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A conduzia o seu automóvel numa curva quando uma mosca, que entrara através
da janela aberta do veículo, o atingiu num olho e, em consequência, A fez um
brusco movimento de defesa com a mão, tirando as mãos do volante para esse
efeito. Em consequência, perdeu o controlo do carro e entrou na faixa contrária,
colidindo frontalmente com outro veículo que ali circulava. Três pessoas ficaram
feridas em virtude do circunstancialismo descrito (artigo 143.º do CP).
Poderá A ser responsabilizado jurídico-penalmente?
R:
correção
Identificar o problema jurídico – se estamos perante um ato reflexo ou um automatismo
função delimitadora do conceito de ação – função seletiva negativa
MFP – passa de um conceito de ação autonomizado / FD- não autonomiza o conceito
de ação, começa a análise na tipicidade
Funções da ação :
Função de classificação (ou positiva)
Função sistemática da ação
Função de delimitação/seletiva negativa – nem todos os comportamentos
correspondem a ações penalmente relevantes
atos reflexos
atos inconscientes
vis absoluta (afetação da voluntas)
automatismos – consciência está presente, atos comandados pela vontade
do agente – mas na verdade praticamos um conjunto de atos de
forma consciente, mas sem que a consciência atual seja acionada a
cada movimento que praticamos – atos como andar a pé, conduzir, etc
– atos compostos por uma amálgama de ações em que não temos a
consciência atual a funcionar sempre – p.ex. o músico a tocar uma peça.
Os automatismos não geram sempre ações penalmente relevantes
correção
a ação humana tem de ter alguma forma de vontade presente para gerar
responsabilidade penal
equiparação entre factos praticados durante o episódio de sonambulismo e o próprio
pensamento
aplicamos novamente a teoria da ação responsável da prof MFP – não teve oportunidade
de motivação pelas normas – característica 4 da teoria da regente
Posição dominante- os factos praticados por aluém em que sono profundo não são
ações, porque:
Jakobs – teoria da evitabilidade individual – o agente não pratica atos conscientes,
donde não pode ocorrer a contra motivação normativa – Direito Penal serve para
reafirmar a validade das normas
Roxin – construção de política criminal – teoria pessoal da ação – o que interessa é a
proteção dos bens jurídicos – conceito de ação pessoal defendida: é necessário apurar se
estamos em cada momento perante comportamentos que signifiquem uma
exteriorização da personalidade, o que só pode acontecer quando esses movimentos têm
um controlo da vontade – se a pessoa está em estado de inconsciência, p.ex. em
sonambulismo, os atos praticados não podem corresponder a uma manifestação da
personalidade (o que se exterioriza neste caso é um pensamento e não a personalidade)
A generalidade da doutrina entende que quando há atos praticados pelo agente para
potenciar um certo comportamento durante um ato de sonambulismo – conjunto de atos
voluntários que pré ordenadamente se tenta originar a prática de um facto penalmente
relevante – são penalmente relevantes (p.ex. deixar uma arma na gaveta da mesa de
cabeceira) – art. 20º/4 CP
Caso “A hipnotizadora”
Ana pretende matar o marido, Bento, que sempre a maltratou, mas não tem coragem
para o fazer por si mesma. Certo dia, durante o seu ato no circo como hipnotizadora,
Ana hipnotiza Cátia, uma das freiras que estava na assistência a acompanhar as
crianças de um colégio. Primeiro, e para se certificar de que Cátia estava efetivamente
em estado hipnótico, empurra-a com violência contra Daniel, que também assistia ao
espetáculo, que acaba por sofrer escoriações ligeiras. Em seguida, entrega a Cátia uma
arma, verdadeira e carregada, sussurrando-lhe que deveria disparar em direção a Bento.
Cátia empunha a arma como ordenado, mas verbaliza não conseguir disparar.
Só mais tarde Bento realiza que, naquele dia, Ana modificara o número de sempre,
entregando uma arma verdadeira à convidada da assistência, e não de plástico, como era
suposto suceder.
Terão Ana e/ou Cátia praticado ações?
R:
correção
Se pudermos substituir o corpo da pessoa por qualquer outro objeto (p.ex. uma pedra)
concluímos que o corpo da pessoa foi utilizado como objeto de arremesso.
Falta de relação corpo mente – situações de vis absoluta – não chega sequer a existir
uma ação dominada ou dominável pela vontade
teoria da evitabilidade de Jakobs- o agente não pratica atos conscientes, de onde não
pode ocorrer a contra motivação normativa – a pessoa não está no seu estado normal:
está controlada
Roxin – teoria pessoal da ação – os movimerntos são determinados psiquicamente, são
transmitidos psiquicamente , e intercedem no mundo real como manifestação da
personalidade, que ultrapassam (ou não) a barreira do caráter - a ação corresponde a
uma forma de exteriorização da personalidade (mesmo sobre hipnotismo) – para Roxin
se C tivesse executado o crime, não haveria dúvida que existiria uma ação dominada
pela vontade – ultrapassagem da barreira do caráter
Casos sobre a distinção entre ação e omissão (manuais: MFP pp. 73-88; FD pp.
1055-1069)
Gustavo pretende furtar um objeto de valor que Hugo guarda em casa, pedindo para tal
ajuda a Camila, empregada doméstica de Hugo. Como combinado, no dia seguinte
Camila abre o portão da casa de Hugo para sair, no fim do seu horário de trabalho, e
“esquece-se” de o fechar, dando assim oportunidade a Gustavo para realizar o assalto, o
que acaba por suceder.
R:
correção
MODO COMO O PERIGO SE MANIFESTA NO CASO (aqui era pelo não fechar a
porta)
1. nível geral
2. responsabilidade que deriva não do seu círculo propriamente (como no número
anterior) mas uma responsabilidade institucional – dimensão institucional (como
é o caso da empregada)
quer seguindo a construção da maioria da doutrina (FD, PPA) como da MFP este
comportamento é praticado por omissão
R:
correção
nós no caso estamos perante um crime de homicídio – art. 131º ou 137º - temos de
enquadrar sempre num crime da parte especial
1. Teoria formal do dever jurídico: lei e contrato (FEUERBACH), mais tarde a ingerência
(STUBEL)
2. Teoria das funções (KAUFMANN) – o que interessa são as relações fácticas que se
estabelecem entre os sujeitos: função de guarda de um bem jurídico concreto; função de
vigilância de uma fonte de perigo
3. Modelo tipológico (FIGUEIREDO DIAS) – teoria material formal: não pode ser uma
construção estritamente formalista, mas também uma construção só material não dá a
certeza jurídica que precisamos – o que importa é encontrar as relações humanas que sejam
capazes de fazer nascer um dever jurídico – constrói exemplos padrão 1:
a) deveres de proteção e assistência a um bem jurídico carecido de amparado
b) deveres de vigilância e segurança face a uma fonte de perigo
c) posições de monopólio
4. MFP – não é tanto uma auto-vinculação implícita – aplica um critério de juridicidade que
faz nascer a posição de garante – transferência prévia da responsabilidade, no caso, dos pais
para a baby-sitter
Caso “O poço”
Ernesto, proprietário de um poço em funcionamento, tem sucessivamente
colocado letreiros de perigo e uma vedação para impedir o acesso a estranhos. Mesmo
assim, Filipe, de 20 anos, rompe a vedação para furtar água, o que faz por diversas
vezes, acabando um dia por cair ao poço e morrer.
