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INSTITUTO MÉDIO DE SAÚDE - PUPILOS BRILHANTES

EXAMES FÍSICOS NO ABDÓMEN

Luanda, 2024
INSTITUTO MÉDIO DE SAÚDE - PUPILOS BRILHANTES

Autores:

1 Antónia Dala
2 Amália Gonçalves
3 Eliane Matemba
4 Idalina Vunge
5 Iracelma Mateus
6 Isabel Madalena
7 Júlia Kalike
8 Mércia Fonseca
9 Noemi Miranda
10 Ruth Joaquim
11 Rafaela Jaime
12 Tekama Cláudio

Grupo nº 04

Sala: 22

Curso: Enfermagem

O Docente: Paira Smith


Índice

1. Objetivos___________________________________________________________________4

1.1 Objetivo Geral______________________________________________________________5

1.2 Objetivos Específicos________________________________________________________5

2. Fundamentação Teórica_______________________________________________________6

2.1 Definição de Exames Físicos do Abdómen_______________________________________6

2.2 Importância dos exames físicos do abdómen na prática clínica_________________________7

2.3 Anatomia do Abdómen_______________________________________________________8

2.4 Técnicas de Exame Físico no Abdómen__________________________________________9

2.5 Inspeção__________________________________________________________________10

2.6 Ausculta_________________________________________________________________11
2.7 Percussão_________________________________________________________________12
2.8 Palpação_________________________________________________________________13
2.9 Avaliação Geral dos exames físicos____________________________________________14

Conclusão___________________________________________________________________15

Referências Bibliográficas______________________________________________________16
Introdução

Os exames físicos do abdómen são procedimentos essenciais na prática clínica, permitindo


a avaliação direta das estruturas abdominais e auxiliando no diagnóstico de diversas condições de
saúde. É relevante destacar que o exame físico do abdómen envolve a inspeção, ausculta, percussão
e palpação da região abdominal, permitindo a avaliação de órgãos como fígado, baço, rins,
intestinos e vesícula biliar (Garcia & Martinez, 2019). A compreensão detalhada dessas técnicas é
essencial para a correta execução do exame físico e a interpretação adequada dos achados.

Neste trabalho, veremos importância dos exames físicos do abdómen e apresentar diretrizes
para a realização adequada desse procedimento.

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1. Objetivos

1.1 Objetivo Geral

 O objetivo deste trabalho é destacar a importância dos exames físicos do abdómen na


prática clínica, enfatizando a relevância desses exames para o diagnóstico e monitorização
de doenças abdominais.

1.2 Objetivos Específicos

 Descrever as técnicas e manobras utilizadas para a realização do exame físico do abdómen,


incluindo inspeção, palpação, percussão e ausculta.
 Identificar os principais achados normais e anormais que podem ser observados durante o
exame físico do abdómen, e discutir sua relevância clínica.
 Discutir a importância da integração dos achados do exame físico do abdómen com outras
ferramentas diagnósticas, como exames laboratoriais e de imagem, para a elaboração de
um diagnóstico preciso.

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2. Fundamentação Teórica

2.1 Definição de Exames Físicos do Abdómen

Os exames físicos do abdómen são uma parte fundamental da avaliação clínica de um


paciente, permitindo aos profissionais de saúde identificar possíveis problemas e orientar o
diagnóstico. Estes exames incluem uma série de técnicas e procedimentos que visam avaliar a
aparência, a textura, a sensibilidade e a presença de massas ou órgãos aumentados no abdómen do
paciente. Ao realizar o exame físico do abdómen, é essencial seguir uma sequência lógica e
sistemática para garantir uma avaliação abrangente e precisa. Dentre as principais técnicas
utilizadas, destacam-se a inspeção, a ausculta, a percussão e a palpação. Cada uma dessas técnicas
fornece informações valiosas sobre a saúde do paciente e pode indicar a presença de anormalidades
que requerem investigação adicional.

A inspeção do abdómen permite ao profissional de saúde observar a forma, o tamanho, a


simetria e a presença de quaisquer anormalidades visíveis, como distensão abdominal, cicatrizes
ou veias dilatadas. Durante a ausculta, o profissional utiliza um estetoscópio para escutar os ruídos
produzidos pelos órgãos abdominais, tais como os movimentos peristálticos do intestino ou sopros
vasculares. A percussão consiste na produção de sons ao percutir suavemente a parede abdominal,
o que auxilia na identificação de áreas de distensão ou de órgãos aumentados. Por fim, a palpação
envolve a utilização das mãos para sentir a textura, a consistência e a presença de massas ou
sensibilidade anormal no abdómen.

