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Isnaya Araújo

Médica de Família e Comunidade


Membro da Sociedade Brasileira de MFC
Especialista em Saúde Pública
Preceptoria no Programa de Residência em MFC
Preceptoria em APS no Interagindo com a Comunidade_UNESC
ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL
› O objetivo da assistência pré-natal é monitorar o bom
andamento das gestações de baixo risco, preparar a
gestante e seu companheiro para o crítico momento do
nascimento e identificar adequada e precocemente
quais pacientes têm maior chance de apresentar uma
evolução desfavorável.

› Abordar aspectos psicossociais, atividades educativas e


preventivas.
ATENDIMENTO PRÉ-
CONCEPCIONAL
Importância:
Reduzir o número de gestações não planejadas e de
abortamentos provocados;
Diminuir o número de cesárias realizadas para ligadura
tubária
Aumentar o intervalo intergenésico;
Possibilitar planejamento da gravidez.
INTRODUÇÃO
› A gestação é um fenômeno fisiológico, na maioria das
vezes começa, evolui e termina sem complicações: são
as gestações de baixo risco.

› Outras, contudo, já iniciam com problemas, ou eles


surgem durante o seu transcurso. Essa parcela constitui
o pré-natal de alto risco.
ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL
Indicadores de risco gestacional
Biológicos Idade materna < 16 ou > 35 anos;
Peso inicial inferior à 50kg;
Estatura inferior a 150cm;
História familiar de doenças hereditárias.
Clínicos HAS; DM; Nefropatia, DST, cardiopatias e etc.
Ambientais Abastecimento deficiente de água, falta de esgotos, condições precárias
de habitação, estilo e qualidade de vida.
Comportamentais Tabagismo, etilismo, uso de drogas, atividade em trabalho braçal,
sedentarismo
Relacionados à Má qualidade de assistência, cobertura insuficiente ao pré-natal, falta
assistência médica de integração interinstitucional
Socioculturais Nível educacional baixo, mães solteiras, adolescentes e não aceitação
da gestação.
ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL
Indicadores de risco gestacional (continuação)
Obstétricos História de infertilidade, gravidez ectópica ou aborto espontâneo,
anormalidades uterinas, feto macrossômico, história de natimorto,
recém-nascido de baixo peso, grande multiparidade, mola hidatiforme,
coriocarcinoma, cicatriz uterina prévia.
Condições atuais Pré-natal ausente ou tardio, hemorragia anteparto, gestação múltipla,
hipertensão induzida pela gestação, ruptura prematura de membranas,
aloimunização, gestação prolongada, CIUR, polidrâmnio, anemia,
apresentação anômala.
Econômicos Renda baixa

Na
Na primeira
primeira consulta
consulta de
de pré-natal,
pré-natal, deverá
deverá ser
ser determinado
determinado se
se aa gestação
gestação em
em
questão
questão esta
esta exposta
exposta aa fatores
fatores de
de risco
risco que
que possam
possam influenciar
influenciar os
os desfechos
desfechos
pré-natais.
pré-natais.
ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL
IMPORTANTE:

Gestantes adolescentes devem merecer atenção especial


durante a assistência pré-natal, pois apresentam a maior
frequência de pré-natal inadequado; menor número de
consultas e maior índice de não comparecimento. Além disso,
pré eclâmpsia, anemia e prematuridade estão relacionadas a
gravidez na adolescência.
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
› O diagnóstico da gestação é baseado em dados clínicos
(história e exame físico) e testes laboratoriais.