R:
correção
1
se estivermos no âmbito do primeiro já n vemos o último – lógica decrescente
Não é ingerência – pressupõe que primeiro exista um resultado que possa ser imputado
à conduta do agente- patamar de imputação objetiva – E fez tudo dentro dos limites do
risco permitido; o segundo pressuposto é a existência de uma ação além de típica, ilícita
Doutrina alemã diz que quem tem uma fonte de perigo é responsável por tudo o que
pode acontecer quando envolva esta fonte de perigo
MFP:
é preciso é garantir que dentro do sentido comunicacional que encontramos nas
normas e no art. 10º/2 temos de encontram uma dimensão de juridicidade, porque
só esta dimensão é que permite antever perante cada situação se o dever jurídico
existe ou não
Parte de 3 princípios: liberdade, igualdade e responsabilidade no caso estaria em
causa logo o princípio da liberdade
Onde haja perturbação na esferas jurídicas haverá um desequilíbrio que se impõe
corrigir – haverá posição de garante quando se extravase a liberdade de ação
Caso“XPTO”
Pouco depois, a imprensa relata vários casos de crianças internadas com alergias graves.
O elo em comum é a utilização do detergente comercializado pela empresa XPTO.
Quid iuris
R:
correção
Não se aplica o 282º do CP – casos de verdadeira ação
posição de autoridade, domínio das fontes de perigo, lei, contrato, ingerência TAIPA
DE CARVALHO
MFP – é condição de liberdade; pessoas da empresa atuaram fora da sua esfera de ação
– ao incumprir o seu dever jurídico tiveram aqui um efeito que foi entrar na esfera de
liberdade de outros – causaram desequilíbrio, viola o princípio da igualdade
Era previsível que o produtor era responsável pela qualidade do produto há uma auto
vinculação
Art. 11º
Caso “O lago”
Álvaro conduz o seu veículo durante a noite, num local isolado, quando, em virtude de
se encontrar em excesso de velocidade, perde o domínio do veículo, que se precipita
para um lago contíguo. Álvaro está inconsciente e com a cabeça submersa na
água. Berta, que a tudo assiste, constata que Álvaro está prestes a afogar-se mesmo
junto à margem, podendo facilmente retirá-lo da água, mas não o faz, ligando para o
112.
R:
correção
Sónia diz que a posição do FD causa muita insegurança – concorda com a
regente
não está a extravasar a sua esfera de liberdade
não há autovinculação
quanto muito há uma obrigação de solidariedade
André Lamas Leite – tem que haver um nexo de proximidade na relação entre o
aart. 200º e o art. 101º- interpretação jurídico criminal. Taipa de Carvalho
concorda.
FD. responsabilidade a partir do monopólio
MFP, ATC, PPA – reconduzem o caso ao art. 200º/1
Caso “O acidente”
A conduz o seu veículo durante a noite, num local isolado, quando, em virtude de se
encontrar em excesso de velocidade, não consegue travar a tempo, embatendo em B,
que se encontra a atravessar a rua na passadeira. B fica gravemente ferido e A,
constatando isto mesmo:
correção
O que o agente faz é aumentar o perigo que já existe que decorre do ato de conduzir.
Quem provoca acidentes, produz danos não cria perigo, porque já subjaz à conduta de
conduzir, mas aumenta o perigo (Stratenwerth, FD, PPA) – critério do perigo –
teremos uma ação.
correção
Uma parte da jurisprudência e da doutrina (professora Inês Ferreira Leite) resolvem este
caso da seguinte maneira: provoca um acidente por negligência, por violação das regras
rodoviárias – facto praticado por ação – homicídio negligência, em concurso com o
crime de omissão de auxilio (art. 200º) o agente com a sua conduta releva um
comportamento desvalioso em dois tempos: quando provoca o acidente (bem jurídico
vida violado) e outro quando não auxilia a pessoa (perigo para o bem jurídico vida) –
nos acórdãos foram imputados dois crimes neste sentido – concurso real heterogéneo
MFP – art. 29º/5 CRP as normas concorrem entre si para tutelar o mesmo bem jurídico,
há um tipo de relação que suscita particular dificuldade nos casos: precisamente o que
ocorre no caso – as normas estão numa relação de interferência – ambas concorrem para
a tutela do mesmo bem jurídico, com intensidades diferentes
Uma das normas só pode ser aplicada quando outra não é – norma de proteção
menos intensa só é aplicada subsidiariamente
Por vezes estas relações de interferência surgem já resolvidas pelo legislador –
art. 208º e 292º p.ex.
c) Foge do local, em pânico. C, que a tudo assiste, vai-se embora, sem nada fazer.
Mais tarde, B é transportado para o hospital, mas vem a falecer em
consequência dos ferimentos provocados pelo atropelamento.
Por que crime(s) respondem A e/ou C?
correção
Quid iuris?
R:
Alínea a)
correção
Helena Moniz + assistente – na letra do art. 284º o perigo já está criado, não foi o agente
que contribuiu para o perigo – a única coisa que tem de fazer é diminuir este perigo
crime concreto quanto ao grau de lesão aos bens jurídicos e de resultado quanto ao ataque
ao objeto da ação
auxilio médico tem de ser indispensável – de acordo com o juízo ex ante - no momento em que
a situação de perigo foi criada: a ação do médico tem de indispensável e adequada para
neutralizar o perigo
era o único médico da especialidade – conseguiu-se salvar mas só sabemos isso ex post, o nosso
momento de referência é EX ANTE – de outro modo o art. 284º não tinha aplicação prática
no momento da perceção do perigo (no caso no momento em que a vítima entra no hospital e
percebe-se da necessidade do médico que é informado) – inércia do médico
Alínea b)
correção
art. 10º/2 havia um dever de agir – SÓNIA diz que à luz de qualquer das construções podemos
enquadrar aqui um dever de garante
não aplicamos o art. 200 ou 284º porque são subsidiários – não se pode aplicar em concurso
efetivo qualquer um destes artigos com o art. 10º
art. 10º articulado com uma norma específica da parte especial corresponde ao maior nível de
proteção do bem jurídico
FD – poderíamos tentar argumentar a existência de uma relação fáctica entre cônjuges que
obrigassem o cônjuge (Dr.) agir de modo a salvar A
MFP – não havia imprevisibilidade aqui – o cônjuge de um médico pressupõe que se estiver em
perigo de vida, sobretudo na sua área de especialidade, este vai socorrere-la AUTO
VINCULAÇÃO IMPLÍCITA QUANTO À RESPONSABILIDADE PELO OUTRO
Caso “Empurrão”
Durante uma discussão, Ana empurra Bruna com força. Em consequência do
empurrão, Bruna faz uma entorse no pé, sendo transportada de ambulância para o
hospital. No trajeto, a ambulância é abalroada pelo automóvel conduzido por Carlos,
vindo Bruna a ficar gravemente ferida em consequência do embate.
