Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2 Freq. Apontamentos PO
2 Freq. Apontamentos PO
Sumário
● Introdução ao módulo III.
○ Determinantes do desempenho/comportamento individual e as 4 questões
essenciais: Motivacionais (o que quero fazer); de Competência (o que sei
fazer); Contextuais (o que posso fazer) e Éticas (o que devo fazer).
● A Gestão do conhecimento:
○ Dados, informação e conhecimento.
○ Conhecimento tácito vs conhecimento explícito.
○ Conhecimento individual e conhecimento organizacional.
○ Três perspectivas (Japonesa, Americana e Europeia).
○ A "atitude eclética" e o ajustamento a cada organização (também não há "the
one best way" em Gestão do Conhecimento).
○ As orientações básicas: para as pessoas e para a tecnologia.
○ O Questionário de Gestão do Conhecimento (QGC), os itens e a sua relação
com os processos básicos de GC.
No que concerne aos dados, podemos dizer que são elementos objetivos, descontínuos
e quantificáveis, desprovidos de significado, de fácil génese e transporte, essenciais ou
funcionamento organizacional, porquanto incorporam todo um potencial para a criação de
informação.
2
funcionamento organizacional, porquanto incorpora todo um potencial para a criação de
conhecimento.
Processos Básicos
O conhecimento é a base de tudo (é o recurso infinito?). O caminho que fizemos hoje
para a aula, foi feito de forma diferente do que da primeira vez. Na primeira vez não tínhamos
conhecimento sobre o caminho. Quando falamos de conhecimento, falamos de recurso
infinito. Quanto mais se usa, mais se multiplica.
3
○ Adquirir e, sobretudo, criar (algo de novo ou algo novo para a organização),
implica a consideração de um conjunto de fontes internas e externas, nem
sempre adequadamente rentabilizadas na ausência de uma orientação clara para
as questões do conhecimento
● Atribuição de sentido: estratégia adotada, decisões tomadas, projetos encetados, etc,
i.e., processos cognitivos diversos, como sejam, por exemplo, a reflexão crítica, a
análise racional, a extrapolação ou a “desaprendizagem”; estes processos possibilitam
a atribuição de sentido, que se pretende coletiva, aos mais importantes acontecimentos
ocorridos na história da organização, aos sucessos e/ou insucessos experienciados, às
regras, às rotinas e aos procedimentos instituídos, etc. – conjunto de acontecimentos
determinantes de um dado desempenho organizacional.
● Partilha e difusão de conhecimento: pode ocorrer de modo intencional, deliberado e
consciente, através da concretização de comportamento formalmente instituídos e
incentivados ou, mesmo que assim não seja (que não existam orientações formais
nesse sentido), através de ações explícita e deliberadamente adotadas pelos diversos
atores organizacionais.
● Memória organizacional: conjunto de meios indispensáveis ao armazenamento e
memorização do conhecimento organizacional relevante.
● Medição do conhecimento: envolve um conjunto de fases ou etapas que tem início
com a realização de atividades relacionadas com a sua criação e aquisição.
Desenvolvem-se posteriormente esforços no sentido da identificação e localização do
conhecimento verdadeiramente instrumental e relevante, procura-se a sua acumulação,
transformação e validação, criando-se deste modo as condições necessárias ao início
da fase seguinte (definição de critérios indispensáveis ao desenvolvimento dos
sistemas de medição)
● Recuperação do conhecimento: a tarefa de recuperação pode ocorrer de forma
controlada (individual ou organizacionalmente) ou, contrariamente, traduzir um
processo automático. Sendo controlado, pode surgir das pessoas ou da tecnologia.
Sendo automático, está relacionado com o conhecimento tácito.
❓O que é que nós, com estas pessoas, podemos fazer para que elas tenham
determinado conhecimento, o partilhem e o ponham em prática?
4
Conhecimento Tácito e Explícito
Propostos por: Karl Polanyi (conhecimento tácito vs. explícito).
5
✍️Exemplo:
As amigas da prof pedem sempre a receita do bolo de chocolate da professora, mas
o bolo nunca fica igual. O conhecimento explícito é aquele que se diz/transmite facilmente
por vários meios. A receita do bolo de chocolate é um exemplo de conhecimento explícito
(a marca dos produtos, tempo de cozedura,), tudo o que podemos pôr em número, palavras,
formas, receitas, etc. Mas há uma dimensão do saber fazer algumas coisas que não passa só
por ter conhecimento explícito, mas também tácito. Como é que a prof explica aos seus
amigos que “sente” quando a massa está no ponto? O conhecimento tácito é aquele que é
muito difícil de colocar por números, palavras, formas. É aquele que está “nos nossos
músculos, nas nossas veias, nos ossos”. Só repetindo, exercitando, com a pessoa que
conhece muito bem, é que o podemos adquirir.
6
● O individual que eu detenho e trago comigo quando venho trabalhar para uma
empresa. Resulta das minhas experiências, qualificações, tudo o que quis aprender
(sou um repositório de conhecimento). Posso ser uma prita de conhecimento, mas
enquanto estou no trabalho posso não me dar muito com os meus colegas, o tal “saber
é poder” ou “o segredo é a alma do negócio”. Portanto, faço o meu trabalho mas
partilhando o menos possível do meu conhecimento. Assim, sou o único que sei fazer
determinada tarefa e tenho mais poder (aumento a incerteza para os outros). A cultura
das organizações é dar prémios de produtividade a nível individual. Se me dão prémio
a nível individual por eu trabalhar sozinho, porque iria eu partilhar o meu
conhecimento? Pensar em atribuir prémios por equipa. Por um lado há conhecimento
individual, por outro há conhecimento organizacional.
● O organizacional é o conhecimento que fica na organização quando todos vão
embora. É o que tornou possível haver conhecimento explícito, está no modus
operandi.
✍️Exemplo:
Para que a transposição se faça é preciso uma série de processos. Pessoa que vai
trabalhar para uma empresa na atribuição de salários. Sabe muito bem exercer a sua função
e atribuem-lhe as descrições do trabalho (x trabalhadores, salários entregues a x dia). A
pessoa pode otimizar rapidamente esses processos para que o resultado seja alcançado mais
rapidamente e melhor. Ela pode fazê-lo sozinha (e quando sai, deixa tudo de pantanas), ou
podem perguntar-lhe, ela explica e a organização muda o procedimento. O conhecimento
individual passou a ser organizacional. Quando ela vai embora, já não é o conhecimento
antigo, é o que a organização passa a fazer.
