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ÍNDICE

1- INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

2- ENQUADRAMENTO TEÓRICO.........................................................................................2

2.1- Patologias do sistema urinário (excretor)........................................................................2

2.2- GLOMERULONEFRITE....................................................................................................2

2.2.1- Glomerulonefrite aguda................................................................................................2

2.3- GLOMERULONEFRITE CRÔNICA.................................................................................2

2.3.1- Sintomas........................................................................................................................3

2.3.2- Tratamento....................................................................................................................3

2.4.1- PIELONEFRITE (CONHECIDA POPULARMENTE COMO INFECÇÃO


URINÁRIA)................................................................................................................................4

2.4.2- Pielonefrite aguda.........................................................................................................4

2.4.3- Sintomas........................................................................................................................4

2.4.4- Tratamento....................................................................................................................4

2.5- PIELONEFRITE CRÔNICA..............................................................................................4

2.5.1- História de ITU recorrentes..........................................................................................5

2.5.2- Tratamento....................................................................................................................5

2.6- HIDRONEFROSE...............................................................................................................6

2.6.1- Sintomas........................................................................................................................7

2.6.2- Diagnóstico...................................................................................................................7

2.6.3- Tratamento e prognóstico.............................................................................................8

2.7- RINS POLICÍSTICOS........................................................................................................8

2.7.1- Sintomas........................................................................................................................9

2.7.2- Cistos adquiridos...........................................................................................................9

2.7.3- Tratamento....................................................................................................................9

2.7.4- Diagnóstico.................................................................................................................10
2.8- INSUFICIÊNCIA RENAL................................................................................................10

2.8.1- Insuficiência renal aguda............................................................................................11

2.8.2- Insuficiência renal crônica..........................................................................................11

2.8.3- Sintomas e Diagnóstico...............................................................................................11

2.9. CÁLCULOS RENAIS (LITÍASE URINÁRIA)................................................................12

2.9.1- Sintomas......................................................................................................................13

2.9.2- Diagnóstico.................................................................................................................13

2.9.3- Tratamento..................................................................................................................13

2.10- PATOLOGIA DA BEXIGA...........................................................................................14

2.10.1- Cistite........................................................................................................................14

2.10.2- Sintomas....................................................................................................................14

2.10.3- Diagnóstico...............................................................................................................14

2.10.4- Tratamento................................................................................................................15

2.11- INCONTINÊNCIA URINÁRIA.....................................................................................15

2.11.1- Diagnóstico...............................................................................................................16

2.11.2- Tratamento................................................................................................................16

3- CONCLUSÃO......................................................................................................................17

4- BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................18
1- INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objectivo conhecer as doenças associadas ao sistema Urinário.
Portanto, para o desenvolvimento deste estudo foi possíveis através de referências
bibliográficas que permitiu colher os conceitos, diagnósticos, tratamentos, patologias e outros
factores que podemos encontrar no trabalho.

Tendo em conta a importância do mesmo, procuramos fazer um resumo não tão


abrangente visto que o tema é muito extenso com vários autores que trataram sobre este
assunto, a estas noções deu nos entender as várias doenças associadas ao sistema urinário que
alguns não tínhamos ainda noção.

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2- ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.1- Patologias do sistema urinário (excretor)

As patologias dos rins podem ser:

 Agudas: súbitos, como resultado de infecções com inflamação dos néfrons. Duram
por algumas semanas, mas há recuperação completa.
 Crônicas: originam-se lentamente e são progressivas, com perda gradual da função do
rim.

2.2- GLOMERULONEFRITE
Glomerulonefrites ou glomerulopatias são afecções que acometem o glomérulo
(estrutura microscópica formada por um emaranhado de capilares semelhantes a um novelo de
lã). É a principal estrutura renal responsável pela filtração do sangue. A glomerulonefrite pode
ser:

2.2.1- Glomerulonefrite aguda

É a doença mais comum dos rins. Geralmente, o paciente se recupera sem danos ao
rim. Normalmente ocorre em crianças cerca de uma a quatro semanas após uma infecção
estreptocócica na garganta. Anticorpos formados em resposta a estes estreptococos fixam-se
na membrana glomerular (parte do néfron) danificando-a.