R:
correção
Teoria da CSQN + teoria da causalidade adequada - são na sua base teorias naturalistas,
procuram a relação causa – efeito; mas não explicam na sua plenitude porque é que um certo
comportamento produz um certo resultado e porque é que o agente deve ser responsabilizado
Imputar – atribuir um certo resultado lesivo de bens jurídicos tutelados numa norma penal
incriminadora ao comportamento do agente – o comportamento do agente é revelador de que ele
controlava o processo causal até ao fim na teoria da causalidade e do risco podemos falar da
imputação
1. Teoria da conditio sine qua non ou das condições equivalentes - vai em busca
de todas as causas que podem contribuir para o efeito lesivo
Forma de supressão mental – suprime-se cada uma das causas e vemos se
sem elas o resultado se verificava ou não
Esta teoria promove no apuramento das causas um regresso ad infinitum
– considera todas as condições como equivalentes – não resolve a
generalidade dos problemas de imputação objetiva, nomeadamente estes
da interrupção do nexo causal por intervenção de terceiro;
2. Teoria da causalidade adequada – assente num juízo objetivo posterior –
parece ser a teoria assente no nosso CP (art. 10º/1) – MFP entende que no
essencial esta teoria resolve os problemas de imputação objetiva
3. Teoria do risco (ROXIN) – 1) quando o agente cria um perigo não permitido
para o objeto da ação – está a criar um risco proibido para o bem jurídico – no
caso, quando A empurra a vítima, vai estar a criar um perigo; 2) patamar que
promove a conexão de risco – esse risco se tenha materializado no resultado
típico- juízo ex ante e ex post – de acordo com as características típicas e
previsíveis decorrentes do facto de empurrar alguém tem suficiente força erosiva
para produzir o resultado lesivo concreto (um empurrão tipicamente não tem um
valor que produz consequências de integridade física mais graves) só haverá
quanto às ofensas simples, não quanto às ofensas mais graves; 3) não chegamos
sempre a este patamar, como é o caso
Primeira teoria- dá para imputar; Segunda teoria e Terceiro – só podemos imputar as ofensas
simples
Caso “Aeroporto”
Fernando, agiota e exímio atirador, sabendo que Guilherme se prepara para fugir do
país para não lhe pagar uma elevada quantia em dinheiro, persegue-o até ao aeroporto e:
a) Dispara mortalmente sobre Guilherme, antes de este poder entrar num avião
que veio a explodir 30 minutos mais tarde devido a um ataque de um
bombista suicida;
b) Prepara-se para disparar sobre Guilherme, mas um agente da PSP à paisana
apercebe-se e, por estar perto de Guilherme, consegue empurrá-lo,
salvando-o de morte certa, mas causando-lhe ligeiras escoriações na face e
nas mãos;
c) Quando Guilherme aguardava no lounge do aeroporto, coloca uma dose de
veneno na bebida deste, enquanto Ivo, seu parceiro neste empreendimento,
coloca veneno na comida. Guilherme tudo ingere, vindo a morrer pouco
depois. A autópsia revela que foi a combinação de ambas as doses de veneno
que ditou a morte de Guilherme.
Quid juris?
R:
correção
Nos casos de causalidade hipotética – se não fosse a causa real o resultado sempre adviria ou
por um terceiro ou por um facto natural – em todos este casos o resultado produz-se sempre
Kaufmann – sustenta que nos casos em que o processo causal hipotético ou virtual já esteja
numa fase irreversível – desaparecimento do desvalor do resultado – embora o autor da causa
real provoque a morte, como no caso, este mesmo resultado já se iria verificar – AGENTE
DEVE SER SÓ PUNIDO POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO – Sónia não concorda
teorias
Conditio sine qua non – não haveria causalidade – não se responsabiliza penalmente o F
Teoria do risco – orientação político criminal de lesão a bens jurídicos – F criou um perigo
proibido para o bem jurídico protegido pelo tipo do art. 131º e esse risco materializou-se no
resultado típico
Para esta conclusão do 2º requisito - fazemos um duplo juízo: olhar para o
momento ex ante – se podia ser uma conduta lesiva (disparar a arma de fogo);
ex post – consideramos todo o normal acontecer – juízo de prognose póstuma
objetiva, tomando em linha de conta uma pessoa prudente, dotando dos
conhecimentos especiais do agente – materialização normal da potência lesiva
ALÍNEA B)
correção
Conditio sine qua non ou das condições equivalentes – não resolvem bem os casos de
diminuição do risco
Faz sentido dizer que o comportamento do agente da PSP se enquadra no crime do 143º? Roxin
diz que não, o agente está a colocar a vítima numa posição melhor do que ela estaria –
intervenção que tem por objetivo a proteção do bem jurídico – numa situação como esta não faz
sentido imputar o resultado à conduta do agente
MFP e TAIPA DE CARVALHO – adeptos da teoria da causalidade
adequada – são sensíveis a este aspeto
Teoria do risco – o primeiro patamar da teoria do risco – o agente não está a criar ou aumentar
o perigo – ESTÁ A DIMINUIR – Roxin diz que estes casos devem ser resolvidos logo no
primeiro patamar da teoria do risco – não há imputação – negaríamos logo
PAULO SOUSA MENDES – a conclusão a que chega Roxin resulta de uma comparação entre
o curso real dos acontecimentos e aquele que seria se não houvesse intervenção - o que é
determinante para PSM é que no caso ocorre uma menor intensidade lesiva do bem
jurídico. A ideia de que quem coloca o bem jurídico numa posição melhor não é suscetível de
imputação resulta do princípio da equidade, sendo essencialmente enquadrável no âmbito das
cláusulas de justificação do facto
LUÍS GRECO (?) – se a ação do agente intervém no processo causal teremos diminuição do
risco se conseguir desviar p.ex. a pancada; mas se atua sobre a vítima não temos diminuição do
risco, é um caso típico que se resolve nas causas de justificação
ALÍNEA C)
correção
Entretanto, Carlos, a quem o enfermeiro João ministrara no hospital uma aspirina para
debelar a terrível dor de cabeça que toda aquela situação lhe causara, entrara em
convulsões, provocadas por uma raríssima alergia ao ácido acetilsalicílico presente na
composição da aspirina, que nunca ingerira. O médico de serviço, Luís, namorado de
Daniela, reconhece Carlos como seu rival e, revoltado com tudo o que sucedera, decide
não socorrer Carlos, que acaba por morrer por causa de falta de assistência médica, que
apenas Luís poderia proporcionar.
