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A norma jurídica prevê uma situação de facto, a que se fazem corresponder certos efeitos
jurídicos.
Ex: Se alguém culposamente violar o direito alheio, fica obrigado a indemnizar o lesado
pelos danos daí resultantes ( art. 483, nº 1 CC); quem interromper a gravidez de uma
mulher sem o seu consentimento é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos – art. 154º nº
1 do CP.
A norma é assim composta por dois elementos:
a previsão ou antecedente
a estatuição ou consequente
PREVISÃO OU ANTECEDENTE:
A previsão corresponde a uma certa situação de facto que se deve verificar para que a
norma seja aplicada.
A previsão da norma é sempre uma previsão normativa, pois embora se refira a uma
realidade empírica, a verdade é que a determinação do seu sentido deve ser feita de modo
jurídico, isto é, os factos da vida são jurisdicionalizados, transformando-se os seus
conceitos naturalistas em conceitos jurídicos, razão pela qual o seu significado deve ser
aquele que o Direito lhe atribui.
Vejamos um exemplo elucidativo desta situação avançado por Marcelo Rebelo de Sousa/
Sofia Galvao: o que significa a expressão “ quem matar outrem?
Após uma discussão, alguém dá um tiro a outrem de que resulta a sua morte;
Um médico desliga o aparelho a que se encontra ligado um doente com diagnóstico de
morte cerebral;
Um pai não vigia adequadamente um filho de quatro anos que brincava à beira mar,
resultando desse facto o seu afogamento mortal.
A determinação do sentido da expressão tem de ser aferida juridicamente, e não
facticamente, ou seja, nestas três situações apenas se poderá dizer que um sujeito matou o
outro, caso o Direito o entenda desse modo ou o preveja desse modo
ESTATUIÇÃO OU INJUNÇÃO