7
centrada nas pessoas ou centrada na tecnologia. As pessoas tendem a privilegiar a abordagem
centrada na tecnologia.
✍️Exemplo
Posso não gostar de ser professor, e por isso não estou motivado. Posso não ter toda
a formação suficiente para operar uma máquina nas obras. Posso estar a dar aulas e a sala
que me é atribuída tem um pilar no meio, portanto, posso não ter condições para dar aulas.
Ao ser advogado, posso não me sentir confortável a defender pessoas que eu sei/acho que
são culpadas e portanto não ter condições éticas para o meu trabalho.
● Motivação identificada - não gosto tanto assim do que faço, mas a missão tem todo o
significado para mim.
● Motivação intrínseca - eu próprio estou motivado e só eu me motivo.
falar da teoria da autodeterminação.
8
Conceitos conhecimento-informação-dados
Gestão de conhecimento vs. gestão de informação vs. gestão de dados? O que são:
dados, informação, conhecimento.
Exemplo da laranja - uma laranja, por si só, é um dado (há empresas que tratam dados,
como o INE ou o PORDATA). E se a professora nos disser “eu como uma laranja”, este dado
passou, porque foi contextualizado, a uma informação. Passamos a aceder à informação de
que a professora come uma laranja. Se a professora disser “eu como uma laranja, porque
desde que o fiz deixei de ficar doente”. Esta informação passa a ter um funcionalidade e a ser
um conhecimento para nós. Podemos optar por fazer o mesmo ou não. Um dado é um
número, forma, palavra, descontextualizado. A informação é o dado no contexto. Quando há
informação acrescentamos orientação para a ação (atribuir um objetivo), passamos a ter
conhecimento.
A representação com base no valor tem de dar mais destaque ao conhecimento (os
dados têm mais quantidade, mas o conhecimento tem mais valor).
Europa
Sabemos que as empresas têm um valor, têm ações. Mas quanto é que ela vale? Isso
depende dos clientes, equipamentos, fornecedores, quem lá trabalha, etc. Na década de 80
chegaram à conclusão que era ridículo estarmos a avaliar uma empresa ignorando o valor do
9
conhecimento. Por exemplo, a critical software de Coimbra trabalha para a NASA mas
fisicamente é pequena. Deveríamos, portanto, avaliar também o conhecimento que esta
empresa contém.
10
gestão de conhecimento se prende com a gestão de capital intelectual detido por uma dada
organização ou, dito de outra forma, a gestão do conhecimento enquanto função descreve o
ato de gestão do seu objeto, sendo este o capital intelectual. Nenhum destes conceitos deve ser
entendido como sinónimo de conhecimento, já que tal entendimento implicaria uma
interpretação algo redutora deste último.
11
Balanced Scorecard
Pretende fornecer uma resposta a quatro questões básicas – Como é que a organização
é percepcionada pelos seus clientes? Em que áreas pretende ser a melhor? Tem condições de
se desenvolver e continuar a criar valor? Como percepciona os seus accionistas?
Tango
CELEMI Tango™
12
between their simulated and real world prepare participants to transfer learning into
practice”).
A simulação Tango foi concebida para organizações que necessitam de: (a) identificar,
medir e gerir os seus recursos “intangíveis”, visando alcançar e manter uma vantagem
competitiva sustentável a longo prazo; (b) saber como podem criar uma imagem de marca que
atraia os clientes “alvo” e retenha os colaboradores “chave”; (c) testar várias estratégias de
gestão do conhecimento e de inovação e quantificar os resultados obtidos; e (d) implementar a
gestão do conhecimento e a inovação à medida das necessidades organizacionais.
Japão
13
a valorizar a procura da verdade e a suspeitar de quaisquer crenças. Nesse sentido, os autores
consideram que todo o conhecimento é criado pelo indivíduo, sendo validado através da sua
experiência. Segundo estes autores, a perspectiva ocidental do conhecimento não traduz a sua
dimensão eminentemente humana, dinâmica e relativa. O conhecimento comporta uma
dimensão humana na medida em que se relaciona com o comportamento individual,
possuindo assim uma natureza activa e subjectiva; é dinâmico, porquanto se gera no contexto
das interacções sociais estabelecidas entre indivíduos e organizações, e é relativo visto
depender da especificidade do contexto em que é gerado, isto é, depende de um espaço e
tempo particulares. Assim, para Nonaka et al. (2001), o conhecimento é um processo humano
e dinâmico de justificação de crenças pessoais em direcção à verdade.
Modelo SECI
14
● S - Socialização: modo de conversão de conhecimento tácito para tácito (T p/a T)
(e.g., observação e reprodução, como andar de bicicleta, aprender a fazer um bolo de
chocolate através de observação).
○ Na socialização, a pessoa observa apenas, às vezes durante anos (o mestre e o
ourives).
○ O processo de socialização consiste na partilha de conhecimento tácito entre os
indivíduos, ou, consiste no processo de conversão conducente à criação de
novo conhecimento tácito, por meio do desenvolvimento de experiências
partilhadas, da observação, da imitação e da prática. Trata-se de um processo
auto-transcendente, no qual o indivíduo ultrapassa as fronteiras da sua própria
existência, transcendendo os limites que separa o eu do outro, o interior do
exterior, o passado do presente.
● E - Explicitação: conversão de tácito para explícito (T p/a E) (aprender fazendo um
bolo de chocolate pela receita da professora com ela própria).
○ Consiste na articulação do conhecimento tácito em conhecimento explícito, por
intermédio de fórmulas compreensíveis que possam ser facilmente entendidas
pelos outros. Ao ser explicitado, o conhecimento tácito cristaliza-se,
permitindo a sua partilha e tornando-se então a base de novo conhecimento. Na
prática, o processo de explicitação concretiza-se de duas formas:
■ Pela utilização de técnicas que ajudam a expressar as ideias e imagens
individuais através de palavras, conceitos, linguagem figurativa
(metáforas, analogias e narrativas) e visual (desempenhando, aqui, o
diálogo um papel fundamental);
■ Pela tradução de conhecimentos altamente pessoais ou profissionais em
fórmulas compreensíveis, processo que depende de raciocínios
15
dedutivos e indutivos ou de inferências criativas (constituindo um dos
aspetos mais importantes do modelo SECI).