Além das técnicas mencionadas, é importante considerar a realização de exames


específicos para avaliar órgãos abdominais individuais, tais como o fígado, o baço, os rins e a
vesícula biliar. Estes exames podem incluir manobras específicas, como a percussão do fígado
para determinar seu tamanho e localização, ou a palpação do baço para detectar possíveis aumentos
de tamanho. Ao realizar os exames físicos do abdómen, os profissionais de saúde devem estar
atentos a quaisquer sinais de alerta que possam indicar a presença de condições patológicas graves,
tais como dor intensa, rigidez abdominal, distensão marcada ou presença de massas palpáveis.
Nestes casos, é fundamental encaminhar o paciente para avaliação médica adicional, que pode
incluir exames complementares, tais como exames de imagem (por exemplo, ultrassonografia ou
tomografia computadorizada) ou exames laboratoriais.
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2.2 Importância dos exames físicos do abdómen na prática clínica

A importância dos exames físicos do abdómen na prática clínica é fundamental para a


avaliação e diagnóstico de diversas condições de saúde. Segundo o Manual Merck de Diagnóstico
e Terapêutica, o exame físico do abdómen é uma parte essencial da avaliação de pacientes com
queixas abdominais, pois pode fornecer pistas importantes para o diagnóstico de condições como
apendicite, colecistite, obstrução intestinal, entre outras. Além disso, o exame físico do abdómen
pode auxiliar na identificação de sinais de gravidade, como peritonite, que requerem intervenção
médica imediata (The Merck Manuals, 2021).

Ao realizar o exame físico do abdómen, o médico pode observar a presença de distensão


abdominal, sensibilidade à palpação, massas palpáveis, entre outros sinais que podem indicar a
presença de patologias abdominais. De acordo com a publicação “Exame Físico: Guia para
Enfermeiros e Profissionais de Saúde”, a inspeção, palpação, percussão e ausculta do abdómen são
técnicas essenciais para identificar anormalidades anatômicas e fisiológicas que podem estar
relacionadas a condições como ascite, tumores abdominais, obstrução intestinal, entre outras
(Carpenito-Moyet, 2017).

Além disso, o exame físico do abdómen pode fornecer informações importantes sobre o
estado geral do paciente, como a presença de desidratação, icterícia, distúrbios hidroeletrolíticos,
entre outros. Segundo o livro “Semiologia Médica: as Bases do Diagnóstico Clínico”, a inspeção
do abdómen pode revelar a presença de estrias abdominais, cicatrizes cirúrgicas, circulação
colateral, todos esses sinais que podem estar associados a condições médicas específicas que
requerem atenção clínica (Porto & Santos, 2019).

É importante ressaltar que o exame físico do abdómen deve ser realizado de forma
cuidadosa e sistemática, a fim de garantir a identificação precisa de sinais e sintomas que possam
estar relacionados a condições médicas graves. Conforme destacado pela publicação “Exame
Físico em Enfermagem”, a correta execução das técnicas de inspeção, palpação, percussão e
ausculta do abdómen requer habilidade e conhecimento por parte do profissional de saúde, a fim
de evitar erros na interpretação dos achados clínicos (Bickley & Szilagyi, 2016).

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2.3 Anatomia do Abdómen

O abdómen é uma região do corpo humano que compreende diversas estruturas anatómicas,
tais como órgãos, vasos sanguíneos, nervos e tecidos. Segundo Netter (2018), “a anatomia do
abdómen é complexa e fascinante, com uma grande variedade de estruturas que desempenham
funções vitais para o corpo humano”. A compreensão detalhada da anatomia e fisiologia do
abdómen é fundamental para o diagnóstico e tratamento de diversas condições médicas, incluindo
doenças digestivas, renais e reprodutivas.

