Coitadinha. Ninguém merece passar pelo que ela passou.
Pegar o namorado com outra, não deve ter sido nada fácil.
— Eu sei bem como é. Por isso não me envolvo com
ninguém. Prefiro minhas noitadas!
— Isso porque você ainda não encontrou a mulher certa. Às
vezes, o amor surge de onde menos se espera.
— Berthinha, esse tal de amor não é para mim.
— Ainda terei o prazer de vê-lo domado, Benjamin.
— Este garanhão aqui, jamais será laçado — gargalhei alto.
— Você poderia colocar a Bia para dormir? Vou dar uma volta na
cidade.
— Você está com visita e vai sair para suas noitadas?
Lembre-se, amanhã você terá que mostrar a fazenda para sua
hóspede.
— Eu voltarei logo. Não se preocupe!
Fui ao meu quarto, peguei uma jaqueta, as chaves da minha
Harley Davidson e segui para a cidade. Em poucos minutos, eu
estava estacionando minha moto em frente ao pub do Michael, um
amigo de longa data.
Este é o local que costumo vir quando estou a fim de transar.
Lugar tranquilo, boa cerveja e mulheres bonitas. Ponto de encontro
para muitos motociclistas e jovens aventureiros. No local funciona,
também, uma barbearia e um estúdio de tatuagens.
Ao entrar no estabelecimento, fui direto para o balcão. Sentei-
me em uma das banquetas de madeira e pedi uma cerveja. O
bartender, James, prontamente me atendeu.
— E aí, cara! — disse ele, entregando-me a bebida.
— Beleza! — falei tomando um gole do líquido gelado e
saboroso.
— Como está a Melissa?
— Está me dando dor de cabeça, como sempre.
— O que ela aprontou dessa vez? — perguntou sorrindo.
— Mandou uma de suas amigas vir passar uns dias lá em
casa.
— Putz! Se ela for igual a Melissa, você está ferrado — falou
ele, levando a mão à cabeça.
— Nem me fale! — resmunguei, tomando mais um gole da
minha cerveja.
— Pelo menos ela é gostosa? — indagou interessado.
— Isso não é da sua conta! — falei exaltado.
— Calma, Ben! Parece que a garota mexeu com você! — Se
ele soubesse o quanto a Lizzy é linda, sexy, cheirosa... cairia
matando em cima dela.
Passei meus olhos pelo ambiente. Avistei um grupo de
mulheres sentadas em uma mesa ao fundo. Uma delas chamou
minha atenção. Trocamos alguns olhares. Ergui o copo em sua
direção, fazendo um convite implícito para que se juntasse a mim.
Ela tinha cabelos lisos e longos. Usava um vestido vermelho,
justo e com decote profundo. Os seus lábios grossos seriam
perfeitos para me fazer um boquete. Suspirei com o pensamento.
— Olá, gata! — falei ao vê-la se sentando ao meu lado.
— Oi, bonitão! Eu sou a Pamela — disse ela.
— Prazer, Pamela! Sou o Ben.
Depois de alguns drinques e animadas partidas de sinuca,
perguntei ao pé do seu ouvido:
— Que tal irmos para um lugar mais reservado?
— E onde seria? — indagou a safada, contornando a borda
do copo com o dedo.
— Tem um motel aqui perto. O que me diz?
— Vamos nessa, bonitão! — proferiu, passando a mão sobre
o meu peitoral.
Paguei a bebida, coloquei minha mão em sua cintura e a
guiei para a saída do pub. Ao chegarmos ao quarto do motel, puxei-
a para junto do meu corpo, dando-lhe um beijo ardente.
Virei-a de costas e desci o zíper do seu vestido lentamente,
deixando-o cair ao chão.
Abracei-a por trás, beijando seu pescoço desnudo, enquanto
acariciava seus seios fartos.
Guiei sua mão até o meu sexo. Ela o acariciou por cima do
jeans, apertando com ganância. Pamela se agachou, desabotoou e
desceu minhas calças até a altura dos joelhos. O meu membro
estava duro e latejante.
— Nossa... — murmurou, lambendo os lábios.
— Chupa meu pau, sua safada — falei ansioso para sentir o
calor da sua boca. Ela o abocanhou, iniciando uma garganta
profunda.
Peguei um punhado do seu cabelo, em um rabo de cavalo,
puxando-os com firmeza. Ela mamava gostoso, enquanto eu gemia
de prazer. Fechei os meus olhos, e o que me veio à cabeça foi a
imagem da Elizabeth. Involuntariamente, falei:
— Isso, Lizzy, chupa gostoso.
Pamela se afastou abruptamente e gritou:
— Seu cretino, filho de uma puta! Eu te chupando e você
pensando em outra! Espero que seu pau caia, seu maldito!
— Desculpe-me! Não sei onde eu estava com a cabeça.
— Na minha boceta é que não era! — berrou indignada.
Ela se vestiu às pressas e saiu do quarto enfurecida,
chamando tudo que era palavrão. Eu não podia esperar menos dela.
Fui um tremendo filho da puta ao chamá-la por outro nome. Voltei
para a fazenda frustrado e sem satisfazer o meu desejo carnal. Ao
chegar à minha casa, dirigi-me ao bar, peguei uma garrafa de
uísque e me servi de uma dose. O líquido desceu queimando
garganta abaixo. Fiquei na penumbra, digerindo os últimos
acontecimentos. De repente, ouvi um barulho vindo da cozinha. Já
era tarde para a Bertha estar acordada, então fui olhar quem era o
intruso.
Não é possível que a Bia tenha se levantado no meio da noite
para comer doces!
Ao entrar no cômodo, deparei-me com uma cena inesperada.
Lizzy estava de quatro, limpando algo no chão. Ela usava uma
camisola de seda e uma calcinha fio dental. Meu pau endureceu de
imediato. Eu precisava dar um fim naquilo ou perderia a cabeça.
Então, bradei:
— O que caralho está acontecendo aqui? — A loira se
levantou rapidamente, olhando-me assustada.
— Desculpe, Benjamin! Acordei faminta e me lembrei da torta
da Bertha. Sem querer, derrubei um garfo e um pouco de torta no
chão.
— E precisava vir seminua? Esta é uma casa de família,
mocinha. Já pensou se a Bia presencia uma cena como esta?
— Achei que todos estivessem dormindo, por isso não troquei
de roupa — falou dando de ombros.
— Vá para o seu quarto. Deixe que eu arrumo esta bagunça
— falei de forma ríspida.
— Você faria isto por mim, cowboy? — Ela sorriu e saiu
rebolando pela casa.
— Que garota petulante! — murmurei entredentes, com a
respiração entrecortada.
Depois de limpar a cozinha, fui direto para o meu quarto.
Retirei a camiseta, a calça jeans e a cueca boxer. Eu só queria
tomar um banho e esquecer esta noite. Contudo, um banho frio não
foi o suficiente para relaxar os meus músculos tensos. Como fazer
isso, sabendo que a loira gostosa dormia no quarto ao lado?
A imagem daquele corpo tesudo não saía da minha cabeça.
Meu mastro pulsava de tanto desejo. Desliguei o chuveiro e comecei
a fazer movimentos de vaivém no meu cacete.
Imaginei-me entre as pernas da Lizzy, chupando e lambendo
sua bocetinha gostosa, enquanto ela se desmanchava de prazer.
Metendo o meu pau em sua boca, até vê-la implorando por ar.
Despejando minha porra quente e espessa dentro dela. Fazendo-a
tomar cada gota do meu gozo. Não aguentando mais, intensifiquei
os movimentos e gozei feito um louco.
Mal posso esperar para enterrar o meu pau naquela atrevida!
Ao acordar no sábado de manhã, a primeira coisa que me veio à
cabeça foi a imagem do Benjamin. Apesar de ser um devasso, não
posso negar que ele é um baita de um gostoso.
O melhor que eu tenho a fazer é me manter longe dele, para
não cair em tentação. De cafajestes, estou farta!
Levantei-me mais disposta do que o habitual. O que um
orgasmo não faz na vida de uma mulher?!
Fui até a porta de correr que leva à varanda e abri as
cortinas. Os primeiros raios do sol despontavam no horizonte,
aquecendo meu rosto. Da varanda pude ver quão bela é a Fazenda
Parker. Não vejo a hora de desbravar cada cantinho deste lugar.
Próximo à casa principal havia um celeiro e um estábulo,
ambos charmosos e bem conservados. Um pouco mais adiante,
avistava-se uma imensa área dividida em pequenos piquetes,
delimitados por cercas de madeira pintadas de branco.
Voltei para o quarto, tomei banho e passei um hidratante
acetinado na pele, deixando-a macia e cheirosa. Coloquei um
vestido de alças finas e decote em V. Deixei os cabelos soltos,
passei um batom rosé, calcei uma rasteirinha e borrifei perfume em
pontos estratégicos do meu corpo. Agora eu estava pronta para
começar o dia.
Ao sair do quarto, ouvi vozes animadas vindas da cozinha.
Ao entrar no cômodo, dei um bom-dia a todos.
— Bom dia, pessoal! — falei animada.
— Bom dia! — responderam em uníssono.
Sentei-me de frente para o cowboy e olhei em sua direção.
Seus olhos estavam fixos em mim. Fiquei totalmente desconsertada.
Se ele soubesse o que eu tinha feito na noite passada, pensando
nele... Mordi o canto da boca para conter o riso.
Havia tantas comidas apetitosas sobre a mesa, que era difícil
escolher o que comer. A pequena Bia, por outro lado, já estava bem
decidida. Ela se deliciava com um convidativo bolo de cenoura,
enquanto balançava suas perninhas na cadeira.
Acabei me servindo de uma fatia do bolo, algumas
panquecas e um suco natural.
— Tia Lizzy, o bolo está gostoso? — indagou a bonequinha,
sorrindo para mim.
— Hum... está delicioso! — respondi fechando os olhos.
— Foi a vovó Bertha e eu que fizemos — confessou, toda
orgulhosa.
— Nossa! Eu não sabia que princesas sabiam cozinhar —
falei animada.
Benjamin observava a nossa interação, quando perguntou:
— Como foi sua noite, senhorita?
— Excelente! — respondi estreitando os olhos.
— Que bom! — disse ele, com um olhar enigmático.
O safado deu um sorriso de canto de boca que me deixou de
vagina úmida e latejante. Desde que eu pus os meus olhos nesse
homem, minha perseguida resolveu ter vida própria. Não sei mais o
que fazer!
Cruzei as pernas para tentar conter a excitação, mas de nada
adiantou. Não com aquele olhar predatório sobre mim. Dava para
perceber a minha inquietação a metros de distância.
— Algum problema, Elizabeth? Você parece agitada! — ele
declarou, alisando sua barba bem cuidada, que lhe confere um
aspecto dominante, de macho alfa.
— Não é nada. Apenas estou ansiosa para conhecer a
fazenda — falei forçando um sorriso. Eu não podia transparecer que
ele estava me afetando.
— Que tal darmos uma volta após o café da manhã?
— Eu adoraria! Melissa sempre me falou o quanto tudo é
lindo por aqui.
— E é mesmo. Eu não conseguiria viver em outro lugar —
falou carregado de sentimentos.
Após a refeição, fui ao quarto para escovar os dentes e dar
uma conferida no visual. Quando cheguei à sala, Benjamin já estava
à minha espera.
Ainda bem que ele não comentou sobre o ocorrido na noite
anterior. Só eu mesma para me masturbar pensando no cara, fazer
uma bagunça danada em sua cozinha e ainda “pagar” calcinha para
ele.
— Pronta? — indagou ele, já se levantando.
— Prontíssima — respondi, meio sem jeito.
— Primeiro vou te mostrar o estábulo. É um dos meus
lugares preferidos aqui na fazenda.
— Ótimo! — No estábulo havia três lindos cavalos: Zeus,
Estrela e Relâmpago. À medida que o Ben os apresentava, falava
um pouco sobre suas personalidades.
O Zeus é seu cavalo preferido. Foi um presente do seu
falecido pai, John Parker. O cavalo é dócil, de pelagem escura e
bem cuidada.
A Estrela é uma égua meiga e curiosa. Ela tem pelagem
branca e macia. Descobri que o animal pertence à Melissa, que
morre de ciúmes dela.
Já o Relâmpago, de dócil não tem nada. Ele é instável e
temperamental. Fora o Benjamin, apenas o Adam, que é o
responsável por cuidar dos equinos, tem permissão para se
aproximar dele.
— Se você vier aqui sozinha, fique longe do Relâmpago. Não
quero que ele a machuque — alertou o cowboy.
— Okay. — Fiz um sinal positivo com a cabeça.
Confesso que dos três cavalos, o Relâmpago foi o que mais
me encantou. Sua pelagem é de um tom marrom-escuro, cor de
chocolate. Sinto que ele tem algo de especial.
— Você sabe cavalgar, senhorita? — perguntou Benjamin,
enquanto escovava o Zeus.
Se for em você, eu cavalgo o dia inteiro — pensei. No
entanto, minha resposta foi: — Quando criança fiz algumas aulas de
equitação. Mas isso já faz muito tempo, acho que esqueci como se
monta. E por favor, me chame apenas de Lizzy.
— Como quiser, Lizzy. Eu costumo fazer uma analogia. Andar
a cavalo é como andar de bicicleta, quando se aprende, não se
esquece mais.
O meu nome soou tão sexy naquela boca, que me segurei
para não lhe roubar um beijo.
Depois da visita ao estábulo, o Benjamin me levou até um
magnífico canteiro de rosas vermelhas, que fica na lateral da casa.
Ele contou que todas aquelas rosas tinham sido plantadas por sua
mãe, Margareth.
Fiquei curiosa para saber um pouco mais sobre a senhora
Parker. Apesar de conhecer a Melissa há um bom tempo, ela não
fala muito sobre a família.
— Gosta de rosas, Lizzy? — perguntou o cowboy.
— Sim!
— Então você gostou do arranjo que a Bia e eu deixamos em
seu quarto?
— Na verdade, eu amei! As vermelhas são as minhas
preferidas.
Logo após, fomos para o celeiro. Lá tinha um grande estoque
de feno, sacos de ração e algumas ferramentas. Sobre um balcão
de madeira tinha um chicote de equitação e cordas de algodão.
Pensamentos obscenos povoaram a minha mente.
Pensei como seria maravilhoso levar umas chicotadas na
bunda, enquanto o Ben me fodia sobre o feno. Mordi o lábio inferior
e gemi baixinho, contudo, foi alto o suficiente para ser ouvido por
ele.
— Posso saber no que você está pensando? — inquiriu ele
desconfiado.
— Não! — respondi de forma ríspida.
— Por que não?
— Eu não quero ser grosseira, mas não é da sua conta.
— Okay! Mas tenho certeza de que estava pensando em
safadezas.
— E o que te leva a pensar isso, cowboy?
— Posso jurar que escutei um gemido, enquanto você olhava
para aquele chicote. Até parece que está excitada.
— Você não acha que é melhor mudarmos o rumo dessa
conversa? — falei me esquivando.
Ben apenas sorriu, por constatar que estava certo. Eu estava
completamente excitada.
Quando saímos do celeiro, vi alguns animais pastando ao
longe, então perguntei:
— Aquilo são vacas?
— Sim. Fornecemos carne de excelente qualidade para toda
a região. Eu administro a fazenda e o meu irmão, Noah,
supervisiona os frigoríficos.
— Uau! E por que diabos a Melissa não trabalha aqui com
vocês?
— A minha irmã cismou de ir embora para Nova York. Eu não
pude impedi-la, pois ela já tinha idade o suficiente para fazer suas
próprias escolhas.
Eu ouvia atentamente tudo o que o Ben falava. De repente
ele se calou e começou a me olhar de um jeito diferente.
Ele se aproximou e colocou uma mecha do meu cabelo atrás
da minha orelha. Senti todos os meus pelos eriçarem
automaticamente. Eu precisava sair daquela zona de perigo, no
entanto, o meu corpo clamava por seu toque, por seu cheiro, por
seus lábios junto aos meus.
Minhas mãos começaram a suar, os batimentos cardíacos
dispararam e a minha respiração ficava cada vez mais ofegante. Ele
olhava com desejo para minha boca, como se quisesse provar do
meu sabor, mas por algum motivo, não o fez.
As pupilas do Ben estavam dilatadas, as narinas expandidas
e seus músculos enrijecidos. Ele deslizou os dedos entre os
cabelos, travou o maxilar e coçou a barba cerrada. Parecia travar
uma briga interna consigo mesmo.
Quando eu pensei que ele tomaria os meus lábios em um
beijo ardente, o que veio a seguir foi inesperado: — Moça, acho
melhor você voltar para a casa principal, antes que eu cometa uma
besteira.
— Por que você está agindo assim? Estava a ponto de me
beijar, e agora me pede para ir embora.
— Argh! Não me faça perguntas — falou de modo grosseiro.
— Está certo, Benjamin! Eu sei quando estou sendo
dispensada.
— Não é o que você está pensando, Lizzy. Deixe-me explicar.
— Foda-se você e suas explicações. Não tomarei mais o seu
tempo. Se não queria minha companhia, por que me convidou? Foi
só para ter o prazer de me humilhar? — perguntei enfurecida,
enquanto andava na direção contrária a casa.
— Espere, Lizzy! Onde você vai? Não vá muito longe ou
poderá se perder.
Deixei-o falando sozinho e comecei a andar sem rumo. Eu só
queria esfriar um pouco a cabeça.
Aquele maldito só pode ser bipolar!
Segui por uma estradinha margeada por lindos campos
cobertos de flores azul-arroxeadas, as famosas bluebonnets, que
embelezam as paisagens do Texas durante a primavera.
Continuei andando até chegar a uma lagoa de águas
cristalinas, rodeada por árvores frondosas, que forneciam uma ótima
sombra para um descanso.
Deitei-me debaixo de uma delas e fiquei apreciando o som
reconfortante da natureza. Eu não iria deixar aquele brutamontes
estragar o meu dia.
Fechei os meus olhos, relaxei ouvindo o cantarolar dos
pássaros e acabei pegando no sono.
— Acorda, bela adormecida!
— Deixe-me em paz, seu infeliz.
Aquele desgraçado me perturba até em sonhos.
Sonhei que ele me cutucava com a ponta de sua bota.
Parecia tão real. Eu ouvia sua voz cada vez mais perto. Fui
despertando e abrindo os olhos, lentamente, acostumando-me com
a claridade. Para o meu azar, não era um sonho, e sim um
pesadelo.
Um Benjamin enfurecido me olhava com cara de poucos
amigos, enquanto disparava palavras nada amistosas.
— Você sabia que todos estão à sua procura? Que quase me
matou de preocupação? O que diabos deu em você?
— Desculpe! Deitei debaixo desta árvore e acabei pegando
no sono — falei ao me levantar.
— Você sumiu por horas e acha que desculpas vão resolver o
problema? Qual a parte do não ir longe, você não entendeu?
— Agradeço a sua preocupação, senhor irritadinho. Não está
vendo que nada me aconteceu.
— Mas poderia ter acontecido. Você é minha
responsabilidade, garota.
— Eu não sou responsabilidade de ninguém, a não ser de
mim mesma!
— O caralho que não é! Você é muito petulante, sabia?
— Acredita que ninguém nunca me disse isso?! — falei com
ironia.
— Você mal chegou e já me causou uma tremenda dor de
cabeça. Todos os empregados largaram seus afazeres para
procurar a donzela em perigo.
— Se você não tivesse agido de forma tão estúpida comigo,
nada disso teria acontecido.
— Não me culpe por seus atos inconsequentes. Assim que te
vi, senti cheiro de encrenca no ar. Agora, vamos para casa!
— Eu não vou a lugar algum com você! — bradei, cruzando
os braços e batendo o pé no chão.
— Além de atrevida, é teimosa feito uma mula! Tem mais
alguma coisa que eu deva saber sobre você, Elizabeth?
— Que graça teria se eu te contasse, meu bem? — falei
piscando um olho para ele.
Ele chegou mais perto de mim, deixando nossos rostos
praticamente colados. Então, falou entredentes:
— Olhe aqui, garota. Por acaso você não está vendo que há
uma tempestade chegando? Além do mais, não vou correr o risco
de deixar você se perder novamente. Portanto, você vem comigo,
querendo ou não. Minha fazenda, minhas regras!
Eu não queria admitir, mas o idiota estava certo.
Ele me ajudou a subir no cavalo e sentou-se atrás de mim.
Segurou as rédeas com a mão esquerda, passando o braço direito
em volta da minha cintura. Ao sentir o seu toque, ondas de
eletricidade percorreram todo o meu corpo.
— O que é isso, Benjamin? — perguntei nervosa.
— Isso, o quê?
— Você me agarrando desse jeito.
— Prefere cair do cavalo?
— Claro que não!
— Então é assim que vai ser — falou, puxando-me para junto
do seu peitoral.
— Seu grosso!
— Você nem imagina o quanto.
— Não me venha com gracinhas, cowboy! — falei por cima
do ombro, sorrindo em seguida.
Benjamin apenas retribuiu o sorriso, e seguimos em silêncio.
Em um dado momento, senti algo pressionando meu
bumbum. Ele estava excitado. Eu não podia reclamar, pois meu
corpo já estava em chamas.
Ajustei minha postura, para uma maior fricção do meu
bumbum em seu pau. A cada solavanco do cavalo, seu membro
parecia mais rígido. Mesmo de costas, podia sentir um sorriso
descarado em seu rosto.
Tínhamos cavalgado cerca de quinze minutos, quando
começou a chover. A bela tarde de primavera deu lugar a uma
chuva torrencial, acompanhada de raios e relâmpagos que
iluminavam o céu de Austin.
— Ainda estamos longe de casa e será loucura
prosseguirmos. Tenho uma cabana de pesca não muito longe daqui.
Vamos nos abrigar por lá, até que o tempo melhore. Se
continuarmos, provavelmente teremos uma hipotermia — disse ele,
demonstrando preocupação.
— Tudo bem — assenti, com a voz trêmula de frio.
Chegamos à cabana encharcados. O meu vestido, agora
colado em minha pele, deixou os meus seios intumescidos à mostra.
Reparei que o Ben os olhava com desejo. Parecia querer tê-los em
sua boca. Aquele olhar me deixou com um misto de vergonha e
excitação.
— Tire essa roupa molhada e tome um banho quente. Tem
um banheiro logo ali — disse, apontando para uma porta
entreaberta.
— Okay — falei, indo em direção ao banheiro.
— Vou providenciar roupas secas e algo para nos
aquecermos.
Durante o banho, usei os produtos do Benjamin, que por
sinal, tinham um maravilhoso cheiro de macho.
— Benjamin, preciso de uma toalha — gritei envergonhada.
— Deixei uma na maçaneta — respondeu o cowboy.
— Obrigada! — falei abrindo a porta com cuidado, para que
ele não visse a minha nudez.
Saí do banheiro enrolada na toalha. Ben, que já aguardava
para tomar o seu banho, começou a se despir ali mesmo. Como eu
não tinha a intenção de vê-lo pelado naquele momento, desviei o
olhar e me afastei.
Chegando à sala, vi uma lareira acesa. Abaixei-me, e
coloquei as mãos próximas ao fogo. O calor que emanava das
chamas me trouxe uma sensação de conforto e segurança.
— Peguei essas roupas para você — disse o cowboy, usando
apenas uma toalha em volta da cintura.
Quem precisa de fogo para se aquecer, quando se tem um
abdômen cheio de gominhos bem na sua frente?
Olhei para cada pedacinho do seu corpo desnudo e viril.
Minha boca salivou, umedeci os lábios e os mordi em seguida.
— Acho melhor eu ir me trocar. Não é uma boa ideia ficar só
de toalha em sua frente.
No quarto, olhei para as peças e sorri. Tinha uma calça de
moletom, uma camiseta de algodão e uma cueca boxer. Levei-as
até o nariz e senti um cheirinho de roupa limpa. Nem precisei usar a
calça, pois a camiseta ficou um vestido em mim.
O quarto era como o restante do imóvel: limpo, organizado e
agradável. Havia uma cama, um armário e uma mesa de cabeceira
com alguns produtos de higiene sobre ela.
Peguei o perfume do ogro e borrifei um pouco em meu corpo.
— Nossa! Que homem cheiroso — falei baixinho.
A minha barriga roncou ao sentir um cheiro maravilhoso vindo
da cozinha. — O que será que o troglodita está preparando? —
pensei, enquanto penteava meus cabelos em frente ao espelho.
Ao entrar na cozinha, Ben estava sentado em uma das
banquetas da ilha de granito, tomando algo quente em uma caneca
decorativa. Contudo, o que prendeu minha atenção foram as asas
de anjo tatuadas em suas costas. Esse homem é cheio de
surpresas.
Aproximei-me e me sentei ao seu lado.
— As minhas roupas ficaram ótimas em você — pronunciou,
dando uma conferida no meu visual.
— Ah, obrigada!
— Gosta de chocolate quente, Lizzy?
— Amo!
— Hoje você não comeu quase nada. Deve estar faminta.
— Você não sabe o quanto. — Benjamin se levantou, pegou
o bule de chocolate quente e despejou o líquido fumegante em uma
xícara de porcelana.
— Espero que goste.
— Hum… que delícia! — gemi ao tomar o primeiro gole. —
Você pode ser um grosseirão, mas sabe fazer um chocolate quente
como ninguém!
— Não é só isso que eu faço de gostoso.
— E o que mais você sabe fazer? — provoquei-o, erguendo
uma sobrancelha.
— Que graça teria se eu te contasse?
— Ei! Você está usando minhas palavras contra mim. Isso
não é justo!
— Sabe o que não é justo, garota? Você gemer desse jeito
enquanto come, te ver naquele vestido transparente e ter que
admitir que você é gostosa pra caralho.
— Uau! Por essa eu não esperava. Você me acha gostosa,
cowboy?
— Deixe de conversa fiada e tome logo o seu chocolate —
falou de forma autoritária.
— Nossa! Você faz o tipo dominador?
— Somente quando me convém.
— Interessante.
— O que diabos é interessante, garota? — indagou irritado.
— Além de bruto e cretino, você também é mandão.
— Deixe de ser atrevida! Está louca para levar umas
palmadas no traseiro. — Estou adorando irritar o Ben. Ele fica tão
sexy com seu jeito marrento de ser.
— Ben, por que você não vai colocar uma roupa?
— Vou agora mesmo. Não aguento mais te ver babando por
mim.
— Não há ninguém babando aqui, além de você — bradei,
segurando uma risada.
O cretino saiu gargalhando em direção ao quarto.
Fui até a janela e fiquei observando a chuva, que não dava
sinais de que iria cessar.
— Pelo jeito passaremos a noite aqui — falou ele, segurando
uma garrafa de vinho.
— Como vamos dormir aqui, se há apenas um quarto na
cabana? Você dorme no sofá?
— Não vamos apressar as coisas, querida. Primeiro o vinho;
depois a cama. Acompanha-me? — perguntou, erguendo a garrafa
e duas taças.
— Você sabe que isso não é uma boa ideia — declarei,
fazendo caras e bocas.
— Deixa de ser boba! Se não quiser beber, tudo bem. Mas
como pode ver, não há muito o que fazer aqui.
— Você tem razão! Uma taça de vinho não me colocará em
perigo.
Ele colocou uma playlist romântica para tocar no aparelho de
som, nos serviu a bebida e se sentou ao meu lado no sofá.
Depois de esvaziarmos a primeira garrafa, ele preparou uma
magnífica tábua de frios, que mais parecia ter sido montada por um
chef de cozinha.
À noite, dentro da cabana, estava bem agradável. Comemos,
bebemos, sorrimos e conversamos amenidades.
Quando o cavalo xucro não está sendo um idiota, até que é
uma boa companhia.
Não me recordo quantas taças de vinho já havia tomado, mas
eu já estava alta, quando começou a tocar a música Thinking Out
Loud, de Ed Sheeran.
— Vamos dançar, baby — disse Ben, estendendo a mão para
mim.
Levantamo-nos, juntamos nossos corpos e começamos a
dançar lentamente.
Encostei minha cabeça em seu peito, enquanto ele nos
guiava no ritmo da música.
Foi maravilhoso sentir o calor do seu corpo, seu perfume
almiscarado, o sentimento de proteção do seu abraço...
Em um certo momento, ele começou a cantar ao pé do meu
ouvido:
(...)
And I'm thinking about how
People fall in love in mysterious ways
Maybe just the touch of a hand
Well me, I fall in love with you every single day
And I just wanna tell you I am

So honey, now
Take me into your loving arms
Kiss me under the light of a thousand stars
Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud
And maybe we found love right where we are
(...)
(Ed Sheeran)

(...)
Estou pensando em como
As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas
Talvez apenas o toque de uma mão
Eu, me apaixono por você a cada dia
Eu só quero te dizer que eu estou

Então querida, agora


Me abrace com seus braços amorosos
Beije-me sob a luz de mil estrelas
Coloque sua cabeça sobre meu coração palpitante
Estou pensando alto
Talvez tenhamos achado o amor bem aqui, onde estamos
(...)
(Ed Sheeran)

O cowboy deslizou seus dedos pelo meu rosto, até chegar ao


queixo, fazendo-me olhar em seus olhos. Aproximou seus lábios dos
meus e me deu um beijo doce e sereno.
Afastei nossos lábios e sussurrei:
— Sua inconstância me deixa confusa. Por que você não
pode ser apenas este Benjamin? Um homem que me faz querer
amá-lo.
— Elizabeth, você afeta minhas defesas, embaralha meus
pensamentos. Desperta em mim, sentimentos até então
desconhecidos. Não estou conseguindo lidar com isso.
— Não tenha medo, cowboy. Apenas me beije e viva este
momento...
— Ai que dor de cabeça! — murmurei, passando a mão na têmpora.
Abri os olhos e não reconheci de imediato o lugar em que
estava, até que pequenos flashes de memória começaram a surgir
em minha mente.
Olhei para o lado e vi o Benjamin dormindo de bruços, só de
cueca.
— Droga! Isso não podia ter acontecido. Por que diabos eu
fui inventar de beber? Eu sabia que isso não terminaria bem — falei
baixinho, enquanto me levantava na ponta dos pés.
Uma coisa é eu achar o tosco um cara delicioso, outra bem
diferente, é dar a minha perseguida de bandeja para ele.
Tranquei-me no banheiro, lavei meu rosto e fiquei me olhando
no espelho, tentando montar o quebra-cabeça da noite anterior.
Lembro de ter beijado aquela boca macia, com sabor de
vinho tinto, de mãos bobas passeando por meu corpo e de ter
rebolado no caralho duro, grande e grosso do garanhão. O que
aconteceu depois, ainda é uma incógnita a ser desvendada.
Por ora, tudo o que eu precisava era de um banho frio e um
café bem forte. Ao sair do banho, respirei fundo e fui em busca de
respostas para minhas indagações.
Ao chegar à cozinha, Ben já estava de pé, preparando o café
da manhã. Ele usava um short um pouco caído na cintura, o que
deixava visível o V da parte inferior do seu abdômen.
Espero que não tenhamos transado. Eu não me perdoaria por
não lembrar do seu pau entrando e saindo do meu monte carnudo,
em um ritmo sensual e prazeroso.
— Como você está? — perguntou, ao notar a minha
presença.
— Com uma baita ressaca! — declarei, enquanto me sentava
em uma das banquetas.
Ele sorriu e pegou uma cartela de analgésicos no armário.
— Isso vai ajudar com a dor de cabeça — falou, me
entregando os comprimidos e um copo com água.
— Nós transamos? — perguntei sem fazer rodeios.
— Você não lembra? Estava bêbada a esse ponto? —
retrucou, me entregando uma caneca com café, e um prato com
ovos, bacon e torradas.
— Não lembro de muita coisa, mas sei que fiz besteira.
— Digamos que sim. Mas não transamos, se é o que está
querendo saber. A senhorita fica impossível quando bebe. Acredita
que fez uma chair dance para mim?
— Por isso me lembro de ter rebolado em seu colo. Ei! Você
estava bem animadinho, seu safado — falei, dando um tapinha em
seu braço.
— Você dança no meu pau, e eu que sou safado? Até tentei
impedi-la, mas você me fez sentar no sofá e assistir a sua
performance. Se eu fosse um homem sem escrúpulos, teria me
aproveitado da sua vulnerabilidade momentânea. Apesar dos meus
inúmeros defeitos, mau-caráter não está entre eles.
— Caramba! Foi pior do que eu pensei — murmurei, cobrindo
o rosto com as mãos.
— Você tem consciência de que esse tipo de comportamento
pode ser perigoso, não é? Se eu soubesse que você agiria assim,
não teria oferecido a bebida.
— Não sei o que me deu na cabeça. Isso nunca mais irá se
repetir.
— O mundo está cheio de caras mal-intencionados, mocinha.
Seja mais cuidadosa da próxima vez. Mas não se martirize por isso.
Eu adorei nossa noite — disse ele, dando uma piscadinha.
Terminamos de tomar café e seguimos para casa. Bertha
devia estar preocupada com o nosso sumiço. Contudo, ao
entrarmos na cozinha, encontramos uma Bertha tranquila e
sorridente.
— Onde passaram a noite? — perguntou ela, com um sorriso
estampado no rosto.
— Na cabana de pesca — respondeu Benjamin.
— Foi o que eu pensei. Um dos rapazes me falou que viu a
Lizzy indo em direção à lagoa. Presumi que você a tivesse
encontrado, e que devido à tempestade, não tinham conseguido
voltar para casa.
— Pode tirar o dia de folga, Berthinha. Se eu lhe conheço
bem, não conseguiu pregar os olhos à noite toda — disse o Ben.
— Que nada, menino! Dormi feito uma pedra.
— Você está com febre, mulher? O que acabou de falar não
faz sentido algum — disse o cowboy colocando a mão na testa da
governanta.
— Eu estou ótima, moleque! — confessou ela estapeando o
braço dele.
— E, Bia? Ainda está dormindo? Pra ela ainda não ter vindo
tomar café da manhã, vocês devem ter passado boa parte da noite
com os olhos grudados na televisão.
— Nossa garotinha está dormindo, sim. E fique você
sabendo, seu Benjamin, que em uma noite chuvosa não há nada
mais divertido, para uma criança e uma jovem senhora como eu,
que chocolate quente, pipoca e televisão. Agora, sentem-se. Vou
preparar um café fresco para vocês. Devem estar famintos.
— Obrigada, Bertha. Benjamin preparou um delicioso café da
manhã, antes de voltarmos para casa.
— O quê?! O Benjamin no fogão! E sou eu que estou
estranha? — indagou ela, olhando de mim para o Ben.
O cowboy sorriu, abraçando e cheirando a sua governanta.
Fiquei observando a interação dos dois, que mais pareciam mãe e
filho, do que patrão e empregada.
Fui ao quarto me trocar e desci para ajudá-la com as tarefas.
— Oi, Bertha! Posso lhe ajudar com alguma coisa?
— Que nada, garota! Eu dou conta de tudo sozinha. Vá se
divertir um pouco, mas não vá se perder de novo. Você precisava
ver como o Ben ficou quando soube do seu sumiço. Eu nunca o
tinha visto daquele jeito.
— Sinto muito, Bertha. Não foi minha intenção causar tanto
transtorno.
— Não fique se preocupando com isso, minha querida.
— Está certo — falei, saindo em direção ao estábulo.
No caminho, um sorriso brotou em meu rosto, por saber que
o brutinho se importa mesmo comigo.
Ao chegar ao estábulo, sentei-me sobre um fardo de feno e
fiquei observando os cavalos.
— Bom dia, senhorita — Um garoto falou ao entrar no recinto.
Ele era magro, loiro e de olhos cor de âmbar.
— Bom dia! Você é o Adam? — perguntei curiosa.
— Sim. Adam Fuller, a seu dispor.
— Sou a Lizzy. Você é tão jovem para trabalhar com equinos.
Não tem medo de cavalos temperamentais como o Relâmpago?
— Não! É só tratá-los com carinho e respeito, sem
demonstrar medo ou insegurança, que dá tudo certo. As nossas
emoções refletem em seus comportamentos.
— Nossa! Como você sabe de tudo isso?
— Aprendi com meu pai. A conversa está boa, senhorita, mas
o dever me chama.
— Adorei te conhecer, Adam.
— Até breve, Lizzy — disse ele, levantando a aba do seu
chapéu com um dedo.
Eu gostei do garoto! Deve ter no máximo uns vinte anos.
Além de bonito é muito simpático. Aposto que faz sucesso com as
garotas.
— Ainda bem que eu te encontrei — disse o Benjamin, se
aproximando a passos largos.
— O que deseja, cowboy?
— O seu corpo por inteiro — disse ele, descaradamente.
— Não me venha com suas investidas, seu pervertido.
A quem eu queria enganar falando isso, quando na verdade,
eu estava louca para saborear aquele brutamontes. Olhei-o
carregada de luxúria, fazendo minha boca salivar de desejo.
Levantei-me para ir embora, antes que eu agisse por impulso.
Porém, mãos grandes e calejadas me impediram de continuar
andando. Benjamin virou meu corpo com apenas um movimento,
deixando-me de frente para ele.
— Sabe o que seu olhar deixa transparecer, Elizabeth?
— O quê? — perguntei nervosa, pois ele me olhava com
intensidade, fome, desejo...
— Que você quer ser fodida por mim.
— Não sei do que você está falando. — Eu me fiz de
desentendida.
Benjamin chegou um pouco mais perto. Pude sentir o seu
hálito quente e mentolado sobre o meu rosto. Ele parecia um animal
prestes a atacar sua presa.
— Você sabe muito bem. Sua linguagem corporal está me
dizendo isso, neste exato momento.
Obriguei-me a dar alguns passos para trás, mas logo senti
minhas costas tocarem a parede do estábulo. O cowboy colocou
suas mãos ao lado da minha cabeça, impedindo-me a saída.
Comecei a ficar arfante, temerosa, quente, excitada.
— Me deixe ir — pedi em um sussurro.
— Você não sabe o quanto foi difícil te ver dançando e
rebolando no meu pau, enquanto implorava para cavalgar no seu
garanhão. Se você não estivesse bêbada, eu teria te fodido tão
gostoso, mais tão gostoso, que jamais esqueceria do meu pau
atolado em sua boceta. — Hum... — gemi baixinho, louca para
sentir suas mãos pelo meu corpo.
Esse foi o sinal que ele precisava. Ben contornou meus lábios
com o seu polegar. Tomou minha boca em um beijo sôfrego e
depositou beijos molhados no meu pescoço, fazendo todos os pelos
do meu corpo eriçarem. Levou as mãos até os meus seios e
indagou rouco: — Como estão intumescidos! Quer sentir minha
boca quente e úmida sobre eles?
— Não — respondi com a voz pesada.
— E cavalgar gostoso no meu pau, também não quer?
— Não me torture desse jeito — respondi ofegante,
explodindo de tesão.
Ele segurou em minha nuca e afundou os dedos em meus
cabelos. Beijou meu queixo e mordiscou o lóbulo da minha orelha.
Desceu as alças da minha blusa, deixando os meus seios à mostra.
Suspirei quando senti sua boca gulosa mamando neles.
— Hum... que delícia!
Benjamin se ergueu e me puxou para junto de si, apertou
minha bunda por baixo da saia e pressionou seu membro contra
minha pélvis.
Levei minha mão até seu pau e o acariciei por cima da calça.
Ele gemeu rouco com o meu toque.
— Nossa! Você é mesmo um cavalão. — O safado riu do
meu comentário e me arrastou para uma baia vazia, para que
pudéssemos ter um pouco mais de privacidade.
— Tenho certeza de que se eu enfiar um dedo em sua
boceta, ela vai estar toda melada — falou, deslizando suas mãos
por minhas coxas, até chegar ao meu ponto sensível.
Ele não se surpreendeu ao notar que minha calcinha estava
embebida de tesão. Afastou o pequeno pedaço de pano para o lado
e começou a acariciar meu clitóris em movimentos circulares.
O cowboy se abaixou, colocou uma de minhas pernas em
seu ombro e tomou minha boceta em sua boca, chupando,
lambendo e mordiscando meu brotinho.
Fechei os olhos, agarrei seus cabelos com força e abri um
pouco mais as pernas, esfregando meu sexo em sua cara, ditando o
meu próprio ritmo.
— Isso... Hum... não para — eu gemia, suspirava, tremia a
cada passada da sua língua quente e molhada em minha fenda.
— Está gostando sua safada? Isso é por você ter aprontado
— sussurrou, enfiando dois dedos em minha boceta, fodendo-me
em estocadas aceleradas.
— Oh... gemi alto, enfincando minhas unhas em seus
ombros, ao sentir os espasmos do orgasmo dominando o meu
corpo. Gozei deliciosamente.
Benjamin se levantou e levou os dedos até sua boca,
limpando os resquícios do meu gozo.
— Não vejo a hora de atolar o meu pau em você — declarou
ele, saindo do estábulo.
Que homem intenso! — falei baixinho, me recompondo.
Essas férias prometem...
Lizzy desperta em mim, o meu lado mais selvagem. Se não fosse o
risco de sermos pegos no flagra, ela teria sentido a potência do meu
cacete.
Após sair do estábulo, fui até a garagem pegar o quadriciclo
para fazer uma vistoria pela propriedade. A tempestade da noite
anterior elevou o nível do rio que limita nossas terras, arrebentando
algumas cercas. Por sorte, os meus homens conseguiram recuperar
todo o gado.
— Que lamaçal! — falei aproximando-me dos trabalhadores
que ajudavam a reerguer a cerca.
Retirei a camiseta, deixei-a em cima do quadriciclo, peguei
algumas ferramentas e meti a mão na massa. Poucos minutos
debaixo daquele sol escaldante, e o meu corpo já estava coberto de
suor.
Peguei uma garrafa de água e tomei alguns goles,
derramando um pouco sobre o meu rosto e peitoral.
Quando finalizamos o trabalho já era quase meio-dia. Eu
estava cansado e faminto. Ao chegar à minha casa, tirei as roupas
sujas e as deixei na lavanderia, indo para o quarto apenas de cueca.
— Que pouca vergonha é essa, Benjamin? Cadê suas
roupas? Já pensou se você esbarra na Lizzy?! — disse Bertha, ao
me ver passando pela cozinha.
— Berthinha, aposto que ela iria adorar usufruir desse
corpinho suado — provoquei-a, passando as mãos por meus
gominhos.
— Deixe de sem-vergonhice e vá tomar um banho. O almoço
está quase pronto.
Depois de limpo e cheiroso, desci para forrar o estômago.
— Filha, vá chamar a Lizzy para almoçarmos.
— Certo, papai — falou minha princesa, largando as bonecas
no sofá.
Alguns minutos depois, as duas desciam a escada no maior
papo. Elas pareciam ter uma cumplicidade de mãe e filha. Por um
momento, vislumbrei como seria formar uma família novamente.
De repente, a Bia se virou para a Elizabeth e perguntou:
— Tia Lizzy, a senhora é uma das amigas do papai?
— Podemos dizer que sim, bonequinha. Por quê?
— O papai sempre leva as amigas dele para dormir na
cabana do vovô.
— Que salafrário! — disse Lizzy, fechando os punhos com
força.
— O que é “safalário”, titia? — indagou Bia, curiosa.
— É uma pessoa muito, muito honesta — respondeu a loira,
rindo da confusão que a Bia fez com as palavras.
— Oi, meninas! — Resolvi intervir na conversa, antes que a
situação piorasse para o meu lado.
Lizzy me fuzilava com os olhos. Eu podia sentir ela me
esganando mentalmente.
— Papai, a tia Lizzy disse que o senhor é um “safalário”.
— E foi, filha?
— Hunrum! — confirmou, balançando a cabeça para cima e
para baixo.
— Vá ajudar a vovó Bertha a pôr a mesa. Preciso conversar a
sós com a Elizabeth.
— Está bem! — disse ela, correndo em direção à cozinha.
Elizabeth começou a esmurrar o meu peito, dizendo:
— Seu safado de uma figa! Me levou à cabana com a
intenção de me comer, não foi? Pois fique sabendo que não sou
como as suas putas! — bradou.
Segurei em seus pulsos, tentando conter seu ataque de fúria.
— Ei, calma aí! Você sabe que nossa ida para lá não foi
premeditada. Não sou moleque para fazer esse tipo de joguinho.
— Que diferença isso faz? Para você, as mulheres não
passam de uma fonte de prazer — declarou irritada.
— Não fale assim! Apesar dos nossos atritos, gosto da sua
companhia e...
— Chega, Benjamin! Conheço bem o seu tipinho.
— Escute bem, garota. Você pode me achar um mulherengo,
safado... o escambau. Não vou mentir, quando estou solteiro, pego
geral. Mas quando me comprometo com uma mulher, o meu mundo
gira em torno dela.
— Nossa! Falando assim, até parece que você é o homem
dos meus sonhos — declarou com ironia.
— Pessoal, venham almoçar — gritou Bertha, me livrando
daquela situação embaraçosa.
Sentamo-nos à mesa. Lizzy comeu apressadamente e subiu
para o quarto.
— Você aprontou com a menina, não foi Benjamin? —
indagou Bertha, apontando o garfo em minha direção.
— Foi apenas um mal-entendido. Bia comentou sobre minhas
idas à cabana, e a marrenta achou que eu a tivesse levado para lá
com segundas intensões.
— Tenha um pouco de paciência. Logo as coisas se acertam
entre vocês.
Não sei o que a minha governanta quis dizer com aquele
comentário. Mas me pareceu de duplo sentido.
Após o almoço, tranquei-me no escritório para analisar alguns
contratos. Odeio fazer a parte administrativa do negócio. Prefiro lidar
com o gado, com a terra. Se ao menos a Melissa estivesse aqui, eu
não estaria quebrando cabeça com essa papelada.
À noite, enquanto eu tomava uma tequila assistindo a uma
partida dos Dallas Cowboys, a Lizzy chegou toda arrumada à sala
de estar. Olhei-a de baixo para cima. Ela estava muito sensual.
Usava um salto alto, saia jeans curta com abertura frontal e
uma blusa branca de alças transpassadas, que deixava sua barriga
definida à mostra.
Não contive a curiosidade e perguntei:
— Vai sair, Elizabeth?
— Não que seja da sua conta, mas vou à cidade com o
Sebastian e o Adam.
— Deixe de birra! Você vai comigo, resolve suas coisas e, se
estiver a fim, a levo em um cantinho que vende excelentes tacos.
Você vai adorar o de frango com guacamole.
— Obrigada pelo convite. Devem ser deliciosos. Mas os
meninos e eu estamos indo a uma balada. Aliás, o Adam acabou de
me enviar uma mensagem dizendo que estão chegando.
— Em que local será a festa? E que horas vocês voltarão?
— Será em um clube frequentado por universitários. Não
voltaremos muito tarde, mas se o horário for um problema para
você, posso dormir na casa do Sebastian.
— Nem pense nisso! Você vai dormir é aqui. A senhorita é
um perigo quando bebe, esqueceu?
— Está com ciúmes de mim, cowboy?
— Não! Apenas não quero que seu nome seja objeto de
falatórios. Você não sabe como são esses peões.
— E quem disse que eu me importo com o que falam ou
deixam de falar ao meu respeito? — declarou ela, saindo porta
afora, deixando-me sozinho.
Ah, diaba loira! Quando eu te pegar... — resmunguei,
socando o vento.
Tomei mais alguns drinques, andei de um canto a outro da
sala, mas parecia que as horas não passavam.
Imaginar a Lizzy rodeada de marmanjos cheios de
hormônios, loucos para transarem, me corroía por dentro.
A inquietude falou mais alto. Peguei as chaves do carro e saí
em disparada rumo à cidade. Cheguei à boate por volta das onze da
noite. Logo na entrada, alguns jovens trocavam amassos, outros,
fumavam e jogavam conversa fora.
Ao entrar no salão, tocava uma música latina com ritmo
dançante. As pessoas haviam formado um círculo, ao mesmo tempo
em que gritavam, assoviavam e aplaudiam alguém que bailava no
meio da roda.
Saí abrindo caminho em meio à multidão, para ver quem
eram os responsáveis por aquela algazarra.
— Minha nossa! Em que eu fui me meter — falei comigo
mesmo, sem acreditar no que meus olhos estavam vendo.
Elizabeth dançava sensualmente com um cara forte e
tatuado. O cretino roçava o pau, visivelmente ereto, na bunda da
sem-vergonha. Suas mãos passeavam pela barriga e coxas dela,
que correspondia sorridente, a cada investida.
Aquela cena me deixou perplexo, irado e enciumado. Quando
a “estrela da noite” se deu conta da minha presença, virou-se para o
cara, colando seus corpos e rostos, a ponto de se fundirem.
O canalha pôs as mãos na bunda dela, levantando sua saia.
Minha paciência foi pelos ares. Fui até eles e a puxei pelo braço,
levando-a para um canto mais afastado.
— Qual é, cara! A gostosa está comigo — gritou o playboy,
no meio da multidão.
Levantei a mão e mostrei o dedo do meio em sua direção. Eu
estava pouco me lixando para ele. Tirar a Lizzy de suas garras era o
que importava naquele momento.
— Me larga! Você está me machucando. O que deu em você,
Benjamin? — perguntou enraivecida.
Encurralei-a na parede e indaguei:
— Que porra era aquela, Elizabeth?
— Uma dança?! Por acaso é proibido dançar aqui no Texas?
— falou com cara de deboche.
— Você chama aquilo de dança? Vocês estavam
praticamente transando em público.
— Vai se foder, Benjamin! O que você tem a ver com o que
eu faço ou deixo de fazer. Eu não lhe pertenço — berrou próximo ao
meu ouvido.
— Você será minha a partir deste momento — falei pondo
minha mão por trás dos seus cabelos, beijando sua boca
ardentemente.
Nossas línguas se enroscaram em um ritmo frenético. Puxei-
a pela cintura, fazendo seu corpo grudar no meu. Sarramos gostoso,
friccionando nossos sexos. A nossa excitação era intensa,
descomunal. Enquanto a Lizzy acariciava minhas costas por baixo
da camiseta, eu deslizava minha boca por seu pescoço,
depositando beijos molhados que lhe arrancavam suspiros.
— Ei! Procurem um motel! — gritou alguém, ao passar no
local onde estávamos.
— É melhor irmos para casa, garanhão — disse ela, com um
sorriso lascivo no rosto.
— Acho uma ótima ideia — falei, beijando o canto da sua
boca.
— Antes, precisamos avisar aos meninos, para que não
fiquem preocupados comigo — declarou ela.
Fomos ao bar, onde o Adam e o Sebastian estavam tomando
cerveja, acompanhados por duas belas garotas. Acenamos para
eles, que ficaram boquiabertos ao verem a Lizzy e eu de mãos
dadas. Saímos em direção ao estacionamento. Antes de entrarmos
no carro, levei minha mão a sua intimidade, apertei-a com ganância
e sussurrei ao seu ouvido: — A partir de hoje, sua boceta me
pertence. Vou fodê-la quando e onde eu quiser!
Ouvir Benjamin dizendo que a minha perseguida lhe pertencia,
deixou-me louca de tesão. Tudo o que eu mais queria era senti-lo
deslizando para dentro de mim.
— Sou toda sua, garanhão. Você quer me foder aqui, neste
estacionamento? — provoquei-o, roçando minha perna na sua.
— É uma proposta tentadora. Mas hoje vou te comer na
minha cama — respondeu ele, segurando-me pela cintura, enquanto
me beijava.
Entramos no carro e seguimos para a fazenda. No caminho,
enquanto o Ben dirigia, acariciava o meu sexo por cima da calcinha.
A cada apalpada, minha boceta pulsava em sua mão. Fiquei tão
excitada, que pude sentir os seus dedos sendo melados com minha
lubrificação.
— Você adora me torturar, não é cowboy? — perguntei,
fechando os olhos e segurando firme no encosto do banco.
— Estou apenas lhe punindo por você ser uma garota
malvada — retrucou ele, passando os dedos por baixo da minha
calcinha, torturando-me ainda mais.
Eu suspirava e gemia alto dentro do carro. Aquela estava
sendo a viagem mais prazerosa que eu já tinha feito.
Ao chegarmos à fazenda, o cowboy afastou o banco do carro,
puxou-me para o seu colo e segurou firme em meus cabelos,
beijando meu pescoço, ombros, seios...
— Olha só como você me deixa, baby. Você vai acabar
comigo — declarava ele, entre um rosnado e outro.
Quanto mais ele murmurava, mais eu me esfregava em seu
cacete, fazendo-o gemer, enlouquecer de tanto tesão.
— Vamos para o quarto. Não aguento mais esperar. Quero te
foder gostoso — falou com a voz carregada de luxúria.
Quando saímos do carro, o cowboy me jogou em seus
ombros como se eu não pesasse mais do que uma pena.
— Me põe no chão, Benjamin! — gritei estapeando suas
costas.
— Calada, mulher! Quer acordar a casa toda? Se não fizer
silêncio, terei que lhe amordaçar.
— Você não se atreveria! — falei séria. Mas no fundo, eu
adoraria ser amordaçada, amarrada, chicoteada. Tudo o que ele
quisesse fazer eu toparia. Afinal, sempre tive fetiche de ser
dominada por um macho alfa.
À medida que íamos nos aproximando do quarto, meu
coração galopava mais rápido que um puro sangue inglês. Ao
entrarmos no cômodo, o cowboy me jogou em cima da cama, sem
delicadeza alguma. Um gritinho fino saiu de minha garganta. Não
era de medo, e sim de excitação.
Benjamin pegou em meus tornozelos e girou o meu corpo,
deixando-me de bunda para cima. Ajoelhou-se entre minhas pernas,
levantou minha saia e começou a beijar e acariciar o meu bumbum.
Arfei ao sentir a sua língua quente e molhada deslizando por minha
pele.
— Humm... como você é gostosa! — sussurrou, mordiscando
meu traseiro.
Ben retirou minha calcinha, segurou firme nas laterais da
minha bunda e caiu de boca em minha boceta, chupando e
lambendo do meu ponto sensível até o orifício apertado.
— Ahh... humm... que delícia... estou quase lá — falei com
voz pesada, me contorcendo de prazer.
— Nem pense nisso! Você só vai gozar quando eu autorizar
— disse Ben, virando-me de frente para ele.
O cowboy desabotoou minha saia, passando-a por minhas
pernas. Ordenou que eu tirasse a blusa e debruçou-se sobre mim,
beijando e chupando meus seios intumescidos.
Enquanto ele se lambuzava em meus peitos, eu acariciava e
apertava o seu corpo contra o meu.
— Foda-me logo, garanhão. Humm... pare de me torturar... —
pedi num fio de voz.
— Quer sentir o meu pau dentro de você?
— Sim... eu quero...
Ele se levantou, tirou a camiseta e a calça jeans, ficando só
de cueca.
Apoiei-me nos cotovelos para admirar o seu corpo escultural.
Passei os meus olhos por seus braços musculosos, pelas coxas
torneadas, pelo abdômen trincado. Minha boca salivou ao ver o
tamanho do pacote no meio de suas pernas.
— Está gostando do que ver, baby? — perguntou o safado,
segurando o seu mastro, que estava duro como uma rocha.
— Mal posso esperar para tê-lo dentro de mim — provoquei-
o, dando tapinhas na minha perseguida.
Engatinhei até a beirada da cama e coloquei minhas mãos na
cintura do cowboy. Beijei do seu abdômen até o pênis, arrancando-
lhe gemidos de prazer.
Abaixei, lentamente, a sua cueca, fazendo seu pau saltar em
minha frente.
— Que garanhão bem-dotado! — sussurrei, mordendo os
lábios em seguida.
Uma coisa era senti-lo por cima da roupa, outra bem
diferente, era estar cara a cara com aquele caralho, que mais
parecia um taco de beisebol.
O pau do Ben é grande, grosso e cheio de veias. A cabeça
rosada, em formato de cogumelo, é perfeita para ser chupada,
lambida, abocanhada.
Segurei-o em minha mão, dei lambidinhas em sua glande e
bati com ele em meu rosto.
— Acho que não vai caber tudo isso dentro de mim — falei
baixinho, olhando nos olhos do Ben.
— Assustou-se com o tamanho, potranca? — perguntou o
safado, rindo da minha cara.
— Para falar a verdade, eu me assustei. Minha perseguida é
pequena demais para essa tora.
— Não se preocupe! Eu serei cuidadoso, mas...
— Mas o quê? — perguntei temerosa.
— Depois que sua bocetinha se acostumar com ele, não terei
pena de você. Vou te foder com força e brutalidade.
— Humm... — gemi ao ouvir suas palavras.
Ben segurou em meus cabelos, beijou minha boca e ordenou:
— Deite-se na cama. Quero vê-la se tocando, enquanto olha
para mim.
Fiz do jeito que ele ordenou. Deitei-me, abri as pernas de
forma sensual e comecei a me estimular, enquanto ele se
masturbava olhando-me com volúpia.
Em seguida, Benjamin veio até a cama, se posicionou entre
minhas pernas e começou a roçar a cabeça do seu pau em minha
boceta.
— Humm... que gostoso... mete logo, cavalão — gemi
implorando para que ele me comesse.
— Está gostando, né, safada? É rola que você quer, é rola
que você terá.
Ele foi metendo devagarzinho, preenchendo cada centímetro
da minha perseguida.
— Ohh... que bocetinha apertada — disse ele socando até o
talo.
— Humm... que pau delicioso — sussurrei, entre um
choramingo e outro.
O cowboy acelerou os movimentos, entrando e saindo com
voracidade do meu monte carnudo.
— Que bocetinha gulosa! Está sugando todo o meu caralho.
Quando eu estava prestes a gozar, ele saiu de dentro de
mim, levantou-se e ordenou:
— Fique de quatro e coloque os braços para trás.
Obedeci como uma cadela adestrada. Fui até a beirada da
cama e me empinei o máximo que pude.
— Assim? — perguntei toda melosa.
— Isso! Boa menina! — disse ele, dando um tapa em meu
traseiro.
— Ahh... — gritei de tesão.
Eu estava completamente rendida àquele macho viril e
dominador.
O cowboy se posicionou atrás de mim, segurou em meus
braços e atolou seu pau em minha boceta. Ele puxava em meus
cabelos, espalmava minha bunda, metia gostoso. Quanto mais me
judiava, mais excitada eu ficava.
— Isso... continua... mais forte... mais rápido... — Eu pedia,
cheia de tesão.
Comecei a sentir minha vagina se contraindo. Meu corpo
dava sinais de que eu iria gozar a qualquer momento.
— Não aguento mais. Me deixa gozar... — supliquei arfante.
— Então goza no meu pau, sua safada — disse Ben,
apertando minha cintura e metendo com força.
Relaxei e deixei que o orgasmo viesse. Gemi, gritei,
convulsionei, desmanchando-me no pau duro e gostoso do cavalão.
— Ohh... humm... — gozei segurando firme nos lençóis da
cama.
Benjamin acelerou as estocadas. Ele gemia, ofegava, falava
coisas desconexas. Não demorou para eu senti-lo despejar jatos de
porra quente dentro de minha boceta, enchendo-a até transbordar.
Caímos lado a lado na cama. Suados, exaustos e satisfeitos.
Quando nossos corpos voltaram ao normal, o cowboy virou-
se para mim, acariciou o meu rosto e perguntou: — O que acha de
tomarmos um banho, querida?
— Acho uma ótima ideia.
— Vou preparar a banheira e já volto — disse ele, dando-me
um beijo na testa.
Ao retornar do banheiro, Ben me pegou em seus braços.
— O que está fazendo, cowboy? — Apressei-me em
perguntar.
— Vou lhe dar um banho — respondeu com um sorriso
maroto.
Ele me pôs na banheira e sentou-se atrás de mim. Pegou
uma esponja macia e passou, delicadamente, em minhas costas,
ombros, braços, seios...
— Ai, que delícia! — falei apoiando meu corpo em seu
peitoral.
O cowboy me envolveu em seus braços, depositando beijos
em meu pescoço. Relaxamos naquele banho de espuma, com
cheirinho de lavanda.
Após o banho, recolhi minhas roupas no chão e comecei a
me vestir.
— Por que está se vestindo? Dorme aqui comigo — pediu
ele, abraçando-me por trás.
— Não acho uma boa ideia. Alguém pode me ver saindo do
seu quarto. O que vão achar de mim?
— Ninguém tem que achar nada. Somos solteiros e
desimpedidos. Além do mais, podemos transar madrugada adentro.
O que me diz?
— Está bem. Eu dormirei com você, mas nada de sexo por
hoje. Amanhã vou acordar toda dolorida e você é o culpado.
— Eu? Você que é fogosa demais — disse ele, dando um
sorriso de canto de boca.
Trocamos os lençóis e nos deitamos. Descansei minha
cabeça em seu ombro, passando o braço por cima do seu abdômen.
Benjamin me abraçou e depositou um beijo em minha têmpora.
Naquele momento, nada mais me importava.
Adormeci em seus braços, sentindo o cheirinho almiscarado
do seu perfume.
Na manhã seguinte acordei envolta pelo corpo do Benjamin. O
cowboy havia entrelaçado seus braços e pernas em meu corpo, em
um abraço aconchegante.
Sorri ao relembrar o que rolou na noite anterior: sexo quente,
intenso, com uma pitada de dominação e submissão.
Ben sabe agradar uma mulher na cama. A forma como ele
me tocava, penetrava e conduzia a nossa transa, deixava-me
descontrolada, entregue à sua vontade.
Olhei para o relógio sobre a mesinha de cabeceira. Passava
das oito da manhã.
Nossa, dormimos demais! A essa hora, o Ben já deveria estar
de pé, e não pelado na cama, esfregando o seu pênis em meu
bumbum — pensei, tentando me desvencilhar dos seus braços
musculosos.
— Onde pensa que vai, mocinha? Quero meu café da manhã
— disse ele, enfiando a mão por baixo do lençol, apalpando meus
seios, já túrgidos.
— É melhor nos levantarmos, cowboy. A Bertha vai estranhar
você na cama até essa hora. Ela pode achar que você está doente e
nos pegar no flagra — falei segurando um riso.
— Isso é bem a cara dela — declarou ele, entrando debaixo
do lençol, beijando minha nuca, costas e bumbum.
O toque de sua boca em minha pele gerou uma onda de
tesão por todo o meu corpo.
Santo Deus! Não consigo resistir a esse homem.
— Você não cansa, grandão? Já está querendo mais?
— Não é todo dia que eu acordo com uma bela potranca em
minha cama. O que me diz de tomarmos uma ducha? Quero te
foder debaixo do chuveiro — disse ele com um sorriso sem-
vergonha.
— Hum... nada melhor que um banho ao acordar —
confessei, retribuindo o sorriso.
Ao entrarmos no banheiro, Benjamin abriu o gabinete e me
entregou uma escova de dentes ainda na embalagem.
— Quando terminar de usá-la, coloque-a ao lado da minha.
Você precisará dela todas as manhãs — disse, piscando o olho para
mim.
Ao entrarmos no boxe, não perdi tempo. Peguei o sabonete
líquido, despejei um pouco em minha mão e a levei até o sexo do
Ben, movimentando-o enquanto o ensaboava.
Após o enxágue, desliguei o chuveiro e me agachei diante
dele.
— Hoje você não vai me impedir de chupar esse pau
delicioso — comuniquei levantando a cabeça e olhando em seus
olhos carregados de luxúria.
Seu mastro estava rígido, pulsante, pronto para ser
abocanhado. Comecei a passar a língua, da base até a glande,
arrancando suspiros do cowboy.
Chupei a cabeça rosada, relaxei a garganta e o engoli o
máximo que pude. Ele segurou em meus cabelos e fodeu minha
boca freneticamente, fazendo com que lágrimas involuntárias
escorressem por meu rosto.
— Mama no teu macho, safada — dizia ele, enquanto gemia
rouco.
Quando eu já estava ficando sem ar, Ben começou a bater o
seu pau na minha cara, aumentando ainda mais a minha excitação.
— Eu quero chupar, Benjamin — choraminguei.
— Está gostando de mamar no meu caralho, Lizzy?
— Sim... — falei extasiada.
— Ahh... que boquinha gostosa, está babando todo o meu
pau.
Percebendo que ele estava prestes a ejacular, pedi:
— Goza na minha boca, cavalão.