› Apesar de ser menos sensível e especifica que os testes


laboratoriais, a avaliação clínica de sinais e sintomas
fornece subsídios iniciais de uma possível gestação.
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Sintomas de presunção:
›Náuseas e vômitos
›Alterações mamárias
›Alterações urinárias
›Percepções de movimentos fetais pela paciente
›Mudanças no apetite (desejos)
›Fadiga, tontura, sialorréia, distensão abdominal e
constipação, dispneia, congestão nasal, cãibras,
lombalgias.
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Sinais de presunção:
›Amenorreia (atraso menstrual de 10-14 dias)
›Alterações mamárias (congestão e mastalgia, pigmentação das aréolas e
surgimento dos tubérculos de Montgomery, aparecimento de colostro,
rede venosa visível).
›Alterações na vulva e na vagina (Sinal de ChadWick – coloração
violácea vaginal, cervical e vulvar)
›Alterações do muco cervical
›Alterações cutâneas (estrias, hiperpigmentação da face – cloasma e linha
nigra)
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Sinais de presunção:

Tubérculos de Montgomery Linha nigra


DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Sinais de probabilidade:
›Alterações em forma e consistência do útero
› Sinal de Hegar; (flexão do corpo sobre o colo do uterino no toque
bimanual) e
› Sinal de Nobile-Budin; (preenchimento do fundo de saco vaginal pelo
útero ao toque vaginal)
›Consistência cervical amolecida
›Aumento do volume abdominal
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Sinais de probabilidade:
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Sinais de certeza:
›Ausculta de BCF
› USG transvaginal a partir de 6ª/7ª semana;
› Sonar Doppler a partir da 10ª semana de gestação;
› Estetoscópio de Pinard a partir de 18ª/20ª semanas
›Sinal de Puzos (rechaço fetal intrauterino, a partir de 14 semanas)
›Percepção e partes fetais pelo examinador (a partir de 18/20 semanas)
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Sinais de certeza:
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Sinais de certeza:
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Diagnóstico laboratorial
›Detecção de ß-HCG urinário ou sérico;
›Testes de gravidez vendidos em farmácias tem qualidade
duvidosa e sensibilidade limitada, devendo sempre ser
confirmados por testes laboratoriais.
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO
Diagnóstico ecográfico:
›US transvaginal entre 4-5 semanas de gestação de atraso
menstrual. A partir de 6 semanas, deve ser possível detectar
batimentos cardiofetais (BCFs)
DETERMINAÇÃO DA IDADE
GESTACIONAL
› Idade gestacional (IG) com maior precisão possível;
› IG = número de semanas desde o primeiro dia da ultima
menstruação (DUM) até a data da consulta;
› Podem ser calculadas por calendários, discos obstétricos
(Gestogramas);
› E quando a DUM não é conhecida ou não confiável?!

Foi
Foi comprovado
comprovado que
que são
são incorretas
incorretas entre
entre 11
11 ee 42%
42% as
as idades
idades gestacionais
gestacionais estimadas
estimadas pela
pela
data
data da
da ultima
ultima menstruação
menstruação (DUM)
(DUM)
(Federação
(Federação Brasileira
Brasileira das
das Associações
Associações de
de Ginecologia
Ginecologia ee Obstetrícia)
Obstetrícia)
DETERMINAÇÃO DA IDADE
GESTACIONAL
› Idade gestacional (IG) com maior precisão possível;
› IG = número de semanas desde o primeiro dia da ultima
menstruação (DUM) até a data da consulta;
› Podem ser calculadas por calendários, discos obstétricos
(Gestogramas);
› E quando a DUM não é conhecida ou não confiável?!
› Medição da altura uterina;
› Avaliação por US obstétrica transvaginal no primeiro trimestre.

Foi
Foi comprovado
comprovado que
que são
são incorretas
incorretas entre
entre 11
11 ee 42%
42% as
as idades
idades gestacionais
gestacionais estimadas
estimadas pela
pela
data
data da
da ultima
ultima menstruação
menstruação (DUM)
(DUM)
(Federação
(Federação Brasileira
Brasileira das
das Associações
Associações de
de Ginecologia
Ginecologia ee Obstetrícia,
Obstetrícia, 2007)
2007)
A CONSULTA PRÉ-NATAL
 Após o diagnóstico da gestação, é importante propiciar espaço
para que a mulher possa manifestar seus sentimentos e
expectativas em relação e essa nova situação;

 É preciso compreendê-la dentro de seu contexto familiar e social e


identificar o momento atual do ciclo de vida e família;

- Gravidez foi planejada? É desejada?