● C - Combinação: conversão de explícito para explícito (E p/a E) (e.g., aprender a
abrir uma porta com código).
○ Consiste na conversão de conhecimento explícito em novos e mais complexos
conjuntos de conhecimento ou, dito de outra forma, no processo de criação de
novo conhecimento explícito a partir do conhecimento explícito existente, num
processo irreversivelmente dinâmico.
○ “Novo conhecimento é criado porque o conhecimento explícito é combinado
noutro(s) conhecimento(s) explícito(s)... é um processo de sistematização de
conceitos num sistema de conhecimento”.
○ Na prática, o processo de combinação depende de três subprocessos:
■ 1) o de captação e integração de novo conhecimento explícito, podendo
envolver a recolha de conhecimentos tornados públicos no interior ou
exterior da organização posteriormente;
■ 2) a sua combinação;
■ 3) a sua partilha e difusão, que se baseia no processo de transferência,
direta, por exemplo, em apresentações ou encontros.
● I - Implicitação: conversão de explícito para tácito (E p/a T) (e.g., conduzir).
○ Consiste na incorporação de conhecimento explícito sob a forma de
conhecimento tácito. A capacidade detida pelos diversos atores organizacionais
de identificar o que é relevante para o desempenho das suas funções é fulcral.
Relaciona-se diretamente com a aprendizagem prática (aprender fazendo)
○ Na prática, a implicitação comporta duas dimensões:
■ 1) a incorporação de conhecimento explícito nos comportamentos e
práticas dos membros da organização, sob a forma de modelos mentais
ou estruturas cognitivas partilhadas ou conhecimentos técnicos.
■ 2) a incorporação de conhecimento explícito por utilização de
programas de simulação ou experiências diversas que promovem os
processos de aprendizagem através da prática.
16
O BA
Os autores são Davenport e Prusak. Livro Working Knowledge. Mas quer a perspetiva
americana, quer a japonesa são relativamente reducionistas, limitadas. A uma determinada
cultura corresponde um conjunto de valores, princípios, modo de funcionar, etc. Apesar de
17
conhecermos as 3 perspectivas, só sei que nada sei acerca de uma única maneira correta de
agir na gestão do conhecimento de uma empresa.
Não esquecer os dois tipos de conhecimento (explícito vs. tácito; individual vs.
organizacional; orientação para a tecnologia vs. para as pessoas). Sempre que se introduz uma
tecnologia, é afetado o sistema social. A cada organização cabe escolher o melhor sistema,
aquele que melhor as veste e aquele que melhor permite alcançar os seus objetivos. Nenhum
sistema funciona quando o preço a pagar são as pessoas. As pessoas são o principal numa
organização.
Síntese
Medir conhecimento – Europa:
Processos de medição dos recursos de conhecimento; visam auditoria dos recursos
intangíveis, a sua contabilização e publicitação, através da especificação de indicadores de
capital intelectual, da construção de sistemas adequados à sua medição e da divulgação de
publicações relativas aos resultados alcançados.
18
Escola de relações humanas
Fundada por Elton Mayo, que veio depois da perspetiva de Taylor (taylorismo -
divisão do trabalho e especialização). Elton Mayo fez um conjunto de investigações e
verificou que, numa dada equipa ou linha de montagem, os trabalhadores exerciam um
controlo informal uns aos outros para aumentar a sua produtividade mas não muito, para que
as chefias não aumentassem as exigências (quem estivesse a produzir demais, era-lhe dado
uma cotovelada para não produzir tanto.
Aula 9 - 16/04
Sumário
● Trabalho Digno (Decent Work): Introdução
● A relação Trabalho – Vida Pessoal
● Principais desafios da atualidade
● O futuro do Trabalho.
Revisões Sistemáticas
Casper, W. J., Vaziri, H., Wayne, J. H., DeHauw, S., & Greenhaus, J. (2018). The
jingle-jangle of work–nonwork balance: A comprehensive and meta-analytic review of
its meaning and measurement. Journal of Applied Psychology, 103(2), 182-214.
19
https://doi.org/10.1037/apl0000259
Rashmi, K., & Kataria, A. (2022). Work-life balance: a systematic literature review and
bibliometric analysis. International Journal of Sociology and Social Policy, 42(11/12),
1028-1065. https://doi.org/10.1108/IJSSP-06-2021-0145
Sirgy, M. J., & Lee, D. J. (2018). Work-life balance: An integrative review. Applied
Research in Quality of Life, 13(1), 229-254.https://doi.org/10.1007/s11482-017-9509-8
Williams, J. C., Berdahl, J. L., & Vandello, J. A. (2016). Beyond work-life
“integration”. Annual Review of Psychology, 67, 515-539.
https://doi.org/10.1146/annurev-psych-122414-033710
● Em 15 segundos, pense num aspeto negativo da relação entre a vossa vida pessoal e
vida profissional/de estudante.
○ Cansaço, falta de energia;
○ (Estudante deslocado) faltar a ocasiões importantes na sua vida pessoal.
● Em 15 segundos, pense num aspeto positivo da relação entre a vida pessoal e vida
profissional/de estudante.
○ Dá temas de conversa; dá ferramentas;
○ Socialização;
○ Recursos financeiros.
Teoria do Spillover
● Útil para explicar como experiências positivas ou negativas podem ser transferidas de
um papel para outro papel.
● As emoções e comportamentos demonstrados num papel podem ser transferidos para
outro papel, gerando uma interferência (que pode ser positiva ou negativa) entre
papéis.
20
Um bom líder é aquele que sabe adotar o melhor estilo de liderança num determinado
contexto. Por exemplo, se um professor der uma aula, faz sentido que utilize um estilo de
liderança democrático, mas se estivermos num contexto de guerra que envolve decisões
rápidas e firmes, faz sentido que um superior hierárquico use um estilo de liderança
autocrático.
Existem dois construtos principais que contribuem para o balanço entre o trabalho e a
vida pessoal, nomeadamente: o enriquecimento e o esgotamento (ou enfraquecimento).
● Os recursos e energia que temos para desempenhar os nossos papéis são limitados
(Goode, 1960).