Dentre as estruturas mais relevantes, destacam-se o fígado, o estômago, o pâncreas, o


intestino delgado e grosso, a vesícula biliar, os rins, a aorta abdominal, a veia cava inferior, entre
outras. O fígado é o maior órgão do abdómen e desempenha funções vitais no organismo, tais
como a produção de bile, o armazenamento de glicogénio e a metabolização de substâncias.
Segundo Moore et al. (2018), o fígado está localizado na região superior direita do abdómen e é
essencial para a digestão e metabolismo dos nutrientes.

Já o estômago é responsável pela digestão dos alimentos e pela secreção de enzimas


digestivas. De acordo com Netter (2014), o estômago situa-se na porção superior do abdómen e
possui uma parede muscular espessa que permite a mistura e movimentação do alimento durante
a digestão. O pâncreas é uma glândula mista que desempenha funções exócrinas e endócrinas.
Conforme descrito por Drake et al. (2015), o pâncreas está localizado na região central do abdómen
e é responsável pela produção de enzimas digestivas e pela regulação dos níveis de glicose no
sangue.

Além disso, o intestino delgado e grosso são responsáveis pela absorção de nutrientes e
pela formação das fezes, respetivamente. Segundo Standring (2016), o intestino delgado está
localizado na porção central do abdómen e possui vilosidades intestinais que aumentam a
superfície de absorção dos nutrientes. Já o intestino grosso situa-se na porção inferior do abdómen
e tem como função principal a absorção de água e eletrólitos. A vesícula biliar é um órgão em
forma de saco que armazena a bile produzida pelo fígado. De acordo com Moore et al. (2018), a
vesícula biliar encontra-se na porção inferior do fígado e libera a bile no intestino delgado para
auxiliar na digestão das gorduras.

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Por fim, a aorta abdominal e a veia cava inferior são os principais vasos sanguíneos do
abdómen, sendo responsáveis pelo transporte de sangue oxigenado e desoxigenado,
respetivamente. Conforme descrito por Netter (2014), a aorta abdominal origina-se da aorta
torácica e fornece sangue oxigenado para os órgãos abdominais, enquanto a veia cava inferior
recolhe o sangue desoxigenado dos membros inferiores e dos órgãos abdominais, levando-o de
volta ao coração.

De acordo com Tortora e Derrickson (2017), “o conhecimento da anatomia do abdómen é


crucial para a realização de procedimentos cirúrgicos seguros e eficazes”. Cirurgiões e outros
profissionais de saúde devem estar familiarizados com a localização e a relação entre os órgãos
abdominais para garantir intervenções bem-sucedidas. Além disso, a compreensão da anatomia do
abdómen é fundamental para a prática da medicina de urgência e emergência. Em situações de
trauma ou doença aguda, é essencial identificar rapidamente possíveis fontes de dor ou desconforto
abdominal, a fim de fornecer o tratamento adequado.

2.4 Técnicas de Exame Físico no Abdómen

Como já mencionado, as técnicas de exame físico no abdómen são fundamentais para a


avaliação clínica de diversas condições, desde distúrbios gastrointestinais até patologias do sistema
urinário e ginecológicas. O exame físico do abdómen é uma habilidade essencial para os
profissionais de saúde, e seu domínio é crucial para a prática clínica eficaz.

O exame físico do abdómen pode revelar importantes achados que orientam o diagnóstico
e o plano de cuidados do paciente. Segundo Ball, J. W., Dains, J. E., & Flynn, J. A. (2019), “o
exame do abdómen é uma parte essencial da avaliação física e é realizado para avaliar a presença
de dor, distensão, massas, rigidez muscular, órgãos palpáveis, sons intestinais e circulação
sanguínea”.

O exame físico do abdómen compreende diversas técnicas, incluindo inspeção, ausculta,


percussão e palpação. Durante a inspeção, o profissional observa a simetria, distensão, presença
de cicatrizes ou estrias, movimentos respiratórios anormais e ondulações peristálticas. A ausculta
é realizada para detectar os ruídos hidroaéreos intestinais, que podem estar diminuídos ou ausentes
em casos de obstrução intestinal. Neste trabalho vamos abordar mais detalhadamente sobre cada
um deles.
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2.5 Inspeção

A inspeção é uma etapa fundamental da avaliação física do abdômen, permitindo a


observação de características visuais e movimentos que podem indicar possíveis problemas de
saúde. Durante a inspeção, é importante observar a forma, simetria e movimentos do abdômen,
bem como identificar quaisquer cicatrizes, lesões ou distensão abdominal.

