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U M A O R F Ã PA R A O

BILIONÁRIO
C A FA J E S T E

D. M. DAMAS
Direitos autorais © 2023 D. M. DAMAS

Todos os direitos reservados

Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas
reais, vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor.

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Design da capa por: L.A Designer Editorial


Dedico a todos que um dia pensaram em desistir, mas continuaram
acreditando que o amanhã será o dia de sua vitória.
Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos
sejam duros e escarpados.

KHALIL GIBRAN
ÍNDICE

Página do título
Direitos autorais
Dedicatória
Epígrafe
sinopse
nota da autora
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo treze
Capítulo quatorze
Capítulo quinze
Capítulo dezesseis
Capítulo dezessete
Capítulo dezoito
Capítulo dezenove
Capítulo vinte
Capítulo vinte e um
Epílogo
Agradecimentos
Sobre o autor
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SINOPSE
Eduardo Hernandez Ruiz é o típico bilionário cafajeste, mulherengo, lindo e
gostoso, só pensa em curtir a vida e não se amarrar a mulher alguma.
Quando seu irmão Alexandre pede para a família, ajudar um orfanato que
está prestes a fechar ele é o irmão que fica responsável para dar assistência
necessária para que a tragédia não aconteça. O que ele não esperava. era
encontrar uma garota órfã que com sua beleza e doçura faria suas
convicções de vida simplesmente desmoronarem.
Simone Gutierrez foi abandonada na porta de um orfanato aos três
meses de idade. Acolhida pelas freiras ela nunca foi adotada em razão de
sua saúde fragilizada. Mesmo se sentindo rejeitada Simone luta por sua
felicidade e consegue superar os traumas do passado e após completar
dezoito anos ela continua morando com as freiras para ajudar os órfãos
pois, o orfanato passa por uma grave dificuldade financeira. O que ela não
esperava é que um bilionário sexy, lindo e cativante, através da empresa da
família, salvaria o orfanato da situação complicada em que encontrava e
mudaria a história de vida de todos os órfãos do orfanato, inclusive a dela.
Encantada com a beleza e o charme do seu salvador, Simone se vê
perdidamente apaixonada por Eduardo, porém ele é o seu impssível.
NOTA DA AUTORA
Olá queridos leitores e leiroras! Que prazer estar aqui novamente com
vocês. Escrever o último livro da série desses irmãos maravilhosos,
sobreviventes e especiais me deixou emocionada. Viajar pelo mundo de
Eduardo e Simone foi uma experiência única. Uma orfã que se apaixona
pelo bilionário o enxergando como seu impossível. O cafajeste mulherengo
que respeita a mocinha virgem e não quer levá-la para sua devassidão. E o
amor acontece, se tornando uma linda história de amor. Espero que vocês
ao embarcarem comigo nesta viagem, também possam sentir a beleza do
amor e a superação desses dois personagens queridos e carismáticos.

Abraços e até a próxima viagem.