21
● Assim, os recursos utilizados no desempenho de um papel irão reduzir os recursos no
desempenho de outro papel (Rothard, Beetz & Harari, 2020).
● Necessidade de fazer um malabarismo (juggling, em inglês) e necessidade de fazer
cedências/abdicações nos papéis → efeito no nosso bem-estar.
● A maioria da literatura sobre relação entre o trabalho e a vida pessoal centra-se nesta
perspetiva;
● Noção de conflito trabalho-vida pessoal (ver escala de Carlson et al., 2000, para medir
o Conflito Trabalho-Família);
● Noção de constante tensão e incompatibilidade entre papéis.
● O desempenho de um papel cria “barreiras” ao desempenho de outro papel.
Perspetiva do enriquecimento
Há evidência de que é benéfico ter mais do que uma carreira, por exemplo, ser
professor e jardineiro. O que esta perspetiva diz é que, se uma das áreas estiver prejudicada
(mau desempenho, relações tóxicas, insatisfação no trabalho), a outra pode tanto piorar (efeito
dominó) como melhorar (compensação). Vai depender das carreiras em questão, mas as
professoras têm mais tendência a falar da compensação. Falamos aqui só de áreas do trabalho
(ter mais do que um trabalho), algo que não conta se eu tiver a área familiar e apenas uma
22
carreira. Se a minha vida for entre trabalho e família, e o trabalho estiver a correr mal, não
vou propriamente compensar na família.
Síntese
23
Fronteira trabalho-vida pessoal
24
Estratégias para a gestão da fronteira trabalho-vida pessoal
25
Principais desafios da atualidade
26
Envelhecimento
Teletrabalho
Questões de género
A Fundação Francisco Manuel dos Santos apresenta que 56% do tempo que as
mulheres passam acordadas em casa é dedicado ao trabalho não remunerado (doméstico e
cuidado dos filhos). Isto equivale a 3 horas e 48 minutos por dia, em dias úteis.
27
Mudança: aumento da participação da mulher no mercado de trabalho em culturas de
trabalho marcadamente machistas.
Características de trabalho
O futuro do trabalho
A adoção de tecnologia continuará a ser um impulsionador chave de transformações
empresariais nos próximos cinco anos. Mais de 85% das organizações inquiridas identificam
o aumento da adoção de novas tecnologias e a ampliação do acesso digital como as tendências
mais prováveis de impulsionar a transformação na sua organização.
28
A confiabilidade e a atenção aos detalhes ocupam o sexto lugar, atrás da literacia
tecnológica. O top 10 de competências centrais é completado por duas atitudes relacionadas
com o trabalho em equipa – empatia e escuta ativa e liderança e influência social.
Aula 10 - 23/04
Trabalho Digno
● Destaque para o 8º objetivo - trabalho digno e crescimento económico: Goal 8: Decent
work and economic growth
● Ver: Agenda do Trabalho Digno - saiba tudo o que vai mudar - XXIII Governo -
República Portuguesa.
✍️Exercício: pensa em três palavras ou expressões que este termo lhe evoque…
● Justiça;
● Respeito;
● Dignidade;
● Igualdade;
● Equilíbrio;
29
● Equidade.
História da OIT
Organização Internacional do Trabalho (ILO, International Labor Organization)
30
11 Elementos substantivos do Trabalho Digno (OIT)
O Trabalho Digno é um conceito útil porque é integrador, parcimonioso e tem como
principal e especial desafio conseguir uma combinação de: 1) colaboradores mais felizes,
31
saudáveis e em desenvolvimento; 2) organizações produtivas e úteis; 3) ações respeitosas dos
que são afetados pelo funcionamento organizacional.
1. Oportunidades de emprego;
2. Salário adequado e trabalho produtivo (não no sentido de nível de produtividade, mas
no sentido de ser contributivo, “aquilo que eu faço é relevante”, é mais um trabalho
com significado);
3. Tempo decente de trabalho;
4. Equilíbrio vida pessoal, vida familiar e trabalho;
5. Trabalho que deve ser abolido (escravo e infantil, principalmente) - Estas marcas
estiveram envolvidas em escândalos de escravidão infantil - Atualidade - SAPO
Lifestyle | Child Labor in Cocoa Supply Chains: Unveiling the Layers of Human
Rights Challenges | Sistema Kafala: RELATÓRIO DB - ABRIL 2022 e Sistema
Kafala Wikipédia;
6. Estabilidade e segurança no trabalho;
7. Igualdade de oportunidades e tratamento no emprego;
8. Ambiente de trabalho seguro;
9. Segurança social;
10. Diálogo social;
11. Contexto económico e social.
32
● Análise Fatorial Exploratória: dos 10 elementos substantivos resultaram 7 dimensões
do trabalho digno (dimensões psicológicas)
1. Princípios e valores fundamentais no trabalho, avaliando-se se o local de trabalho
atende a valores como justiça, dignidade, participação, liberdade, não-disriminação e
confiança;
2. Tempo e carga de trabalho adequados, respeitante ao tempo e carga de trabalho,
equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e ritmo de trabalho (cf. Semana de 4 dias);
3. Trabalho realizante e produtivo, referente à oportunidade de inovar, à motivação
intrínseca para o trabalho e ao significado do trabalho;
4. Remuneração significativa para o exercício da cidadania, considerando os
benefícios e ganhos percebidos como justos e suficientes para se ser um cidadão pleno
na sociedade (salário legal ≠ salário moral) (Há cada vez mais famílias jovens a
recorrerem ao Banco Alimentar - Expresso);
5. Proteção social, resultante da condição de trabalhador e relativa a ausências por
razões médias, eventuais situações de desemprego e futura aposentação;
6. Oportunidades, verificando se há trabalhos alternativos disponíveis e alcançáveis,
permitindo que um trabalhador tenha escolhas e evolução profissional;
7. Saúde e segurança, centrando-se na proteção da saúde, segurança e conforto do
contexto de trabalho e do ambiente.
33
Conteúdo, Condições e Contexto
Rede nomológica
Definição: uma rede nomológica é uma representação dos conceitos (construtos) de
interesse em um estudo, suas manifestações observáveis e as inter-relações entre eles. O termo
"nomológico" deriva do grego, que significa "regrado", ou em termos de filosofia da ciência,
"semelhante à uma lei". Foi a visão de Cronbach e Meehl da validade de construto que, para
fornecer evidências de que uma medida tem validade de construto, uma rede nomológica deve
ser desenvolvida para sua medida. https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_Nomológica
34
● Contextos de trabalho com déficits de trabalho digno são contextos de trabalho
potencialmente desencadeadores de stress e burnout.