R:
correção
Características especiais
teoria CSQN na sua formulação inicial não resolve estes problemas – C foi
causa da morte de D, suprimindo esta não há resultado;
condição conforme às leis naturais (reformulação) – é reduzido o número de
casos de hemofilia que pudessem dar azo a este contexto – causa operante
teoria da adequação – não era previsível – verificação raríssima
teoria do risco – ao apertar o nariz de outra pessoa está a criar um perigo;
conexão de risco só pode existir quanto a ofensas à integridade física simples
critério para identificar o problema jurídico- nos CLA só há um processo causal, controlado
pelo agente da hipótese (o agente controla a ação, mas não controla o resultado)
MFP – devemos fazer uma construção intelectual – perceber qual seria o decurso dos eventos se
tivesse sido adotado o comportamento lícito
in dúbio réu – não há imputação do resultado à conduta
Taipa de Carvalho – adere à teoria da adequação – adapta a teoria (teoria da conexão normativo
típica) – 1º pressuposto – existência de desvalor da ação (lesar bem jurídico); 2º pressuposto –
materialização – interpretação teleológica das normas: ver os sentido que retiramos da norma –
nos casos de CLA quando a conduta que cumprisse o dever conduzisse igualmente ou não
evitasse a verificação do resultado com certeza ou elevado grau de probabilidade também se
nega a conexão do risco;
teoria do risco – Roxin não segue esta teoria, desenvolvendo uma teoria alternativa: a do
incremento ou elevação do perigo/risco: nos casos em que há a certeza que mesmo
desenvolvendo o processo causal dentro dos limites do perigo permitido o resultado continuaria
a verificar-se na mesma (como é o caso) – nesses casos não pode haver imputação do resultado
à conduta – o processo causal que cumpre o dever e atua dentro dos limites do risco permitido
não consegue evitar o resultado à mesma – imputar redundaria na violação do princípio da
igualdade
Segundo parágrafo (H e I)
correção
Questão central: esfera de cuidado da norma
Risco permitido x adequação social, fim/esfera/âmbito de proteção da norma de cuidado;
prática de kickboxing – atuam dentro da esfera do risco permitido – há quem sustente que nos
quadros da teoria da adequação podemos aplicar critérios autónomos – PAULA RIBEIRO
FARIA – há um conjunto de atividades normais na vida em sociedade
FD não adota a separação do alcance do tipo como um patamar da teoria do risco – auto
colocação e heterocolocação (casos em que a vítima aceite que outra a coloque em perigo)
Terceiro parágrafo (C – J - L)
correção
quanto a J – risco permitido – dá uma aspirina – falha o primeiro patamar da teoria do risco
a conduta de L não diminui o risco proibido – preenche o primeiro patamar;
Quarto parágrafo
correção
Caso de risco permitido
Teoria SNQN – não resolve de forma satisfatória – no limite diria que a causa de morte do N
foi a conduta de C (não recendo a notícia poderia não ter tido o ataque cardíaco)
Teoria da causalidade - embora seja previsível, era de verificação rara – não há imputação –
uma pessoa médica, colocada nas circunstâncias de tempo e de lugar do agente, com os
conhecimentos da agente, poderia prever que a conduta de N daria origem ao resultado, mas
seria de verificação rara/anormal
Teoria do risco resolve este problema logo no primeiro patamar – é um risco permitido
a causa virtual não torna a norma criminal inútil – maioria da doutrina (de acordo com o juízo
ex ante)
Quinto parágrafo
Álvaro, regressando embriagado de um jantar a altas horas da noite, pretende voltar para casa
no seu automóvel, mas dirige-se a outro carro, sem reparar que não é o seu. No momento em
que tenta abrir a fechadura é surpreendido por uma autoridade policial. Quid juris?
R:
correção
elemento de direito de um tipo de crime – art. 16º/1
o agente tem de representar os elementos objetivos do tipo – não representou o elemento
objetivo (subtrair), nem o elemento normativo (alheio)
Só temos um erro relevante sobre o objeto quando o erro incidir sobre elementos do tipo que
estejam descritos na norma – erro que afeta a compreensão do agente quanto aos elementos
descritivos ou normativos
Problema jurídico – erro sobre elementos descritivos (erro sobre elementos descritivos –
conduta subtrair – e normativos – sobre o caráter alheio do objeto da ação)
Tem de conhecer o significado social – valoração paralela na esfera de um leigo para haver
dolo basta que o agente conheça mais ou menos os efeitos práticos que um certo conceito tem
na vida corrente do seu meio social
No nosso caso, o agente conhece no geral o conteúdo do direito de propriedade – mas do ponto
de vista intelectual o agente não representou que a coisa não era sua
Escondido pela folhagem, António vê Bruno acompanhado de outra pessoa, uma mulher,
Carla, que com ele caminha a cerca de 1m de distância. António admite, por ser um exímio
atirador, que atingirá mortalmente Bruno, e dispara. Porém, nada corre como pretendia. Devido
a um movimento súbito do seu “alvo”, que pega em Carla ao colo no momento do disparo,
António acaba por atingi-la mortalmente. Além disso, afinal não era Bruno quem se
aproximava, mas Daniel, seu primo, muito parecido com ele.
Determine a responsabilidade penal de António.
R:
correção
Erro sobre a identidade da vítima – relativamente ao facto de o agente supor que se trata de B
quando na verdade se trata de D há um problema de falha na perceção – mas nao é jurídico
penalmente relevante neste caso – o agente tem de representar o género descrito na norma (p.ex.
coisa móvel alheia, “outra pessoa” no crime de homicídio, etc) – género pessoa e género coisa –
para o legislador o que importa é que é proibido matar (todas as pessoas) – o agente tinha por
finalidade matar outra pessoa- tinha dolo direto (art. 14º/1) – nao se aplica o art. 16º/1
Caso “Tropelias”
Ivo pretende partir o vidro da janela de João. Atira uma pedra nessa direção, mas, por falta de
pontaria:
a. Acerta em Lara, que está na varanda do lado direito e que nem sequer tinha
visto;
b. Acerta no computador de Mário, que está na varanda do lado esquerdo e que
nem sequer tinha visto.
Quid juris?
R:
correção
primeira variante – aberratio ictus
o agente domina o processo causal mas atinge um objetro diferente do visado (os objetos nao
são tipicamente equivalentes)
3) ilícita – há desvalor da ação quanto a 212º + 22º (14º/1), nao há causas de justificação;
há desvalor da ação e desvalor do resultado quanto a 148º/1 ´15º, b). nao há causas de
justificação
4) culposa
5) punibilidade – concurso efetivo ideal heterogéneo - punibilidade da tentativa (art.
212º/2 + 23º/ 1 e 2 + 73º); concurso efetivo – 212º/1 e 2 + 22º/1 e 2, alíneas a) e b);
148º/1, 15º, alínea b)
3) ilícita - há desvalor da ação (art. 212º + 22º (14./1) – nao há causas de justificação
4) culposa
5) punível
Caso “Troia”
Em uma praia deserta na península de Troia, dois casais passam a tarde com os filhos
respetivos, ambos com 2 anos de idade. Um dos pais, Nuno, decide promover uma expedição
aquática com as crianças. Minutos depois, Nuno sofre uma indigestão e desmaia e o seu filho,
Óscar, fica em risco de afogamento, pois está fora de pé e mal sabe nadar. Paula, mulher de
Nuno, a única em terra que sabia nadar, a tudo assiste, mas não se lança à água, por julgar
tratar-se do filho dos seus amigos.
Quid juris?
R:
problema jurídico – imputação subjetiva – erro sobre os pressupostos fácticos de agir (elemento
cognitivo ou intelectual do dolo)
representação intelectual do agente falhou – nao conseguiu orientar a consciência ética, nao teve
oportunidade de se motivar pela norma – o agente antes de agir tem de ter consciência dos
pressupostos fácticos de agir (no caso – de ser o filho – onde nasce a posição de garante)
se o problema for sobre o próprio dever jurídico já nao seria um problema de falha de
informação mas sim um problema de valoração (avaliava mal a realidade) – problema de culpa
(art. 17º) – p.ex. se achava que era o filho mas que nao tinha de promover a ação salvadora –
MAS NAO É ISTO QUE TEMOS AQUI
estamos perante um problema fáctico (o facto de ser um filho, o facto de ser um paciente, etc) –
erro analisado no âmbito do elemento cognitivo/intelectual do dolo – 1º parte do art. 16º/1
1) omissão dominada pela vontade
2) típica – 131º (tipicidade objetiva – elementos objetivos verificados, incluindo
imputação objetiva; tipicidade subjetiva – elemento subjetivo geral – dolo (elemento
cognitivo ou intelectual – erro sobre os pressupostos fácticos do dever de agir art. 16º/1,
1ª parte exclui o dolo – exclusão automática); art. 16º/3 + art. 15º + art. 137º
3) ilícita – há desvalor da ação e desvalor do resultado (nao há causas de justificação)
4) culposa
5) punível – art. 137º + art. 15º
Quid Juris?