Prólogo

Simone Gutierrez
- Ansiosa filha?
A madre superiora me pergunta.
- Muito irmã Pilar, hoje é um dia muito importante para o orfanato,
não tem como segurar a ansiedade.
- Eu sei filha, tudo dará certo e tenho certeza que hoje conseguiremos
um benfeitor que não deixará nosso orfanato fechar.
Sorrio com a confiança da madre. Ela é uma mulher miúda, na faixa
dos sessenta anos que transmite amor em seu olhar.
Meu mundo se resume entre as paredes do orfanato, desde que fui
abandonada em sua porta quando tinha três meses de idade. A madre me
encontrou doente e muito fraca dentro de uma caixa de papelão na porta do
orfanato, onde havia um bilhete pedindo para que cuidassem de mim, dizia
que minha mãe não podia me criar por não ter condições financeiras e por
eu estar muito doente ela estava me deixando nas mãos de quem cuidaria de
mim e salvaria minha vida, dizia também que me amava muito e sempre
estaria comigo em pensamento. Até hoje não sei nada sobre meus pais, a
figura que mais se aproximava de mãe em minha vida era a irmã Pilar.
Nunca fui adotada, muitos casais se interessaram em me adotar, mas
quando viam meu histórico médico desistiam da adoção, ninguém queria
uma criança doente para cuidar.
Quase morri quando fui deixada no orfanato, estava com pneumonia
e fiquei muitos dias internada, os médicos me diagnosticaram com displasia
broncopulmonar, tinha nascido com mal malformação nos pulmões, passei
muitos anos sofrendo com recorrentes doenças pulmonares e muitas vezes
fiquei hospitalizada, depois dos dezessete anos felizmente minha saúde se
reestabeleceu.
Sempre fui bem cuidada, embora a atenção das irmãs do orfanato se
divida entre tantas crianças, me sentia querida.
Quando era mais nova me ressentia de nunca ser escolhida para ter
uma famíla, mas com o tempo fui me conformando e hoje posso dizer que
sou bem resolvida nesta questão e aceitei que o problema não era eu, mas a
minha saúde fragilizada que impedia os casais me adotarem.
Quando completei dezoito anos eu poderia sair do orfanato e viver
minha vida, mas a irmã Pilar me convidou para trabalhar no orfanato, vendo
que elas precisvam da minha ajuda para cuidar dos outros orfãos devido ao
momento dificil que o orfanato estava passando financeiramente aceitei, e
hoje com vinte e um anos continuo vivendo no orfanato Lar Abençoado.
Estudei até o secundário e não tive condições de ingressar na faculdade
devido termos somente condições de arcar com as despesas básicas do
orfanato.
Cuidavamos de mais de trinta orfãos, entre zero a dezesseis anos e
erámos responsáveis por dar comida, remédio, roupa e educação às crianças
e adolescentes que vivem no Lar Abençoado.
No último ano as doações diminuiram muito e tinhamos o suficiente
para o básico, nem meu salário não recebia, pois tinha doado para ajudar
nas despesas.
- Será que essa empresa vai mesmo nos ajudar irmã?
- Tenho fé que sim, a H. R. Tecnología é uma empresa bilionária e
foi reerguida por irmãos que também ficaram orfãos muito jovens de pai e
mãe, confio que eles se compadecerão de nossa situação e nos ajudem, eles
também passaram por momentos dificeis na vida e conto com isso para que
eles sejam o mais novos doares do Lar.
- Temos que ter fé irmã, a esperança é a última que morre.
- Isso mesmo Simone, nunca devemos baixar a cabeça diante dos
obstáculos e desafios que a vida nos impõe, temos que lutar sempre por dias
melhores.
- Com certeza irmã, a senhora me ensinou desde cedo a lutar, e hoje
estamos lutamos por nós e mais trinta e duas vidas.
- Verdade. Você sabe que virão três dos irmãos Ruiz nos visitar hoje,
espero que tudo esteja impecável filha, temos que passar uma boa
impressão.
- Está sim irmã, cuidei de tudo pessoalmente, o Lar está limpo e
organizado e as crianças de banho tomado e em seus quartos, só aguardando
a chegada deles.
- Que bom Simone, não sei como agradecer tudo que tem feito por
nós, sempre tão disposta a nos ajudar desde novinha, as vezes me sinto
injusta com você tamanho a responsabilidade que tem nos ombros, não sei o
que seria do Lar nesses últimos anos sem você.
- Que é isso irmã, sabe que faço com amor, sou grata por tudo que
recebi de vocês desde quando fui deixada aqui, me sinto gratificada em
