Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA

Faculdade de Ciências da Saúde

Digestão do Amido pela Amilase


Salivar

Bioquímica Fisiológica

Elaborado por:
Samuel Murciano

2023/2024
Introdução

Polissacáridos são moléculas de elevado peso molecular, cuja unidade fundamental


são os monossacáridos, principalmente a glucose. Como exemplo de polissacárido
importante na natureza podemos destacar o amido.

O amido, polissacárido de extrema importância em alimentos, é produzido em grande


quantidade nas folhas dos vegetais como forma de armazenamento dos produtos da
fotossíntese, e é constituído por outros dois polissacáridos estruturalmente diferentes:
amilose e amilopectina.

A molécula de amilose não apresenta ramificações. A ligação entre os átomos de


carbono das unidades de glucose são do tipo α (1,4). A amilopectina apresenta
estrutura ramificada, sendo que as ramificações aparecem a cada 24-30 moléculas de
glucose. A ligação entre as unidades de glucose são do tipo α (1,4) na mesma cadeia.
Porem, unindo as duas cadeias apresenta ligações do tipo α (1,6).

Para se acompanhar a hidrólise do amido, pode-se utilizar o teste com solução de


Lugol (I2 + KI), que evidencia a presença deste polissacarídeo (formação de complexo
de inclusão de coloração azul entre amilose e iodo) e/ou algum teste para deteção de
açúcares redutores, como o teste com reagente de Benedict (CuSO4 + Na3C6H5O7 +
Na2CO3), que evidencia a presença destes sacarídeos (formação de Cu2O, precipitado
vermelho).

Objetivo

O objetivo deste trabalho prático é a verificação colorimétrica da presença de açúcares


redutores pelo teste de Benedict.

Material

 Estufa a 37º

 Placa de aquecimento com gobelé

 Tubos de ensaio em vidro


 Suporte e molas para tubos de ensaio

 Pipetas graduadas de 5 mL

 pipetadores

 Pipetas Pasteur de plástico

 Vórtex

 Cronómetro

Reagentes

 Solução de amido (dissolver 1 g de amido em 100 mL de água desionizada, com


aquecimento)

 Solução de Lugol (dissolver 1 g de iodo e 2 g de iodeto de potássio em 300 mL


de água desionizada)

 Reagente de Benedict (dissolver 5g de carbonato de cálcio, 8,5g de citrato de


sódio e 0,85g de sulfato de cobre em 500 mL de água)

 Solução de α-amilase, diluída de forma a ficar a 300 U/mL

 Solução de glucose a 0,25% (m/v)

 Solução de sacarosa a 0,25% (m/v)

 HCl concentrado

Procedimento experimental

A- Identificação do amido

1. Preparou-se um tubo de ensaio (A1) com 0,2 mL de amido, 3mL de água e uma
gota de Lugol;

2. Observou-se a cor;

3. Incubou-se a 100ºC, durante 3 minutos;

4. Arrefeceu-se em água fria;

5. Observou-se a cor
B- Identificação da glucose

1. Preparou-se um tubo de ensaio (B1) com 1 mL de glucose e 3mL de Benedict;

2. Agitou-se e ferveu-se durante 5 minutos;

3. Observou-se a cor

C- Hidrólise ácida da Sacarose

1. Preparou-se quatro tubos de ensaio (C1,C2, C3 e C4) com 3mL de sacarose;

2. Adicionou-se 0,1 mL de água aos tubos C1 e C4;

3. Adicionou-se 0,1 mL de HCl concentrado aos tubos C2 e C3;

4. Ferveu-se os tubos C3 e C4 durante 2 minutos;

5. Após arrefecer os tubos C3 e C4, adicionou-se 3 mL de reagente de Benedict a


cada um dos tubos;

6. Agitou-se e ferveu-se durante 5 minutos;

7. Registou-se as observações.

D- Regulação da atividade da α-amilase

1. Identificou-se quatro tubos de ensaio (D1,D2, D3 e D4);

2. Adicionou-se 2 mL de água desionizada ao tubo D1;

3. Colocou-se nos restantes tubos 2 mL da solução de amilase;

4. Ferveu-se em banho de água o tubo D4 durante 5 minutos e deixou-se arrefecer;

5. Adicionou-se (na hotte) 6 gotas de HCl concentrado ao tubo D3 e agitou-se;

6. Adicionou-se, a cada um dos 4 tubos, 2 mL da solução de amido e agitou-se;

7. Incubou-se na estufa a 37ºC, durante 20 minutos;


8. Identificou-se mais 4 tubos (D5, D6, D7 e D8).

9. Transferiu-se cerca de metade do volume existente no tubo D1 para o tubo D5 e


repetiu-se o procedimento para os outros tubos;

10. Aos tubos D1, D2, D3 e D4 adicionou-se 3 gotas de solução de lugol e observou-
se o resultado;

11. Aos tubos D5, D6, D7 e D8 adicionou-se 2 mL de reagente de Benedict, agitou-se


e colocou-se em banho de água a ferver, durante 5 minutos. Retirou-se os tubos
e observou-se.

E- Hidrólise enzimática do amido pela amílase salivar

1. Lavou-se a boca com água desionizada;

2. Obteve-se saliva e dilui-se 1:2 com água desionizada;

3. Identificou-se 3 tubos de ensaio (E1, E2 e E3);

4. Adicionou-se aos tubos E1 e E2 1 mL da solução de amido;

5. Adicionou-se aos tubos E2 e E3 1 mL de soro fisiológico;

6. Adicionou-se a todos os tubos 2 gotas da solução de Lugol;

7. Adicionou-se aos tubos E1 e E3 1 mL de saliva diluida;

8. Agitou-se e incubou-se a 37ºC;

9. Realizou-se o teste de Benedict a todos os tubos.

Resultados

A- Identificação do amido

B- Identificação de açucares redutores

C- Hidrólise ácida de sacarose


Tubo A1

Reagente de Azul escuro


Lugol

Foram obtidos os seguintes resultados para o teste de Benedict, de acordo com a


seguinte escala:

- Azul (teste de Benedict negativo)


+ Verde
++ Amarelo
+++ Laranja
++++ Vermelho-tijolo (teste Benedict positivo)

B1 C1 C2 C3 C4

Resultado Benedict + incolor incolor ++++ -

D- Regulação da atividade da α-amilase


E- Hidrólise enzimática do amido pela α-amilase salivar

E1 E E3
2

Resultado Benedict ++++ - -

Discussão/Conclusão
O tubo A1 apresenta cor azul escuro com o teste de Lugol pelo que indica a presença
de amido.

De acordo com os resultados do teste de Benedict podemos verificar a presença de


açúcares redutores no tubo C3 e o tubo E1. No tubo C3 verifica-se a ocorrência da
hidrólise ácida da sacarose já que foi o único tubo que apresentou uma cor vermelho-
tijolo correspondente à presença de açúcares redutores. Já no tubo E1 a solução de
amido foi digerida pela saliva pois foi detetado açúcares redutores. Nos restantes
tubos a amílase não atuou no amido e este manteve-se intacto.

Você também pode gostar