R:
correção
MFP - decisão criminosa que tem a possibilidade de abarcar qualquer dos resultados – ação
bivalente, por um lado a conduta comporta duas ações que são capazes de criar perigo para dois
bens jurídicos diferenciados; mas só um dos perigos evoluiu para a lesão efetiva – DOLO
DIRETO QUANTO AOS DOIS OBJETOS DA AÇÃO
ação – dominada pela vontade
típica – tipicidade objetiva (MFP) – quanto ao Negro – art. 212º; quanto ao cavaleiro (art. 131º
+ 22º/1 e 2, alíneas a) e b); tipicidade subjetiva – dolo direito alternativo – solução MFP –
quanto ao Negro – art. 212º + 14º/1; quanto ao cavaleiro (art 131º + 22º/1 + 14º/1)
ilícita – não há causas de justificação
culposa
punível – tentativa (art. 131º) punível: 131º + 23º/1; concurso efetivo ou de crimes ideal
heterogéneo MFP – art. 30º/1 – quanto ao Negro – art. 212º + 14º/1; quanto ao cavaleiro – 131º
+ 22º/1 e 2, alíneas a) e b), art. 14º/1 + 23º/1 e 2 + art. 73º
No final do enterro da mãe, quatro irmãos permanecem no cemitério a discutir sobre partilhas.
Irado, um dos irmãos, Alfredo, homem muito corpulento e forte, que sempre cuidara da mãe
desde que as irmãs se haviam mudado para Paris, descontrola-se e dá um estalo na franzina irmã
Benilde, com muita força, para que ela se cale. Com a força do impacto, Benilde desequilibra-
se, cai, bate com a cabeça na quina de uma sepultura de mármore imediatamente atrás e tem
morte imediata. Para não deixar testemunhas, Alfredo decide então dar largas à sua raiva e
matar as outras duas irmãs, Carla e Daniela, espancando-as violentamente, o que faz. Julgando-
as mortas, coloca os três corpos em três caixões que se encontravam na capela mortuária
daquele cemitério, onde também trabalhava como jardineiro. Na madrugada seguinte, logo
estudaria o local onde sepultaria definitivamente os corpos. Carla recobra os sentidos horas
depois e consegue abrir o caixão, salvando-se e alertando as autoridades. Daniela, porém, não
tem a mesma sorte. A autópsia vem a demonstrar que a causa da morte de Daniela foi asfixia,
ocorrida dentro do caixão.
Determine a responsabilidade penal de Alfredo.
R:
correção
Art. 18º a articular com tipo da Parte Especial – art. 147º + 18º - crimes agravados pelo
resultado
Dolo + negligência – 143º crime fundamental doloso (a título de dolo) e
tentamos imputar a morte a título de negligência (art. 137º)
Negligência + negligência
Ponto de partida é um tipo da parte especial nos casos de crimes agravados pelo
resultado – estão em geral tipificados na parte especial (p.ex. 147º, 285º, etc.) – evento
mais grave do que aquele que o agente produziu com a sua conduta, encerra um
desvalor da ação e um desvalor do resultado que têm uma ilicitude mais intensa – com a
sua conduta o agente produz uma lesão num outro bem jurídico para além daquele que
pretendia primeiramente atingir (p.ex. ofensa à integridade física grave, morte, suicídio
da vítima) – ARTICULAR SEMPRE COM A META NORMA DO ART. 18º
crimes agravados pelo resultado – duplo nexo de imputação objetiva e duplo nexo d eimp.
subjetiva
1º nexo de imputação objetiva - tipo do art. 143º preenchido, qualquer que seja a teoria de
imputação objetiva; e subjetivamente o agente atuou com dolo direto (art. 14º/1)
art. 147º - temos de demonstrar que um destes artigos referidos está verificado no caso para ver
se temos agravação posteriormente
2º nexo de imputação objetiva – resultado morte (art. 147º) ainda pode ser imputado ao agente?
imputação a partir do crime fundamental doloso praticado
Paula Ribeiro de Faria – crime agravado pelo resultado é um crime específico – lógica de
adequação e da normalidade do acontecer (FD) – receber com a força do impacto esta chapada
uma pessoa desequilibra-se e pode bater numa campa (estão num cemitério)
2)
correção
Processo causal eficaz para a morte foi a colocação no caixão – a eficácia do processo causal
surge retardada ao que era idealizado pelo agente
erros sobre a eficácia do processo causal – no nosso caso nao é o processo causal provocado
pelo agente que produz o resultado morte, mas sim num momento posterior; mas também
podemos ter problemas no plano antecipado (p.ex. um ato em que provoca a inconsciência da
vítima primeiro, para depois sim matar)
agente dominou o processo causal que desenvolver, quis a realização do facto típico no seu todo
(a morte), produziu a morte – logo o agente deve ser punido pelo crime doloso consumado – no
elemento intelectual
o risco que o agente produz conscientemente é o espancamento, mas o risco que efetivamente
produziu a norma nao foi conscientemente produzido – falta de congruência – JAKOBS E
JCNeves – o agente deve ser punido por tentativa de homicídio (risco consciente) em concurso
com o crime de homicídio negligente (violação de um dever objetivo de cuidado – nao
representa o objeto da ação, está subjetivamente em erro sobre um elemento de facto – pensa
que está a colocar no caixão um cadáver.
unidade de execução criminosa quando o agente idealiza a totalidade dos atos que foram
efetivamente realizados – todos os riscos conscientemente criados pelo agente cabem num dolo
geral – MFP utiliza a tese de aplicar um crime doloso consumado – NO CASO NÃO É ISTO
QUE ACONTECE
Caso “Assalto”
Luís decide assaltar uma ourivesaria famosa pelas suas joias, esperando pela noite para o
ataque, para que a loja já estivesse vazia. Já dentro da loja, Luís é surpreendido pelo dono,
Mário, que se havia esquecido das chaves do carro e voltara a entrar. Com o choque da surpresa
e receando vir a ser identificado mais tarde, Luís rapidamente chega à conclusão de que a única
forma de sair impune é matar Mário, pelo que agarra na pistola que tinha trazido e dispara
fatalmente sobre ele, colocando-se imediatamente em fuga, com o produto do empreendimento.
Qual a imputação subjetiva neste caso?
R:
correção
A meta da ação do agente é a realização do facto – quando temos um raciocínio fim é dolo
direto – pode acontecer que a realização do facto típico seja um estado intermédio para alcançar
o seu objetivo dolo direto tem raciocínios de fim e de meio/fim
A morte, no caso, é o meio (para sair impune da situação) – QUANTO À MORTE HÁ DOLO
DIRETO
Caso “Seguro”
Para receber o dinheiro do seguro, Arnaldo faz arder um prédio seu que não utilizava há muito.