Em adultos a doença pode se tornar crônica, com diminuição gradual da quantidade de


néfrons funcionantes, levando à insuficiência renal crônica. A síndrome nefrítica aguda pode
estar associada ao desenvolvimento de hipertensão, inflamação intersticial (inflamação de
espaços intercelulares do tecido renal) e insuficiência renal aguda.

2.3- GLOMERULONEFRITE CRÔNICA


É uma doença que ocorre quando há destruição lenta e progressiva dos glomérulos
renais, com a perda progressiva da função renal. Alguns casos são causados por estímulos
específicos ao sistema imunológico, mas a causa precisa da maior parte dos casos é
desconhecida. Esta doença é uma causa da hipertensão e da insuficiência renal crônica.

O dano aos glomérulos compromete a eficiência da filtragem, permitindo que sangue e


proteína passem para a urina.
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Aproximadamente 1/4 das pessoas acometidas por glomerulonefrite não apresentam
história prévia de doença renal e o distúrbio inicialmente aparece como uma insuficiência
renal crônica. As doenças glomerulares são consequências de uma ampla variedade de fatores:

 Distúrbios imunológicos;
 Doenças vasculares;
 Doenças metabólicas;
 Algumas entidades hereditárias.

As glomerulopatias que aparecem isoladamente são classificadas como primárias, e


quando estão associadas a doenças sistêmicas (Lupus, diabetes, etc.) são classificadas como
secundárias.

2.3.1- Sintomas

A inflamação atrapalha o funcionamento dos glomérulos que resulta em urina escura,


acastanhada ou da cor da ferrugem (em virtude da presença de sangue na urina), urina
espumosa, perda de proteínas (quando há perda de proteínas da corrente sanguínea, ocorre
edema (acúmulo de líquidos nos tecidos do organismo) pois a proteína mantém o fluido
dentro dos vasos sanguíneos.

2.3.2- Tratamento

O tratamento varia dependendo da causa da doença, do tipo e da gravidade dos


sintomas. O objectivo principal do tratamento é controlar os sintomas. A hipertensão pode ser
de difícil controlo e normalmente é o aspecto mais importante do tratamento.

Podem ser usados vários medicamentos anti-hipertensivos para tentar controlar a


pressão sanguínea alta. Pode ser necessário restringir a ingestão de sal, líquidos, proteínas e
outras substâncias para auxiliar o controle da hipertensão ou da insuficiência renal. No caso
da doença crônica pode ser necessário recorrer à diálise ou ao transplante renal para controlar
os sintomas de insuficiência renal e manter a vida.

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2.4.1- PIELONEFRITE (CONHECIDA POPULARMENTE COMO
INFECÇÃO URINÁRIA)
A pielonefrite é uma infecção do trato urinário ascendente que atingiu a pelve do rim.
Afeta quase todas as estruturas do rim, incluindo túbulos e sistema coletor. Só o glomérulo é
exceção, pelo menos até uma fase avançada. É classificada em aguda ou crônica.

2.4.2- Pielonefrite aguda

É uma inflamação da pelve renal e do tecido do rim por penetração de germes que
atinge um ou os dois rins.

O germe pode atingir o rim pelo sangue ou subindo da uretra para a bexiga e pelo
ureter até o rim. Quando existe alguma malformação do aparelho urinário ou urina que volta
da bexiga para o rim (refluxo vésico-uretral) ou pedra nos rins ou outro tipo de obstrução, a
pielonefrite tem condições favoráveis para se instalar. Ocorre mais em mulheres grávidas e
em homens com a próstata aumentada (a próstata aumentada circunda a primeira parte da
uretra nos homens).