A CONSULTA PRÉ-NATAL
› Iniciar o mais precocemente possível e só encerrar após a consulta puerperal ;
› Consultas mensais (salvo intercorrências) até 32ª semana;
› Quinzenais até 36ª semana;
› Semanais até o parto.

*Frequência ≠ no Pré-Natal de baixo e alto risco.

O ministério da saúde recomenda no mínimo seis consultas de pré natal; uma


no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro trimestre.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Anamnese (1ª consulta)
ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS:
GINECOLÓGICOS
-Menarca (idade);
-Data da última menstruação (DUM);
-Ciclo menstrual: (Intervalo; Duração; Quantidade; Coloração do fluxo)
-Sintomas pré-menstruais: (Cólicas? Mastalgia? e etc.)
-Uso de métodos anticoncepcionais:
-Corrimento vaginal: (Tempo de duração; quantidade; cor; odor; ardor; prurido)
-EXAME CITOPATÓLOGICO: (Data? Resultado?)
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Anamnese (1ª consulta)
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS
Gestações (G); Partos (P); Abortos (A);
-Via de parto(s) anterior(es);
-Em casos de abortos; seguidos ou não de curetagem?
-Complicações no ciclo gravídico-puerperal;
(Prematuridade; DHEG; DG; Hemorragias; ITU; infecções puerperais e etc.)
-Amamentação; Quanto tempo?
-Peso dos filhos ao nascer;
-Intervalo entre as gestações (em meses);
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Anamnese (1ª consulta)
ANTECEDENTES SEXUAIS
-Coitarca e número de parceiros;
-Ritmo sexual;
-Libido;
-Dispareunia ou Sinusorragia;
-Práticas sexuais variadas;
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Anamnese
GESTAÇÃO ATUAL
Data da ultima menstruação (DUM) – Confiável ou não?
Calcular idade gestacional atual (IG):
Calcular data provável do parto (DPP):
DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP)
DPP:
›E calculada pela Regra de Nägele;
Somando-se 07 dias ao primeiro dia da ultima menstruação e subtraindo-se
3 ao mês em que ocorreu a DUM.

Exemplo 1: Exemplo 2: Exemplo 3:

DUM: 06 / 06 / DUM: 28 / 01 / DUM: 25 / 03 /


2017 2018 2018
+07 -03 +07 +07
________________ 04 / 02 / 01/ 04 /
____ 2018 2018
DPP = 12 / 03 / -03 -03
2018 ________________ ________________
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exame Físico
EXAME FÍSICO GERAL

Pele e mucosas; Pressão Arterial; Peso, altura e IMC; Verificar presença de


edema em MMII

Recomenda-se medir a pressão arterial da gestante em todas as


consultas e realizar avaliação do estado nutricional (registrar no
gráfico) (A)
A CONSULTA PRÉ-NATAL

Classificação do estado nutricional segundo o IMC


IMC Classificação
≤ 18 Baixo peso
18,5 – 24,5 Adequado
25-29,9 Sobrepeso
≥ 30 Obesidade
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exame Físico

Ganho de peso recomendado na gestação


Aumento total de peso (Kg) Aumento de peso no segundo e
terceiro trimestre (kg/ semana)
Baixo peso 12,5 – 18 0,5 (entre 0,5 e 0,6)
Peso Adequado 11,5-16,0 0,5 (entre 0,4 e 0,5)
Sobrepeso 7,0 – 11,5 0,3
Obesidade 5,0 – 9,0 0,2
FONTE: Institute for Clinical Systems Improvement
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exame Físico Específico na Gestação
 Exames das mamas; detectar nódulos, alterações e preparar
para amamentação.
 Inspeção estética:
 Inspeção dinâmica:
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exame Físico Específico na Gestação
 Palpação obstétrica:
Manobra de Leopold-Zweifel – identificar os polos cefálico,
pélvico, dorso fetal com o intuito de verificar a situação e a
apresentação fetal a partir de 36ª semanas de idade
gestacional.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
 Manobra de Leopold-Zweifel
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exame Físico Específico na Gestação
 Altura uterina (AU):
Medida (em cm) da distância da borda
superior da sínfise púbica e o fundo uterino;
Não é exata e esta sujeita a variações se
vista por diferentes examinadores;
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exame Físico Específico na Gestação
 Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF)
› USG transvaginal a partir de 6ª/7ª semana;
› Sonar Doppler a partir da 10ª semana de gestação;
› Estetoscópio de Pinard a partir de 18ª/20ª semanas