No incêndio, morre Bruno, que Arnaldo conhecia vagamente e a quem nunca quisera mal,
mas:
a) Estava ciente de que vinha utilizando o prédio para pernoitar e todas as tentativas de
Arnaldo da semana anterior para convencer Bruno a deixar o prédio resultaram frustradas;
b) Sabia que, muito de vez em quando, Arnaldo pernoitava ali e, na noite fatídica, deu
várias voltas ao prédio, para confirmar que ninguém lá estaria, e não avistou ninguém.
Qual a imputação subjetiva neste caso? Na resposta, pondere o acórdão do caso “very-light”
R:
Hipótese a)
correção
Meta da ação – a burla (não é do art. 219º 2, é pelo art. 217º, podendo ser qualificada pelo art.
218º), para alcançar a meta incendia a casa – art. 272º/1, a) (crime de perigo concreto – estes
bens jurídicos não podem ser os mesmos criados pelo homicídio)
Hipótese b)
correção
Neste caso prático – o agente sabe que às vezes a vítima está lá, não deixa de haver ponderação
mas o agente avança não ponderando o perigo, porque pensa que o neutralizou dado que
procurou a vítima e não a encontrou – o observador externo nao vê aqui o sentido objetivo do
2
porque aqui não há acidente nenhum – foi o agente que provocou a situação
risco, o agente no caso desenvolver um conjunto de diligências para dirimir o perigo NESTE
CASO TEMOS NEGLIGÊNCIA CONSCIENTE SEGUNDO A DOUTRINA DA MFP
Ação dominada pela vontade; típica – homicídio art. 131º - produção de um resultado (morte);
objetiva violação de um dever objetivo de cuidado que recaía sobre o agente (contrariedade ao
dever); resultado previsível e evitável para uma pessoa média; ilícita – não há causas de
justificação; culposa; punível – 137º + 15º
Casos Ilicitude
Isabel está à noite numa rua escura que, todos os dias atravessava para chegar a casa, quando é
surpreendida por Orlando, pervertido sexual, que a agarra com intenção de a violar. Manietada
e silenciada, em desespero, Isabel consegue pegar no seu telemóvel e atirá-lo para um carro
estacionado junto de si. Partindo-se o vidro do carro, pertencente a Júlio, imediatamente
começa a soar o alarme, pelo que Orlando foge.
Quid Juris?
R:
correção
Causas de justificação – 3 perspetivas: normas excecionais; normas que são uma negação
da tipicidade; normas permissivas MFP VAI PELO ÚLTIMO- constrói as causas de
justificação a partir de uma perspetiva de colisão de direitos
MFP a prova definitiva da legítima defesa (linha argumentativa que vale para todas as causas de
justificação) – resulta do facto de contra a causa de justificação em concreto nao podermos
contrapor ou fazer acionar nenhuma outra causa de justificação, de nenhum ordenamento
jurídico. Contra justificação não há justificação.
QUANTO A ORLANDO – pratica uma ação humana dominada pela vontade; tipicidade –
objetiva (164º/1 + 22º/1 e 2, c)// subjetiva – 14º/1 (dolo direto); ilicitude - há desvalor da ação
(não há causas de exclusão da ilicitude); culpa – há capacidade de culpa (19º + 20º);
punibilidade – 164º/1 + 23º/1 e 2;
Conflito de direitos – a vítima não atua em legítima defesa porque vai atingir bens de terceiro,
não do seu agressor
MFP tem uma perspetiva diferente – a alínea c) nao é um mero complemento do interesse
preponderante da alínea b) – é um critério autónomo – dignidide da pessoa humana
Causas de justificação têm uma dimensão pluridimensional – relação do agente com todos os
outros, o que justifica a lógica da colisão de direitos
QUANTO A ISABEL - Ação humana e dominada pela vontade; Tipicidade - objetiva – 212º/1;
subjetiva – 14º/1; ilicitude – art. 34º - facto justificado porque atua em direito de necessidade
ofensivo, pressupostos e requisitos verificados; Isabel praticou uma ação típica, mas não ilícita –
não é suscetível de responsabilidade jurídico penal
Direito de necessidade ofensivo – porque é um bem jurídico tutelado por outra pessoa (se fosse
o proprietário do carro a criar o perigo já seria um direito de necessidade defensivo)
Caso “Rottweiler”
Artur tem um Rottweiler bastante agressivo, que mantém fechado no quintal. Certo dia, Artur
esquece-se do portão aberto e o cão foge, preparando-se para atacar Bruno, vizinho de Artur.
Bruno, que sempre havia odiado o cão, pega na pressão de ar e dispara, atingindo-o fatalmente.
Quid Juris?
correção
Ação – de Artur – humana dominada pela vontade – facto que nao é suscetível de gerar
responsabilidade jurídico penal – há uma violação do dever (comportamento omissivo – agente
deixa cão fugir)
Tipicidade – 148º + 10º + 15, b) + 22º/1 e 2 - ofensa à integridade física negligente por omissão
na forma tentada – a tentativa tem de ser sempre dolosa, este comportamento não chega a ser
típico
Mas de todo o modo há uma contrariedade ao Direito – violação de um dever objetivo de
cuidado – o facto de isto nao gerar responsabilidade jurídico penal nem ser típico do ponto de
vista penal não retira a contrariedade ao Direito. Atuação ilícita nao tem de advir só do direito
penal.
de Bruno – humana dominada pela vontade (ação); tipicidade objetiva – 212º (387º); tipicidade
subjetiva – 14º/1; ilicitude – art. 32º (nao exige animus defendendi); o facto é típico, mas não é
ilícito
– atuação atual e ilícita verifica-se; há necessidade do meio e adequação do meio; o agente
tinha conhecimento da situação que gera a legítima defesa defensiva (não se considera o animus
defendendi)
Fernando é um vizinho chato e muito conflituoso, com quem Guilherme anda de relações
tensas e já chegou a vias de facto por diversas vezes, pelo que procura evitá-lo no prédio. Certa
tarde, quando saía de casa, Guilherme vê Fernando à espera do elevador e opta por descer as
escadas. Logo de seguida, Guilherme pressente que alguém segue, e convence-se de que se
trata de Fernando. Saturado da situação, Guilherme esconde-se e aguarda por Fernando, para
lhe dar um soco, plano que concretiza alguns segundos depois. Todavia, Guilherme agrediu
Hélder, que acabara de subtrair a carteira e o telemóvel a Fernando e se pusera em fuga, em
direção à rua. Fernando ficou grato e os problemas entre estes vizinhos cessaram.
Quid iuris?
R:
ARTIGO 38º/4 POR ANALOGIA – porque é uma norma mais favorável – punido por crime de
ofensa à integridade física na forma tentada (sem a analogia do art. seria punido pelo crime
consumado)
pena aplicada à tentativa é diferente da pena por tentativa – neste caso em concreto a tentativa é
punida ou não? 143º só tem pena até três anos – a tentativa nao é punível (art. 23º/1)
Caso “Karaté”
Certa madrugada, quando Ana saía do carro em direção a casa, repara na presença de um
homem, muito alto e encorpado, que nos últimos dias vira à porta do seu prédio. Com medo,
Ana, franzina e de pequena estatura, grita na direção do homem, avisando que sabe karaté.
Porque o vulto se aproxima, proferindo palavras que Ana, com o nervosismo e o medo, nem
percebe, desfere um golpe em direção ao estômago do suposto agressor, que se dobra com a dor,
gritando que apenas se pretendia apresentar, pois Ana era a única vizinha do prédio a quem
ainda não se tinha conseguido apresentar desde a mudança para aquele prédio, há cerca de duas
semanas.