Lições
35
○ Theory – selfdeterminationtheory.org
○ (cf. 2ª frequência de ME)
○ Externa subdivide-se em material e social
● Trabalho digno e stress (não no trabalho, mas na vida em geral, no último mês nas
diferentes esferas da vida):
○ Estudos realizados em Portugal, envolvendo centenas de colaboradores de
organizações da Economia Social;
○ Existe uma relação negativa entre Trabalho Digno e Stress;
○ Mais Trabalho Digno, menos Stress dos colaboradores;
○ O Trabalho Digno é também conhecido por ter um impacto positivo na saúde
mental (Duffy et al., 2019);
○ A presença das dimensões de Trabalho Digno nos contextos de trabalho
fornece recursos para lidar com o stress e mecanismos similares podem operar
no sentido de promover a saúde mental.
○ As dimensões mais relevantes no estabelecimento desta relação são:
■ Princípios e valores fundamentais no trabalho;
■ Tempo e carga de trabalho adequados;
■ Oportunidades.
● Trabalho digno e partilha de conhecimento:
○ O Trabalho Digno afeta positivamente a partilha do conhecimento;
36
○ A dimensão relativa aos Princípios e Valores Fundamentais no Trabalho afeta
quer o conhecimento formalmente partilhado quer aquele que é partilhado
informalmente;
○ A dimensão relativa ao Trabalho Realizante e Produtivo tem um forte impacto
na disponibilidade dos indivíduos para partilharem informalmente o que
sabem.
● Trabalho digno e satisfação com a vida:
○ Existe sustentação empírica para a relação positiva entre Trabalho Digno e a
Satisfação com a vida dos colaboradores;
○ Quão mais os colaboradores percepcionam o seu contexto de trabalho como
digno, maior é a satisfação que expressam com a sua vida;
○ As dimensões do TD mais relevantes nesta relação são:
■ Trabalho realizante e produtivo;
■ Tempo e carga de trabalho adequados;
■ Remuneração significativa para o exercício da cidadania.
Exemplos:
37
● Adoção de políticas de não discriminação, considerando a diversidade, mas também o
cilo de vida dos trabalhadores (por exemplo, mulheres grávidas) e oportunidades de
desenvolvimrnto (com promoções com critérios justos e transparentes);
● Promover a empregabilidade com investimento na formação e desenvolvimento das
pessoas;
● Investir na geração de empregos também pode ser feito promovendo o
empreendedorismo, mas não depende apenas de organizações ou empreendedores,
mas de iniciativas conjuntas com políticas públicas;
● Valorizar um local de trabalho que promova a saúde e a segurança;
● Em relação à proteção social, além do respeito pelas leis de cada país, cada
organização pode procurar adicionar valor nas suas políticas e práticas, no seu modus
operandi.
Responsabilidade
❓Qual é a nossa responsabilidade?
Aula 11 - 30/04 - Módulo 4
● prenato@fpce.uc.pt
Exercício
38
39
A realidade não existe no sentido em que ninguém tem uma experiência igual da
realidade. E se cada um de nós experiencia o mundo de forma diferente, então vamo-nos
comunicar também de forma diferente.
40
Sobre pressupostos, podemos perguntar: “mas será que nos conseguimos livrar dos
pressupostos?”. A resposta é “não”, enganar-nos-íamos se pensássemos que estamos ou
podemos ser em algum momento livres de pressupostos. Mas isso é necessariamente mau?
Não, pode trazer algumas consequências e inconvenientes, mas não é mau. Os pressupostos
agilizam a comunicação (mais simples e mais fácil). Por exemplo, se não soubéssemos o que
é um círculo e não tivéssemos uma configuração mental de um círculo, seria muito difícil
alguma comunicação.
A comunicação não é uma exterioridade: tem contextos, é inerente a cada pessoa. Está
na base das relações entre as pessoas e é responsável, em parte, pelos sucessos, insucessos,
conflitos, gestão. A comunicação é como se fosse o aparelho circulatório da organização.
41
A comunicação contribui para os indivíduos, grupos e organizações prosseguirem os
objetivos organizacionais. Processo de comunicação é essencial para uma organização; é
com base nele que todos os outros ocorrem.
Roteiro
● Comunicação e comunicação nas organizações: funções e níveis:
○ Comunicação interpessoal;
○ Comunicação nos grupos: redes de comunicação;
○ Os tipos, canais e fluxos de comunicação nas organizações.
● Estratégias de comunicação utilizadas pelos gestores;
● Comunicação em tempo de crise.
O conceito de comunicação
Comunicação = “Comunicare” = Partilhar → “tornar comum”. Mas tornar comum o
quê?
● Ideias;
● Experiências;
● Emoções;
● Sentimentos;
● Significações.
Se comunicar é tornar comum, então se não conseguir tornar comum, se não houver
uma partilha de significações, não há comunicação. Ausência de partilha de significações →
ausência de comunicação.
Paul Watzlawick diz “You cannot communicate”. Todo o comportamento é uma forma
de comunicação. Todos nós não podemos não nos comportarmos. Se o comportamento não
42
tem contrário, então não é possível comunicar. Comunicar é inerente à existência humana, é o
fundamento da relação humana.
Organizações
Comunicação: processo através do qual a informação é transmitida na organização e
a relação entre os indivíduos que dela fazem parte é estabelecida (Curral & Chambel, 2001).
43
Organigrama/organograma: representa a estrutura formal da organização, a cadeia
hierárquica, a cadeia escalar que vai da base até ao topo e define níveis de autoridade e
responsabilidade, sendo a maior autoridade no topo e a menor na base. Quando olhamos para
ela sabemos como é que formalmente o trabalho está organizado e as pessoas comunicam.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Burrocracia
44
Organizacional Comunicação entre Representantes de vários
subunidades da mesma departamentos da empresa
organização reúnem-se para criar um
plano estratégico
👇Adaptado
● Gestão, direção e controlo
● Informação;
● Feedback e motivação;
● Persuasão;
● Expressão emocional
Ser é comunicar
45
2. Importante: às vezes, a comunicação intencional é apresentada como se fosse não
intencional (e.g., evitar responsabilidade ou para criar uma impressão falsa,
manipular).