- Ritmo Regular entre 120 - 160 bpm são normais;


- No terceiro trimestre a lateralização da paciente em DLE, para medida do BCF é mais
adequada;
- Para definir “bradicardia” ou “taquicardia” essas frequências devem persistir por 10 min de
observação.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exame Físico Específico na Gestação
 Observação da movimentação fetal (MF);

A identificação da movimentação fetal é simples, não requer


instrumentalização e não apresenta contraindicações,
devendo ser pesquisada.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exame Físico Específico na Gestação
 Exame especular e toque vaginal
Devem ser realizadas de acordo com a necessidades
Rastreio de IST; Vulvovaginites;
Oportunidade para realização da COT cervical.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares

Os exames complementares no pré natal buscam


identificar situações e patologias que possam interferir
diretamente na saúde da gestante e de seu filho, tais
como: incompatibilidade Rh, infecções,
hemoglobinopatias, diabetes, malformações.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
Na primeira consulta do pré-natal devem ser solicitados os
seguintes exames de rotina:

› Tipagem sanguínea e fator Rh


Se a gestante for Rh-negativo, deve-se solicitar, o Coombs indireto. Se
este for negativo, deve-se repeti-lo a partir da 24ª semana. Se positivo,
encaminhar o PN de alto risco.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Hemograma (Hemoglobina e Hematócrito)
Se hemoglobina ≥ 11g/dL considera-se adequada;
A partir de 20ª semanas prescrever suplementação de ferro.
Se hemoglobina ≥ 8 e < 11g/dL, considera-se anemia leve a moderada;
Solicitar EPF e prescrever sulfato ferroso. Repetir o exame entre 30 e 60 dias.
Se a hemoglobina < 8g/dL a gestante deverá ser encaminhada ao PN de
alto risco.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Sorologia para Sífilis
(teste rápido) e (VDRL)
Se VDRL negativo, repetir em torno de 32ª semanas e na
internação para o parto. Se for positivo, realização de teste
treponêmico (FTA-Abs) para excluir falso-positivo. Se (FTA-Abs) for
positivo, deve ser prescrito tratamento para sífilis.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Anti-HIV
(teste rápido) e (ELISA)
Ministério da saúde propõe, realizar diagnóstico de HIV utilizando apenas
testes rápidos.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Pesquisa de diabetes
- Solicitar glicemia de jejum na 1ª consulta pré-natal;
- Se glicemia de jejum menor ou igual a 85mg/dL, considera-se
rastreamento negativo e deve-se repetir a glicemia de jejum entre 24ª e
28ª semanas.
- Na ausência de fatores de risco, se os resultados forem ≥ 85mg/dL,
deve-se seguir investigando.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Pesquisa de diabetes
Se glicemia de jejum entre 85 – 125mg/dL (rastreamento positivo) em qualquer
momento da gestação deve-se realizar o TTGO (Teste de Tolerância Oral a
Glicose) após ingestão de 75 mg de glicose anidra.
Os valores de referência são:
Jejum – 95 mg/dL
1 hora – 180mg/dL e
2 horas – 155mg/dL
Os achados de uma ou duas glicemias alteradas confirmam o diagnóstico de diabetes
na gestação.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Pesquisa de diabetes
Se glicemia de jejum > 125mg/dL , deve-se repetir o exame
imediatamente com jejum de 8 – 12 horas. Duas medidas de glicose
em jejum maiores que 125mg/dL confirmam Diabetes Mellitus.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Pesquisa de diabetes
O Consenso da International Association of Diabetes in Pregnancy Study Group (IADPSG)
Definiu-se ainda que o diagnóstico do DMG seja firmado quando:
• A glicemia de jejum for ≥ 92mg/ dL e ≤ 125mg/dL;
• Pelo menos um dos valores do TOTG com 75g, realizado entre 24 e 28 semanas de idade gestacional, for:
≥ a 92mg/dL no jejum;
≥ a 180mg/dL na primeira hora;
≥ a 153mg/dL na segunda hora.
O TOTG 75g é preconizado para todas as gestantes que não apresentaram critérios para o diagnóstico de DMG ou DM no
início da gravidez
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Pesquisa de diabetes
Posicionamento da OMS:
A OMS revogou a recomendação de 1999 e adotou os critérios propostos pelo IADPSG, com duas
ressalvas:
1) A de que esses critérios sejam válidos para qualquer idade gestacional e;
2) O valor de glicemia de 2 horas do TOTG com 75g de glicose deve estar entre 153 e 199 mg/dL
para o diagnóstico de DMG, uma vez que valores ≥ 200 mg/ dL correspondem ao diagnóstico de
DM.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› Sorologia para rubéola*
› Toxoplasmose;
› Citomegalovírus;
› Hepatite B (HbsAg);
› Rastreamento para Streptococcus do grupo B;
› Triagem para doença da tireoide (TSH);
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
› EAS + urocultura
Infecção do trato urinário (ITU) é a infecção bacteriana mais frequente
durante a gestação;
Bacteriúria assintomática;