Quid iuris?
R:
correção
o dolo exclui-se automaticamente
dolo do tipo persiste – o que se exclui é o dolo da culpa
teoria moderada da culpa – art. 16º/2
Quando estamos no problema do art. 16º/2 – discutir sempre a questão da teoria do dolo e teoria
da culpa
Caso “Maldade previdente”
Aníbal decide vingar-se de Bruno e, sabendo que o vizinho estava no estrangeiro, lança uma
pedra em direção à janela do quarto dele. O alarme dispara e, dez minutos depois, quando a
polícia chega ao local, acaba por evitar um incêndio que deflagrara quinze minutos antes. A
maldade de Aníbal salvou a casa de Bruno.
Quid iuris?
R:
correção
Anteriormente a doutrina e jurisprudência exigiam o animus defendendi - conceção mais
restritiva das causas de justificação – MFP: NÃO SE EXIGE, na base da decisão, em termos
comunicacionais pode estar uma pluralidade de motivações – o que importa para a regente é a
base factual (SE O AGENTE ESTÁ A ATUAR OU NÃO POR CAUSA DA SITUAÇÃO QUE
IDENTIFICOU p.ex. de perigo, de conflito de deveres etc – serão os pressupostos das diferentes
causas de justificação)
Direito de necessidade objetivo – perigo atual (tinha deflagrado um incêndio), estão em causa
interesses juridicamente protegidos de um terceiro, não foi o agente a criar aquela situação; face
aos meios que tinha ao seu dispor utilizou de acordo com o juízo ex ante o meio adequado; art.
34º, b) – para salvar a propriedade como um todo partiu um vidro - razoabilidade na lógica de
FD estaria presente, na lógica MFP não haveria neste caso qualquer desrespeito pela cláusula de
dignidade humana
No caso falha o conhecimento da situação perigosa, base causal que motiva esta atuação (não se
exige animus defendi, mas exige-se esta consciência)
resultado valioso para a OJ mas o problema é que do lado do desvalor da ação não é valioso – o
agente não tem conhecimento da situação de perigo, se não sabe a causa pela qual a OJ o obriga
a atuar, o desvalor da ação permanece
só punimos o agente pelo desvalor da ação – punimos com a pena da tentativa – art. 72º e 73º
(crime consumado reduzido em 1/3) – MFP TEMOS DE OLHAR PARA A LÓGICA DO
SISTEMA (respeitar o princípio da necessidade e o princípio da prevenção (proteção bens
jurídicos) – não faz sentido punir por tentativa onde o legislador concluiu que não devia haver
punição – p.ex. crime de OIF (143º), o legislador não pune diretamente pela tentativa, aplicamos
a regra do 23º/1
R:
O agente no caso não tem conhecimento da situação – deixa de atender uma pessoa porque
chega uma pessoa
o elemento subjetivo da causa de justificação – conhecimento da situação de conflito de deveres
– PROBLEMA DE CONFLITO DE DEVERES OBJETIVO – justificação não opera;
aplicamos por analogia o art. 38º/4 – moldura penal é superior a 4 (art. 284º) podemos punir
pela tentativa (art. 23º/1)
A base da decisão no caso é motivada simplesmente por ser a namorada – DESVALOR DO
RESULTADO AFASTADO, DESVALOR DA AÇÃO NÃO PORQUE ELE NÃO TEM
CONHECIMENTO DO CONFLITO DE DEVERES
taipa de carvalho – seria um comportamento atípico p.ex. na sub hipótese em que a outra
paciente morria – nao podia cumprir dois deveres portanto não imputaríamos a morte (isto se os
requisitos e pressupostos estiverem verificados)
Caso “A festa”
Álvaro convida vários amigos para uma festa em sua casa. Bruno chega antes da hora marcada
e, aproveitando o facto de o portão estar aberto, entra em casa de Álvaro.
R:
correção
Acordo
Releva no tipo: causa de tipicidade – o dissentimento do titular do bem é condição de
relevância penal do comportamento
Conflito entre autonomia de consentir a lesão do bem e o seu valor para o sistema
jurídico penal resolvido pelo legislador na descrição do tipo legal;
Efeito: atipicidade
Consentimento
Releva na ilicitude: causa de justificação – prevalência da autonomia sobre o desvalor
da lesão do bem jurídico
Conflito entre autonomia de consentir a lesão do bem e o seu valor para o sistema
jurídico penal não resolvido pelo legislador na descrição do tipo penal;
Efeito: justificação do facto (com a consequente exclusão da ilicitude)
Ao regressar a casa a altas horas depois de uma festa, Eduardo, estudante do primeiro ano de
medicina, encontra Duarte, seu vizinho, caído na rua, à entrada de casa, inconsciente e com
sinais evidentes de ataque cardíaco. Eduardo liga insistentemente para o 112, grita por socorro,
mas tudo sem sucesso, pois não consegue ligação para o 112 e a vizinhança é esparsa, pelo que
ninguém se apercebe do que estava a suceder. Constatando o estado bastante grave de Duarte,
Eduardo decide conduzi-lo ao hospital no carro dele, retirando-lhe as chaves do bolso.
Eduardo não possuía habilitação legal para conduzir, mas estava já a terminar a frequência das
aulas práticas de condução. Além disso, estava um pouco alcoolizado, mas conseguiu conduzir
observando as demais regras de condução. No hospital, Duarte é salvo, o que só foi possível
graças à intervenção de Eduardo.
Quid iuris3?
R:
Problemas jurídicos:
1) Relativamente a 208º - consentimento ou acordo presumidos?
3
Decreto-Lei n.º 2/98, de 03 de janeiro
«Artigo 3.º
1 - Quem conduzir veículo a motor na via pública ou equiparada sem para tal estar habilitado nos termos
do Código da Estrada é punido com prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.
2 - Se o agente conduzir, nos termos do número anterior, motociclo ou automóvel a pena é de prisão até 2
anos ou multa até 240 dias.»
2) Relativamente à condução sem habilitação legal. – art. 3º do DL nº 2/98 de 3 de janeiro
– há causa de justificação operante?
D não seria suscetível de responsabilidade jurídico penal dada a atipicidade quanto a 208º
e justificação (art. 34º) relativamente à condução sem habilitação legal +
292º/1/contraordenação
Art. 17º erro de valoração ético jurídica – em todos os seguintes casos estamos perante um erro
sobre a ilicitude:
Erro sobre a ilicitude da ação (é o caso)
Erro sobre a existência de um dever jurídico de garante na omissão
Erro sobre a existência/limites de uma causa de justificação ou de exclusão da culpa
Erro sobre a validade da norma
Problema de valoração – o agente conhece a realidade (não é um problema de falta de verdade
do art. 16º) – o agente valorou mal a realidade: está a divergir do sentido do legislador – erro
moral: valoração de acordo com o seu quadro de valores que é diferente do da OJ
O art. 17º pondera a censurabilidade ou não do erro – é analisado em sede de culpa
Na lógica do prof FD este erro neste caso cumpriria o requisito da retitude da consciência
errónea – tentativa de se orientar com o seu ordenamento
Exclusão da culpa – facto seria típico e ilícito mas não culposo
Caso “PassMúsica”
António, jovem universitário do curso de gestão, decide utilizar os seus conhecimentos
académicos e abrir um bar. No primeiro dia de funcionamento, durante uma fiscalização da
ASAE, é-lhe levantado um auto pela prática de um crime de violação de direitos de autor, por
estar a passr a música sem o pagamento prévio da taxa devida para o efeito, nos quadros do
PassMúsica (artigos 195.º, n.º 14 e 197.º5 do Código dos Direitos de Autor). António defende-
se, argumentando supor que já deteria todas as autorizações legais necessárias, pois já tinha na
sua posse uma autorização da Sociedade Portuguesa de Autores para a utilização pública de
música.