Segurei em suas coxas e o chupei com mais intensidade,
arrancando-lhe gemidos e tremores. Quando ele não aguentava
mais segurar o orgasmo, pegou em meus cabelos e começou a se
masturbar de frente para mim.
— Ohh... humm... que delícia. — Ele explodiu em um
orgasmo violento. Seu esperma encheu minha boca, escorrendo por
meu queixo e seios.
Ao me levantar, o cowboy passou a mão em minha
perseguida, sentindo o quanto eu estava excitada.
— Agora eu vou te comer, potranca — declarou, beijando-me
com volúpia.
Passei as mãos em volta do seu pescoço e pulei em seu
colo, entrelaçando minhas pernas em sua cintura. Benjamin me
colocou contra a parede, penetrando-me sem cerimônias.
— Você gosta disso, não é? — indagou, enquanto segurava o
meu traseiro, movimentando-o para cima e para baixo.
— Sim… como gosto...
— Então, vem cavalgar no seu garanhão — disse ele,
levando-me para a cama.
Benjamin me colocou na cama, deitando-se logo depois.
Passei minha perna por cima da sua pélvis, sentei-me em seu pau e
o cavalguei como uma perfeita amazona.
Enquanto eu pulava, rebolava, ia e vinha no seu caralho,
Benjamin segurava em minha bunda, ora apertando-a, ora
estapeando-a. Eu gemia sôfrega, palpitante, extasiada.
— Ohh... isso, potranca, cavalga no seu garanhão.
Atingi o ápice ao sentir Benjamin gozando dentro de mim.
Relaxei o meu corpo sobre o seu, beijando seu peitoral suado. O
cowboy me abraçou, enchendo-me de beijos e afagos.
— O meu dia não poderia ter começado melhor! — disse ele,
sorrindo para mim.
— Nem o meu, cowboy! — falei passando os dedos por sua
barba cerrada.
Eu poderia muito bem passar o resto do dia na cama do
Benjamin. Mas todo aquele esforço físico me deixou faminta. As
panquecas da Bertha que me aguardem!
Vesti minhas roupas e fui para o meu quarto, me arrumar
para o café.
— Não acredito que eu tive que vir até Austin para ter o
melhor sexo da minha vida! — pensei em voz alta, me penteando
em frente ao espelho.
Quando cheguei à cozinha, Benjamin já estava sentado à
mesa. Cumprimentei a todos, sentando-me em seguida.
— Como foi sua noite, Lizzy? — perguntou o safado, na
maior cara de pau.
— Ótima. E a sua? — rebati olhando em sua cara deslavada.
— Maravilhosa. Não me recordo de já ter tido uma noite tão
agradável — disse o cretino, piscando o olho para mim.
Olhei para as comidas disposta sobre a mesa. As únicas
panquecas que eu vi, estavam no prato do Benjamin.
— Bertha, por favor, diga-me que ainda têm panquecas.
— Já está saindo outra leva, garota. O Ben acordou mais
faminto que o de costume. Parece até que galopou a noite inteira —
disse ela, gargalhando em nossa direção.
Será que ela escutou os meus gemidos durante a
madrugada?
— Você pretende ficar quantos dias aqui no Texas, Lizzy? —
perguntou o cowboy.
— Duas semanas, no máximo. Tenho algumas pendências
para resolver em Nova York, antes de retornar ao trabalho — falei
tomando um gole de suco.
— Ótimo! Eu também estou precisando de um descanso. Por
isso, vou tirar uns dias de folga. Podemos aproveitar esse tempo
juntos. Hoje, vou levá-la para um passeio a cavalo. Temos uma bela
cachoeira aqui na propriedade — declarou ele, fitando-me com
aquele seu olhar safado.
— Lizzy, o que você fez com o Benjamin?! — indagou Bertha,
sentando-se ao meu lado.
— E... eu? — perguntei colocando a mão no peito.
— Sim! Você mesma. Faz anos que eu digo para esse
teimoso tirar umas férias e ele não me dá ouvidos. Você acabou de
chegar e já o fez mudar de ideia. Diga-me, que fórmula mágica você
usou?
— Eu não fiz nada, Berthinha. Foi apenas coincidência —
falei um pouco nervosa.
— Se você está falando, quem sou eu para duvidar —
declarou ela, levando uma xícara de café à boca.
— Lizzy, enquanto você termina seu café, vou selar os
cavalos.
— Papai, eu também quero ir! — disse Bia, toda animada.
— Filha, hoje eu irei levar somente a Lizzy. Mas prometo que
faremos um piquenique durante a semana. O que acha?
— Eba! Piquenique...
A pequena Bia pulou de alegria quando o Ben falou que irá
levá-la a um piquenique. Pelo jeito, ele sempre faz as vontades da
filha. Mas também, fazendo aquela carinha de pidona, seria até
pecado lhe negar alguma coisa.
— Benjamin, não podemos ir de carro? Já lhe falei que não
tenho prática em cavalgar.
— Tem certeza de que não tem? Porque eu a vi cavalgar
muito bem hoje cedo.
É impressionante como esse homem sabe me deixar
constrangida! Bertha nos olhava desconfiada, curiosa. Ela parecia
saber o que estava rolando entre o Ben e eu.
— Claro que tenho — respondi olhando-o com seriedade.
— Já que você não se sente segura para cavalgar sozinha,
eu a levarei em meu cavalo — disse o cowboy, levantando-se da
mesa.
Alguns minutos depois, encontrei-o no estábulo. Ele havia
desabotoado sua camisa de flanela, deixando seu peitoral à mostra.
Estava lindo e sexy, do jeitinho que só ele sabe ser.
O gostoso me ajudou a subir no cavalo e sentou-se atrás de
mim, perguntando:
— Está pronta para nossa próxima aventura?
— Eu já nasci pronta, meu amor!
— Quer conduzir a cavalgada, Lizzy?
— Você e suas frases de duplo sentido, não é Benjamin?
— Qual é, baby? Estou me referindo a você conduzir o
cavalo.
— Eu sei muito bem a que cavalgada você estava se
referindo, seu safado — falei sorrindo em seguida.
Ben me passou as rédeas e me ajudou a guiar o animal. Não
precisei fazer muita coisa, pois o Zeus parecia saber muito bem
onde estávamos indo.
Fiquei surpresa por ainda saber conduzir um cavalo. É como
o Benjamin falou: depois que aprendemos a cavalgar, não nos
esquecemos mais.
Já estou ansiosa para dar uma volta no Relâmpago. Se o
cowboy soubesse que estou pensando em me aproximar do cavalo
mais arisco da fazenda, ele surtaria.
— Você está se saindo muito bem! Até parece uma amazona.
— Obrigada! Andei treinando em um belo garanhão. —
Rimos em uníssono.
Entre uma conversa e outra, Ben mordiscava minha orelha e
beijava minha nuca. Meus pelos eriçavam a cada toque seu. Fechei
os olhos e falei rouca: — Pare de me atiçar, seu pervertido.
— Eu não farei nada que você não queira — disse ele,
passando a ponta do nariz por meu pescoço, deixando-me louca,
alucinada.
Enquanto seguíamos, sem pressa, por aquela estradinha de
terra batida, eu apreciava a beleza do lugar e as carícias do cowboy.
— Poderíamos ter trazido a Bia conosco. Fiquei com pena da
bonequinha.
— Não se preocupe com isso. Eu sempre levo a Bia para
passear. Além do mais, faremos um programa a três. Ela vai adorar.
Não demorou muito, chegamos a um rio de águas cristalinas.
Ben amarrou o Zeus em uma árvore e seguimos a pé por uma trilha
fechada e pedregosa.
— Me dê sua mão, Lizzy. Essas pedras são escorregadias —
disse ele, ajudando-me a trilhar aquele caminho bonito, porém
traiçoeiro.
Olhei para nossas mãos entrelaçadas e sorri por dentro. Para
quem não costuma repetir mulheres e foge de relacionamentos
duradouros, ele estava se mostrando o oposto disso.
— Nossa, que linda! — declarei, ao avistar a bela cachoeira.
Benjamin não poderia ter escolhido um lugar melhor para o nosso
passeio.
— Bem-vinda ao meu refúgio. É aqui que venho quando
quero relaxar — declarou ele, com um sorriso no rosto e brilho no
olhar.
A cachoeira era rodeada por pedras e vegetação nativa. A
queda d’água formava uma piscina natural, em tom de azul-
turquesa. O lugar era esplêndido, paradisíaco, ideal para um
encontro romântico e sexo ao ar livre.
Benjamin não perdeu tempo. Livrou-se das roupas e entrou
na água do jeito que veio ao mundo. Fiquei boquiaberta com
tamanha ousadia e falta de vergonha.
— Como você é apressadinho, cowboy! — falei conferindo
aquelas costas largas, coxas torneadas, bumbum durinho. Ele só
pode ter sido esculpido pelos deuses do Olimpo.
Já não bastava ter me provocado o caminho inteiro, tinha que
tomar banho pelado? Desse jeito, não há calcinha que não molhe.
— Vem logo, potranca! A água está uma delícia! — gritou ele,
tirando o excesso de água dos cabelos.
— Eu não estou de biquíni, Benjamin — gritei de volta.
— Tire a roupa e entre pelada. Não há nada aí que eu já não
tenha visto.
— E se aparecer alguém? — perguntei olhando ao redor. O
lugar parecia deserto, mas vai que tivesse alguém nos observando
por trás das árvores.
— Os meus empregados não andam por essas bandas.
Venha logo! Não me faça ir aí lhe buscar — falou em um tom firme.
Tive vontade de desobedecê-lo, só para ver qual seria minha
punição. Se ele me castigasse igual das outras vezes, eu iria adorar.
Contudo, deixei minha rebeldia para outro momento.
Tirei minhas roupas e me juntei a ele. Ben me abraçou,
beijando-me lentamente, sem pressa. Trocamos alguns amassos,
nadamos, jogamos água um no outro, rimos. Parecíamos um casal
apaixonado.
Eu estava adorando aquele clima romântico, mas o que eu
queria mesmo, era dar para aquele cavalão. Ser fodida naquela
cachoeira, tendo apenas a natureza como testemunha, seria muito
excitante, único.
Eu não aguentava mais esperar para tê-lo dentro de mim.
Aprofundei o beijo e levei minha mão até seu pênis, masturbando-o
debaixo d'água. Benjamin fechou os olhos e começou a gemer
contra os meus lábios.
— Parece que seu amiguinho já está no ponto — falei
arrancando-lhe um sorriso safado.
O cowboy me pegou em seu colo, entrelaçando minhas
pernas em sua cintura. Levou sua boca a um dos meus seios e
mamou como um bezerro esfomeado.
— Ohh... que peitinhos mais apetitosos. Vê como eles cabem
direitinho na minha boca?
— Sim... que gostoso...
Cada passada de língua por meus mamilos me fazia
estremecer, arrepiar. Não aguentando mais aquela tortura, pedi: —
Eu quero cavalgar, garanhão.
Ele deu um sorriso de canto de boca e saiu andando comigo
em seu colo. Levou-me até uma pedra fora da piscina natural e me
colocou no chão, sentando-se em seguida. Movimentou e aprumou
seu cacete, ordenando: — Senta no meu pau, safada.
Como eu estava doida para galopar naquele macho viril, nem
pestanejei. Segurei em seus ombros, apoiei-me nas pontas dos pés
e me sentei, sensualmente, no seu caralho duro e grosso.
— Humm... que pau delicioso, cavalão — falei ao pé do seu
ouvido, arrancando-lhe suspiros e gemidos.
— Ohh... caralho... como você senta gostoso... — Ele grunhiu
em uma voz abafada.
O cowboy segurou e puxou os meus cabelos, forçando-me a
olhar para cima. Levou sua boca ao meu pescoço, depositou beijos
molhados e mordiscou a ponta da minha orelha, sussurrando: —
Quero ver meu pau atolado todinho na sua boceta.
A minha fenda encharcou, ensopando seu caralho duro, que
pulsava dentro de mim, louco para me foder.
Benjamin segurou firme em minha bunda, movimentando-a
para cima e para baixo.
— Vai seu safado... fode essa boceta. — Comecei a pular em
seu pau, sentindo-o ir fundo, entrando e saindo em um ritmo
delicioso.
— Isso... pula mais, minha putinha.
Quanto mais ele pedia, mais eu quicava, rebolava...
— Gosta do meu pau enterrado em você? Hein, putinha? —
perguntou, apertando meu maxilar, estapeando minha bunda com
força.
— Sim... ai... humm... bate mais, vai... — Eu implorava,
choramingando em seu cacete.
Ali, no meio do mato, eu podia gemer, gritar, choramingar,
que ninguém me ouviria. Podia deixar a devassa que existia dentro
de mim vir à tona.
Benjamin me deu mais um tapa na minha bunda, apertou-a
com veemência e disse:
— Levante-se. Quero te comer em pé.
Ficamos de frente um para o outro. Ele ergueu minha perna e
socou tudo de uma vez, arrancando-me um grito de prazer. Segurei
em sua nuca, aproximei nossos rostos e falei em um gemido: —
Humm... me faz sua submissa, Benjamin.
— Já que você está pedindo, vou te foder com força.
Ele apertou meu pescoço sem machucar, olhou-me com
intensidade e acelerou as estocadas, metendo com brutalidade. Seu
maxilar travado, músculos enrijecidos e a forma como me dominava,
deixava-me ofegante, excitada ao extremo.
— É assim que você gosta, safada?
— Sim... continua... quero gozar no seu pau.
Ele intensificou a penetração, me comendo sem pena.
Comecei a sentir meu abdômen se contraindo, minha boceta
apertando seu membro grande e tesudo. Eu tremia, suava,
respirava ofegante.
— Goza, sua sem-vergonha. Goza pro teu cavalão — disse
ele, colocando seu polegar em minha boca. Esse foi o gatilho que
eu precisava para atingir o êxtase. Inclinei a cabeça para trás e
explodi em um orgasmo arrebatador.
Benjamin urrou ao me ver desmanchando-me de prazer. Ele
acelerou as estocadas o máximo que pôde. Logo senti a pulsação
do seu caralho jorrando seu gozo dentro de mim.
Após atingirmos o ápice, desfaleci sobre seu corpo. Ele me
acolheu em seus braços, beijando o meu rosto, acariciando meu
cabelo, curtindo comigo, a deliciosa sensação de bem-estar.
— Vamos tomar um banho? — perguntou o cowboy,
apontando para a cachoeira.
Assenti com a cabeça e fomos para debaixo d’água.
Tomamos banho, trocamos carícias, beijos, cumplicidades.
Após o banho revigorante, vestimos nossas roupas e fomos
até a sombra de um carvalho. Benjamin se sentou, apoiou suas
costas no tronco da árvore e estendeu sua mão, em um convite para
que eu me juntasse a ele.
Sentei-me entre suas pernas e apoiei minha cabeça em seu
peitoral, uma das partes do seu corpo que eu mais gostava. Ali, me
sentia segura, confortável, amada.
— Está gostando do passeio, Lizzy? — indagou Ben,
abraçando-me por trás.
— Estou adorando tudo! A natureza, sua companhia...
— Eu fui muito bruto durante o sexo? Eu lhe machuquei?
— Não se preocupe com isso, bonitão. Essa foi a parte do
passeio que eu mais gostei — respondi, virando meu rosto em sua
direção. Ele sorriu, segurou em meu queixo e me beijou sem pressa.
Benjamin está sendo tão carinhoso. Nem parece o mesmo
homem que a Melissa descreveu.
— E quanto a estarmos transando sem proteção? —
questionou pensativo.
— Eu tomo anticoncepcional e não costumo sair por aí
transando sem camisinha. E você, cowboy? Tenho com o que me
preocupar?
— Não. Eu sempre me protejo. Mas até que não seria má
ideia ter um potrinho com você.
— Ei! — Dei-lhe um tapa na coxa, reprovando seu
comentário descabido.
— Ai, potranca! Que mão pesada! O que falei de errado? —
indagou, massageando o local da palmada.
— Onde já se viu, me comparar a uma égua parideira. Nem
nos conhecemos direito e você já me vem com essa história de
potrinho?! Você só pode estar de brincadeira.
— Estou falando muito sério, mocinha. A propósito, quantos
anos você tem?
— Isso é pergunta que se faça a uma mulher, Benjamin?! —
falei, com a voz um pouco alterada.
— Calma, loira! Se não quer responder, tudo bem. Só não
vamos voltar à nossa fase de briguinhas, por algo tão fútil.
— Relaxa! Estou apenas brincando. Eu tenho vinte e três
anos. E você, garanhão?
— Trinta e quatro. Sou onze anos mais velho que você. Isso
é um problema?
— Claro que não, seu bobo! — Sorri de sua pergunta
absurda. Quem liga pra idade quando o homem é megagostoso?
— Então... Se eu te pedisse em namoro, você aceitaria? —
perguntou ele, com os olhos semicerrados, como quem não queria
nada.
— Eu não estou gostando do rumo dessa conversa, cowboy.
Você sabe que um relacionamento entre nós nunca daria certo.
Estamos apenas transando. Logo terei que voltar para Nova York e
você nem se lembrará de mim.
— Como eu poderia esquecer da mulher que devolveu o
sorriso em meu rosto, que trouxe luz para minha vida, e que, em tão
pouco tempo, conquistou o coração da minha princesa?
— Pare de dizer essas coisas, homem. Não brinque com os
meus sentimentos — falei, pondo a mão em seus lábios.
— Eu não estou brincando, Elizabeth. Desde que você entrou
por aquela porta, algo diferente surgiu dentro de mim. Mesmo que
você volte para Nova York, e que não tenhamos mais do que um
caso, eu sempre estarei aqui, a sua espera, pronto para te amar.
— Suas palavras estão me fazendo chorar, cowboy. Pode até
não parecer, mas eu sou uma garota muito sensível. Além do mais,
não é todo dia que se declaram para mim.
— Não chore, Elizabeth. Não foi minha intenção lhe fazer
chorar. Se eu soubesse que reagiria assim, não teria aberto meu
coração para você. Acho que me precipitei. Eu sei que está indo
rápido demais entre nós, mas só falei o que eu sinto. Quando penso
que irá embora em breve, sinto um aperto tão grande no meu peito,
chega até a doer. Eu não sou muito bom com as palavras, nem com
o tipo de sentimento, mas eu precisava me abrir para você.
— Na verdade, Benjamin, isso era tudo o que eu precisava
ouvir de você — declarei, dando-lhe um beijo apaixonado.
— Esse beijo significa um sim, Elizabeth? Você aceita namorar
comigo?
— Não preciso esconder o que você já sabe, Benjamin. Eu
gosto muito de você. Adoro sua companhia, o seu toque, seus
carinhos, nosso sexo. Você é um homem maravilhoso, um bom pai
e um amante extraordinário. Mas por enquanto, não vamos rotular o
nosso relacionamento. Ainda é muito cedo para tomarmos decisões
tão importantes. Vamos viver um dia de cada vez e ver onde isso vai
dar.
— Você tem razão. Eu que sou apressado de mais —
confessei em um meio sorriso. Rimos do meu comentário, já nos
levantando para irmos embora.
Na volta para casa, permanecemos em silêncio por quase
todo o caminho. Divaguei em meus pensamentos, refletindo sobre
os acontecimentos dos últimos dias.
Faz menos de uma semana que a Elizabeth e eu nos
conhecemos, mas sinto como se a conhecesse de uma vida inteira.
Deve ser isso que chamam de almas gêmeas.
Ela fez nascer em mim a vontade de ser um homem melhor,
de ter para quem voltar no final do dia, de amar e ser amado.
Preencheu em mim uma lacuna que eu nem sabia que existia.
Torna-me um homem completo, realizado.
Cedo ou tarde, ela se renderá a essa paixão. Disso eu tenho
certeza. Farei de tudo para conquistá-la. Esperarei o tempo que for
necessário para vivermos uma grande história de amor.
— Você está tão calada, baby. Está chateada comigo?
— Não, cowboy. Só estou cansada e com fome —
respondeu, virando o rosto em minha direção, dando-me um sorriso
sereno.
Ao chegarmos a casa, fomos direto para o andar de cima.
Antes que a Lizzy entrasse no seu quarto, puxei-a para um beijo
gostoso. Ela gemeu em meus lábios, apertou meu braço e disse: —
É melhor irmos tomar banho, Benjamin.
— Agora mesmo, querida — proferi, entrando no quarto.
— Ei! Vai pra onde, engraçadinho? Quando digo tomarmos
banho, é você lá no seu quarto e eu no meu — comunicou,
colocando-me para fora do cômodo.
— Deixe-me tomar banho com você, baby.
— Outra hora, garanhão. Você sabe como isso terminaria.
Além do mais, as meninas estão nos esperando para o almoço.
— Meninas? — perguntei, dando uma gargalhada
espalhafatosa.
— Do que você está rindo, Benjamin? — perguntou, com os
braços cruzados e o cenho franzido.
— Você chamando a Bertha de menina. Ela tá mais para uma
senhorinha fofoqueira, isso sim — falei, gargalhando um pouco
mais. Lizzy se segurava para não rir. Ela já havia percebido que a
Bertha adora uma fofoca e, pelo jeito, a Bia está se saindo uma
ótima aprendiz.
— Como você é idiota! — murmurou, caindo na risada,
enquanto trancava a porta à chave.
— Potranca, me deixa entrar — pedi, batendo contra a
madeira, fazendo uma voz mansa.
— Vá tomar banho no seu quarto, Benjamin. O banheiro de lá
é maior que o daqui.
— Então vem comigo! Eu juro que não estou com segundas
intenções. Isso nem passou pela minha cabeça.
— Tchau, garanhão! Nos vemos daqui a pouco. E não se
atrase para o almoço — disse, de um jeito debochado. Eu podia
senti-la encostada na porta, rindo da minha cara.
— Você não perde por esperar, sua malcriada.
— Isso é uma ameaça, cowboy? — perguntou alto e bom
som.
— Você sabe que eu vou lhe punir por isso, não é?
— Esperarei ansiosa — provocou-me, fazendo meu pau
pulsar dentro do jeans.
Fui para o meu quarto, pensando numa punição bem sacana
para aquela desaforada.
Após o banho, desci para ver o andamento do almoço. Eu
estava faminto.
— Papai! Papai! — disse Bia, toda eufórica.
— O que foi, meu amor? — perguntei curioso.
— Se eu chamar a tia Lizzy para brincar comigo, será que ela
brinca?
— Brinco sim, bonequinha — respondeu Lizzy, entrando no
cômodo.
— Eba! Eu disse a vovó Bertha que a senhora ia adorar
brincar comigo — falou entusiasmada.
Após o almoço, sentei-me no sofá e fiquei observando as
duas mulheres da minha vida brincarem no chão da sala de estar.
Elas estavam tão entretidas que nem me davam atenção.
Lizzy ouvia, atentamente, tudo o que a Bia falava a respeito
das suas bonecas, ou filhas, como ela as denomina. Desde nomes,
idades e até namorados.
Agora eu entendo por que para cada boneca que ela me
pede, tem que vir um boneco junto. Eu não sei a quem minha filha
puxou para ser tão enxerida.
Depois de um tempo brincando, ela começou a ficar com as
pálpebras pesadas, sonolenta. Parecia lutar contra o sono, só para
aproveitar um pouco mais a companhia da Lizzy.
— Princesa, vamos para a cama. Você está quase dormindo
sentada — chamei-a, estendendo as mãos para pegá-la em meu
colo.
— Não, papai! Eu quero ir com a tia Lizzy.
— Ela está muito cansada. Teve um dia cheio.
— Pode deixar, Ben. Eu a coloco para dormir — disse a loira,
olhando-me com os olhos semicerrados.
— Não vá ficar mal-acostumada, sua sapeca. Você sabe que
a Elizabeth mora em Nova York e que irá embora em breve, não é?
— Eu sei, papai. Mas ela pode me colocar para dormir
enquanto estiver aqui, né titia?
— Posso sim, meu amor. Venha comigo. Vamos ler uma
historinha e dormir um pouco.
Ela pegou a Bia nos braços e subiu as escadas. Colocou-a
na cama, pegou seu livrinho de contos infantis e começou a lê-lo.
Quando a pequena adormeceu, deu-lhe um beijo na testa e guardou
o livro sobre a mesinha de cabeceira.
Eu observava aquela cena, encostado na soleira da porta.
Fico encantado com o jeito carinhoso com que a Lizzy trata minha
filha.
Não tem como não se apaixonar por essa mulher.
— Ai, Benjamin! Que susto! Há quanto tempo você está aí?
— Tempo o suficiente para ver que você será uma excelente
mãe.
— Quem sabe daqui a alguns anos — brincou, alisando o
rosto da minha garotinha.
— Quando a Bia acordar, poderíamos dar uma volta na
cidade. Pensei em levá-la para tomar um sorvete. O que acha?
— Hum... adoro sorvete! — declarou, passando a língua no
lábio superior.
Não me segurei. Puxei-a para fora do quarto, imprensei-a na
parede e a beijei com ganância, arrancando-lhe gemidos. Antes que
o clima esquentasse ainda mais, separei nossos lábios e perguntei
baixinho: — Que tal relaxarmos um pouco na minha cama?
— Preciso mesmo de um descanso. Nossa maratona sexual
me deixou exausta.
Rimos em uníssono e fomos para o meu quarto. Tirei a
camiseta e me deitei na cama. Lizzy se deitou ao meu lado,
abraçou-me e depositou sua perna sobre minha pélvis. Encostei
meu rosto em seus cabelos, inspirando um doce cheirinho de maçã
verde. Adormecemos, juntinhos, no nosso ninho de amor.
Acordamos por volta das três da tarde. Lizzy foi para o seu
quarto e eu fui tomar uma ducha. Entrei no boxe, molhei meu corpo
e apliquei xampu em meus cabelos, massageando-os com a ponta
dos dedos. Peguei o sabonete e passei nos meus braços, ombros,
peitoral, todo o corpo.
Apliquei um pouco de sabonete íntimo na palma da mão e a
deslizei por meu pênis semiereto, movimentando-o suavemente.
Puxei o prepúcio, expondo a cabeça robusta, lavando-a com
cuidado. Religuei o chuveiro, enxaguei o meu corpo e saí do boxe
com uma toalha em volta da cintura.
Fui ao closet, vesti uma roupa casual e um tênis despojado.
Penteei meus cabelos e apliquei o perfume que a Lizzy adora. Em
seguida, me dirigi ao quarto da Bia. Precisava arrumá-la para o
nosso passeio.
— Filha, está acordada? — perguntei, fazendo-lhe cócegas
na barriga.
— Para, papai! Eu já acordei... — ela falava, entre uma risada
e outra.
— Levante-se e vá tomar banho. Vamos naquela sorveteria
do shopping que você adora.
— Jura?! Posso tomar um sorvete bem grandão?
— Pode, sim. Hoje você pode pedir o que quiser.
— Eu te amo de montão, papai. — Ela saltou em cima de
mim e me deu um abraço apertado.
— Também te amo, minha sapequinha. — Coloquei-a no
chão, enquanto ela dizia em uma risada gostosa: — Eu sei, papai. O
senhor me diz isso todos os dias.
— Quer ajuda para tomar banho? — perguntei, já sabendo a
resposta.
— Não! Mocinhas tomam banho sozinhas.
— Nossa! Como você cresceu rápido. Nem percebi que já era
uma mocinha — falei, abrindo o chuveiro.
Enquanto Bia tomava o seu banho, escolhi um vestido e uma
sandália confortável para ela usar. Depois de arrumada e cheirosa,
descemos para nos encontrarmos com a Lizzy, que já nos
aguardava na varanda.
A loira usava uma calça jeans de cintura alta e uma blusinha
preta, deixando sua barriguinha sexy à mostra. Nos pés, uma
sapatilha elegante. No rosto, uma maquiagem simples realçava sua
beleza natural. Uma bolsa tiracolo completava o look. Estava linda.
Perfeita.
— Nossa, Bia! Que vestido lindo — declarou Lizzy, pondo as
mãos nas maçãs do rosto.
— Obrigada, tia Lizzy. Foi meu pai que escolheu. A Sandália
também.
— O seu pai tem muito bom gosto. Só faltou um batonzinho...
— disse a loira, pegando um batom dentro da bolsa.
— Tenho muitas habilidades que você não conhece ainda,
baby — afirmei, erguendo uma sobrancelha.
Lizzy me olhou com sua melhor cara de safada e proferiu de
um jeito sexy para caralho:
— Estou louca para conhecê-las, garanhão.
Quero ver se você vai me olhar assim, enquanto eu estiver
batendo com meu pau na sua cara.
— Vamos indo, garotas. Está ficando tarde. — Chamei-as,
tentando mudar o foco dos meus pensamentos. Não era a hora mais
apropriada para pensar em sacanagens.
Ao chegarmos à cidade, fomos direto para o shopping.
Sentamo-nos na praça de alimentação e começamos a olhar o
cardápio.
— Papai, eu quero sorvete de chocolate, morango e creme
de avelã. E um montão de calda por cima.
— Que menina mais gulosa! — brinquei, arrancando-lhe uma
risada.
— Lizzy, já escolheu o seu?
— Ainda não, cowboy. Tudo parece tão delicioso! Nem sei o
que pedir.
— O de chocolate belga é uma delícia. É o meu preferido.
— Vou experimentar ele, então — confessou esboçando um
sorriso — Okay. Vou fazer os pedidos.
Quando o atendente trouxe nosso pedido, a Bia não perdeu
tempo. Pegou sua taça e começou a se deliciar, lambuzando-se
toda. — Humm... que delícia — disse Lizzy fechando os olhos.
Santo Deus... será que essa diaba só sabe comer gemendo?
A cada colherada de sorvete que a peste colocava na boca, soltava
pequenos gemidos, chamando a atenção de alguns rapazes
sentados à mesa ao lado da nossa.
— O que pensa que está fazendo, Elizabeth? Aqui nem é hora, nem
lugar para isso — adverti com o cenho franzido.
— Deixa de ser chato, Benjamin. Não posso nem tomar um
sorvete em paz. E, você, não vai tomar o seu? Tá derretendo
todinho.
— Aqueles moleques estão te comendo com os olhos. E não
é para menos, você gemendo desse jeito. Até parece que tá
fazendo outra coisa — retruquei enfurecido. — Aqueles rapazes ali?
— perguntou, olhando em direção aos frangotes, acenando com a
mão. Eles acenaram de volta, felizes por terem conseguido a
atenção de uma garota tão bonita.
— Terminou com seu showzinho, Lizzy? — perguntei,
olhando-a fixamente.
— Não fique com ciúmes, cowboy. No fim das contas, é você
quem vai me levar pra cama — respondeu, dando uma piscadela de
olho.
— Papai, terminei. Aonde vamos agora? — Bia já havia
devorado uma montanha de soverte, e eu nem tinha começado a
tomar o meu, que por sinal, já tinha derretido há tempos.
— Depois que você limpar esse seu rostinho, poderá se
divertir na área de recreação.
— Lizzy, você leva essa sapeca para brincar um pouco?
Preciso comprar umas coisas e logo me junto a vocês.
— Vem pequena, vamos lavar essa carinha. Você tá
parecendo uma porquinha. — Bia deu uma risada engraçada e, de
mãos dadas, saíram em busca de um banheiro.
Fui fazer minhas compras. Primeiro, entrei em uma loja de
brinquedos e comprei a boneca que a Bia vinha me pedindo, sem
esquecer de levar, também, o seu namoradinho.
Depois fui até outra loja de brinquedos, mas esses, não eram
para crianças. Ao entrar no local, peguei uma cesta e fui escolhendo
alguns itens.
— Caralho! Tem coisa aqui que nem sei para que serve —
murmurei, lendo as instruções de alguns aparelhos.
Não vejo a hora de usar esses brinquedinhos com a Lizzy —
pensei, sorrindo maliciosamente.
Após as compras, fui em busca das meninas. Assim que a
Bia me viu, saiu correndo ao meu encontro.
— Papai, todos esses presentes são para mim?! —
questionou ela, com os olhos arregalados.
Eu tô para conhecer uma menina que goste mais de ganhar
presente do que essa!
— Não, princesa. O seu é este aqui. Os outros dois são para
a tia Lizzy e eu.
— Obrigada, Benjamin! Eu adoro ganhar presentes. Deixe-
me ver o que tem aí — pediu a loira, estendendo a mão para pegar
as sacolas.
— Calma, potranca! Não posso te mostrar agora. Mas tenho
certeza de que você vai adorar a surpresa — declarei, piscando o
olho para ela.
Se ela soubesse o que planejei para nossa noite...
Enquanto o Benjamin foi às compras, levei a Bia para brincar na
piscina de bolinhas. Sentei-me em um banco e fiquei observando-a
se divertir. A garota pulava, descia no escorrega, fazia a maior
algazarra.
É inacreditável o quanto eu já me apeguei à bonequinha e ao
gostosão do seu pai. Quando voltar para Nova York, deixarei uma
parte de mim neste lugar.
Quando o Ben retornou de suas compras, ele estava todo
misterioso. O que o brucutu estava aprontando? Por que eu não
podia ver o que tinha nas benditas sacolas?
— O que acham de jantarmos em um restaurante italiano? —
Propôs ele, olhando de mim para a filha.
— Eba! Eu quero pizza! — falou a pequena, toda animada. A
danadinha é uma comilona. Mais uma característica que herdou do
pai. O Ben é guloso em todos os sentidos.
— Gosta de pizza, Lizzy? Caso não goste, o restaurante
dispõe de uma excelente variedade de massas, frutos do mar e
vinhos.
— E quem não gosta da culinária italiana, Benjamin? —
declarei, com um sorriso no rosto.
— Então, vamos nessa!
— Deixe que eu levo as sacolas. — Fiz menção de pegá-las.
— Nada disso, garota. Elas vão no porta-malas, longe das
suas vistas.
Esculhambei-o mentalmente. Eu estava doida para descobrir
o que ele havia comprado. Seria uma lingerie? Ele não seria louco
ao ponto de me comprar um anel de compromisso, ou seria? Em se
tratando do Benjamin...
Entramos no carro e seguimos para o restaurante escolhido
por ele.
— Parece que você está ansiosa, potranca? Reparei que já
roeu todas as unhas. Quando chegarmos em casa, lhe darei um
remédio que a deixará calminha, calminha.
— Culpa sua, seu “cattivo ragazzo”.
— Ei! Eu sei um pouco de italiano, baby. Deixe para me
chamar de garoto malvado quando estivermos na minha cama —
declarou, dando-me um sorriso safado.
Ao entrarmos no restaurante, recebemos calorosas boas-
vindas. Um garçom, vestido de terno, nos trouxe o cardápio e a
carta de vinhos. Benjamin pediu uma pizza sabor marguerita e um
Chardonnay para acompanhar. Achei a combinação perfeita. Para a
pequena Bia, um suco de abacaxi com hortelã, o que ela adorou.
Varri meus olhos pelo ambiente e me surpreendi com a
beleza e requinte da casa. Tudo era bem-organizado, acolhedor.
Um majestoso bar saltava aos olhos de quem entrava no
recinto. Acima do balcão, pendentes aramados davam um toque
especial na decoração. A cozinha, separada por paredes de vidro,
permitia-nos apreciar o trabalho dedicado dos cozinheiros.
Ao fundo, imponentes fornos de pizzas com tijolinhos
aparentes, combinavam perfeitamente com o restante do ambiente.
Aquele era um lugar para levar a família, jantar romântico, ocasiões
especiais.
Enquanto esperávamos pelo jantar, Ben e eu tomamos vinho,
conversamos, rimos. Já a Bia, de tão entretida com seus bonecos,
nem se dava conta do clima romântico que pairava em torno da
mesa.
— Pegue leve no vinho. O que pretendo fazer com você
requer sobriedade, prudência — disse o cowboy, olhando-me sério.
O que será que ele quer fazer comigo? Hum... será que é a
punição que me prometeu pela manhã? Tomara que seja algo bem
gostoso — pensei, soltando um gemidinho.
Ele me olhou com os olhos semicerrados. Estava prestes a
dizer algo, mas sua fala foi interrompida com a chegada do garçom.
Quando a pizza foi posta sobre a mesa, subiu um delicioso
cheirinho de queijo e manjericão.
— Que delícia! — gritou Bia, batendo palmas, arrancando um
sorriso do garçom. Peguei uma fatia, dobrei-a e a levei a boca. O
sabor era condizente com seu aroma. Uma delícia. Já o vinho,
casou perfeitamente com o sabor pronunciado do manjericão.
Nosso jantar foi maravilhoso.
— Vamos para casa? Está ficando tarde e eu estou louco
para saborear minha sobremesa — indagou o cowboy, olhando-me
com cobiça. Eu sabia muito bem o que ele queria comer.
— Vamos, papai! Quero mostrar a Mel e o Sel para a vovó
Bertha — respondeu Bia, encostando as bocas dos bonecos,
soltando beijinhos.
Benjamin me olhou divertido. Acho que ele estava pensando
o mesmo que eu.
— Filha, por que você escolheu esses nomes?
— Papai, o senhor é tão bobinho. É o nome da tia Melissa e
do tio Sebastian. Eles também vão ser namorados, igual a Mel e o
Sel?
O Ben e eu não seguramos a gargalhada. A pequena faz
cada pergunta descabida. A Melissa namorando?! Só na cabecinha
da Bia para isso acontecer.
— Não, filha! O Sebastian e a Melissa são como dois irmãos.
E, irmãos não namoram. Às vezes, dormiam até na mesma cama.
— Então eu vi errado... — falou pensativa, batendo os
dedinhos no queixo.
— O que você viu, filha? Conta para o papai — perguntou
Benjamin, todo curioso.
O safado ainda tem a cara de pau de chamar a Bertha de
fofoqueira. Se colocar numa balança, não sei qual dos três é mais
mexeriqueiro.
— Não posso contar, papai. É segredo.
— E desde quando você guarda segredos, mocinha? —
perguntou o cowboy, apertando as bochechinhas da filha.
— Desde que a tia Melissa pediu para eu não contar que vi o
tio Sebastian e ela se beijando lá no estábulo — respondeu a
pequena, tampando a boca com as mãos, dando-se conta de que
tinha falado demais.
— Que conversa é essa, Beatriz Parker? Isso é verdade? —
perguntou Ben, demostrando surpresa, raiva, inquietação. Os
punhos fechados demonstravam o tamanho da sua ira.
— É sim, papai. Eu juro que não estou mentindo. O senhor
promete não bater no tio Sebastian? — perguntou, toda manhosa,
balançando o corpinho para um lado e para o outro.
— Prometo, princesa. Não vou matar aquele cowboy
enxerido, mas ele vai levar uma boa corsa por ter se aproveitado da
minha irmãzinha.
— Tá bom, papai — disse aliviada. Ainda bem que a
bonequinha, em sua inocência, não faz a menor ideia do que é “dar
uma corsa”.
Pelo que conheço da minha amiga, deve ter sido ela quem se
aproveitou do Sebastian, e não o contrário. Por que aquela safada
não me contou que já deu uns amassos naquele cowboy gostosão?
Ela vai me contar essa história direitinho. Ah, se vai!
Na volta para a fazenda, a pequena veio dizendo, o caminho
todo, que a Bertha iria amar seus brinquedos novos. Já o Ben, nada
falou. Ele estava pensativo, quieto. Parecia digerir a história dos
amassos da Melissa e do capataz.
Ao chegarmos a casa, Bia correu à procura da Bertha. A
governanta estava se deliciando com uma travessa de brownies,
enquanto assistia a sua novela mexicana preferida. A bonequinha
foi logo pegando um doce, mostrando seus presentes em seguida.
Ela contou tudo o que havíamos feito no passeio. A governanta
ouvia tudo atentamente.
— Nossa! Quantas aventuras para um dia só — disse Bertha,
com um amplo sorriso no rosto.
— Berthinha, você coloca a Bia para dormir? Vou me recolher
— perguntou Benjamin, coçando a parte de trás da cabeça.
— Deixa comigo! Vou levá-la para dormir no meu quarto. O
andar de cima será só para vocês. Aproveitem a noite! — respondeu
ela, segurando o riso.
— Boa noite, pessoal — falei indo em direção às escadas.
Bertha parece saber o que está rolando entre o Ben e eu.
— Boa noite, Lizzy — disse a senhora grisalha, sem tirar os
olhos da televisão.
— Aonde vai com tanta pressa, potranca? Espere por mim!
— falou Ben, alcançando-me no topo da escada.
— Vou tomar um banho.
— Quando terminar, vá para o meu quarto. Não demore.
Estou louco para te foder.
— Você quem manda, cowboy! — falei soltando um beijinho
em sua direção.
Se ele está louco para me comer, eu estou louca para dar. —
Ri do meu pensamento pervertido.
Após o banho, vesti uma camisola preta e um fio dental
rendado na mesma cor.
— Qual será a surpresa que o garanhão preparou para mim?
—perguntei-me, enquanto passava hidratante no meu corpo.
Todo esse mistério está me deixando tensa, ansiosa.
Conforme ordenado, fui para o quarto do cowboy. Quando eu
ia girar a maçaneta, ele abriu a porta, repentinamente, assustando-
me.
— Ai! Que susto, homem.
— Não tenha medo, potranca — falou fazendo um gesto com
a mão para que eu entrasse.
Ele usava um roupão aberto na altura do peito. Aquela visão
me deixou salivando, louca para beijar aquele corpo sarado, cheio
de testosterona.
Seus olhos luxuriantes passearam por todo o meu corpo. A
cada olhada sua, um calor abrasador surgia no meio das minhas
pernas. Olhei em volta, quebrando nosso contato visual. Engoli em
seco com o que vi sobre a cama.
— Gostou da surpresa, baby? Todos esses brinquedinhos
são para você. Vamos nos divertir muito — declarou, examinando
meu semblante, visivelmente chocado.
— Hum... go... gostei — respondi, chegando mais perto para
conferir cada item. Amarras de tecido, vendas, vibradores,
mordaças, chicotes, algemas, compunham o pequeno kit de
safadezas do cowboy pervertido.
Contudo, o que mais chamou minha atenção foram os plugs
anais, que por algum motivo, estavam separados do restante dos
acessórios. Peguei-os e os analisei minuciosamente. Eram de
metal, estilo joia, em formato de coração.
Será que o cavalão está pensando em me comer por trás?
Apesar de ter curiosidade em fazer anal, o Ben não é a pessoa mais
indicada para desvirginar meu buraquinho apertado. O homem tem
um pau enorme. Me arrebentaria toda — pensei apavorada.
— Benjamin, não me diga que você pretende enfiar esse
negócio no meu rabo? — perguntei mostrando-lhe o acessório.
— Está com medo, potranca? Isso é só para abrir caminho...
— Você não está pensando em... — calei-me, quando o vi se
aproximando de modo predatório, convicto de que teria tudo o que
desejava.
— Eu não estou pensando. Hoje vou te enrabar gostoso —
declarou ele, olhando no fundo dos meus olhos, enquanto apalpava
minha bunda por baixo da camisola.
Meus seios incharam, minha calcinha ensopou de tesão. Não
havia escapatória. Mesmo que eu resistisse, meu corpo já estava
imerso naquela luxúria, devassidão. A excitação era maior que o
medo de ser enrabada por aquele cavalão.
Benjamin retirou minha camisola, deixando-me só de fio
dental. Enfiou as mãos nos meus cabelos e me beijou intensamente.
Gemi contra seus lábios famintos. Deslizei as mãos por dentro do
seu roupão e acariciei seu corpo másculo. Eu ofegava, lamuriava,
estremecia com cada toque da sua boca em meus ombros,
pescoço, seios.
— Humm... que delícia. Vamos usar todos esses
brinquedinhos, cowboy? — perguntei em um sussurro.
— Não. Esta noite vamos usar apenas esses aqui —
respondeu, pegando as algemas e um plug anal, deslizando-o,
delicadamente, por meu rosto.
— Abra a boca — ordenou com voz gutural, invadindo minha
cavidade bucal com o acessório. Comecei a chupá-lo, devagar e
eroticamente. Benjamin não desviava seus olhos dos meus. O seu
olhar me seduzia, atraía, deixava-me presa em seu jogo, submissa
às suas libertinagens.
Ele pegou as algemas e as colocou em meus pulsos,
prendendo-os na frente do meu corpo. Senti uma onda de excitação
me percorrendo, deixando-me quente, eriçada. Seu semblante
deixava transparecer que ele estava adorando me ver entregue aos
seus desejos mais obscuros.
— Fique de joelhos. Quero foder essa boquinha desaforada
— mandou, abrindo o roupão. Seu mastro estava teso, pulsante.
Abaixei-me conforme o ordenado. Ele arregaçou o prepúcio
do seu pênis, deixando à mostra a enorme cabeça rosada. Abri a
boca o máximo que pude e abocanhei seu caralho, chupando-o com
voracidade. Benjamin segurou em meus cabelos e puxou minha
cabeça contra seu sexo, socando fundo na minha garganta.
— Ohh... que boquinha gostosa do caralho... chupa, sua
safada... — Ele grunhia, metendo tudo, deixando-me sem ar,
sôfrega, babando no seu caralho duro.
Após se deliciar com meu boquete, Benjamin começou a
bater seu pau na minha cara, batendo cada vez mais forte, mais
bruto.
— Mantenha os olhos abertos, potranca. Quero que olhe para mim
enquanto te dou uma surra de pau — ele ordenava, esfregando o
cacete em meus lábios inchados, voltando a golpear com mais
intensidade.
Era maravilhoso sentir aquela tora batendo em minha boca e rosto.
— Ahh... que delícia, garanhão... humm... — Eu
choramingava, cheia de lascívia.
— Levante-se e fique de quatro na cama — ordenou ele.
Subi na cama e empinei minha bunda. O cowboy se
aproximou, vendou meus olhos e caiu de boca na minha boceta
sedenta. Ele passou a língua nos grandes lábios, abocanhou e
chupou meu grelinho inchado. Eu gemia e esfregava minha boceta
em sua cara. O fato de estar com os olhos vendados aguçava meus
sentidos, deixando-me mais excitada, ansiosa, pingando de tesão.
Benjamin segurou nas laterais do meu bumbum e lambeu
meu orifício apertado, fazendo-me arrepiar de desejo. Sua língua
molhada fazia meu ânus pulsar, implorando para ter algo dentro
dele.
Depois de um bom tempo me chupando, Ben se levantou e
começou a esfregar a cabeça do seu pau no meu sexo, espalhando
minha lubrificação. Enfiava só um pouquinho e tirava, deixando-me
ensandecida, pegando fogo.
— Tá gostoso, baby? — perguntou de um jeito sexy, cheio de
luxúria.
— Sim... ahh... me fode logo...
Minha boceta implorava por aquele caralho quentinho, duro,
inchado. Benjamin não perdeu tempo, meteu tudo em uma estocada
brutal, animalesca, fazendo-me arquejar.
— Ohh... porra... que gostosa... — O cowboy grunhiu,
socando fundo, sem pena. Ele puxava meus cabelos, apertava
meus seios, falava sacanagens, me fodia gostoso.
— Isso... fode essa boceta, seu filho da puta.
— Você gosta de me dar essa bocetinha, não é?
— Sim... — respondi em um choramingo.
Enquanto comia minha perseguida, senti-o espalhar
lubrificante no meu ânus. Era chegada a hora de dar o meu rabo
para o cavalão.
Ele lubrificou meu buraquinho e começou a esfregar o plug
anal, introduzindo-o com cuidado, até colocá-lo por completo. A dor
foi inevitável, porém suportável.
— Está gostando, tá? Seu cuzinho engoliu todo o
brinquedinho — disse ele, puxando em meus cabelos enquanto
estocava firme na minha fenda molhada.
— Sim... Humm... — A sensação de estar sendo duplamente
preenchida era maravilhosa.
— Agora ele está pronto para receber o meu cacete. Vai doer
um pouco no início, mas depois vai ficar bem gostoso.
O cowboy saiu de dentro de mim, retirou o acessório e foi
passando a cabeça do seu pau pela entrada do meu cuzinho
virgem. Entrando devagarzinho, alargando-me, fazendo-me chorar
em um misto de dor e tesão. A cada centímetro desbravado, eu o
sentia rasgando-me por dentro.
— Está doendo, amor?
— Um pouquinho. Eu nunca fiz… você sabe… aí atrás.
— Quer que eu pare?
— Não. Só vai devagarzinho, por favor.
— Tudo bem. Se doer muito, diga que eu paro imediatamente
— pontuou ele.
Não consegui falar nada. Apenas fiz um sinal positivo com a
cabeça. Doía sim, mas era uma dor gostosa, um prazer até então
desconhecido.
— Que cuzinho gostoso! — disse ele, estimulando meu
grelinho, deixando-me mais relaxada, facilitando a entrada do seu
membro robusto.
Ansiando para que ele entrasse por completo, comecei a me
movimentar contra seu sexo. Ben gemeu rouco, empolgando-se,
metendo com força.
— Aii... — gritei, ao senti-lo todo enterrado em meu traseiro.
— Vou pegar um pouco mais leve — disse ele, reduzindo o
ritmo das investidas.
— Não, continua... soca tudo. — Eu não queria que ele
reduzisse coisa nenhuma, queria que metesse fundo e com força no
meu cuzinho.
— Então vou socar todinho, sua cadela — falou, dando-me
um tapa na bunda, bombeando com força. Ele rosnava e metia
gostoso, fazendo meu corpo sacolejar, tremer sobre a cama.
— Ahh... humm... mete seu cachorro. Come essa bundinha.
— A quem esse cuzinho pertence, hein? Diz pra mim, sua
safada...
— A você, cavalão. Só a você... — falei em um choramingo.
— Só quem vai comer esse rabinho sou eu, tá me ouvindo,
Elizabeth?
— Estou...
Ouvi-lo falar daquele jeito dominador fez minha boceta e ânus
se contraírem, pulsarem, indicando que eu já estava a ponto de
gozar. Ben percebeu e bombeou ainda mais rápido, levando-me ao
êxtase com seu pau atolado no meu rabo. Um orgasmo delicioso,
diferente de tudo o que eu já senti.
— Ohh... humm... agora é minha vez. Vou encher esse
cuzinho de porra. — Ele apertou minha bunda e estocou fundo,
despejando seu esperma dentro do meu buraquinho judiado, ardido,
latejante.
Depois de encher meu rabinho de leite, Ben retirou a venda e
as algemas, puxou-me para junto do seu corpo e selou nossos
lábios.
— Uau! Isso foi...
— Incrível? — completei a fala do cowboy.
— É... incrível. Você é perfeita para mim.
— Não vejo a hora de repetir a dose — declarei, acariciando
seu corpo suado, com cheiro de sexo, de macho viril.
— Vamos ver se você vai dizer isso amanhã, quando acordar
toda dolorida — disse o cretino, esboçando um sorriso.
— Se isso acontecer vai ser culpa sua, seu safado. Deixe de
gracinha e vamos tomar uma ducha.
Após o banho, dormimos de conchinha, sentindo o calor e o
cheiro um do outro.
No dia seguinte, acordei com o cowboy beijando meus lábios
e acariciando meu rosto, dizendo:
— Acorda, dorminhoca. Trouxe seu café da manhã.
— Deixe-me dormir mais um pouquinho. É tão cedo — falei,
olhando para o relógio sobre a mesa de cabeceira, voltando a fechar
os olhos.
— Já passa das sete da manhã, sua preguiçosa. Hoje, vamos
ao piquenique que prometi à Bia. Levante-se — declarou, puxando o
edredom quentinho que me cobria. Cheia de preguiça, sentei-me na
cama.
— Nossa, quanta comida!
Benjamin havia preparado um verdadeiro banquete. Tinha
pão caseiro, torradas, queijo, geleia de mirtilo, frutas fresquinhas,
suco de laranja, café. Entre as guloseimas, uma linda rosa
vermelha. Peguei-a e levei até o nariz, inspirando seu delicioso
perfume.
O brutinho até que sabe ser romântico — pensei, deixando
escapar um sorriso bobo.
— Como está se sentindo? — perguntou, com a testa
franzida.
— Um pouco dolorida, mas vou ficar bem.
— Vou providenciar o que iremos levar para o passeio. Nos
vemos lá embaixo. Não demore muito.
Enquanto tomava meu delicioso café, relembrei o acontecido
da noite anterior. Eu estava nas nuvens.
— Ai... caralho! Que dor. Aquele cavalão me arregaçou
todinha — murmurei, ao sentir uma fisgada no meu ânus, enquanto
descia da cama para ir até o banheiro.
Após o banho, vesti a roupa mais confortável que encontrei e
tomei um analgésico. No entanto, o que eu não imaginava era que o
pior estava por vir, pois, descer as escadas foi um verdadeiro
martírio. A cada degrau que eu descia, sentia uma dor terrível em
meu bumbum, mais parecia que eu tinha sido atropelada por um
caminhão desgovernado, do que feito sexo anal.
— Bom dia — falei ao entrar na cozinha. Puxei uma cadeira e
me sentei com cuidado, gemendo de dor.
— Lizzy, você aguenta ir ao nosso passeio? — perguntou
Benjamin, com um sorriso maroto.
— Sim. Mas teremos que ir de carro. Acho que não poderei
cavalgar por um bom tempo — falei, com a sobrancelha arqueada.
— Meu Deus! O que aconteceu com você, menina? Não me
diga que foi o Relâmpago? — indagou Bertha, com os olhos
arregalados, demonstrando preocupação.
— Ai, Berthinha... nem te conto. Acredita que ontem à noite
eu tive um pesadelo? Sonhei com um monstro enorme em cima de
mim, e acabei caindo da cama. Acordei toda arrebentada. Mal
consigo me sentar.
— Acredito, garota. Depois de um café quentinho, você se
sentirá melhor.
— Estou sem fome — respondi, meio sem graça. Eu não ia
dizer que tinha acabado de tomar café da manhã na cama do
Benjamin.
— Berthinha, eu deixei a Lizzy muito bem alimentada — disse
o cowboy, fazendo-me engolir em seco, corar de vergonha.
— Eu percebi, moleque. Não só pela bagunça que você
deixou na cozinha — disse a governanta, dando uma de suas
gargalhadas espalhafatosas.
Diacho de cowboy mexeriqueiro!
— Bia, você está animada para o nosso passeio? — perguntei,
observando-a guardar uma corda e uma mamadeira com leite em
uma mochila.
O que será que a sapeca está tramando?
— Hunrum! Vai ser muito legal! — ela respondeu, voltando a
se concentrar no que estava fazendo.
— Filha, pra que essa mamadeira? Você não acha que já
está bem grandinha para tomar leite nisso?
— Papai, não é para mim, é para o bezerrinho que nasceu. O
senhor me leva para conhecê-lo?
— Levo, sim. Mas não precisa levar comida para ele. Lá já
tem o bastante. Além do mais, bezerros tomam leite numa
mamadeira bem grandona, assim. — Benjamin demonstrou com as
mãos o tamanho do recipiente, fazendo Bia arregalar os olhinhos,
impressionada com o apetite do animal.
— É verdade que a mamãe dele morreu enquanto ele
nascia? — a pequena perguntou com semblante entristecido.
— É, sim. Mas quem foi que lhe falou isso?
— Escutei o tio Sebastian contando para a vovó Bertha.
Fiquei muito tristinha pelo Nico. Ele deve estar precisando de
carinho.
— Nico? Já deu até nome para o bezerro, filha? Não vá se
apegar ao bicho, hein!
— Eu sei, papai. Só quero ver como ele está.
Algo me diz que a Bia não dará ouvidos ao pai. Já imagino no
que isso vai dar.
— Agora vá pegar os brinquedos que levará para o
piquenique. Vamos sair em poucos minutos — pediu Ben, fazendo-
lhe um cafuné.
— Certo, papai — respondeu ela, subindo as escadas
correndo.
— Benjamin, você pega uma bolsa que deixei na minha
cama? Não quero enfrentar essas escadas agora. — Fiz cara de
coitadinha.
O cowboy me abraçou por trás, beijou meu pescoço e enfiou
a mão por baixo do meu vestido, alisando minha boceta, deixando-
me toda eriçada, molhada.
— Te arregacei todinha. Não foi, potranca?
— O que você esperava, cavalão? Com um pau desse
tamanho, não tem cu que não fique todo arrebentado — retruquei
baixinho.
— Você que pedia para eu meter com força. Não lembra?
Minha perseguida não toma jeito! A sem-vergonha já estava
toda animadinha. Ela não resiste ao pau do garanhão e, depois, eu
que arque com as consequências.
— É melhor você tirar essa mãozinha daí. A Bertha pode
retornar a qualquer momento.
— Vou pegar suas coisas, então. Mas fique sabendo que
adoro correr perigo. — Ele deu um tapa em minha boceta e saiu da
cozinha em seguida.
Pouco tempo depois, o cowboy voltou acompanhado da filha,
que falava algo baixinho, incompreensível. Pareciam tramar alguma
coisa.
A pequena usava um Stetson branco, vestido florido e botas
cor-de-rosa. Era a coisa mais fofa de se ver.
A menina não nega o sangue que tem. É uma vaqueirinha
nata.
— Ora, ora... quem é essa cowgirl, Benjamin? Onde está a
Bia? O que fizeram com minha bonequinha? — A menina sorriu,
respondendo em seguida: — Sou eu, tia Lizzy. Gostou do chapéu e
das minhas botinhas? Foi o tio Noah que comprou para mim.
— Gostei. Tá muito linda! Estou louca para conhecer seu tio.
— Quero você longe dele. — Determinou Ben, com os
punhos fechados e o maxilar travado.
— Ciúmes do próprio irmão, cowboy? Isso não é saudável —
questionei-o, erguendo uma sobrancelha.
— Não é ciúmes. É precaução. O Noah é um mulherengo
filho da puta. Daria em cima de você mesmo sabendo que está
saindo comigo.
— Já sou bem grandinha. Sei me cuidar — rebati, tentando
não rir do seu ciúme bobo.
Apesar de achar o seu lado ciumento engraçado, não o
deixarei opinar sobre minhas amizades. Na verdade, sua atitude só
me deixou mais curiosa para conhecer o tal do Noah. Pelo que a
Melissa me falou, ele é um tremendo de um devasso.
— Eu só quis alertá-la, Lizzy. Não vamos discutir por isso, tá
legal?
— Vaqueirinha, venha aqui para eu passar protetor solar em
você. Não quero ver esse rostinho todo vermelho.
— Obrigada, tia Lizzy. Agora estamos prontos para nossa
aventura.
— Potranca, passe um pouco em mim também — pediu o
cowboy, tirando a camiseta. Apliquei o produto em seu rosto,
ombros, peitoral. Massageei e apertei seus músculos bem
desenhados. Foi inevitável não me excitar diante de tanta
testosterona.
— Vamos logo! — A pequena nos chamou, já colocando sua
mochila nas costas. Ela parecia ansiosa. Não sei se pelo piquenique
ou para ver o bezerrinho. Mas estava muito apressada.
Pegamos as coisas e partimos para o nosso passeio.
Ao chegarmos ao rio, Benjamin estacionou a caminhonete
debaixo de uma árvore frondosa.
— Ontem passamos por aqui, não foi, Benjamin?
— Foi, sim. A cachoeira fica um pouco acima. — Ele
estendeu uma toalha xadrez sobre a grama e colocou a cesta de
vime em cima dela. Em seguida, entregou-me almofadas vermelhas,
que seriam muito úteis devido à situação do meu rabinho.
Bia e eu pegamos alguns cestinhos de papel, forramos com
guardanapos de poá e colocamos as guloseimas dentro deles. A
ornamentação ficou linda. Agora era só se deliciar com todos
aqueles quitutes.
E por falar em quitutes, Bertha havia caprichado nas
comidinhas. Tinha torta de mirtilo, sanduíches, bolinhos de queijo,
biscoitos, creme de avelã, frutas, suco e uma garrafa de vinho.
Depois que tudo estava em seus devidos lugares, Benjamin
prendeu, na lateral do cesto, três balões vermelhos em formato de
coração, dando um toque romântico ao nosso piquenique.
Não demorou para começarmos a comilança. Bia pegou o
creme de avelã e foi passando-o em algumas fatias de pão.
Enquanto o Ben abria a garrafa de vinho, eu me deliciava com uma
generosa fatia de torta.
— Comer tudo isso não vai te fazer mal? — questionou ele,
apontando para o meu prato.
— Não mesmo! — afirmei, levando uma garfada à boca. —
Não canso de comer a torta de mirtilo da Bertha. Ela deve usar
algum ingrediente secreto. Não há quem resista a tamanha
gostosura.
— Vamos fazer um brinde — propôs o cowboy, entregando-
me uma taça.
— Um brinde a quê? — perguntei, lambendo os dedos sujos
de recheio. Ben me olhava com cobiça, como se quisesse me
lamber, me devorar todinha.
— À vida, aos nossos momentos juntos, ao amor.
— Humm... Por falar em amor... ontem você me chamou por
esse nome. O que foi aquilo? — questionei, olhando-o por cima da
borda da taça.
— Só falei o que sinto bem aqui — declarou, levando minha
mão até seu peito, do lado do coração. Seu gesto me fez engolir em
seco, arrepiar, tremer na base.
— É evidente que foi no calor do momento. Nessas horas
dizemos coisas sem pensar.
— Não foi calor do momento coisíssima nenhuma.
— Vou fingir que acredito — falei, olhando em seus olhos. O
cowboy parecia convicto de suas palavras, de seus sentimentos.
Será que é possível amar alguém em tão pouco tempo?
— Bia, que tal uma guerra de travesseiros? Seu pai tá
merecendo levar uma surra — chamei-a, segurando uma almofada.
— Eba! Guerra de travesseiros... — gritou ela, golpeando o
pai.
Peguei uma almofada que estava do meu lado e comecei a
bater no cavalão.
— Vai, tia Lizzy! Bate mais no papai — falava a pequena,
entre gritinhos e risadas.
— Parem! Dois contra um não vale — protestou o cowboy,
colocando as mãos na frente do rosto para se proteger das
golpeadas.
Depois de um tempo naquela algazarra, Benjamin me
segurou pelos braços e tascou um beijo em minha boca. Retribuí,
sem nem me importar por estarmos na frente da bonequinha.
— Vocês estão namorando. Eu sabia! — gritou a pequena,
batendo palminhas de tamanha empolgação.
— Filha, a Lizzy e eu estamos apenas nos conhecendo. Não
somos namorados. Somos amigos que se beijam. Entendeu?
— Amigos se beijam na boca, papai?
— Às vezes, sim — disse Ben, tentando justificar nosso ato
repentino.
— Então... eu posso beijar meu novo coleguinha de turma,
né?
— Não! Você não beijará coisíssima nenhuma. Prometa para
o papai que não beijará até que fique adulta.
— Eu prometo, papai. Mas vai demorar? Não quero esperar
muito — declarou ela, com uma carinha triste, decepcionada.
Não contive a gargalhada. A garotinha é fogo. Se com cinco
anos já deixa o pai aterrorizado, imagina quando estiver dando uns
amassos com seus namorados no sofá da sala. É capaz do
garanhão ter um treco.
— Bia, vamos brincar um pouquinho na água? — perguntei,
já retirando meu vestido, ficando só de biquíni.
— Papai, eu posso ir?
— Pode. Mas fique naquele lugar que lhe mostrei outro dia.
A bonequinha assentiu com um menear de cabeça e saiu
correndo em direção à margem do rio. Pelo que percebi, a
danadinha adora fazer atividades ao ar livre. É uma aventureira e
tanto!
— Espere por nós, princesa — gritou Ben, tirando o short e a
camiseta.
Enquanto tomávamos banho, imaginei como seria ter minha
própria família: marido, filhos, cachorro e tudo o mais que vem
incluso no pacote.
Por que diabos o meu instinto maternal está tão aflorado?
Será que é por causa do meu contato recente com uma criança?
Não haveria outro motivo para isso.
— Filha, tá pronta? — gritou Benjamim, tirando-me dos meus
devaneios.
— Sim, estou! — afirmou Bia. Ela colocou as mãozinhas na
água e, com o pai, começou a jogar água em minha direção,
molhando-me toda. Mesmo em desvantagem, contra-ataquei.
— Pequena, vem para meu time! Vamos molhar seu papai. A
garota não perdeu tempo. Veio para o meu lado e começamos a
molhar o cowboy. Ela ria e se divertia com toda aquela algazarra.