Recomenda-se antibioticoprofilaxia continua após dois episódios de ITU


ou após um episódio de pielonefrite aguda na gestação atual.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares – 2ª rotina
Exames laboratoriais solicitados entre 24ª e 28ª semanas
Coombs indireto (se a paciente for Rh negativo)
Glicemia de jejum - Teste de tolerância oral a glicose
Sorologia para toxoplasmose, se IgM e IgG não reagentes no primeiro trimestre
VDRL
Anti-HIV
Hematócrito e hemoglobina
HBsAg
EAS e urocultura
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
 Ultrassonografias
O estabelecimento para realização de exames
ultrassonográficos na gestação ainda é motivo de
controvérsia, uma vez que não houve ainda demonstração
clara que de que essa prática reduza a morbimortalidade
perinatal ou materna.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
Ultrassonografias
Tem valor indiscutível na presença de suspeitas clínicas e
intercorrências;
O Ministério da Saúde afirma que a sua não realização, sem
indicação clínica, não consistiria em omissão ou interferiria na
qualidade da atenção prestada;
Porém, o Ministério reforça que, em gestações de alto risco, a
ecografia com dopplervelocimetria da artéria umbilical esta
associada à redução da morbimortalidade perinatal.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Ecografia no primeiro trimestre:
›Deve ser realizada por via transvaginal
›O comprimento cabeça-nádegas (CCN) é a medida de biometria
fetal considerada padrão no primeiro trimestre;

Ecografia obstétrica para datação da gestação é mais confiável no primeiro trimestre


Entre 7 e 10 semanas: erro ± 3 dias
Entre 14 e 20 semanas: erro de ± 7 dias
Terceiro trimestre: erro de ± 3 a 4 semanas
DETERMINAÇÃO DA IDADE
GESTACIONAL
Ecografia para determinar IG:
› A partir de 14ª semanas, o parâmetro da biometria
fetal mais estudado é o diâmetro biparietal (DBP);

› Em gestações mais avançadas com DUM


desconhecida é possível tentar estimar a IG pela
ossificação da epífise femoral distal que sugere IG de
± 32 semanas e a ossificação da tíbia proximal e
epífises umerais sugerem IG de ± 35 semanas.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
Ultrassonografias
USG Morfológico entre 18 e 22 semanas para analisar estruturas
fetais e ainda calcular uma datação confiável da idade gestacional.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Exames Complementares
Ultrassonografias USG
1º Trimestre Certifica e corrigi a IG, assim, a DPP – promove redução de intervenção por
gestação pós termo.
Detecta precocemente gestações múltiplas, medida da translucência nucal
(TN), atividade cardíaca fetal e localização placentária, volume amniótico e
etc.
2º Trimestre US Morfológico; US Doppler obstétrico (avaliar RCF, anemia fetal,
transfusão feto fetal em gemelares); US Doppler da artéria umbilical.
3º Trimestre Reavalia inserção placentária, peso fetal, volume de líquido amniótico e etc.