Quid iuris?
R:
correção
Ação – dominada pela vontade
Típica – violação de direitos de autor – tipicidade objetiva (elementos objetivos do tipo
verificados); tipicidade subjetiva (elemento subjetivo geral – dolo; elemento cognitivo ou
intelectual – erro sobre a proibição – art. 16º/1, exclui o dolo (exclusão automática); art. 16º/3 –
não há tipo correspondente na forma negligente
Conclusão: não há imputação subjetiva – não há tipicidade
Mala mera prohibita -comportamentos sem desvalor, ressonância ética – incriminações novas
ou que já existem no ordenamento jurídico mas não estão perfeitamente interiorizadas
critério setorial – dever acrescido de saber de determinadas novas incriminações
“Artigo 195.º
Usurpação
1 - Comete o crime de usurpação quem, sem autorização do autor ou do artista, do produtor de
fonograma e videograma ou do organismo de radiodifusão, utilizar uma obra ou prestação por qualquer
das formas previstas neste Código.
2 - Comete também o crime de usurpação:
a) Quem divulgar ou publicar abusivamente uma obra ainda não divulgada nem publicada pelo seu autor
ou não destinada a divulgação ou publicação, mesmo que a apresente como sendo do respetivo autor,
quer se proponha ou não obter qualquer vantagem económica;
b) Quem coligir ou compilar obras publicadas ou inéditas sem autorização do autor;
c) Quem, estando autorizado a utilizar uma obra, prestação de artista, fonograma, videograma ou emissão
radiodifundida, exceder os limites da autorização concedida, salvo nos casos expressamente previstos
neste Código.
3 - Será punido com as penas previstas no artigo 197.º o autor que, tendo transmitido, total ou
parcialmente, os respetivos direitos ou tendo autorizado a utilização da sua obra por qualquer dos modos
previstos neste Código, a utilizar direta ou indiretamente com ofensa dos direitos atribuídos a outrem.
4 - O disposto nos números anteriores não se aplica às situações de comunicação pública de fonogramas e
videogramas editados comercialmente, puníveis como ilícito contraordenacional, nos termos dos n.ºs 3, 4
e 6 a 12 do artigo 205.º.”
“Artigo 197.º
Penalidades
1 - Os crimes previstos nos artigos anteriores são punidos com pena de prisão até três anos e multa de 150
a 250 dias, de acordo com a gravidade da infração, agravadas uma e outra para o dobro em caso de
reincidência, se o facto constitutivo da infração não tipificar crime punível com pena mais grave.
2 - Nos crimes previstos neste título a negligência é punível com multa de 50 a 150 dias.
3 - Em caso de reincidência não há suspensão da pena.”
Caso “Aborto”
Maria, cidadã de nacionalidade espanhola a passar férias em Portugal, descobre que está
grávida de 11 semanas. Maria ingere então medicamentos que sabe terem efeito abortivo, e
provoca o aborto. Em Espanha, o aborto pode ser realizado por opção da mulher grávida nas
primeiras 12 semanas de gravidez.
Pode Maria ser responsabilizada criminalmente pelo crime de aborto p. e p. no artigo 140.º, n.º
3 do CP?
R:
correção
critério MFP – tendo em conta o projeto de vida de outra pessoa- tensão entre gravidez nao
desejada e o facto de estar efetivamente grávida, que leva a agente a um conflito interno intenso
que a leva a atuar desta maneira – ética do cuidado
Caso “ASAE”
Fernando é proprietário de um bar e acaba de saber que os seus dois seguranças se demitiram
com efeitos imediatos. Ao chegar ao ginásio que frequenta, cruza-se com Gonçalo, participante
regular em provas de culturismo e mecânico automóvel de profissão, e logo o convida para
fazer segurança no seu bar durante uma semana, até encontrar substitutos devidamente
credenciados. Na primeira noite de trabalho de Gonçalo naquele bar, realiza-se uma
fiscalização promovida pela ASAE e Gonçalo é constituído arguido pela prática do exercício
não licenciado da atividade de segurança (artigo 57.º do regime do exercício da atividade de
segurança privada6). Gonçalo alega que nunca lhe passou pela cabeça que estivesse a cometer
um crime, pois apenas queria auxiliar Fernando, e não “meter-se em trabalhos”.
Quid iuris?
R:
correção
No caso – estamos perante uma falha na informação – erro do art. 16º
MFP – artigo 16º/1 parte final – oportunidade de motivação pela norma – 1º- o agente não era
profissional da área (não tem o dever de estar absolutamente informado); 2º - evidência das
regras – neste caso, estamos no âmbito do direito penal secundário
não há um aumento da perigosidade previsível da conduta
“Artigo 57.º
Exercício ilícito da atividade de segurança privada
1 - O exercício da atividade de segurança privada sem alvará, ou a adoção de medidas de autoproteção
previstas nas alíneas a), b), d) e e) do n.º 1 do artigo 3.º sem a respetiva licença são punidos com pena de
prisão de 1 a 5 anos ou com pena de multa até 600 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de
outra disposição legal.
2 - Quem exercer funções de segurança privado não sendo titular de cartão profissional é punido com
pena de prisão até 4 anos ou com pena de multa até 480 dias, se pena mais grave lhe não couber por força
de outra disposição legal.
3 - A pena prevista no número anterior é aplicável a quem exercer funções de segurança privado sem
vínculo laboral a entidade devidamente habilitada ao exercício da atividade, ou quando o mesmo se
encontre suspenso.
4 - A pena prevista no n.º 2 é aplicável a quem utilizar os serviços da pessoa referida nos números
anteriores, sabendo que a prestação de serviços de segurança se realiza sem o necessário alvará ou que as
funções de segurança privado são exercidas por quem não é titular de cartão profissional ou que o mesmo
se encontra suspenso.
5 - Quem praticar atos previstos no n.º 1 do artigo 5.º é punido com pena de prisão até 4 anos ou com
pena de multa até 480 dias.
6 - Quem praticar atos previstos na alínea a) do n.º 4 do artigo 5.º é punido com pena de prisão até 3 anos
ou com pena de multa.
7 - A pena prevista no número anterior é aplicável a quem realizar revistas de prevenção e segurança
intrusivas em violação das condições previstas no artigo 19.º.”
idade superior a vinte e um anos e portadora de carta de condução há mais de três anos, estando
vedada a condução em autoestradas, e sendo obrigatória a utilização do dístico “L” aposto no
veículo conduzido, sendo que todas essas exigências foram cumpridas por Armando.
Quid iuris?
R:
correção
erro sobre a proibição do art. 16º/1
o agente não se consegue motivar pela norma – o agente até está a atuar em conformidade com
as ordenações do OJ que frequenta – IGNORA QUE EM PORTUGAL É PROIBIDO