A observação da forma e simetria do abdômen pode fornecer importantes pistas sobre a


presença de anormalidades. De acordo com Ball et al. (2019), a assimetria abdominal pode indicar
a presença de massas ou órgãos aumentados, enquanto a distensão abdominal pode ser um sinal
de acúmulo anormal de gases ou líquidos. Além disso, a identificação de cicatrizes e lesões durante
a inspeção do abdômen pode ser crucial para entender a história clínica do paciente. Segundo Jarvis
(2016), cicatrizes cirúrgicas podem indicar procedimentos prévios e fornecer informações sobre
possíveis complicações ou condições crônicas.

A inspeção do abdômen também envolve a observação dos movimentos respiratórios e


peristálticos. De acordo com Bates et al. (2017), a ausência de movimentos respiratórios
abdominais pode indicar dor intensa ou irritação peritoneal, enquanto a presença de ondas
peristálticas visíveis pode sugerir obstrução intestinal. Além disso, é importante ressaltar a
importância da técnica de inspeção cuidadosa para garantir resultados precisos. De acordo com
Seidel et al. (2019), a iluminação adequada e a posição do paciente são fatores críticos para uma
avaliação visual eficaz do abdômen.

A percussão é uma técnica que permite avaliar o conteúdo do abdómen através da produção
de sons timpânicos, metálicos ou maciços. Já a palpação é uma etapa crucial do exame físico do
abdómen, pois permite a avaliação de órgãos, detecção de massas ou áreas dolorosas e
identificação de pontos de sensibilidade.

De acordo com Jarvis, C. (2019), “a palpação abdominal é realizada com o paciente deitado
em posição supina, com os joelhos levemente fletidos para relaxar os músculos abdominais”.
Durante a palpação, o profissional aplica uma pressão suave e progressiva para identificar áreas
de dor ou desconforto, bem como para avaliar o tamanho, forma e consistência dos órgãos
abdominais.

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Além das técnicas tradicionais de exame físico do abdómen, a ultrassonografia é uma
ferramenta complementar frequentemente utilizada na prática clínica. Segundo Bates, B. (2017),
“a ultrassonografia abdominal é um método não invasivo e amplamente disponível que permite a
visualização em tempo real das estruturas abdominais, auxiliando no diagnóstico de condições
como colelitíase, hepatomegalia, ascite e massas abdominais”.

2.10 Ausculta

A ausculta é uma técnica fundamental na prática médica, permitindo a avaliação dos ruídos
produzidos pelo organismo. Quando aplicada à ausculta abdominal, o estetoscópio é utilizado para
ouvir os ruídos intestinais, fornecendo informações valiosas sobre a função gastrointestinal do
paciente. A identificação de possíveis anormalidades nos sons intestinais pode auxiliar no
diagnóstico de diversas condições clínicas, tornando-se uma ferramenta essencial no arsenal do
médico assistente.

A ausculta abdominal é realizada com o paciente em posição supina, permitindo ao


examinador ouvir os ruídos produzidos pelos movimentos peristálticos do intestino. A técnica
envolve a utilização do estetoscópio em diferentes regiões do abdómen, com o intuito de identificar
variações nos sons auscultados. Os ruídos intestinais normais são descritos como “borbulhantes”
ou “tinkling”, enquanto a ausência de sons por um período prolongado pode indicar obstrução
intestinal. Além disso, a presença de ruídos anormais, como sopros ou bruits, pode sugerir a
presença de patologias vasculares ou anormalidades estruturais.

De acordo com Ball et al. (2013), a ausculta abdominal é uma habilidade clínica crucial
que permite ao médico obter informações sobre a atividade gastrointestinal do paciente. A
identificação de anormalidades nos sons intestinais pode ser indicativa de diversas condições, tais
como obstrução intestinal, síndrome do intestino irritável, doença inflamatória intestinal e até
mesmo perfuração intestinal. Portanto, a ausculta abdominal desempenha um papel fundamental
na avaliação clínica do trato gastrointestinal.