Depois de um bom tempo naquela brincadeira, falei:
— O que acham de sairmos da água? Já estou tremendo de
frio.
— Boa ideia, potranca.
— Quero ficar mais um pouquinho. — Bia choramingou,
fazendo beicinho.
— Não, princesa. Você já está com o queixo batendo de frio.
Lembre-se que suas aulas recomeçam amanhã. Se a senhorita
pegar um resfriado, ficará mais alguns dias sem rever seus
coleguinhas. É isso que quer?
— Não. Eu estou com saudade dos meus amiguinhos. Mas
não quero voltar para a escola. A mulher malvada vai querer me
levar, igual no dia do incêndio.
— Do que você está falando? Que mulher é essa? É alguém
que trabalha na escola? Você a conhece? — questionou Benjamin,
segurando nos bracinhos da filha.
— Eu não sei quem é, papai. Quando o fogo começou, todo
mundo correu para o lado de fora. Ela me chamou para entrar no
carro, mas eu saí correndo e fiquei perto da tia Dorothy.
— Por que não me contou isso antes, Bia?
— Porque o homem que estava com ela disse que se eu
contasse para alguém, uma coisa muito ruim aconteceria com o
senhor. Eu fiquei com muito medo.
— Filha, tem certeza de que isso não é fruto da sua
imaginação?
— É verdade, papai. E se eles me levarem e eu nunca mais
ver o senhor e a vovó Bertha? — ela perguntou com o rostinho
cheio de lágrimas.
— Não deixarei que nada de mal aconteça a você, meu
anjinho — declarou Ben, abraçando e beijando a filha.
— Você lembra como eles eram, bonequinha? — perguntei
olhando para o Benjamin. Ele estava apavorado com o que tinha
acabado de ouvir. E não era para menos.
— Sim. A mulher era loira, alta e usava óculos de sol bem
grandão. O homem era forte que nem o papai e tinha uma cicatriz
no rosto.
— Bonequinha, você fez bem em não entrar no carro. Se eles
aparecerem outra vez, corra e grite assim:
— Socorro! Socorro! Querem me sequestrar — gritei, fazendo
a pequena e seu pai rirem do meu jeito escandaloso.
Saímos da água, vestimos roupas secas e arrumamos as
coisas para irmos embora. Não havia mais clima para continuarmos
com o nosso piquenique.
— Amanhã conversarei com o xerife. Pelo que estão
comentando na cidade, o incêndio pode ter sido criminoso. Os
bombeiros encontraram alguns galões de gasolina no local.
— Minha nossa! Quem faria uma coisa dessas em uma
escola cheia de crianças?
— Não faço a menor ideia. Mas farei o que estiver ao meu
alcance para descobrir o que os desgraçados queriam com a minha
filha.
— Você acha que eles atearam fogo na escola só para
sequestrarem a Bia? — perguntei baixinho, longe dos ouvidos da
garota.
— Esse é o meu medo, Elizabeth. Se aqueles filhos da puta
tivessem levado minha pequena, eles iam se ver comigo — disse o
cowboy, guardando as coisas no carro.
— Fique tranquilo. Daremos um jeito nisso. — Passei as
mãos em suas costas, tentando acalmá-lo.
Na volta para casa, passamos nos cercados para Bia
conhecer o bezerrinho órfão. Fiquei impressionada com a
quantidade de animais que havia nos pastos.
Agora eu entendo por que o Benjamin não tirava férias. É
muita coisa para se administrar sozinho. Não sei como ele dá conta.
— Quanto gado! — falei embasbacada.
— Estamos indo bem. No início, quebrei um pouco a cabeça,
mas depois fui pegando jeito. Aprendi muita coisa na prática. Tenho
orgulho em dizer que com a colaboração dos meus irmãos e de
todos os meus empregados, consegui transformar a Fazenda Parker
em uma das mais prósperas do Texas.
— O que eles estão fazendo? — apontei para alguns peões
montados em seus cavalos, tangendo os animais de um cercado
para o outro.
— Isso se chama pastejo rotacionado. Mudamos os animais
de um piquete para o outro à medida que eles consomem o pasto.
Com isso, conseguimos um melhor aproveitamento da área total,
com um maior ganho de produtividade.
— Que legal! Quer dizer que quando o gado chega no último
piquete, o pasto do primeiro já tem crescido e vocês voltam com os
animais para ele, é isso?
— Isso mesmo. Você leva jeito para ser fazendeira, potranca.
Quem sabe um dia você administrará tudo isso comigo.
— Quem sabe, cowboy! — falei, piscando o olho para ele.
— Papai, vamos ver os bezerrinhos. — Chamou Bia,
pegando no braço do Ben.
— Vamos. O que não faço por você, hein?
— O senhor sabe qual deles é o Nico? — ela perguntou ao
chegarmos ao curral dos bezerros.
— É aquele menorzinho ali — Benjamin apontou para um
animal de pelagem branca, com algumas machinhas pretas
espalhadas pelo corpo. Ele parecia triste, fragilizado. Era de partir o
coração.
— Eu quero entrar para dar um abraço nele — declarou a
bonequinha, olhando para o animal.
— É perigoso, filha. Eles podem te dar um coice.
— Eu não ligo. Quero ver o Nico de perto.
Benjamin não conseguiu negar-lhe o pedido. Ele abriu a
porteira e entramos no cercado. Bia abraçou, cheirou e conversou
com o animal. O bezerro se esfregava nela, como se pedisse um
pouco de carinho. Logo percebi que, dali em diante, nasceria uma
grande amizade entre eles.
— Papai, posso levar o Nico para morar com a gente?
— Não, pequena. O lugar dele é aqui, com os outros.
— Mas a mamãe dele morreu. Não podemos deixá-lo
sozinho. Quem vai dar de mamar para ele?
— Os rapazes estão cuidando disso. Agora, mocinha, vamos
para casa. Bertha nos espera para o almoço. Você sabe que ela não
gosta de almoçar sozinha.
— Deixa, por favor. Eu juro que cuido dele.
— Não temos onde colocá-lo, Bia. Bezerro precisa de espaço
para crescer. Se você quiser eu lhe dou um gato ou um cachorro.
Mas um bezerro está fora de cogitação.
— Deixa ela levá-lo, Ben. Eu vi um monte de baias vazias no
estábulo. O pobrezinho é muito pequenino, magrinho demais,
precisa de cuidados.
— Diacho! Tá bem! Vocês me convenceram. Mas quando ele
tiver maiorzinho voltará para o curral. Está me ouvindo, Beatriz
Parker?
— Estou, papai. O Nico vai amar sua casinha nova. — Não é,
Nico? — ela perguntou, alisando o animal, que mungiu em resposta.
— Que eu não me arrependa disso — o cowboy declarou,
coçando a cabeça.
Mal chegamos a casa, a Bia começou a gritar:
— Vovó, vovó... corre aqui. Rápido! Vem logo!
— Ai, meu Deus! O que aconteceu, meu anjinho? —
questionou Bertha, esbaforida, após sair às pressas pela porta da
frente.
— O Nico quer conhecer a senhora. Olha como ele é lindo —
disse a garota, alisando o animal.
— Oh, minha filha, você quase me mata do coração. Larguei
as panelas no fogão e saí em disparada, achando que havia
acontecido algo com você.
— Não aconteceu nada, Bertha. Só o Benjamin que deixou a
Bia trazer o bezerrinho para casa — falei, rindo da cara de
arrependido do cowboy.
— Vamos dar uma volta, Nico? Quero te mostrar sua nova
casa. — Ela chamou o animal, puxando-o pela cordinha.
O difícil vai ser convencer a bonequinha de que o Nico terá
que voltar para o curral. Já estou até com pena do cavalão...
Saber que tentaram sequestrar minha filha me deixou atordoado. No
dia do ocorrido, ela chegou a casa toda alterada. Achamos que tinha
sido por causa do incêndio. Agora, percebo que a situação é mais
complicada do que imaginávamos.
— Tomara que a Bia não faça o que você fazia quando trouxe
o Algodão lá para o celeiro. Me lembro como se fosse hoje. Você
era um pouco maior do que sua filha, acho que tinha de sete pra oito
anos. Passava o dia inteiro andando para cima e para baixo com o
animal. Sua mãe ficou louca da vida quando você fugiu no meio de
uma tempestade para ir dormir com o bezerro. Ninguém sabia onde
você estava. No dia seguinte, um dos empregados o encontrou
dormindo ao lado do bicho, sobre um amontoado de feno. Que a Bia
não nos apronte uma dessas — disse Bertha, gargalhando alto,
fazendo-me voltar dos meus devaneios.
— Enquanto vocês conversam, vou ver o que a bonequinha
está aprontando — disse Lizzy, sorrindo à beça.
— Potranca, por favor, coloque o bezerro dentro de uma das
baias e traga a Bia para casa. Se deixarmos, ela passará o dia
enfiada no estábulo.
Ao entrar em casa, fui direto para o escritório. Peguei o
telefone e disquei o número do meu amigo e xerife, Stewart. Eu iria
passar na delegacia no dia seguinte, mas estava ansioso demais
para esperar tanto tempo.
— Quanto tempo, Parker!
— E aí, Stewart. Eu quero saber como andam as
investigações sobre o caso da escola. A Bia me falou que tentaram
sequestrá-la no mesmo dia em que houve o incêndio. Algo me diz
que as duas coisas estão relacionadas. Estou disposto a ajudar a
polícia no que for necessário para pegar os infelizes. Só vou
sossegar quando os desgraçados estiverem atrás das grades.
— Benjamin, isso que você está me contando é muito sério.
Será que a Bia não confundiu as coisas? Podia ser só um vizinho
querendo dar uma carona para ela.
— Não, Stewart, você sabe como a Bia é esperta. Se fosse
alguém do nosso ciclo de amizades, ela os reconheceria. A pequena
só me contou isso hoje porque foi ameaçada. Não quer nem voltar
para a escola de tão assustada que está.
— Vou precisar conversar com ela. Acabei de sair da fazenda
dos Campbell. Chego aí em poucos minutos.
— Fico no seu aguardo.
Desliguei o telefone e fui tomar uma chuveirada. Minha
cabeça estava fervilhando de preocupação. Vasculhei minha mente
à procura de pessoas com as características que a Bia descreveu,
mas não me recordei de ninguém. Quem quer que tenha sido, sabe
nossa rotina, os horários dela. Pois, o único período do dia em que a
Bia não está em minha companhia ou sob os cuidados de alguém
da fazenda, é quando está na escola. Para a pessoa ter essas
informações, ou nos conhece muito bem ou andou nos vigiando.
Depois do banho, desci para me encontrar com o xerife. Ao
chegar à sala, o vi, bem à vontade, conversando com a Lizzy. Ao
notar minha presença, ele se levantou e veio me cumprimentar.
— Parker, agora eu entendo por que você não apareceu mais
para tomarmos umas cervejas. Não te julgo, meu amigo, se eu
estivesse em seu lugar, também não sairia de casa, ou melhor, da
cama — disse ele, de um jeito brincalhão, olhando para Lizzy.
— Deixe de gracinhas e me conte como vão as investigações
sobre o caso que lhe perguntei.
— Xerife, foi um prazer conhecê-lo — declarou Lizzy, ao se
levantar.
— Fique conosco, baby. A conversa também é do seu
interesse — pedi, segurando em sua mão. Ela assentiu com a
cabeça e sentou-se novamente.
— Vejo que o negócio entre vocês está sério. Já se tratam
até por apelidos. Quem diria, Benjamin Parker, o garanhão mais
indomável do Texas, laçado e domado por uma forasteira nova-
iorquina — verbalizou Stewart, gargalhando exageradamente.
— Vamos, homem. Me conte tudo o que já descobriram sobre
o caso. Estou com os nervos à flor da pele.
— Não sabemos de muita coisa. Por enquanto, de
evidências, temos apenas alguns galões de gasolina que foram
encontrados no local onde o fogo começou. Mas não foram
encontradas digitais neles. Até o momento, não temos testemunhas
ou suspeitos. Quem fez o serviço sabe como encobrir os rastros. Se
não surgirem novas pistas, o caso vai ser arquivado por falta de
provas.
— E as câmeras de segurança da escola? Não registraram
nada? — questionei, passando a mão na nuca.
— Não sabemos como, mas elas estavam desligadas no
momento do ocorrido. Solicitamos as imagens das câmeras de
segurança da vizinhança, mas a única coisa que vimos foi um carro
preto estacionado próximo à escola. Contudo, o veículo não nos
pareceu suspeito. Ao consultarmos a placa, não vimos nada de
anormal.
— O carro preto que a Bia falou! — disse Lizzy,
embasbacada, virando-se para mim. Ela parecia mais preocupada
do que eu.
— Oi, tio Dane. Por que não trouxe a Jolie para brincar
comigo? Ela ia adorar conhecer o meu bezerrinho Nico — falou Bia,
abraçando o xerife.
— Oi, Bia. Eu estava aqui perto e resolvi fazer uma visitinha
rápida. Hoje não deu para trazer a Jolie. Mas que história é essa de
bezerro? Me conta.
— A mamãe dele morreu, aí o papai me deixou trazer ele
para casa. Agora eu sou a nova mamãe dele.
— Que legal! O Ben deve estar adorando ter um bezerro de
estimação — disse o filho da puta, olhando para mim. Percebia-se
que ele segurava o riso.
— Ele vai morar aqui até ficar bem grandão — disse Bia,
fazendo um gesto com as mãos. Era o que eu temia.
— Não duvido disso. Mas agora, eu quero que você me conte
tudo o que aconteceu no dia do incêndio. Pode ser?
— Hunrum — ela assentiu, sentando-se no sofá. Enquanto
Bia contava o que tinha acontecido no dia do incidente, o xerife ia
anotando todas as informações em um bloquinho de papel.
— Okay. Tudo anotado, Bia. Você é uma menina muito
corajosa. Agora, eu gostaria de conversar à sós com o seu papai.
— Tá bom, tio Dane. — Bia deu mais um abraço no xerife e
saiu andando em direção à cozinha.
— Você acha que há uma ligação entre os fatos? —
perguntei nervoso, inquieto.
— É cedo para dizer, mas é possível. Você já pensou na
possibilidade de que essa mulher misteriosa possa ser a Susan? Ela
pode ter se arrependido de ter abandonado a filha e quis vê-la. Ela
sabe que se viesse aqui não seria bem-vinda.
— Não me faça rir, Stewart. A Susan arrependida? E quanto
ao incêndio? Você não acha coincidência de mais?
— Benjamin, as ruas estão cheias de vândalos. Podem ter
colocado fogo na escola só para causar pânico na população. Por
enquanto, só temos suposições. Para levar o caso adiante,
precisamos de provas concretas.
— Okay, então. Vou procurar saber se aquela maldita está na
cidade. Ela que não ouse se aproximar da minha filha. Ela perdeu
esse direito quando a abandonou.
— Se surgirem novas pistas eu te informo. Por enquanto,
fique atento a quem se aproxima da Bia. Se foi uma tentativa de
sequestro, nada impede que tentem novamente. E, fique de olho
nos seus animais. Os ladrões de gado voltaram a atacar. Os
Campbell foram as vítimas da vez. Tiveram um baita prejuízo.
— Coitados, quando estão se reerguendo, acontece uma
coisa dessas.
— Acreditamos que alguém da região esteja envolvido nos
roubos, pois os ladrões sabem os pontos fracos das fazendas, rotas
de fuga...
— Desgraçados. Vou contratar mais alguns homens para
reforçar a segurança. Não posso entregar meus animais de bandeja
para esses infelizes.
— Faça isso mesmo, Parker. E, caso veja alguma
movimentação suspeita nos arredores, não hesite em me ligar.
Agora, preciso voltar à cidade.
— Em breve te ligo para tomarmos uns drinques — falei,
acompanhando-o até a porta.
— Tchau, Lizzy. Espero te ver em breve — disse Stewart,
acenando para ela.
— Digo-lhe o mesmo, xerife — respondeu ela, retribuindo o
aceno.
Depois do almoço, me tranquei no escritório e procurei pelo
telefone da tia da Susan, eu sabia que por uma boa quantia, a velha
abriria o bico e me contaria tudo o que eu queria saber.
— Oi, Grace. Aqui é o Benjamin Parker. Quero uma
informação e vou lhe pagar uma boa quantia por ela. Espero que
seja sincera comigo. Você sabe que eu não tolero que me façam de
idiota.
— O que quer saber, Parker?
— Quero notícias da sua sobrinha. Principalmente, se ela
esteve na cidade nos últimos dias.
— Já faz mais de seis meses que aquela ingrata me ligou.
Nem meus depósitos mensais ela está fazendo. E até onde eu sei,
ela não esteve na cidade. Aliás, desde que foi embora, nunca mais
voltou. Mas por que você quer saber disso agora?
— Isso não lhe diz respeito, Grace. Mas se tiver alguma
informação útil, me ligue. Você sabe que eu sou muito generoso —
falei e desliguei o telefone em seguida. A velha não é de confiança,
mas pareceu dizer a verdade.
Ao sair do escritório, passei no quarto da Lizzy. Depois de
duas batidas na porta, ela disse:
— Pode entrar.
— Oi, potranca.
— Oi, garanhão. Você está mais calmo? Tudo isso vai ser
esclarecido, confie em mim.
— Espero que sim. Mas eu vim aqui saber se você quer sair
comigo hoje à noite? Música ao vivo, cerveja, pessoas animadas. O
que acha? — perguntei ao me deitar ao seu lado.
— Me parece ótimo — declarou, repousando a cabeça em
meu ombro.
Depois de um tempo perdidos em nossos próprios
pensamentos, ela indagou:
— Você acha que a mulher que a Bia descreveu pode ser a
mãe dela?
— Não sei. As características físicas não batem. Além do
mais, ela nunca quis a Bia. Em troca de que ela sequestraria a
própria filha?
— Ela pode estar sem grana e viu no sequestro uma forma
de conseguir algum dinheiro.
— Pode ser. Da Susan é de se esperar qualquer coisa. Mas
por precaução, eu liguei para a megera da tia dela, e a velha me
garantiu que não tem conhecimento de que a Susan tenha
retornado para Austin.
Após o jantar, subi para me arrumar. Vesti um jeans escuro,
camiseta branca, coturno e uma jaqueta preta de couro. Desci e
fiquei esperando a potranca na sala de estar. Não demorou para ela
aparecer no meu campo de visão. Linda, cheirosa e gostosa como
sempre.
— Se aqueles cowboys se aproximarem de você, vou enchê-
los de porrada.
— Calma aí, garanhão. Você não vai bater em ninguém. E se
você não se comportar, não comerá minha bocetinha hoje.
— Isso é golpe baixo, potranca! Vou tentar me conter, mas
não prometo nada. Você não conhece esses peões. Não podem ver
carne nova no pedaço que ficam doidos para caírem de boca.
— Eu não sou um pedaço de carne, cowboy.
— Mas é tão suculenta quanto um — retruquei, dando-lhe um
tapa no traseiro.
— Você sempre leva as conversas pra esse lado, não é? —
questionou, cruzando os braços e erguendo umas das
sobrancelhas.
— Se tem coisa melhor para falar, eu desconheço.
— É melhor mudarmos de assunto ou não iremos a lugar
algum. E a propósito, vestido desse jeito, você nem parece um
fazendeiro. Durante o dia é um cowboy tosco, e à noite se
transforma em um motociclista sexy e gostoso? É isso? Hoje eu vou
foder com o motociclista mais gato de todo o Texas — declarou,
apertando meu pau.
— Você está toda soltinha, hein? E é porque nem bebeu
ainda.
Ela usava uma saia preta, bem curta, colada no corpo, uma
blusinha vinho e uma jaqueta de couro. Nos pés, uma botinha de
cano curto alongava sua silhueta, deixando-a deliciosamente sexy.
Um batom vermelho-escuro chamava a atenção para sua boca
carnuda e sensual. Aquilo deixava qualquer homem louco de tesão.
— Vamos logo, garanhão. Se você continuar me olhando
assim, subirei para o quarto e vou fazer você me chupar até eu
gozar em sua boca — disse ela, puxando-me para o lado de fora da
casa. Suas palavras fizeram meu pau vibrar de desejo.
A mulher sabe mexer com minha cabeça...
— Eu não sabia que você gostava de motocicletas —
declarou, ao ver minha Harley Davidson estacionada no jardim.
— Se você não quiser ir sobre duas rodas, podemos ir de
carro.
— Claro que vamos nessa belezinha. Eu sempre tive fetiche
por dois tipos de homens: motociclistas tatuados e cowboys
sarados. Você tem tudo o que eu aprecio em um macho, cavalão.
Mas não fique se achando, seu convencido de uma figa.
— Soltei uma gargalhada rouca e falei:
— Elizabeth Collins, não me restam mais dúvidas, eu sou o
homem da sua vida.
— Benjamin, não vá me deixar cair, hein — falou Lizzy, ao se sentar
na garupa da minha moto.
— Isso não vai acontecer, meu bem. Relaxe e aproveite o
passeio.
— Okay — disse ela, agarrando-me pela cintura. O seu
toque, o seu cheiro, o seu corpo junto ao meu, me causavam uma
sensação maravilhosa.
Quando chegamos ao Jack’s Bar, estacionei a moto um
pouco distante da entrada. Lizzy, com aquela saia minúscula, seria
um prato cheio para a peãozada que conversava em frente ao
estabelecimento.
— Não sei por que você estacionou tão longe — resmungou.
— Você acha mesmo que eu ia deixar aqueles machos
olharem para sua bunda? Esse rabinho é só meu, esqueceu?
— Não esqueci. Mas por que todos estão nos olhando? —
indagou, ao notar os olhares dos presentes. A nossa chegada não
passou despercebida.
— Porque você é a mulher mais linda deste lugar. Agora,
vamos entrar. Quero que conheça meus amigos e donos do bar, o
Jack e sua esposa Amy — falei, acariciando seu rosto.
— Okay, ciumento — zombou, com um sorriso arteiro no
rosto.
— Olá, Amy! — cumprimentei-a, ao vê-la servindo uma mesa,
próximo à entrada do estabelecimento.
— Oi, Benjamin! Que surpresa boa. Fazia um tempão que
você não aparecia por aqui. O Jack foi lá dentro, mas voltará logo. E
quem é essa bela mulher em sua companhia?
— Esta é a Lizzy, amiga da Melissa. Ela é de Nova York e
está passando as férias na fazenda.
— Prazer, Lizzy. Eu sou a Amy, uma velha amiga do
Benjamin. Logo vi que você não era daqui. Suas roupas lhe
entregaram. Mas tenho que confessar que adorei o seu estilo. Aliás,
vocês estão parecendo um casal de motociclistas.
— O prazer é todo meu, Amy. Porém, estarmos vestidos
assim foi só coincidência. Eu nem sabia que o Ben curtia
motocicletas.
— Pois é, garota, o Ben é uma caixinha de surpresas.
Acostume-se.
— Ei! Parem de falar como se eu não estivesse aqui.
— Calado! — as duas gritaram ao mesmo tempo, fazendo-
nos rir.
— O que está acontecendo aqui, querida? — perguntou Jack,
ao entrar no ambiente, segurando duas garrafas de vodca.
— É o Benjamim, amor. Você sabe que ele me tira do sério —
declarou Amy, sorrindo para o marido.
— Nunca mais tinha dado as caras, Parker. E quem é essa
belezura? — indagou meu amigo, todo curioso.
— Cara, tire os olhos da minha mulher, e se comporte como
um homem casado — falei sério.
— Garota, não dê trela para o Benjamin. Saia fora enquanto
há tempo. Depois não diga que eu não avisei — disse Jack,
balançando a cabeça em reprovação.
— Para de queimar meu filme, porra!
— Meninos, comportem-se. Vocês vão acabar assustando a
Lizzy. Ben, você vai querer o de sempre? — perguntou Amy,
colocando dois copos sobre o balcão.
— Sim. Traga uma dose de uísque e uma cerveja, por favor.
Estava indo tudo bem, até que eu vi a Jane entrar no bar. Eu
sabia que ela não perderia a chance de arrumar confusão.
Transamos algumas vezes e ela se acha a minha dona. A mulher é
pior do que carrapato. Esse foi um dos motivos que me levou a não
transar com a mesma mulher mais de uma vez. Ao menos, esse era
o plano, até a Lizzy aparecer em minha vida.
— Quem é essa vadia, Benjamin? — questionou Jane, aos
berros.
— Isso não é da sua conta. — Olhei-a com cara de poucos
amigos. Ela sabe que eu não aturo chiliques, principalmente de
quem não é nada minha.
— Claro que é! Você é meu homem. — Ouvir sua voz irritante
me enchendo o saco, me fez perder a pouca paciência que me
restava.
— Eu já te falei um milhão de vezes que não sou e nunca
serei seu homem. Será que é tão difícil de entender? Pelo amor de
Deus, tenha um pouco de amor-próprio. Pare de correr atrás de
quem não te quer. — Minha voz saiu mais alta do que gostaria,
atraindo a atenção dos clientes.
— Você me paga, sua cachorra. Ele não fica comigo, mas
também não fica com você, escute o que eu estou lhe dizendo.
— Olha como fala comigo, sua vadia — Lizzy falou em um
tom calmo, mas que amedrontava mais do que uma arma apontada
para a cabeça.
— Ah, é? vai fazer o quê? — indagou Jane, desafiando-a. Ela
não sabia com quem estava se metendo.
— Vou ter o prazer de quebrar essa sua cara de puta barata.
Se você soubesse como eu tenho ódio de vadias, já tinha sumido
das minhas vistas.
— Estou morrendo de medo... — proferiu Jane, com os
braços cruzados, batendo, insistentemente o pé no chão.
— Cai fora, Jane! Nos deixe em paz, porra! — falei exaltado,
pouco me lixando para o falatório no dia seguinte.
— Eu vou, mas isso não acabou, Benjamin. Você vai se
arrepender por me desprezar desse jeito.
— Você está bem, baby? Me desculpe por isso. Essa
confusão não estava nos meus planos — declarei, quando a maluca
da Jane se afastou.
— Estou bem. Não se preocupe.
— Certo. — Eu estava me odiando por tê-la colocado
naquela situação. Lizzy não merecia ser distratada daquela maneira.
— Ben, essa Jane nunca deixará de correr atrás de você.
Tenha cuidado. Senti um tom de ameaça em suas palavras. Mulher
rejeitada é um perigo. São capazes de fazer loucuras — disse Amy,
me servindo mais uma dose de uísque.
— Eu não tenho medo das ameaças daquela maluca. E, nem
paciência para aturar seus showzinhos.
— Com licença, vou ao banheiro. — Lizzy pegou sua bolsa
na banqueta ao lado e começou a andar em direção ao corredor,
que dava para os banheiros. Era a oportunidade perfeita para
darmos uns amassos.
— Não demore, potranca — observei-a caminhar entre as
pessoas. Meu sangue ferveu quando vi a macharada olhando-a com
desejo. Respirei fundo e tomei mais um gole da minha bebida. Eu
não podia arrumar confusão, então, repetia mentalmente: tenha
calma, homem, olhar não arranca pedaço.
Uns dois minutos depois que ela tinha saído, fui à sua
procura. Entrei no banheiro feminino e tranquei a porta por dentro.
Lizzy ficou surpresa ao me ver através do espelho.
Eu precisava dar uma aliviada no meu pau, ele estava duro
desde que saímos da fazenda. Quando a convidei para irmos ao bar
do Jack, eu não tinha a intenção de comê-la no banheiro. Mas a
ideia de transarmos ali, me deixava excitado pra caralho.
— O que está fazendo aqui, Benjamin? Você sabe que aqui é
o banheiro feminino, certo?
— Sei. E, estou no lugar certo. Eu preciso te foder agora.
Você está me deixando maluco com essa saia. — Virei de frente
para mim e beijei sua boca com vontade, com pressa. Aquilo era
gostoso, excitante, proibido, intenso.
— Isso é loucura. E se alguém entrar aqui? — indagou, ao
afastar nossas bocas.
— Por isso tranquei a porta. É só uma rapidinha, baby.
Lizzy mordeu o lábio, enlouquecendo-me, deixando meu pau
mais duro do que uma barra de ferro. Abri a calça e o coloquei para
fora, ele estava quente, pulsante, louco por ela.
— Como ele está duro! — declarou, olhando para o meu
caralho com desejo. Levou dois dedos até a glande e espalhou
minha lubrificação. Em seguida, colocou-os na boca e os chupou de
um jeito bem pornográfico, fazendo-me gemer.
— Humm... que delícia. Levemente salgado, do jeitinho que
eu gosto — provocou-me. Eu queria que ela caísse de boca no meu
pau e me chupasse até eu gozar em sua cara. Mas isso ia ficar para
outro momento. Eu teria que me contentar com uma rapidinha.
— Apoie-se na bancada, empine a bunda e abra bem as
pernas — pedi, levantando sua saia. Abaixei sua calcinha, segurei
nas duas bandas de sua bunda, abrindo-as, e comecei a lamber sua
bocetinha rosada. Lizzy gemia e ondulava sem controle, excitada,
submersa no desejo, na paixão. Suguei todo o líquido transparente
que jorrava de sua fenda, fazendo-a convulsionar, lamuriar de tesão.
— Humm... ahh... vai, cavalão... me come logo... quero sentir
esse pauzão dentro da minha boceta... — pediu em um miado,
dengosa.
Levantei-me, olhei-a através do espelho e vi seus olhos
pesados, cheios de luxúria. Lizzy gemia e mordiscava os lábios,
deixando-me louco de tesão. Sem quebrar nosso contato visual,
segurei em seu pescoço e comecei a esfregar o meu caralho na sua
xoxota e fui entrando devagar, aumentando a velocidade
gradativamente. Era delicioso comê-la enquanto olhava para seu
rosto carregado de tesão e lasciva.
— Abram a porta. Eu sei que tem gente aí dentro. Estou
ouvindo a sem-vergonhice de vocês — falava uma mulher
esmurrando a porta.
Continuei metendo fundo na bocetinha da Lizzy, acelerando
as arremetidas. Saber que tínhamos sido descobertos, me fez sentir
um prazer fora do comum, avassalador.
Eu não sei se foi a adrenalina de estar transando em um
banheiro de bar, mas eu não me recordo de sentir tanto prazer.
— Vai, cavalão, acelera. A Amy pode vir conferir o que há de
errado no banheiro e nos pegar no flagra.
— Ohh... que rapidinha deliciosa. Precisamos repetir mais
vezes.
Depois de algumas arremetidas, gozamos gostoso. Saí do
banheiro e a deixei se limpando em uma das cabines. Uns cinco
minutos depois de eu ter voltado do meu sumiço repentino, Lizzy se
sentou ao meu lado e pediu uma cerveja.
— Aconteceu alguma coisa? Vocês sumiram de repente e
aparecem com essas caras de quem acabou de foder.
— Fui ao banheiro retocar a maquiagem, Amy.
— Vinte minutos para retocar a maquiagem, garota? Conta
outra. E você, Benjamin, onde estava?
— Amy, não que seja da sua conta, mas eu estava lá fora
falando ao telefone.
— Como vocês mentem mal. Vieram reclamar que a porta do
banheiro feminino estava fechada, e que escutaram gemidos vindos
lá de dentro.
— Argh! Não diga que nunca deu uma rapidinha no banheiro
com o Jack. Porque eu me lembro muito bem que vocês viviam se
pegando pelos cantos. Inclusive nos banheiros de bar.
— Nem me lembre... a que tempos bons ... — disse ela,
pensativa, com sorriso bobo no rosto. Não conseguimos segurar a
risada. Amy é uma figura.
Quando ouvi uma música country romântica tocando, senti
vontade de tirar a Lizzy para dançar. Levantei-me e estendi minha
mão para ela.
— Está me convidando para dançar, cowboy?
— Estou. Você me dá essa honra, bela donzela? —
perguntei, fazendo reverência.
— Claro. Você sabe que eu adoro dançar.
— Sei bem — respondi, me lembrando das situações em que
ela já me meteu.
Lizzy encostou seu rosto no meu peito e dançamos como se,
ali, não houvesse mais ninguém além de nós dois. Quando a música
terminou, voltamos para os nossos lugares.
— Ben, vamos jogar uma partida de sinuca — chamou ela,
com os olhos brilhando em expectativa. Aquilo não me pareceu uma
boa ideia. Principalmente, por ela estar usando aquela saia
minúscula.
— Não estou a fim — falei, tomando um gole da minha
bebida.
— Não está a fim ou está com medo de perder para mim?
— Não tem quem me vença na sinuca, meu amor.
— Talvez você nunca tenha encontrado um oponente à
altura.
— Uhhh — gritaram uns peões que estavam sentados ao
lado. Depois daquilo, eu não podia dizer que não ia jogar. Era
questão de honra.
— E o que poderíamos apostar? Espero que seja algo que
valha a pena. — Ralhei.
— Ué! Podemos jogar só para nos divertirmos. — Sorriu
debochada.
Aproximei-me do seu ouvido e falei:
— Eu jogo se, quando chegarmos em casa, você me deixe
fazer o que eu quiser com o seu corpo. — Ela pensou por alguns
segundos e disse: — Combinado. Mas se eu ganhar você vai ser
meu submisso por uma noite. É pegar ou largar — advertiu
erguendo as sobrancelhas.
— Meu Deus, mulher! Esse é seu fetiche? — perguntei
incrédulo.
— É só um deles, garanhão. Também tenho fetiche de ser
fodida no estábulo — confessou em um meio-sorriso.
— Posso saber quais são os seus planos? É complicado
entrar em uma aposta dessas sem saber o que está em jogo —
indaguei cruzando os braços.
— A única coisa que você precisa saber, é que será bem
gostoso — disse mordiscando o lábio inferior.
— Que os jogos comecem, então — proferi caminhando até a
mesa de sinuca. Depois de organizar as bolas peguei um taco e
olhei para a loira de um jeito desafiador.
Se ela quer jogar, vamos nessa...
Quando ela se posicionou para dar a primeira tacada, meu
coração disparou em um ritmo frenético. A safada se empinou toda,
tirando minha concentração, fazendo os cowboys virarem os
pescoços para olharem para sua raba. Aquilo fez meu sangue ferver
dentro das veias. A safada ia me pagar por me desafiar em público.
E o pior, na frente de amigos, conhecidos e de alguns empregados
da fazenda.
Assim que terminei de dar minha tacada, me posicionei atrás
dela. Eu não iria permitir que a macharada visse o que não devia.
Não gosto que fiquem de olho no que é meu. Desde que conheci a
sem-vergonha, descobri que sou um homem ciumento, possessivo.
— Ben, você está me atrapalhando. Dá para se afastar, por
favor?
— Não vou me afastar coisa nenhuma. Todos estão vendo
sua calcinha. É isso que você quer? Se expor para a cidade inteira?
— Sai daí, cavalão. Não estão vendo nada — retrucou, me
dando uma cotovelada. É muito atrevida mesmo. Afastei-me só o
suficiente para que ela pudesse jogar. O que fez com maestria.
Depois de fazer uma análise meticulosa das jogadas dei uma
tacada certeira, que encaçapou a bola lindamente, fazendo a loira
bufar de raiva.
O jogo seguiu acirrado. Surpreendi-me com as estratégias de
jogo da Lizzy. Parecia ter anos de prática.
— Nossa, que calorão! — proferiu ela, tirando a jaqueta. Não
bastava mostrar a polpa da bunda? Tinha que mostrar os peitos
também? Não estava fazendo calor coisíssima nenhuma. Eu sabia
muito bem o que ela estava tentando fazer: me provocar,
desconcentrar, perturbar o meu juízo.
Olhei para o seu corpo com desejo, ciúme, raiva. Dei uma
olhada ao redor, e vi aquele monte de marmanjos babando por ela.
Respirei fundo e tentei me concentrar no jogo. Mirei nas bolas e
acertei em cheio, encaçapando duas de uma só vez.
— Cacete! Pelo andar da carruagem, vou perder o jogo —
disse desanimada.
Que mulher competitiva...
Os cowboys esperavam ansiosos para saberem quem seria o
grande vencedor daquela disputa. Antes de dar a tacada, Lizzy
passou um bom tempo estudando as melhores posições.
Ela acertou a bola que havia mirado, mas no percurso a bola
se chocou com outras e passou bem longe da caçapa. Enfurecida, a
loira jogou o taco sobre a mesa e começou a andar em direção ao
balcão do bar.
Em meu rosto, havia um sorriso vitorioso. Não só por ter
ganho o jogo, mas porque eu tinha muitos planos para aquele
corpinho.
— Vamos para casa, Ben. Pra mim já deu!
— Okay. Mas primeiro, vamos nos despedir da Amy e do
Jack.
— Tá legal.
— Pessoal, já estamos de saída. Foi bom rever vocês —
falei, abraçando meus amigos.
— Ainda é tão cedo. Nos prometam que virão na festa da
cidade no próximo final de semana. Lizzy, você ainda vai estar na
cidade? — indagou Amy.
— Sim, estarei. E será um prazer vir à festa.
— Combinado, então. Fiquei muito feliz em conhecê-la, já lhe
considero uma amiga. Espero que em breve você se torne uma
moradora de Austin.
— Obrigada. Eu gostei muito deste lugar. Trouxe-me uma paz
interior inimaginável. E se um dia eu resolver me mudar, aqui será o
meu destino.
— Que bom — declarou Amy, dando um abraço apertado na
Lizzy.
— Até mais, meus amigos — falei, acenando para eles.
— Até mais, pombinhos — disse Jack, todo sorridente.
— Adorei nossa noite, Ben. Obrigada por me trazer neste
lugar maravilhoso. — Você falando assim, até parece que à noite
acabou. Mas ela só está começando, senhorita Collins.
Apesar do ocorrido com a piranha da Jane, a noite estava sendo
maravilhosa. Claro que fiquei enciumada e com vontade de quebrar
a cara daquela puta, mas eu não podia passar uma imagem de
mulher ciumenta, barraqueira e insegura.
Adorei transar no banheiro do bar. Foi arriscado, excitante.
Ben não desperdiça oportunidades de uma boa foda. Para ele não
tem hora ou lugar inapropriado. O safado sempre arruma um jeito
para saciar os seus desejos carnais. O homem tem um fogo
inigualável, imbatível.
Ao chegarmos ao estacionamento, o cowboy me olhou de um
jeito ameaçador. Eu sei que meu comportamento o irritou, mas eu
gosto de provocá-lo, de atiçar sua fúria, seu lado mais cruel.
— Por que você é tão atrevida, Elizabeth? No que estava
pensando quando me desafiou na frente de todo mundo? Acha que
vai ficar por isso mesmo? — Engoli em seco com cada
questionamento.
O que será que ele vai fazer comigo? Será que exagerei?
— Dizem que “no jogo do amor, vale tudo”. Sei que te
provoquei, mas eu só queria ganhar a aposta, algemá-lo na cama e
rebolar na sua cara. Não fiz nada de mais, garanhão.
— Todo ato tem suas consequências, Elizabeth. E não vai ser
diferente com suas ações — disse ele, de um jeito autoritário.
Na volta para casa, enfiei minhas mãos por baixo de sua
camiseta e o apertei com firmeza. O contato com sua pele e o cheiro
embriagador de seu perfume, fizeram minha boceta umedecer em
expectativa. Não satisfeita, escorreguei minha mão para dentro de
sua cueca.
— Ohh... porra... — Enquanto eu acariciava seu pau, Ben
gemia e falava palavrões incompreensíveis.
Quando chegamos à fazenda, o cowboy estacionou a moto
em frente ao estábulo. Meu coração acelerou de ansiedade.
É o que estou pensando? Ele irá realizar meu fetiche? Não
bastou aquele sexo delicioso no banheiro? São muitas emoções
para minha pobre perseguida.
O cowboy olhou para mim e sorriu maliciosamente. Seu olhar
descarado varreu todo meu corpo, me despindo, deixando-me
excitada, arfante. O safado se aproximou e perguntou em um
sussurro: — Preparada para ser fodida sobre o feno?
— Claro — falei, dando um sorriso de canto de boca.
— Eu também tenho os meus fetiches, baby — declarou ao
entrarmos no estábulo.
— Claro que tem. Só espero que não sejam muito esquisitos
—declarei, fazendo-o rir.
— Não é nada demais. Só vou chicotear essa bundinha
deliciosa — respondeu, apertando meu traseiro enquanto roçava
sua ereção em minha boceta.
Benjamin aproximou sua boca da minha e me deu um beijo
arrebatador. Suas mãos mapeavam todo o meu corpo, deixando-me
rendida às suas safadezas. Desde que seu pau terminasse enfiado
dentro de mim, ele poderia fazer o que bem entendesse com o meu
corpo: chicotear, torturar, me virar ao avesso, de cabeça pra baixo...
O sem-vergonha pegou em minha mão e me levou até o final
do estábulo. Ele abriu uma bolsa que estava em cima de um fardo
de feno e pegou um lençol, uma corda, um chicote e uma coleira de
couro com corrente. Olhei-o embasbacada. Vi um sorriso se
formando na curva dos seus lábios, deixando-me ansiosa,
desconcertada.
— Hoje você vai ser minha cadelinha — o safado falou
maliciosamente, cheio de luxúria.
Que cachorro filho da puta! É por isso que o safado não
queria jogar. Para ele não fazia diferença em ganhar ou perder. Ele
comeria minha bocetinha de qualquer jeito.
— Mas...
— Xiu... — Tampou minha boca com o indicador, impedindo-
me de contestar, de falar qualquer coisa.
— Eu ganhei a aposta, potranca. Só quero usufruir do meu
prêmio — declarou, passando a ponta do chicote no meio das
minhas coxas, fazendo-me arrepiar.
— Quando foi que você trouxe essas coisas pra cá,
Benjamin? Já tinha tudo planejado, não é?
— Eu as trouxe enquanto você se arrumava. Mas vamos
partir para o que interessa? — Meu coração batia rápido dentro do
peito. Todavia, não era medo ou hesitação. Era a realização de um
sonho, de um dos meus desejos mais intrínsecos.
— Tire a roupa. Quero ver o seu corpo nu — o cowboy
continuou a falar.
Tirei a roupa, lentamente, prestando atenção às suas
reações. Ao tirar a calcinha, girei a peça na ponta do dedo e joguei-
a no cretino. Ele pegou o pedaço de pano encharcado por minha
lubrificação e o levou até o nariz, inspirando meu cheiro, gemendo,
jogando sujo.
— Eu amo seu cheirinho de mulher no cio — falou, soltando
um grunhido.
É por isso que o safado me comprou uma coleira! Sou
potranca, cadela. Do que mais ele vai me chamar?
Ele se aproximou, colocou meus pulsos um sobre o outro e
os amarrou com uma corda. Depois, colocou a coleira em meu
pescoço, fazendo de mim, sua cadela, sua putinha, sua escrava.
Benjamin segurou na ponta da corrente e deu duas voltas em
torno do seu pulso, puxando-me para mais perto de si. Em seguida,
tomou meus lábios em um beijo esfomeado.
Quando ele desgrudou nossas bocas, senti seus lábios
trilharem um caminho altamente excitante. Eles passearam por meu
queixo, pela curva do meu pescoço, até chegarem aos meus seios
sensíveis, fazendo-me gemer e lamuriar em resposta.
— Deite-se e mantenha as mãos acima da cabeça. Quero ter
uma visão privilegiada desse seu corpo tesudo — ordenou com a
voz firme.
Quando me deitei, Ben se aproximou e deslizou o chicote por
meu rosto, seios, barriga e coxas. Meu coração batia acelerado, a
respiração saía entrecortada.
Sem que eu esperasse, o safado desferiu algumas
chicotadas em minha boceta, fazendo-me gritar a cada golpeada. O
local estava vermelho e ardia pra cacete, mas o que ele fez em
seguida, proporcionou-me um prazer surreal. Benjamin se ajoelhou,
segurou em minhas coxas e caiu de boca em minha xoxota judiada.
— Como eu adoro ver essa boceta toda molhadinha. Quer
meu caralho atolado aqui? Que eu a encha de porra? — perguntou,
enfiando um dedo na minha boceta.
— Sim... — Levantei meu quadril e comecei a rebolar
naquela boca deliciosa. Eu queria tocá-lo, puxá-lo contra meu sexo,
mas para isso, teria que desobedecê-lo, infringir as suas regras.
Contudo, a vontade de gozar em sua boca foi maior. Então,
ergui as mãos e o puxei pelos cabelos, aumentando a fricção,
sufocando-o em minhas dobras molhadas.
Minha boceta estava latejando, prestes a entrar em
combustão. Em questão de minutos, fui tomada por um orgasmo
ensurdecedor.
Ben continuou me devorando com a boca, tomando cada
gota do líquido cremoso que escorria da minha intimidade.
Toda vez que sua língua tocava em meu clitóris, meu corpo
convulsionava por completo.
O cowboy se levantou e tirou suas roupas. O seu pau estava
teso, inchado, bem apetitoso. Não pude evitar que minha boca
salivasse ao vê-lo todo lambuzado de pré-gozo. Parecia chamar por
mim.
— Eu falei para manter as mãos acima da cabeça, Elizabeth. Por
que você sempre faz o contrário do que eu digo, caralho? Porque
adoro ser castigada por você — confessei manhosa. — Ajoelhe-se e
chupe meu pau até eu gozar. Por ora, este será o seu castigo. —
Aquilo foi música para os meus ouvidos. Parece que ele estava
lendo os meus pensamentos.
Coloquei seu caralho em minha boca e o devorei devagar,
degustando seu sabor, o cheiro de homem excitado, de homem
tesudo. Ele gemia de olhos fechados, aproveitando cada carícia,
lambida, sucção.
— Ohhh... porra... que gostoso... chupa, vadia, eu sei que
você gosta do meu pau atolado em sua boquinha — O homem
parecia estar possuído. Puxava em meus cabelos e gemia sem
parar. Depois de um bom tempo me deliciando naquela rola, senti os
jatos de porra sendo derramados dentro da minha boca gulosa.
Olhei para cima e, em seus olhos, vi luxúria, pecado, devassidão.
— Humm... — gemi satisfeita, limpando os cantos da boca.
Senti um prazer descomunal ao ouvi-lo gemer enquanto gozava. O
som rouco dos seus grunhidos me abrasava por dentro, fazendo um
tesão absurdo crescer dentro de mim.
— Fique na posição de cachorrinho, putinha — disse ele, em
um tom autoritário.
Quando me posicionei conforme o ordenado, ele alisou e
apalpou minha bunda. Em seguida, deslizou a ponta do chicote por
minha coluna, bunda e panturrilhas, fazendo os pelos do meu corpo
eriçarem. O contato do couro em minha pele, deixava-a ainda mais
sensível, os bicos dos seios pontudos e os batimentos cardíacos
descompassados.
Não demorou para o cowboy começar a chicotear meu
traseiro. A cada golpe, ele alisava o local, proporcionando-me um
alívio momentâneo. Excitação, ardência, nervosismo e ansiedade
dominavam-me por completo. Era simplesmente maravilhoso.
— Ahhh... — eu gemia alto a cada golpe desferido.
O cavalão puxava a coleira com uma mão e, com a outra,
açoitava meu corpo. As chicotadas me causavam arrepios,
incitavam minha libido e imaginação. Porém, eu queria que ele me
penetrasse, me possuísse, me levasse ao clímax mais uma vez.
— Geme, vadia — disse ele, me batendo sem dó.
— Ahh... humm... bate na sua cachorrinha... — pedi,
empinando o traseiro, oferecendo-me para ele.
— Adoro te ver tão entregue ao prazer, com essa bunda
deliciosa toda vermelhinha — falou tomado por luxúria.
Ben posicionou o pau em minha boceta e me penetrou
devagar, em um ritmo delicioso. Ele estava gostando de me ter
como sua cadelinha, pois não soltava a coleira por nada. Quando a
puxava, eu sentia uma pressão em meu pescoço, o que só
aumentava meu tesão.
— Quem é o seu dono, cadelinha? — perguntou, enfiando os
dedos no vão da coleira, deixando-me quase sem ar.
— Você. — Consegui dizer. Queria que me fodesse com mais
intensidade. Comecei a rebolar em seu caralho, instigando-o a
meter mais forte, mais fundo.
— É assim que você quer, cachorra? Que eu te foda com
força?
— Sim... — respondi chorosa. Ele se levantou e me puxou
pela coleira, encostando meu rosto em uma das baias. Quando
voltou a me penetrar, ondulei, gritei, tamanha era brutalidade e
intensidade nas arremetidas. Os minutos seguintes foram intensos e
suados.
— Ohhh... — ele gemeu, colocou o braço na frente dos meus
seios e me fodeu com voracidade. O barulho provocado por nossos
corpos, o ambiente, a lascívia e a dominação estavam me deixando
no limite do prazer.
— Goza junto comigo, baby. Estou sentindo sua bocetinha se
contraindo, apertando meu caralho.
— Ohhh... humm... — ele gemia, enquanto derramava seu
esperma dentro da minha bocetinha. — Ouvi-lo gemer daquele jeito
me levou ao ápice pela segunda vez.
Ben desamarrou os meus pulsos, tirou a coleira e me aninhou
em seu corpo suado.
Na manhã seguinte, acordei com um ranger de porta se
abrindo. Abri meus olhos e me dei conta de que tínhamos dormido
no estábulo e estávamos completamente pelados. Ben não perdeu
tempo, jogou sua jaqueta sobre meu corpo para que o intruso não
me visse nua. Ele pegou a cueca no chão e se vestiu rapidamente.
Quando levantou o olhar, se deparou com o Sebastian nos olhando
como se tivesse visto um fantasma.
— Caramba, Ben! Por que não fechou a porta? Vi a moto aí
fora e pensei que fosse o Noah. Me desculpe. Eu não vi
absolutamente nada — disse o capataz, limpando a garganta,
visivelmente nervoso.
— Não precisa pedir desculpas por isso, Sebastian. Eu que
fui um descuidado. Mas a Bia me contou uma coisa que me deixou
muito, mas muito irritado. — Ben se aproximou do capataz e lhe deu
um soco certeiro na boca, fazendo-o tombar.
— Mais que porra é essa, Benjamin? Por que me bateu?
— Porra, o caralho! A Bia falou que viu você com a língua
enfiada na boca da Melissa. Eu não te falei para manter suas mãos
longe dela?
— Não somos mais adolescentes para você ditar o que
devemos fazer. E para sua informação, foi ela quem me beijou —
disse Sebastian limpando um fio de sangue no canto da boca.
Bingo! Eu sabia que a Melissa tinha agarrado o bonitão. A
safada não brinca em serviço.
Assim que o loiro saiu do estábulo, vesti minhas roupas e saí
em direção à casa principal. Sequer esperei pelo Benjamin.
— Amor, espere por mim — gritava o cowboy, vestindo suas
calças. Eu estava envergonhada de mais para esperar por ele.
Ao entrar em casa, fui direto para meu quarto. Preparei a
banheira, coloquei uma playlist de músicas relaxantes para tocar e
entrei na água. Fechei meus olhos e tentei relaxar. De repente, ouvi
uma voz rouca falando atrás de mim: — O que foi aquilo, Elizabeth?
— Aquilo o quê? — Eu me fiz de desentendida.
A essa altura, ele já tinha tirado a roupa e estava entrando na
banheira.
— Você saiu correndo feito uma maluca. Não precisava
daquele alvoroço todo. Apesar de tudo, o Sebastian ainda é meu
homem de confiança. Além do mais, ele é muito discreto. Nem
parece ser filho da Bertha.
— O Sebastian é filho da Bertha? — perguntei, perplexa.
— É. Você não sabia?
— Não. Nunca passou pela minha cabeça que a Bertha tinha
um filho, e que esse filho fosse o capataz gostosão.
— Você acha o Sebastian gostosão? — Ben rosnou como um
animal demarcando seu território.
— Claro. Por isso que a Melissa o atacou — falei,
gargalhando.
— Essa história de novo? Quero esquecer que aqueles dois
andaram se agarrando por aí.
— Será que eles transaram?
— Pelo amor de Deus, mulher! Não fale uma coisa dessas. É
como se fosse incesto. Que nojo!
— Eles não são parentes, meu bem! Podem transar o quanto
quiserem, como quiserem.
— Argh! Dá para mudar de assunto, por favor? — pediu ele,
me abraçando, repousando seu queixo em meu ombro.
— Não vou conseguir falar com o Sebastian tão cedo. Ele
deve estar pensando que sou uma qualquer.
— Ei, fique calma! Ele não vai dar com a língua nos dentes e
nem vai achar isso de você. Agora, que tal sairmos desta banheira e
tomarmos nosso café da manhã?
— Claro. — Saímos da banheira, nos vestimos e descemos
para nos alimentarmos.
Quando chegamos à cozinha, a Bia já estava sentada à mesa
esperando a Bertha servir o seu café. Ao perceber a nossa
chegada, a bonequinha nos olhou desconfiada e perguntou: —
Papai, onde o senhor dormiu? Fui ao seu quarto lhe acordar para
prepararmos a mamadeira do Nico, mas a cama estava vazia.
— O papai estava consertando o encanamento da Lizzy,
quero dizer... do quarto da Lizzy.
— Ah! Tia Lizzy, se quiser, pode ir tomar banho no meu
quarto. — Bia falou inocentemente.
— Obrigada, pequena. Mas seu pai já resolveu o problema.
— Encanamento... estou de olho em vocês dois, hein! —
afirmou Bertha, colocando um cesto de pães e uma jarra de suco
sobre a mesa.
A pequena nos fitou com os olhos semicerrados e perguntou:
— O que vocês fizeram de errado? A vovó Bertha só fala
assim quando eu apronto.
— Não fizemos nada de errado, filha. A Bertha só está
implicando com a gente — respondeu Benjamin, me olhando com
aquela cara de safado.
— Deve ser porque vocês estão namorando escondido.
— Filha, eu já te falei que a Elizabeth e eu estamos só nos
conhecendo.
— Eu sei, papai. Mas a tia Melissa e o tio Noah me disseram
que só beija na boca quem é namorado.
— Quando foi que vocês se falaram, Bia?
— Ontem, na chamada de vídeo que fizeram com a vovó
Bertha.
— Eles falaram mais alguma coisa?
— O tio Noah falou que vem no próximo fim de semana. E a
tia Melissa disse que vocês estão apaixonados.
— Eu vou matar a Melissa. Não dê ouvidos àquela
desmiolada. Você sabe que ela não bate bem da cabeça, não é?
— Sim. Mas não precisam fingir para mim. Eu sei de tudo. Vi
vocês dois dormindo abraçadinhos no seu quarto. Mas não fique
bravo. O senhor sabe que eu sei guardar segredo — falou Bia, em
um cochicho.
— Eu sei, filha, e como sei. Só não entre no quarto do papai
sem bater antes, certo?
— Certo, papai — disse ela, derramando calda de chocolate
em um pedaço de waffle.
Espero que a garotinha não tenha visto nada de indecente...
— Bertha, por que você não me disse que o Sebastian é seu filho?
— perguntei, querendo saber um pouco mais sobre o capataz
misterioso.
— A Melissa não te contou?
— Não. Se o Benjamin não tivesse me falado, eu voltaria
para Nova York sem saber deste babado.
Falar em voz alta que eu voltaria para casa me deixou
angustiada, com o estômago embrulhado. Olhei de relance para o
cowboy e ele estava pensativo, não parecia nada feliz com o que
tinha acabado de ouvir.
— Tia Lizzy, a tia Melissa ligou e disse que é para a senhora
ligar a porra do celular, porque ela tem algo importante para lhe
contar — falou Bia, de um jeito natural, arrancando-me um sorriso.
É bem a cara da Melissa falar essas coisas.
— Caralho! Eu já falei para Melissa não chamar palavrão na
frente da Bia, mas ela não toma jeito — disse Ben, enraivecido,
olhando para Bertha. Ele nem se deu conta de que tinha acabado
de fazer o mesmo. Parece que todo mundo na família Parker é um
tanto enxerido, desbocado.
— Quer dizer que você pode ser um boca suja e a Melissa
não? Direitos iguais, meu amor — Confrontei-o.
— Eu não conto, Elizabeth — respondeu de um jeito
brincalhão.
— O papai chama muitos palavrões. Mas eu só posso
chamar quando for adulta — disse Bia, sorrindo, mostrando a
fileirinha de dentinhos brancos.
— Aprendeu direitinho, filha. Estou gostando de ver — disse
o cowboy, piscando o olho para ela. Ainda bem que a bonequinha
sabe que não pode ser boca suja igual seu pai. Tomara que ela
continue pensando assim quando chegar à adolescência.
— Papai, eu não vou à escola hoje. Quero ficar em casa com
a tia Lizzy e o Nico. — A pequena estava temerosa, com medo do
que poderia acontecer ao ficar longe das asas protetoras de seu pai.
Eu a entendia perfeitamente. Foi assim que me senti quando meus
pais faleceram. Fiquei sozinha, desprotegida, vulnerável.
— Claro que vai, mocinha — rebateu o cowboy.
— Benjamin, dadas às circunstâncias, acho que o melhor a
se fazer é deixar a Bia em casa até termos mais informações sobre
o caso. A diretora e as professoras irão entender a situação. Eu me
comprometo em ajudar a sapequinha com as atividades escolares.
— Tia Lizzy, eu posso fazer as tarefas só depois que eu der o
mamar ao Nico e passear com ele?
— Pode, meu amor. O dia é longo, podemos fazer muitas
coisas juntas — falei, apertando suas bochechas.
— O que aconteceu com a Bia, Lizzy? — questionou, Bertha,
intrigada com o meu comentário impensado. Achei que ela estivesse
a par da situação.
— É... é porque... ela ainda está abalada por causa do
incêndio e quer passar mais tempo comigo e com o Nico, né Bia? —
perguntei-a, gaguejando.
— É por isso também, vovó Bertha. Estou com medo da
mulher malvada e do homem feio me levarem para bem longe.
Merda... Essa menina precisa de freios na boca.
— O que está havendo aqui, Benjamin? E não me venha com
mentiras. Desde ontem que você está estranho, agitado. Eu te
conheço muito bem para saber que há algo de errado acontecendo
nesta casa — disse Bertha, em um tom repreensivo.
— Bertha, não te falei antes porque quis te poupar. No
entanto, pensei bem e cheguei à conclusão que é melhor você ficar
a par de tudo. Precisamos ficar atentos ao que acontece ao nosso
redor, principalmente, de quem se aproxima da Bia. — Ben parecia
procurar as palavras certas para contar toda a história à sua
governanta.
— Fale logo, menino. Pare de fazer rodeios.
— A Bia não quer ir à escola porque tentaram sequestrá-la.
Pelo menos, é o que estamos achando — Benjamin contou tudo que
sabia, deixando Bertha embasbacada.
— Só pode ter sido aquela peste. Você sabe de quem estou
falando. Ela que não se atreva a vir aqui. — Bertha só não disse o
nome, mas era evidente que ela estava falando da vaca que pariu a
Bia.
— Vou comunicar à escola e fazer algumas ligações. Não vou
ficar de braços cruzados esperando a polícia resolver o caso. Por
isso, contratarei uns detetives particulares para me ajudarem a
desvendar esse mistério — declarou o cowboy.
— E eu vou ver o que a Melissa quer. — Coloquei o
guardanapo sobre a mesa e segui para o meu quarto.
Eu queria saber o que minha amiga tinha para me contar. A
curiosidade estava me corroendo por dentro. Aproveitaria para
descansar um pouco, pois, todo meu corpo estava dolorido,
principalmente, meu traseiro. Parecia que um trator havia passado
por cima de mim inúmeras vezes, indo e vindo, para lá e para cá.
Ao ligar o celular, me assustei com o tanto de ligações e
mensagens do Thomas. Sentei-me na cama e comecei a lê-las.
“Amor, onde você está? Estou com saudades. Me liga.”
“Lizzy, por favor, me atende. Preciso falar com você. Eu te
amo.”
“Oi, amor. Sou eu mais uma vez. Me diz onde você está que
eu vou te buscar. Precisamos conversar.”
Desgraçado! Como ele ousa me importunar desse jeito? —
falei cheia de ódio. Nem li o resto das mensagens. Eu estava a
ponto de ter um ataque de fúria. Minha vontade era de sair
quebrando tudo que via pela frente, mas eu não estava em minha
casa. Respirei fundo e comecei a ler as mensagens da Melissa.
“Amiga, me liga. Tenho um babado fortíssimo para te contar.”
“Pelo amor de Deus, Lizzy, liga a porra do celular. O gato
comeu sua língua, foi? Você não me deu notícias desde que chegou
à fazenda. O que diabos você anda fazendo para estar tão
entretida?”
Não perdi mais tempo e liguei para ela.
— Oi, Melissa. O que aconteceu para você estar neste
estado?
— O que aconteceu? Aconteceu que o Thomas está
revirando Nova York à sua procura. Saiu perguntando a todo mundo
se sabiam do seu paradeiro. Colegas de trabalho, amigos, vizinhos,
não deixou passar ninguém. Sua sorte é que só eu sei que você
está em Austin.
— Aquele escroto me mandou milhares de mensagens
dizendo que precisa falar comigo. Mas dele quero distância.
— Não sei o que ele tem para te dizer, mas não vai sossegar
enquanto não falar com você.
— Ele não está com a Samantha? Por que não esquece que
eu existo? O que aquele infeliz quer de mim? Não bastou tudo que
me fez passar?
— Aí é que está, amiga. Ele terminou com ela na frente de
todos do escritório. Ela gritava que era a mulher ideal para estar ao
lado dele, e não você. A vadia ficou com tanta vergonha que, no
outro dia, pediu demissão.
— Era só o que me faltava! — Ri, sem o menor humor,
passando a mão na testa, andando de um lado a outro do quarto.
— Não foi só isso que ela falou, amiga.
— Meu Deus, o que foi que eu fiz para merecer tudo isso?
— A mulher estava transtornada, totalmente fora de si. A
maluca gritava, esmurrava e ameaçava o Thomas. Eu nunca a vi
daquele jeito. Parecia... sei lá... obcecada, outra pessoa. Você
precisava ver a cena.
— E quando foi que esse showzinho aconteceu?
— Quinta-feira. Pelo menos, não veremos mais a cara
daquela lambisgoia pelos corredores da empresa. Mulherzinha que
não me desce.
— Ainda bem. Ela não sabe o favor que me fez.
— E como estão as coisas por aí? Meu irmão está se
comportando? Ele está te tratando bem?
— Ah, está sim! Muito bem, aliás — falei, dando um sorriso
malicioso. Só de lembrar das coisas que fizemos no decorrer da
madrugada, fiquei com a perseguida toda animada. Mudei até de
humor.
— Ah, é? Explique-me, por favor. Estou morrendo de
curiosidade.
— Ele é gentil, carinhoso... pelo menos, na maior parte do
tempo. Mas eu gosto do seu lado brutinho, mandão — falei, com
medo dela reprovar o nosso relacionamento. Seria difícil escolher
entre minha melhor amiga e o homem que amo.
— O Ben está caidinho por você. — Ouvir aquilo me deixou
estonteante.
— Por que não me falou que ele é um pedaço de mal
caminho?
— Se eu estivesse contado, teria estragado a surpresa. Além
do mais, algo me dizia que vocês iam acabar se pegando. Aproveite
o tempo que ainda lhe resta na fazenda. Não é porque o Ben é meu
irmão, mas ele é um bom partido. Vocês merecem viver uma linda
história de amor.
— Sabemos como aproveitar a companhia um do outro —
declarei, dando uma gargalhada.
— Quer dizer que vocês já rolaram no feno?
— Literalmente. E é só isso que vou lhe dizer. É meio
constrangedor falar do Benjamin com você.
Eu não podia dizer que o Ben é tudo de bom. Que ele tem um
pau grande, grosso e gostoso. Que vou sentir saudade de sua boca
em pontos estratégicos do meu corpo, do seu cheiro, de sua
companhia e, principalmente, do sexo bruto, suado e depravado.
— Eu iria ficar traumatizada se soubesse — disse ela
gargalhando.
— Mas eu vou te falar uma coisa, o Ben não é o único
cowboy gostoso que vi por essas bandas.
— Por falar em cowboy, você tem visto o Sebastian?
— Eu o vi hoje cedo lá no estábulo. Por quê? — perguntei, só
para ver até quando ela ia omitir o fato de ter rolado algo entre ela e
o capataz da fazenda.