2.4.3- Sintomas

O início é abrupto, com dor na micção (disúria) e maior frequência e urgência,


inclusivamente acordando o doente à noite (noctúria). Como em qualquer infecção, há febre,
suores, mal-estar. Náuseas e vômitos acompanham o quadro.

2.4.4- Tratamento

Visa erradicar as bactérias, com a administração de antibióticos até que se comprove o


total desaparecimento da infecção, aliviar os sintomas, prevenir lesões renais parenquimatosas
e diminuir a possibilidade da infecção se disseminar.

2.5- PIELONEFRITE CRÔNICA


Conceitualmente, refere-se a um aspecto anátomo-patológico específico dos rins. A
pielonefrite crônica é o resultado da inflamação progressiva do interstício e dos túbulos
renais. O aspecto patológico dos rins, fibrose, retração e cicatriz renais ocorrem em
consequência das infecções do trato urinário (ITU) recorrentes. Pode-se suspeitar que um
paciente possa ser portador de uma pielonefrite crônica se ao avaliarmos, encontramos:

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2.5.1- História de ITU recorrentes

 Sinais radiológicos de cicatriz renal banqueteamento dos cálices e afinamento do


córtex renal;
 Associação com hipertensão renal, rins atróficos.

Sinais e sintomas não costumam ser muito evidentes e vão progressivamente


manifestando-se ao longo de vários anos ou meses, com tendência para persistirem
indefinidamente. Caso a infecção não seja oportunamente tratada, pode evoluir durante muito
tempo, gerando lesões significativas que alteram de forma irreversível o funcionamento do
rim afetado. Este tipo de pielonefrite é o mais característico em pessoas que sofrem de
obstrução e/ou retenção urinária.

Nas fases iniciais, as manifestações mais comuns, quando existem, são uma dor ligeira
ou moderada na zona lombar, cansaço e mal-estar geral. Na maioria dos casos, os sintomas da
doença são provocados pelas transformações irreversíveis que afetam o tecido renal, que ao
alterarem o seu funcionamento dão origem a uma insuficiência renal progressiva e crônica.
Nestes casos, os sinais e sintomas são fadiga, sede, palidez, secura da pele e das mucosas,
perda de peso, cãibras, náuseas, dor de cabeça e inflamação das pálpebras.

Uma outra complicação frequente da pielonefrite crônica é a litíase urinária,


provocada pela estase de uma urina muito concentrada, saturada com excesso de sal. Estes
cristais depositam-se, formando microcálculos que, por sua vez, se o processo se tornar
crônico, continuam a aumentar de volume dando origem a cálculos macroscópicos. Estes
cálculos podem encravar-se num dos segmentos das vias urinárias e obstruí-lo, provocando
uma cólica renal ou um episódio de retenção urinária.

2.5.2- Tratamento

Deve-se iniciar a antibioterapia quando, através das devidas análises de urina, se


detectam focos infecciosos ativos. De qualquer forma, o tratamento consiste essencialmente
na correcção das causas de predisposição para a doença, tais como a existência de cálculos
nas vias urinárias ou alterações na forma destes órgãos, e em formas de travar a sua evolução
e compensar a insuficiência renal. Nos casos mais graves, pode ser necessário recorrer a
cirurgia, por exemplo, para corrigir uma alteração anatômica ou até para a extração parcial ou
total de um rim. Caso sejam afetados ambos os rins e se gere um quadro de insuficiência renal
crônica, deve-se recorrer a diálise e, quando for possível, a um transplante renal.
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Pielonefrite em rim esquerdo

Peça Rim-16. Pielonefrite crônica. Cicatrizes pielonefríticas. Os rins mostram


depressões extensas, mas não muito profundas, na superfície externa. Estas se devem a
cicatrizes observadas na superfície de corte como áreas esbranquiçadas. A origem é um
processo inflamatório crônico de causa bacteriana. As pielonefrites crônicas caracterizam-se
pelo aspecto irregular da superfície externa do rim, conhecido como cicatrizes pielonefríticas.