Ao realizar a ausculta abdominal, é importante que o médico esteja atento a possíveis


fatores que possam interferir na interpretação dos sons intestinais. Segundo Bates (2017), a
presença de ruídos respiratórios ou artefatos sonoros pode dificultar a identificação precisa dos
sons abdominais. Além disso, a obesidade, distensão abdominal e presença de gases também
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podem influenciar na qualidade dos sons auscultados. Portanto, é essencial que o examinador
esteja ciente desses fatores e os leve em consideração durante a avaliação do paciente.

A ausculta abdominal pode ser complementada por outras técnicas de exame físico, tais
como percussão e palpação abdominal. Segundo Souza et al. (2015), a integração dessas diferentes
abordagens pode fornecer um panorama mais abrangente da condição gastrointestinal do paciente,
auxiliando no diagnóstico e monitoramento de doenças abdominais. Além disso, a ausculta
abdominal pode ser realizada em combinação com exames complementares, tais como
ultrassonografia e tomografia computadorizada, para uma avaliação mais precisa das estruturas
abdominais.

A identificação de possíveis anormalidades nos sons intestinais requer habilidade e


experiência por parte do examinador. Segundo Ball et al. (2013), a prática regular da ausculta
abdominal é essencial para o desenvolvimento dessa habilidade clínica. O reconhecimento de
padrões sonoros normais e anormais demanda treinamento e familiaridade com a técnica,
permitindo ao médico interpretar de forma precisa os sons auscultados. Portanto, a educação
médica continuada e a prática clínica são fundamentais para o aprimoramento das habilidades de
ausculta abdominal.

Em casos de suspeita de anormalidades nos sons intestinais, é fundamental que o médico


realize uma investigação clínica detalhada, incluindo anamnese completa, exame físico minucioso
e solicitação de exames complementares. De acordo com Bates (2017), a integração de diferentes
aspectos da avaliação clínica pode fornecer subsídios para o diagnóstico preciso das condições que
afetam o trato gastrointestinal. Além disso, a comunicação efetiva com o paciente é essencial para
compreender sua sintomatologia e promover uma abordagem terapêutica adequada.

2.11 Percussão

A percussão é uma técnica amplamente utilizada na prática clínica para avaliar a presença
de líquido ou gás no abdómen, bem como para identificar áreas de timpanismo ou macicez. Esta
técnica é fundamental para o exame físico do abdómen, permitindo ao profissional de saúde obter
informações importantes sobre a condição do paciente.

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A percussão abdominal é realizada através de golpes suaves na parede abdominal,
utilizando os dedos ou a palma da mão. Ao realizar a percussão, o profissional de saúde consegue
identificar a presença de líquido ou gás com base nas diferentes sonoridades produzidas. Segundo
Ball, Dains, Flynn, Solomon e Stewart (2015), “a percussão pode ser útil na detecção de ascite,
uma vez que a presença de líquido no abdómen resulta em uma sonoridade timpânica”.

Além disso, a percussão também permite identificar áreas de timpanismo ou macicez. O


timpanismo é caracterizado por uma sonoridade mais alta e oca, indicando a presença de gás no
abdómen. Por outro lado, a macicez é identificada por uma sonoridade mais abafada, sugerindo a
presença de tecidos sólidos ou líquidos densos. De acordo com Bates (2017), “a percussão
abdominal pode ajudar na identificação de áreas de timpanismo associadas a distensão gástrica ou
intestinal, bem como na identificação de áreas de macicez associadas a tumores ou órgãos sólidos”.

No entanto, é importante ressaltar que a percussão abdominal deve ser realizada por
profissionais de saúde treinados, uma vez que a interpretação dos sons percussivos requer
experiência e habilidade clínica. Além disso, a percussão deve ser utilizada em conjunto com
outras técnicas de exame físico, como a ausculta e a palpação, para uma avaliação mais abrangente
do abdómen.

2.12 Palpação

A palpação abdominal é uma técnica fundamental no exame físico, permitindo avaliar a


presença de dor, massas ou órgãos aumentados. Além disso, é possível identificar sensibilidade,
rigidez ou outras anormalidades que podem indicar problemas de saúde. A palpação abdominal é
uma habilidade crucial para médicos e profissionais de saúde, pois fornece informações valiosas
sobre a condição do paciente.