Exercício: pense numa situação em que pretende transmitir aos outros uma determinada
“imagem” acerca de si. Como procurou fazê-lo? Como se sentiu? Sabe como se designa esse
processo?
3. O silência ou ausência
A coisa mais importante na comunicação é ouvir o que não é dito (Champy, 2010,
citando Peter Drucker).
46
O silêncio e/ou a ausência são poderosas formas de comunicação. Preste atenção para
as lacunas, pausas, hesitações e… ausência.
2 níveis e 2 formas
● A comunicação digital usa a palavra
● A comunicação analógica usa os comportamentos não-verbais
- Conteúdo e relação
1. Aparência e modo de estar (apresentação geral, posturas, movimentos globais);
2. Gestual e motora (gestos e movimentos de mãos, braços, pescoço, cabeça, etc.);
3. Mímicas da face (ignorância, espanto, cólera, etc.);
4. Formas de olhar (aprovação, sedução, etc.);
5. Associadas diretamente à palavra (paralinguagem):
a. Efeitos verbo-motores (ritmo, débito, qualidade de articulação, acentuação,
etc.);
b. Efeitos de voz (altura, intensidade, etc.);
c. Efeitos de palavras, frases, sentidos (escolha de palavras, jogo de sentidos,
etc.);
6. Integral (mímica, dança, etc.).
Regra geral
● É mais fácil descrever uma situação complexa por palavras (comunicação digital);
● É mais fácil transmitir um sentimento por expressões não verbais (comunicação
analógica).
47
Comunicar afeta o comportamento
Emissor e recetor interpretam e estruturam a comunicação/comportamento em função
dos comportamentos durante o processo de comunicação → a relação está dependente das
sequências comunicacionais entre quem participa no processo comunicativo (das
interpretações/atribuições efetuadas).
Comunicar a eficácia.
48
Aula 12 - 07/05
Começámos a aula com um exercício: sem trocar a ordem das letras, assinale 9 letras e
diga que palavra encontra:
EXEBRCANÍANACIO
Toda a gente diz que a palavra encontrada é “exercício”, mas na verdade a palavra que
o professor queria é a palavra “banana”. Ou seja, tínhamos de assinalar as nove letras que não
formam a palavra. O professor diz que a culpa vem dele, pois a instruções que deu são
ambíguas
● Mensagens ambíguas;
● Ausência de solicitação de feedback;
➔ Ambas reduzem a eficácia da comunicação.
Temos que ter cuidado para que as mensagens seja, tanto quanto possível, unívocas,
não ambíguas. Devemos perguntar às pessoas se elas perceberam o que queremos transmitir.
O recetor também deve dar feedback, confirmar e clarificar a mensagem. Ambos têm um
papel preponderante no aumento da eficácia da comunicação.
49
Eficácia da comunicação
❓Qual a diferença entre eficácia e eficiência?
● Eficácia da comunicação: coincidência entre a mensagem que o emissor tinha
intenção de transmitir e a mensagem interpretada pelo recetor (precisão da
comunicação).
● Eficiência da comunicação: o custo da comunicação (relação meios/recursos vs.
resultados).
Quando atingimos os resultados a que nos propusemos, dizemos que fomos eficazes.
O conceito de eficácia costuma, muitas vezes, ser ambíguo relativamente àquilo que significa,
até porque a eficácia pode ser definida de várias formas. No entanto, há um consenso alargado
que é “atingir os objetivos pretendidos”, agora quais são esses objetivos, vai diferir de
situação para situação.
Imagina que eu vou de Lisboa ao Porto de autocarro e noutro dia vou a pé. Fui eficaz?
Porventura sim, porque atingi os mesmos resultados, objetivos. No entanto, não foi eficiente
porque ao ir a pé demorei muito mais tempo do que a ir de autocarro (ainda por cima quando
tinha um compromisso urgente no Porto). A eficiência é uma relação entre os meus custos e a
eficácia. É uma relação entre o que atinjo e o que eu preciso de dispender para atingir aquele
objetivo. Tenho de atingir os meus objetivos com o mínimo de recursos gastos.
Imagina agora que o prof queria transmitir uma mensagem do tipo “tive uma
emergência, portanto não vou conseguir ir à aula, escusam de se levantar cedo”. Qual seria o
meio de comunicação mais vantajoso a utilizar? O e-mail/notificação no UC Student! Se o
fizesse, atingia o seu objetivo com poucos recursos gastos. Foi, portanto, eficaz e eficiente.
Mas podia comunicar com os alunos de outra maneira. Por exemplo, agendar uma reunião
com todos presencialmente para nos avisar que na semana seguinte não haveria aula.
⚠️A eficácia pode ser perturbado porque existem diferentes fatores que podem
prejudicar este processo.
50
Barreiras à comunicação
“Dá a cada homens o teu ouvido, mas raramente a tua voz” (Polonius in Hamlet)
51
● Diferenças linguísticas;
● Comunicação não verbal;
● Etiqueta e polidez;
● Convenções sociais;
● Contexto cultural.
● Porque as palavras são tão altamente valorizadas, elas são usadas quase que
constantemente.
52
● Desentendimentos são despersonalizados. Conflitos não precisam ser resolvidos
imediatamente para que o trabalho continue. Quando soluções são encontradas, elas
tendem a ser baseadas racionalmente.
● Mensagens verbais são explícitas e diretas. Palavras são valorizadas acima do seu
contexto.
● Na conversa, espera-se que as pessoas falem uma após a outra de maneira ordenada
e linear.
● O espaço físico é considerado mais comunitário. Ficar muito perto dos outros é uma
prática comum.
53
Exercício - características da comunicação em culturas de alto contexto e em culturas de
baixo contexto (Hall, 1976; Hall & Hall, 1990).
54
1. Muitas mensagens implícitas, uso de metáforas e leitura nas entrelinhas – cultura de
alto contexto.