2.6- HIDRONEFROSE
É a distensão (dilatação) da pelve renal e dos cálices com acúmulo de líquido causado
pela obstrução do fluxo da urina.

Normalmente, a urina sai dos rins a uma pressão extremamente baixa. Se o fluxo da
urina for obstruído, esta reflui dilatando o rim e exercendo pressão sobre os seus delicados

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tecidos. A pressão causada por uma hidronefrose prolongada e grave lesa finalmente os rins
de tal forma que se interrompe gradualmente o funcionamento dos mesmos. Se a obstrução
não for removida, o rim ficará permanentemente danificado e pode terminar em insuficiência
renal. A hidronefrose é frequentemente causada por uma obstrução da união ureteropélvica
(uma obstrução localizada no ponto de conexão do ureter e da pelve renal). As causas são as
seguintes:

 Anomalias estruturais, por exemplo, quando a união do ureter com a pelve é muito
alta.
 Cálculos renais.
 Compressão do ureter por uma artéria ou veia localizada anormalmente ou por um
tumor.

A hidronefrose também pode ser produzida por uma obstrução abaixo da união do
ureter e da pelve renal ou por refluxo da urina desde a bexiga. As causas compreendem as
seguintes:

 Cálculo no ureter.
 Tumores no ureter ou perto do mesmo.

Em algumas ocasiões, a hidronefrose produz-se durante a gravidez se o útero


aumentado comprimir os ureteres. Este tipo de hidronefrose geralmente termina ao finalizar a
gravidez, embora a pelve renal e os ureteres possam ficar posteriormente um pouco dilatados.

2.6.1- Sintomas

Dependem da causa da obstrução, sua localização e duração. Quando a obstrução


começa rapidamente (hidronefrose aguda), produz em geral uma cólica renal (dor aguda
intermitente e muito forte sobre o lado afetado). Quando progride lentamente (hidronefrose
crônica), pode não produzir sintomas, ou então haver ataques de dor no lado afetado. Cerca de
10 % das pessoas com hidronefrose têm sangue na urina. Quando se obstrui o fluxo da urina,
podem formar-se pedras (cálculos).

2.6.2- Diagnóstico

A ecografia pode proporcionar boas imagens dos rins, dos ureteres e da bexiga e é
especialmente útil nas crianças. Por meio de uma urografia endovenosa (exame radiológico

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contrastado) podem obter-se imagens com raios-x dos rins, da bexiga e da uretra. Estes
exames podem oferecer informação acerca do fluxo urinário através dos rins.

2.6.3- Tratamento e prognóstico

Na hidronefrose aguda, a urina que se acumulou no rim acima da obstrução, deve ser
drenada o mais depressa possível (geralmente com uma agulha introduzida através da pele)
quando a função renal diminuiu, a infecção persiste ou a dor é forte. Se a obstrução for
completa, a infecção for grave ou houver cálculos, pode-se introduzir temporariamente
através de um lado do corpo um cateter no interior da pelve renal, para drenar a urina. A
hidronefrose crônica corrige-se por meio do tratamento da causa e da eliminação da obstrução
urinária através de cirurgias para correção.

Hidronefrose em rim esquerdo

2.7- RINS POLICÍSTICOS


Os cistos renais (que têm paredes celulares finas e estão cheios de um líquido
semelhante ao plasma) são dilatações de alguma porção do néfron.

Os cistos podem ocorrer em um ou nos dois rins e são, quase sempre, em pequeno
número e de tamanho menor que 3cm. Quando todo o rim é tomado por incontáveis cistos, de
tamanhos variáveis, chama-se rim policístico. As causas responsáveis pela formação dos
cistos podem ser hereditárias ou adquiridas.

A doença policística dos rins hereditária, com herança autossómica dominante (se um
dos pais transmitir o gene, 50% das crianças irão desenvolver o distúrbio) caracteriza-se pela
presença de múltiplos cistos formados nos rins. Desconhece-se o mecanismo exato que
desencadeia a formação dos cistos.