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia_2007


A CONSULTA PRÉ-NATAL
Imunizações na Gestação
Vacinação antitetânica (dT)
Situação Conduta
Não vacinadas ou passado vacinal ignorado Aplicar 3 doses da vacina, com a 2ª dose até no
mínimo 20 dias antes da DPP.
Vacinação incompleta (1 ou 2 doses) Completar o esquema para 3 doses.
Vacinadas com esquema completo e ultima dose Aguardar até a 20ª semana de gestação e para
há mais de 5 anos realizar a dTpa
Vacinadas com esquema completo e ultima dose Imunizadas
há menos de 5 anos
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Imunizações na Gestação
Vacinação dTpa (Difteria, tétano e coqueluche)

Ministério da saúde_2017
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Imunizações na Gestação
Vacinação Hepatite B
Situação Conduta
Não vacinadas Aplicar 3 doses da vacina, em intervalos de 0, 1 e
6 meses, preferencialmente após o termino do
primeiro trimestre.
Se passado vacinal ignorado; solicitar anti-HBs e
vacinar as não imunizadas.
Vacinação incompleta (1 ou 2 doses) Completar o esquema para 3 doses.
Obs.: Todas as gestantes, independente do status vacinal, é preconizado o rastreamento com HbsAg
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Imunizações na Gestação
Vacinação Influenza
Dose única, indicada no período da campanha, para qualquer idade
gestacional.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
Imunizações na Gestação
Vacinas Contraindicadas
As vacinas que possuem vírus atenuados (como sarampo, rubéola,
caxumba, e febre amarela) não são recomendadas em situações normais,
devendo-se avaliar riscos e benefícios individualmente em situações
especiais.
Se a gestante não tem imunização previa para rubéola, planejar para o
período puerperal.
A CONSULTA PRÉ-NATAL
 Consultas com enfermagem são muito benéficas e podem ser intercaladas entre as consultas
médicas;
 Receber orientações sobre; higiene, nutrição, cuidados com recém-nascido, amamentação,
vacinação, cursos de preparação pro parto;
 Caderneta da Gestante;
 Cadastramento no SIS Pré-natal.;

Primeiro contato com qualquer profissional de saúde:


Iniciar suplementação de Acido Fólico 5 mg, por Via Oral, 1 vez ao dia
Idealmente 60 a 90 dias antes da concepção, se possível devendo ser mantida até 12ª semana.
CADERNETA DA GESTANTE
ACONSELHAMENTO SOBRE ESTILO DE
VIDA
 Trabalho;
 Suplementos nutricionais;
 Evitar infecções;
 Uso de medicamentos;
 Exercícios;
 Relações sexuais;
 Álcool, tabagismo, maconha;
 Viagens de carro e para o exterior;
 Tintura para cabelo;
ACOMPANHAMENTO NO
PUERPÉRIO
 A equipe da APS deve realizar visita domiciliar na primeira semana
após alta hospitalar;
 A consulta puerperal deve ser realizada até 20º dia após o parto;
 Oferecer orientações e suporte efetivo para aleitamento materno
exclusivo, salvo em contraindicações.
 Orientar sobre o retorno da atividade sexual;
 Atentar para os sinais de alerta que demandam encaminhamento
para atendimento na maternidade de referência.
Bibliografia:
 GUSSO, G.; LOPES, J.M.C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade:
princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012.

 Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde_numero32

 REZENDE,J. Obstetrícia. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.


2. REZENDE,J.; MONTENEGRO, C.A.B. Obstetríciafundamental. 11ª ed.

 International Association of Diabetes and Pregnancy Study Group Recommendations on


diagnosis and classification of hyperglycemia in pregnancy. Diabetes Care. 2010;33:676-
82. 8.

 Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. FEBRASGO


Disponível em: http://www.febrasgo.com.br

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