— Nada... Só curiosidade, mesmo. — Sua voz estava
embargada, deixando transparecer o quanto estava triste. Seja lá o
que tenha acontecido entre os dois, não teve um final feliz. Deve ser
por isso que ela não se compromete com ninguém.
— Melissa, eu sei que vocês têm uma história, um passado.
— Digamos que sim. Pelo amor de Deus, não comente isso
com ninguém, principalmente com o Benjamin. Ele é superprotetor.
— Amiga, é tarde demais para você me pedir isso. O Ben
sabe que vocês andaram se pegando. A Bia não conseguiu guardar
segredo.
— Cacete! O Ben deve ter feito picadinho do Sebastian. Será
possível que a pestinha da Bia não consegue manter aquela boca
fechada? Diacho!
— Ela contou sem querer. Não precisa se preocupar, o
Sebastian ainda está vivo. O Ben só deu um soco na boca dele,
quase não saiu sangue.
— Tudo isso por causa de um beijo, imagina se ele soubesse
do resto.
— Sua safada... ele é bem bonito, mesmo. Um tanto
reservado, mas faz parte do seu charme.
— Tire os olhos do meu homem. Eu o vi primeiro.
— Que obsessão! Não se preocupe, porque eu só tenho
olhos para um homem nesta fazenda, e não é o seu, Melissa.
— Está na minha hora. Depois nos falamos.
— Tchau. Depois eu quero saber tudo o que rolou entre você
e o gostosão. — Desliguei o telefone antes que ela me
esculhambasse. Eu não sabia que a Melissa era uma ciumenta de
carteirinha.
O capataz deve ter algo de especial. Nunca vi a tão
interessada em um homem. Pelo contrário, ela gosta de sair e
conhecer caras para sexo casual. Melissa sempre está
acompanhada por belíssimos homens, mas quando eles querem
mais do que sexo, ela sai fora. Algo me diz que tem mais nesta
história do que ela me falou.
Mal encerrei a ligação e meu telefone tocou novamente.
Achei estranho ser de um número privado, mas atendi mesmo
assim.
— Oi, Lizzy — falou a voz masculina do outro lado da linha.
Eu reconheceria aquela voz a quilômetros de distância. O que antes
me fazia suspirar, agora me dá ânsia de vômito.
— Thomas, na última vez que conversamos eu deixei bem
claro que não quero papo contigo. Como estou de férias, presumo
que não seja assunto de trabalho. Então, diga logo o que quer.
— Amor, vamos conversar, acertar as coisas. Me diz onde
você está que eu vou ao seu encontro. Podemos fazer uma viagem,
recomeçar.
— Vai se foder, Thomas. Vê se me esquece. Além do mais,
eu conheci uma pessoa.
— Quem é ele?
— Um homem que me fode todos os dias, de todas as
maneiras que você possa imaginar.
— Porra, Lizzy, você está transando com outro cara?
— Estou — falei, alto e bom som, sem acreditar na audácia
do infeliz de vir me cobrar fidelidade, respeito.
Eu joguei pedra na cruz, só pode. O que mais falta
acontecer?
— Você dizia que não tinha olhos para outro homem e já está
frequentando a cama de outro macho?
— Thomas, eu vou te falar pela última vez: não me ligue, não
me envie mensagens, não vá à minha casa e não fale comigo se
não for assunto de trabalho. Você teve sua chance, meu bem. Mas a
perdeu quando enfiou seu gravetinho na vadia da Samantha. Passar
bem — falei e desliguei o telefone na cara dele.
Gravetinho... — Pulei na cama morrendo de rir. Essa foi a
minha melhor vingança.
Eu já estava cochilando quando senti alguém me cutucando
com as pontas dos dedos.
— Humm — resmunguei sonolenta.
— Acorda, preguiçosa. Vamos brincar de fazendeiros —
disse o cowboy, em um tom de voz divertido.
— Você brincou de veterinário à noite toda e já quer brincar
de fazendeiro? — perguntei baixinho.
— O papai brincou de ser veterinário? — indagou Bia, ao
entrar no quarto, fazendo-me dar um salto da cama. Meu coração
começou a bater descompassado. Tínhamos que ser convincentes
em nossas respostas ou ela não pararia de fazer indagações.
— Bia, seu papai adora brincar de ser veterinário, ou melhor,
ele ama aplicar uma injeção bem grandona em uma potrinha que
morava lá na cidade.
— Se o papai era o veterinário, a senhora era o quê? —
perguntou ela, toda curiosa.
— Eu? — indaguei, engolindo em seco, apontando o
indicador para mim. Essa menina faz cada pergunta. E agora, como
saio dessa?
— Hunrum.
— Filha, você é muito curiosa. Pra que você quer saber
disso? É coisa de adulto.
— Papai, eu pensei que só criancinhas brincassem dessas
coisas.
— Os adultos também brincam, mas de um jeito diferente. E
você, mocinha, não precisa saber disso antes dos trinta anos.
Enquanto isso, você brinca de veterinária com o Nico. Só não vá
aplicar injeção de verdade nele, tá bem?
— Tá bom. Vou pegar minha maletinha — declarou ela,
saindo do quarto.
— Meu Deus! O que foi isso?
— Bem-vinda à maternidade, meu amor.
— É sempre assim? Quero dizer... ela sempre quer saber de
tudo?
— Sim. Mas você está se saindo muito bem. Quando nossos
potrinhos tiverem a idade da Bia, você vai driblá-los como ninguém.
— Até parece! — respondi com um sorriso no rosto.
O que deu no cavalão para ele está cheio de indiretas?
— Vem cá, baby. Quero te beijar. — O safado me puxou para
um beijo ardente, cheio de segundas intenções. Ele me pegou no
colo e quando dei por mim, já estava sendo imprensada contra a
porta do quarto. Enquanto sua boca devorava a minha, suas mãos
trabalhavam apertando minhas nádegas, puxando-me contra seu
sexo duro e latejante. Não consegui conter a excitação e gemi em
seus lábios pecaminosos, famintos.
— Vamos, papai, o Nico está com fome — disse a pequena,
dando batidinhas na porta. Ufa! Fui salva pelo gongo.
— Se eu não tivesse prometido à Bia que teríamos um dia de
fazendeiros, eu ia te foder até vê-la desfalecer em meu pau. Mas à
noite você não me escapa, lobinha. Vou te algemar e te fazer gozar
tanto, mais tanto... que vai implorar, vai suplicar para que eu pare de
te chupar, de te foder — sussurrou, ao pé do meu ouvido.
Vamos ver quem vai algemar quem, garanhão...
Depois de falar safadezas no ouvido da Lizzy, coloquei-a no chão e
botei meu pau para o lado esquerdo da cueca. Não sei o porquê,
mas ele fica mais comportado deste lado.
Esperei a potranca desamassar a roupa e passar as mãos
pelos cabelos desgrenhados. E, ao abrir a porta do quarto, vi Bia
segurando sua maletinha de veterinária. Ela estava pronta para
atender seu paciente do dia. Coitado do Nico!
— Então, quer dizer que teremos um dia de fazendeiros?! —
exclamou Lizzy, com um sorriso no rosto.
— Sim! — gritou Bia, entusiasmada. A danada adora se
aventurar pela fazenda. Nesse quesito, ela puxou a mim.
Enquanto descíamos para o andar de baixo, pensei em como
poderíamos deixar o nosso dia mais animado.
— Bertha, você preparou a mamadeira do seu bisneto? —
perguntei, segurando uma risada.
— Está em cima da pia, moleque — declarou, olhando para
Bia. Minha governanta sabe que quando a pequena arteira pega sua
maletinha, vai aprontar poucas e boas.
— Vovó Bertha, hoje eu vou consultar o Nico. Vê se ele está
bem de saúde.
— Estou vendo. Só não vá importuná-lo como você faz com
os pintinhos. Se ele te der um coice, você vai parar longe, minha
filha. Tome cuidado, tá bem?
— O Nico é mansinho, vovó. — Desde que a danada
encasquetou que vai ser veterinária, não dá sossego aos animais.
Apesar das travessuras que a sapeca apronta, fico feliz por ela se
interessar pela vida no campo. Minha princesinha vai ser uma
mulher de culhões, osso duro de roer. Tenho pena de quem se
meter a besta pro lado dela... — Sorri, prevendo o futuro.
— Tá rindo de que, cowboy? — perguntou Lizzy.
— Estava pensando como vai ser a Bia daqui a alguns anos.
— Meu bem, de uma coisa eu tenho certeza: ela vai ser
igualzinha a você — declarou, gargalhando.
— O que há de engraçado em minha filha se parecer comigo,
Elizabeth?
— Nada não, garanhão — falou, gargalhando ainda mais.
Mulheres... o bicho mais estranho que já vi.
Ao chegarmos ao estábulo, Bia correu até a baia do Nico,
abriu a portinha e se agarrou com ele. O bezerro mungiu em
resposta.
— Oi, Nico. Eu trouxe seu leitinho. É para tomar tudinho para
ficar fortinho igual a mim — disse ela, mostrando o muque para o
bezerro. No mínimo, foi o palhaço do Noah que ensinou isso a ela.
Entrei na baia e ajudei-a a alimentar o bezerro, pois, além da
garrafa ser pesada, o danado sugava o bico da mamadeira com
uma força motriz. Derrubaria a pequena fazendeira sem nenhuma
dificuldade.
— Papai, o Nico vai me derrubar — disse ela, sorrindo.
— Coloca força nas perninhas e segura a mamadeira com as
duas mãos. Não deixe o leite derramar.
— Todo bezerro é esfomeado desse jeito? Ou é só este? —
perguntou Lizzy, espantada.
— Todo bezerro gosta de mamar, potranca — falei, piscando
para ela.
— Coitadas das vacas, devem ficar com os peitos
machucados — declarou, agachando-se, observando tudo de perto.
O bezerro devorou a mamadeira de leite em questão de minutos.
— Nico, agora eu vou te examinar. Não precisa ficar com
medo. Eu vou te dar uma injeção, mas não vai doer nadinha,
nadinha — disse a pequena, pegando seus instrumentos de
trabalho. Ela leva jeito com os animais. Sem sombra de dúvida, será
uma excelente profissional. Como sou um pai babão, fico todo
orgulhoso.
— Lizzy, você acha que a Bia deve ficar quantos dias em
casa? — perguntei, enquanto minha garotinha estava distraída.
— Eu não falaria em escola até que ela tocasse no assunto.
Acho que uma semana é mais do que suficiente para ela voltar à
escola por conta própria. Não adianta forçar a barra, só iria
traumatizá-la ainda mais.
— Espero que não demore para isso acontecer. Não quero o
serviço social batendo em minha porta. Tenho pressa em solucionar
este caso. Aqui dentro, minha filha está segura, meu medo é
quando ela estiver fora de casa. Por isso, contratei dois detetives
particulares. Um, vai ficar de campana próximo ao colégio, e o outro,
descobrirá onde a Susan está e o que anda fazendo. Espero que
me tragam informações em breve.
— Você é rápido no gatilho, cowboy. Não me surpreenderia
se você tivesse armas em casa.
— Modéstia à parte, eu sou bom de mira — afirmei, piscando
para ela.
— Eu não sei nada sobre isso — proferiu a descarada. Ela
sabe muito bem que não erro um tiro. Não duvido de que já esteja
prenha de meu potrinho.
— Bom dia, Patrão. Trouxe a encomenda que me pediu mais
cedo — anunciou Adam, ao entrar no estábulo.
— Obrigado — proferi, pegando as sacolas.
— Bom dia, senhorita Lizzy.
— Bom dia, Adam. Mas já te falei para me chamar só de
Lizzy — declarou ela, sorrindo para o moleque.
Não gosto nadinha da intimidade que eles têm. Limpei a
garganta e falei:
— Bia, vem olhar os presentes que comprei pra vocês.
— Eba! — gritou ela, colocando o estetoscópio no chão.
— Eu vou guardar o resto das compras, com licença — disse
Adam, desconfiado.
— Posso abrir em público, cowboy? — perguntou Lizzy,
erguendo as sobrancelhas.
— Pode. — Quando abriram as sacolas e viram que eram as
mesmas peças, só que em tamanhos diferentes, ficaram eufóricas.
— São iguais! — proferiu minha filha, com um amplo sorriso
no rosto. Eram dois pares de botas e dois chapéus de couro, ambos
em tons marrom.
— Obrigada, garanhão. São lindos. Bia e eu vamos arrasar
os corações dos cowboys texanos — disse a diaba loira, me
provocando. O diacho que vão!
Não deu nem tempo de retrucar o absurdo que eu tinha
acabado de ouvir, e meu telefone tocou. Olhei no visor e era o
detetive encarregado de me trazer informações da Susan. Será que
ele já tinha novidades?
— Já volto, meninas. Vou só atender esta ligação.
— E eu vou passear com o Nico — pronunciou Bia,
entregando a sacola à Lizzy.
— Vou ficar esperando por vocês aqui — declarou a loira.
Não sei o porquê, mas ela estava com cara de quem ia aprontar.
— Oi, Gary. Já tem novidades?!
— Oi, Benjamin. Já consegui algumas informações sobre o
caso. Enviei-as para seu e-mail.
— Conta logo o que descobriu, homem. Não tenho paciência
para ler e-mail.
— Okay. Mas se estiver em pé, aconselho-o a se sentar.
Bem... por onde eu começo... A Susan morou em Chicago nos
últimos cinco anos. Ela gastou uma dinheirama nesse ínterim.
Viagens internacionais, procedimentos estéticos, SPA, muitas
festas. A lista é interminável. E, uma das coisas que mais me
chamaram a atenção, foi que ela se divorciou há alguns meses.
Segundo consta em sites de fofocas, ela saiu do casamento
praticamente sem nada. Levou apenas um carro de luxo, algumas
joias e uma pequena quantia em dinheiro.
— Descobriu mais alguma coisa? Se ela esteve no Texas nas
últimas semanas?
— Não quer saber o motivo da separação?
— Tenho minhas suspeitas, Gary.
— Acredita que a safada tinha um caso com o motorista?
Aproveitei e fiz uma pesquisa rápida sobre ele. O cara tem a ficha
mais suja do que pau de galinheiro. Já foi preso várias vezes.
— E que tipo de crime o desgraçado comete? — perguntei,
com medo de ouvir a palavra sequestro.
— Roubos, furtos, extorsão... Sabe qual é a parte mais
interessante dessa história toda, meu amigo?
— Fale logo, porra — falei exaltado. Eu já estava perdendo
minha paciência. Pra que tanta enrolação? Notícia ruim só presta
ser contada de uma vez. E eu estava pressentindo que ele tinha
guardado o pior para o final.
— Cara, sua ex-esposa está de volta a Austin. E pelo andar
da carruagem, ela pretende passar um bom tempo por aqui, pois
comprou uma casa na cidade.
— Quando eu penso que as coisas não podem piorar...
— Provavelmente, foi ela que abordou a Bia. Neste exato
momento, estou em frente à casa dela. Vou monitorá-la por uns
dias.
— Você chegou a vê-la? — questionei, querendo saber como
a cretina estava aparentemente. Loira, morena, ruiva, gorda, magra,
o diabo a quatro...
— Não. Mas vi um cara mal-encarado saindo do imóvel. Alto,
forte e com uma cicatriz no rosto. Bate com as características do
homem que você me descreveu.
— É bom que ele não apareça em minha frente, pois o
desgraçado saberá o que um pai é capaz de fazer para proteger sua
cria.
— Não tenho dúvidas.
— Monitore todos os passos deles. Dia e noite; não deixe
passar nada. Se precisar, contrate mais gente para ajudá-lo. Faça o
que for necessário para descobrir o que estão tramando. E o mais
importante: não seja descoberto.
— Pode deixar, Parker. Tem um imóvel para alugar quase em
frente à casa em que ela mora. Adivinha quem vai ser o novo
vizinho da Susan MacClain?
— Maravilha! Me mantenha informado, Gary. — Encerrei a
ligação e voltei para o estábulo.
O que vi ao entrar no recinto me deixou conturbado. Eu sabia
que a Lizzy ia aprontar. A diaba estava dentro da baia do
Relâmpago, cantarolando e alisando sua pelagem, como se não
estivesse fazendo nada demais.
— O que pensa que está fazendo, Elizabeth? Eu não te falei
para ficar longe desse cavalo? — questionei, puto de preocupação.
Tentei falar o mais baixo possível para não assustar o Relâmpago.
Se ele levantasse as patas dianteiras, a Lizzy se machucaria feio, e
não seria por falta de aviso. Ela me desobedecer para termos prazer
juntos é uma coisa, mas se colocar em perigo, é outra totalmente
diferente.
— Quer me matar de susto, Benjamin? — indagou, pondo a
mão sobre o peito. Ela estava nervosa, assustada. Não sei se era
por ter sido pega com a boca na botija ou se era por medo de mim.
Aproximei-me e puxei-a pelo braço. Relâmpago começou a
relinchar, ficar agitado. Ele está com ciúmes da minha potranca? Era
só o que me faltava!
— Parece que você é quem quer se matar. Eu deixei bem
claro para não chegar perto do Relâmpago. E cadê o irresponsável
do Adam? Eu vou matar aquele moleque! Como ele pôde deixá-la
sozinha com esse perigo ambulante?!
— Ei! Não fale assim do Chocolate. E deixe o Adam fora
disso, ele não tem culpa de nada. Além do mais, o Chocolate não é
como você o descreve. Ele é dócil, carinhoso e me entende como
ninguém.
— Quem diabos é Chocolate? — questionei curioso. Quando
ela apontou o dedo em direção ao cavalo, não segurei a gargalhada.
Ri tanto que chorei.
— O nome dele é Relâmpago e não Chocolate.
— Ele gostou do nome que eu dei.
— Garota, você é bem maluquinha. Por acaso ele te falou
que gostou?
— Sim. E posso provar. O chame de Relâmpago, depois de
Chocolate, e veja o que acontece.
— Oi, Relâmpago — Ele ficou agitado e começou a escavar o
chão, demostrando insatisfação com seu nome. Depois, o chamei
de Chocolate. Ele relinchou e aproximou a cabeça da baia, como se
pedisse carinho. O cavalo estava tão calmo que nem parecia ser o
mesmo animal. Fiquei perplexo. Eu nunca tinha visto nada parecido.
Andei em círculos com uma mão na cintura e a outra na boca. Como
era possível? Será que a Lizzy é uma encantadora de cavalos?
— Fala alguma coisa, Benjamin.
— Eu não sei o que você fez. Mas pelo que estou vendo,
você domou este cavalo. E ele parece gostar de ser chamado de
Chocolate. Então, é assim que vamos chamá-lo de hoje em diante.
— Obrigada, obrigada! — disse ela, me abraçando e me
beijando na boca.
— Amor, me desculpe por ter sido tão grosso. Eu me
preocupo com sua segurança! Você tem noção do quanto se expôs?
Ele podia ter te machucado. E eu não me perdoaria por isso.
— Não tenho o que desculpar, Ben. Sou eu que te devo um
pedido de desculpas. É... como eu posso dizer... hoje não foi a
primeira vez que me aproximei do Chocolate. Todas as manhãs,
antes do Adam levar os cavalos para os piquetes, eu venho aqui
para conversar com meu menino, escová-lo, fazer-lhe um carinho.
— Então é pra cá que você vem quando some todas as
manhãs?
— Hunrum. Eu me apeguei a esse cavalo de tal forma, que
nem sei explicar. A ligação que temos é algo além da minha
compreensão racional. É mágica. Somos irmãos de alma.
— Ele pode ter baixado a guarda para você, mas tome cuidado
mesmo assim. O Relâm... Chocolate está aqui na fazenda já tem um
tempo, e nunca deixou ninguém se aproximar como fez com você.
Acredito que seu temperamento seja reflexo dos maus-tratos que
sofria. O seu antigo dono o deixava ao relento, sem água, sem
comida. Não aguentando mais ouvir tantos boatos sobre a situação
do cavalo, fui à fazenda do desgraçado do Harry e lhe ofereci uma
boa quantia em troca do animal.
— Que filho da puta! Agora eu entendo por que ele tem
problemas em confiar nas pessoas. Somos bem parecidos mesmo.
— Vamos dar uma volta? Quero te mostrar um lugar que
você ainda não conhece. — A manhã ensolarada, estava perfeita
para contemplarmos o que a primavera nos traz de melhor.
— Adoro me aventurar em terras desconhecidas, cavalão —
declarou, maliciosa. Peguei em sua mão e saímos à procura da Bia.
Eu queria que a potranca visse o campo de flores silvestres,
o belo colorido que elas ostentam, que sentisse o aroma que exalam
de suas pétalas delgadas. Faço questão de manter, ao longo das
estradas, flores nativas que servem, não só para o refúgio de
abelhas, borboletas e outros polinizadores, mas também, para
embelezar a paisagem, dar vida ao meu pequeno pedacinho do
paraíso.
Encontramos a pequena arteira atrás do estábulo,
caminhando com o seu amiguinho peludo.
— Filha, vamos lá no campo das flores. Quero que a Lizzy o
conheça.
— Nico vai amar conhecer meu lugar preferido — disse a
pequena, alisando o bezerro.
Como era perto de casa, fomos a pé. Seria bom para
fazermos uma caminhada, admirarmos a paisagem, respirar o ar
fresco da manhã.
Ao chegarmos ao nosso destino, Lizzy ficou encantada com o
vasto colorido das flores, com o cantarolar dos pássaros, com a
belíssima melodia que formava o farfalhar do vento nas copas das
árvores.
— Eu pensei que a cachoeira fosse o lugar mais bonito da
fazenda. Mas aqui... é infinitamente mais belo. Não tenho nem
palavras para exprimir o que estou sentindo. Se um dia eu me casar,
gostaria que o meu buquê fosse feito com magníficas flores do
campo, como estas aqui — declarou, andando no meio das flores,
com os braços abertos, inspirando o cheiro que exalavam de suas
pétalas ainda úmidas pelo orvalho.
— Está anotado, meu amor. Elas combinam com você. São
lindas, exuberantes, cheirosas, delicadas — falei, abraçando-a de
costas.
— Gostei da analogia, garanhão.
— Enquanto não marcamos a data do casamento, vou fazer
um arranjo para colocarmos em nosso quarto.
— Vocês vão se casar?! — indagou Bia, colocando as
mãozinhas juntas na frente da boca.
— Vamos sim, filha. Só preciso convencer essa cabeça-dura
de que ela é a mulher da minha vida e que aqui é o seu destino.
— Aceita, tia Lizzy. Fica aqui comigo e com o papai.
— Bonequinha, prometo que pensarei no assunto com
carinho — declarou, deixando-me com o coração cheio de
esperanças, cheio de amor para dar.
Depois de um tour por lugares que ela ainda não conhecia,
voltamos para casa. Demos um pulo na horta e colhemos legumes e
verduras para o almoço. Em seguida, passamos no estábulo para
deixar o Nico. Quando estávamos prestes a sair do local, escutei
Adam dizer:
— Ainda bem que vocês estão aqui. — Olhei em sua direção
e o vi segurando um envelope amarelo.
— O que isso? Você é o novo carteiro da cidade? O velho
Leopold se aposentou? — Caçoei, fazendo-o rir.
— Não, patrão! Eu só esqueci de lhe entregar este pacote
que encontrei em frente ao portão principal. Está endereçado ao
senhor. — Peguei o envelope e estranhei por não ter remetente. A
embalagem era leve, uma bomba não havia de ser. Mas precaução
nunca é demais. Sorri com meu pensamento.
Quem deixaria um envelope em frente à fazenda? E por quê?
Qual o motivo de não deixar na caixa de correio ou na guarita? Há
algo de errado nesta história!
Peguei meu canivete e abri a embalagem. Ao verificar o
conteúdo, engoli em seco, quase desmaiei. Puxei o ar dos pulmões
e olhei para a potranca. Meu coração estava acelerado, batia em um
ritmo descompassado. Era o fim. Ela nunca me perdoaria...
— Benjamin, o que tem aí dentro que te deixou tão pálido? —
perguntei, puxando o envelope de suas mãos.
Quando vi do que se tratava, entendi o estado de choque do
cowboy. Eram fotos nossas, transando na cachoeira. Tinha mais de
dez fotografias, de todos os ângulos e posições. Além das fotos,
tinha um bilhete escrito à mão. Ao abri-lo, tomei um susto. Ao
contrário do que imaginei, não estavam pedindo dinheiro. O “recado”
dizia o seguinte: “Vadia, se você não for embora do Texas o quanto
antes, publicarei essas fotos na internet. Todos os moradores de
Austin saberão quem é a nova putinha do Benjamin Parker.”
— Filha, vá andando para casa, eu preciso conversar com a
Lizzy — pediu Ben, sem tirar os olhos de mim.
— Tá bom, papai.
— Porra, Benjamin! Você me prometeu que era seguro, que
não apareceria ninguém. Caralho! Eu confiei em você — falei
exaltada.
— Me desculpe, Lizzy. Eu juro que não tenho nada a ver com
isso. Só quem vai naquele lugar sou eu. Quem tirou essas fotos
estava no local sem minha permissão ou estava nos seguindo.
Quando eu descobrir quem foi o desgraçado que teve a audácia de
olhar para você sem roupa, vou quebrar as fuças do infeliz, o filho
da puta vai se arrepender de ter nascido — declarou enfurecido. O
punho fechado, a respiração profunda e uma mão na nuca,
demostrava o tamanho de sua ira, de sua indignação.
— Pode até ter sido um homem quem tirou as fotos, mas foi a
mando de alguma de suas putas. É o que está bem claro no bilhete.
— Olhei-o séria, cheia de ódio, de ciúmes.
Aprende Elizabeth, é nisso que dá sair emprestando a
perseguida pra homem pauzudo, gostoso, safado e disputado...
— Eu não tenho putas, Elizabeth. Desde que chegou aqui,
você já me viu olhando para outra mulher com segundas intenções?
— Não vi. Mas parece que você tem mel no pau. Porque
onde passa, as vadias ficam te comendo com os olhos, fofocando,
se jogando pra cima de você. Eu não tenho paciência para isso não,
garanhão das arábias. Se você não gosta de dividir o que é “seu”,
muito menos eu.
— Se ao menos eu sonhar que algum macho bateu punheta
pensando em você, eu arranco o pau do desgraçado fora e jogo
para os cachorros comerem. — Ralhou, socando a porta da baia,
assustando os cavalos.
— Minha boceta está prestes a virar atração principal de
Austin e você está preocupado se alguém vai bater punheta pra
mim? Faça-me o favor, Benjamin! Vê se entende a gravidade do
problema, cacete!
— E você acha pouco, Elizabeth? Caralho! Você é minha.
Quando é que vai entender que só quem pode ver, beijar, lamber,
chupar, morder e foder essa boceta, sou eu, hein?
— É bom que você deixe bem claro pra essas raputengas
quem é a porra de sua “mulher”, como você faz questão de dizer, de
quem é a boceta que você vem comendo, esfolando e arrombando
na droga dos últimos dias. Pois fique sabendo que não gosto nem
que olhem para o que é meu. Além do mais, quem mandou o
“recado” acha que tem alguma chance com você. Então, meu
querido, dê um jeito na porra de suas quengas. Eu já estou cansada
de bancar a garota boazinha, que aguenta tudo numa boa.
— Deixe-me ver o que tem no bilhete para te deixar se
mordendo de ciúmes. — Ele arrancou o papel de minhas mãos e
quando leu o que tinha escrito, rosnou como um lobo na iminência
de atacar seu oponente. Amassou o papel e o tacou na parede.
— Agora me diga, garanhão, você ainda acha que foi um
macho quem mandou essas fotos? — Saí do estábulo apressada,
fumaçando de raiva.
Preciso descobrir qual das duas raputengas me quer longe
daqui. Susan quer dinheiro, Jane quer o Benjamin. Mas se elas
acham que vou mudar meus planos por causa de uma ameaça,
estão muito enganadas. Não vou arredar o pé da fazenda Parker até
que chegue o dia da minha viagem. E como diz o ditado: “cão que
ladra não morde”. E quando eu colocar as mãos na sirigaita, ela vai
saber que Elizabeth Collins não é só um rostinho bonito.
Ao entrar no quarto, joguei o envelope em cima da cama e fui
tomar uma ducha, estava fazendo um calor dos infernos. Não sei se
era por causa da raiva ou por causa da temperatura em si. Depois
de me refrescar, vesti um short jeans curtíssimo e uma blusinha que
deixava minha barriga de fora.
Sentei-me na cama e espalhei as fotos sobre o lençol.
Analisei-as uma por uma. Olhar para todos aqueles músculos,
contornos, a tatuagem de asas de anjo, a nossa intimidade, o
desejo, a paixão, nossos corpos fundidos formando um só, me
deixou com a boceta molhada de tesão. Foram batidas na porta que
me tirou daquele frenesi sexual.
— Potranca, abra a porta. Precisamos conversar.
— Não quero falar com você agora, Benjamin. Preciso ficar
sozinha, digerir essa bomba.
— Eu sei que você está chateada comigo, e com toda razão.
Se não fosse esse fogo que me domina quando estou perto de
você, nada disso tinha acontecido. Se eu dissesse que me
arrependi, estaria sendo um hipócrita, e isso eu não sou. Não me
arrependo de absolutamente nada. Eu faria tudo de novo. Que se
foda a porra das fotos e quem as tirou. Eu só quero ficar de bem
com você.
— Pra essas piranhas me quererem longe daqui é porque
você dá esperanças a elas. Não tem outra explicação.
— Você não acha que já é bem grandinha para fazer birra?
Você sabe que é a única mulher que eu tenho. Vou dar uma
saidinha, mas quando voltar espero que você já tenha aberto o
caralho dessa porta — falou, entredentes. Eu podia sentir o quanto
ele estava chateado, puto da vida.
Não demorou para a Bertha encostar em minha porta. Antes
de atendê-la, guardei as fotos dentro do envelope e escondi
embaixo do travesseiro. Ela não podia ver aquelas sem-
vergonhices.
— Menina, o que foi que aconteceu para o Benjamin sair
daquele jeito? Parecia um touro bravo.
— Foi só uma das quengas dele que me mandou um bilhete.
Nada que eu não possa resolver.
— Vocês ainda vão virar esta fazenda de cabeça para baixo.
— Bertha, tem mulheres solteiras nas fazendas que fazem
divisa com esta?
— Que pergunta é essa, menina? Você quer saber se as
vizinhas arrastam asas para o Benjamin?
— Isso mesmo. Tem algum rabo de saia pelas redondezas?
— Claro que tem. Do lado direito moram os Campbell, e do
lado esquerdo, os Lamont, que por sinal, tem uma filha que é louca
de pedra. O nome dela é Jane. — Quando Bertha falou o nome da
desgraçada, meu coração palpitou, aquilo era tudo o que eu
precisava saber.
— Você sabe me dizer se tem como o pessoal da fazenda
dos Lamont ter acesso à cachoeira que fica nesta propriedade?
— Fica um pouco distante. Se eu não me engano... tinha uma
estrada que ligava as duas fazendas. Deve estar coberta pelo mato.
Mas pra que você quer saber de tudo isso?
— É melhor você nem saber, Berthinha. E onde foi o
Brucutu?
— Engraçado... ele disse que ia na fazenda dos Lamont. O
que vocês estão aprontando, hein? Coisa boa não há de ser.
— Cachorro! É hoje que eu mato aquele desgraçado. Foi
correndo atrás da vadia e não me disse nada!
— O que foi que o Benjamin fez? Não me diga que ele andou
dando corda à maluca da Jane?
— Preciso ir, Bertha — falei, calçando minhas sandálias.
— Onde você vai vestida desse jeito? Não quero nem ver o
que o Benjamin vai fazer ao te ver com essa roupa. É hoje que vai
acontecer uma tragédia nesta fazenda.
— Não se preocupe. Com o cavalão eu me entendo — falei,
e saí do quarto em busca de alguém para me levar até onde o traíra
estava. Dei graças a Deus quando avistei o Adam saindo do celeiro.
Corri até onde ele estava e falei esbaforida: — Adam, preciso que
me leve até a fazenda dos Lamont. Tenho um assunto urgente para
tratar com a Jane.
— O patrão sabe que você vai falar com ela? Não quero
problemas para o meu lado.
— Vamos logo, Adam. Deixe de ser molenga.
— Por que eu estou achando que você vai me colocar em
encrenca? Eu não posso perder este emprego; tenho gastos com a
faculdade e ajudo meus pais com as despesas de casa.
— Relaxa, garoto. Você não vai perder nada. Vamos, estou
com pressa. — Quando entrei no carro, ele olhou para meu corpo e
perguntou: — Você não vai se trocar?!
— Não! Qual é o problema com minha roupa?
— Nada — respondeu apreensivo, engolindo em seco.
Ao chegarmos à propriedade dos Lamont, avistei Jane
chegando em um cavalo. Ao notar minha presença, ela se
aproximou e disse sarcasticamente, destilando seu veneno: — Ora,
ora, que visita mais ilustre. A que devo a honra?
— Ai, meu Deus! É hoje que o patrão me mata — disse
Adam, coçando a cabeça.
— Fica no carro, seu frouxo — falei e desci da caminhonete.
— Não se matem, por favor. Não quero ser testemunha de
um crime — pediu o loirinho.
— Você sabe muito bem o que estou fazendo aqui, Jane.
Afinal, você me mandou um presentinho — falei, colocando as mãos
nos bolsos do short.
— Então, você gostou! Eu te avisei que se arrependeria por
cruzar o meu caminho. Aquelas fotos foram só uma amostra. Têm
muito mais de onde elas saíram — disse ela, cruzando os braços,
debochando da minha cara.
— Filha da mãe! Você não sabe com quem está mexendo. —
Rosnei, cheia de ódio, me segurando para não descer a mão na
cara da cachorra.
— Sabe... eu nunca vi o Benjamin passar tanto tempo
comendo a mesma boceta. Mas ele ainda vai perceber que sou a
única mulher que o ama de verdade, e ficará comigo.
Em questão de segundos, meus dedos já estavam enfiados
nos cabelos da piranha. Ao soltá-los, meti três socos no meio de
suas fuças, fazendo-a cambalear. Soquei-a sem pena, colocando
toda minha fúria na força das golpeadas. A vadia se protegia como
podia, colocava os braços na frente do rosto, tentava segurar em
minhas mãos, mas nada me parava.
— Me solta, sua infeliz! — vociferou a cretina.
— Espero que agora tenha ficado claro que não é uma boa
ideia nem me ameaçar, nem chegar perto do meu cavalão, sua
piranha dos infernos. Aquele pau delicioso é só meu, entendeu? —
falei sem parar de socá-la. Ela tinha conseguido me deixar
possessa.
— Sai de cima de mim, sua doida. Você enlouqueceu? —
gritava, tentando se soltar.
A essa altura já tinha, pelo menos, uma dúzia de empregados
olhando nossa briga. Pareciam se divertir com a surra que a patroa
estava levando. Eles sorriam, batiam palmas e davam pulinhos de
felicidade. Estavam tão empolgados, que era como se estivessem
assistindo a uma luta profissional.
— Vai, moça, acaba com essa vadia! Você não sabe há
quanto tempo esperávamos por isso — gritou uma das empregadas,
distraindo-me.
A infeliz da Jane se aproveitou do meu momento de
dispersão e conseguiu se desvencilhar das minhas garras. Mas não
perdi tempo, subi nela e esfreguei sua cara nojenta em uma poça de
lama que havia ao lado. Eu mal tinha descido o sarrafo na
vagabunda e fui abruptamente interrompida.
— O que diabos deu em você, Elizabeth?! — bradou
Benjamin, perplexo, ao me tirar de cima da morena siliconada.
Ao levantar a cabeça, o vi acompanhado de um cowboy, que
pela idade, presumi que fosse o pai da vadia. Ben me olhava
furioso, parecia que queria me esganar.
— Parem, garotas! — vociferou o velho barrigudo, olhando de
mim para a Jane.
— Paizinho, essa maluca veio até aqui só para me atacar.
Olhe o que ela fez comigo — disse a descarada ao se levantar.
— Benjamin já me contou o que você fez, Jane Ene. A surra
que essa moça te deu foi bem-merecida. Vá lavar esse rosto e nos
encontre na sala de estar, temos muito o que conversarmos.
— Isso é um disparate! — Ela saiu bufando, pisando fundo,
esculhambando todos os empregados que se divertiam olhando a
confusão.
— Venha, moça. Vamos entrar. E desde já, peço desculpas
pelas atitudes da desmiolada da minha filha.
— Tudo bem, senhor Lamont. — Entramos na casa e nos
sentamos no sofá da sala.
Eu nunca tinha brigado por causa de homem. Mas ser
ameaçada com fotos íntimas foi a gota d’água. Eu não podia deixar
aquilo barato. De jeito nenhum!
— O que o senhor quer, papai? — perguntou a quenga ao
entrar na sala.
— Quero que você entregue todas as fotos que têm do
Benjamin e da mulher dele. E que exclua as que tiver no
computador.
— E se eu não quiser entregar? Todo mundo merece saber
quem é essa vadiazinha. — Ralhou, olhando-me com cara de
desdém.
— Se você não entregar, vai ter que trabalhar para sustentar
seus luxos. Porque de mim não verá um centavo sequer.
— Que droga! — ela falou e subiu as escadas amaldiçoando
Deus e o mundo. Quando voltou, jogou um envelope no colo do
garanhão, ligou o laptop e disse: — Quer vir conferir se vou apagar,
meu amor? — a cachorra provocou.
Um olhar repreensivo do Ben me impediu de saltar em cima
da cretina.
— Claro. Não confio nem um pouco em você, Jane —
declarou o garanhão, levantando-se para olhar o arquivo sendo
apagado.
— Pronto, Benjamin. Como você descobriu quem tinha
mandado as fotos?
— A sua letra, Jane. Não foi muito inteligente de sua parte
mandar um bilhete escrito à mão.
— Seu cretino! — gritou a louca, jogando o computador em
direção ao Ben. O equipamento se espatifou ao cair no chão.
— Vamos, Elizabeth. Você já causou muita confusão por hoje
— disse o cavalão, pegando em minha mão.
— Tchau, Jane Ene... — falei acenando para ela — Quando
íamos chegando próximo à porta, Ben se virou e falou:
— Jane, só um aviso: é bom que você fique bem longe de
mim e da minha mulher. — Só escutei os gritos da cachorra. Ela que
se explodisse e que não se atrevesse a se insinuar para meu
homem; a não ser que quisesse levar outra surra.
— Depois conversamos, Adam. A encrenqueira vai comigo —
ralhou o cowboy, me empurrando para dentro do carro. A sua cara
não negava o quanto estava puto comigo. No trajeto de volta para
casa, ele não falou absolutamente nada. O seu silêncio estava me
deixando maluca, irritada.
— Dá para abrir essa boca e falar alguma coisa. — Ele travou
o maxilar, apertou o volante com força, me olhou severamente e
disse: — Onde você estava com a porra da cabeça para sair de
casa vestida com essa calcinha jeans. Se em Nova York isso é
normal, aqui não é.
— Que povo antiquado. Nem é tão curto assim — falei,
puxando o short para baixo.
— Antiquado é o caralho. Não quero minha mulher
mostrando o rabo por aí. Você não viu como os peões da fazenda
dos Lamont estavam se divertindo vendo sua bunda de fora?
— Então quer dizer que essa cara fechada é por causa da
minha roupa e não porque quebrei a cara daquela lambisgoia?
— Claro que é por causa da roupa. Achou pouco, e ainda
colocou uma blusa desse tamanho. Você vai entrar e tirar essa
merda.
— Isso é uma piada, cowboy? Espero que seja, porque no
meu corpo e nas minhas roupas mando eu.
— O caralho que eu vou te deixar andar pela fazenda com
esses pedaços de pano.
— “Espere sentado, porque em pé cansa.” — falei, ao bater a
porta da caminhonete. Quando comecei a andar em direção à casa,
senti mãos grandes me levantando do chão e me jogando sobre
ombros largos e fortes.
— Me solta, Benjamin — gritei, estapeando sua bunda
durinha, bem desenhada, uma perfeição divina.
— Se você não vai tirar essa merda, eu mesmo tiro —
esbravejou.
— Minha santinha, é hoje que eles tacam fogo na casa —
disse Bertha, ao entrar na sala, enxugando as mãos em uma toalha.
— Bertha, pelo amor de Deus, manda esse brucutu me
colocar no chão. Ele vai me levar para o abatedouro e sabe Deus o
que vai fazer comigo.
— Eu não vou me meter na vida de vocês. A Bia e eu vamos
para a casa do Sebastian e só voltaremos amanhã. Quero ficar bem
longe dessa baderna.
Ao entrarmos no quarto, o cavalo xucro me jogou em cima da
cama e rasgou minhas roupas sem prévio aviso ou preocupação.
— Filho da puta! Essas roupas me custaram uma fortuna —
vociferei.
— Você não precisa estar vestida para o que vamos fazer
agora — declarou, com um sorriso debochado no rosto.
— Se fosse uma de suas “amiguinhas”, duvido que tivesse
feito isso, seu cretino — bradei, coiceando-o.
— Você não é qualquer uma — rosnou, furioso. Sem que eu
esperasse, o safado enfio a mão dentro da minha calcinha e socou
um dedo dentro da minha boceta úmida e pulsante. — É minha
mulher.
Toda aquela possessividade estava me deixando quente,
encharcada, arfante, fora de órbita. O cavalão subiu em cima de
mim, imobilizou minhas mãos ao lado da cabeça e entrelaçou seus
dedos nos meus, mantendo-me cativa às suas safadezas, ao seu
domínio.
Ele aproximou a boca da minha, roçou a barba em meu rosto,
e a ponta do nariz por minha pele, sentindo meu cheiro, esfregando
sua ereção em minhas coxas, em minha boceta.
— Humm... — gemi, quando ele falou em um sussurro:
— Vou te comer tão gostoso que não vai querer que minha
pica saia de dentro de você. — Sua boca macia e carnuda trilhou
um caminho frágil, perigoso e sem volta.
— Eu quero... — não consegui terminar o que ia dizer. Ele
tapou minha boca com uma das mãos, impedindo-me de falar, gritar,
gemer.
— Shiuuu... caladinha. Agora eu só quero foder. — Ele se
levantou, passou a camiseta por cima da cabeça, abriu a calça e a
tirou com a cueca. Seu pau estava esplêndido, inchado, melado,
duro. Minha boceta palpitava, e eu ficava cada vez mais excitada
vendo aquele pau pulsando e babando de desejo por mim.
Ben ficou de joelhos sobre a cama, levantou minhas pernas e
me penetrou com força. Ele socou tudo, somente as bolas cheias e
pesadas ficaram de fora, chocando-se contra meu corpo, fazendo
um barulho excitante, que mexia com minha libido.
Depois de arremetidas animalescas, ele me virou de lado,
segurou em minha bunda e continuou a meter com tudo. A cada
estocada, meu coração martelava em batidas rápidas, fortes e
errantes.
— Era isso que você queria quando colocou a porra daquele
short? Que eu te comesse gostoso? Então, toma minha pica nessa
bocetinha apertada, sua safada.
— Humm... sim... eu sempre quero esse pauzão gostoso
enterrado em mim. Depois você soca na boquinha e no meu
cuzinho? — perguntei, melosa.
— Calada! ohhhh... caralho... eu vou gozar... ohhhhhhhhh...
— falou, tapando minha boca, mas foi tarde demais. Ele estava com
tanto tesão, que não conseguiu segurar o gozo por muito tempo. Foi
rápido, intenso, selvagem.
Apesar de ter gozado como um cavalo, Ben continuou a
comer minha bocetinha. Seus dedos rodeavam meu clitóris,
deixando-me alucinada, trêmula. Quando ele segurou forte em meu
pescoço, senti minhas paredes vaginais apertarem o seu pau longo
e inchado. Era maravilhoso senti-lo me devorando, me fazendo sua.
— Você adora isso, não é, putinha? Sentir meu pau indo e
vindo, se deslizando dentro de sua xoxotinha gostosa?
— Sim... — respondi, em um gemido. Minha boceta pulsava,
estava escaldante. Líquidos cremosos e transparentes escorriam
pelo meu sexo, melando a rola do garanhão, lambuzando-a todinha.
— Se toque enquanto eu meto gostoso em você — ordenou,
rouco, áspero. Virei meu rosto para poder olhá-lo enquanto ele
socava fundo dentro de mim. E, então, veio a cartada final, ele
mordiscou e beijou minha nuca, causando-me tremores e arrepios
pelo corpo. Quando senti meu ventre se contorcendo de puro
êxtase, deixei que o orgasmo viesse, que a luxúria me conduzisse,
me arrebatasse.
Ao sentir que eu tinha gozado, Benjamin puxou o pau para
fora e começou a se masturbar olhando para minha boceta. Seus
olhos castanhos ficaram mais imperiosos, luxuriantes. Seus
músculos estavam contraídos, seus gemidos saiam mais roucos,
cheios de desejo. O cowboy fechou os olhos, acelerou os
movimentos e esporrou sobre meu corpo. Os jatos saíram tão fortes
que atingiram meus seios, rosto e boca.
— Hummm... que delícia — falei, experimentando do seu
leitinho viscoso.
— Eu ainda não acabei com você, Elizabeth. Esse foi apenas
o primeiro round.
Acordei com o barulho de chuveiro ligado. Abri os olhos devagar, me
espreguiçando. Cheiro de xampu e sabonete masculino circulavam
pelo ambiente. Sorri, maliciosamente, ao imaginar aquele espécime
de homem todo ensaboado, lavando seu pau longo e robusto, os
músculos proeminentes, o corpo bronzeado.
— Já está pensando em sacanagens a essa hora, potranca?
— indagou Benjamin, enxugando os cabelos com uma toalha.
Acompanhei com o olhar uma gotinha de água que escorria pela
lateral do seu rosto, desceu pelo pescoço e seguiu abdômen abaixo.
Aquela era uma bela visão para se começar o dia.
— Eu só estava imaginando você tomando banho. Nada de
mais.
— Hoje começam as festividades na cidade. Pensei em
levarmos a Bia para brincar no parque de diversões. E amanhã,
iremos só você e eu. Está a fim de ir? — perguntou ele, enquanto se
vestia.
— Acho ótimo. E o que rola nessa festa?
— Tem de tudo um pouco. Música ao vivo, comida regional,
parque de diversões, rodeio.
— Deve ser maravilhosa. Já estou ansiosa para a noite
chegar logo.
— Não crie muitas expectativas, não é como as festas que
você frequenta em Nova York.
— Tenho certeza de que não é. Mas vou amar.
À tarde, eu estava repousando em meu quarto, quando ouvi
vozes masculinas vindas da sala. Uma, eu reconheci de imediato,
era do Benjamin. E a outra, era desconhecida. Não contive minha
curiosidade e fui ver de quem se tratava. Quando cheguei ao local, o
desconhecido que estava virado de frente para a escada, parou de
falar e cravou seus olhos em mim.
— Uau! Você deve ser a famosa Lizzy. É ainda mais linda do
que eu imaginava — disse ele, beijando minhas mãos, todo
galanteador.
— O prazer é todo meu. E você deve ser o Noah.
— Sim. O irmão mais simpático, o mais bonito, e o melhor de
cama também — falou, piscando para mim. Ben bufou, com o
comentário do irmão saidinho.
Noah era tão lindo quanto o Benjamin. Ele tinha pele
bronzeada, corpo musculoso e tatuado, barba desenhada, cabelos
castanhos e olhos esverdeados. Um espetáculo de homem,
sinônimo de pecado e perfeição.
— Lizzy, como foi que você conseguiu suportar o mau humor
do meu irmão todos esses dias? — questionou Noah, me olhando
com um olhar curioso, divertido.
— Eu até gosto do lado grosseirão do Ben. Como eu posso
dizer... homens brutos me excitam.
— Você é um amor de pessoa por aturar esse aí. Mas enfim,
gosto não se discute, não é mesmo?
— Cala a porra da boca, Noah — bradou Ben, com os braços
cruzados e com a cara fechada. Percebia-se que o Noah adorava
implicar com o irmão mais velho. No entanto, via-se que o amor
entre eles era recíproco, verdadeiro.
— Fiz minha parte em avisá-la. Agora, eu vou para o meu
quarto descansar um pouquinho. Tem uma festa para eu ir mais
tarde, preciso estar inteiro para a mulherada — disse Noah, com
cara de safado, todo sorridente.
— Seu irmão além de bonito, é bem simpático. Gostei dele.
— Ele é um abusado, isso sim — resmungou Ben.
— Vou voltar para minha leitura. Nos vemos mais tarde —
falei, já subindo as escadas. Porém, antes que eu chegasse no
segundo degrau, o cowboy segurou firme em meu braço e me
impediu de continuar andando.
— Ei, calma. Por que a pressa? — indagou ele, roubando-me
um beijo ardente, apaixonado. Depois que desgrudamos nossas
bocas, voltei para o quarto. Apesar de me restar só um final de
semana em Austin, eu estava feliz. Era inacreditável como o tempo
estava passando rápido. Já havia se passado três dias da minha
briga com a Jane. Nem precisava dela ter feito o que fez. Eu iria
embora de um jeito ou de outro. Ela levou uma surra à toa.
Quando anoiteceu, comecei a me arrumar para a grande
noite. Coloquei uma calça jeans bem justa, uma camisa branca com
alguns botões abertos e uma jaqueta de couro. Calcei botas de cano
curto e deixei meus cabelos soltos. Fiz uma maquiagem simples,
porém, coloquei um batom escuro bem chamativo. Ao chegar à sala,
vi Benjamin em pé, levando um copo de bebida à boca. Ele não
perdeu tempo, passou seu braço esquerdo em volta de minha
cintura e encostou seus lábios macios nos meus.
Escutei a pequena rindo baixinho, ao abrir os olhos, vi que
ela tapava a boca tentando abafar o barulhinho que saía de sua
garganta. Bia olhava para um ponto específico da sala. Quando
olhei na mesma direção, vi Noah fazendo gestos com as mãos e
boca, imitando um casal se beijando. Do outro lado da sala, Bertha
se divertia com a palhaçada do gostosão.
— O que estão olhando? Nunca viram um casal apaixonado?
— perguntou Ben, de forma rude, puxando-me para um abraço,
para o calor de seus braços.
— Bem apaixonados por sinal. Achei que nunca presenciaria
algo desse tipo, ou melhor, que nunca ouviria essa palavra saindo
de sua boca, irmãozinho. Mas no fundo, eu sabia que em algum
lugar no mundo haveria uma mulher capaz de quebrar suas
barreiras, de fazer seu coração errar as batidas, de domar o cavalo
selvagem que há em você — Noah falou de um jeito sério,
pensativo, diferente do Noah brincalhão de mais cedo.
Chegamos à cidade por volta das sete da noite. A pequena
pegou em minha mão e na do pai. Ben me olhou como se
perguntasse se estava tudo bem. Dei de ombros, e continuamos a
andar como uma família feliz. As pessoas nos olhavam com
curiosidade, sequer disfarçavam que estavam falando de nós.
Benjamin cumprimentava alguns conhecidos que ia encontrando
pelo caminho, outros, ele só ignorava.
— Bando de mexeriqueiros — falou ele, enfurecido, com a
respiração pesada.
— Relaxa, cowboy. Não dê importância ao que essas
pessoas estão falando. Devem estar curiosas para saber quem sou.
Vamos aproveitar essa noite linda. Olhe como as pessoas estão
felizes, quanta comida gostosa, a música country, a animação das
crianças, olhe para nós, o quanto estamos felizes agora. — Ele
meneou a cabeça e perguntou:
— Filha, o que quer fazer primeiro?
— Quero andar na roda-gigante e depois comer um algodão-
doce bem grandão — a pequena arteira disse toda animada.
— Lizzy, eu vou comprar o algodão-doce dessa sapeca, você
quer algo para comer? Uma bebida?
— Não. Pode ir que eu fico de olho na Bia.
Enquanto esperávamos a vez da pequena andar na roda-
gigante, uma mulher se aproximou. Ela era bonita, tinha o corpo
esguio e pele bronzeada. E para o meu desagrado, era loira. Apesar
de usar sapatos, joias e roupas sofisticadas, dava para perceber
que não passava de uma vadia disfarçada de dama da sociedade.
Que meu instinto estivesse errado. Que não fosse a vadia
que pariu minha bonequinha.
— Posso saber quem é você? E o que faz com o meu marido
e com minha filha? — questionou a cretina, em um tom de voz
arrogante, e nariz empinado.
Bia se escondeu atrás de mim e apertou minha mão com
força. Ela estava com medo, pois aquela mulher que estava em
nossa frente, era a mesma que quis levá-la, tirá-la de seu pai e das
pessoas que a amam.
— É a namorada do papai — falou a garotinha, chorosa.
— Ah, é? E eu sou sua mãe. Voltei para ficar com você e com
seu pai. Ninguém vai tomar meu lugar.
— Você não é minha mãe! Mãe de verdade nunca abandona
seus filhos. A tia Lizzy é quem vai ser minha mamãe quando se
casar com o papai. — A megera começou a rir, debochando da
própria filha. Fiquei surpresa com a maturidade da pequena. Ela
deve ter escutado algum adulto falando aquelas palavras, só pode.
— Eu voltei, querida. Vamos ser uma família de novo. — A
infeliz olhou para mim com um sorrisinho no rosto e falou:
— Eu não sei quem é você, mas pelo que vejo não é daqui.
Então, vou te dar um conselho: vá embora, suma das nossas vidas
de uma vez por todas. Você não destruiria uma família, ou
destruiria?
— Ordinária! Você mesma quem fez isso. Para deixar uma
coisa linda como a Bia e um homem como o Benjamin, tem que ser
muito idiota mesmo. Mas não se preocupe, estou cuidando muito
bem daquele corpinho. Você não tem noção o quanto nós nos
divertimos juntos, fomos feitos um para o outro. Só de falar, sobe um
calorão no meio de minhas pernas — declarei, me abanando,
provocando a cachorra.
— Benjamin só está te usando, como fez com todas as
outras. Ele nunca deixou de me amar. Você não se perguntou o
motivo pelo qual do Ben não ter se casado novamente? De não ter
arrumado nenhuma namorada em todo esse tempo?
Ele nunca me esqueceu, queridinha. E agora que estou
morando aqui de novo, vou reconquistá-lo. Você foi só um
passatempo, algo descartável. Como você sabe... os homens têm
suas necessidades. — Senti um nó em minha garganta, engoli em
seco e segurei uma lágrima que ameaçava a cair. Eu não podia
demonstrar que suas palavras tinham me abalado, tampouco, sair
nos tapas com ela. A Bia e a cidade inteira estavam presentes. Eu
tinha que me controlar. Não era a hora mais propícia para começar
um quebra-pau.
— O que diabos está acontecendo aqui? — perguntou
Benjamin, alterado, entregando o algodão-doce à Bia.
— Oi para você também, Benjamin.
— Oi, o caralho! Posso saber o que está fazendo perto da
minha filha? Pensa que não sei que você e seu amante delinquente
tentaram sequestrar a Bia. Quem sabe não foram os responsáveis
por começar o incêndio na escola? Seria só mais um crime na lista
infindável que vocês têm, não é? Avisa para seu “amiguinho” que se
ele ameaçar minha filha de novo, ou se acontecer alguma coisa com
ela, eu não vou medir esforços para acabar com a raça dele. Não
me queiram como inimigo. Vocês não sabem do que sou capaz de
fazer por minha filha.
— Você agora é dono da cidade? Tenho direito de vir visitar
minha filha e o meu marido. — Ben gargalhou alto e disse:
— Até onde eu sei, deixei de ser seu marido há muito tempo.
Graças a Deus! Não desejo uma desgraça dessa nem a meu pior
inimigo. Você pode ter gerado minha filha, mas mãe... você nunca
foi. Susan, você ao menos sabe o significado desta palavra?
— Eu não ia sequestrar minha própria filha, eu só queria vê-
la, levá-la para tomar um sorvete, passar um tempo com ela.
— Meu Deus, essa foi a desculpa mais esfarrapada que eu
podia ouvir. Pensei que você fosse mais criativa, Susan. Você é pior
do que eu imaginava. Interesseira até que era aceitável, mas fora da
lei é demais para mim. Só se mantenha longe de mim e da minha
família, por favor. Não quero que minha filha tenha más influências.
— Ela também é minha filha, Benjamin. Eu me arrependi de
ter ido embora. Voltei por vocês, meu amor. Estou disposta a
retomarmos de onde paramos, ter mais filhos, ser uma esposa
exemplar.
— Você teve cinco anos para se arrepender, e mudou de
opinião justo quando seu marido rico a deixou? Você acha que eu
sou imbecil, Susan? Aposto que o ricaço vai adorar saber que você
tem um apartamento de luxo. Ele não sabe, não é? Se ele soubesse
teria tomado, como fez com as joias que havia lhe presenteado.
— Como é que você sabe tudo isso da minha vida? Andou
me investigando, Benjamin? — questionou ela, perplexa.
— Eu sei tudo que se passa nesta cidade, querida. E quando
não sei, descubro — declarou o cowboy.
— Seu infeliz! Você é um miserável, mesmo — vociferou ela,
enfurecida. Ben pegou na mão da Bia e saímos de perto da megera.
— Era só o que me faltava! Essa assombração aparecer
depois de cinco anos, e achar que ainda é alguma coisa minha. —
O cowboy riu, sem o menor humor.
É muita cara de pau daquela descarada! Se acha que vai
ficar com meu homem, está muito enganada.
— Mude essa carinha, bonequinha. Aquela vaca não vai mais
te perturbar. Nem vai levá-la para longe do seu pai.
— A senhora promete? — perguntou ela, com cara de choro.
— Prometo. Se ela sequer olhar de cara feia para você, eu
dou uma surra bem grande nela. A safada vai passar uma semana
andando de cadeira de rodas.
— A senhora me chama para olhar? — perguntou a
garotinha. Ela realmente era sobrinha da Melissa. Tão pequena,
mas já destemida. Eu tinha ciência de que não era correto falar
aquele tipo de coisa para uma criança, mas eu queria dar uma
amenizada naquele clima tenso.
— Filha, a Lizzy tem razão, a Susan não vai te fazer mal.
— Tá bom, papai.
— Bia, que tal irmos à barraquinha de tiro ao alvo? Posso
tentar tirar um urso para você — perguntei, pegando um pouco de
seu algodão-doce.
— Só se for um urso bem grandão — disse ela, com os
olhinhos brilhando em expectativa.
Se era difícil ganhar um ursinho pequeno, imagina um
grandão!
— Por acaso você sabe atirar, Elizabeth? — perguntou o
cowboy, com cara de deboche.
— Não sei, mas não custa tentar. Nem deve ser tão difícil
assim — retruquei.
Quando chegamos à barraca, peguei uma das espingardas.
Enquanto o senhorzinho me explicava como se usava a arma,
Benjamin se segurava para não rir. Eu podia não acertar o alvo, mas
não daria o braço a torcer.
— Tia Lizzy, eu quero aquele marrom ali — Bia apontou para
um urso enorme, o dobro do seu tamanho.
Droga! Eu só faço me meter em roubadas! Agora é que eu
vou ser alvo de chacotas!
— Vai, potranca! Quero ver se você é tão boa segurando uma
espingarda, quanto é segurando uma pistola.
— Quer ir para o outro lado da mesa, cowboy? Eu sei bem
onde mirar.
— Vou ficar desse lado mesmo — declarou ele, dando um
sorriso de canto de boca.
— Acho bom mesmo — retruquei, mirando no alvo. Dei sete
tiros e não derrubei nenhum. Só podia ter chumbo dentro daquelas
malditas caixas.
— Deixe-me mostrar como se faz, baby. — Ben debochou,
pegando a espingarda de minhas mãos. O desgraçado mirou no
alvo e acertou na primeira tentativa. Como era possível? Será que
não tinha nada em que ele fosse ruim?
— Como você fez isso, Benjamin? Você só pode ter
trapaceado.
— Como é que eu ia trapacear, baby? Eu não saí de perto de
você em nenhum momento. Eu te falei que era bom de mira — disse
o cretino, piscando para mim.
— Já estão indo? — indagou Noah, ao se aproximar. Ele
usava roupas pretas e coturnos marrons. Parecia um bad boy. O
homem chamava a atenção da mulherada. Notei várias garotas
cochichando e olhando para ele com cobiça. Mas ele parecia alheio
a tudo aquilo. Algo prendia sua atenção em meio a toda aquela
gente.
— Vamos levar a Bia para andar no carrossel e nos carrinhos
de bate-bate, depois vamos para casa — Benjamin respondeu,
olhando na mesma direção em que o irmão olhava.
— O que diabos você tanto olha, Noah? Não me diga que
quer ir no pula-pula. Você não tem mais idade para isso. — Caçoou
o cavalão.
— Acho que vi um anjo, Benjamin. Devo estar ficando louco!
Fiquei puto quando vi a Susan conversando com a Lizzy. Ela podia
ter mudado o cabelo, as roupas, a classe social, mas eu a
reconheceria mesmo que se passassem mil anos. Seu nariz
empinado e sua prepotência continuavam os mesmos. Talvez até
pior do que eu me lembrava.
Como pude me deixar enganar por uma mulher tão fútil e
manipuladora?
— Vamos, papai. Quero ir no pula-pula — disse Bia, puxando
em minha mão, tirando-me dos meus pensamentos.
— Filha, você não está cansada? — perguntei, colocando a
mão na cintura. Eu estava doido para ir embora. Fazia quase três
horas que andávamos para cima e para baixo. Ela já tinha andado
na maioria dos brinquedos e nem demonstrava cansaço.
— O tio Noah disse que era para eu me divertir até não
aguentar mais.
— Filho da puta! — Rosnei, furioso.
O Noah vai me pagar por me fazer andar tanto e por ser um
empata foda.
— Olha a boca, cowboy — advertiu Lizzy, me olhando com os
olhos semicerrados.
— Princesa, a Lizzy e eu estamos cansados. Se formos
agora, eu peço para o palhaço do seu tio trazê-la outro dia. — Eu
queria que ela aceitasse minha proposta. Estava difícil acompanhar
o pique da garotinha.
— Amanhã a vovó Bertha pode fazer uma cheesecake de
frutas vermelhas para mim? E eu posso comer bem muitão?
— Pode, espertinha. Mas isso é chantagem, hein. Não é legal
fazer esse tipo de coisa. Você só ganhou essa porque eu estou
cansado e ainda tenho algo importante para fazer quando
chegarmos em casa — confessei, dando uma piscadela para a
potranca.
— Eba! — gritou Bia, com um sorriso vitorioso no rosto. Algo
me dizia que tinha dedo do meu irmão naquela história. Com tanta
coisa para minha filha pedir, ela pediu logo a sobremesa preferida
do tio?! Muito suspeito!
Mal entramos no carro e a Bia começou a cochilar. Ela tinha
seguido à risca o conselho do Noah. Que por sinal, sumiu de nossas
vistas depois que falou que tinha visto o tal “anjo". Eu sabia muito
bem a que tipo de anjo ele estava se referindo.
Passava das dez da noite quando chegamos a casa. Peguei
minha filha no colo e a levei para o quarto. Ao colocá-la na cama,
retirei suas sandálias, cobri seu corpo até a altura dos ombros e lhe
dei um beijo de boa-noite. Quando me virei para sair do cômodo,
percebi que a Lizzy estava chorando encostada na soleira da porta.
O que diabos a maldita da Susan tinha falado para minha
potranca? Ela estava estranha desde que as encontrei conversando.
— Por que você está chorando, baby? O que foi que a Susan
falou para te deixar assim? — questionei, enxugando seu rosto com
as pontas dos dedos.
— Nada. Eu só fiquei emocionada. Quem diria que um cavalo
xucro feito você seria um pai tão incrível.
— Chorar por causa disso, meu amor? Tem certeza de que
esse é o verdadeiro motivo de suas lágrimas?
— Tenho. Eu fico bem emotiva quando estou de TPM. Nada
que uma barra de chocolate não resolva. — Eu sabia que não era
só aquilo. Eu conhecia bem a Susan para saber que ela tinha
destilado seu veneno na Lizzy, com a intenção de colocá-la contra
mim.