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Nos estágios iniciais da doença, os cistos aumentam o tamanho do rim e interferem em
sua função, resultando em pressão sanguínea alta crônica, anemia e infecções renais. Estes
cistos podem também fazer com que os rins aumentem a produção de eritropoietina
(hormônio que estimula a produção dos glóbulos vermelhos na medula óssea) resultando em
um aumento destes glóbulos, em vez de produzir a anemia esperada. A hipertensão causada
pelos rins policísticos pode ser de difícil controlo.

A doença avança vagarosamente até por fim resultar em insuficiência renal em estágio
final. Quando a doença policística dos rins aparece na infância, ela tende a ser bastante grave
e progride mais rapidamente, resultando em insuficiência renal em estágio final e morte na
infância ou adolescência.

A doença policística dos rins ocorre tanto em crianças como adultos, porém é muito
mais comum em adultos. De modo geral, os sintomas não se apresentam até a meia-idade. O
distúrbio pode não ser descoberto a menos que os procedimentos que mostram a doença sejam
realizados por outras razões.

Os riscos incluem uma história familiar ou pessoal de doença policística dos rins.

2.7.1- Sintomas

Os sintomas podem ser: sangue na urina, dor no flanco em um ou ambos lados, micção
excessiva durante a noite.

2.7.2- Cistos adquiridos

Os responsáveis por 70% dos cistos adquiridos são cistos simples. Eles ocorrem
frequentemente após os 50 anos e aumentam de frequência com o avançar da idade e estão
presentes em mais de 50% das pessoas, após os 60 anos.

Podem ser solitários, múltiplos, uni ou bilaterais e, eventualmente, podem apresentar


sintomas clínicos de dor lombar, sangue na urina (14%), infecção urinária e hipertensão
arterial (35%). Dificilmente os cistos se infectam e formam abscessos. Pode ocorrer
eventualmente ruptura e surgir sangramento interno ou aparecer no exame de urina.

2.7.3- Tratamento

Actualmente, não existe tratamento que impeça a formação ou aumento dos cistos. O
tratamento tem por objectivo a redução dos sintomas e a prevenção de complicações. A

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hipertensão pode ser de difícil controlo, porém este controle é o aspecto mais importante do
tratamento, que pode incluir os medicamentos anti-hipertensivos e/ou medicamentos
diuréticos, dieta com baixo teor de sal, ou outros tratamentos. Se houver sintomas de anemia,
esta pode ser tratada com ferro e outros suplementos, administração de eritropoietina ou
transfusão de sangue.

Pode haver a necessidade da remoção de um ou ambos os rins. O tratamento da doença


renal em estágio final pode incluir diálise ou transplante de rim.

2.7.4- Diagnóstico

Clínica, ecografia e tomografia abdominal.

Tomografia abdominal em corte axial dos rins

2.8- INSUFICIÊNCIA RENAL


Os rins são responsáveis por algumas funções: Remover as substâncias indesejáveis do
nosso corpo filtrando a ureia e ácido úrico, reabsorvendo a albumina e sais desejáveis como o
sódio, potássio, cálcio, excretar substâncias desnecessárias como o fósforo e o hidrogênio,
secretar hormônios para o controle do volume, da pressão arterial, do cálcio e fósforo e da
formação de hemácias.

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A insuficiência renal é um diagnóstico que expressa uma perda maior ou menor da
função renal. Qualquer desvio funcional, de qualquer uma das funções renais, caracteriza um
estado de insuficiência renal. Mas, somente a análise dessas funções nos permite afirmar que
há perda da capacidade renal e estabelecer níveis de insuficiência renal. Nenhuma prova
isolada é suficientemente exata ou fiel para avaliar a função renal, por isso, devem ser feitas
várias provas, analisando a filtração, a reabsorção, a excreção e a secreção renal. A
insuficiência renal pode ser aguda ou crônica.

