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Tipos de gestão de pessoas: saiba qual o melhor para sua empresa

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 Conhecer os tipos de gestão de pessoas é essencial para criar um negócio bem-sucedido,
assim como para adequar o RH à cultura da empresa. As boas práticas de gestão devem
ser pensadas desde o recrutamento e seleção até o processo de desligamento.

Alguns líderes trabalham com o poder da coerção, outros são mais flexíveis ou preferem
gerenciar com base nas competências. Qual desses modelos é o mais eficaz? Como eles
beneficiam — ou prejudicam — a administração do capital humano e a empresa?

Nós reunimos tudo o que precisa saber sobre o assunto. Vamos esclarecer quais são os
tipos de gestão de pessoas e como aplicá-los (ou não) dentro da organização. Boa leitura!

O que é gestão de pessoas?

Primeiro, vamos tratar de um conceito mais básico: a gestão de pessoas. Em resumo, esse
conceito se refere ao conjunto de práticas para contratar, alinhar, estimular e desenvolver
colaboradores tornando-os mais maduros e competentes no trabalho.

É comum que as pessoas limitem esse tipo de gestão ao setor de Recursos Humanos, o
que não é adequado. A gestão de pessoas é responsabilidade de toda a alta administração,
em especial dos superiores imediatos. Eles gerenciam seus subordinados e equipes.

Por melhores que sejam as práticas do RH, sem o consenso, apoio e compromisso da
liderança imediata, é muito difícil promover mudanças e melhorias. Por causa disso, toda a
liderança deve se comprometer a melhorar a gestão do capital humano.

Quais são os tipos de gestão de pessoas?

Se você parar para observar algumas empresas, notará singularidades na forma como as
pessoas são lideradas, trabalham e se relacionam. Em alguns lugares, tudo está
centralizado em uma única pessoa – pode ser o diretor ou o dono, por exemplo. Em outros,
há flexibilidade e um forte espírito democrático. Confira os diferentes tipos!
Coercitiva

Para entender esse modelo de gestão é preciso compreender primeiro o termo “coercitivo”.
Ele significa coagir alguém a fazer algo, ou melhor, forçar ou obrigar. É, em si, um método
que utiliza como força motriz a autoridade e o poder posicional.

Você já deve ter ouvido frases do tipo “aqui, quem manda sou eu!” ou “manda quem pode,
obedece quem tem juízo”. Elas refletem muito bem o estilo coercitivo, pois associam as
práticas ao poder de outra pessoa – seja o líder ou o dono da organização.

No curto prazo, a coação pode ser uma arma eficaz. O funcionário pode fazer algo por se
sentir pressionado, intimidado ou envergonhado. No longo prazo, a história é outra. Por
isso, esse tipo de gestão de pessoas é acompanhado de altos índices de rotatividade.

Autocrática

Mais uma vez, é preciso entender a palavra. “Autocrático” vem do grego e significa algo
como “poder por si só”. É um tipo de gestão centrada no comando de uma única pessoa,
geralmente o dono ou o diretor executivo da empresa. É a gestão centralizada.

Nesse caso, os gestores e líderes de “baixo escalão” têm pouca autoridade e continuam
dependendo do poder centralizado para liderar suas equipes. Nem sempre há coação, mas
o excesso de autocracia engessa o trabalho e limita os resultados.

Democrática

A gestão de pessoas democrática parte da premissa de que todos são importantes, por
isso devem ser ouvidos e respeitados. É um modelo de trabalho mais colaborativo, que
depende do empenho conjunto para alcançar ótimos resultados.

Nesse caso, o mais comum é ouvir frases do tipo “não se gerencia pessoas, se gerencia
com pessoas”. É um tipo mais equilibrado no qual todos colaboram para chegar a um
denominador comum. O difícil é achar o ponto de equilíbrio ideal para o empreendimento.

Liberal

Como o próprio nome sugere, é um tipo de gestão mais desprendida e que se preocupa
pouco com regras e protocolos. Também chamada de Laissez-faire, termo francês que
significa “deixai fazer”, ela se baseia na autogestão e na maturidade do indivíduo.
Algumas das empresas mais modernas, como a Zappos, têm adotado esse tipo de gestão
de pessoas. Elas estão substituindo a hierarquia tradicional, eliminando cargos de
comando e trabalhando por meio de equipes e projetos, algo muito mais livre.

Claro, existe o lado negativo. Sem uma forte senso de compromisso e performance, é
provável que os colaboradores fiquem acomodados e entreguem resultados menores.
Além disso, por falta de comando, é possível que as respostas sejam mais demoradas.

Afetiva

A gestão de pessoas afetiva está baseada na pessoalidade. De certo modo, é natural às


empresas brasileiras. Não é só um contrato de trabalho, mas também uma aliança entre
empregado e empregador – que deve ser zelada e respeitada a todo custo.

Os líderes passam a ser vistos como amigos próximos ou, pior, como parentes da mesma
família. Se por um lado esse estilo causa fidelidade e retenção, por outro pode minar a
cobrança por resultados e tornar o desligamento algo muito mais difícil.

Por competências

No modelo de gestão por competências, os colaboradores não são reconhecidos e


recompensados por sua proximidade com a liderança, mas por suas competências
técnicas e comportamentais, bem como pelos resultados entregues.

Nesse tipo de gestão, há avaliações contínuas para definir quem é competente e merece
fazer parte do time. Elas são feitas desde a seleção, com análises de perfil
comportamental, até o dia a dia no trabalho, com avaliações de desempenho em 360
graus.

Qual é o melhor tipo de gestão de pessoas?

É uma pergunta complexa e que pode variar de acordo com fatores internos e externos, por
exemplo, o líder, os liderados, a maturidade da empresa e o contexto econômico.

Todavia, nos dias atuais, modelos baseados na coação, autocracia ou afetividade podem
lesar bastante a organização e os seus colaboradores. Eles engessam a relação
empregado-empregador, minam o trabalho e resultam em conflitos indevidos.
Em razão disso, é recomendável investir na gestão democrática ou liberal sem perder de
vista as competências técnicas e comportamentais dos profissionais. Esses modelos são
sinônimos de confiança, trabalho conjunto, desempenho e inovação.

Como é possível observar, há muitos tipos de gestão de pessoas. Algumas empresas ainda
estão presas às práticas do passado, sempre usando coação para obter o que desejam
dos seus funcionários. Claro, não é o modelo ideal. É preciso buscar por uma gestão
consciente, na qual o talento entenda e desempenhe o seu papel com êxito.

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