— Vem comigo, querida. — Chamei-a, entrelaçando nossos
dedos. Ao entrarmos no meu quarto, tiramos nossas roupas e
seguimos para o banheiro. Enquanto tomávamos banho, Lizzy
indagou:
— De onde é que a Bia tira tanta disposição? Os meus pés
estão doendo pra cacete. Se você tivesse deixado, ela ainda teria
ido no pula-pula, e só Deus sabe quando é que ela sairia de lá.
Fiquei imaginando o quanto meus pais sofreram me tendo como
filha. Acho que eu era pior do que a bonequinha. Espero que meus
filhos não aprontem nem um terço do que eu aprontava.
— Posso imaginar o quanto você era sapeca. Só não consigo
entender o porquê de você não ter trazido suas coisas para meu
quarto, assim não precisaria tomar banho com sabonete masculino,
nem dormir com minhas camisetas — falei, ensaboando seus seios,
sua barriga, seu bumbum.
— Qual é o problema de eu gostar de seu cheiro e de usar
suas camisetas? — questionou, com a respiração pesada, com os
olhos nublados de tesão.
— Estou te deixando excitada, potranca? — indaguei,
passando os dedos no meio de suas pernas. Lizzy estremeceu ao
meu toque, os pelos do seu corpo se arrepiaram e seu coração batia
desenfreado.
— E por que eu estaria? — retrucou a descarada, olhando
para minha boca. A safada não dava o braço a torcer. Ela jamais
admitiria que se excitava com um mísero toque meu, com um olhar
safado, com uma ordem minha. As reações do seu corpo falavam
por si só, entregavam o que ela sentia.
— Porque eu estou sentindo sua bocetinha pegando fogo,
pulsando contra meus dedos.
— Você está enganado. Ela está quente por causa da água
morna. — Tentou me ludibriar. Arqueei uma sobrancelha e enxaguei
seu corpo. Eu a confrontava com meu olhar, com meu corpo.
— Tem certeza de que foi a água morna que deixou sua
xoxotinha quente e melada? — questionei, esfregando meu pau na
entrada de sua boceta.
— Tenho — disse ela, engolindo em seco. Seus olhos
estavam presos nos meus, sua respiração quente e agitada fazia
meu corpo arder de tesão.
— Eu posso passar a cabeça do meu pau aqui? — perguntei,
misturando nossas lubrificações. Ela podia dizer que não, mas
estava tão excitada quanto eu. Meu pau já estava em ponto de bala:
duro, quente, grosso. Pronto para entrar em ação.
Como eu adorava ver e sentir aquela boceta toda lisinha,
molhadinha, brilhando para mim. Eu meio que desenvolvi um
fetiche. Não podia vê-la que queria sentir o gosto, preenchê-la com
minha língua e pau. Eu nunca tinha necessitado tanto de uma
boceta como eu estava necessitado pela de Lizzy. Era como um
vício. E a única coisa que eu queria naquele momento, era fodê-la.
— Não íamos tomar banho, e depois você ia me fazer uma
massagem? Esqueceu, Benjamin Parker?
— Eu já comecei a massageá-la, baby. Não está sentindo?
— Que técnica é esta que se usa o pau em vez das mãos?
— Não está gostando?
— É diferente, mas não é ruim. Você sabe fazer outros
movimentos, senhor massagista? Ou só é isso mesmo? —
provocou. Fui para cima dela, segurei em sua cintura e beijei sua
boca gostosa. Lizzy gemia e arranhava minhas costas
desesperadamente. Sorri contra seus lábios quando ela começou a
apertar e apalpar minha bunda.
Diacho! Não é que a mulher cismou com meu traseiro.
Deslizei minhas mãos por suas curvas, por sua pele macia,
sedosa. Cada parte dela cabia perfeitamente em minhas mãos,
parecia que tinha sido esculpida exclusivamente para mim. Os seios
durinhos, a bundinha arrebitada, a cintura fina, a bocetinha carnuda.
Tudo nela me deixava louco, fora de mim. Mas eu tentava controlar
meu instinto.
— Eu sou fissurado nesses peitinhos, sabia? — falei,
abocanhando um, logo depois o outro. Eu não conseguia resistir
àqueles bicos durinhos me convidando para saboreá-los.
— Ai, que gostoso! — disse ela, apertando meus braços
alucinada. Virei-a de costas, posicionei meu pau na entrada de sua
boceta e a penetrei devagar, untando meu pau com a lubrificação
que escorria de seu sexo.
Meu caralho vibrou ao ver a potranca gemendo inebriada
pela luxúria. Depois de algumas bombeadas, despejei minha
semente dentro de sua vagina. Diferente das outras vezes, Lizzy
não atingiu o ápice. Ela ia ficar só na vontade.
— Gostosa — falei, beijando seu ombro, apertando um de
seus seios.
— Vem cá, Benjamin, termine o serviço. Eu quero gozar.
— Quer, mas não vai. Acho que te deixei mal-acostumada —
disse, puxando-a para debaixo do chuveiro. Ela estava desapontada
comigo, mas eu queria deixá-la subindo pelas paredes, louca para
me dar.
Depois do banho, ela foi até seu quarto trocar de roupa.
Combinamos de nos encontrarmos na cozinha para fazermos um
lanche. Eu ia preparar uma das minhas especialidades: sanduíche
de presunto com lascas de parmesão, mostarda e rúcula fresca.
Eu estava pegando os ingredientes quando Lizzy se juntou a
mim. Ela se sentou em uma das banquetas e ficou me comendo
com os olhos. A sem-vergonha apreciava cada parte do meu corpo,
especialmente, meu abdômen e o V da minha cintura. Seu olhar
cobiçoso, com o shortinho que usava, estava me deixando de pau
duro, tirando minha atenção.
A diaba não estava facilitando para meu lado. Devia estar se
vingando por não ter gozado. Diacho de mulher traiçoeira!
— Você só sabe cozinhar sem camisa? — indagou, apoiando
uma mão no queixo, ansiosa pela resposta.
— Assim é mais prático. Não preciso me preocupar se vou
me sujar. Quer me ajudar aqui? — perguntei, apontando para os
ingredientes.
— Não. Prefiro apreciar a vista — respondeu, dando-me um
sorriso de canto de boca.
Caralho! Aquilo era tão tentador. Meu pau que aguentasse a
pressão!
— Eu nunca tinha pensado nisso — falou pensativa.
— Nisso o quê? — perguntei, meio aéreo. Eu tinha até
esquecido sobre o que estávamos conversando. A mulher tinha um
dom de me deixar abobalhado, sem raciocinar direito.
— Cozinhar pelada... Vou aderir a esse hábito. Pelo menos o
pessoal da lavanderia vai parar de me encher o saco por causa das
manchas em minhas roupas. Eu sou tão desastrada...
— Eu ficaria lisonjeado se você cozinhasse pra mim só de
avental, ou... de repente, com uma lingerie bem sensual — falei,
enquanto montava os sanduíches.
— Quem sabe quando você for me visitar em Nova York, eu
não realize seu desejo. — disse ela, dando uma piscada de olho. Eu
estava tentando me controlar para não a foder antes de alimentá-la.
No entanto, nossas conversas estavam me levando à beira de um
precipício. Limpei a garganta e perguntei:
— Você vai de suco ou de vinho?
— O que o chefe recomenda? — indagou de um jeito sexy,
com a sobrancelha levemente arqueada, mordiscando o lábio
inferior, logo em seguida.
A safada está jogando com artilharia pesada, testando meu
autocontrole. Está pedindo para levar uns tapas, ser fodida em
todos os buracos.
— Vamos de vinho, então. — Enquanto eu arrumava a mesa,
pedi a Lizzy que fosse até à adega pegar um Pinot Noir.
— Você sabe escolher o vinho certo para cada prato. Se não
fosse fazendeiro, seria um excelente Sommelier.
— Obrigado. Como sou um apreciador de vinhos, sempre
pesquiso quais tipos combinam com meus pratos preferidos. Sentei-
me de frente para a mulher da minha vida e servi-lhe uma taça de
vinho.
— Não tenho dúvidas de que foi uma excelente escolha. —
Enquanto Lizzy degustava a bebida, meu olhar percorria seu corpo,
suas curvas, suas partes íntimas. Eu queria saboreá-la, fodê-la
intensamente sobre aquela mesa de madeira.
— Por que está me olhando assim, cowboy?
— Sua xoxotinha está toda marcada dentro desse shortinho
de lycra. Você não sabe o quanto está sendo difícil me concentrar
em outra coisa que não seja esse bocetão.
— Você não para de pensar em sexo nem quando está
comendo? Cruz-credo! Isso não é normal.
— Meu pau está com tanta vontade de se abrigar em sua
grutinha, que está latejando de tesão. Quanto mais eu olho, mais
meu caralho se avoluma, pulsa, enrijece.
— Meu Deus! Você é um tarado sem-vergonha. Acabamos
de transar e você já está neste estado? — indagou, olhando para o
tamanho de minha ereção.
— Por mim, eu passava o dia inteiro dentro de você. E,
respondendo a sua pergunta, não penso em sexo quando estou
dormindo, mas vez ou outra, sonho com sacanagens — falei,
esboçando um sorriso.
— Espero que de hoje em diante, eu seja a protagonista de
seus sonhos. Porque se eu escutar você chamando o nome de
alguma puta enquanto dorme, eu arranco seu pau com bolas e tudo,
seu depravado — vociferou, jogando o guardanapo em minha cara.
Espreguicei-me na cadeira, coloquei as mãos cruzadas atrás da
cabeça e comecei a rir da sua crise de ciúmes. Aquilo era fofo até
para um ogro como eu.
— Como se você não pensasse em safadezas.
— É diferente. Você me provoca, me pega de jeito, vive de
barraca armada. Como quer que eu reaja? Poxa! Eu sou humana.
— Você também não facilita. Então, não reclame — Lizzy não
falou nada, ela não estava com razão para rebater.
— Nossa! Isso tá muito bom. É gostoso, leve e saudável —
falou de boca cheia, sem se importar com as regras de etiqueta. Eu
adorava seu jeito desinibido. Não era cheia de frescuras como
presumi.
— É bem saboroso mesmo. É gostoso como chocolate,
fofinho como pão de mel e suculento como uma fruta madura —
falei, olhando para seu monte carnudo. Eu não conseguia tirar os
olhos daquele lugar.
— Pare de olhar para minha boceta, seu tarado. Estou
ficando constrangida. — Sorri, tomando um grande gole da minha
bebida. Parei de olhar para seu sexo e tentei me concentrar no
lanche, afinal, eu precisava de energia para fodê-la até a exaustão.
Quando terminamos de comer, retirei a mesa e lavei a louça.
A cozinha estava ao estilo Bertha: limpa e organizada. Minha
governanta não teria do que reclamar quando chegasse no dia
seguinte.
— Onde pensa que vai, potranca? Quero minha sobremesa.
— Puxei-a pelo braço, encurralando-a contra a mesa, beijando seu
ombro, esfregando meu pau duro em sua xoxota.
— Eu... eu ia ver TV lá na sala. Não era o que tínhamos
combinado? — perguntou, arfante, agoniada.
Depois de enfiar as mãos em seus cabelos e chupar seu
pescoço, indaguei:
— Não vai querer experimentar sua sobremesa? Eu tenho
um delicioso picolé de creme. Ele está todo lambuzadinho. Não quer
colocá-lo na boca, chupá-lo todinho?
— Você quer transar em cima da mesa? A Bertha vai nos
matar, Benjamin.
— Eu não quero. Eu vou. E a Bertha não precisa ficar
sabendo de nada — respondi em um sussurro, mordiscando sua
orelha, apertando sua bunda.
— E se ela escutar e aparecer aqui de supetão? Não estou a
fim de levar uma surra de colher de pau, meu querido.
— Ela vai dormir na casa da comadre dela, lá na cidade. Se é
que ela vai dormir lá mesmo. Fiquei sabendo que um dos peões
está arrastando asa pra ela.
— A Bertha de namorico? — perguntou, surpresa.
— A Bertha está na flor da idade, Lizzy. E se você não sabe,
ela não perde a chance de dar uma paquerada.
— Mas e o Noah? Não sabemos que horas ele vai voltar.
— Provavelmente ele nem dormirá em casa, baby. Tenho
quase certeza de que ele vai para alguma de suas festinhas
particulares. Aquele libertino só deve pisar aqui amanhã depois do
meio-dia.
— Festinhas particulares? — indagou curiosa. Eu não queria
falar do Noah. Eu queria foder. Além do mais, ela não precisava ter
conhecimento da vida íntima do meu irmão.
— É melhor você esquecer este assunto. Vamos focar em
nós dois, no agora — falei, beijando sua boca, sentindo o sabor e a
maciez de seus lábios, engolindo seus gemidos sôfregos.
Luxúria pairava entre nós. Estávamos famintos, um querendo
devorar o outro. Parecia que não nos víamos há séculos. Lizzy
levou sua mão até meu pau e o acariciou por cima do short
esportivo. O tecido fino lhe permitia sentir toda minha grossura e
comprimento.
— Vem aqui. — Chamei-a. — Estou com saudade de sentir
sua boquinha me devorando. Você está com saudade de sentir o
meu gosto, potranca? De ver o quanto meu pau fica babado e
inchado só de pensar em sua língua o saboreando?
— Sim... quero engoli-lo todinho — falou, embriagada de
desejo. Lizzy se livrou de sua blusa, deixando seus seios a minha
mercê. Eu gostava de sentir sua língua em meu pau, mas gostava
também, de saborear cada centímetro do seu corpo.
— Você quer? — perguntei, balançando meu caralho. Eu
estava com tanto tesão, que parecia que meu pau ia explodir. Lizzy
se aproximou como uma gata pidona, mordiscou meu peito, bíceps,
costelas e abdômen. Quando chegou à altura de minha pélvis, ficou
de joelhos e me olhou de um jeito safado. Em seguida, mordeu meu
membro pulsante, ainda coberto pelo tecido, arrancando-me
grunhidos e lamúrias de prazer.
— Ohh... porra... — gemi alto, ensandecido. Sem perder
tempo, Lizzy baixou meu short com os dentes, fazendo com que
meu caralho saltasse em sua cara, melando-a com a lubrificação
que escorria da glande.
Estremeci quando ela colocou a língua para fora e começou a
lamber meu pré-gozo. Ela me saboreava devagar, sentindo meu
cheiro, meu sabor, minha espessura. Degustava-me sem pressa,
aproveitando cada momento, cada reação do meu corpo. Eu me
sentia o seu dono, vendo-a de joelhos me chupando daquele jeito.
Aquilo fazia um prazer indescritível crescer dentro de mim.
Segurei firme em seus cabelos e comecei a bater com meu
mastro em seu rosto e seios intumescidos. Soquei meu pau dentro
de sua cavidade bucal e o movimentei para cima e para baixo. Meu
caralho batia em seus dentes, fazendo um barulho excitante. Era
gostoso “torturar” a Lizzy, vê-la com cara de quem estava sofrendo,
toda descabelada, o rosto lambuzado.
Se ela soubesse como aquela carinha de puta me deixava
louco!
— Hummm... que picolé gostoso... — falou inebriada, com a
respiração pesada. A gostosa levantou meu pau e, enquanto me
masturbava, começou a chupar e sugar minhas bolas.
— Caralho... Que boquinha perversa! — falei, alucinado.
Enquanto a safada me chupava com gosto, com vontade, ela
deslizou a mão para dentro do seu short e começou a acariciar o
seu grelinho. Lágrimas de prazer escorriam por seu rosto, deixando-
me mais dominador. Eu segurava firme em seus cabelos,
movimentando-me para dentro de sua boca, sufocando-a com
minha tora.
— Eu preciso que você me coma, cavalão. — disse ela,
aumentando os movimentos em seu clitóris. No entanto, eu não
queria que ela gozasse antes de ser penetrada, antes de sentir meu
pau a expandindo, rasgando-a por dentro, comendo-a com
voracidade.
Puxei-a pelo braço e a encostei na mesa. A diaba se apoiou
no móvel e melou os dedos nos líquidos que escorriam de sua
vagina. Em seguida os levou até seus mamilos e os contornou em
movimentos circulares, deixando-os mais pontudos e inchados. Meu
caralho pulsou vendo aquela cena. Respirei fundo e tentei me
controlar para que meu gozo não saísse antes da hora.
— Garanhão, você quer passar a língua aqui? — perguntou
manhosa, acariciando seu mamilo túrgido. Eu estava doido para cair
de boca naquelas preciosidades; vê-la se contorcendo a cada
lambida, a cada movimento de minha língua.
— Não vou passar só a língua, vou passar meu pau também.
— Então vem. — Enquanto eu mamava gostoso, minhas
mãos acariciavam e apertavam seu corpo com ganância.
— Sente-se na cadeira — ordenei rouco.
Assim que comecei a passar a cabeça da minha rola em seus
peitos, a safada disse:
— Hummm... que delícia... lembra uma passada de língua, só
que mais gostoso, mais depravado.
Lizzy ondulou quando levei a mão até sua fenda molhada e
comecei a acariciá-la, atiçá-la por cima do short. Um calorão
emanava do seu sexo. Estava tão quente, que mais parecia uma
fornalha.
— Está sem calcinha, né safada? — Você não perde por
esperar. Levantei-a abruptamente e a fiz debruçar-se sobre o tampo
de madeira, abaixei seu short e estoquei fundo e forte em sua
grutinha aquecida. Seu corpo sacolejava contra a madeira,
enquanto eu a possuía com sofreguidão.
— Ben... ahhh... isso... ohhh... — Lizzy choramingava,
desesperada. Puxei seus braços para trás e aumentei a velocidade
das arremetidas, afundando-me em seu interior, preenchendo cada
espaço vazio que havia ali. Senti-a convulsionar quando meu mastro
atingiu seu ponto sensível, deixando-a fraca, de pernas bambas.
— Isso, gostosa, geme para seu cavalão, geme — falei,
levantando sua perna direita, apoiando seu joelho em cima da
mesa. Depois, voltei a comê-la duramente. Ao mesmo tempo em
que eu a estocava, puxava em seus cabelos e mantinha suas mãos
presas atrás do corpo, sob meu domínio.
— Isso... vai... soca tudo... ahhhhh... aperta meus peitos —
pediu, em uma súplica.
Prendi os bicos de seus seios entre os dedos e comecei a
apertá-los com força. Sua vagina me estrangulava, fazendo-me
delirar de tesão.
— Você gosta de sentir dor, né putinha? Você sente prazer
quando eu te bato, assim? — perguntei, dando um tapa estralado
em sua bunda. Foi tão forte que meus dedos ficaram estampados
em sua pele branquinha.
— Ahhhh... sim... hummm... isso... vai... bate mais um
pouquinho...
— E você sente prazer quando eu aperto assim? — indaguei,
pressionando seu pescoço, dificultando sua respiração.
Se aquilo fosse tão bom pra ela quanto era para mim...
— Ohhh... sim... sim... — falou com dificuldade, lânguida.
— Vou meter com tudo nesse rabo delicioso. Antes de você
sair sem calcinha por aí, vai pensar duas vezes.
— Hummm... — ela soltou um gemido ensurdecedor ao sentir
o meu dedão afundar no seu orifício apertado.
— Vou te esfolar todinha. Você não sabe como estou doido
para me perder nesse labirinto. — À medida que eu falava
sacanagens, seu cuzinho pulsava involuntariamente. Era uma coisa
linda de se ver.
Estoquei-a lentamente, até a metade do meu pênis, mas eu
estava excitado demais para colocar o resto com calma. Então, meti
de uma vez só, provocando-me um prazer descomunal.
— Ai! Filho da puta! Me rasgou toda... — vociferou,
contraindo o bumbum.
— Quietinha. — Abri sua bunda e comecei a meter
novamente. Lizzy respirava fundo, tentando relaxar. Ela foi
movimentando-se contra meu membro, instigando-me a socar mais
rápido.
— Oh céus! Que rabo delicioso!
— Ahhh... estou quase gozando. — Levantei as duas bandas
de sua bunda, segurei-as firme, e continuei a estocar sedentamente.
Nossos grunhidos se mesclavam. O cheiro de pecado e lascívia
invadiam nossas narinas, nos entorpecendo.
— Goza comigo, baby — pedi, quando senti meus músculos
ficarem rígidos. Eu queria gozar ao mesmo tempo que ela,
compactuar daquele momento especial, mágico.
— Assim... isso... soca... vai... vou gozar... ahhhh... hummm...
que pica gostosa... ahhh... — Enquanto ela lamuriava e se contraía,
intensifiquei as estocadas e meti com tudo. Seus músculos anais
apertavam meu caralho. Ao sentir toda aquela pressão em volta do
meu pau, segurei em seus ombros e gemei extasiado, arrebatado
por aquele desejo que me consumia ardentemente. Gemíamos
enlouquecidos, lânguidos, nossos corpos tremulavam e, então,
ondulamos em um orgasmo intenso, pujante, ensurdecedor.
Ao acordar na sexta-feira de manhã, tateei a cama à procura do
Ben, mas para minha infelicidade, ele já tinha se levantado. Abri os
olhos devagar, incomodada com um feixe de luz que entrava pela
janela.
Sorri ao ver, em cima da mesa de cabeceira, um papel
dobrado ao meio e alguns ramos de lavanda. Ao pegá-los, levei-os
até o nariz, inspirando a delicada fragrância que emanava de suas
pétalas arroxeadas.
Fiquei rindo igual uma boba apaixonada quando li o seguinte
recado:
“Bom dia, meu Raio de Sol! Precisei ir até à cidade, mas
voltarei a tempo de almoçarmos juntos. Com amor, Benjamin
Parker”.
Levantei-me, arrumei a cama e fui para meu quarto.
Aproveitaria os últimos dias na fazenda como uma verdadeira
cowgirl: sairia para dar um passeio com o Chocolate. Eu estava
devendo isso a ele. Em uma de nossas conversas, eu o prometi que
sairíamos para cavalgar na primeira oportunidade que tivéssemos.
O dia estava favorável. Como o Ben havia saído, eu não tinha
que me preocupar se ele apareceria de repente e me impediria de
fazer o que eu tanto queria. Além do mais, eu confiava no Chocolate
e ele em mim. O que poderia dar errado?
O garanhão não sabia da missa a metade. Eu não só havia
me aproximado do cavalo, como também, escovado seu pelo, dado
banho, colocado a sela e até montado nele. No entanto, faltava a
última etapa da doma: cavalgar ao ar livre.
Após o banho, vesti uma calça jeans bem justa e uma camisa
de manga longa. Calcei botas de montaria e coloquei o Stetson que
o Ben havia me presenteado. Estava pronta para colocar meu plano
em ação. Mas primeiro, eu precisava tomar café. Era
impressionante como a cada dia eu acordava mais faminta. O
cowboy estava acabando com todas as minhas energias. Se
continuássemos transando na mesma frequência e intensidade,
quem voltaria para Nova York não seria a Lizzy, mas um projeto de
Lizzy.
Ao abrir a porta do quarto, notei que a casa estava mais
animada do que o de costume. Noah tinha uma alegria contagiante.
— Bom dia! — Antes que eu pudesse puxar uma cadeira
para me sentar, o tatuado falou:
— Minha nossa! Não é que temos uma cowgirl aqui. Olha só,
Berthinha — Ele pegou em minha mão e me fez dar uma rodadinha.
— O que vai aprontar, menina? Eu nunca te vi vestida assim.
Não me diga que vai cavalgar.
— Claro que não, Bertha. De onde é que você tirou isso? Eu
só quis saber como é se vestir como uma mulher do campo.
— Acho bom que seja isso mesmo. Benjamin deixou bem
claro que eu ficasse de olho em você — disse a governanta, me
olhando desconfiada, enquanto eu enchia meu prato de comida.
— Ben acha que você é uma boneca de porcelana, que pode
quebrar fácil — comentou o bonitão tatuado.
— Nem me fale. Digamos que este seja um dos “defeitinhos”
do seu irmão.
— Ben não faz por mal. Ele é o ajuizado desta família, o que
faz a coisa funcionar, o que se preocupa com todos e com tudo. —
Fiquei toda orgulhosa do meu cavalão. Não tinha como não o amar.
— Tia Lizzy, a senhora já viu as tatuagens do tio Noah? —
perguntou Bia, enquanto tentava montar um cubo mágico. Antes de
responder à pequena, olhei, sutilmente, para os desenhos que o
bonitão tinha nos braços. Era um mais lindo do que o outro. Se o
Ben não tivesse fisgado meu coração, com certeza seu irmão
fisgaria.
O Noah não era um pedaço de mal caminho, era um caminho
inteiro. Além de bonito e sedutor, ele tinha um corpo todo durinho,
de dar água na boca. Porém, algo me dizia que os olhares
desejosos das garotas da cidade, não eram só por causa dos seus
atributos físicos, pelo menos os visíveis. Tinha algo mais. Algo que
despertava desejo, curiosidade, fascinação.
— São lindas, bonequinha. Elas deixam seu tio muito... como
posso dizer... encantador — falei, tomando um gole de suco.
Encantador não era bem a palavra que eu queria dizer, mas era
mais conveniente do que sexy.
— Tá vendo, Berthinha, só você que implica com minhas
tatuagens. As garotas adoram.
— Deixe de conversar besteira, garoto. Eu só acho que você
está viciado. Daqui a pouco vai tatuar até o ... você sabe do que
estou falando — disse Bertha, fazendo-me rir.
— E quem disse que eu não tenho? — indagou ele, sério,
com o olhar pesado, intenso. Se eu já achava o Benjamin um tanto
enigmático, seu irmão era um poço de mistérios.
— Isso é o fim da picada! — falou a governanta,
embasbacada.
— Quando eu crescer, quero um namorado todo colorido,
igual o tio Noah — declarou Bia, sorrindo de orelha a orelha.
— Princesa, seus pretendentes só se tornarão namorados se
passarem nos testes que seu pai e eu vamos fazer. Mas afirmo
desde já: não serão fáceis.
— Tá bom — disse Bia inocente.
— Já até imagino as confusões que vão rolar por aqui —
declarei, colocando um pouco mais de calda em minha panqueca. A
pequena não fazia ideia das atrocidades que seu pai e o seu tio
seriam capazes de fazer para manter os garotos longe dela.
Coitada! Se pelo menos fosse maiorzinha, eu lhe ensinaria
alguns truques de como driblar seu pai turrão.
— Ainda bem que nessa época já estarei aposentada. Não
tenho mais idade para essas coisas — Bertha se apressou em dizer.
— A conversa está interessante, mas vou fazer meu passeio
antes que fique tarde demais. — Ao chegar ao estábulo, peguei uma
sela e fui até à baia do Chocolate.
— Oi, garotão. Está preparado para darmos aquele passeio?
Eu quero que saiba que eu confio em você. Vai dar tudo certo. —
Ele esfregou o focinho nas palmas das minhas mãos e relinchou em
resposta. Tomei aquilo como um sim. Tirei-o da baia e quando
estava terminando de afivelar a sela, percebi que tinha companhia.
— Você enganou a Bertha direitinho, cunhadinha. Presumo
que o Ben não saiba que você pretende sair para cavalgar neste
cavalo — disse Noah, sério, após dar um trago num cigarro.
— Primeiro, seu irmão não precisa ficar sabendo tudo o que
faço. E, segundo, já faz um tempo que venho preparando esse
cavalo para me deixar cavalgá-lo. Então, querido cunhado, ninguém
irá me impedir de montar no Chocolate.
— Agora eu entendi por que o Benjamin está gamado em
você. Finalmente ele encontrou uma mulher capaz de confrontá-lo.
Confesso que te admiro por isso, mas não posso deixá-la fazer uma
loucura dessas. Se alguma coisa acontecer a você, o Ben faz
picadinho de mim.
— Não vai acontecer nada, Noah. Eu tomarei cuidado.
— Tudo bem. Mas eu vou junto. Benjamin estava certo, você
é bem singular.
— Eu não estou acreditando que aquele cretino andou
falando de mim. O que diabos ele falou — questionei, bufando de
raiva. Curiosidade me definia naquele momento.
— Calma aí, loirinha. Ele só fez elogios. Só faltou te colocar
num pedestal. Disse o quanto você era linda, petulante, cheirosa,
bravinha. Uma infinidade de coisas.
— Nem tudo aí são elogios — retruquei, enraivecida.
Aquele cavalo xucro está merecendo levar umas chicotadas
para não falar o que não deve.
— Vindo de um homem apaixonado, são elogios, sim. Você
precisava ver a cara do Ben falando das suas qualidades —
declarou ele, dando uma gargalhada.
— Posso imaginar. — Instantaneamente, fiz uma lista mental
das qualidades do Ben: sexy, bruto, bom de cama e dono de um pau
enorme, cheiroso e bem cuidado.
— Eu acho que eu tenho um par de botas ali no armário.
Saímos em cinco minutos — disse Noah, tirando-me dos meus
pensamentos pecaminosos.
— Vou te esperar lá fora. Pode demorar o tempo que quiser.
— Mordi o lábio inferior para conter uma risada. O bonitão não fazia
ideia dos meus planos.
Quando cheguei à frente do estábulo, não perdi tempo.
Montei no cavalo, debrucei-me sobre seu corpo e falei:
— Este dia será inesquecível para nós dois, garotão. Se
comporte, hein. Você sabe como seu pai é. — Puxei as rédeas
devagar e pressionei os calcanhares em seu corpo, instigando a
cavalgar. O cavalo saiu mais rápido do que eu esperava. Segurei
firme nas rédeas e o deixei me mostrar o que sabia fazer.
— Não faça isso, Lizzy! Isso é uma loucura! — Escutei Noah
gritar. Olhei para trás e o vi pulando em uma perna só, tentando
calçar as botas. Dei uma risada e continuei a cavalgar.
No caminho, encontrei um grupo de peões. Ao notarem quem
era a amazona e o cavalo que galopava em alta velocidade,
entraram em desespero e se jogaram contra uma cerca de madeira.
Não havia necessidade de todo aquele alvoroço. Íamos a, pelo
menos, uns dez metros de distância. Além do mais, eu tinha tudo
sob controle.
A cada galope do Chocolate, um rastro de poeira subia no ar.
Eu só escutava o barulho do vento, dos galopes e das batidas
frenéticas do meu coração. O que eu sentia não era medo, longe
disso. Era pura adrenalina.
Já estávamos a alguns quilômetros de casa, quando avistei
uma boa área de campo aberto, lá seria perfeito para testar a
potência do cavalo. Puxei as rédeas e pressionei os calcanhares
com um pouco mais de força em seu corpo robusto, fazendo-o
galopar velozmente. E, foi naquele instante, que eu entendi o
porquê do seu antigo nome. O cavalo era tão rápido quanto um
relâmpago.
Tínhamos galopado por um bom tempo, e o Chocolate ainda
tinha muita energia para gastar. Ele gostava de correr ao ar livre.
Por maior que fossem os piquetes, não era espaço suficiente para
um corredor nato como ele. Fiquei nervosa quando escutei relinchos
de um segundo cavalo.
Será que eu tinha sido descoberta? Não era possível...
Ao olhar para trás, avistei um homem em um cavalo negro,
vindo em minha direção a galopes apressados. Estávamos a uma
distância considerável, mas eu conhecia os contornos daqueles
músculos, a cor do bronzeado, a imponência. Quanto mais perto ele
chegava, mais temerosa e excitada eu ficava. Meu coração batia em
um ritmo descontrolado, comecei a suar frio, a tremer. Era meu fim!
— Você vai pagar caro por isso, sua diaba dos infernos! —
gritou o cowboy, quase pareando o cavalo no meu. Graças ao bom
Deus, que o Chocolate não ficou agressivo, pelo contrário, parecia
confortável com tudo aquilo. Ele se comportava como se estivesse
em uma competição, como um verdadeiro cavalo corredor.
— Só estamos nos divertindo, cowboy — gritei de volta,
ajeitando o chapéu na cabeça.
— Você vai descer desse cavalo por bem ou por mal,
Elizabeth! — vociferou, puto de ódio.
Tínhamos travado uma disputa, mas só poderia haver um
vencedor. E, se dependesse de mim, eu só desceria daquele animal
quando retornássemos à fazenda. No entanto, quando menos
esperei, Benjamin envolveu seu braço em minha cintura e, em
questões de segundos, eu estava em cima de seu cavalo.
— Por que você fez isso, Benjamin? Você acabou de arruinar
minha carreira de domadora. Quem vai acreditar que eu consegui
amansar um cavalo bravo?
— Você tem noção do que acabou de fazer? Você só pode
ser doida. Uma pessoa em perfeito juízo não sai cavalgando,
descontroladamente, em um cavalo praticamente selvagem —
rosnou, enfurecido. Parecia que a qualquer momento, sairia fogo de
suas ventas. Não retruquei, pois não queria deixá-lo ainda mais
bravo.
Fiquei feliz quando vi o Chocolate nos ultrapassar. Sua
pelagem marrom-escura resplandecia ao sol. Aquilo era uma
verdadeira obra de arte da natureza.
Quando chegamos a casa, dei um largo sorriso ao ver meu
bebê próximo aos piquetes. Sebastian, Adam, Noah e mais dois
homens tentavam laçar o animal. Não tinha pra que toda aquela
baderna.
— Olhe o tamanho da confusão que você arrumou! Satisfeita
agora, senhorita Collins? — Rosnou o cowboy. Ele estava tão
aborrecido, que não quis conversa com ninguém. Eu tinha que
arrumar um jeito de mudar seu humor.
Se pelo menos eu soubesse onde ele guarda os produtos
que esquentam e esfriam, vendas e algemas...
Diacho! Tenho que encontrar aquela maleta.
— Parem com isso, rapazes! Vocês ainda não perceberam
que esse cavalo não gosta de homens? Vocês são uns tapados
mesmo. — Peguei nas rédeas do Chocolate e o conduzi para dentro
do curral.
— Como foi que ela fez isso? — indagou um dos peões,
embasbacado. Parecia que ele tinha visto algo de outro mundo.
O que os cowboys não sabiam, era que para domar um
cavalo era preciso ter delicadeza. Coisa esta, que eles não faziam
nem ideia do que era.
— Não é que você conseguiu domar os dois cavalos mais
selvagens da fazenda! Porém, deixou um deles furioso. Quando o
Ben fica emburrado assim, é difícil de se lidar — proferiu, Noah,
dando uma gargalhada.
— Foi você que deu com a língua nos dentes, não foi?
— Eu não tive alternativa, Lizzy. Quando eu estava indo atrás
de você, Benjamin ia chegando da cidade. Ele desconfiou da minha
pressa e perguntou o que tinha acontecido. Tente entender, eu não
podia mentir para meu irmão. Você estava em perigo.
— Tudo bem. O que eu posso fazer para o Ben me perdoar?
— Olha... O Benjamin não é uma pessoa fácil. Por ora, deixe-
o sozinho. Quando a raiva passar, ele vai te procurar.
— É só isso que eu tenho que fazer? — Apressei-me em
perguntar. Estava fácil demais. Tinha que ter mais alguma coisa.
— Uma boa foda deixa qualquer homem de bom humor —
declarou, dando uma piscada de olho.
Segui para casa a passos lentos, pensando qual seria a
melhor estratégia para conseguir o perdão do cavalão.
Quando abri a porta da sala, me surpreendi ao ver a Melissa
jogando conversa fora com a Bertha e com a pequena Bia.
— Amiga, o que faz aqui?! Por que não me falou que viria? —
perguntei, dando-lhe um abraço apertado.
— Era surpresa, sua boba. E eu não perderia a festança que
está rolando na cidade por nada. Na segunda-feira, voltaremos
juntas para Nova York.
— Tia Lizzy, não vai embora, fica morando aqui com a gente.
Se você for, o papai e eu vamos morrer de saudade — proferiu Bia,
fazendo biquinho. Meu coração ficou despedaçado ao vê-la tão
tristinha. Aproximei-me e falei:
— Eu prometo que virei visitá-la sempre que eu puder. Se
seu pai permitir, é claro. E vocês podem ir nos visitar em Nova York
quando quiserem. Ficarei muito feliz em recebê-los em minha casa.
— Apesar de você ser uma desmiolada e ter o dom de me tirar do
sério, as portas desta casa sempre estarão abertas para você —
disse Benjamin ao entrar na sala, segurando uma garrafa de
cerveja.
— Papai, vamos visitar a tia Lizzy e a tia Melissa no Natal.
Por favor, diz que sim! — pediu a pequena, juntando as mãozinhas,
em um sinal de súplica. Não tinha como dizer um não para tanta
fofura.
— Se você se comportar pelos próximos meses, poderemos
ir. Garotas malcomportadas nem sempre conseguem o que querem
— disse o cowboy, olhando fixamente para mim. Fuzilei-o com o
olhar até que o safado resolveu sumir das minhas vistas.
— Amiga, temos tantas coisas para conversar — declarou
Melissa, eufórica. Nem parecia que só fazia alguns dias que não nos
víamos.
— Bia, quer ir comigo alimentar as galinhas e os pintinhos?
Na volta passamos na horta — perguntou Bertha, ao se levantar do
sofá. A cozinheira só queria nos dar privacidade para conversarmos
mais à vontade. Ela bem sabia que a Melissa não tinha freios na
boca.
— Quero — respondeu a bonequinha, largando os
brinquedos em cima do sofá.
— Vamos conversar sobre o quê?
— Que tal começar me dizendo quão sério é o lance entre
você e meu irmão? Eu ainda não estou acreditando que você
conseguiu fisgar o coração do Benjamin. O que sua flor de lótus tem
de especial?
— Céus! É assim que você chama sua vagina? — Ela deu de
ombros e ficou esperando que eu respondesse a primeira pergunta.
— Estamos vivendo o momento. Só o tempo dirá o que será
do nosso relacionamento. O que tiver de ser, será.
— E o Thomas... voltou a te perturbar?
— Meu celular está desligado desde aquele dia em que liguei
para você. Eu não queria que Thomas estragasse o resto de minhas
férias. Eu sei que ele não me deixará em paz com tanta facilidade.
— Acredita que naquele dia ele também estava no café?
Quando me levantei para ir embora, o vi sentado três mesas atrás
de mim. Tomei o maior susto.
— Será que ele ouviu você dizendo que eu estava aqui?
— Não sei. Isso depende de quanto tempo ele estava lá. Se
ele escutou, soube desfaçar bem.
— Cínico do jeito que é, saberia fingir como um ator.
— Não o vi na empresa nos últimos dois dias. Ouvi dizer que
ele foi fazer uma viagem a trabalho, o que eu duvido muito. Dei uma
olhada na agenda de sua secretária e não vi nada a respeito. Pelo
contrário, ele cancelou reuniões importantes para fazer a tal viagem.
Sabe o que meu faro diz? Que tem mulher no meio dessa história.
Quanto mais bonito o homem, mais cafajeste ele é.
— Amiga, como foi que você teve acesso à agenda do
Thomas? — Eu tinha certeza de que a Martha não havia mostrado a
agenda pra Melissa. Ela é certinha de mais para fazer algo desse
tipo.
— Ai, amiga, isso não tem importância. O que importa é que
eu sei que aquele cafajeste está tramando alguma coisa. Acredite
em mim.
— Amiga, você não existe. Desde que eu não esteja
envolvida nas tramoias do Thomas, não importa o que ele esteja
aprontando.
— Quem sabe o cretino não caiu na real e voltou com a
Samantha. É uma possibilidade, afinal de contas, ela saiu em
viagem desde que pediu demissão.
— Eu quero que suas suposições estejam certas, Melissa.
Não tenho paciência para aturar o Thomas. Ele é página virada. Já
estou escrevendo novos capítulos em minha vida. E ele não está
incluído em nenhum deles.
— Amiga, meu irmão está te fazendo bem. Olha essa pele de
pêssego! — disse ela, gargalhando exageradamente.
— Quando uma mulher é bem fodida tudo melhora, meu
bem. Humor, pele, cabelo...
— Você é uma pervertida, hein?
— Sou e não nego. Mas agora, preciso tomar um banho.
Estou toda suada.
— Tá bom. Vou lá no estábulo ver o amor da minha vida.
Estou com tantas saudades.
— Você está falando da Estrela ou do Sebastian?
— E há diferença? — indagou ela, ao fechar a porta.
Será que só tem louco nesta família?!
Depois da minha conversa com a Melissa, fiquei curiosa para saber
se Thomas havia tentado entrar em contato comigo. Ao ligar o
celular, me surpreendi por não ter nenhuma mensagem ou ligação
dele. Eu não sabia se ficava aliviada ou preocupada. Afinal, de um
crápula é de se esperar qualquer coisa.
Aproveitei o ensejo e fui dar uma fuçada nas redes sociais do
cretino. Mas não vi nada fora do habitual. Ele estava fazendo o que
sempre fez: chope com os amigos, baladas, “jantares de negócios”.
E, em todas as fotos a mesma cena se repetia: ele sempre estava
acompanhado de belas mulheres, algumas até comprometidas.
Nunca mais vou me deixar enganar por um rostinho bonito e
um papo galanteador. Eu aprendi uma lição com tudo o que
aconteceu: atitudes valem mais do que palavras e promessas.
Desliguei o celular e desci para me encontrar com o resto do
pessoal. Durante o almoço as conversas ficaram por conta da
Melissa, Noah e Bertha. Vez ou outra, Benjamin e eu trocávamos
olhares, mas não passava disso. Era visível que ele ainda estava
chateado comigo, mas eu sabia que não demoraria para fazermos
as pazes, para estarmos nos amando outra vez.
Aproveitei a tarde para assistir a um filme e dormir um pouco.
Afinal de contas, toda mulher precisa de um tempo só pra ela.
Quando acordei, tomei um susto ao ver o cowboy dormindo
em minha cama. Ao seu lado, em cima da mesa de cabeceira, havia
uma caixa cheia de chocolates personalizados. Passei minha coxa
por cima do corpo do cavalão e estiquei o braço para pegar os
doces.
— Ai meu Deus! Que delícia! — gritei, ao sentir o sabor
pronunciado do chocolate e do licor de cacau. Era uma coisa de
outro mundo. O garanhão havia acertado em cheio. Aquilo era tudo
o que eu precisava.
— Sai de cima de mim, potranca — pediu Ben, sem abrir os
olhos. Ele estava deitado de bruços e eu sentada em cima de sua
bunda. Coloquei a caixa em cima da cama e me curvei para enchê-
lo de beijos e afagos.
— Obrigada, amor. — A última palavra escapuliu da minha
boca. Apesar de o amar como nunca pensei que seria possível, eu
ainda não havia declarado isto em voz alta.
De uma forma rápida e inesperada, Benjamin me virou
abruptamente, prendendo-me debaixo de seu corpo. Seu olhar
intenso estava compenetrado no meu, com uma voz rouca e sexy
ele pediu:
— Repete o que você falou. Eu preciso ter certeza de que
não estava sonhando.
— Obrigada, amor. — Repeti, com um sorriso no rosto. Não
tinha mais por que guardar aquela palavra só para mim. O mundo
inteiro precisava saber que Benjamin Parker era meu e eu era dele;
éramos um só, de corpo e alma.
— Caralho! Se eu soubesse que chocolate tinha o poder de
te fazer me chamar de amor, eu teria comprado a loja inteira —
declarou, beijando meus lábios e rosto. Depois, ele se deitou e me
puxou para junto de seu corpo. Eu podia escutar seu coração
batendo acelerado. O cowboy parecia nervoso, emocionado.
— Você ainda está chateado comigo? — perguntei baixinho,
passando a ponta dos dedos em seu bíceps.
— Saber que você me ama, fez desaparecer toda raiva que
eu estava sentindo. Nem lembro por que estava bravo.
— Eu não falei que te amo, apenas te chamei de amor. São
coisas diferentes — falei, segurando uma risada.
— É claro que você me ama, potranca. Está escrito na sua
cara, bobinha — proferiu, me enchendo de beijos e cócegas.
Cada momento ao lado do Benjamin era único. Ele tinha o
poder de transformar momentos simples nos mais belos e especiais.
À noite, revirei o closet à procura de uma roupa legal para
vestir, mas nada me agradava. Droga! Eu devia ter trazido mais
roupas. Acabei colocando um vestido preto, frente única e com
fenda atrás. Ao vesti-lo, me surpreendi ao notar como ele moldava
bem o meu corpo. Combinou perfeitamente com a maquiagem e
com a sandália metalizada.
Quando cheguei à sala, todos já estavam à minha espera.
Melissa estava deslumbrante em um vestido branco, justo e com
decote avantajado. Ela usava uma maquiagem simples e um batom
vermelho bem chamativo. Sebastian que se cuidasse.
— Nossa! — Os três irmãos falaram ao notar minha chegada.
Ben se aproximou do meu ouvido e falou em um sussurro:
— Você está tão gostosa nesse vestido, mas não vejo a hora
de te ver sem ele. — Seu comentário me deixou com a boceta
pulsando. Ele encostou seus lábios nos meus e me olhou de um
jeito lascivo.
— Odeio acabar com o momento romântico de vocês, mas
temos uma festa para irmos — proferiu Noah, pegando uma jaqueta
de couro em cima do sofá.
— Vocês vão com a gente? — perguntou Ben, olhando para
os irmãos.
— Eu vou — disse Melissa, com uma cara que ia aprontar
todas. Eu conhecia aquele olhar astuto.
— Eu vou de moto. Hoje eu não tenho hora para voltar pra
casa — declarou Noah, dando uma piscadela de olho para o
Benjamin.
— Vamos lá, então — disse o garanhão, pegando em minha
mão.
Sentei-me no banco do carona e Melissa no banco de trás.
Ben colocou um rock suave e pegamos a estrada. Olhei
rapidamente pelo retrovisor interno e vi minha amiga suspirando de
felicidade.
— Melissa, nunca te vi tão animada para uma festa. Por
acaso você tem algum paquera na cidade?
— Na… não, claro que não, amiga. Hoje é só uma noite
especial. — respondeu ela, gaguejando, visivelmente nervosa. Olhei
para o Ben e ele estava com o cenho franzido, pensativo.
— Vou ficar de olho em você, irmãzinha. Com esse pedaço
de pano que está usando, os peões vão cair matando em cima de
você.
— Eu não sou mais criança, Benjamin! — retrucou ela,
cruzando os braços, bufando de raiva.
— Eu sei. É exatamente por isso que tenho que ficar com os
olhos bem abertos. Tenho convicção de que, o que te fez ir embora,
tem nome e sobrenome.
— De onde você tirou isso? Tá louco? Eu fui embora porque
eu queria conhecer novas pessoas, trabalhar em uma grande
empresa, me realizar profissionalmente.
— Você vivia melancólica, começou a beber escondido, não
se alimentava direito. Além do mais, eu escutava o seu choro no
meio da noite. Só podia ser por causa de um amor não
correspondido.
— Chega, Benjamin! Não quero ouvir mais nenhuma palavra.
Minha ida para Nova York não tem nada a ver com paixão não
correspondida. Diacho! Será que eu não posso ter um dia de paz
nesta cidade?
Escutei a conversa dos irmãos em silêncio, eu não ia me
intrometer em um assunto familiar. Mas Melissa não me enganava.
A teoria do Ben tinha fundamento. Lembro-me de ela ter comentado
que já havia sofrido por amor. O dito cujo que quebrou seu coração
só podia ser do Texas; pois, ela nunca teve um relacionamento sério
em Nova York.
Chegamos à cidade por volta das onze da noite. Como no dia
anterior, atraímos muitos olhares, principalmente das mulheres. O
meu ciúme não passou despercebido.
— Calma, meu amor. Se você continuar apertando minha
mão assim, vai acabar fraturando meus dedos — disse o cowboy,
dando um sorriso sacana. Aquilo era só uma prévia do que eu
poderia fazer com seu querido pau, se ele desse “uma de Thomas”
para o meu lado.
— Vou ver se encontro algum conhecido. Não estou a fim de
segurar vela — anunciou Melissa, olhando aos arredores. Ela
parecia procurar por alguém. Quem quer que fosse, era o motivo de
ela estar no Texas.
— Cuidado com quem vai voltar para casa, Melissa. E não vá
se embriagar como de costume — advertiu Benjamin, demostrando
preocupação.
— Pode deixar, irmãozinho. Eu sei me cuidar. Além do mais,
tenho sempre um spray de pimenta na bolsa. Ai de quem se meter a
besta comigo — afirmou ela, gargalhando, misturando-se às
pessoas.
— Vamos dar uma volta, garanhão. — Eu queria beber,
dançar e mostrar para as raputengas que Benjamin Parker era meu.
Somente meu.
Depois de termos parado em algumas barracas e
experimentado várias comidas, avistamos o Jack e a Amy.
— Não acredito que vocês vieram! Como você está linda,
Lizzy — falou Amy, com um largo sorriso.
— Você também está, Amy. — Ela era uma das pessoas
mais legais que eu havia conhecido no Texas. Era uma amizade que
eu gostaria de manter por longos anos.
— Somos homens de sorte, Jack. Nossas mulheres são as
mais bonitas da festa — exprimiu Benjamin, batendo no ombro do
amigo.
— Vou comprar umas bebidas pra gente e volto rapidinho —
anunciou o cowboy, me dando um selinho.
— Lizzy, você se importa de ficar um pouco sozinha?
Gostaria de tirar minha bela esposa para dançar — perguntou Jack,
ansioso por minha resposta.
— Podem ir, pessoal. Vou ficar bem. — Assim que o casal
saiu, vi a Jane caminhando em minha direção. Estava demorando
para ela dar as caras.
— Vejo que a forasteira ainda não foi embora. Corajosa! Não
sei como o Ben ainda não se cansou de você, mas acredite, ele vai
enjoar logo, logo. Principalmente agora que a Susan voltou e fez
questão de sair espalhando por toda cidade que vai voltar com o
Benjamin. Estava pensando o quê? Que o bonitão ia cair de amores
por você? Pois, estava muito enganada, ninfeta — disse a cachorra,
rindo da minha cara.
— Quer levar outra surra, Jane? Acho que esfregar sua cara na
lama foi pouco. Mas nada me impede de fazer isso de novo.
— Só mais um aviso, queridinha: a Susan sempre consegue
o que quer. Não importa o que tenha que fazer para conseguir. Ela é
mais perigosa do que aparenta. Tome cuidado. — A vadia falou e
saiu gargalhando exageradamente.
Assim que a vadiene saiu, a Susan encostou. Elas só podiam
estar testando minha paciência.
— O Benjamin é um homem bem disputado, nova-iorquina.
Mas nem você, nem a idiota da Jane vão ficar no meu caminho.
Sabe por que estou sendo tão paciente com você? Porque eu sei
que só uma tonta largaria a vida agitada de Nova York para vir
morar em uma fazenda no Texas. E mais com um homem que tem
uma filha de outra mulher e que é tão selvagem quanto um animal.
— Eu estava no meu limite, me segurando para não saltar em cima
da cachorra e arrebentar sua cara deslavada. Duas putas em minha
cola já era de mais.
— Não é que todas as mulheres rejeitadas por Benjamin
resolveram me cumprimentar esta noite! Estou me sentindo tão
privilegiada — falei com ironia, dando um sorriso zombeteiro.
Foi maravilhoso ver a bruaca mudando o semblante ao notar
que suas palavras não tinham causado o efeito esperado. Refletindo
sobre nossa conversa da noite anterior, eu cheguei a uma
conclusão: a Susan ia tentar abalar o meu relacionamento com o
Benjamin, o meu emocional. Era evidente que ela não nutria
sentimentos pelo Ben. O seu interesse em reatar o casamento era
por causa dos benefícios financeiros que viriam juntos. Afinal, ela
precisava de dinheiro para manter seus luxos, sua boa vida.
— Aproveite enquanto pode, queridinha! Em breve vou
reassumir o meu posto de senhora Parker. E você vai ser só
lembranças — declarou, gesticulando com as mãos, fazendo uma
cara de desdém. Eu estava me segurando para não saltar em cima
da infeliz e arrebentar sua cara no calçamento. Seria um prazer
quebrar aquele narizinho empinado.
— A diferença é que de mim, o Benjamin vai ter lembranças
boas, já de você... — Nem precisei terminar a frase. A cobra se
afastou assim que viu o Ben se aproximando com uma cara nada
amigável.
— A Susan te importunou de novo, não foi? — perguntou o
cowboy, me olhando dentro dos olhos.
— As mulheres que já passaram por sua cama não estão
nada satisfeitas com a minha presença. Se dependesse delas, eu já
estaria longe daqui há muito tempo. — Peguei a cerveja e tomei um
gole. Eu queria que o álcool fizesse efeito logo e me deixasse
calma, leve e solta, pois minha paciência estava por um fio.
— O que importa é onde eu quero que você esteja — disse
ele, me agarrando pela cintura, tomando minha boca em um beijo
suave, apaixonado. Passei meus braços por seu pescoço e
aprofundei o beijo, arrancando gemidos do garanhão. Quando
percebi que o negócio estava esquentando, ou melhor, que a
barraca estava armando, me afastei imediatamente.
— Benjamin, quem é aquele homem que está conversando com a
Melissa? — perguntei, apontando o indicador na direção em que
eles estavam. O dito cujo estava de costas, mas o porte físico me
parecia familiar.
— Porra! É o Sebastian. Se eu visse esta cena antes de
saber que andaram atracando as línguas, eu acharia que não era
nada demais. Agora tudo faz sentido, as brigas, as implicações.
Diacho! Eles foram criados como irmãos. Como podem sentir
atração um pelo outro?
— Você falou certo. Foram criados como irmãos, mas não
são. Eles só precisam arrumar um jeito de se entenderem, parecem
cão e gato — falei, sem tirar os olhos dos pombinhos.
Vibrei por dentro quando o Sebastian pegou a Melissa pelo
braço e saiu puxando-a em meio à multidão. O cowboy parecia
furioso, indignado. O que será que tinha acontecido?
— Eles saíram juntos? — indagou Ben, ao notar que o casal
havia saído.
— Não. Cada um foi para um lado. — Menti, mas por uma
boa causa. Se houvesse sentimento entre minha melhor amiga e o
capataz da fazenda, eu queria que eles se acertassem de uma vez.
Se o Benjamin soubesse que o bonitão tinha, praticamente,
arrastado a Melissa para algum lugar daquela cidade, sabe Deus
para fazer o quê, uma guerra se iniciaria e tudo ia por água abaixo.
Quando o Jack e a Amy voltaram, resolvemos beber e jogar
conversa fora. Era gostoso estar entre amigos, mas minha vontade
era que o cavalão me arrastasse para um canto escuro e me
fodesse até que eu não aguentasse ficar em pé, que falasse
sacanagens em meu ouvido enquanto me fazia gozar em seu pau,
que gemesse rouco até estarmos ofegantes e completamente
saciados.
Enquanto eu pensava em sacanagens, Benjamin perguntou:
— Lizzy, o que acha de darmos uma volta?
— Eu adoraria — respondi, dando uma mordidinha no lábio,
apertando uma coxa na outra. Eu estava tão excitada que chegava
a doer.
O cowboy pegou em minha mão e começou a andar a passos
apressados. Eu não sabia onde ele estava me levando, mas
ficávamos cada vez mais afastados do local da festa. Quando
chegamos atrás de um prédio, ele me encostou na parede e me
beijou ferozmente.
Gemi contra seus lábios quando ele enfiou as mãos dentro do
meu vestido e puxou meu corpo para junto do seu, esfregando seu
pau contra minha boceta. Quanto mais nossos sexos se
friccionavam, mais molhada e excitada eu ficava. Eu tinha pressa
em senti-lo dentro de mim. Então, abri seu cinto e coloquei seu pau
para fora. Ao pegá-lo, senti o quanto estava duro e babado. Aquilo
repercutiu diretamente em minha boceta, ela pulsava e umedecia
em expectativa. Eu precisava sentir aquela tora me comendo, me
preenchendo, me fazendo feliz.
Vi quando o Benjamin enfiou a mão no bolso e pegou uma
embalagem brilhante.
— Camisinha? — perguntei surpresa. Era a primeira vez que
íamos transar com proteção. Que meu anticoncepcional não
falhasse.
— Não quero sujá-la de porra. — Ben rasgou a embalagem
com os dentes e cobriu seu mastro com o preservativo. Depois,
afastou minha calcinha para o lado e alisou minha boceta,
espalhando o líquido quente e espesso que escorria
abundantemente.
Gemi, quando ele suspendeu minha perna direita e me
penetrou sem cerimônias, entrando e saindo com força, faminto. A
cada investida, grunhidos roucos saiam de sua garganta, deixando-
me quente, arrepiada. Meus seios estavam inchados e doloridos, a
boceta vibrando, sugando-o com veemência. Enquanto ele me
comia gostoso, seus lábios devoravam os meus, abafando meus
gritos e gemidos.
— Ohhh... porra... que boceta deliciosa...
Levei minhas mãos até suas costas e pressionei minhas
unhas contra sua pele macia. Quanto mais prazer ele me
proporcionava, mais eu o arranhava, apertava seu corpo. Quando
Ben mordiscou meu lábio inferior e foi descendo em direção ao meu
pescoço, gemi alto, enlouquecida. Percebendo que ali seria o meu
fim, ele voltou a devorar minha boca. O cowboy me beijava na
mesma intensidade das arremetidas: rápido, com fome, com desejo.
— Olha as loucuras que você me faz cometer; fico fora de
mim, descontrolado — declarou, me virando de costas, fazendo-me
empinar a bunda.
Coloquei as duas mãos na parede, abaixei o tronco e abri um
pouco mais as pernas, ficando toda exposta para ele. Ao mesmo
tempo que estocava em minha fenda molhada, segurava em minha
cintura e estimulava meu clitóris inchado. Sentir sua mão quente e
habilidosa me tocando, fez um desejo absurdo crescer dentro de
mim. Então, deixei que a luxúria tomasse conta do meu ser, me
arrebatasse. Benjamin vendo meu estado, arremeteu ferozmente,
levando-nos ao ápice do prazer.
Foi rápido, mas intenso o suficiente para me deixar com as
pernas trêmulas, ofegante e com o corpo suado. Ben saiu de dentro
de mim e descartou o preservativo em uma lixeira que havia lá
perto. Em seguida, fechou a calça e afivelou o cinto. Enquanto isso,
eu baixei o vestido e arrumei os cabelos com as mãos. Logo depois,
voltamos para a festa.
— Demoraram, hein! — falou Amy, quando nos sentamos em
nossos lugares.
— Estávamos por aí comendo o que há de melhor na festa —
disse Ben, piscando o olho para mim.
— Sei — proferiu Jack, olhando de mim para o Benjamin.
Povinho da mente poluída!
— O que foi agora? Acham que estávamos nos pegando? —
perguntou o cowboy sério.
— Achamos. Não pensem que esqueci o episódio do bar —
confessou Amy, nos analisando de cima a baixo.
— Jack, essa sua mulher é muito desconfiada. Como é que
você aguenta, cara? Deus me livre!
— Não é um trabalho fácil, meu amigo. Mas depois de tantos
anos juntos, a gente aprende a lidar — falou Jack, fazendo-nos
gargalhar.
— Podemos saber qual é a graça? — indagou Noah, ao se
aproximar com a Melissa e o Sebastian. Cada um estava com uma
carranca mais feia do que o outro.
— Do quanto as mulheres são desconfiadas. Acabei de
perguntar ao Jack como é que ele aguenta a Amy. Oh, mulher
arisca! — confessou Ben, balançando a cabeça em negativa.
— Parece que isso é um mal que todas as mulheres têm —
proferiu Sebastian, visivelmente irritado.
— Se as mulheres desconfiam é porque tiveram seus motivos
— retrucou Melissa, olhando-o nos olhos, confrontando-o. Eu
precisava saber o que tinha acontecido. Minha curiosidade estava a
mil.
— A festa não está saindo como planejada. O melhor que eu
tenho a fazer é ir para casa. Tenham uma ótima noite — declarou o
capataz, tocando na aba do chapéu.
— Você me dá uma carona, Sebastian? — indagou Melissa,
olhando para o bonitão. Quando percebi que o Ben ia falar algo,
apertei seu braço, pedindo, implicitamente, que ele ficasse quieto.
— Querendo ou não, você também é minha patroa. Além do
mais, estamos indo para o mesmo lugar. — O que o bonitão tinha de
calado, também tinha de bruto.
Melissa estava fumaçando de raiva, mas ficou em silêncio.
Se o capataz falasse mais alguma coisa, era capaz dela tacar o
spray de pimenta na cara dele. Eu queria era ver o circo pegando
fogo.
— E aí, Noah, por que está tão quieto? Levou um fora, foi? —
perguntou Jack, tirando uma da cara do tatuado.
— Não, engraçadinho. Esperava ver uma pessoa esta noite,
mas ao que tudo indica, ela não veio à festa.
— Você esperando por uma mulher? Não são elas que
sempre ficam à sua espera, putão? — Jack continuou a provocar.
— Vai se foder, porra! Ela é diferente.
— Espero que não seja a mesma garota que estava com
você ontem, lá na lanchonete — falou Amy, tomando um pouco de
cerveja.
— Você é muito enxerida, Amy. Por que não vão cuidar da
vida de vocês, hein? — indagou Noah, aborrecido.
— Estou preocupada com a garota, Noah. Você já quebrou o
coração da metade das moças desta cidade. Pelo amor de Deus,
deixe aquela menina em paz. Ela já tem problemas de mais, não
precisa arrumar mais um — advertiu Amy.
— Vou ver se encontro uns amigos, mas fique sabendo que
não tenho intenção de causar problemas para meu anjo — afirmou
Noah. Pelo jeito que ele saiu, parecia se importar com a garota.
Será que o gostosão tinha sido fisgado?
Depois que o tatuado saiu, nos despedimos do Jack e da
Amy e seguimos rumo ao estacionamento. Antes de pegarmos a
estrada, Ben prendeu meu corpo contra a porta do carro, esfregou o
pau em minha intimidade e me beijou deliciosamente.
Quando chegamos a casa, o cowboy perguntou:
— Lizzy, você pode ir para seu quarto e me encontrar no meu
daqui a uns dez minutinhos?
— Claro — assenti, cheia de curiosidade. Deixei-o sozinho na
sala e segui para o segundo andar.
Ai meu Deus! Será que ele vai me penalizar por ter cavalgado
no Chocolate?
Enquanto esperava os dez minutos, mil e um pensamentos
passaram por minha mente. Assim que o relógio marcou o tempo
que o Benjamin havia me pedido, fui ao seu encontro. Dei duas
batidinhas na porta e entrei no cômodo.
— Feche os olhos, amor. — O cowboy se posicionou atrás de
mim, cobriu meu rosto com as mãos e começou a andar devagar.
— O que foi? Pra que todo esse suspense? — Eu não podia
ver o que estava acontecendo. Mas ouvia uma música romântica
tocando baixinho.
— Pode abrir os olhos agora, baby — anunciou, abrindo a
porta do banheiro.
— Meu Deus! Que coisa linda! — Pétalas de rosas, velas e
champanhe embelezavam o ambiente. Estava lindo, romântico,
perfeito. E, para completar, ele me entregou uma rosa vermelha e
disse:
— Uma rosa para a mais bela das flores. Aquela que veio
para embelezar e perfumar o meu jardim, que me fez enxergar o
mundo de uma forma diferente, que me fez amá-la desde o primeiro
instante, e mesmo sendo uma doida de pedra, não mudaria
absolutamente nada nela.
— O que deu em você para estar tão romântico? Prefiro a
versão ogro, pelo menos, não me faz chorar com tanta frequência —
falei, enxugando uma lágrima que caía contra minha vontade.
Ele serviu duas taças de champanhe, e após me entregar
uma, falou:
— Um brinde à mulher mais incrível que eu tive o prazer de
conhecer.
— E eu posso saber quem é essa mulher? — indaguei,
olhando-o de um jeito sexy, atrevido, enquanto deslizava minha mão
por seu peitoral rígido.
— É você, baby. Desde que apareceu em minha vida, tudo
tem mais sentido. Você é como os primeiros raios de sol depois de
uma noite tempestuosa. É como um arco-íris após uma chuva de fim
de tarde. É como a brisa fresca que toca meu rosto a cada manhã.
— Seria impossível não me apaixonar por você. — Envolvi
meus braços em seu pescoço e dei-lhe um beijo caliente.