2.8.1- Insuficiência renal aguda

A falta abrupta e intensa de água (desidratação severa), a perda repentina de sangue


(hemorragias) ou do plasma (queimaduras) faz com que não haja formação de urina (anúria)
ou somente de pequenas quantidades de urina por dia (oligúria). A perda de água, sangue ou
plasma são as principais causas de insuficiência renal aguda, provocadas por falta de volume
do líquido circulante.

A queda de pressão arterial por diversos fatores, como falta de líquidos, doenças do
coração (infarto) e substâncias ou medicamentos que baixem a pressão, podem diminuir a
força de filtração e a urina não se forma.

Pode ocorrer também que substâncias tóxicas ingeridas ou injetadas destruam parte do
rim e suas funções sejam alteradas agudamente. Outra situação comum é a obstrução das vias
urinárias. A urina é formada, mas é impedida de sair, e em consequência surge anúria ou
oligúria.

2.8.2- Insuficiência renal crônica

Muitas doenças renais são irremediavelmente progressivas. Quanto mais elas


progridem ou se agravam, mais danos causam ao rim. As lesões perturbam a funcionalidade
do rim, provocando a insuficiência renal crônica pela perda irreversível de suas funções. As
três mais comuns são a hipertensão arterial, o diabetes e a glomerulonefrite.

2.8.3- Sintomas e Diagnóstico

A insuficiência renal é comprovada através de exames laboratoriais. Dosagens


elevadas de ureia, ácido úrico e creatinina no sangue ocorrem por defeito crônico de filtração
do rim doente.

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Na urina, a densidade urinária é sempre baixa mostrando a incapacidade do rim em
concentrar a urina. Por isso, os pacientes com insuficiência renal crônica nos informam que
sua urina é sempre clara e que nunca muda de cor. Às vezes podem apresentar sangue na
urina e então aparecer escura.

Em todos os casos de insuficiência renal crônica, encontra-se uma anemia de difícil


tratamento, que só responde com o uso de eritropoietina, um hormônio secretado pelo rim.
Quando há doença renal crônica, o rim perde a capacidade de produzir esse hormônio.

Outros dados clínicos mostram a incapacidade do rim de eliminar substâncias tóxicas e


excretar o pigmento amarelo que tinge a pele. Por isso, a pele do renal crônico é pálida e
amarelada. Quando a lesão renal é superior a 50% da massa renal, surge hipertensão arterial.

2.9. CÁLCULOS RENAIS (LITÍASE URINÁRIA)


O homem expele pela urina grandes quantidades de sais de cálcio, ácido úrico, fosfatos
e oxalatos. Em algumas condições a urina fica saturada desses cristais e como consequência
formam-se cálculos.

A doença é mais comum no adulto jovem, em torno da 3ª ou 4ª década de vida,


predominando na raça branca e não havendo diferença de sexo. A recorrência é mais comum
no adulto jovem, 15% em um ano, 40% em até 5 anos e 50% em até 10 anos. A população
negra tem menos litíase renal que a branca.

A formação de cálculos é um processo biológico complexo, ainda pouco conhecido,


apesar dos consideráveis avanços já realizados. Hoje, constata-se que mudanças nos regimes
alimentares, promovido pela industrialização dos alimentos, mais ricos em proteínas, sal e
hidratos de carbono, aumentaram a formação de cálculos.

Todo o indivíduo produtor de cálculos tem envolvimento com um ou mais fatores


geradores de cálculo:

 Epidemiológicos (herança, idade, sexo, cor, ambiente, tipo de dieta);


 Anormalidades urinárias (saturada de sais, volume diminuído e alterações do pH);
 Alterações metabólicas (calcemia – cálcio no sangue, calciúria - cálcio na urina,
uricemia - ácido úrico no sangue, uricosúria – ácido úrico na urina, oxalúria –
oxalato na urina, cistinúria – aminoácido na urina, hipomagnesúria – baixo
magnésio na urina);
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 Alterações anatômicas e urodinâmicas;
 Infecções urinárias;

Normalmente os cálculos se formam na pelve renal, embora a bexiga urinária possa


ser um outro local de formação.