De acordo com Bates (2017), a palpação abdominal é realizada com o paciente deitado e
relaxado, permitindo ao examinador avaliar a consistência, a presença de dor e a localização de
estruturas abdominais. Durante o exame, o examinador deve aplicar uma pressão suave e
progressiva, observando as reações do paciente e procurando por possíveis anormalidades. Além
disso, a palpação abdominal pode auxiliar na identificação de órgãos aumentados, como o fígado
ou o baço. Segundo Ball et al. (2019), a técnica de percussão e palpapção do fígado pode revelar

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a presença de hepatomegalia, enquanto a palpação do baço pode indicar esplenomegalia, ambos
importantes sinais de alerta para diversas condições médicas.
A sensibilidade à palpação também é um aspecto crucial a ser observado durante o exame
abdominal. De acordo com Sapira (2009), a presença de sensibilidade à palpação pode indicar
inflamação ou irritação de estruturas abdominais, auxiliando no diagnóstico de condições como
apendicite aguda, pancreatite ou colecistite.
Além disso, a rigidez abdominal pode ser um sinal de alerta para condições graves, como
peritonite. Segundo Hinkle et al. (2018), a palpação abdominal pode revelar a presença de rigidez
e defesa muscular, indicando a possibilidade de uma inflamação aguda das membranas que
revestem a cavidade abdominal.
2.13 Avaliação Geral dos exames físicos
De maneira geral, analisamos que existem quatro passos essenciais a seguir para realizar
um exame físico completo e eficaz: inspeção, ausculta, percussão e palpação. Cada passo fornece
informações valiosas que, em conjunto, ajudam a compreender o estado de saúde do paciente.
Na inspeção vimos que, é importante observar a forma, tamanho, simetria, movimentos
respiratórios e presença de distensão abdominal. Como referido por Bates et al. (2016), “a inspeção
cuidadosa pode revelar a presença de cicatrizes, estrias, veias superficiais dilatadas, movimentos
peristálticos ou ondas peristálticas visíveis”.
Já a ausculta é o próximo passo e consiste na escuta dos sons produzidos pelos órgãos
abdominais. Segundo Ball et al. (2019), “a ausculta abdominal é realizada para detectar os
movimentos peristálticos, os ruídos hidroaéreos e os sopros vasculares”. Estes sons podem indicar
a presença de obstruções, distúrbios intestinais ou anormalidades vasculares.
A percussão envolve a produção de sons ao percutir suavemente a parede abdominal. De
acordo com Seidel et al. (2014), “a percussão pode ajudar a identificar a presença de líquido livre
ou massas sólidas no abdómen”. A variação na sonoridade obtida durante a percussão pode indicar
a presença de ascite, tumores ou órgãos aumentados.
E por fim, a palpação permite avaliar a presença de dor, massas, rigidez ou sensibilidade.
Como mencionado por Jarvis (2016), “a palpação abdominal deve ser realizada com suavidade
para evitar desconforto desnecessário ao paciente”. A palpação profunda pode revelar a presença
de órgãos aumentados, massas tumorais ou áreas dolorosas que requerem investigação adicional.

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Conclusão
Ao longo deste trabalho, pudemos compreender a importância dos exames físicos no
abdómen para a avaliação da saúde do paciente. Através da inspeção, palpação, percussão e
ausculta, os profissionais de saúde podem identificar possíveis anormalidades e diagnosticar
diversas condições médicas. Além disso, os exames físicos no abdómen são fundamentais para
monitorar a evolução de doenças crônicas, como a doença hepática, renal ou gastrointestinal.
É crucial ressaltar que a realização correta e minuciosa dos exames físicos no abdómen
requer habilidade e conhecimento por parte do profissional de saúde, a fim de garantir a precisão
e confiabilidade dos resultados. A integração desses exames com exames complementares, como
exames de imagem e testes laboratoriais, é essencial para uma avaliação completa e acurada da
saúde do paciente.
Portanto, os exames físicos no abdómen desempenham um papel fundamental na prática
clínica, contribuindo para a detecção precoce de doenças, acompanhamento de tratamentos e
promoção da saúde. É imprescindível que os profissionais de saúde estejam capacitados e
atualizados em relação às técnicas e protocolos de avaliação abdominal, a fim de oferecer um
atendimento de qualidade e promover o bem-estar dos pacientes.

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Referências Bibliográficas

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Ball, J. W., Dains, J. E., Flynn, J. A., Solomon, B. S., & Stewart, R. W. (2019). Seidel's Guide to
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