Depois de saborearmos a bebida, nos livramos de nossas
roupas e entramos na banheira. Ficamos em silêncio por um tempo,
não era necessário falar nada, nossos olhares luxuriantes falavam
por si só. Aproveitei que nossos corpos estavam cobertos por
pétalas de rosas, e comecei a provocá-lo. Passei as pontas dos
dedos nas suas pernas, no interior das coxas, na virilha, em seu
pau.
— Você só pensa nisso, Elizabeth? Meu Deus! Acho que criei
um monstro.
— Você não quer comer minha bocetinha, cavalão? —
perguntei manhosa, intensificando a massagem.
— Oh... caralho! Claro que eu quero... ohhh... — ele gemeu,
quando comecei a masturbá-lo com meus pés. Era tão bom vê-lo
gemer e se contorcer ao sentir os movimentos em volta de seu
membro.
— Tá gostoso, garanhão? — perguntei, aumentando os
movimentos. O cowboy estava por um fio. Ele segurava nas bordas
da banheira, gemia e me olhava cheio de tesão. Vê-lo naquele
estado estava me deixando megaexcitada. Mesmo debaixo d’água,
eu sentia minha boceta toda melada, pegando fogo. De repente,
Benjamin segurou em minhas pernas e disse:
— Eu quero fazer amor com você lá na cama.
Benjamin se levantou, saiu da banheira e me pegou no colo.
Sem se importar por estarmos molhando o chão, ele começou a
caminhar em direção ao quarto. O cowboy me deitou sobre o
colchão e beijou cada pedaço do meu corpo, era como se estivesse
fazendo um mapa mental, demarcando seu território.
Depois de ter dado uma atenção especial aos meus seios,
ele abriu minhas pernas e me fez um delicioso e torturante sexo
oral. O contato de sua boca e língua em meu ponto sensível, fazia
meu corpo queimar, convulsionar de desejo.
Eu me contorcia, mordia os lábios e apertava os lençóis da
cama tentando conter os gemidos que insistiam em sair da minha
garganta. Vendo que eu estava prestes a atingir o ápice, Benjamin
se posicionou entre minhas pernas e me penetrou lento e
profundamente. Ele metia devagar, como em uma dança lenta e
sensual, como se quisesse prolongar o momento, as sensações.
Algo havia mudado, estávamos conectados de uma forma diferente.
O cowboy me olhou no fundo dos olhos, entrelaçou nossas
mãos e tomou minha boca em um beijo apaixonado. Naquele
momento, ficou claro que não estávamos transando ou fodendo,
estávamos fazendo amor. Ele afastou nossos lábios por um
segundo e falou com a voz gutural:
— Eu amo você, Elizabeth Collins.
Saber que o Benjamin também me amava, deixou-me imensamente
feliz. Naquele instante, quaisquer resquícios de dúvidas, medos e
desconfianças desapareceram. Dentro das suas esferas castanhas
eu podia ver quão verdadeiras eram as suas palavras. Ele não
falava só com a boca, mas também, com o olhar, com o corpo.
Estávamos conectados sobremaneira. A forma como ele me
penetrava e tocava em minha pele, fazia-me experimentar
sensações maravilhosas, extasiantes. Entre nós havia amor, entrega
e paixão.
Depois de nos amarmos, tomamos banho e nos deitamos de
conchinha. Estava tudo às mil maravilhas, até que, de repente, senti
uma palpitação no coração, acompanhada da lembrança do canalha
do Thomas.
Era só o que me faltava, estar nos braços do cavalão e
lembrar de coisas que eu deveria esquecer.
De toda forma, resolvi deixar os pensamentos negativos de
lado e tratei de me concentrar no homem maravilhoso que estava ao
meu lado. Aquele mau pressentimento devia ser só coisa da minha
cabeça, mesmo.
— Boa noite, amor — disse Benjamin, abraçando-me colando
ainda mais os nossos corpos.
— Boa noite, cowboy. — Eu já tinha me acostumado a dormir
ao seu lado, sentindo o calor do seu corpo, seu cheiro inebriante.
Mesmo que eu passasse poucos dias em Nova York, minhas noites
não seriam mais as mesmas, pois ele não estaria comigo.
Na manhã seguinte acordei radiante. Como só me restavam
mais dois dias em Austin, eu aproveitaria da melhor forma possível.
Eu queria passar um tempo com a Bia, me despedir dos cavalos,
ficar um pouco a sós com Benjamin, passear pela fazenda. Antes de
fazer qualquer coisa, eu iria tomar um delicioso café da manhã.
Afinal de contas, saco vazio não fica de pé.
— Bom dia, Bertha! — falei animada ao entrar na cozinha.
— Bom dia, menina — respondeu ela, enquanto olhava um
livro de receitas, sem me dar muita atenção.
— Onde estão todos? Já acordaram?
— O Ben saiu para cavalgar. Melissa, Noah e Bia foram à
cidade. Disseram que não os esperássemos para o almoço. Vão se
entupirem de porcarias, isso sim. Não sei qual daqueles três é mais
criança. — Segurei uma risada e comecei a me servir. Quando dei
por mim, já tinha uma montanha de comida no prato. Bertha parou
de folhear o livro e disse:
— Que apetite, hein! O Benjamin está acabando com você —
declarou ela, gargalhando em seguida.
— Não fale assim, Berthinha. Além da sua comida ser
deliciosa, eu como descontroladamente quando estou ansiosa.
Estou com os nervos à flor da pele só de pensar que vou viajar
depois de amanhã. Portanto, minha fome não tem nada a ver com o
garanhão.
— Diferente de você, o Benjamin não comeu quase nada.
Coitado, quando encontrou o verdadeiro amor, serão separados
pela distância. Parece até ironia do destino.
— Eu sei. Mas nem tudo acontece do jeito que queremos. Eu
tenho minhas responsabilidades em Nova York. Não posso largar
tudo de uma hora pra outra. Eu sou uma destrambelhada, porém
quando o assunto é minha vida profissional, eu dou o meu melhor.
Além do mais, eu devo muito ao meu chefe; não posso deixá-lo na
mão antes de conseguirmos uma pessoa para me substituir.
— Caso decida voltar, não demore muito. O Benjamin ama
você, Lizzy. Ele sempre foi intenso, dedicado, quando gosta de uma
coisa mergulha de cabeça, e eu sempre soube que quando ele se
apaixonasse não seria diferente.
— Por que você está me contando isso, mulher? —
perguntei, enquanto regava minha panqueca com calda de mirtilo.
— Porque essas paixões são as melhores, mas são também,
as que mais machucam.
— Eu não quero machucar o Benjamin e muito menos ser
machucada. Eu não suportaria ter meu coração quebrado mais uma
vez. Quem sabe eu volte antes do que você imagina — declarei,
sorrindo pra ela.
— Espero que isso aconteça mesmo. Você e o Benjamin
foram feitos um para o outro. Não perca a oportunidade de serem
felizes. Um amor como o de vocês só se tem uma vez na vida —
concordei com um menear de cabeça, mas não falei nada. Antes
que eu terminasse de comer, Sebastian entrou na cozinha e falou:
— Lizzy, tem um cara lá fora à sua procura. Peço para ele
entrar?
— Quem é? — indaguei curiosa. Quem poderia estar a minha
procura?
— Eu não o conheço. Mas pelo carro e pelas vestimentas
não é dessas bandas. Quer que eu diga que você não está?
— Não. Eu vou ver quem é. Só pode ser um engano.
Obrigada por avisar. — Quando cheguei do lado de fora da casa,
não acreditei no que meus olhos estavam vendo.
O cara a quem Sebastian se referia era o Thomas. O
desgraçado estava encostado em um carro esportivo, de braços
cruzados, vestia camisa social dobrada na altura dos cotovelos e
usava sapatos italianos. Quando me viu, deu o seu melhor sorriso e
veio ao meu encontro como se nada tivesse acontecido.
— Meu amor, que bom que te encontrei. — O desgraçado foi
logo me abraçando, selando sua boca imunda na minha. Fiquei
atônita com o descaramento do homem que um dia fui apaixonada.
Se eu tivesse um taco de beisebol em mãos, quebraria o carro e a
cara do cretino sem me importar com as consequências.
— O que diabos você está fazendo aqui, Thomas? —
vociferei, cheia de ódio, indignada. Como ele tinha tido a coragem
de ir atrás de mim depois de tudo que eu tinha falado?
— Eu vim te buscar, meu amor. Eu disse que não ia desistir
de você, do nosso amor. Eu quero me casar com você, Lizzy. —
Sem que eu esperasse, ele se ajoelhou e tirou uma caixinha de
veludo do bolso. E, em um ato involuntário e impensado, levei
minhas mãos à boca. Perplexidade me definia naquele momento.
Eu tinha sonhado tanto com aquele dia, feito tantos planos. Porém,
nada daquilo fazia mais sentido para mim.
— Case-se comigo, Elizabeth. Esqueça o que aconteceu;
ainda podemos ser felizes. Prometo que não vou mais te
decepcionar. Eu amo você, meu amor. Esse não era o seu sonho,
construir uma família? — Ele pegou um anel com um diamante
enorme e enfiou no meu dedo anelar. Fiquei boquiaberta. Não
consegui dizer uma palavra sequer. Ele se levantou e segurou em
meu rosto com as duas mãos e uniu nossos lábios. Não consegui
esboçar nenhuma reação. Permaneci inerte diante de toda aquela
encenação do Thomas. De repente, escutei uma voz esbravejando
atrás de mim:
— É por isso que você não quer ficar, não é? Veio até o
Texas transar com o primeiro cowboy que aparecesse pela frente,
só para se vingar do seu namoradinho? Era como eu imaginava:
você não passa de uma patricinha mimada. Usou-me para realizar
seus desejos e fantasias sexuais. Agora vai voltar para Nova York,
noiva desse playboyzinho de merda. Parabéns, Elizabeth Collins!
Você não passa de uma vadia. — Engoli em seco com toda aquela
enxurrada de acusações infundadas. Meu coração começou a bater
descontrolado, parecia que ia sair pela boca. Aquele foi o pior
momento para o cowboy aparecer. Virei-me rapidamente e me
apressei em dizer:
— Benjamin, não é o que você está pensando. Não fui eu
que chamei o Thomas aqui. Isso não passa de um mal-entendido,
meu amor.
— Eu não estou pensando nada, Elizabeth. Eu vi com meus
próprios olhos. Só espero que não tenha tentado me dar o golpe da
barriga, porque desta vez não vai funcionar. E caso esteja
carregando um filho meu, eu farei de tudo para tirá-lo de você.
— Cara, não fale assim com a Lizzy. Quem você pensa que
é? — falou Thomas, na minha defensiva, pondo-se em minha frente.
— Cala a porra da boca, caralho! Quero os dois fora das
minhas terras imediatamente — esbravejou o cowboy, andando em
direção à casa. Em seus olhos eu via um misto de raiva e decepção.
Ele parecia devastado, com o coração partido ao meio.
— Ben, vamos conversar. Você entendeu errado. Eu não
tenho nada com aquele idiota. Eu nem sei como foi que ele me
encontrou aqui.
— Não venha com explicações, senhorita! Arrume suas
coisas e vá embora, antes que minha filha e meus irmãos voltem.
Não dificulte as coisas. Não quero te ver nunca mais. Faça um favor
para nós dois: esqueça que um dia me conheceu, pois eu farei o
mesmo com você. — A essa altura, lágrimas rolavam por meu rosto.
Meu coração doía tanto, que sentia como se estivesse sendo
arrancado do meu peito.
— Eu amo você, Benjamin. Por favor, acalme-se. Não faça
isso comigo, com a gente! O Thomas é passado. No meu coração
só há espaço para você, meu amor — falei, tentando me aproximar,
mas ele me afastou.
O cowboy estava arrasado, mas não daria o braço a torcer,
era orgulhoso de mais para isso. Eu estava sofrendo em dobro: por
mim e por vê-lo naquele estado. Não merecíamos terminar daquele
jeito. Um sentimento de perda me engolfava, deixando-me sem ar.
— Acabou, Lizzy. Case-se com ele e não me procure mais.
Nem ligue para esta casa. Não quero ver minha filha sofrendo por
sua causa. Você quebrou meu coração da pior forma possível. Eu
vou te arrancar daqui — disse ele, batendo com o punho fechado,
do lado esquerdo do peito. Ódio, raiva e desprezo estavam
estampados em seu rosto. Eu o tinha perdido para sempre.
— Não diga isso, Benjamin. A raiva não está te deixando ver
as coisas com clareza. Eu amo você, seu idiota. Eu nunca te trairia.
— Consegui dizer, entre um soluço e outro.
— Foi um erro deixar você entrar em minha vida, entregar
meu amor a você. É por isso que você foi relutante em ficar aqui
conosco. Eu te odeio com todas as minhas forças, Lizzy. Vá embora
e não volte nunca mais. O que eu sentia por você morreu quando te
vi beijando aquele filho da puta.
A dor que senti quando vi o Thomas me traindo não chegou
nem perto da dor que senti ao ouvir Benjamin proferindo aquelas
palavras. Um nó se formou em minha garganta, impedindo-me de
respirar direito. Eu estava destroçada, sem chão.
— Você tem certeza de que é isso que quer, Benjamin?
Porque se eu sair por aquela porta, nunca mais volto a te procurar.
— Tenho — disse ele, travando o maxilar, com os punhos
fechados.
Dei um menear de cabeça e subi para o quarto aos prantos.
Subi para o quarto aos prantos. Ao entrar no cômodo, encostei-me
na porta e enxuguei as lágrimas que escorriam abundantemente.
Respirei fundo, coloquei minha mala em cima da cama e joguei
minhas coisas dentro dela. Antes de sair, dei uma última olhada no
quarto, lembrando dos maravilhosos momentos em que passamos
juntos ali.
Em seguida, desci para me despedir da Bertha. A governanta
chorava tanto que soluçava.
— É uma pena que tenha acontecido essa tragédia. Eu sinto
muito, Lizzy — disse ela, dando-me um abraço apertado.
— Acho que não nasci para o amor, Bertha.
— Não diga isso, menina. Benjamin é um cabeça-dura, mas
tenho certeza de que vocês ainda vão se entender. O destino dará
um jeito de unir vocês mais uma vez. Um grande amor não pode
acabar assim. Por que o estúpido do seu ex-namorado tinha que
aparecer logo agora? Como foi que ele te encontrou aqui?
— Ele deve ter ouvido a Melissa conversando comigo ao
telefone. Mas isso não tem importância, o Benjamin deveria confiar
em mim.
— Não dê crédito ao que aquele teimoso falou, Lizzy. Ele
estava de cabeça quente, não estava pensando direito. Foram
palavras duras, mas sei que foram da boca pra fora. Ben te ama,
menina. Você sabe disso — disse ela, segurando em minhas mãos.
— Adeus, Bertha. Tenho que ir. Diga a pequena que eu
nunca vou esquecê-la. Que eu a amo e que ela sempre vai ter um
lugar especial no meu coração.
— Se pelo menos tivesse alguém aqui para te levar até à
cidade, você não precisaria ir com aquele canalha.
— Não se preocupe. Vou com ele até o aeroporto. De lá,
cada um segue seu rumo. — Dei mais um abraço na governanta,
peguei minha mala e caminhei até o carro.
Olhei ao redor, na esperança de que o Benjamin voltasse e
me pedisse para ficar. Mas ele não apareceu. Entrei no carro e
acenei para a mulher que eu havia aprendido a admirar. Ela estava
arrasada.
— Você está bem? — perguntou o cara de pau do Thomas.
— Você arruinou minha vida duas vezes em menos de quatro
meses e ainda pergunta se eu estou bem?
— Desculpe-me. Eu só não queria te entregar de bandeja pra
aquele cara. Eu tenho o direito de lutar por você, pois ainda te amo.
— Deixe-me no aeroporto, por favor. Quero voltar para casa
ainda hoje. — Nem forças para brigar com ele eu tinha. Eu só queria
sofrer em paz, ficar sozinha.
— Eu comprei as duas últimas passagens com voos diretos
para Nova York. Caso decida voltar comigo, embarcaremos em duas
horas. — O cretino já havia planejado tudo.
— Tudo bem. Eu preciso ir embora do Texas o quanto antes.
Não há mais nada que me prenda a este lugar.
Como eu pude ser tão idiota, passei quase três semanas vivendo
uma farsa. Era como eu pensava, Elizabeth é uma garota metida,
que veio ao Texas atrás de uma aventura. Depois que realizei seus
fetiches sexuais, levei um belo pé na bunda.
Por que diabos eu fui entregar meu coração tão rápido?
Onde eu estava com a cabeça quando achei que uma garota
jovem, linda e cheia de sonhos ia largar Nova York para se prender
a um fazendeiro onze anos mais velho e, ainda por cima, pai
solteiro? Eu não passei de um fantoche nas mãos daquela peste.
Ainda bem que resolvi voltar para casa mais cedo.
Se ela ainda o amava, por que me deu esperanças? Por que
disse que estava apaixonada por mim? Elizabeth não tinha o direito
de quebrar meu coração da forma como fez.
O pior é que eu estava disposto a esperá-la pelo tempo que
fosse necessário. Eu tinha esperança de que a Lizzy voltaria para
mim, que nos casaríamos na próxima primavera, que seria a mãe
dos meus filhos. Mas meus sonhos foram destruídos, foram por ralo
abaixo.
Eu tenho dedo podre para mulheres, mesmo.
Eu estava tão possuído pela raiva, que minha vontade era
sair quebrando tudo que havia na casa. Mas para evitar maiores
problemas, eu me controlei. E como fica a minha princesa nessa
história toda? Porra! Elizabeth foi o que a Bia teve de mais próximo
de uma figura materna. Como é que eu vou explicar para ela que
seu desejo de ter uma mãe foi pelos ares?
Perdi a cabeça ao ver aquele verme beijar a potranca e
colocar um anel em seu dedo. Meu coração estava sangrando,
doendo pra cacete. De todas as dores que eu já senti na vida,
aquela foi, sem sombra de dúvidas, a que mais me fez sofrer. Tudo
seria mais fácil se eu não a amasse profundamente. Eu podia gritar
aos quatro ventos que a odiava, mas a quem eu queria enganar?
Da janela do quarto eu vi quando a diaba entrou no carro e
acenou para a Bertha. As lágrimas que eu vinha segurando
começaram a cair abundantemente. Eu queria que aquela dor
passasse. Eu queria um alívio para minha alma. Nem quando a
Susan me traiu diante de toda a cidade, eu fiquei tão devastado.
Caralho! Lizzy estava indo embora com outro homem. Eu nunca
mais ia vê-la, tocá-la, beijá-la...
Não aguentei ver o carro se afastando e tive um ataque de
fúria. Eu podia ir atrás da mulher que eu amava, mas eu tinha uma
dignidade a zelar. Ódio e desespero foram crescendo dentro de
mim. Comecei a gritar e a quebrar tudo que tinha dentro do quarto.
Quando não havia mais nada para ser arremessado na parede, me
sentei no chão e chorei feito uma criança.
Para de chorar, porra! Desde quando você derrama lágrimas
por um rabo de saia?
— Benjamin, está tudo bem? Eu posso entrar? — perguntou
Bertha, do outro lado da porta. Minha governanta me conhecia como
a palma da sua mão. Ela sabia que eu estava em frangalhos. Que
nunca mais seria o mesmo.
— Quero ficar sozinho, Bertha. Eu só preciso de uma garrafa
de uísque. Você pode deixar uma aí em frente à porta? — pedi,
enxugando as lágrimas na barra da camiseta.
— Ainda dá tempo de você ir atrás da Lizzy, menino. Você
devia ter acertado um soco na cara daquele cretino. Só pelo
atrevimento dele ter vindo aqui.
— E desde quando você é adepta a violência, mulher?
— Eu viro uma leoa quando mexem com um dos meus filhos.
Você e seus irmãos podem não ter nascido de mim, mas os criei
como meus. E como uma mãe, eu quero o melhor para vocês.
Levanta essa bunda do chão e vá atrás de sua mulher e daquele
cretino. Mesmo que não fiquem juntos ou que ela não te perdoe
agora, Lizzy merece um pedido de desculpas. Eu não te criei para
ser um escroto.
— Porra, Bertha! Eu não quero matar aquele desgraçado.
— Não precisa matar, criatura. Uma boa surra está de bom
tamanho. O cara vem aqui, pede sua mulher em casamento, leva
ela embora e você não vai fazer nada? Pelo amor de Deus, reaja,
homem. Aquela garota te ama. Ela não quer nada com aquele
imbecil. Lizzy errou por não ter conseguido reagir às investidas
daquele safado, mas você também errou quando disse aquele
monte de asneiras para ela.
— Você queria que eu agisse como, Berthinha? — retruquei
em um resmungo.
— Eu vi tudo o que aconteceu, Benjamin. Era visível que a
menina estava em estado de choque. Ela sequer correspondeu ao
beijo. Aconteceu tudo muito rápido, não deu nem tempo da coitada
tomar uma atitude. Nessas horas, cada pessoa reage de uma forma
diferente. E mais ela que foi traída, sofreu o pão que o diabo
amassou e, quando estava reconstruindo sua vida, o diabo ressurge
das profundezas do inferno só para atanazá-la, tirar-lhe o sossego.
Eu não estava gostando nada do rumo daquela conversa.
— Sabe o que ela estava me dizendo antes daquele canalha
chegar?
— Isso não importa mais, Bertha. Ela já foi embora. Acabou
— falei fungando o nariz. Meus olhos estavam ardendo pra caralho
e a visão embaçada por causa do choro.
— Claro que importa, seu tonto. Ela estava me dizendo o
quanto te ama, que não podia pedir demissão antes que o chefe
encontrasse outra pessoa para substituí-la. Você sabe o que isso
significa, não é?
— Diacho, mulher! Ela vai achar que sou um bipolar, que não
tenho palavra.
— É isso que o amor faz, Benjamin. Nos faz agir feito idiotas,
perder a cabeça, voltar atrás em decisões. Mas e daí? O que você
não pode fazer é ficar parado feito uma estátua.
— Porra! — Eu podia ser um bicho do mato, mas nunca tinha
machucado tanto uma mulher com palavras. Eu tinha vacilado feio
com a Lizzy. Eu só queria que ela sentisse a dor que eu estava
sentindo, que sofresse junto comigo.
Desci as escadas às pressas, peguei as chaves da
caminhonete e fui atrás da mulher da minha vida.
Pisei fundo no acelerador e sorri feito um idiota ao avistar o
conversível vermelho.
— Encosta, porra! — gritei ao parear os carros atraindo
atenção do Thomas e da Lizzy. Vendo quem era o motorista, o
desgraçado aumentou a velocidade do carro. Não perdi tempo,
aumentei a velocidade do meu também. No entanto, logo tive que
maneirar no acelerador. Pois, Adam, o cuidador dos cavalos, vinha
em sua caminhonete, buzinando sem parar, impedindo-me de
avançar. Depois que o moleque passou, apertei o volante e voltei
para ao que estava fazendo.
— Você quer nos matar, seu idiota? — gritou Lizzy olhando
em minha direção.
— Encosta! — gritei mais uma vez, buzinando
insistentemente.
— Para esse carro, Thomas! Não está vendo que esse louco
vai se matar ou acabar nos matando — bradou Lizzy, cheia de raiva.
Quando o infeliz parou o carro no acostamento, desci da
caminhonete e fui até onde eles estavam.
— O que você quer, cara? Ainda não se conformou que
perdeu? — disse o filho da puta do playboyzinho.
— Cala a porra dessa boca! — Lizzy e eu falamos em
uníssono.
— Perdoe-me, amor. Eu não queria dizer aquelas coisas. Eu
perdi a cabeça. Eu não suportei ver esse cretino com as mãos em
você. Coloque-se no meu lugar.
— Soque suas desculpas no rabo, Benjamin. Sabe o que
mais me magoou de todas as merdas que você falou? Ser
comparada com aquela vaca da sua ex-mulher. Isso foi a gota
d’água para mim. Eu quero é que você vá se foder.
— Por que você deixou esse escroto te beijar? Por que
caralho você está indo embora com ele, Elizabeth?
— Você queria que eu fizesse o quê? Que ficasse lá me
humilhando para você? Mendigando por seu amor? Eu não preciso
disso, Benjamin. Eu tenho amor-próprio. No final das contas, a
Susan conseguiu o que queria, não é?
— Do que você está falando? O que a Susan tem a ver com
esse imbecil ter vindo atrás de você? — perguntei, desviando o
olhar para o filho da puta.
— Ela enviou um e-mail para esse idiota aqui, dizendo que
era minha amiga e que sabia onde eu estava. Até o aconselhou a
me reconquistar. Agora ela tem o caminho livre para te reconquistar,
fazer o que quiser com você. — Era para eu ter desconfiado que
tinha dedo da Susan naquilo tudo.
O que aquela infeliz estava pensando? Que só pelo fato de
ser a mãe da minha filha eu deixaria essa história pra lá? Vou fazê-
la pagar caro por ter se metido onde não foi chamada.
— E você vai deixá-la sair vencedora nessa história,
Elizabeth? O que está acontecendo? Você não é de entregar os
pontos dessa maneira.
— Eu não estou nem aí para aquela lambisgoia, mas para a
forma como você me tratou. Eu nunca fui tão humilhada em toda
minha vida. Você pisoteou meu coração, Benjamin — disse ela, com
lágrimas nos olhos.
— Se conforme, cowboy. A Lizzy é minha. Sempre foi. Você
não passou de um fetiche. Muitas mulheres fantasiam em trepar
com peões de mãos calejadas como as suas. Mas a Elizabeth
prefere sentir o toque suave de minhas mãos sobre sua pele macia.
— Aquilo foi o suficiente para eu arrastar o cretino de dentro do
carro e socar sua cara até ver sangue espirrando para todos os
lados. Eu tentei não agir com violência, mas o desgraçado não
estava facilitando as coisas. Ele sabia como provocar minha ira.
Apesar do safado não ser tão forte, ele era bom de briga.
Dava para ver que ele praticava algum tipo de luta, pois sabia onde
golpear, como se defender. Enquanto rolávamos no barro, brigando
feito dois galos de briga, escutamos o roncar do motor do carro. No
mesmo instante, paramos de nos socar e ficamos olhando o que a
desmiolada ia fazer.
Meu Deus! Elizabeth, raiva e um conversível não era uma
boa combinação.
Olhei para o retrovisor, e a vi nos fuzilando cheia de ódio. Ela
estava muito magoada comigo. A diaba colocou o rosto para fora do
carro e vociferou:
— Vão se foder, seus babacas egoístas! Vocês são dois
infantis.
— Não me deixe nesse fim de mundo, Lizzy! — gritou o
mauricinho, cambaleando em direção ao carro.
— Precisamos conversar, Elizabeth. Fique, por favor. Eu sei
que vacilei com você, mas caralho... eu te amo mais que minha
própria vida. Além do mais, você está nervosa demais para sair
dirigindo. Eu te imploro, amor, volte para casa comigo. Depois que
colocarmos tudo em pratos limpos, você decide se vai ou se fica. Eu
vou respeitar suas decisões; seja lá quais forem. Eu prometo.
— Vai se ferrar, Benjamin! Você acha que pode me
esculachar, me expulsar da sua casa e eu vou voltar com você
como se nada tivesse acontecido? Eu sei que você está
acostumado a ter um monte de desesperadas atrás de você, mas eu
não tenho nenhuma vocação para isso, meu querido. Eu quero é
que vocês dois se explodam. E mais uma coisa, nem pense em vir
atrás de mim. Você só pioraria as coisas.
Lizzy jogou o anel de noivado em nossa direção e saiu
cantando pneu. A maluca saiu tão rápido, que um rastro de poeira
subiu estrada afora. Que ela não encontrasse ninguém pelo
caminho, nem se matasse.
— Desgraçada! Eu não acredito que ela me deixou nesse fim
de mundo sem documentos e sem celular. — Como é que ele
ousava a chamar minha mulher de desgraçada bem na minha
frente?
Fui pra cima do infeliz mais uma vez e dei-lhe um soco bem
forte no meio da boca. Ele não resistiu ao golpe e foi ao chão. Além
de estropiado, ele ia voltar para Nova York banguela.
— Você quebrou meu dente, seu animal. Eu vou te processar
por isso — berrou ele, cuspindo sangue em seguida.
— Nos vemos no tribunal, então — falei, indo em direção ao
meu carro.
— Eu posso ser um cretino filho da puta, mas nunca falaria
aquelas merdas pra Lizzy. Você não sabe o quanto ela é opiniosa.
Elizabeth nunca vai te perdoar, cowboy — declarou o infeliz, rindo
da minha cara.
— Para sua informação, eu não só vou conseguir o perdão
da Lizzy, mas me casarei com ela e faremos muitos potrinhos.
— Se eu fosse você não ficaria tão confiante — completou o
idiota.
Andei até a caminhonete me sentindo um fracassado. Eu
havia deixado escapar a única mulher que tinha feito meu coração
errar as batidas.
— Droga, droga, droga! — falei, socando o volante do carro.
Lizzy não irá me perdoar tão fácil, teimosa do jeito que é.
Segui para casa arruinado. Eu precisava de um plano para
conseguir minha potranca de volta.
— Ela te perdoou? — questionou minha governanta, ao me
ver entrando na sala.
— Lizzy não quer saber de mim, Bertha. Mas fiquei feliz por
ela ter deixado o playboyzinho no meio da estrada só com a roupa
do corpo. E, no estado em que eu o deixei, vai ser sofrido chegar à
cidade — declarei, esboçando um sorriso.
— Eu tenho certeza de que vocês vão se acertar. Mas dê um
tempo pra ela esfriar a cabeça, pensar em tudo com calma. Agora
vá limpar esse ferimento em seu nariz, está bem? — disse minha
governanta, dando batidinhas no meu ombro. Dei um menear de
cabeça e segui para o andar de cima.
Ao entrar no quarto, me dei conta do quanto tinha perdido a
cabeça. O cômodo parecia uma zona de guerra. Havia cacos de
vidro, objetos de decoração e roupas espalhadas pra todo lado. Eu
estava me odiando por ter perdido o controle daquela forma. Apesar
de ter um gênio difícil, eu nunca tinha chegado ao extremo.
É isso que Elizabeth faz comigo: desperta o melhor e o pior
que há em mim.
Tirei minha roupa e entrei debaixo do chuveiro. Enquanto
deixava água fria lavar meu corpo, pensei na diaba. Pensei em
como ela alegrava minha vida, como seu jeito sensual e petulante
me desconcertava, tirava do sério, seduzia.
Será que um dia Elizabeth me perdoará por ter sido um
escroto? Por não ter escutado suas explicações? O que será que
aconteceu de tão grave para fazê-la travar em um momento como
aquele?
Por mais que eu tivesse prometido a mim mesma que não queria
nada além de sexo, Benjamin entrou em minha vida como uma
avalanche. Ia levar um tempo até que meu coração curasse, mas
diferente da última vez, eu não iria ficar chorando pelos cantos,
sofrendo por quem não me deu o devido valor.
Com lágrimas nos olhos, peguei a estrada rumo ao aeroporto.
Estava sendo doloroso deixar Austin naquelas circunstâncias. Eu
tinha ido ao Texas para me recuperar de um relacionamento
fracassado e estava voltando para Nova York com o coração
dilacerado.
As palavras do Benjamim ainda martelavam em minha
cabeça. O fato dele ter ido atrás de mim e pedido perdão, não
amenizou a dor que eu estava sentindo. Eu podia até perdoá-lo
quando a raiva passasse, mas com toda certeza, não voltaria a
procurá-lo. Se ele era opinioso e de gênio forte, eu tinha vergonha
na cara.
Claro que eu tinha uma parcela de culpa em toda aquela
confusão, mas se ele estava pensando que podia me esculhambar,
me acusar de interesseira e eu o perdoaria tão fácil, estava muito
enganado.
Eu só tinha paralisado daquele jeito quando perdi meus pais
em um acidente de carro. Quando vi o Thomas se abaixar e enfiar a
porra daquele anel no meu dedo, tive uma espécie de
entorpecimento emocional. Eu não consegui reagir da forma como
deveria. E, como no dia do acidente, meus olhos ficaram fixos na
cena traumática, deixando-me dispersa do que acontecia ao redor.
O estresse acumulado e a tensão proporcionada por aquela
situação, deixou-me anestesiada, fora de mim. Eu estava me
sentindo uma derrotada por não ter sido capaz de ser eu mesma
diante de uma situação como aquela. Em circunstâncias normais, eu
teria esmagado as bolas daquele cretino e feito picadinho de seu
pau mixuruca. Mas era tarde demais para chorar pelo leite
derramado.
Ao chegar ao aeroporto, deixei o carro no estacionamento e
fui averiguar se ainda tinha voos para Nova York. Para minha
felicidade, consegui comprar uma passagem com conexão.
Demoraria um pouco mais para chegar ao meu destino, mas eu só
queria ir embora, me refugiar no aconchego do meu lar.

[...]

Assim que cheguei a casa, larguei a mala no quarto e fui


tomar uma ducha. Após o banho, saí a procura de algo para
acalmar meu estômago. Minha última refeição tinha sido o café da
manhã. Na hora do almoço, até tentei comer, porém, o nó que tinha
em minha garganta não deixou passar absolutamente nada.
Como minha geladeira estava vazia, peguei o telefone e pedi
uma pizza. Enquanto o jantar não chegava, abri uma garrafa de
vinho e me sentei na varanda. E, mais uma vez eu estava sozinha,
sofrendo por amor.
Jantei admirando a vista, sentindo o vento frio bater em meu
rosto, pensando na vida. Era hora de recomeçar, deixar que as
feridas cicatrizassem.
No dia seguinte acordei cedo, tomei um banho e vesti uma
roupa de ginástica. Comprei um expresso no café da esquina e fui
fazer uma caminhada.
Depois de me sentir cansada e suada o suficiente, voltei para
casa. Tomei mais uma ducha e fiz uma lista de compras. Afinal, a
geladeira e a despensa não se abasteceriam sozinhas.
Eu estava prestes a sair quando começaram a tocar a
campainha insistentemente.
— O que está fazendo aqui, Melissa? Você não devia estar
em Austin? — perguntei ao abrir a porta.
— Como é que eu poderia ficar no Texas sabendo que você
tinha vindo embora. E, ainda por cima, dirigindo um conversível. Eu
não sou nem um exemplo a ser seguido, mas você corre demais,
criatura. Deixa qualquer piloto de corrida comendo poeira. Fiquei
com o coração na mão, com medo que te acontecesse algo. E, para
completar, tentei te ligar, mas só caía na caixa postal. Como é que
você faz uma coisa dessas comigo, Lizzy?
— Eu estou inteira, Melissa. Eu dei uma testada no motor,
não vou mentir, mas tomei os devidos cuidados.
— O Benjamim me contou o que aconteceu. Você vai voltar
com ele, não é?
— Eu preciso de um tempo comigo mesma, sabe? Estou
cansada de ter meu coração pisoteado. Não quero saber de homem
tão cedo.
O seu irmão me falou coisas horríveis, mandou eu arrumar
minhas malas e vir embora. Caramba! Ele sequer me deu o
benefício da dúvida. Mas não se preocupe, eu não vou definhar
como da última vez. Eu estou amargurada demais para isso.
— Benjamin vacilou feio com você, Lizzy. Porém, eu tenho
que confessar uma coisa, fiquei decepcionada por você não ter feito
omelete com as bolas daquele engomadinho filho da puta. Mas não
se preocupe, eu já dei um jeito nisso — confessou ela, na maior
tranquilidade.
— O que você fez, Melissa? Eu não vou te ajudar a esconder
o corpo do Thomas não, hein!
— Eu o deixei arquejando, mas acho que vai sobreviver. Se
ele morrer depois disso, não é culpa minha. — Que ela não tivesse
matado o traste, pois eu seria a principal suspeita. No dia seguinte,
minha foto estaria estampada nos principais jornais com a seguinte
legenda: “Mulher esmaga as bolas do ex-namorado ao descobrir
uma traição. Ele não reagiu aos ferimentos e morreu ainda no local.”
— Amiga, você tinha que ver a cara do safado quando eu dei
uma joelhada bem no meio de seus países baixos. Oh céus! Eu
senti um prazer tão grande ao vê-lo sofrer, que acho que gozei.
— Você é louca, Melissa? E, por acaso, pensou nas
consequências dos seus atos?
— Eu só fiz o que tinha que ser feito, Lizzy. Não era de hoje
que eu tinha vontade de fazer uma omelete com as bolas murchas
do engomadinho. E ainda o deixei sobreaviso: da próxima vez que
se meter entre você e o Benjamin, eu arranco o pau dele fora.
— Se eu não soubesse que você e o Thomas se odeiam,
diria que existe um amor reprimido entre vocês.
— Cruzes! Olha o tamanho da besteira que acabou de sair de
sua boca, mulher! Eu não ficaria com aquele imbecil nem que ele
fosse o último homem na face da terra — declarou ela, benzendo-
se.
— Estou indo no supermercado, quer ir junto? — perguntei,
pegando minha bolsa em cima do sofá.
— Claro que vou! Também estou precisando comprar umas
guloseimas para afogar minhas mágoas.
Em poucos minutos, estávamos estacionando em frente ao
supermercado.
— Melissa, vem cá... por que o Sebastian estava tão
aborrecido com você durante a festa? — perguntei, enquanto ela
pegava um pote de sorvete.
— Ah... eu acabei com a diversão dele. Vi o safado com uma
mocreia e fiz uma cena. Falei que era namorada dele e a puta saiu
cuspindo fogo. O peão então... quase me matou — confessou se
abanando mordendo o lábio inferior.
Bem que eu tinha suspeitado que o capataz tinha arrastado a
safada para algum canto escuro e descarregado parte de sua fúria.
— Por que você fez isso, Melissa? Ele não é nada seu.
— Mas poderia ser, se não fosse tão cabeça-dura. De toda
forma, eu não vou mais correr atrás do Sebastian. Não vou mais
insistir em algo que não tem futuro. Eu quero encontrar alguém que
me ame sem ressalvas, entende?
— Eu não sei a história de vocês, mas se existir amor de
ambas as partes, o que acredito que exista, darão um jeito de
ficarem juntos.
— Assim como você e o Benjamin?
— Pelo amor de Deus, Melissa. Não estamos falando de mim
e daquele cavalo selvagem. Vamos mudar de assunto, por favor.
— Está bem! — disse ela, dando de ombros, com um
sorrisinho presunçoso no rosto.
Depois de pegarmos tudo o que precisávamos, nos
despedimos e fomos para nossas respectivas casas. Quando eu
estava chegando em frente ao meu prédio, vi um filhote de labrador
dentro de uma caixa de papelão. O danadinho estava tentando fugir,
pois sua cabeça e suas patas estavam para fora da caixa. Ele
tentava escalá-la a todo custo.
— Gostou do filhote, senhorita Collins? — perguntou o
porteiro do meu prédio, ao me ver olhando para a bolinha de pelos.
— Oi, Jimmy. De quem é essa coisinha fofa? — indaguei,
com um sorriso no rosto. Era a primeira vez que eu sorria desde que
eu havia voltado do Texas.
— Na verdade, é meu. Adote-o. Ele será uma ótima
companhia para a senhorita. Só restou este, de seis filhotes. Se eu
pudesse, criaria todos. Mas já tenho outros cachorros.
— Eu não sei se é uma boa ideia, Jimmy. Eu mal sei cuidar
de mim mesma, imagina de um cachorro.
— Tenho certeza de que você vai tirar de letra. E nem
precisará levá-lo ao veterinário por enquanto. Ele já recebeu as
primeiras vacinas.
— Tá bom, então — falei, enquanto me abaixava para pegar
o sapeca.
— E como vai chamá-lo?
— O que acha de Joe? — perguntei, arqueando uma
sobrancelha.
— Ele tem cara de Joe — declarou Jimmy, sorrindo. Ele
pegou o filhote em suas mãos e disse:
— Pequeno Joe, você será muito feliz ao lado da senhorita
Elizabeth. Tenho certeza de que viverá grandes aventuras, assim
como os seus pais. Comporte-se, garotão!
— Obrigada, Jimmy! Não tinha momento melhor para o Joe
aparecer em minha vida — falei, dando-lhe um abraço apertado.
— Não precisa agradecer. Eu sei que ele estará em boas
mãos.
Nem entrei em casa, fui direto a um Pet Shop que ficava a
algumas quadras dali. A moça da loja foi receptiva, mostrou-me tudo
o que o pequeno Joe iria precisar. Comprei ração, coleiras, uma
cama confortável, brinquedos e tigelas para água e comida.
— Espere, moça! Esquecemos do principal — disse
atendente, ao me ver abrindo a porta do Pet Shop.
— Tem certeza de que não pegamos tudo?
— Não. Esquecemos do sanitário canino e das sacolas
higiênicas para coletar as necessidades do seu pet.
Ai, meu Deus! Por que eu não lembrei que tinha que limpar
as sujeiras do Joe? Oh céus! Mais essa agora!
Depois de comprar o kit sobrevivência, voltamos para casa.
Ao entrar no apartamento, coloquei a bolinha de pelos no
chão e fui guardar as compras. Enquanto isso, ele fazia um tour pelo
ambiente. O sapeca parecia feliz com o novo lar, latia e abanava o
rabo sem parar.
— Joe, você vai morar aqui comigo, mas tem algumas regras
a seguir, hein?
— Au-au. — Ele latiu como se entendesse o que eu estava
falando.
— Não quero ver bagunça pela casa, e nem pense em subir
em minha cama ou no sofá, está me ouvindo? — Ele se deitou,
colocou a cabeça entre as patas e me olhou desconfiado.
Deu até pena do danadinho, mas eu precisava ser firme em
minhas palavras. Caso contrário, ele tomaria conta da casa. Mas de
todo modo, seria bom ter um amigo peludo. Pelo menos, eu não me
sentiria tão sozinha naquele imenso apartamento.
À noite, enquanto o Joe e eu assistíamos a um filme de
comédia romântica, meu telefone tocou. Olhei para a tela e vi que
era um número privado. A princípio, fiquei receosa em atender, pois
eu não sabia de quem se tratava. Entretanto, a curiosidade falou
mais alto. Então, baixei o volume da televisão e atendi a chamada.
— Oi, Elizabeth. — Senti um frio na espinha ao ouvir aquela
voz rouca do outro lado da linha. A mesma voz que já tinha me
arrancado inúmeros gemidos.
— O que você quer, Benjamin? — perguntei, dando um
suspiro profundo, tentando manter a calma e a pouca paciência que
ainda me restava. Melissa não tinha o direito de passar meu número
para aquele ogro babaca.
— Eu quero você de volta, Lizzy. Estou sentindo sua falta.
Porra! Minha vida sem você não tem sentido. Eu amo você,
Elizabeth. Não é justo que fiquemos separados por causa daqueles
dois idiotas. Eu sei que você está magoada, mas sei também, que
me ama tanto quanto eu te amo. Por favor, dê uma chance para o
nosso amor — disse Benjamin, fugando o nariz.
Ele estava chorando?! Não era possível...
— Acabou, Benjamin. Você sabe que isso nunca daria certo.
E, se você me ama como diz, por favor, não me ligue mais.
— Espere, Elizabeth. E se eu for até aí para conversarmos
pessoalmente?
— Não temos mais nada para conversarmos, cowboy — falei
e desliguei o celular na cara dele.
Se aquele cavalo xucro estava achando que eu era uma
marionete, que podia me manipular da forma que bem entendesse,
estava muito enganado!
Já havia se passado três meses do meu retorno do Texas e o
Benjamin não saía dos meus pensamentos. Com o intuito de manter
a mente ocupada, trabalhei além do habitual e acabei adoecendo.
Eu mal consegui pregar os olhos durante à noite. Na verdade,
passei mais tempo com a cara enfiada no vaso sanitário do que
dormindo.
Quando os enjoos tinham dado uma trégua, e eu estava
quase cochilando, meu telefone começou a tocar. Ao pegar o
aparelho, forcei-me a abrir um olho para ver quem era o
inconveniente que estava atrapalhando meu precioso sono.
— O que quer, Melissa? — perguntei, mal-humorada, ao
atender a ligação.
— Lizzy, você não vem trabalhar hoje? O que aconteceu?
— Estou de cama. Por favor, avisa ao chefe que eu não estou
em condições de ir para a empresa.
— Garanto que o Ethan não irá se importar com isso. Pelo
contrário, vai ficar até aliviado. Você estava trabalhando além da
conta, mulher. Não falei nada porque você não ia dar ouvidos
mesmo. É cabeça-dura igual ao Benjamin. Por isso que estão
separados, sofrendo feito dois idiotas.
— Não quero receber sermões a essa hora da manhã, tá
legal? Só quero dormir em paz.
— Okay! Não está mais aqui quem falou. Agora me conta... o
que você está sentindo?
— Indisposição, muito sono e não para nada no meu
estômago. Eu acho que estou morrendo! Se eu passar dessa pra
melhor, você cuida do Joe para mim?
— Deixa de ser boba, Lizzy! Você não vai morrer. Eu acho
que sei o que você tem. Mais tarde eu passo aí, está bem?
— Não demore! Eu não sei se sobreviverei até a noite — falei
e desliguei o telefone.
O dia foi bem longo. Quando a Melissa chegou, já passava
das sete da noite. Levantei-me toda descabelada e fui atender à
porta. Encontrei-a com um sorriso de orelha a orelha. Ela só ficava
feliz daquele jeito quando transava com algum gostoso ou ganhava
chocolates suíços.
— Você está pior do que eu imaginava — disse ela,
entregando-me uma sacola.
— O que é isso? — perguntei confusa.
— Abra e veja você mesma. — Franzi o cenho, enfiei a mão
dentro da sacola e tirei uma caixinha lá de dentro. Quase tive um
treco ao ver o que era.
— Um teste de gravidez? Pra que eu quero isso, criatura?
Estou com esgotamento físico, não grávida. Além do mais, você
sabe que eu tomo anticoncepcional.
— Okay! Mas não custa nada urinar no copinho, colocar o
palito dentro e esperar cinco minutos. E você deve saber que
nenhum contraceptivo é cem por cento seguro. Além do mais, eu só
vou sair daqui depois que souber o resultado.
— Tudo bem, então. Vou fazer só para lhe mostrar que está
equivocada.
Ao entrar no banheiro, fiz xixi e coloquei o palito dentro do
recipiente. Enquanto esperava o tempo recomendado na
embalagem, tentei lembrar a data da minha última menstruação.
— Droga, droga, droga, mil vezes droga! — falei, ao lembrar
que minha última menstruação tinha sido antes de viajar para o
Texas. Eu não podia estar grávida. Devia ter outra explicação para
meu atraso menstrual.
— Está tudo bem, Lizzy? — perguntou Melissa, do outro lado
da porta.
— Tudo sob controle — respondi o mais calma possível,
tentando não demostrar minha apreensão.
Após os cinco minutos, fiquei de frente para o espelho,
respirei fundo e falei para mim mesma:
— Mantenha a calma, Lizzy. Vai dar negativo! Você tomou as
pílulas direitinho, não tem com o que se preocupar.
Com as mãos trêmulas e o coração acelerado, peguei o
palitinho e vi o que eu mais temia: dois traços cor-de-rosa. Aquele
resultado justificava muita coisa: a variação de humor, a sonolência,
a indisposição, os enjoos...
Com a finalidade de me acalmar, respirei fundo e joguei água
no rosto. Depois de um tempo, saí do banheiro e me sentei na
cama. Meu corpo estava gelado, as pernas fracas e o coração
batendo descompassado. Em minha mente se passava um turbilhão
de questionamentos e inseguranças. Eu não sabia o que seria de
mim dali em diante. Qual seria a reação do Benjamin quando
soubesse da minha gravidez?
— Deu positivo, não foi? — perguntou minha amiga,
sentando-se ao meu lado.
— O que será de mim, Melissa? Não estou preparada para
ser mãe — declarei, apoiando minha cabeça em seu ombro,
enquanto lágrimas escorriam por minha face.
— Calma, vai dar tudo certo! Essa criança é do Ben, não é?
— Eu podia dizer que aquele bebê que eu carregava em meu ventre
era de um desconhecido e não do Benjamin, mas eu não queria
mentir para minha melhor amiga.
— Prometa-me que não contará nada para ele. Eu mesma
quero fazer isso, mas preciso de um tempo para digerir tudo isso.
Não me sinto pronta para falar com seu irmão. Ainda dói aqui,
entende? — falei, levando a mão até o lado do coração.
Não que eu guardasse remorso ou algo do tipo, mas as
palavras do Benjamin ainda estavam frescas em minha mente.
Principalmente, quando esbravejou que não cairia no golpe da
barriga mais uma vez, e que se eu estivesse grávida, faria de tudo
para tomar meu filho.
— Por ora, não vou falar nada, mas vocês precisam
conversar. O Benjamin tem o direito de saber que tem um potrinho a
caminho — declarou ela, alisando minha barriga.
— Eu sei — respondi, abraçando-a forte.
— Você já jantou? — perguntou a loira, enxugando meu rosto
com as pontas dos dedos.
— Não. Na verdade, não comi quase nada hoje.
— Você precisa se alimentar direito e ir ao médico o quanto
antes. Ele vai te receitar um remédio para esses enjoos. Enquanto
isso, vou preparar uma sopa de legumes para você e o bebê.
Enquanto Melissa cortava os ingredientes, Joe apareceu na
cozinha. Ele havia crescido bastante desde que o adotei. Também,
só fazia comer, dormir e bagunçar a casa toda.
— Oi, Joe! Sua dona já o alimentou hoje? — perguntou
Melissa, ao notar a bolinha de pelos se esfregando em suas pernas.
Ele sempre fazia aquilo quando estava querendo atenção.
— Sim. Mas já está na hora de comer de novo, né
gorduchinho? — perguntei, pegando-o no colo. O sapeca começou
a latir em resposta. Em seguida, me levantei e abasteci suas tigelas
com ração e água.
— O Benjamin vai surtar quando souber que você está
grávida. Se for um menino, então... é capaz dele infartar — declarou
Melissa, sorrindo abobalhada, jogando os legumes dentro da
panela.
— Só espero que seja de alegria — resmunguei, pegando
pratos e talheres no armário.
— Claro que vai ser de alegria, sua tonta.
Quando a sopa ficou pronta, Melissa me serviu um prato bem
cheio e sentou-se na banqueta ao lado.
— É para comer tudo, hein. Você sabe como os Parker são
comilões. Não será diferente com o minicowboy que está aí dentro
— disse ela, apontando para minha barriga.
— Nossa! Que delícia! Onde foi que aprendeu a cozinhar tão
bem? — indaguei surpresa. Quem diria que minha amiga era uma
cozinheira de mão cheia? Achei que ela não soubesse nem fritar um
ovo.
— Aprendi com a Bertha. Quando eu era mais nova, vivia
pedindo para ela me ensinar os pratos preferidos do Sebastian.
Coisa de boba apaixonada, sabe? Já fiz tantas loucuras por aquele
homem. Pena que não serviram para nada.
— Veja pelo lado positivo, se você não tivesse aprendido a
cozinhar, eu não estaria comendo essa sopa maravilhosa agora. E,
a propósito, você não vai comer?
— Não. Vou jantar com um amigo. Aliás, já estou atrasada.
Agora que sabemos o que você tem, posso ir ao meu encontro sem
preocupações. Mas se acontecer algo fora do normal, ligue para
mim.
— Obrigada por estar sempre ao meu lado! E, por favor, não
comente com ninguém da fazenda sobre a sementinha — pedi,
levando a mão à barriga.
— Guardarei segredo, mas você precisa conversar com o
Benjamin. Ele tem o direito de acompanhar sua gravidez, Lizzy.
Conhecendo o Ben como conheço, ele não vai querer ficar longe do
potrinho dele.
— Eu sei. Mas antes de falar com seu irmão, preciso pensar
em tudo com calma. E se ele tentar tomar meu filho? Criá-lo sozinho
como fez com a bonequinha?
— Que tomar o quê? Ele vai é te arrastar para a fazenda,
isso sim. Se eu fosse você começaria a preparar a mudança, se
despedir de Nova York — disse ela, dando uma gargalhada.
No dia seguinte, consegui uma vaga para minha primeira
consulta com a obstetra. Eu precisava saber se estava indo tudo
bem com a gravidez. Como minha consulta era à tarde, resolvi
almoçar no shopping e ficar por lá até que chegasse o horário de ir
para a clínica. Eu estava precisando me distrair um pouco, pois
minha ansiedade estava nas alturas.
Ao passar por uma loja de artigos infantis, não resisti e entrei
para dar uma conferida. Depois de olhar, praticamente, tudo que
havia disponível nas prateleiras, acabei comprando toucas,
macacões e alguns sapatinhos de lã, que serviam tanto para
meninos, quanto para meninas.
Acabei chegando à clínica em cima da hora. Tomei um copo
de água com o intuito de me acalmar. Ledo engano. Olhei ao redor e
vi várias grávidas, todas acompanhadas. Senti uma angústia dentro
do peito por estar ali sozinha, sem o Benjamin.
Se aquele brucutu não tivesse sido tão escroto comigo,
estaria ao meu lado neste momento tão importante.
— Senhorita, você está me ouvindo? Você é a Elizabeth
Collins? — perguntava a assistente da médica, mexendo em meu
ombro.
— Sim, sou eu mesma — respondi limpando a garganta,
acordando dos meus devaneios.
— Pode entrar, a doutora já vai lhe atender.
— Obrigada! — falei ao me levantar.
— Boa tarde, senhorita Collins. Eu sou a doutora Melanie
Scott. Muito prazer. Sente-se, por favor — disse a médica, ao me
ver entrando na sala.
— O prazer é todo meu, doutora Melanie.
— Pelo que consta aqui na sua ficha, você está com um
atraso menstrual de três meses, certo?
— Correto. Se o teste de gravidez não estiver equivocado,
estou grávida.
— Vamos fazer uma ultrassonografia. Assim, veremos o saco
gestacional e como está o desenvolvimento do bebê.
Enquanto a médica se preparava para começar o exame,
respirei fundo, tentando me acalmar.
— Não precisa ficar nervosa, mocinha. Você é jovem e
esbanja saúde. Vai dar tudo certo. — Dei um menear de cabeça e
rezei em silêncio para que estivesse tudo bem com meu filho.
— Olha o que temos aqui! — exclamou a obstetra, chamando
minha atenção. Ao olhar para o monitor, vi uns pontinhos brancos
aparecendo na tela. Meus olhos encheram de água
instantaneamente. Era o meu bebê, tão pequenininho, indefeso.
Não passava de uma sementinha. Uma sementinha que tinha
germinado e crescia em meu ventre. Senti uma emoção tão grande,
tão extraordinária, que não havia palavras suficientes para
expressar a alegria que eu sentia naquele momento.
— O que foi? Há algo errado? — perguntei preocupada.
— Acalme-se. Está tudo bem com seus bebês; eles estão se
desenvolvendo conforme o esperado para uma gestação com
aproximadamente quatorze semanas.
— Bebês?! Como assim, doutora? Não vá me dizer que... —
indaguei, com os olhos arregalados, suando frio, com o coração
quase saindo pela boca.
— Isso mesmo! Você será mãe de gêmeos, senhorita Collins.
Parabéns! Eu sei que vai levar um tempo para você assimilar a
novidade, mas você dará conta do recado — declarou ela, com um
sorriso divertido. Não era ela que teria que parir duas crianças de
uma vez.
— A senhora tem certeza de que são dois? — perguntei
nervosa, em um fio de voz.
O ogro não pode ser tão bom de mira. Encaçapar duas bolas
de uma só vez? Só pode ser um engano.
— Sim. Mas não se preocupe com isso. Sei que o pai vai
amar saber que tem dois filhos a caminho, e irá ajudá-la no que for
preciso. Os homens ficam com o ego lá em cima ao saberem que
serão pais de gêmeos.
— Espero que isso aconteça mesmo, doutora. Quero dizer...
que ele goste da notícia de que será pai dos meus potrinhos.
— Potrinhos? Então, o papai é um cowboy? — indagou ela,
sorrindo.
— Sim. Daqueles bem casca-grossa. Um verdadeiro brucutu,
se é que a senhora me entende?
— Esses são os melhores, garota. Agora, eu vou lhe receitar
algumas vitaminas e um remédio para os enjoos. É importante que
você faça um acompanhamento nutricional durante a gestação.
Dispomos de excelentes nutricionistas aqui na clínica. Antes de ir,
marque uma consulta na recepção.
— Certo. E quando poderei saber o sexo dos bebês?
— Acredito que conseguiremos ver na próxima consulta. Nos
vemos em um mês, tudo bem? Este é meu cartão. Caso ocorra
algum problema, não hesite em me ligar.
— Okay — respondi, ainda tentando assimilar o que acabara
de descobrir.
Ai, meu Deus! Como é que eu vou dizer ao Benjamin que
tem... não um, mas dois potrinhos a caminho?
Estava fazendo exatamente quatro meses que eu não via minha
potranca. Melissa havia me ligado quase todos os dias nesse
tempo. O assunto era sempre o mesmo: que a Elizabeth e eu
precisávamos conversar. Mas como eu tinha fracassado na minha
última tentativa, resolvi esperar um pouco antes de tentar
novamente. Mesmo sabendo que esta decisão iria me custar noites
insones, de profunda solidão, era o mais sensato a se fazer.
Se eu fosse atrás da diaba antes que sua raiva passasse, a
única coisa que eu iria conseguir era deixá-la ainda mais enfurecida.
Pelo nosso amor, aguentei todo esse tempo de sofrimento e
agonias. Vivi cada dia de uma vez, mas mantendo a esperança de
que nos encontraríamos em breve e continuaríamos de onde
tínhamos parado.
Era chegada a hora de voar até Nova York para reconquistar
o amor da Elizabeth. Eu só retornaria ao Texas com ela ao meu
lado.
Diferente do que muitos estavam pensando, eu não tinha
desistido da minha mulher. Apenas estava dando um tempo para ela
esfriar a cabeça, refletir sobre o que queria para o futuro, se havia
espaço em sua vida para um fazendeiro turrão e uma garotinha
tagarela.
Antes de pegar à estrada, chamei o Sebastian em meu
escritório e o deixei responsável pela fazenda. Eu confiava nele e
sabia que era qualificado para resolver qualquer problema que
porventura viesse a surgir em minha ausência. Afinal de contas, eu
tinha dia para ir, mas não tinha para voltar. Meu retorno dependeria
de quanto tempo eu levaria para amansar a fera, convencê-la de
que ficarmos separados não era opção para nós dois.
Cheguei a Nova York por volta das dez da noite. Peguei um
táxi e segui para o apartamento da Melissa. Ela me aguardava
sorridente na entrada do prédio.
— Você veio mesmo! — proferiu ela, abraçando-me
espalhafatosamente.
— Espero que a Lizzy não me bote pra correr — falei em um
meio sorriso.
— Seja menos tosco que dará tudo certo — disse minha
irmã, dando batidinhas no meu ombro.
Tomei banho e me vesti o mais rápido que pude. Eu estava
ansioso para ver minha mulher, enchê-la de beijos e dizer o quanto
eu a amava.
Melissa desceu comigo para a portaria e ficamos esperando
passar um táxi. Enquanto aguardávamos, andei de um canto a
outro, inquieto, nervoso. Se eu estava naquela situação sem nem
ver a Elizabeth, imagina quando estivéssemos frente a frente.
— Acalme-se, homem! E pelo amor de Deus, não fale
nenhuma besteira quando estiver conversando com a Lizzy. Ela está
passando por um momento delicado. Como posso dizer... ela não
pode se abalar emocionalmente, entende? — disse, dando com a
mão para um táxi que vinha em nossa direção.
— Momento delicado?! O que aconteceu com ela? —
perguntei erguendo as sobrancelhas preocupado.
— É... hum... foram só uns probleminhas que surgiram lá na
empresa. Nada que não possamos resolver. Agora, entre nesse táxi
e reconquiste sua mulher — disse ela, empurrando-me para dentro
do carro.
Melissa está muito estranha, parece esconder algo. Que não
tenha acontecido nada grave com minha potranquinha.
À medida que íamos percorrendo as ruas de Nova York, mais
nervoso eu ia ficando. Comecei a tamborilar os dedos nas coxas, na
vã tentativa de me tranquilizar. O motorista observava minha
agitação pelo retrovisor, na certa, estava me achando um tanto
esquisito.
Para me distrair, comecei a olhar a chuva fina que começava
a cair.
Quando íamos passando na Quinta Avenida, vi uma barraca
de flores, onde havia lindos buquês de rosas vermelhas,
imediatamente lembrei que eram as preferidas da Lizzy.
— Pare esse carro, pelo amor de Deus! É uma emergência!
— pedi, desprendendo-me do cinto de segurança.
— Não podemos parar aqui, senhor! O sinal está aberto —
afirmou o taxista olhando para mim.
— Então pare na rua lateral. Eu vou descer de um jeito ou de
outro, meu caro.
Vendo que eu não ia mudar de ideia, o cara foi forçado a
parar o veículo em um local proibido. Abri a porta e corri até a
barraca de flores. Peguei um dos buquês e entreguei alguns dólares
ao rapaz.
— Espere! O senhor me deu dinheiro demais — disse o
vendedor ao me ver indo embora apressadamente.
— Pode ficar com o troco — gritei correndo no meio do
trânsito, enquanto segurava meu chapéu na cabeça, para que ele
não saísse voando entre os carros.
Os motoristas gritavam, buzinavam e me xingavam de tudo
quanto era nome. E não era para menos, afinal, meu ato romântico
havia provocado um baita alvoroço.
— Cara, você é louco ou o quê? Olhe o caos que você
provocou! Aparece cada louco nesta cidade! — disparou o
motorista, ao me ver sentando novamente no banco de trás.
— Louco de amor, meu amigo! — declarei, dando um suspiro
profundo, enquanto repousava a cabeça no encosto do banco do
carro. O cara balançou a cabeça em negativa e seguiu viagem,
liberando o trânsito.
Em menos de dez minutos eu estava em frente ao prédio da
Lizzy. Sofri para convencer o porteiro a me deixar subir sem ser
anunciado. Contei-lhe, brevemente, o que tinha acontecido entre
nós. Confessei que a amava e que estava ali para conseguir o seu
perdão. Depois de ouvir toda a história ele me deixou subir.
— Boa sorte, cowboy! — Desejou o porteiro, que se
apresentou como Jimmy.
— Obrigado, meu amigo! — agradeci chamando o elevador.
Quando o elevador parou no andar indicado pela Melissa, dei
alguns passos e parei em frente ao apartamento 401. Eu estava
nervoso, com medo da reação da Lizzy ao me ver.
Respirei fundo algumas vezes e toquei a campainha. Minhas
mãos estavam trêmulas e meu coração batia forte dentro do peito.
Achei que teria um treco antes mesmo de reencontrá-la.
Quando a porta foi finalmente aberta, vi uma Elizabeth bem
diferente da que tinha deixado o Texas: ela usava uma camisola
sexy, transparente e com decote em V, deixando seu corpo à
mostra.
Como ela tem coragem de abrir a porta vestida desse jeito? E
se fosse um tarado? Ou um vizinho pervertido? Meu Deus! Não
quero nem imaginar!
Seu corpo estava mais curvilíneo, os seios maiores do que eu
recordava e a pele viçosa. Fiz uma análise minuciosa das suas
mudanças corporais e, quanto mais eu a olhava, mais o ar parecia
sumir dos meus pulmões.
— O que está fazendo aqui, Benjamin? — indagou ela
surpresa com a minha visita.
— Eu... eu vim conversar com você, Elizabeth — falei com
dificuldade, entregando-lhe as rosas. Meus olhos estavam presos no
volume em sua barriga.
— Você não parece nada bem. Pelo amor de Deus, não vá
desmaiar aqui, homem! — pronunciou, ao me ver pálido, sem
reação.
— Você... você está grávida? Ou eu estou delirando? —
Coloquei a mão na testa e verifiquei minha temperatura.
— É real, cowboy. Você será pai em breve — declarou
esboçando um sorriso.
Ajoelhei-me, enquanto Elizabeth fechava a porta e depositei
beijos por sua barriga e falei entre lágrimas:
— Oi, filhão. É o papai que está falando. Não vejo a hora de
lhe pegar no colo e enchê-lo de beijos e mimos. Sabe, filho, eu amo
muito a sua mamãe e vim até Nova York implorar para que ela me
perdoe e volte comigo para a fazenda. Será que ela vai me perdoar?