Os cálculos podem variar de tamanho, de grãos minúsculos parecidos com


pedregulhos pequenos até grandes massas que preenchem a pelve renal e estendem-se até os
cálices (cálculos coraliformes).

2.9.1- Sintomas

A litíase pode ser assintomática, reconhecida somente em exames ocasionais. Na


maioria das vezes, a litíase se apresenta com manifestação de dor (cólica) e hematúria. Muitas
vezes, os cálculos podem obstruir a via urinária. A cólica renal é o sintoma agudo de dor
severa, que pode requerer tratamento com analgésicos potentes. Geralmente, a cólica está
associada a náuseas, vômitos, agitação. A cólica inicia quase sempre na região lombar,
irradiando-se para a fossa ilíaca, testículos e vagina. No sedimento urinário, pode-se observar
hematúria que, com a dor em cólica, nos permite pensar na passagem de um cálculo.

2.9.2- Diagnóstico

A investigação clínica, na fase aguda, inclui além do exame comum de urina, um RX


simples de abdome e uma ecografia abdominal.

2.9.3- Tratamento

Tomar bastante líquidos é o principal item do tratamento, visando reduzir a


concentração e supersaturação dos cristais urinários, e dessa forma, diminuir a formação de
cálculos, quando necessário cirurgia (endoscópica via ureter) ou litotripsia (é a fragmentação
de cálculos renais grandes por ondas de choque, sem anestesia ou internamento).

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Cálculo coraliforme bilateral nos rins cálculo renal de 1cm de diâmetro

2.10- PATOLOGIA DA BEXIGA

2.10.1- Cistite

É uma doença inflamatória e/ou infecciosa da bexiga. As cistites mais frequentes são
causadas por germes oriundos do nosso trato intestinal, uma delas é a bactéria conhecida por
Escherichia coli, que se encontra-se nas fezes. Em situações especiais, essa bactéria migra
contaminando a região perineal (área onde se localizam os órgãos genitais). Após um período
de multiplicação, essa bactéria pode invadir a uretra e se localizar na bexiga, causando uma
cistite infecciosa. Essa situação é mais fácil de acontecer nas mulheres, devido a uretra
feminina ser mais curta.

Em pacientes imunodeprimidos (pacientes portadores do vírus HIV) ou sob


quimioterapia, é comum as cistites por fungos. Existem cistites não infecciosas, de causa
inflamatória (ex: pacientes que se submetem à radioterapia de órgãos pélvicos (útero,
próstata) podem adquirir uma inflamação vesical que é chamada de cistite rádica.

As cistites infecciosas são causadas por fatores anatômicos predisponentes, por fatores
constitucionais, por instrumentação do aparelho urinário (uso de sondas uretrais), por
cirurgias sobre o aparelho urinário, por doenças do aparelho urinário ("pedras"), pela
atividade sexual, pela presença de corrimento vaginal.

2.10.2- Sintomas

Os pacientes com cistite queixam-se de aumento da frequência das micções (poliúria),


de urgência miccional (micção imperiosa), dor na bexiga (cistalgia), de ardência e dificuldade
para urinar (disúria). A urina pode apresentar odor característico como também sangue.
Desconforto geral, dores lombares baixas, irritação, podem acompanhar o quadro. Febre
geralmente não acompanha as cistites no adulto. Nos outros tipos de cistite, não infecciosas, a
sintomatologia é a mesma com a única diferença: a inexistência de germes nos exames de
urina. Não há uma sintomatologia que diferencie uma cistite infecciosa de uma não
infecciosa.

2.10.3- Diagnóstico

A história do paciente é importante na localização do órgão envolvido. O exame


qualitativo de urina nos dá ideia da quantidade de leucócitos, hemácias e densidade.
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Entretanto, o exame mais importante é a urocultura com antibiograma que é o único que fará
o diagnóstico entre uma cistite infecciosa e uma não infecciosa. Exames de ultrassonografia,
Rx do aparelho urinário podem ser necessários para procurar a causa da doença.