2. O tempo é altamente organizado e recurso escasso – baixo contexto.
3. Em negociação, tendência para se focar, desde logo, no trabalho – baixo contexto.
4. Forte distinção entre endogrupo e exogrupo. Forte sentido de família – alto contexto.
5. Muitas mensagens explícitas, simples e claras – baixo contexto.
6. Alto comprometimento com relacionamento de longo prazo. Relacionamento “mais
importante” que tarefa – alto contexto.
7. O tempo é aberto e flexível – alto contexto.
8. Muita comunicação não verbal – alto contexto.
9. Negociações lentas e ritualísticas – alto contexto.
10. Acordos baseados na confiança – alto contexto.
11. Mais foco na comunicação verbal – baixo contexto.
SENSIBILIDADE
55
● Utilizar de forma adequada a comunicação verbal e não verbal (estar atento aos sinais
não verbais e aos silêncios e ausências; utilizar a gestão de impressões de forma eficaz
e ética);
● Ter sensibilidade ao recetor (procurar prever o impacto, adaptar a mensagem e a forma
de a comunica = ser assertivo e empático → cuidado com a “dita” “frontalidade”; cf.
Também estratégias para melhorar a comunicação multicultural).
56
Saber lidar com o silêncio e conhecer os próprios preconceitos
Feedback
Características
57
Situação com presença de feedback
Canais de comunicação
A comunicação pode ser transmitida através de múltiplos canais de diferente
“riqueza”.
O canal mais rico é a comunicação presencial. Mas esta, embora sendo o mais risco,
não é sempre, necessariamente, o mais eficaz e/ou eficiente. A comunicação presencial nem
sempre é a melhor.
58
Riqueza dos canais de comunicação
Exercício
59
Comunicação eletrónica
● Mais impessoal;
● A comunicação não verbal pode estar reduzida ou ausente;
● Pode influenciar indevidamente os aspetos emocionais da comunicação (mesmo
usando emojis);
● Sobrecarga/saturação de informação (e.g., excesso de e-mails);
● Problemas de equilíbrio trabalho e vida pessoal
60
3. Algumas estratégias para melhorar a comunicação
eletrónica
1. Criar rotinas para interagir e comunicar aberta e regularmente (reuniões presenciais e
ligações sociais fora do local de trabalho, para mitigar os efeitos do isolamento
profissional).
2. Incorporar momentos sociais virtuais na rotina, para gerar confiança e clima de
segurança psicológica (happy hours virtuais, jogos online, reuniões informais de
partilha, etc.).
3. Definir fronteiras claras entre o trabalho e a vida pessoal (evitar sobrecarga);
4. Utilizar meios de comunicação ricos (e.g., videoconferências) para comunicação mais
pessoal.
Gerir a carga eletrónica é muito importante pois o volume total de comunicação pode ser
esmagador (Kreitner, 2005).
Para uma comunicação mais eficaz – Herói ou Vilão? Ter consciência de que os
sentimentos e emoções (próprios e dos outros) influenciam a comunicação e estar disposto a
assumir que a responsabilidade da eficácia da comunicação também nos pertence.
61
Redes de comunicação
● Rapidez de execução;
● Concisão;
● Liderança/importância dos membros da rede vs. subordinação;
● Moral, satisfação, motivação, coesão, conflitos…
● Criatividade;
● Fragilidade do funcionamento da rede;
● Formação de subgrupos.
Exemplos:
62
● Estruturas mais centralizadas: mais eficazes em tarefas menos criativas e que
requeiram emissão de informação relevante em simultâneo; liderança mais “marcada”;
● Estruturas mais descentralizadas: mais elevados níveis de moral, coesão e
satisfação; mais eficazes em tarefas criativas;
● Estruturas demasiado rígidas e com conexidade baixa (frágeis): dificuldade de
adaptação e formação de subgrupos
Importa que diferentes estruturas sejam definidas para diferentes tipos de tarefas.
1. Os resultados observados sugeriram que existe uma influência direta do caráter lógico
(cognitivo) da tarefa (e.g., se a tarefa requer uma grande coordenação, a estrutura de
comunicação será mais centralizada);
2. De um modo geral a eficácia é maior no caso de isomorfismo (congruência) entre a
estrutura da tarefa e a estrutura social do grupo.
Aula 13 - 14/05
1. Pode melhorar o desempenho através de canais mais rápidos e eficazes (como também
pode perdurar o desempenho) – Informal;
63
2. Segue a linha de comando estabelecida pela hierarquia de autoridade – Formal;
3. “Individualmente” orientada – Informal;
4. Contribui, sobretudo, para satisfazer necessidades de interação social – Informal;
5. Contribui para a realização das atividades, a operacionalização da estratégia e a
prossecução dos objetivos da organização – Formal;
6. “Organizacionalmente” orientada – Formal;
7. Sem conexão direta com a hierarquia de autoridade – Informal.
● Fluxos:
○ Vertical descendente;
○ Vertical Ascendente;
○ Lateral/horizontal e diagonal (mista, pode ser formal ou informal);
○ Serpenteante (associada à comunicação informal).
64
Comunicação descendente
Problemas comuns
65
● Falta de abertura por parte das hierarquias (recusar a partilha de informação mesmo
quando é importante partilhá-la);
● Filtragem (algumas informações não são transmitidas ou são filtradas/distorcidas, e.g.,
“MUM effect” - Minimize Unpleasant Messages (Rosen e Tesser, 1970)).
● Dificuldades em “falar a mesma linguagem”.
Informação que circula dos colaboradores (quer individualmente, quer em grupo) para
posições superiores.
66
● Política de “porta aberta” (cuidado com a perda de tempo, dependência, perda de
autoridade, “curto circuito” à cadeira de comando);
● “Walking around”;
● Reuniões (formais ou informais);
● Salas de chat na intranet;
● Entrevistas de saída.
Comunicação lateral
● Funções:
○ Coordenar, planear e executar atividades;
○ Facilitar o conhecimento/compreensão entre as partes da organização;
○ Desenvolver relações de trabalho de apoio e de estímulo à produção.
Limitações
● Linguagem especializada;
● Tendência para a competição;
● Tendência para considerar a área a que se pertence como “a” mais crucial;
● “Curto-circuitagem” da linha hierárquica;
67
● Desenvolver/estimular/difundir cultura de abertura, partilha, confiança e
responsabilidade mútua (e.g., reconhecer e recompensar publicamente colaborações
bem-sucedidas entre departamentos; formação).