— indaguei levantando o rosto para olhar para Elizabeth.
Porra! Eu estava sentindo uma alegria tão grande que não
cabia dentro do peito. Eu precisava extravasar de alguma forma.
Como eu não podia gritar aos quatro ventos que seria pai
novamente, chorei pra cacete. Enxuguei as lágrimas com as costas
das mãos e fechei a porta atrás de mim. Sem dar tempo pra Lizzy
recusar, tomei sua boca em um beijo apaixonado. Eu estava com
tanta saudade daqueles lábios, daquela língua duelando com a
minha, que não pedi licença ou permissão.
Como ela estava correspondendo ao beijo, enfiei as mãos por
baixo do tecido transparente e apalpei suas nádegas. Não eram só
os seios que tinham crescido, sua bunda estava bem maior, mais
gostosa. Minha vontade era enfiar minha cara ali e beijá-la, lambê-la
todinha. Mas isso ia ficar para um outro momento, porque eu tinha
urgência em dar um alívio ao meu pau.
Depois que minhas mãos passearam por suas curvas
sinuosas, afastei sua calcinha para o lado e acariciei sua xoxota
melada.
— Precisamos conversar, Benjamin. O que tenho para dizer é
importante... — proferiu ela, apertando meu corpo, sentindo a
rigidez dos meus músculos.
A essa altura, meu pau estava duro feito uma barra de aço.
Ele estava doido para recuperar o tempo perdido.
— Eu preciso te foder agora, Elizabeth. Quer sentir meu pau
te comendo a noite inteira? — indaguei, introduzindo um dedo em
seu interior.
— Sim... — declarou sôfrega, inebriada pela luxúria.
Nossas respirações estavam irregulares. Um tesão surreal
nos assolava. Gemi ao senti-la enfiar as mãos dentro da minha
calça e apertar meu pau com volúpia. Ele estava rijo e quente como
nunca. Eu precisava comê-la, ou enlouqueceria.
Virei-a de costas e abri o zíper da minha calça. Liberei meu
pau da boxer, que tinha se tornado pequena demais para comportá-
lo, e o posicionei na entrada do paraíso. Esfreguei a cabeça do meu
pau por seus lábios vaginais, sentindo a quentura e a cremosidade
que emanava de seu sexo latejante.
— Ohhh... porra... — Gemi desesperado, penetrando-a
devagar, mas indo até o fundo. Eu estava com tanto tesão que se eu
me mexesse um pouco mais rápido, gozaria antes da hora.
— Mete mais rápido, quero sentir seu pau me comendo
duramente — pediu ela em um sussurro. A mulher parecia mais
fogosa do que nunca, estava subindo pelas paredes. Benditos
hormônios!
Comecei a impulsionar meu mastro para dentro e para fora
de sua bocetinha. Eu estava completamente alucinado por aquele
desejo ardente que ela despertava em mim. Agarrei em seus
cabelos e soquei com tudo em seu interior estreito, fazendo-a gemer
e gritar em desespero. Elizabeth estava tão absorta em nosso
momento de prazer, que não se dava conta de que seus vizinhos
estavam escutando seus gemidos enlouquecidos, que denunciavam
que ali havia uma mulher sendo bem fodida.
Levei minha mão até sua boca e a tampei para conter os
sons exagerados que saiam de sua garganta. Aquele pequeno
gesto de domínio fazia com que o nosso prazer ficasse ainda mais
violento. Enquanto a mão esquerda tratava de mantê-la o mais
calada possível, levei a direita a sua bunda e apertei-a com
veemência, controlando-me para não a espalmar arduamente.
— Ohhh... caralho... como senti falta de te comer deste jeito,
socando tudo, até as bolas. — Iniciei uma série de estocadas
frenéticas e terrivelmente gostosas, até que não consegui segurar a
excitação e gozei pra cacete, melando-a por inteiro.
Sentir minha porra sendo arremessada dentro daquela
bocetinha, deu-me uma sensação de empoderamento, de macho
alfa. Mas eu não estava nem um pouco saciado. Eu precisava de
mais, muito mais.
— Você e esse seu pau ainda vão acabar comigo! Minhas
pernas estão bambas e minha boceta pulsando involuntariamente —
disse ela fazendo-me rir.
Elizabeth pegou em minha mão e me conduziu até o
banheiro. Ela retirou minhas roupas e me puxou para debaixo do
chuveiro. Observei-a despejar sabonete líquido na palma da mão e
após espalhar o produto, começou a lavar meu pau, fazendo uma
massagem torturante.
— Grande, grosso e potente como eu lembrava —
asseverou, vendo que meu caralho crescia ainda mais a cada
movimento.
Sorri e comecei a lavar suas partes íntimas. Eu queria deixá-
la prontinha para mim, pronta para ser devorada por minha boca
audaciosa, esfomeada. Depois de ensaboados, liguei o chuveiro e,
enquanto a água morna escorria por nossos corpos, eu a beijava
incansavelmente. Seus gemidos luxuriantes deixavam-me ainda
mais duro, aceso. Eu necessitava fodê-la mais uma vez.
Minha libido estava tão aguçada que meu pau não parava de
pulsar. Parecia que todo o meu sangue estava concentrado naquele
local. Aquela rapidinha só tinha me deixado ainda mais tarado.
Senti-me vivo outra vez.
Depois do banho, enxuguei nossos corpos, peguei a potranca
nos braços e a deitei sobre a cama. Abri suas pernas, dei alguns
tapas em seu clitóris inchado e depois o abocanhei, levando-a à
beira do precipício.
— Você gosta disso, né, safada? Estava com saudade da
minha boca te fodendo assim? — perguntei penetrando-a com
minha língua fazendo-a gemer e convulsionar sem parar.
— Sim... ahhh... isso... assim... — balbuciava rebolando em
minha boca.
Seu corpo estremecia com um simples toque da minha
língua. Seus olhos estavam fechados, os pelos do corpo arrepiados.
Ela respirava com dificuldade e soltava gemidos abafados.
Continuei me deliciando em sua boceta, perdendo-me em sua
maciez, na fragrância afrodisíaca que exalava de seu sexo.
Não aguentando mais esperar, segurei suas pernas para o
alto e comecei fodê-la em um ritmo constante e prazeroso.
— Ahhh... que gostoso... mete... humm... como senti saudade
desse pau entrando e saindo de mim — declarou a safada,
contraindo a boceta, agarrando com força os lençóis da cama.
— Que bocetinha apertada, amor. Você não sabe o quanto é
bom te foder assim, socando até o talo.
— Isso... vai... soca mais forte, cavalão... — pediu lânguida,
gemendo como uma puta no cio.
Ouvir os gemidos roucos e sexy da safada, deixava-me ainda
mais afoito.
— Ohh... caralho... eu vou gozar. — Deixei que minha porra
jorrasse em seu interior e me levasse ao melhor de todos os
prazeres.
Depois que meu pau parou de vibrar, saí de dentro dela e caí
sobre o colchão, puxando-a para um abraço aconchegante.
Enquanto ouvíamos apenas o barulho das nossas
respirações agitadas e dos nossos corações que batiam frenéticos,
Lizzy falou:
— O fato de eu ter caído em tentação não significa que te
perdoei, garanhão. Esse fogo todo é culpa sua e desses hormônios.
— Claro que ela tinha me perdoado, senão, não tinha feito amor
comigo.
— Minha culpa? — perguntei levando a mão ao peito
fazendo-me de vítima.
— Sim. Pois, além de ter colocado dois bebês dentro de mim,
você é absurdamente irresistível.
— Bebês?! Que bebês, Elizabeth Collins? Do que você está
falando, mulher? — perguntei virando-me para encará-la.
— É... como é que posso dizer... — disse mordendo o lábio
inferior. Estava nervosa, parecia escolher as palavras que ia falar.
— Fala logo, criatura! Você está me deixando nervoso —
pedi, levantando-me agoniado, passando as mãos pelos cabelos,
andando de um lado a outro do quarto.
Ela só podia estar tirando uma com minha cara. Se vingando
por tê-la feito sofrer.
— Vem aqui, cowboy. — Chamou-me, dando batidinhas no
colchão.
Lizzy apoiou as costas na cabeceira da cama, cruzou as
pernas e ficou me aguardando. Seu olhar não se desviou de mim
sequer um segundo. Parecia se divertir com minha agonia. Quando
me sentei ao seu lado, ela pegou minha mão e levou até sua
barriga, dando-me um sorriso singelo.
— Estou prenha de dois potrinhos. É assim que se fala lá na
fazenda, não é?
— Você não está brincando comigo, está? Eu te perdoei por
ter deixado aquele playboyzinho de merda encostar aquela boca
imunda na sua, mas se você estiver brincando com uma coisa tão
séria, Elizabeth, eu não a perdoarei, está me ouvindo?
— Eu nunca brincaria com uma coisa dessas, Benjamin. É
verdade. Seremos pais de um príncipe e de uma princesa. — Sua
declaração fez meu coração se encher de tanta alegria, que a enchi
de beijos.
— Caralho! Se um já era bom, dois então... Obrigado por me
fazer o homem mais feliz do mundo, amor. — Agradeci, fazendo um
carinho em sua barriga.
— Você sentiu, Ben?! Eles se mexeram pela primeira vez.
Oh, meu Deus! Isso é incrível!
— Oi, meus anjinhos. Eu sei que aí dentro vai ficar cada vez
mais apertado, mas filho, cuide de sua irmãzinha, tá bem? — Eles
se mexeram mais uma vez. Pareciam dar cambalhotas dentro da
barriga da mãe.
Eu não via a hora de pegá-los no colo, de ver seus rostinhos,
de escutá-los pronunciando as primeiras palavras, de presenciar os
primeiros passinhos. Quando percebi, já estava chorando de novo.
Puta merda! A Lizzy estava grávida, e eu que era o emotivo.
— Chorando desse jeito, não tem quem diga que você é um
cowboy turrão.
— Posso dormir aqui esta noite? Prometo que não vou
incomodar. Já perdi muito da sua gravidez. Além do mais, fiz uma
viagem cansativa e está caindo um temporal lá fora. Você não
deixaria o pai de seus filhos sair a essa hora no meio da chuva, não
é?
— Tudo bem. Tem um quarto de hóspedes no fim do
corredor.
Quarto de hóspedes? No que porra Elizabeth está pensando?
Eu não vou dormir longe dela e dos meus potrinhos nem que a vaca
tussa.
— Eu queria dormir com você, amor? Quero dizer, dividir a
mesma cama. Prometo que vou me comportar — falei fazendo cara
de cachorro pidão.
— Pode dormir na minha cama, mas se comporte. Não quero
que o Joe veja suas safadezas. Já está quase na hora dele vir
dormir comigo — disse cobrindo meu pau com o lençol.
Mas que inferno! Outro playboyzinho no meu caminho!
— Quem porra é Joe, Elizabeth? Você está saindo com outro
cara. É isso? — perguntei enciumado, fumaçando de raiva.
— O Joe está morando aqui desde que voltei da fazenda.
Fique sabendo que ele é um ótimo amigo. — Catei minhas roupas e
comecei a me vestir. Eu precisava tomar um ar, antes que eu
sufocasse.
— Aonde vai, cowboy? Não me diga que isso tudo é ciúmes?
— Eu não quero atrapalhar sua noite romântica. Por mais que
eu te ame, não tenho vocação para ser amante, muito menos corno.
— A filha da mãe caiu na gargalhada. O que tinha de engraçado em
minhas palavras?
Fui para a sala e abri uma porta de correr que dava para a
varanda. Surpreendi-me com a vista. Era espetacular. De repente,
escutei latidos atrás de mim. Ao me virar, vi Elizabeth acariciando
um cãozinho arteiro.
— Por que não me disse que Joe era um cachorro? Meu
Deus! Você não tem limites, sua diaba!
— Porque eu estava adorando te ver morrendo de ciúmes
dessa coisinha fofa — disse a sem-vergonha, cheirando o animal.
— Joe, você tomou conta da minha mulher e dos meus filhos
direitinho? — indaguei, passando a mão em sua cabeça. O danado
deu um latido, afirmando que sim. Ele ia adorar correr pela fazenda.
— Vamos entrar, cowboy. Está muito frio aí fora — chamou-
me, colocando o cachorro no chão.
Voltamos para o quarto e nos aconchegamos debaixo do
edredom felpudo. Depois de um tempo agarradinhos, comentei
baixinho:
— Meus dias têm sido nublados sem você, meu Raio de Sol.
Estava morrendo de medo de que você não me perdoasse.
— Eu pensei bastante enquanto estávamos separados.
Percebi que sofri mais com sua ausência, do que com as palavras
duras que você me falou no calor do momento. Nós dois erramos.
Vamos esquecer o que aconteceu e agir como adultos que somos. A
partir de hoje, precisamos ponderar o que falamos um para o outro.
Pois, agora, não somos só nós dois. Temos que pensar na Bia e nos
gêmeos, entende?
— Eu não posso prometer que nunca vou te machucar, pois
não sou perfeito. Mas vou me esforçar para ser um bom pai e o
marido que você merece. Vou amá-los incondicionalmente enquanto
eu viver.
Acordei com um suave deslizar de dedos por meu rosto. Abri os
olhos devagar e sorri maliciosa ao me deparar com aqueles olhos
hipnotizantes me observando atentamente.
— Bom dia, meu Raio de Sol! — disse Benjamin, cheirando
uma mecha do meu cabelo.
— Bom dia, brucutu — falei enquanto me espreguiçava,
dando-me conta de que tudo o que havia acontecido na noite
anterior não tinha sido um sonho.
O safado estava tão gostoso! Ele usava jeans com a
braguilha aberta e seus cabelos estavam úmidos, denunciando que
ele havia tomado banho.
— Fiz seu café da manhã. Vou esperá-la lá na varanda —
declarou, dando-me um selinho.
— Okay. Mas não precisava se dar ao trabalho de cozinhar
para mim.
— Não foi trabalho nenhum. Você precisa comer direito e nos
horários certos. Esqueceu que tem dois potrinhos para alimentar?
— Garanto que não tem como esquecer. Eles não param de
dar piruetas desde que você chegou. Devem ter reconhecido seu
cheiro.
— Por isso que tem um frasco do perfume que eu uso lá no
seu banheiro. Sentiu minha falta, não foi, safada? Não conseguiu
viver longe do meu cheiro.
— Eu comprei pensando nos bebês. Para se familiarizarem
com você. Não... não porque senti saudades do seu cheiro —
declarei, passando os olhos por seu abdômen enxuto, pelo perfeito
V de sua cintura, que levava a um lugar inesquecível e
absurdamente delicioso.
— Se você está dizendo, quem sou eu para discordar —
disse o safado, caindo na gargalhada.
— Enquanto você fica aí se achando, eu vou tomar uma
ducha — comuniquei, calçando minhas pantufas felpudas.
Depois de um banho quente e revigorante, me troquei e fui
em busca do Benjamin. Ao chegar à varanda, surpreendi-me com o
belo café da manhã que ele havia preparado.
— Jesus Amado! O que é tudo isso, cowboy? Aqui tem
comida para um batalhão. — Tinha uns três tipos de sucos, iogurtes,
torradas, queijos, ovos, frutas cortadas em cubinhos, sementes,
grãos, sanduíches e pães frescos.
— De hoje em diante eu vou cuidar da sua alimentação.
Nada de açúcar, refrigerantes, cafeína e tudo que for rico em sal e
gorduras. Fui claro, Elizabeth? — indagou, olhando-me de um jeito
ameaçador.
— Que exagero! — retruquei, segurando uma risada. O
homem entendia mais sobre gravidez, partos e bebês do que eu.
Claro que vou tirar bom proveito disso. O brucutu terá muitas
fraldas para trocar.
— Que sorrisinho maquiavélico é este, Elizabeth? Aliás,
prefiro nem saber. Algo me diz que tem a ver comigo.
— É meio nojento para falar enquanto se come. Acho melhor
falarmos sobre outra coisa. Que tal você me dizer como estão todos
lá na fazenda — proferi dando uma mordida no sanduíche.
— Estão todos bem. Bia voltou para a escola, Bertha tá de
namorico com seu Miguel, um dos peões lá da fazenda, e o Nico
continua morando no estábulo. Ele já está forte o suficiente para
voltar para o curral, mas quem disse que a Bia quer se separar do
amiguinho.
— Eu já falei para a danada que o Nico sempre vai ser seu
bezerro de estimação, que não vou vendê-lo, mas quem disse que
ela dá ouvidos. Basta tocar no assunto que ela abre o berreiro. Não
sei mais o que fazer. A menina tem um gênio daqueles, quando
encasqueta com algo, é difícil fazê-la mudar de ideia.
— Essa é uma característica dos Parker, não? — comentei
dando um sorriso de canto de boca. Ben sorriu de volta e disse:
— Você acredita que a sapeca nos fez preparar uma festa de
aniversário para o Nico? Com direito a bolo, balões e convites para
todos os amiguinhos. Foi a maior algazarra.
— Acredito. Mas não se preocupe. Eu vou tentar convencê-la
de que o lugar do Nico é com os outros animais.
— Se você não conseguir convencê-la, não tem quem o faça
— disse ele, tomando um gole de suco.
— E a vaca da Susan, ainda está em Austin? — indaguei
cortando uma fatia de queijo.
— Por mais absurdo que pareça, ela ainda está por lá.
Acredita que a filha da puta teve a coragem de ir até à fazenda pedir
dinheiro em troca de se manter longe da Bia?
— Que mulherzinha mau-caráter! Você não deu, não foi?
Porque se você fez isso, ela nunca vai parar de te chantagear.
Aquela desgraçada não vale nada!
— A cretina não viu e nem verá um centavo meu. Eu disse
que se ela aparecesse em minha casa de novo, eu contaria para
seu ex-marido, Edgar Rivera, da cobertura de luxo que ela adquiriu
enquanto eram casados.
O que a infeliz não sabia, é que eu fui até Chicago tomar um
café com o próprio, e lhe entreguei os arquivos com tudo o que
havia descoberto sobre ela.
— E aí, o que ele falou? — perguntei com os olhos
arregalados.
— Você não sabe a infinidade de coisas que eu descobri em
uma hora de conversa com o cara — disse Ben, olhando para mim.
— Conta logo, homem! Estou curiosa — pedi mordendo o
lábio inferior tamanha era minha ansiedade.
— Como eu suspeitava, o cara não fazia ideia de que a cobra
possuía um imóvel tão caro e, ainda por cima, localizado em um dos
bairros mais cobiçados de Chicago. E tem mais, ele disse que
houve um roubo em sua casa há cerca de dois anos. Roubaram
uma fortuna em joias, relógios e obras de arte.
— O suficiente para comprar um apartamento de alto padrão
e viver bem pelo resto da vida. — Completei o raciocínio.
— Exato. Quando o cara viu o valor estimado do imóvel,
suspeitou que a Susan estava envolvida no roubo. Depois da nossa
conversa, ele entrou em contato com o delegado responsável pelo
caso e lhe entregou os arquivos. Agora, a Susan MacClain e seu
amante são os principais suspeitos do roubo.
— Meu Deus! A mulher é pior do que imaginávamos.
Ninguém desconfiou dela na época? — perguntei roendo o canto da
unha, louca de curiosidade.
— Não. O plano tinha sido, até então, “perfeito”. Os ladrões a
levaram como refém. A polícia a encontrou dois dias depois em uma
fábrica desativada. Ela estava amarrada e tinha sinais de
espancamento. Até deram uns tapas na cara da dissimulada para
parecer que tinha sido um sequestro de verdade.
Susan está bem encrencada. Ela e os comparsas podem ser
presos a qualquer momento.
— Em breve estaremos livres daquele encosto, meu amor —
falei levantando o copo de suco para um brinde.
Eu sabia que o Benjamin não ia deixar a vaca da Susan
impune. Eu não esperava menos do meu cavalão. O fato dele ter ido
até Chicago para conversar pessoalmente com o ex-marido da
cachorra, deixou-me imensamente feliz. Mas de todo modo, eu
adoraria presenciar a prisão da lambisgoia. Isso seria o grande
xeque-mate!
Na manhã seguinte, fui até a empresa entregar minha carta
de demissão e pegar alguns objetos pessoais em minha sala. Tentei
ser o mais discreta possível; não estava com paciência para dar
explicações do meu desligamento da firma.
— Lizzy, tem um minuto? Eu gostaria de conversar com você.
É importante — declarou Thomas, encostado na porta do meu
escritório, olhando-me colocar meus pertences em uma caixa.
— Tudo bem. Podemos conversar lá em cima, no café.
Ao chegarmos ao local, pedi um suco de laranja. Assim que o
garçom se afastou, perguntei:
— Então, o que você tem para me dizer de tão importante?
— Eu queria te pedir perdão. Sabe... o lance da Samantha,
por ter ido atrás de você no Texas, por ter estragado seu
relacionamento com o irmão da Melissa, enfim, por tudo que te fiz
passar.
— Por que você está me pedindo perdão agora, Thomas?
Depois de todo esse tempo?
— Estou indo passar um tempo na Flórida. Preciso
recomeçar em um outro lugar; longe de tudo e de todos que me
lembram você. No entanto, eu não poderia iniciar um novo ciclo sem
colocar um ponto final no anterior. Eu demorei para aceitar que
havia lhe perdido. Só me dei conta deste fato quando vi você com o
Benjamin.
— Espero que você tenha aprendido uma lição com tudo o
que aconteceu, Thomas. E não volte a cometer os mesmos erros.
— Pode ter certeza de que eu aprendi. Espero que um dia
você possa me perdoar por ter sido um cretino com você.
— Isso não tem mais importância. Ficou no passado. Se eu
não tivesse descoberto sua traição, não teria conhecido o
verdadeiro amor. Além do mais, guardar rancor não faz bem para
ninguém.
— Obrigado, por ter me concedido alguns minutos do seu
tempo, Lizzy. Agora posso seguir em frente, ter uma noite de sono
tranquila. Espero que você seja feliz — disse ele colocando alguns
dólares dentro do porta-comanda.
Quando me dirigi até a empresa, não passou pela minha
cabeça que eu ia ter uma conversa com meu ex-namorado. De todo
modo, foi bom colocar o passado no seu devido lugar. Senti-me
mais leve, em paz comigo mesma. Era hora de começar uma
história ao lado do Benjamin. O único homem que já amei
verdadeiramente.
Os dias que se seguiram, foram regados a muito sexo, paixão
e juras de amor. Além, é claro, de ter conseguido resolver tudo que
precisava antes de embarcar para o Texas: vendi o carro, coloquei
meu apartamento para locação e fiz uma consulta com minha
obstetra, que após um checape, liberou-me para a viagem. No
entanto, a médica foi bem clara: nada de cavalgar.
Ainda bem que a proibição só vale para cavalo de quatro
patas, ou eu estaria em apuros. Sorri ao vento.
Enquanto eu olhava para o horizonte, da varanda do meu
apartamento, mil coisas passavam por minha cabeça. Eu estava um
tanto apreensiva em relação a como a bonequinha reagiria ao
descobrir que ganharia dois irmãozinhos e uma madrasta.
— Que carinha é essa, meu amor? O que está te
preocupando, hein? — perguntou o cowboy, abraçando-me por trás.
— Eu estava pensando em como a Bia vai reagir a tanta
novidade — declarei levando sua mão à minha barriga.
— Ela vai amar, baby. No decorrer dos meses em que você
esteve longe, não houve um dia sequer que ela não tenha
perguntado por você. Eu sei que o amor entre vocês é recíproco.
Seremos uma família linda, completa e muito feliz — disse ele
beijando-me no rosto.
— Espero que você esteja certo. São muitas novidades para
uma criança tão pequena. Bia está acostumada a conviver apenas
com o pessoal da fazenda. De repente, entra três novos membros
para a família.
— Amor, são quatro novos membros — disse o safado, rindo
da minha cara — você está esquecendo do seu cachorro
bagunceiro.
— Ei! Bagunceiro nada! O Joe é apenas um desbravador,
gosta de descobrir coisas novas — afirmei virando-me de frente
para ele.
— Se é assim que você chama o cachorro que destruiu
minhas botas, rasgou minha cueca e ainda fez xixi no meu chapéu.
Quem sou eu para discordar! — disse o safado, dando de ombros,
com um sorriso zombeteiro no rosto.
— Talvez ele esteja apenas com ciúmes. Agora, vamos nos
apressar, a Melissa acabou de me enviar uma mensagem dizendo
que está a caminho.
— Está bem. Enquanto você se despede de seu
apartamento, vou descendo com as malas.
Assim que o Benjamin se afastou, fui em cada cômodo,
olhando cada detalhe do lugar que foi meu lar por muitos e muitos
anos. Tantas lembranças boas vieram à minha mente: Natais em
família, Dia de Ação de Graças, de como meus pais e eu fomos
felizes ali. Porém, era chegada a hora de construir minha própria
família, criar raízes em um novo lugar.
Antes de fechar a porta, respirei fundo e sorri internamente.
Meus pais ficariam felizes em saberem que eu estava seguindo meu
coração.
Quando cheguei à portaria, Benjamin colocava as últimas
malas dentro do carro.
— Vamos, amor. Não podemos nos atrasar — disse o
cowboy, colocando o Joe na caixa de transporte.
— Tchau, senhorita Collins. Cuide bem do nosso Joe, hein! E
não se esqueça de me dar notícias.
— Pode deixar, Jimmy. Obrigada por ter feito parte da minha
vida todos esses anos — agradeci, dando-lhe um abraço apertado.
Alguns minutos depois, estávamos no aeroporto nos
despedindo da Melissa.
— Sentirei sua falta, amiga. Meus dias em Nova York não
serão os mesmos sem você — afirmou dando-me um abraço tão
forte que vi a hora que ela me partiria ao meio.
— Eu também sentirei sua falta, Melissa. Vá sempre nos
visitar. Precisarei de sua ajuda quando os bebês nascerem.
— Prometa que me deixará a par de tudo que diz respeito
aos meus sobrinhos — pediu ela com os olhos marejados.
— Eu prometo — falei baixinho com a voz embargada.
— Parem de chororô, pelo amor de Deus! Vamos acabar
perdendo o voo.
— Temos que ir, amiga — proferi afastando-me. Após alguns
passos, olhei para trás e dei um último aceno antes de seguir para o
portão de embarque.
E lá vou eu, mais uma vez, à terra dos cowboys.
Diferente das últimas vezes, dormi boa parte da viagem. Acordei
com o Benjamin dizendo que havíamos pousado em Austin. Sorri e
desci do avião, feliz da vida. O dia estava bonito. O céu tinha um
magnífico tom de azul, e o sol resplandecia sobre nossos rostos,
lembrando-nos de que estávamos em pleno verão.
Assim que chegamos ao portão de desembarque, me
surpreendi ao ver o Sebastian com um sorriso de orelha a orelha.
— Posso saber o motivo de tanta felicidade? Não me diga
que passou o fim de semana nas putarias e deixou a fazenda a
cargo da Bertha? — questionou Ben, olhando-o de um jeito
desconfiado.
— Qual é, Benjamin! Um homem não pode apenas ficar feliz?
— indagou o capataz, ajudando o cavalão com as malas.
— Eu também estou curiosa, Sebastian. Você é sempre tão
sério. — Que toda aquela alegria não fosse um rabo de saia, pois
isso acabaria com a Melissa.
Eu tenho que dar um jeito de juntar o bonitão e minha amiga.
Mas como? Cacete! Eu preciso de um plano para ontem.
— Bem-vinda de volta, Lizzy. Vejo que vocês têm um bebê a
caminho. Dona Bertha vai adorar a novidade. Espero que ela pare
de me azucrinar para eu arrumar uma mulher e filhos — disse o loiro
fazendo-me voltar à realidade.
— Obrigada, Sebastian! Desta vez eu vim para ficar. Não vou
embora da fazenda nem que me arrastem pelos cabelos — falei
olhando para o Ben.
Ele não é nem doido de me expulsar novamente.
— Graças a Deus! O Benjamin estava tão insuportável, que
não tinha mais quem aguentasse — afirmou o capataz, fazendo
menção de um sorriso.
— Insuportável o caralho. Eu estava do jeito que sempre fui,
vocês é que estavam cheios de mimimi. Agora, vamos embora.
Estou doido para forrar o estômago.
Sebastian balançou a cabeça e começou a caminhar em
direção ao estacionamento. Depois de colocarmos tudo dentro do
carro, incluindo o Joe em sua caixa de transporte, pegamos a
estrada. Durante o percurso, o capataz deixou Benjamin a par de
tudo o que havia acontecido em sua ausência. Dava para perceber
que o loiro sabia tocar uma fazenda, que tinha jeito para negócios.
Fiquei tão envolvida na conversa dos dois, que quando
menos esperei, havíamos chegado à fazenda. Antes de entrar na
casa, soltei o Joe para que ele pudesse correr um pouco. Afinal, o
coitado tinha passado horas dentro daquela caixa apertada.
Quando nos viu entrando pela porta da sala, Bia correu ao
nosso encontro e se agarrou em minhas pernas.
— A senhora veio mesmo! Eu sabia que o papai ia trazer a
senhora de volta! — disse ela animada dando um largo sorriso.
Bertha, por outro lado, arregalou os olhos e levou as mãos à
boca ao perceber que eu estava grávida. Ela parecia surpresa com
o que via. Era sinal de que a Melissa não havia contado sobre os
sobrinhos.
— Tia Lizzy, a senhora vai ter um bebê?! — perguntou a
pequena, com os olhinhos arregalados.
— Vou sim, meu amor. Daqui a pouco o seu pai explica tudo
direitinho, está bem? — indaguei, alisando seus cabelos castanhos.
— Hunrum — respondeu, dando um menear de cabeça.
— Au... au... au... — Joe aproveitou que a porta estava
aberta e entrou dentro de casa, latindo e correndo para todo lado,
atraindo a atenção da pequena Bia. Pela animação do danado, dava
para ver que tinha gostado da fazenda.
— Esse cachorrinho é para mim? — perguntou a sapeca,
fazendo um carinho na bolinha de pelos.
— Princesa, o Joe é da Lizzy, mas nada impede que ele seja
seu amiguinho também — declarou o cowboy, para a felicidade da
pequena.
— Venham, vou servir o almoço. Depois eu quero saber
direitinho dessa história de ter um bezerrinho a caminho e eu não ter
ficado sabendo. Melissa vai ouvir poucas e boas por não ter me
contado esse babado — disse Bertha, fazendo-nos rir.
— Mãezinha, a senhora está usando um linguajar muito
moderno — disse Sebastian, dando uma gargalhada.
Mãezinha?! Não é que o capataz também é amável!
— Pois fiquem sabendo que meu espírito nunca deixará de
ser jovem. Agora vão lavar as mãos para almoçarem. O mal de
vocês é fome.
— Sebastian, almoce conosco. Tenho um comunicado a fazer
e gostaria que estivesse presente.
— Vou só colocar um pouco de água e comida para o Joe e
já volto — disse o capataz, pegando o cachorro no chão.
Depois de lavarmos as mãos, sentamo-nos à mesa. Minha
boca encheu d’água ao ver a variedade de pratos. Todos deliciosos.
Tinha purê de batatas com medalhões de filé mignon ao molho
madeira, risoto de queijo, cordeiro ao vinho, farofa crocante, linguiça
assada, aspargos salteados e uma saladinha de agrião. E para
acompanhar, vinho tinto para os adultos e suco de uva para as
crianças e grávidas.
— Lizzy, o almoço de hoje é em sua homenagem. Percebeu
que os pratos que fiz são do seu livro de receitas que você me
emprestou?
— Percebi, Bertha. Não tenho dúvidas de que estão
deliciosos.
— E o que está esperando para experimentar, garota? Prove
e me diga se o sabor está parecido com o que sua mãe fazia —
ordenou ela.
— Livro de receitas? Desculpa, Berthinha. Mas não é bem
isso que eu vejo a Lizzy lendo. Apesar desses livros falarem sobre
bananas, mandiocas e pepinos, posso afirmar que não tem como
preparar uma receita com eles — confessou Benjamin, caindo na
gargalhada.
O coitado do Sebastian ficou tão constrangido, que se
engasgou com a própria saliva. Foi preciso a Bertha se levantar e
bater nas costas do filho para que ele não morresse sufocado. O
loiro estava mais vermelho que uma pimenta.
Santo Deus! Onde foi que eu vim me meter? Se o Sebastian
faz parte da família desde que nasceu e ainda se surpreende com
os Parker, imagina eu que acabei de entrar.
— Eu também sei cozinhar, cowboy. Sei fazer um picadinho
de banana delicioso — retruquei, apontando a faca para seu
precioso pau.
— Berthinha, você não sabe o quanto senti falta do seu
tempero — disse o safado, mudando de assunto rapidamente.
— Deixe de me bajular. Não deu nem tempo de você sentir
falta da minha comida, seu descarado.
— Claro que senti, mulher. Você cozinha tão bem quanto
chefes renomados. Juro que é verdade.
— Vou fingir que acredito. Você tá é com medo que a menina
arranque sua sem-vergonhice fora. Essa é a verdade.
— Dá para vocês pararem de falar nessas coisas enquanto
almoçamos, por favor? Não preciso pensar no... do Ben, enquanto
como — proferiu Sebastian, com cara de poucos amigos, cortando
um pedaço de linguiça.
— Papai, fala logo o que o senhor ia dizer — pediu Bia,
balançando as perninhas, alheia ao assunto tratado pelos adultos.
Benjamin deu-me um sorriso cúmplice, repousou sua mão
sobre a minha e disse:
— Como vocês podem ver, a potranca e eu seremos pais.
Mas o que vocês não sabem é que... — o cowboy fez um breve
suspense.
— Conta logo, homem de Deus! Quer me matar de
curiosidade. — Ralhou Bertha, nem um pouco amistosa.
— É que... daqui a alguns meses teremos dois bebês para
alegrar esta casa. Estamos grávidos de um potro e uma potrinha —
declarou o cowboy, com a voz embargada.
Santo Deus! O homem tá igual a manteiga derretida. Não
pode falar nos filhos que fica todo emocionado.
— Que notícia maravilhosa! Mas não era para menos, vocês
viviam se atracando pela fazenda. Eu via a hora cairiam de
exaustão — confessou Bertha, gargalhando alto.
Jesus Amado! O que deu nesse povo para estarem tão
atacados? Será que estamos na lua cheia?
— Eu vou poder segurar e brincar bem muitão com eles? —
indagou Bia, ansiosa pela resposta.
— Claro que vai, bobinha! Mas vai ter que esperar eles
crescerem um pouquinho. Os bebês são muito frágeis. Quando você
era só um bebezinho, eu morria de medo de quebrar você ao meio
— disse Ben.
Nossa senhora das calcinhas molhadas e das mulheres
necessitadas. Deve ser uma coisa linda de se admirar, um ogro
sarado e gostoso cuidando de um bebê.
— Tia Lizzy, já que a senhora vai ser a mamãe dos meus
irmãozinhos, quer ser minha mamãe também? — perguntou a
pequena, tirando-me dos meus pensamentos indecentes.
— Oh, meu amor! Você quer que eu seja sua mamãe? —
indaguei com os olhos marejados.
— Quero muito! — Ela se levantou e me deu um abraço
apertado, cheio de amor e carinho.
— Então, a partir de hoje você será minha filha. Estaremos
sempre juntas, pois somos uma família.
— Eu te amo, mamãe — declarou ela, abraçando-me mais
uma vez.
Eu fiquei tão emocionada que não consegui segurar as
lágrimas. Naquele momento, eu soube o real significado da palavra
mãe. Um sentimento novo e inexplicável invadiu meu coração,
deixando-me imensamente feliz.
— E quando vai ser o casório? Por que vocês vão se casar,
não é? Estou doido para ir a uma festança — perguntou Sebastian,
na maior animação.
— Calma, Walker. Só vamos nos casar quando os potrinhos
nascerem — declarou Ben, beijando minha mão.
— Vamos?! — indaguei, unindo as sobrancelhas, surpresa
com aquela informação.
— Claro que vamos, meu amor — afirmou ele, convicto do
que tinha acabado de falar.
Como é que vou me casar e não fico sabendo? É um brucutu
mesmo! Nem me pediu em casamento para saber se vou aceitar.
Claro que a resposta seria sim. Mas cadê o romantismo? A magia
do amor?
— Você aceitou ser minha esposa quando decidiu vir morar
comigo aqui no Texas. Iremos passar o resto de nossas vidas
juntos, baby. É um caminho sem volta. — O cretino me olhou com
aquela cara de safado, me desconcertando toda.
— Eu ajudo com os preparativos da festa. Será o casamento
do ano — prometeu Bertha, entusiasmada.
— Eu me candidato a ser um dos padrinhos. — Prontificou-se
o capataz, batendo uma mão na outra.
— Você fará um lindo par com a Melissa — comentei só para
ver a reação do loiro bonitão.
— Diacho! Eu retiro o que falei. Pode convidar outra pessoa.
Não vou fazer par com aquela maluca.
— Providenciaremos outra pessoa para ser seu par. Não
quero que você e a Melissa estraguem nosso casório com as
briguinhas de vocês. Aliás, vou providenciar que fiquem bem longe
um do outro — disparou Benjamin, em um tom de voz sério, nada
amigável.
— Se é assim, eu aceito — pronunciou o loiro, voltando atrás
em sua decisão.
Se depender de mim, os dois vão ficar bem juntinhos, como
deve ser.
— Amor, vou levar as malas para o quarto. Não quer vir comigo? —
perguntou Benjamin, dando uma piscadela de olho e um sorriso de
canto de boca, fazendo minha vagina pulsar instantaneamente.
Meu Deus, como é que esse cretino tem esse controle todo
sobre minha perseguida? Basta um olhar safado que ela fica toda
animada.
— Claro. Vou tomar um banho, descansar um pouco e depois
farei uma visita aos cavalos. Preciso pôr o papo em dia com o
Chocolate.
— Faz bem, menina. Ele sofreu bastante com sua ausência.
Vivia tristinho pelos cantos, nem comer ele queria. Chegamos a
achar que o pobrezinho estava doente. O veterinário fez uma pilha
de exames, mas não deu nada fora do normal. No final das contas,
o resultado foi o que eu suspeitava: eram saudades suas. — Ouvir
aquelas palavras foi como levar um soco no estômago, dilacerou-me
por dentro.
— Você não consegue manter essa matraca fechada,
mulher? — resmungou Ben, travando o maxilar, olhando sério para
Bertha.
— Estou mentindo, por acaso? E a Lizzy tem o direito de
saber o que aconteceu por aqui, enquanto esteve em Nova York.
— Mentindo não está, mas não precisava falar nada —
retrucou o cowboy, nervoso, passando a mão na nuca. Ele sabia
que aquela história mexeria comigo, com meu emocional.
Minha cabeça estava girando, o ar parecia fugir dos meus
pulmões. Respirei fundo e comecei a andar a passos largos em
direção aos piquetes. Eu precisava ver o Chocolate, saber como ele
estava. Eu não sossegaria enquanto não o visse pessoalmente.
— Espere, Lizzy. O Chocolate está bem. Eu falei com ele
antes de ir a Nova York; disse que traria você de volta. Ele ficou tão
entusiasmado que até voltou a comer — confessou Benjamin,
segurando em meu braço.
— Por que não me contou o que estava acontecendo com o
Chocolate? Você sabe o quanto ele é importante para mim.
— Porque eu não queria te deixar preocupada, meu amor. —
O cowboy colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me
deu um beijo na testa. Depois, entrelaçou seus dedos nos meus e
me guiou até onde os cavalos pastavam.
Assim que nos viu se aproximando, o Chocolate começou a
relinchar e correr em círculos, demonstrando o quanto estava feliz.
Seus pelos brilhavam e voavam ao vento. Após extravasar sua
alegria, ele se aproximou do cercado e colocou sua cabeça por cima
do meu ombro, como se me desse um abraço. Alisei seu pelo macio
e falei sorridente: — Oi, garotão. Não houve um dia em que eu não
lembrasse de você. Senti tanto sua falta. — Ele me olhou com
aqueles olhos escuros como a noite, enfiou a cabeça pela grade e
cheirou minha barriga.
Meu Deus! Como não percebi isso antes?
— Ele sabia, Benjamin! O Chocolate sabia dos potrinhos o
tempo todo. Ele sabia que eu estava grávida, antes mesmo de eu ir
embora da fazenda. É por isso que o danado ficava cheirando
minha barriga todas as vezes que nos encontrávamos — falei
chocada olhando para o cowboy, que sorria para mim.
— Você sabia de tudo, né, seu safado? Por isso deixou essa
desmiolada se aproximar de você, não foi? Ainda bem que naquele
dia que saíram tocando o terror pela fazenda, você não a derrubou.
Imagina se ela caísse e perdesse meus potrinhos? Eu não quero
nem pensar nesta possibilidade.
— Tínhamos tudo sob controle, até você chegar e acabar
com nossa diversão — declarei alisando a crina do cavalo.
— Agora que você viu que está tudo bem com seu
amiguinho, que tal irmos ali no celeiro? Meu pau e eu também
estamos carentes de atenção — disse o safado abraçando-me por
trás, roçando a tora dura em meu bumbum.
— E o que faremos lá, garanhão? Posso saber? — perguntei
com uma voz sexy sentindo um calor atingir meu ponto de prazer.
— Vamos foder bem gostoso, relembrar os velhos tempos —
sussurrou o pervertido, enquanto apalpava meus seios e continuava
friccionando sua ereção contra minha bunda.
O desejo queimava minhas entranhas, e a safada que havia
em mim começava a se revelar. Aquilo era gostoso, indecente.
Minha calcinha já estava encharcada, os bicos dos seios pontudos e
a boceta pedindo por alívio.
— Vamos... é só uma rapidinha. Não posso voltar para casa
assim — disse ele, levando minha mão até seu pau, fazendo-me
apertá-lo entre os dedos.
— Hummm... não faz isso, cavalão — gemi baixinho,
fechando os olhos e apertando o lábio inferior entre os dentes.
— Eu sei que sua bocetinha está molhada, quente e
latejando de tesão. Se você não me ajudar com este probleminha,
vou ter que bater uma. É isso que você quer? Que eu desperdice
meu leitinho? Eu poderia despejá-lo aqui — declarou, pegando em
minha xoxota, com a voz carregada de desejo.
— Desde que seja pensando em mim, pode bater quantas
quiser — falei lânguida, entorpecida por aquela lascívia que nos
dominava.
— Eu também poderia gozar nessa boquinha, e fazê-la tomar
minha porra todinha — disse ele, de um jeito absurdamente sexy,
enquanto socava um dedo em minha cavidade bucal, sem parar de
roçar seu pau rijo em mim.
Por mais que minha boceta estivesse em chamas, eu queria
que o brucutu continuasse com aquela preliminar deliciosa. Era tão
bom sentir a rigidez de seu membro, ouvir sua voz rouca me
provocando, fazendo cada pelo do meu corpo arrepiar.
— Hummm... — gemi, ao sentir mais um dedo invadindo
minha boca.
Benjamin socava seus dedos como se fosse seu próprio pau
que estivesse ali, fodendo-me erótico e sensualmente.
— Você queria que fosse meu caralho que estivesse te
fodendo assim, Elizabeth? — indagou ele, em um sussurro.
— Sim... — respondi baixinho, voltando a chupá-lo com
gosto, imaginando sua tora e indo e vindo, entrando e saindo da
minha boca depravada.
Quando senti seus dedos deslizando, de um jeito suave e
provocativo, pela lateral de minha coxa, tremi na base. Segurei firme
na cerca de madeira e mordi o lábio inferior para não dar um grito de
puro prazer e chamar a atenção das pessoas, que porventura,
estivessem próximas dali.
Seu dedo atrevido subia cada vez mais, aproximando-se do
buraquinho apertado. Estávamos fora de controle. A lascívia ditava
nossos passos, nossas emoções.
— Diga que não quer continuar que eu paro — disse o
safado, dando um baita chupão em meu pescoço.
Cretino filho da puta! Vou ficar com um hematoma horrível.
Como vou explicar isso para o pessoal da fazenda?
Suspirei quando senti o safado acariciando meu ânus. O
receio de sermos vistos, e a ânsia para ser fodida, deixava tudo
mais prazeroso. Eu não aguentava mais. Precisava daquela rôla
dentro de mim.
— Sua xoxotinha está implorando por meu caralho, não está,
safada? Eu gosto de te ver assim, subindo pelas paredes, louca pra
me dar — declarou, enquanto dava beijos molhados na curva do
meu pescoço.
— Cacete... que gostoso... — gemi ensandecida jogando a
cabeça para trás. Mordi o lábio e rebolei contra seu pau em riste,
duro como rocha, quente como brasa.
— Vamos sair daqui. Não consigo mais segurar, preciso te
comer agora — disse ele pegando em minha mão.
Ao entrarmos no celeiro, o cowboy fechou a porta de madeira
e encostou-me contra ela. Sem perder tempo, ele avançou para
cima de mim e tomou minha boca em um beijo apressado.
Aproveitei o momento para acariciá-lo por cima do jeans, sentindo
toda aquela grossura em minha mão.
— Hummm... que delícia... — o safado escorregou a mão
para dentro da minha calcinha e começou a fazer movimentos
circulares em meu clitóris durinho.
Ele chupava minha língua, mordiscava meus lábios e
devorava-me com fome e desejo. Meu corpo vibrava a cada
movimento de seus dedos em meu ponto sensível, a cada gemido
rouco que saía de sua garganta.
— Ohhh... porra... Você ainda vai acabar comigo, mulher.
Olha como você me deixa duro — disse ele fazendo-me pressionar
seu mastro com força.
— Tá tão grosso... quente... gostoso... — falei em um
choramingo.
Minha boceta não parava de se contrair, querendo que
aquela tora dura e inchada a fodesse firme, bruto, sem pena
alguma.
O desgraçado sabe como me deixar desesperada, a ponto de
implorar por seu pau tesudo.
— Ohh... que boceta macia... tá toda depiladinha. Não vejo a
hora de fodê-la, de enterrar até as bolas dentro dela — murmurou,
lascivo, enquanto socava dois dedos em minha intimidade
escaldante.
O cretino está testando os meus limites, só pode. Eu não sou
de ferro, caramba!
Abri sua calça e tomei sua tora pulsante em minha mão. Toda
aquela potência e masculinidade repercutiam diretamente em minha
intimidade, fazendo-a latejar em expectativa.
Comecei a massagear seu pau com volúpia. Primeiro,
espalhei o líquido delicioso que havia na cabeça pomposa e rosada.
Depois, iniciei torturantes movimentos de vaivém, arrancando
gemidos sôfregos do ogro delicioso.
— Assim é gostoso, cavalão? — provoquei-o, intensificando
as carícias, a firmeza da pegada.
— Ohhh... gostoso demais... — disse com a voz gutural.
Se você pode me provocar ao ponto de eu implorar para ser
fodida, nada me impede de fazer o mesmo.
Benjamin ficava cada vez mais duro, mais pulsante a cada
toque, a cada deslizar de mão por seu taco de beisebol. Ele segurou
em um punhado de meus cabelos e o puxou com força, fazendo-me
erguer a cabeça e olhar em seus olhos tempestuosos.
— Como você é malvada, mulher. Quer que eu goze antes
mesmo de fodê-la? — rosnou dando um suspiro profundo
enrijecendo os músculos protuberantes.
— Humm... — gemi contra seus lábios macios. Sua língua
quente e habilidosa travava uma disputa com a minha, indo e vindo
em uma dança prazerosa e sensual.
— Me come logo, cowboy, estou quase gozando — pedi ao
sentir que o orgasmo estava se aproximando.
— Você só vai gozar quando meu pau estiver atolado em sua
grutinha — disse ele virando-me repentinamente.
O cretino puxou meu quadril para trás, prendeu meus braços
atrás das costas e posicionou sua tora na entrada da minha fenda
molhada, penetrando-me em seguida.
— Ai, meu Deus! Que pau gostoso... humm... come minha
bocetinha, come, seu filho da puta — pedi desesperada por mais.
Benjamin começou a socar mais forte, fazendo nossos
corpos produzirem um som maravilhoso ao se chocarem. A cada
investida, parecia que seu pau ia mais fundo, atingindo um ponto
extremamente prazeroso, levando-me ao delírio.
— Era assim que você queria, hein, safada? Que eu socasse
meu pau todinho em sua boceta? Bem lá no fundo?
— Sim... era tudo o que eu queria — consegui dizer em um
fio de voz.
Enquanto sua mão direita mantinha meus pulsos presos, ele
segurou em meu ombro com a mão esquerda, intensificando as
bombeadas. O suor começava a escorrer por nossos corpos,
nossos gemidos eram abafados pelos fardos de feno que havia ali.
— Porra! Que gostosa! Toda molhadinha pra mim. — O meu
corpo estremecia a cada investida de seu pau, indo e vindo
deliciosamente.
— Ahh... isso... assim... mete na bocetinha de sua mulher,
mete, cavalão — pedi, rebolando em seu caralho, sugando-o para
dentro de mim.
— Apoie as mãos na porta e empine esse rabo gostoso para
seu macho — ordenou dando três tapas bem fortes em meu
traseiro. Empinei-me o máximo que consegui, para sentir cada
centímetro do seu mastro.
Ardência e tesão se misturavam. Ondas de prazer e euforia
cresciam mais e mais dentro de mim, levando-me ao extremo do
prazer. Eu queria prolongar aquele momento, ter um orgasmo tão
forte que me deixasse sem forças para andar ou falar.
— Ahhh... Ben... humm... não para, seu safado... humm...
mete com força... Ahhh... isso... mete gostoso — pedi entre um
choramingo e outro.
Minha boceta apertava o caralho do cowboy, levando-o a
gemer e apertar minha bunda vorazmente.
— Geme, safada. Tá sentindo como meu pau tá duro e
babado, entrando e saindo de sua xoxotinha?
— Sim... Soca esse pauzão em minha bocetinha... soca...
— Ohhh... caralho... eu vou encher essa boceta de porra, e
você vai gozar de novo no meu pau, Elizabeth — gemi alto, ao sentir
meus cabelos sendo puxados com veemência e uma série de
estocadas animalescas em meu interior.
— Humm... Judia da sua putinha, cavalão, judia. — Eu queria
que ele despejasse todo seu esperma dentro de mim, que enchesse
minha grutinha até transbordar.
— Ohh... porra... que boceta deliciosa do caralho... isso,
safada... engole meu pau todinho. — Ben apertou minha bunda e
começou a me comer com gana.
Ouvir aquela voz rouca falando safadezas fez uma segunda
onda de calor, contrações e gemidos tomarem conta de mim.
— Isso... mete mais... — gritei ao sentir o orgasmo me
arrebatando, varrendo-me por completo.
— Vai, gostosa, goza no meu pau... ohhh... contrai essa
bocetinha — ordenou ele, apalpando meus seios, metendo sem
parar.
— Humm... ahhh... isso... — Eu miava feito uma gata no cio.
— Ohhh... caralho! Que gostoso... ohhh... — Ben puxou forte
em meus cabelos, e despejou jatos quentes de porra dentro da
minha xoxota, enchendo-a todinha.
Quando seu pau parou de vibrar, ele me deu um beijo e disse
em um meio sorriso:
— Parece que a gravidez te deixou mais tarada que o de
costume. Ainda bem que eu não sou homem de negar fogo!
Cretino convencido de uma figa!
DIAS DEPOIS
Estávamos tomando café da manhã quando Sebastian entrou,
repentinamente, e sentou-se à mesa. O homem estava pálido,
parecia querer dizer algo, mas não conseguia falar.
— O que foi que aconteceu, Sebastian? — perguntei
enquanto levava uma xícara de café à boca.
— Fala logo, meu filho. Você está me deixando preocupada.
Não me diga que emprenhou aquela assanhada que anda
frequentando sua cama? — indagou Bertha olhando para o filho.
Lizzy arregalou os olhos ao ouvir o comentário da Bertha,
como se fosse coisa de outro mundo, o Walker dormir com uma
mulher.
— É... é que eu acabei de ver na televisão que, ontem à
noite, a fazenda dos Davis foi alvo do bando que andava roubando
gado na região.
— Como assim... Estavam? A polícia conseguiu pegá-los,
dessa vez? — indaguei apreensivo.
— Pelo que consta nos jornais, um policial foi alvejado com
um tiro de raspão, dois ladrões foram mortos, três foram presos e a
chefe da organização foi pega hoje pela manhã, em um hotel de
beira de estrada, quando se preparava para sair da cidade, com o
seu companheiro.
— Nós os conhecemos? — perguntei nervoso. Algo me dizia
que vinha chumbo grosso pela frente, senão o homem não estaria
tão atordoado.
— Esse é o problema, Benjamin. Dois deles trabalhavam aqui
na fazenda. Lembra que eu comentei que o Scott e o Andy andavam
muito estranhos?
— Desgraçados! — bradei assustando a Lizzy e minha filha.
— A pior parte ainda está por vir. — Continuou o capataz,
fazendo meu sangue ferver. O que poderia ser pior do que ter
inimigos trabalhando para mim?
— Fale de uma vez, homem — pedi apavorado. A essa
altura, eu já tinha até perdido o apetite, tamanha era minha agonia.
— A Susan era a chefe do bando. — Quase tive um infarto ao
ouvir tal declaração.
Não bastou a desgraçada ter tentado sequestrar a própria
filha e ter roubado milhões do ex-marido? Também tinha que ser a
chefe de um bando de roubo de gado? Mais que cretina filha da
puta!
— Meu Deus! Isso é inacreditável! Aquela vadia não presta
mesmo — proferiu Lizzy, chocada com o que acabou de ouvir.
— Até o FBI participou da prisão. Parece que a Susan está
envolvida em outros crimes, coisa pesada. Está em todos os sites,
jornais, em tudo quanto é canto — declarou Sebastian, entregando-
me o celular para conferir a reportagem. Antes de começar a ler,
olhei para a Bia e falei:
— Filha, já que você terminou de tomar seu café, pode ir
brincar lá fora, mas fique próximo à casa.
— Vem Joe, o papai deixou a gente ir brincar. — Bia se
levantou e saiu andando em direção à sala, com Joe correndo logo
atrás. Quando eles já estavam longe o suficiente, desbloqueei a tela
do celular para começar a ler.
— Leia em voz alta, Ben. Bertha e eu queremos saber o que
diz a reportagem — pediu Lizzy, curiosa.
— Vai, menino, leia logo. Eu nunca fui com a cara daquela
pilantra. Ela nunca me enganou — declarou Bertha, enfurecida.
Limpei a garganta e comecei a ler alto e bom som.
“A ex-socialite Susan McClain foi presa em uma ação
conjunta do FBI e da polícia de Austin. Ela e seu companheiro, Clint
Sullivan, são acusados de serem os cabeças de uma organização
criminosa que vinha roubando gado na região há mais de dois anos.
A ex-socialite é a principal suspeita de forjar o próprio
sequestro para conseguir roubar do seu ex-marido, Edgar Rivera,
uma fortuna em joias e obras de artes. Algumas das peças
roubadas foram encontradas dentro de um cofre, em uma parede
falsa, em um apartamento de luxo de propriedade da Susan
McClain, em Chicago.
O chefe do FBI, Oscar Cooper, afirmou que, tirar de
circulação essa associação criminosa foi um grande desafio, pois os
criminosos atuavam em diversos estados, sempre aliciando
empregados das fazendas, dos quais conseguiam arrancar
informações privilegiadas.
O FBI afirma, ainda, que Susan MacClain e seu antigo
motorista, vinham atuando no mundo do crime desde que ele havia
saído da prisão, há cerca de cinco anos.
Em um dos caminhões utilizados no transporte dos animais, a
polícia encontrou anotações relativas ao número aproximado de
funcionários das propriedades, posições de câmeras de vigilância,
mapas e rotas de fugas.
Dentre as anotações, chamou a atenção o fato de a fazenda
do senhor Benjamin Parker, com o qual a ex-socialite teve um breve
casamento, constar na lista de alvos do bando.
Invadir a fazenda Parker seria o maior desafio do grupo até
agora. Segundo o xerife local, a propriedade possui o que há de
mais moderno em segurança eletrônica, além de ter uma boa
equipe de vigilância armada que realiza rondas durante toda a noite.
Não é à toa que os criminosos tinham um plano grandioso para
realizar a invasão.
“Acredita-se que eles tinham em mente não só roubar o gado,
mas algo maior do que isso, pois haviam contratado dois pistoleiros.
Talvez os tenham contratado para se precaverem, caso as coisas
não saíssem conforme o planejado. Mas dificilmente saberemos o
que eles, realmente, tinham em mente, afirma o chefe do FBI, Oscar
Cooper”.
Com a prisão do bando, os fazendeiros podem voltar a dormir
tranquilamente, pelo menos, por enquanto. Muitos dos animais
roubados foram encontrados em uma fazenda em San Antônio, a
pouco mais de uma hora de distância de Austin.
As autoridades policiais comemoram o êxito da operação,
que durou meses para ser finalizada, dada a complexidade do caso
e dos crimes que os acusados eram envolvidos.
“Essa foi, sem sombra de dúvida, a prisão mais esperada dos
últimos tempos. Agora, Susan MacClain e seu companheiro
passarão um bom tempo na prisão. Afirma, Dane Stewart, xerife de
Austin”.

— Meu Deus! Isso é inacreditável! A bandida estava o tempo


todo debaixo do nosso nariz e não percebemos — disse Bertha,
perplexa com uma mão na boca.
— Bota, inacreditável nisso, mulher. Sabíamos que a
desgraçada não valia nada, mas ser chefe de um bando de foras da
lei? Parece coisa de filme de faroeste — disse Lizzy, com o cenho
franzido.
Caralho dos infernos! Aquela cretina tinha que ser presa logo
hoje? Esse dia era para ser especial, inesquecível. Agora todos os
meus planos foram por água abaixo.
Sem dizer uma palavra, me levantei e peguei as chaves do
carro. Eu precisava olhar nos olhos da infeliz e saber o que mais ela
planejava além de roubar meu gado. Dentro do meu peito havia um
ódio tão grande, que eu seria capaz de estrangulá-la sem pena.
— Aonde você vai desse jeito, Benjamin? — gritou Lizzy,
correndo atrás de mim.
— Vou à cidade e já volto — falei, abrindo a porta do carro.
— Eu também vou — disse ela, sentando-se no banco do
carona.
— O caralho que você vai. Delegacia não é lugar para uma
grávida. Desça desse carro, Elizabeth — vociferei, ficando ainda
mais enfurecido.
— Ah, mas eu vou sim! Você querendo ou não. Quero ver a
cachorra algemada. Não perco isso por nada, garanhão. A não ser
que você queira ficar mais uma semana sem comer minha boceta —
decretou, com as sobrancelhas arqueadas, desafiando-me com o
olhar.
Diacho! Essa mulher é uma peste mesmo. Greve de sexo é
golpe baixo.
Respirei fundo e arranquei com o carro. Eu não sabia qual
era o motivo de sua greve de sexo, mas não arriscaria passar mais
uma maldita semana sem atolar meu pau em sua bocetinha.
A diaba colocou uma playlist animada para tocar e seguimos
viagem em silêncio. Tantos questionamentos e preocupações se
passavam em minha mente.
O que a Susan estaria planejando quando contratou os
atiradores? Seria para me matar? Vingar-se por eu não a querer de
volta?
Quando chegamos à delegacia, um bando de jornalistas caiu
matando em cima da gente. Pareciam urubus em cima de uma
carcaça. Protegi a Lizzy como pude, e entramos às pressas no
departamento de polícia.
— Eu falei que não era uma boa ideia vir comigo, mas você é
teimosa feito uma mula. Vi a hora daqueles abutres esmagarem
nossos potrinhos — falei sério, ficando de frente para ela.
— Olá, Lizzy, como vai? — perguntou Stewart, estendendo a
mão para minha mulher.
— Estou bem, xerife. Obrigada! — respondeu ela, sorridente.
— Onde a Susan está, Stewart? — indaguei, coçando a
barba.
— Ela está ali na sala de interrogação. Estamos fazendo
algumas acareações para tentar esclarecer alguns pontos da
investigação — respondeu ele, apontando para uma porta vigiada
por dois policiais a postos.
— Eu posso falar com a cretina? Tenho algumas
perguntinhas para fazer para ela. Só vou levar cinco minutos —
fiquei torcendo para que ele dissesse que sim.
— Claro. Você também é parte interessada neste caso. Ah,
tenta tirar o máximo de informações dela, têm muitas lacunas a
serem preenchidas neste caso. Ficaremos do outro lado da sala
escutando tudo — pediu ele.
— Espere aqui, potranca. Vê se não vai aprontar nada —
pedi, apontando para uma cadeira.
— Tá bom, senhor mandão — disse ela, de um jeito divertido.
Claro que eu não acreditei na safada. Pelo que eu a
conhecia, ela daria um jeito de ficar cara a cara com a Susan.
— Vocês são muito bonitinhos juntos, mas temos que ir,
Benjamin. Daqui a pouco o pessoal do presídio chega para levar
seus novos hóspedes — falou Stewart, irônico.
Ao chegarmos em frente à sala, Stewart abriu a porta e
acenou com a cabeça, autorizando que eu entrasse.
Quando Susan me viu, sorriu como se nada tivesse
acontecido e disse:
— Eu estava aguardando sua visita, meu amor. Eu sabia que
você viria me ver. Eu sempre soube que terminaríamos juntos. Esse
é o nosso destino, Benjamin.
Olhei-a e puxei uma cadeira para me sentar, sem acreditar
nas palavras que saíam de sua boca.
— Por que, Susan? Roubar milhões do seu ex-marido, ter
joias, carros e apartamento de luxo, não foram suficientes?
— Nem tudo é por dinheiro, Benjamin. Eu gosto da
adrenalina, da emoção, do risco. Eu preciso de desafios para viver,
me sentir viva. Você nunca entenderia.
— Já que estamos tendo um papo reto, por que não confessa
de uma vez que foi você que colocou fogo na escola e tentou
sequestrar a Bia? Todos nós sabemos que essa é a verdade. Eu só
preciso que você seja honesta uma vez na vida. Qual era o plano?
Porque até agora eu não entendi. Ia carregar minha filha para outro
país? Arrastá-la para o meio de um monte de criminosos, é isso?
— Chega de blá, blá, blá, Benjamin. Quem é você para ficar
me julgando? Eu só queria passar um tempo com minha filha.
Talvez uma ou duas semanas, depois eu a devolveria. Eu não tinha
intenção de ficar com ela para sempre, se é isso que você quer
saber. E, quanto ao incêndio, os rapazes que trabalhavam para mim
cuidaram disso.
— Você é inacreditável, Susan! Por acaso pensou nos
transtornos que seu “ato de mãe do ano” causariam a Bia? —
perguntei, cheio de ira, me segurando para não pular em cima da
desgraçada.
— A Beatriz precisa aprender a ser forte. Você a mima de
mais, Benjamin. Mas tenho que confessar que a garota é esperta.
Meteu no pé antes que eu pudesse enfiá-la dentro do carro. Pelo
menos isso ela puxou a mim.
Cretina filha da puta! Fala tudo isso numa boa, sem
arrependimentos.
— E o que você pretendia quando contratou atiradores
profissionais para invadir minhas terras? Fugindo totalmente do
padrão que vinha seguindo. Queria me matar?
— Não, meu amor. Eu nunca o mataria. Você pode não
acreditar, mas foi o único homem que já amei em toda minha vida, e
eu estava disposta a fazer o que fosse preciso para lhe ter de volta,
até mesmo matar. Os atiradores eram só para me dar cobertura, eu
mesma mataria a putinha nova-iorquina e seus filhos bastardos. —
Ao notar meu olhar de ira, a cretina se levantou, instintivamente, e
procurou abrigo na parede atrás de si, mas não tinha para onde ela
fugir.
Em questão de segundos, eu estava apertando o pescoço da
desgraçada, e ela se debatendo. Logo senti o Stewart e o outro cara
em cima de mim, puxando-me, pedindo para que eu soltasse a
infeliz.
O ódio era tão grande, que mesmo dois homens fortes e
preparados para enfrentar bandidos perigosos não foram capazes
de me tirar de cima da Susan. Eu nunca havia encostado um dedo
na desgraçada, e nem em mulher alguma, exceto durante o sexo.