2.10.4- Tratamento

As cistites infecciosas são tratadas com antibióticos de acordo com o resultado da


urocultura. Se uma causa for encontrada, essa deverá ser eliminada (por exemplo, um cálculo
renal).

As cistites não infecciosas são mais complexas no que tange ao seu tratamento.
Analgésicos, anti-inflamatórios, miorelaxantes, anti-espasmódicos, anestésicos locais são
recursos muito utilizados.

2.11- INCONTINÊNCIA URINÁRIA


A incontinência urinária é a perda incontrolável de urina que pode ocorrer em qualquer
idade, mas as suas causas tendem a ser diferentes entre as faixas etárias. A incidência global
da incontinência urinária aumenta progressivamente com a idade.

Aproximadamente um em cada três indivíduos idosos apresenta algum problema com


o con-trole da bexiga. A incontinência urinária também produz situações embaraçosas e é
frustrante.

O processo completo de retenção e liberação da urina (micção) é complexo e a


capacidade de controlar a micção pode ser comprometida em diferentes etapas do processo
devido a várias anormalidades. O resultado dessas anormalidades é a incontinência urinária
(perda de controle).

Os tipos de incontinência urinária são classificados de acordo com o modo e o


momento do início da incontinência: incontinência recente e repentina e incontinência de
início gradual e persistente.

A incontinência urinária de início súbito frequentemente indica um problema de


bexiga. A cistite é a causa mais comum. Outras causas incluem os efeitos colaterais de
medicamentos, os distúrbios que afetam a mobilidade ou causam confusão mental, o consumo
excessivo de bebidas que contêm cafeína ou de álcool e as condições que irritam a bexiga ou a
uretra.

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A incontinência urinária persistente (crônica) pode ser decorrente de alterações
cerebrais, alterações vesicais (bexiga) ou uretrais (uretra) ou problemas dos nervos que
inervam a bexiga. Essas alterações são particularmente comuns em idosos e mulheres na pós-
menopausa.

2.11.1- Diagnóstico

Comumente, os indivíduos tendem a conviver com a incontinência sem buscar auxílio


profissional por terem medo ou por sentirem-se embaraçados para discutir o problema com o
médico ou porque eles acreditam equivocadamente que a incontinência faz parte do processo
de envelhecimento normal. No entanto, muitos casos de incontinência podem ser curados ou
controlados, especialmente quanto o tratamento é iniciado precocemente.

Normalmente, a causa pode ser descoberta e um plano terapêutico pode ser elaborado
após a realização de uma anamnese (história clínica) e de um exame físico. Deve ser realizado
um exame de urina para se verificar a presença de infecção. A quantidade de urina que
permanece na bexiga após a micção (urina residual) é frequentemente mensurada com o a
auxílio da ultrassonografia ou da sondagem vesical (colocação de um pequeno tubo,
denominado sonda ou cateter, no interior da bexiga). Um grande volume de urina residual
indica uma obstrução ou algum problema dos nervos ou da musculatura da bexiga.

2.11.2- Tratamento

O tratamento ideal depende da análise minuciosa do problema de forma


individualizada e varia de acordo com a natureza específica do problema. A maioria dos
indivíduos com insuficiência urinária podem ser curados ou podem ser ajudados
consideravelmente.

Frequentemente, o tratamento exige apenas a instituição de medidas simples para


mudar o comportamento. Muitos indivíduos podem recuperar o controlo vesical através de
técnicas de modificação comportamental como, por exemplo, urinar em intervalos regulares
(a cada 2 a 3 horas) para manter a bexiga relativamente vazia. Evitar irritantes da bexiga
(p.ex., bebidas que contêm cafeína) e a ingestão de uma quantidade de líquido (6 a 8 copos de
240 ml por dia) para evitar que a urina se torne concentrada (o que pode irritar a bexiga)
podem ser medidas úteis.

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3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

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4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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