Comunicação serpenteante
● É, tendencialmente, “face-a-face”;
● Veloz;
● Faz-se em todas as direções (informal);
● Geralmente transmite informação verossímil (e até “verdadeira”), apesar de muitas
vezes incompleta e “distorcida” (valores, emoções, etc.), levando a erros de
interpretação;
● Ajuda a perceber o moral na organização, identificar temas “confusos” e importantes
para os colaboradores (e ajuda a canalizar a ansiedade).
Grapevine (“videira”)
68
● Processos inerentes à comunicação em série (Allport & Postman, 1947):
1. Redução – o número de detalhes diminui bruscamente após 5-6 transmissões;
2. Acentuação – há detalhes que são acentuados (depende do que chame a atenção do
recetor);
3. Assimilação – forma de apresentação da mensagem, remodelada pelas idiossincrasias
dos receptores/emissores.
● Meio privilegiado para rumores e “fofocas”
○ Rumores (rumor) = “Fofocas” (gossip) ?
● Rumor
○ Necessidade psicológica de falar sobre o seu trabalho e organização;
○ Desejo de informações sobre situações importantes ou geradoras de ansiedade;
○ Informação relevante.
○ Rumores mais comuns: mudanças de pessoa, segurança no trabalho,
reputação da organização
● Fofoca
○ Comunicação sobre pessoas;
○ Informação social (“entretenimento”);
○ Pouco relevante para os emissores
69
Sugestões para reduzir as consequências negativas de rumores
(preveni-los ou “neutralizá-los”)
70
Estratégias de comunicação utilizadas pelos gestores
71
● Comunicar e vender (tell and sell) - conjunto de mensagens com explicações sobre a
sua importância e relevância. “Olhar” de quem vende. Pouca escuta e pouco diálogo.
○ É uma estratégia que envolve um conjunto mais restrito de mensagens,
geralmente com explicações sobre a sua importância e relevância (é muito
utilizada para uma nova estratégia, reorganização, fusão/aquisição, isto é,
quando são ou devem ser tomadas decisões muito importantes).
○ Os gestores acreditam tratar-se de questões organizacionais centrais e que eles
possuem a abordagem “certa”.
○ Geralmente, os gestores começam por dizer aos colaboradores quais os
principais problemas/questões e, depois, “vendem” aos colaboradores a sua
abordagem.
○ Supondo que os colaboradores são receptores passivos, esses gestores
raramente pensam que o feedback é necessário e tendem a acreditar que estão
em condições de conhecer todos os principais problemas organizacionais.
○ A relevância de “vender” a sua abordagem ao problema leva os gestores a
despender uma parte substancial do tempo a planear apresentações sofisticadas
(a fim de “venderem o produto”), dedicando pouca energia para promover um
diálogo significativo com os colaboradores acerca das preocupações que estes
possuem relativamente às propostas que lhes são “vendidas”.
● Sublinhar e explorar (underscore and explore) - informações e questões que são
chave para o sucesso organizacional são discutidas e explicadas “envolver, explicar e
receber feedback” - tudo é incompleto sem debate e exploração conjunta.
○ Nesta estratégia, as informações e questões que são consideradas chave para o
sucesso organizacional são discutidas e explicadas.
○ Os gestores concentram-se em várias questões que julgam fundamentais,
ligadas mais claramente ao sucesso organizacional, e permitem aos
colaboradores a liberdade criativa de explorar as implicações dessas ideias de
maneira disciplinada.
○ Esses gestores assumem que a comunicação não é completa até que saibam
como os colaboradores reagem às ideias centrais.
○ Eles estão preocupados não apenas em desenvolver algumas mensagens
centrais, mas também em ouvir com atenção possíveis mal-entendidos e
obstáculos não reconhecidos.
72
○ Ouvir, resolver mal-entendidos, procurar consensos e envolvimento, explicar,
discutir e explorar dificuldades e potencialidades fazem desta estratégia uma
estratégia de clara comunicação bidirecional e que considera os colaboradores
recetores e transmissores ativos.
● Identificar e responder (identify and reply) - resposta às preocupações dos
colaboradores (e.g., reação a rumores), cistos como “quem melhor conhece as
questões críticas”.
○ Esta estratégia marca uma diferença significativa relativamente às três
anteriores porque se concentra nas preocupações dos colaboradores.
○ Ela enfatiza a importância de ouvir os colaboradores e dar resposta às
preocupações dos mesmos e reconhece a importância de clarificar para os
colaboradores o ambiente organizacional, muitas vezes ambíguo e confuso.
○ No entanto, isso é fundamentalmente uma postura reativa e não proativa.
○ Associado a esta estratégia está o pressuposto de que os colaboradores são
quem está na melhor posição para conhecer as questões críticas. Por isso esta
estratégia coloca os colaboradores como aqueles que definem a agenda,
“limitando-se” os gestores a seguir essa agenda, respondendo às questões que
emergem (por exemplo, respondendo a rumores).
○ No entanto, a suposição de que os colaboradores estão na melhor posição para
conhecer as questões críticas, na maioria das vezes não se confirma, pois é
frequente que os colaboradores não possuam a informação suficiente para fazer
as perguntas certas.
● Esconder e defender (withhold and uphold) - dizer somente o que (e quando) se
entende que os colaboradores precisam saber (“eles não entendem o quadro global”).
○ Nesta estratégia o pressuposto é que se deve dizer/comunicar/informar somente
o que (e quando) se entende que os colaboradores precisam de saber.
○ Os gestores retêm informação.
○ O sigilo e o controlo são frequentemente os valores implícitos daqueles que
adotam esta estratégia.
○ Umas vezes, quem adota esta estratégia fá-lo porque assume que informação é
poder e, por isso, tende a não a partilhar.
73
○ Outras vezes, quem adota esta estratégia fá-lo porque considera que os
colaboradores não são suficientemente capazes de entender o quadro geral da
organização.
○ Quando os gestores adotam esta estratégia, a “fábrica de rumores” trabalha,
inevitavelmente, consumindo muito tempo e energia e conduzindo a menor
produtividade e eficácia organizacional.
74
⚠️Não podes controlar as emoções dos outros, mas podes minimizar os seus
medos.
● Transparência;
● Regularidade/frequência;
● Fiabilidade e oportunidade;
● Bidirecionalidade;
● Encorajamento.
75