Mas naquele momento, eu esqueci que ela tinha uma vagina no
meio das pernas e só a vi como uma inimiga. Uma inimiga que teve
a coragem de dizer, bem na minha cara, que mataria minha mulher
e meus filhos. Isso era inadmissível.
— Ben, solte essa vadia. Não está vendo que é isso que ela
quer? — escutei Lizzy falando. Foi só nesse momento que tirei
minhas mãos do pescoço da infeliz e me afastei, puto de ódio.
A desgraçada começou a tossir, levando as mãos ao
pescoço. Ela cambaleou até a cadeira, sentando-se em seguida.
— Espero que você passe o resto dos seus dias na cadeia,
que pague por cada crime que cometeu, e que nunca mais
tenhamos o desprazer de ouvir falar de você. — Rosnei espumando
de raiva.
— Está na hora de ir, Susan MacClain. Sua carona chegou —
proferiu Stewart, guiando-a para fora da sala.
Lizzy olhou para mim com um sorriso no rosto. Ela estava
feliz em ver a Susan algemada, derrotada, indo para a sarjeta.
Entrelaçamos nossos dedos e caminhamos para fora da
delegacia. Ficamos em frente ao prédio, observando os policiais
colocarem os criminosos no veículo que os transportaria até o
presídio.
Os dois integrantes do bando que trabalhavam na fazenda
olharam para mim, sem demostrar qualquer arrependimento. Eles já
deviam fazer parte da associação criminosa, antes mesmo de
aparecerem em minhas terras pedindo emprego.
— Acabou, cavalão. Agora podemos ficar tranquilos, seguir
em frente sem nos preocupar com a megera atormentando nossa
família.
— Que a desgraçada mofe na cadeia. — Rosnei passando o
polegar em seu rosto.
— Benjamin, este é Oscar Cooper, chefe do FBI. Eles ficarão
à frente do caso agora — disse o xerife, caminhando em nossa
direção.
— Prazer, senhor Cooper. — Cumprimentei-o com um aperto
de mãos. — Em nome de toda a população de Austin, eu agradeço
por terem desarticulado essa organização criminosa. Você não
imagina o quanto os fazendeiros da região sofrem com perdas
financeiras todos os anos. Sem falar no desgaste emocional
causado pelo medo e insegurança, afinal, nunca sabemos quando
nossa propriedade poderá ser invadida.
— Obrigado, Parker. Na verdade, estávamos de olho em
Susan MacClain e no Clint Sullivan há um bom tempo, mas eles
sempre conseguiam se safar. A ajuda do xerife e as provas que
você entregou ao Edgar Rivera, foram cruciais para a elucidação do
caso — declarou ele, dando uma batidinha em minhas costas.
Despedimo-nos de todos e seguimos para o carro. O dia não
estava saindo como eu queria, mas dadas as circunstâncias, eu não
tinha do que reclamar.
— E aquele jantar, ainda está de pé? — perguntou Lizzy,
olhando-me com expectativa.
— Depois de toda essa confusão, você ainda tem clima de ir
a um jantar romântico comigo?
— Claro, meu amor! Temos que comemorar a nossa vitória.
— Então, teremos nosso jantar. Mas não crie muitas
expectativas. Você sabe que sou um bicho do mato, não entendo
muito desse negócio de romantismo, mas farei o meu melhor.
— Tenho certeza de que teremos uma noite inesquecível.
Hoje, quero experimentar coisas novas. Espero que seja tão bom
para você quanto será para mim — disse ela, fazendo aquela cara
de safada que eu tanto gosto, deixando-me louco de tesão.
O que diabos essa mulher está aprontando?! Só espero que
tudo saia conforme planejei...
Eu estava tão ansiosa para o nosso jantar romântico, que demorou
uma eternidade para a noite chegar. Quando o alarme do celular
apontou sete da noite, comecei a me produzir. Eu já havia hidratado
o cabelo e tomado banho. E, claro, feito aquela depilação
maravilhosa. Estava tudo lisinho do jeito que o cavalão gostava.
Devido “minha greve de sexo”, Benjamin estava sem trepar
há uma semana, e eu já estava prevendo que ele ia vir para cima de
mim com tudo, faminto como um leão.
Do jeito que ele gosta de chupar... minha boceta tem que
estar sempre depilada para recepcionar sua boca gulosa e abusada.
Depois que terminei de arrumar o cabelo, fiz uma maquiagem
esfumada em tons de marrom, com delineado marcado e cílios
postiços. Coloquei um batom nude e caprichei nos contornos e
iluminação do rosto, realçando os meus pontos positivos.
Com cabelo e maquiagem finalizados, era hora de me vestir.
Eu havia escolhido um vestido acima dos joelhos, na cor marsala e
mangas ombro a ombro. Calcei uma sandália rasteira, com aplique
de pedraria e amarração nos tornozelos. Ao me olhar no espelho,
senti-me linda, sexy e poderosa.
Eu estava colocando os brincos, quando Benjamin entrou no
closet. Ele tinha ido se arrumar no quarto de hóspedes para me dar
um pouco de privacidade. O safado estava todo gostoso. Usava
calça e camisa azul, sendo que a camisa, fechada até os punhos,
tinha um tom mais claro do que a calça. No pulso, um imponente
relógio, com bracelete em um belo tom de marrom, na mesma
tonalidade do cinto e do sapato social, tudo isso compunham um
look chique e despojado, deixando-me com água na boca.
Nunca pensei que um traje esporte fino cairia tão bem no
brucutu! Parece um CEO, um executivo sexy pra cacete.
— Você não é nem um pouco discreta, Elizabeth — disse o
cowboy, com as mãos nos bolsos da calça, olhando-me de um jeito
divertido.
— Só estou admirando o que é meu. Algum problema nisso,
cavalão? — perguntei olhando para o meio de suas pernas.
Santo Deus! O pau do homem parece ainda maior dentro
dessa calça! Como isso é possível?! Toda roupa não é igual?
— Você não está me admirando, está me comendo com os
olhos. São coisas completamente diferentes. — Retrucou com um
sorriso convencido no rosto.
— Vamos? Estou louca para ver o que você preparou para
nossa noite romântica. — Chamei-o, mudando de assunto, ou não
sairíamos dali tão cedo.
Quando chegamos à sala, a Bia e a Bertha estavam sentadas
no sofá. Próximo delas, havia duas mochilas de costas.
— Vocês vão a algum lugar? — perguntei desconfiada,
olhando de uma para a outra.
— Oi, mamãe! Vovó Bertha, eu e o Joe vamos dormir na casa
do tio Sebastian. Foi o papai que pediu pra gente ir. O tio Sebastian
vai fazer uma barraca para eu acampar com o Joe. Não é o
máximo? — confessou Bia, toda empolgada.
— É, meu amor! Tenho certeza de que vão se divertir
bastante — falei na mesma animação.
— Vocês vão levar só isso? — indagou Ben, segurando as
mochilas.
— Vamos só passar a noite, Benjamim. Não vamos morar lá
— disse Bertha, divertida, enquanto se levantava para seguir
viagem.
Como Sebastian morava dentro da propriedade, logo
estávamos nos despedindo da Bertha, da Bia e do meu ex-cachorro.
Pelo menos o Joe serviu para a sapeca deixar o coitado do
Nico voltar para o curral. Claro, depois de prometermos que ela
poderia ver o bezerro todos os dias.
— Tchau, papai! — disse ela, piscando o olho e levantando o
polegar para o Benjamin. Observei-o repetir os mesmos movimentos
da filha, intrigando-me.
— Tenham uma excelente noite, meninos. Chegarei em casa
a tempo de preparar um café da manhã reforçado para vocês —
falou Bertha, dando uma boa gargalhada.
— Que segredinho é esse entre você e a Bia, Benjamin? O
que vocês estão tramando, hein?
— Não é nada, amor. Você que é desconfiada além da conta.
É... é só coisa de pai e filha — respondeu ele, gaguejando demais
para o meu gosto.
Fiquei na minha. Não queria estragar nossa noite por conta
da minha curiosidade exacerbada, mas que eles estavam
escondendo algo, estavam.
Quando o cowboy estacionou em frente ao restaurante, fiquei
impressionada com a beleza do lugar. Era sofisticado, com grandes
esquadrias de vidro, dando para um belíssimo jardim que havia na
área externa.
Ao tentar abrir a luxuosa porta, Benjamin se deu conta de que
ela estava trancada.
Não é possível que ele tenha me convidado para um jantar
romântico e tenha esquecido de fazer as reservas.
— Você fez as reservas, Benjamin? — perguntei desconfiada.
— É claro, amor — disse ele, com um sorriso debochado no
rosto. — Está fechado para outros clientes, não para nós, baby.
De repente, a porta foi aberta por um rapaz uniformizado, que
nos cumprimentou educadamente.
— Uau! — falei boquiaberta sem acreditar no que meus olhos
estavam vendo.
Havia um caminho de velas e pétalas de rosas, que iam da
entrada do estabelecimento até o meio do salão, onde tinha uma
mesa posta para duas pessoas. A louça branca contrastava com as
velas, que flutuavam em taças com água, e com o vermelho das
rosas dispostas sobre a mesa.
Nem nos meus sonhos mais clichês, eu pensei que alguém
fizesse algo tão especial para mim. Estava tudo perfeito: as belas
cascatas de luzes colocadas em pontos estratégicos, a música que
tocava baixinho, a companhia. Eu estava abobalhada com tanta
perfeição, admirando cada detalhe do lugar.
— Gostou? — indagou ele, ansioso por minha resposta. —
Droga! Você não gostou, né? Acho que exagerei com toda essa
decoração.
— Eu amei! Está tudo tão lindo. Você superou todas as
minhas expectativas. Muito obrigada!
— Não precisa agradecer. Você merece muito mais que um
simples jantar — disse o cowboy, guiando-me até a mesa.
Ele puxou a cadeira para que eu pudesse me sentar, e me
entregou uma das rosas. Peguei-a e levei até o nariz, sentindo o
delicioso aroma de suas pétalas. Benjamin sentou-se de frente para
mim e disse: — Eu escolhi o cardápio, espero que não se importe.
— De forma alguma. Além do mais, você é um homem de
bom gosto.
— Sou mesmo — disse o safado, com os olhos fixos no meu
decote.
— Você é um pervertido mesmo, hein? Não perde uma
chance de tirar uma casquinha.
— Não posso fazer nada se esse vestido a deixa tão...
tentadora. Ele molda tão bem o seu corpo, suas curvas — falou,
quase em um sussurro, ao perceber que o sommelier se aproximava
da mesa.
— Boa noite, senhora, senhor. O que vão beber esta noite?
— indagou o rapaz.
— O que você vai querer, amor? Mas lembre-se: nada que
contenha álcool.
— Dispomos de ótimos drinques sem álcool, senhorita
Collins. Tenho certeza de que irá gostar de algum — comentou o
sommelier.
— Pode trazer o carro-chefe, por favor — pedi entusiasmada.
Não vejo a hora de poder beber umas taças de vinho,
esvaziar umas garrafas de champagne, comer o tanto de doces que
eu quiser...
— Então, Anthony, um drinque para esta bela mulher e uma
taça de vinho para mim. Hoje eu vou deixar a escolha por sua conta.
Surpreenda-me, garoto!
Quando o rapaz voltou, me surpreendi com o sabor do
drinque. Não continha álcool, mas era igualmente delicioso. Dava
para enganar o cérebro.
— Um brinde a nós, amor. Que possamos repetir noites como
esta por muitas e muitas vezes — propôs Benjamin, erguendo sua
taça.
— Um brinde a nós, cowboy. — Bati minha taça na dele,
produzindo um delicioso som de vidro se chocando.
Enquanto eu tomava um gole da minha bebida, vi o chef
vindo em nossa direção, com dois pratos em mãos.
— Boa noite, senhora, senhor. Espero que gostem do jantar.
De entrada, teremos bruschetta de pão italiano com muçarela,
tomate e manjericão — enunciou colocando os pratos sobre a mesa.
— De prato principal, teremos salmão ao molho de mostarda e mel,
e para acompanhar, uma salada de agrião, tomate cereja, rabanetes
e peras grelhadas. A sobremesa será surpresa.
— Esse suspense só me deixou com mais vontade de
degustá-la — confessei, com água na boca.
— Bom apetite! — desejou o chef tatuado, voltando para a
cozinha.
Desde que o brucutu tinha me proibido de comer uma
infinidade de coisas, que eu não sabia o que era açúcar. Claro que
eu ia aproveitar para tirar o atraso.
Ele não seria tão malvado a ponto de me negar um docinho
em pleno jantar romântico, ou seria?
— Humm... — gemi, ao dar uma mordida na bruschetta.
Estava deliciosa. O pão crocante, o molhadinho dos tomates e do
queijo derretido, proporcionava um sabor excepcional. Eu já estava
ansiosa para experimentar os próximos pratos.
Depois de nos deliciarmos com a entrada e o prato principal,
que estava igualmente delicioso, era hora de saborear a sobremesa.
Meus olhos brilharam ao ver o garçom deixando as delícias, em
uma bandeja coberta, sobre a mesa.
— Preparada para a sobremesa, amor? Aproveite, hoje você
está liberada para comer e fazer o que quiser.
— Tem certeza disso, garanhão? Você não negará nada que
eu pedir? — perguntei, sem acreditar no que eu havia acabado de
escutar.
— Que tal você olhar o que tem aí dentro — sugeriu,
mudando de assunto. Afinal, sua afirmação era perigosa de mais.
Principalmente, para quem tinha uma mente poluída como eu.
Tive um baita susto ao levantar a tampa da bandeja. Não
pude acreditar no que os meus olhos estavam vendo.
— Iii... isso... é o que eu estou pensando..., Benjamin? — Eu
estava emocionada, gaguejando mais do que gostaria.
— Elizabeth Collins, você aceita casar comigo? Ficar ao meu
lado pelo resto de sua vida? — perguntou, ajoelhando-se ao meu
lado, segurando o anel em sua mão.
A peça era de ouro branco, em designer solitário, com
pequenos diamantes nas laterais, realçando a beleza e sofisticação
do diamante central. Era lindo, delicado, perfeito para mim.
— Você vai aceitar ou não? Estou pagando uma penitência
aqui — confessou o cowboy, vendo que eu estava demorando
demais para dar a resposta.
— Claro que eu aceito, seu bobo! É que... você me pegou de
surpresa. Eu já tinha perdido a esperança de que você me pedisse
em casamento — revelei, limpando as lágrimas que rolavam por
meu rosto.
— Você estava completamente enganada. Eu posso ser um
ogro, um maldito homem das cavernas, ciumento e cheio de
defeitos, mas também carrego amor em meu peito. — O cowboy
beijou minha mão, e colocou o anel em meu dedo anelar direito.
Ele se levantou e me deu um beijo delicioso. Quando
desgrudou nossas bocas, perguntou:
— Eu sei que você está louca para comer todo aquele
açúcar, mas será que aguentaria esperar mais um pouquinho e me
concederia a honra desta dança?
— Claro, meu amor. — Encostei minha cabeça em seu
peitoral e comecei a dançar.
— Como estou me saindo na nossa noite romântica? —
perguntou, próximo ao meu ouvido, embriagando-me com seu
perfume, fazendo-me arrepiar por inteira.
— Melhor impossível. — Tocava “Thinking Out Loud”, de Ed
Sheeran, a mesma que dançamos quando ficamos presos na
cabana.
Aquela era nossa música. Era inevitável escutá-la e não
lembrar do Benjamin, da nossa noite juntos, do nosso primeiro beijo.
Mesmo que não tivesse rolado sexo naquela noite, tinha sido muito
especial para nós dois.
Quando a música acabou, voltamos para a mesa para
degustarmos a sobremesa. Era um doce italiano chamado panna
cotta, com calda de frutas vermelhas por cima. Assemelhava-se a
um pudim, só que mais sofisticado, com uma apresentação
magnífica, para ninguém colocar defeitos.
— Hummm... que coisa gostosa! Ai, meu Deus! — proferi,
com os olhos fechados, sentindo todos os sabores do doce em
minha boca. Era bonito, leve e saboroso. Minha noite não poderia
ser mais perfeita.
Quando abri os olhos, o cavalão me fitava de um jeito tão
luxuriante, que senti fortes vibrações bem no meio de minhas
pernas.
— Você e esse seu maldito costume de comer gemendo,
Elizabeth! — bufou, levando a mão ao pau, ajeitando-o. — Não vejo
a hora de chegar em casa e fodê-la em tudo que for buraco.
— E por que você não come sua sobremesa, para que
possamos ir embora logo? Estou ansiosa pelo desenrolar da noite
— confessei, passando o dedo na calda de frutas vermelhas,
chupando-o em seguida.
Ben respirou fundo e começou a comer. Seu olhar lascivo
devorava-me com uma intensidade sem tamanho. Ele olhava para
minha boca como se quisesse me beijar, me possuir.
— Hummm... — gemi, colocando o último pedaço de panna
cotta na boca. O doce estava incrivelmente delicioso. Mas não era o
único a me arrancar gemidos naquela mesa.
— Acho melhor irmos embora, Elizabeth. Não quero que
ninguém me veja de pau duro — revelou, olhando para os lados,
levantando-se rapidamente.
Ele pegou em minha mão e começou a me guiar para fora do
restaurante.
Ele vai sair assim, sem pagar a conta? Ai, meu Deus! Vão
chamar a polícia. Não é possível que na noite em que resolvi liberar
a perseguida, após a greve de sexo, irei em cana.
— Não vai pagar a conta, cowboy? As pessoas normais
costumam pagar pelo que consomem, sabia? — Apressei-me em
perguntar.
O desgraçado gargalhou e disse:
— Ande, mulher, antes que eles nos vejam fugindo e nos
coloque para lavar os pratos.
Apressei os passos, afinal, eu não sabia se ele estava de
brincadeira ou falando a verdade. Eu que não ia arriscar.
Quando Benjamin destravou o carro, corri e me refugiei
dentro do veículo. Uma rajada de gargalhadas se iniciou. Rimos
tanto, que me deu uma dor abdominal. Eu não sabia se ria mais de
nervosismo ou pela situação engraçada.
— Você pagou, não foi? Não quero que o xerife bata em
nossa porta quando eu estiver usufruindo do seu corpinho.
— Claro que eu paguei, criatura. Mas foi divertido ver essa
sua cara de apreensão. Caralho! Eu devia ter tirado uma foto —
disse ele, rindo alto, enquanto colocava o carro em movimento.
— Seu filho da puta! Você não tinha o direito de fazer isso
comigo — falei, estapeando seu braço. Meu coração batia
acelerado, euforia tomava conta de mim. Ele nem se preocupou
com o fato de eu estar grávida e não poder passar por perrengues,
preocupações.
Essa brincadeirinha de mau gosto está anotada em minha
lista de vinganças. O cavalão não imagina o que o aguarda...
— Vem cá, Elizabeth — disse Benjamin, pegando no volume
protuberante encoberto pelo tecido de sua calça. Eu podia sentir seu
desejo reprimido, dolorido.
Instantaneamente, a imagem daquele pau duro e lambuzado
se fez em minha mente, deixando-me fogosa, molhada.
— Vem, potranca. Eu sei que você tá doida para dar uma
mamadinha. Essa sua cara de safada não me engana — disse o
cretino, movimentando seu mastro para cima e para baixo,
aproveitando que o sinal havia fechado.
Toda aquela safadeza fez um tesão absurdo explodir dentro
de mim. Umedeci os lábios e engoli o excesso de saliva que aquele
ato indecente havia desencadeado. Depois, me livrei do cinto de
segurança e caí de boca naquele pau delicioso. Estava tão grosso,
as veias inchadas, as bolas pesadas, cheias de esperma só para
mim.
Eu queria aquele leite hidratando meu rosto, minha boceta,
cada parte do meu corpo.
— Humm... — gemi, afastando-me para poder respirar por
alguns segundos. Todavia, o cowboy estava tão seco que pegou em
um punhado de meus cabelos e começou a impulsionar minha
cabeça contra seu mastro.
Meus olhos lacrimejavam, baba escorria por minha boca e a
boceta vibrava enlouquecida. Ela estava doida para ser preenchida,
esfolada por aquele belo instrumento.
— Isso é tudo culpa sua. Eu podia parar o carro em um lugar
escuro e fazer você tomar todo esse leite, assim pensaria duas
vezes antes de fazer greve de sexo sem motivo — disse ele,
mostrando as bolas cheias de esperma.
Sem pensar duas vezes, peguei aquelas duas preciosidades
e comecei a chupá-las com vontade, tesão e intensidade. Eu tinha a
sensação de que elas ficavam maiores a cada sucção. Parecia que,
a qualquer momento, um imenso jato de porra explodiria em minha
cara e me lambuzaria todinha.
— Ohhh... ohhhh... caralho... — Ben soltou um gemido rouco
e excitante, deixando minha boceta gotejar de tesão, de puro
êxtase. Soltei as bolas, provocando um barulho característico de
sucção. Olhei-o limpando os cantos da boca e falei: — Você já teve
uma amostra do que teremos hoje. Agora, se concentre na estrada.
— Porra! Você é muito perversa, sabia? O que custa chupar
só mais um pouquinho? Eu estava quase gozando.
— Continuarei quando chegarmos em casa, sãos e salvos.
Benjamin estralou o pescoço, colocou o pau dentro da cueca
e meteu o pé no acelerador.
Chegamos à fazenda em tempo recorde. O homem estava
possesso. Se ele fosse descontar toda aquela ira em minha boceta,
ela estava lascada.
Abra a porta e suba as escadas devagar, rebolando para mim
— ordenou, entregando-me a chave.
Sem pressa, fui subindo degrau, por degrau. À medida que
eu subia, sempre colocando uma perna na frente da outra, meu
quadril se tornava o centro das atenções. Com um dedo na boca e
um sorrisinho malicioso no rosto, de vez em quando eu olhava para
trás, fazendo pose de garota submissa, mas um tanto provocativa.
O cowboy estava no limite. Ele soltava grunhidos e suspiros
profundos. Seu olhar predatório denunciava que ele estava prestes
a devorar minha pobre perseguida indefesa.
Entrei no quarto tirando as sandálias, jogando-as, em
seguida, em cima do tapete felpudo. Deitei-me na cama, abri as
pernas e escorreguei a mão para dentro da calcinha encharcada.
— Quer me comer, cavalão? Apagar esse fogo que há em
mim? — indaguei, melosa, enquanto acariciava meu sexo úmido e
pulsante.
— Não vejo a hora de nossos filhos nascerem para eu poder
dar umas belas chicotadas nesse seu traseiro, sua atrevida. O que
caralho você tá ganhando negando sexo, boquete, me provocando
desse jeito, hein? — indagou raivoso, com os olhos semicerrados,
tão sombrios como uma noite de tempestade.
E lá se foi o Benjamin romântico. Acho que cutuquei a fera
com vara curta.
— Para sua informação, os bebês estão na minha barriga e
não na minha bunda. Umas chicotadinhas não hão de fazer mal. E
seu pau só vai entrar aqui — falei, enfiando um dedo em minha
boceta — se você for meu escravinho esta noite.
— Então, era isso que você queria esse tempo todo? Fazer
de mim seu brinquedinho sexual? Pode tirar seu cavalinho da
chuva, pois isso não vai acontecer.
— Tem certeza, cavalão? — perguntei, arqueando meu corpo
para tirar a calcinha. Eu estava adorando ver e sentir seu olhar
predatório queimando minha pele, minha intimidade.
O maxilar travado, o olhar penetrante e os punhos fechados,
eram a prova do quanto ele estava bravo comigo. Minha boceta
latejava, toda molhada, implorando para ser fodida arduamente por
aquele macho bruto e selvagem. Com um sorriso arteiro no rosto,
joguei a calcinha na cara do brucutu.
Ao pegar a peça, ele fechou os olhos e começou a inspirar o
cheiro de minha excitação.
— Porra! Que cheiro gostoso de boceta que quer ser fodida.
Desse jeito eu não aguento — murmurou, indo em direção ao closet,
vencido pelo desejo.
Ele pegou a bolsa das safadezas e começou a caminhar ao
meu encontro, olhando-me intensamente.
— Desde que não enfie nada no meu rabo, pode fazer o que
quiser comigo. O importante é que eu termine dentro de você, foda-
se o resto. — Rosnou, jogando a bolsa em cima da cama.
— Okay. Mas a partir de agora eu não sou Elizabeth,
potranca ou Lizzy, eu sou sua senhora. Você fará tudo o que eu
mandar, sem contestar ou fazer cara feia, entendido, submisso? —
indaguei, ficando de pé, de frente para ele.
— Entendido, Liz... quer dizer, minha senhora — disse,
engolindo em seco. Dava para ver que o homem estava temeroso,
suando frio.
Ele arregalou os olhos ao me ver tirando um chicote e um par
de algemas de dentro da bolsa. Fui até a poltrona, com o chicote em
mãos, e me sentei de pernas cruzadas, ordenando: — Quero que
desabotoe a camisa, bem devagar, botão por botão, enquanto olha
para mim. Não ouse fazer cara feia, bufar ou revirar os olhos. A não
ser que queira ser punido. Fui clara?
— Claríssima — respondeu, fazendo conforme o ordenado. À
medida que seu peitoral duro e definido ia se revelando, comecei a
sentir uma agitação no meio das pernas.
O cowboy passou a camisa por seus braços e a deixou cair
próximo aos meus pés. Peguei o chicote e o deslizei por seu
peitoral, pelos gominhos de seu abdômen, por seu pau duro e
avantajado.
— Agora, faça o mesmo com a calça. Depois, deite-se na
cama e abra os braços — ordenei com a voz firme.
Quando ele se deitou, coloquei uma algema no seu braço
direito, prendendo-o na grade da cama. Em seguida, fiz o mesmo
com o braço esquerdo, deixando-o vulnerável, à minha mercê.
— Espero que eu não me arrependa disso — declarou, em
um meio sorriso.
— Aposto que não vai — falei, abrindo, com calma, o zíper do
meu vestido. Em seguida, me livrei da cueca do cowboy e me sentei
sobre sua pélvis.
Era superexcitante sentir o pau do Ben roçando em minha
boceta, deixando-a melada, pegando fogo.
— Pra que preliminar? Sua xoxota já está toda lubrificada —
indagou ele, puxando os braços, como se quisesse me tocar, mas
era inútil.
— Eu que dito as regras aqui, esqueceu? Se não quiser
sofrer penalidades, não conteste minhas decisões.
— É que... — Ele tentou falar algo, mas o calei com um beijo
de língua. Sentir seu pau duro e melado roçando em minha boceta
estava me enlouquecendo. Eu rebolava, me esfregava para frente e
para trás, indo e vindo; alimentando meu desejo desenfreado,
urgente.
— Ohhh... porra... Se você não parar de esfregar a boceta no
meu caralho, eu vou gozar. Estou no meu limite, Elizabeth —
confessou, enquanto eu beijava a curva do seu pescoço,
desobedecendo as regras impostas por mim.
Sem pensar muito, desferi uma chicotada em suas pernas,
fazendo-o reclamar instantaneamente.
— Ai, caralho! O que foi que eu fiz? — questionou furioso,
puxando os braços, provocando um barulho de metal se chocando.
— O que foi que eu falei, escravo? Quem dita as regras aqui
sou eu. Você apenas obedece — proferi, segurando seu queixo com
firmeza.
— Prometo que não vai se repetir, minha senhora —
respondeu, tentando se soltar das algemas.
Ele podia negar, manter a pose de macho dominante, o que
eu adorava, mas dava para ver que ele estava muito excitado.
Seu pau estava bem grosso, as veias cheias e pré-gozo saía
em abundância de sua glande. Eu me posicionei bem no meio de
sua cara e o fiz provar o meu sabor. Ele lambeu, chupou, mordiscou,
enfiou a língua. Meu corpo recebeu uma descarga tão grande de
prazer, que estremeceu todo.
Benjamin não parava de puxar os braços, forçando as
algemas, tentando, a todo custo, se soltar.
— Você gosta de me sufocar com esse pauzão, não é?
Então, hoje eu vou te sufocar com minha boceta — declarei,
rebolando em sua cara, lambuzando-o com o líquido quente e
cremoso que saía de minha intimidade latejante.
— Ohhh... — Ele soltou um gemido quase inaudível. Eu
sentia falta de suas mãos travessas passeando por meu corpo, mas
tê-lo algemado debaixo de mim, era igualmente excitante.
— Hummm... isso... assim... — murmurei, ao sentir sua
língua me invadindo, fodendo-me deliciosamente.
Meu corpo vibrava toda vez que a língua dele tocava meu
clitóris. Eu queria chupá-lo, mas também queria ser chupada. Então,
fiquei na posição meia nove e tomei seu pau em minha boca. Ainda
não tínhamos experimentado aquela posição, mas achei
espetacular.
Quando escutei o barulho das algemas em contato com as
grades da cama, soube que o cowboy estava a ponto de gozar. De
costas, me sentei em seu mastro e comecei a cavalgar.
— Tá gostoso, submisso? — perguntei, quicando
deliciosamente.
— Sim. Mas não vou aguentar muito tempo. Por que você
não tira essa algema de mim? Quero tocar em você.
— Vou soltar um dos seus braços porque quero sentir sua
mão em minha bunda. Não porque você está pedindo, entendeu?
— Entendi — disse ele, com a voz rouca de tesão.
Peguei a chave e o liberei parcialmente. Logo em seguida,
voltei a montá-lo. O safado levou a mão até minha bunda e a
apertou com força, impulsionando-a contra seu mastro rígido e
quente.
— Ahhh... — choraminguei, ao sentir uma série de tapas em
minha bunda. Prazer e ardência se mesclaram, causando-me um
tesão arrebatador.
Fiquei na ponta dos pés, segurei em suas pernas e comecei
a subir e descer em um ritmo constante. Eu estava tão concentrada,
que nem percebi que o brucutu estava aprontando. De repente,
senti suas duas mãos sobre minhas nádegas.
— Quem está no comando agora, senhora? — Benjamin
indagou irônico, desferindo tapas em minha bunda.
Mesmo de costas, eu podia sentir um sorrisinho em seu
rosto, comemorando por ter conseguido tomar as rédeas da
situação.
— Droga! Por que fui deixar a chave em cima da cama?
— Esse foi seu grande erro, amorzinho. Agora, sou eu quem
dito as regras. Vá até o sofá e fique de quatro, do jeitinho que eu
gosto.
Como uma boa menina, caminhei até o sofá e fiquei na
posição ordenada. Instantes depois, senti o cavalão derramar,
praticamente, metade de um frasco de lubrificante na entrada do
meu ânus.
Oh, céus! Ele vai comer meu cuzinho como punição!
— Entra devagarzinho, tá bom? — pedi só por precaução.
Depois de me alargar com o dedo, ele começou a forçar a
cabeça do pau contra meu buraquinho apertado.
— Ohhh... porra... que delícia... — murmurou enfiando alguns
centímetros dentro de mim.
— Ahhhh... gostoso... mete no meu rabinho — lamuriei ao
sentir que ele entrava cada vez mais, alargando-me, preenchendo-
me com sua tora dura e grossa.
— Como é bom te comer aqui..., é tão apertadinho, tão macio
— afirmou, dando bombeadas lentas, mas extremamente
prazerosas.
— Que gostoso... — falei, rebolando em seu pau, sentindo-o
bem lá no fundo, firme e duro.
— Era isso que você queria, putinha? Me dar esse cuzinho
gostoso? Fala pra teu macho, fala — pediu, puxando em meus
cabelos, estapeando meu traseiro. Aquilo era tão excitante, tão
pornográfico, tão Benjamin.
— Sim... isso é tão bom, tão delicioso... — falei sôfrega, a
ponto de explodir em um orgasmo arrebatador.
— Ohhh... porra... Tá sentindo como meu pau tá duro, todo
atolado no seu cuzinho? Eu vou despejar até a última gota de porra
dentro dele — disse, intensificando as arremetidas. Eu me sentia
desejada, suja, depravada.
— Hummm... safado... soca tudo, estou quase lá — falei,
desesperada. Suor escorria por nossos corpos, respirávamos com
dificuldade, os corações batiam acelerados.
— Goza comigo, amor. Quero sentir seu cuzinho apertando
meu pau enquanto o encho de porra — pediu o safado metendo
gostoso.
Ele deslizou a mão até meu brotinho sensível e começou a
estimulá-lo, aumentando a velocidade das arremetidas. Segurei no
encosto do sofá e comecei a me movimentar contra sua pélvis,
sentindo cada parte de mim sendo preenchida, devorada.
— Ahhh... Ben... come meu cuzinho... não para, por favor...
come ... — falei, em um choramingo, sentindo todos os músculos do
meu corpo se contraírem.
— Ohhh... Ohhh... caralho... — ele gemeu rouco, cravando os
dedos na carne da minha bunda, enquanto derramava-se dentro de
mim.
Sentir aqueles jatos quentes de porra sendo despejados
dentro do meu cuzinho levou-me ao ápice do prazer em questões de
segundos.
— Ahhh... Ahhh — gemi alto, sentindo os espasmos me
atingirem em cheio, fazendo-me delirar, arrepiar.
Antes que eu pudesse recuperar o fôlego, Benjamin declarou:
— Ser seu submisso foi tão prazeroso quanto vê-la gemendo
e chamando por mim, na sua primeira noite aqui na fazenda,
enquanto dava uma de DJ na sua perseguida.
— Mas como... como você sabe disso, Benjamin Parker?
Você estava me espionando?
— Longe de mim, fazer uma coisa dessas. Eu apenas ia
passando no corredor e escutei gemidos vindos do quarto em que
você estava hospedada. Achei que tivesse acontecido algo com
você, então, abri a porta bem devagarzinho e dei uma espiadinha de
leve. Quando vi do que se tratava, juro que fui embora
imediatamente.
— Claro que você foi embora... depois de me ver gozar e
convulsionar em cima da cama.
O cretino gargalhou e saiu andando em direção ao banheiro,
confessando, implicitamente, que eu tinha razão.
SETE MESES DEPOIS
Se há pouco mais de um ano a Lizzy do futuro me dissesse que eu
seria mãe de três filhos e estaria me casando com o fazendeiro mais
turrão e gostoso do Texas, eu acharia que ela estava tirando uma
com minha cara.
Ainda faltam algumas horas para o grande momento, mas eu
já estou tremendo na base, me controlando para não surtar. Por
mim, esperaríamos um pouco mais para nos casarmos, mas o
brucutu não quis conversa. Ele disse que o Texas está cheio de
abutres e não pode dar bobeira, me deixando solta por aí.
Só o Benjamin mesmo para achar que eu teria olhos para
outro homem. Claro que se passar um gostosão bem na minha
frente eu vou dar uma espiadinha, afinal, a carne é fraca.
Como Bertha e Melissa se responsabilizaram pelos
preparativos do casamento, não me opus quanto a data. Só tive que
me preocupar com o vestido e ajudar na escolha dos comes e
bebes.
Além da Amy, convidei a Abigail e a Chloe, duas amigas da
época de faculdade, para serem minhas madrinhas de casamento.
Melissa é minha dama de honra, acumulando para si, muitas
responsabilidades.
Noah, Sebastian, Jack e o xerife Stewart são os padrinhos do
Ben. Sendo que o capataz, com a dama de honra, são responsáveis
por nos auxiliarem no que precisarmos. Os pombinhos tiveram que
deixar suas diferenças de lado e trabalharem em equipe, para que
tenhamos o casamento dos sonhos.
A cerimônia está marcada para o final da tarde e será
realizada no jardim da casa principal da fazenda. Convidamos
apenas os amigos mais próximos, o pessoal que trabalha para o
Benjamin, suas respectivas famílias e alguns vizinhos. Será uma
cerimônia pequena, simples, mas muito charmosa.
Da janela do quarto eu podia ver a correria que estava lá fora.
Tinha gente pra todo lado, indo e vindo. Alguns carregavam
cadeiras, outros montavam tendas, outros davam ordens. Estava
tudo indo de vento em popa.
— Apresse-se, amor, o pessoal do salão já chegou e Melissa
está surtando porque você ainda não foi se arrumar — disse Ben
entrando em nosso quarto.
— Eu não sei pra que Melissa inventou esse negócio de
trazer o salão inteiro para dentro de casa. Não posso me dar ao luxo
de passar horas me embelezando, quando tenho essas duas
coisinhas lindas pra cuidar — declarei colocando o pacotinho azul
dentro do berço.
— Vá e fique linda para o nosso casamento. Eu cuidarei dos
pequenos — disse ele, agarrando-me por trás, beijando em meu
pescoço.
— Eles acabaram de dormir. Aproveite e descanse um pouco
— falei, sem querer me desprender do aconchego de seus braços.
O cowboy vinha se saindo melhor que a encomenda. Ele me
ajudava em tudo que podia, desde dar banho nos bebês, a trocar
fraldas sujas de caquinha. A única coisa que ele não lidou muito
bem foi com o parto. O homem ficou tão nervoso que acabou tendo
um treco no meio do hospital. Era eu na sala de parto me
esgoelando para parir, e ele tomando calmante em um quarto. Mas
no final, deu tudo certo.
John nasceu primeiro, e a Charlotte alguns minutos depois.
Escolhi esses nomes em homenagem aos nossos pais. Acredito que
o pai do Benjamin e minha mãe ficariam felizes em saber que os
potrinhos receberam seus nomes. O brucutu ficou até emocionado
quando eu contei como se chamariam nossos filhos.
John é a cópia do Ben: comilão, genioso e superprotetor. Ele
sempre dá um jeitinho de pegar na mãozinha da irmã, ou de abraçá-
la enquanto dormem. É a coisa mais fofa de se ver.
Já até imagino o que a pobre Charlotte vai passar nas mãos
do irmão.
— Vá se arrumar antes que a Melissa venha lhe buscar. Você
sabe como ela é alvoroçada. Se eles acordarem esperneando por
suas tetas, eu os levo até você — disse ele, fazendo-me rir.
— Para! Você falando assim, faz eu me sentir uma vaca
leiteira — confessei estapeando seu braço.
Dei-lhe um beijo na boca e segui para o quarto da Melissa.
— Achei que você não ia se arrumar para seu próprio
casamento. Pelo amor de Deus, Lizzy, falta menos de duas horas
para a cerimônia e você ainda está desse jeito? — questionou
Melissa furiosa ao me ver pelo espelho.
Revirei os olhos e puxei uma cadeira para me sentar. Estava
em cima da hora, mas daria tempo, afinal, a noiva sempre se atrasa.
— Sente-se aqui, gata. Vamos deixá-la mais linda do que já é
— disse David, o cabeleireiro.
Depois de escovar meus cabelos, David fez uns cachos
grossos, dando um volume maravilhoso. Em seguida, colocou meu
cabelo de lado e o prendeu com um broche, deixando-o meio-preso.
Optei por uma maquiagem suave, que destacava a pele bem-
feita e iluminada. Para finalizar, a maquiadora colocou cílios postiços
e gloss transparente, dando um efeito de lábios hidratados e bem
cuidados. Gostei bastante do resultado. Ficou bonito e combinou
com o horário do casamento.
Antes de me vestir, Melissa foi buscar os potrinhos para que
eu pudesse amamentá-los.
Quando menos esperei, ela e o Noah entraram no quarto
trazendo os potrinhos, já arrumados com suas roupinhas feitas sob
encomenda. John trajava um smoking cinza, igual ao do pai. A
Charlotte usava vestido branco de manguinhas curtas e uma tiara
de laço, na mesma cor do vestido. Nossos bebês estavam lindos.
— Oi, meus amores. O papai cuidou bem de vocês? Foi ele
quem deu banho e os vestiu com essas roupinhas bonitas? —
perguntei baixinho, atraindo a atenção deles.
— Já que os potrinhos estão entregues, eu vou nessa —
disse Noah. — Ah, e não demore muito, cunhadinha, senão o Ben
vai acabar com a sola do sapato antes da cerimônia. — Continuou o
tatuado, gargalhando a todo pulmão.
— Vamos mamar, amores da mamãe. Vocês comem de mais,
sabiam? — falei, tocando a pontinha de seus narizinhos. Ser mãe
estava sendo o melhor presente da minha vida.
John, como sempre, era o mais esfomeado. Sugava o bico do
meu seio com força. Parecia um bezerrinho faminto. Charlotte era
mais contida, delicada. Uma verdadeira princesinha.
— Oi, Mamãe. Olha como estou linda. A mulher do salão
arrumou meu cabelo e passou maquiagem em mim — disse Bia,
dando uma voltinha para que eu pudesse ver seu look.
— Tá muito linda, filha — respondi sorridente.
Ela usava um vestido branco, sem mangas e com estampa
floral na parte inferior. O tule na saia dava um toque especial à peça.
A bonequinha estava simplesmente perfeita.
— Apresse-se, Lizzy. Boa parte dos convidados já chegaram
e você nem se vestiu ainda — disse Melissa olhando pela janela.
— Tenha calma, mulher. Seus sobrinhos precisam comer. Ou
você quer que eu saia no meio da cerimônia para amamentá-los?
— Deus me livre! Não sei como você aguenta passar o dia
com essas crianças penduradas nos seus peitos. Eu não daria conta
disso — declarou roendo o canto da unha.
— Isso se chama maternidade, amiga. Quem sabe você não
descobre este mundo mágico em breve? — provoquei-a.
— Está bem longe disso acontecer, amiga. Primeiro, tenho
que arrumar um pai decente para os meus filhos — falou pensativa.
— E o Luke? O que está rolando entre vocês? Para você ter
trazido ele como seu acompanhante, deve ser um cara especial —
perguntei curiosa.
— Faz um tempo que conheço o Luke, e, desde então,
somos confidentes, amigos com benefícios, ou amantes, chame
como preferir. Ele estava morando em Chicago e voltou
recentemente para Nova York. Estamos saindo, curtindo adoidado.
Mas não é nada sério — declarou olhando para a tela do celular.
— Ele é bonito, elegante e muito charmoso. Mas seu coração
bate por ele, igual bate por um certo cowboy?
— Veste logo a porra desse vestido, Elizabeth. Todos os
convidados já chegaram e você vem me falar naquele idiota, faça-
me o favor — disse brava.
— Desculpa! Não está mais aqui quem falou — proferi
segurando uma risada.
É hoje que o capataz morre de ciúmes...
Fui ao banheiro, coloquei meu vestido, calcei as sandálias e
me perfumei. Sorri, em frente ao espelho, feliz, admirando a
composição.
O vestido era em renda, de mangas longas, decote frente
única e com pouco volume na parte da saia. Uma peça leve,
delicada, romântica. Ideal para um casamento no campo.
Quando saí do cômodo, Bertha e dona Margareth, mãe do
Ben, haviam chegado ao quarto. Elas com Bia e Melissa, me
olharam de cima a baixo, boquiabertas.
— Nossa! Ficou bem mais bonito agora, com cabelo
arrumado e a maquiagem feita — afirmou minha amiga, fazendo-me
dar uma voltinha.
De repente, ouvimos suaves batidas na porta. Melissa se
virou e foi ver de quem se tratava.
— O que faz aqui? Acho que você errou de quarto — disse
ela, de um jeito grosso.
— Eu sei exatamente onde estou, e não vim aqui por sua
causa. Entregue o buquê à noiva, por favor — rebateu Sebastian,
deixando-a sem palavras.
— Isso é pra você, amiga. Foi o próprio Benjamin quem fez.
Ele disse que você gostaria que seu buquê fosse feito com flores do
campo. Isso é verdade?
— Sim. Está igualzinho ao que sempre sonhei. Eu não
imaginava que o brucutu lembrasse disso — declarei emocionada,
sentindo o cheirinho das pétalas multicoloridas.
— Mãe, leva o John, que eu levo a Charlotte — disse a loira,
pegando a sobrinha em cima da cama.
— Melissa, não vá arrumar confusão com o Sebastian e
estragar o casamento do seu irmão, tá me ouvindo? — advertiu
minha sogra.
— Eu vou tentar, mãezinha, mas não prometo nada —
declarou a loira, dando um sorriso arteiro.
— Eu também já tive uma conversa com seu Sebastian.
Vocês já estão bem crescidinhos para ficarem se provocando. Hoje
eu não quero saber de baderna. Não me façam correr atrás de
vocês com minha colher de pau — bradou Bertha, olhando séria
para Melissa.
— Ele que não me provoque, Berthinha... ele que não me
provoque — Melissa saiu dizendo corredor afora.
— Lizzy, você está usando algo velho, algo novo, algo
emprestado...
— ... algo azul e seis centavos no sapato? Sim, estou —
completei o que minha sogra estava falando.
— Você sabe que essas coisas são para dar sorte no
casamento. Não podemos descuidar, minha filha — disse ela, dando
os últimos ajustes no meu vestido.
Dona Margareth é uma mulher bonita, de personalidade forte,
muito parecida com a Melissa. Ela veio de Montana, com o seu atual
marido, Joseph Becker, para conhecer os netos e ajudar com a
festa.
Segundo o Benjamin, quando seu pai faleceu sua mãe ficou
tão arrasada que não conseguiu permanecer em Austin. Tudo a
fazia lembrar do amor que ela e o senhor Parker viveram na
fazenda. E, em um certo dia, dona Margareth comunicou que iria
fazer a viagem que ela e o senhor John haviam planejado antes do
fatídico dia de sua morte. Eles pretendiam visitar alguns amigos,
conhecer alguns hotéis fazenda, ter uma segunda lua de mel. Em
uma de suas paradas ela conheceu o Joseph Becker, e estão juntos
desde então.
Era chegado o momento de me tornar, oficialmente, a
senhora Parker. Mostrar para as raputengas quem era a dona do
cavalão.
Desci as escadas com o coração acelerado, as mãos suadas,
as pernas trêmulas. Antes de abrir a porta da sala, inspirei e suspirei
algumas vezes, tentando me acalmar. Vendo que não estava
surtindo efeito algum, abri a porta e fui ao encontro do meu noivo, a
passos lentos.
Fiquei encantada com o belíssimo arco, preenchido com
flores naturais, que havia na entrada da cerimônia. Mais adiante,
debaixo de um pergolado de madeira, com cortinas brancas presas
nas laterais, estava Benjamin em um belo smoking cinza, à minha
espera.
O brucutu estava radiante, com um belo sorriso estampado
no rosto. Seus cabelos estavam penteados para trás, a barba bem
aparada e os músculos moldados no smoking rente ao corpo. Uma
flor na lapela dava um charme a mais ao seu look chique e
atemporal.
Ao notarem seu olhar de encantamento, todos os convidados
viraram suas cabeças para trás, para me olharem.
Do lado direito, estavam os familiares e convidados do
Benjamin. Do lado esquerdo, meus padrinhos, amigos de Nova York
e alguns ex-colegas de trabalho. Todos estavam sentados em
cadeiras brancas, formando um charmoso corredor no gramado do
jardim, onde lanternas decorativas e vasos com flores completavam
a impecável ornamentação. O meu sonho de princesa estava se
tornando realidade.
Apesar de não gostar de seguir regras, eu estava me esforçando
para seguir as tradições. Primeiro, entrou a mãe do Benjamin, toda
elegante, em um vestido azul-claro. Depois, as madrinhas, todas
carregavam buquês e usavam vestidos iguais, em um lindo tom de
rosa antigo. Estavam deslumbrantes.
Em seguida, foi a vez da daminha e do pajem entrarem.
Enquanto Bia jogava pétalas de rosas pelo caminho, Nícolas, filho
de um dos peões da fazenda, levava Joe, que usava uma charmosa
gravatinha borboleta, igual à dos padrinhos. Os três eram as coisas
mais lindas de se ver. Representavam o amor na sua forma mais
pura, mais inocente.
Por último, entrou Melissa, que se dirigiu até o altar. Como o
espaço no pergolado era pequeno, só a dama de honra e o padrinho
principal ficariam conosco. Ou seja, o Sebastian e ela.
Quando a marcha nupcial começou a tocar, eu soube que era
chegada a hora de caminhar até o meu belíssimo noivo. Meu
coração batia tão rápido que tive medo de que saísse pela boca. Era
real. Eu estava prestes a me casar com o cowboy, o pai dos meus
filhos, o amor da minha vida.
À medida que eu caminhava, os convidados me olhavam
sorridentes, com admiração. Era tão bom ver rostos conhecidos em
um dia tão importante. Estavam todos ali: meus amigos, Jimmy e
sua esposa Madelyn, meus padrinhos e seus filhos, Bertha e seu
namorado, Adam e sua família.
Ao chegar ao altar, Benjamin ergueu minha mão direita e a
beijou carinhosamente. Depois, nos posicionamos em frente ao juiz
de paz, que deu início a cerimônia, dizendo:
— Estamos aqui hoje para celebrarmos a união, o
companheirismo e o amor que une este casal. Benjamin Parker e
Elizabeth Collins escolheram um ao outro para constituir uma
família, serem um só daqui em diante. E sentem um imenso prazer
em ter cada um de vocês fazendo parte deste momento tão
especial.
O casamento é um passo muito importante. É abdicarmos de
caminharmos sozinhos, para caminharmos lado a lado com a
pessoa amada. É uma caminhada rumo ao futuro, ao incerto, mas
havendo respeito, empatia e acima de tudo, amor, poderão vencer
qualquer obstáculo que possa surgir pelo caminho.
Dito estas palavras, eu vos pergunto:
— Benjamin Parker, você aceita de livre e espontânea
vontade Elizabeth Collins como sua legítima esposa?
— Sim, eu aceito — respondeu o cowboy, todo emocionado,
segurando em minha mão esquerda. — Lizzy, tenho que confessar
que quando a Melissa me disse que uma de suas amigas iria passar
uns dias aqui na fazenda, eu fiquei possesso. Achei que você fosse
só uma patricinha nova-iorquina, cheia de frescuras e problemática.
Mas eu estava completamente enganado — confessou, fazendo
todos rirem. — Obrigado por me proporcionar momentos incríveis ao
seu lado, por quebrar minhas barreiras, por me fazer conhecer o
verdadeiro amor e por ser a mãe que minha filha sempre sonhou em
ter. Você não imagina o quanto é gratificante para mim, como pai,
ver minha princesinha feliz. Você chegou nesta família para somar,
para trazer amor, alegria, felicidade. Eu prometo te amar por toda a
eternidade, Elizabeth — disse ele, colocando o anel em meu dedo.
Lágrimas escorriam por minha face. As palavras proferidas
pelo Benjamin foram mais do que votos, foi uma linda declaração de
amor.
Ainda bem que minha maquiagem é a prova d’agua, ou
estaria tudo borrado.
— Elizabeth Collins, você aceita de livre e espontânea
vontade Benjamin Parker como seu legítimo esposo? — perguntou
o juiz de paz.
— Sim, sim, mil vezes sim — respondi alto, fazendo os
convidados rirem do meu exagero. Segurei na mão do cowboy,
peguei a aliança e falei emocionada:
— Eu não tenho nem palavras para expressar a alegria que
estou sentindo neste momento. Eu só tenho a te agradecer por ter
me dado uma família linda. Quando cheguei à fazenda pela primeira
vez, não me apaixonei só por você, mas por aquela garotinha
também — declarei, soprando um beijo para a bonequinha.
— Eu te amo de montão, mamãe — gritou ela, mandando um
beijo para mim, fazendo os convidados suspirarem com tamanha
doçura.
— Ela me conquistou com seu jeitinho meigo e tagarela de
ser. Fez-me conhecer um tipo de amor que eu não conhecia: o amor
de mãe para com seus filhos. Um tipo de amor que nos faz querer
cuidar, proteger, defender com afinco. Eu quero que saiba que você
e nossos três filhos são o que eu tenho de mais importante nesta
vida. Vocês são meu alicerce, o motivo dos meus sorrisos bobos.
Obrigada por ser esse homem atencioso e que, apesar de ser um
ogro, é um ogro muito fofo. — Os convidados não seguraram as
risadas. — E é por isso que eu te amo de mais — declarei,
colocando o anel em seu dedo.
Não era só nós dois que estávamos emocionados.
Convidados, madrinhas e padrinhos riam e choravam ao mesmo
tempo. Fiquei surpresa ao ver o Noah e o Sebastian enxugando
lágrimas que escorriam por seus rostos, expressando seus
sentimentos.
Depois de assinarmos o documento que nos tornava,
oficialmente, marido e mulher, o juiz de paz disse:
— Com base na belíssima troca de votos, e no documento
que acabaram de assinar, é com grande alegria que os declaro
casados perante a lei.
Antes que tivéssemos autorização para nos beijarmos,
Benjamin me ergueu do chão e tascou um beijo em minha boca. Foi
um beijo quente, apaixonado, delicioso. Aplausos, assovios e gritos
de comemoração tomaram conta do jardim, fazendo-me sorrir contra
os lábios do cowboy.
Depois que desgrudamos nossas bocas, aproveitamos o belo
pôr do sol para tirarmos fotos e cumprimentar os convidados. Em
seguida, nos dirigimos para o celeiro, onde ocorreria a recepção.
— Parabéns pelo casamento, Lizzy. Cuide bem do meu
irmão, está bem? E a propósito, gostou do que fizemos aqui? —
indagou Noah, olhando ao redor. Ele estava todo elegante em um
terno preto e camisa social branca, que escondiam suas belas
tatuagens. A barba e os cabelos estavam impecáveis como sempre.
Sua marca registrada.
— Está tudo perfeito! Obrigada por ter ajudado a tornar esse
dia ainda mais incrível — declarei, admirando toda a ornamentação.
— Não precisa agradecer, cunhadinha. Você é da família
agora. E por minha família faço o que estiver ao meu alcance —
disse ele, dando uma piscadela todo charmoso.
Era inacreditável como os rapazes tinham transformado um
celeiro cheio de feno em um belo salão de festas. Tinha luzes
penduradas no teto, flores e plantas espalhadas por todos os
cantos. O bolo estava belíssimo, chamando atenção em uma mesa
decorada com rosas, artigos de decoração relacionados à fazenda e
doces diversos. Estava rústico, bonito e elegante.
Tocava uma música agradável e os garçons haviam
começado a servir. Os convidados se divertiam à beça. Minhas
amigas de Nova York pareciam bem enturmadas com os peões da
fazenda. Até o Ethan, meu ex-chefe, estava se engraçando por uma
das moças da região.
Melissa não saía do lado de seu acompanhante, fazendo
Sebastian se morder de ciúmes. Já era a terceira taça de
champagne que eu o via bebendo. Não podia passar um garçom
que ele pegava uma taça e mandava ver. Observei-o caminhar até o
palco e pegar o microfone. Na qualidade de padrinho e dama de
honra, ele e Melissa fariam os discursos da noite.
— Olá, pessoal. Boa noite a todos. Eu devia ter preparado
um discurso, mas pra ser sincero, eu não sou bom com essas
coisas. Então, foda-se.
— Benjamin, eu te desejo toda felicidade do mundo, cara.
Você é muito mais do que meu patrão e amigo, você é minha
família. E eu me sinto privilegiado em ser seu padrinho de
casamento. Você é muito sortudo por ter encontrado alguém como a
Lizzy. Não é toda mulher que está disposta a deixar a comodidade
da cidade grande para vir morar no meio do mato. Eu mesmo
conheço uma que nasceu e se criou em uma fazenda e, na primeira
oportunidade que teve, foi embora sem nem olhar para trás. Espero
que a dita cuja tenha encontrado o que tanto procurava.
— Lizzy, obrigado por nos contagiar com sua alegria e
leveza. E, claro, por deixar o Benjamin menos insuportável. Você
não sabe o quanto os empregados são gratos por isso — falou o
capataz, arrancando gargalhadas dos convidados.
— Insuportável o caralho — resmungou o cavalão, tomando
um gole de sua bebida.
Melissa não perdeu tempo, subiu no palco e tomou o
microfone das mãos do loiro, dizendo:
— Lizzy, não tem nada mais gratificante do que te ver casada
com meu irmão. Quando te ofereci a fazenda para passar uns dias,
eu tinha esperanças de que se apaixonassem um pelo outro. Eu
sabia que não se entenderiam de início, pois são dois cabeças-
duras, mas sonhar não custa nada, não é? — disse descontraída.
Nossos amigos riam, assoviavam, aplaudiam. Era uma
algazarra só. Melissa tinha o dom de contagiar as pessoas com sua
alegria e espontaneidade.
— Benjamin, eu o admiro por ter tido coragem de ir até Nova
York atrás do amor da sua vida. Não é como uns e outros que não
lutam pelo que querem. Além do mais, nem toda mulher está
disposta a esperar por um cowboy xucro a vida inteira. Homem que
é homem pega o que lhe pertence e ponto final.
Sem mais delongas, vou aproveitar o ensejo e fazer um
comunicado importante — disse ela, fazendo o capataz ranger os
dentes. O homem estava tão bravo que sua respiração saía pesada.
Parecia um touro enfurecido.
— Fala logo! Estamos megacuriosas — gritaram nossas
amigas, um tanto bêbadas.
— O que diabos a Melissa está aprontando? — resmungou
Benjamin, estreitando os olhos.
— Vai bem anunciar que está noiva do almofadinha que veio
com ela — ironizou Sebastian, olhando para mim, esperando que eu
falasse do que se tratava.
— Não olhem para mim desse jeito. Eu não sei de nada, se é
o que estão se perguntando. Mas que o Luke é um pedaço de mau
caminho, isso ele é. Só de olhar, dá para ver que o homem é muito
bom de cama — provoquei o capataz, botando lenha na fogueira.
— Elizabeth Collins! Se comporte como uma mulher casada e
mãe de família. Não queira que eu perca minha paciência com você
no dia do nosso casamento — rosnou o cavalão, nada contente com
o meu comentário.
Diacho de homem lento! Sequer entendeu a jogada...
— Aposto que ele não tem tanta pegada quanto um peão —
bufou o capataz, cruzando os braços. Ele estava vermelho de raiva,
se mordendo de ciúmes.
— O que diabos deu em vocês, hein? Ou melhor, que porra
colocaram dentro desses doces? Tá todo mundo virado ao avesso.
É amor, garanhão. Amor reprimido, mas não deixa de ser
amor.
— Deixa de suspense, amiga! — Chloe e Abigail gritaram ao
mesmo tempo.
— Tá bom. Eu vou contar. É que... — disse Melissa, fazendo
charme. — é que eu vou voltar a morar em Austin! — confessou,
dando um gritinho de animação. — Desde que a Lizzy veio embora,
venho me sentindo muito sozinha. Está na hora de voltar para casa,
ajudar meus irmãos nos negócios da família e ficar perto das
pessoas que amo.
— Puta que pariu! Agora fodeu tudo — disse Sebastian,
atordoado. Era o fim dos dias de sossego do loiro. O furacão
Melissa estava prestes a retornar ao Texas.
— Que notícia boa, não é, Sebastian? — indaguei com um
leve arquear de sobrancelha.
— Só se for para vocês — retrucou ele encarando a loira, que
descia do palco.
Como o jantar já tinha sido servido, Ben e eu nos dirigimos
até a mesa para cortarmos o bolo. Depois de provarmos a primeira
fatia, cortamos o restante, que foi distribuído entre os presentes.
A festa não tinha hora para acabar. Os solteiros paqueravam,
os casados conversavam e dançavam agarradinhos. Bia e as outras
crianças corriam pra lá e pra cá, brincando animadas, sem
preocupação.
— Agora que todo mundo já comeu. Será que podemos ter
nossa dança, bela donzela? — indagou Benjamin, dando um sorriso
de canto de boca, fazendo-me derreter toda.
— Será uma honra — respondi, dando-lhe a mão.
Ele me puxou para o meio do salão e dançamos
agarradinhos.
— Você está feliz, meu amor? — indagou ele, olhando em
meus olhos, enquanto dançávamos ao ritmo da música.
Benjamin estava com um brilho diferente no olhar. Um brilho
de felicidade, realização e esperança. Encostei minha cabeça em
seu peitoral e respondi baixinho:
— Estou muito, muito feliz. Ao seu lado, eu tenho tudo que
preciso.
Fiz uma promessa silenciosa para mim mesma, de que faria
o possível e o impossível para que fôssemos felizes até o fim dos
nossos dias. Levantei o rosto e o fitei. O cowboy sorriu para mim e
me deu um beijo. Continuamos dançando, com os olhos fechados,
curtindo aquele momento tão especial para nós dois.
Quando a música acabou, ele disse:
— Acho melhor você jogar logo o buquê. Daqui a pouco os
potrinhos vão chorar pedindo peito e teremos que ir para casa.
— Agora mesmo, amor da minha vida — respondi, olhando
para os potrinhos, que estavam sob os cuidados das avós. Bertha e
dona Margareth não perdiam a oportunidade de paparicar os bebês
e a Bia.
São duas vovós corujas, mesmo. Não é à toa que a
bonequinha prefere estar na companhia delas, do que comigo e com
o pai.
Subi ao palco e falei:
— Garotas, se preparem! Chegou a hora de jogar o buquê!
Quem será a próxima a desencalhar, hein? — perguntei animada,
balançando o buquê, fazendo uma dancinha.
— Eu! — gritaram em uníssono, eufóricas, se posicionando
em frente ao palco. Até a Bertha se juntou às meninas. Melissa por
outro lado, preferiu degustar seu champagne, um pouco mais
afastada. Não estava nem aí para pegar o buquê.
Virei-me de costas e comecei a contar: é um, é dois... —
gritava, fazendo suspense. Depois de contar umas três vezes,
joguei-o o mais forte que pude, virando-me rapidamente para ver
quem tinha sido a sortuda, ou melhor, o sortudo.
O buquê passou por cima de todas as garotas, caindo nos
braços do Sebastian, que observava a algazarra com o Ben, Noah e
o xerife.
O Loiro olhava, fixamente, para o buquê. Parecia não saber o
que fazer com ele. Os convidados o observavam sem entender o
que estava acontecendo. Sem falar nada, ele entregou o buquê ao
Noah e começou a caminhar para fora do celeiro, deixando-nos
confusos. Pedi para os rapazes da banda animarem os convidados
e desci do palco.
— Sebastian, espere! — gritei, tentando alcançar o loiro.
— Deixe-o ir, potranca. Não se preocupe, daqui a pouco o
Walker volta. Esse é o jeito dele. Que tal levarmos os bebês para
dormirem? Aproveitamos e consumamos o casamento — falou Ben,
puxando-me pela cintura.
— Não acha que está cedo demais para darmos início a lua
de mel, cowboy?
— Que nada! A gente dá o mamá dos potrinhos, os
colocamos para dormir e damos uma rapidinha. Depois voltamos
para a festa. Bertha disse que ficaria de olho neles.
— Você sempre pensando em tudo, né? — falei, arqueando
uma sobrancelha, enquanto enroscava minhas mãos em seu
pescoço. Ele sorriu e disse:
— Hoje a Bia vai voltar a dormir no quarto dela. O Noah disse
para a sapeca que se continuasse dormindo conosco, a cegonha
não traria um novo irmãozinho para ela.
— E ela aceitou tudo numa boa? — perguntei segurando uma
risada.
— Sim. Mas somente, depois do Noah ter respondido um
mundaréu de perguntas. Inclusive, quando é que a cegonha vai
trazer bebês para ele e para a Melissa.
— Se não perguntasse não seria a Bia. Nossa princesinha
não deixa passar uma — declarei admirada com a esperteza da
pequena.
— Venham, pessoal! Vamos tirar uma foto. — Escutei Bertha
chamando os presentes para uma foto em conjunto. Todos saímos
do celeiro e nos reunimos no gramado do jardim.
O fotógrafo pediu que os padrinhos e os noivos ficassem à
frente, com os convidados logo atrás.
— Vocês dois, fiquem do lado direito dos noivos — proferiu o
fotógrafo olhando para Melissa e Sebastian, que por serem a dama
de honra e o best man, tiveram que ficar bem juntinhos.
Benjamin segurou o pequeno John e eu, a pequena
Charlotte. A Bia ficou a nossa frente, de mão dadas com seu
amiguinho Nícolas.
— Sorriam! — disse o cara atrás da câmera. Logo ouvimos o
clique, e nossa história estava registrada para a eternidade. Eu me
virei para o Benjamin e olhei no fundo dos seus olhos.
— Eu amo você, cowboy!
— Eu também te amo, meu Raio de Sol!
FIM!
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