poder retribuir um pouquinho do carinho recebido.
Os olhos da madre superiora ficaram marejados ao ouvir minhas
palavras, sei que ela tem um carinho especial por mim, sempre fui uma
menina calma e prestativa e despois que completei treze anos de idade
deixei de ser cuidada para cuidar, me tornei fundamental para que o
orfanato continuasse pois desde aquela época as coisas já andavam difíceis
para o Lar e cada ano vinha ficando pior.
Estava muito ansiosa, desses irmãos dependiam a continuação do Lar
Abençoado, pois não tinhamos dinheiro nem para comprar o que comer
para o próximo mês. Por mais que a irmã Pilar tentasse disfarçar era nítido
que a velha senhora estava desesperada. Nesta semana algo surpreendente
aconteceu, o que ela chamava como providência divina. Ela tinha ido com a
irmã Dulce ao mercado fazer compras e lá encontrou um senhor chamado
Antonio que vendo as duas freiras carregando um monte de sacolas se
ofereceu para ajudar, elas aceitaram. Quando chegaram ao orfanato elas o
convidaram para um café e ele educadamente aceitou, era um senhor muito
amável e disse que trabalhava como segurança de um dos irmão Ruiz. A
irmã Pilar o levou para conhecer o orfanato e os orfãos e contou a nossa
situação o que compadeceu Antonio.
Já tinham se passado quatro dias desde que Antonio estivera no Lar
quando a irmã Pilar recebeu uma ligação de Eduardo Hernandez Ruiz, um
dos irmãos bilionários da H. R. Tecnología dizendo que ele e seus irmãos
gostariam de conhecer o orfanato e se podiam fazer uma visita, pois
Antonio, o senhor que era segurança do seu irmão Alexandre e considerado
como parte da família, tinha falado muito bem do orfanato e eles queriam
ajudar.
A euforia tomou conta de nossos corações. Ficou marcado a visita
para hoje ás dezoito horas dos irmãos ao Lar e eu, a irmãs Dulce, Ana,
Josefa e Isabel corremos contra o tempo para deixar o orfanato mais
organizado possivel para a chegada dos irmãos.
Éramos em cinco para cuidar dos orfãos e a irmã Pilar cuidava da
administração geral do orfanato.
Como vinham a noite resolvemos fazer um jantar para eles, e eu iria
cozinhar, nós nos revezávamos nos afazeres domésticos e esta semana a
cozinha era por minha conta.
Minha amiga Laura também ajudava bastante, ela era orfã e estava
com dezesseis anos, sua história era bem parecida com a minha, nunca fora
adotada ela chegou aqui com dois anos de idade bastante desnutrida e
raquítica e infelizmente nunca conseguiu uma familia que quisesse adotá-la.
Ela ainda estudava e por isso ajudava nos afazeres somente na parte da
tarde pois de manhã estava na escola.
- Está tudo pronto Simone, só aguardando a chegada dos irmãos.
Laura diz eufórica, nós erámos com duas irmãs, eu sempre fui
superprotetora para com ela e nos amavámos muito.
- Vai dar tudo certo, agora vamos tomar um banho para depois virmos
servir o jantar.
Assim que terminei meu banho corri para a cozinha para levar o
jantar para o refeirório e servir as crianças. Fiquei sabendo pela irmã Dulce
que os irmãos já se encontravam no Lar e a irmã Pilar estrava mostrando as
dependências do orfanato par eles. Ela disse que eram dois homens e uma
mulher.
Tensa continuei meus afazeres e com a ajuda da irmã Dulce e de
Laura levamos a comida para o refeitório e começamos servir, todos já
estavam sentados à mesa esperando ser servida a refeição.
Neste momento a irmã Pilar entra com dois homens e uma mulher, a
primeira coisa que me chamou atenção foi a beleza dos três irmãos. A
mulher parecia uma modelo famosa, estava com um roupas simples porém
pelo corte dava para notar que eram caras, já os homens usavam ternos bem
cortados e eram dois morenos de tirar o folêgo. O que parecida mais velho
era um homem sério, chegando a ser sissudo, me deu medo, já o outro
ostentava um sorriso de orelha a orelha e parecia o mais simpático dos três,
era o homem mais bonito que já tinha visto em minha vida. A beleza do
homem me impactou tanto que senti minhas pernas falharem e meu coração
acelarar.
- Boa noite!
A irmã Dulce cumprimenta a todos com sua voz amável.
- Quero que todos conheçam nossos visitantes, o senhor Alejandro,
Eduardo e a senhora Salma, eles são os irmãos Hernandez Ruiz e vieram
conhecer o Lar Abençoado.
- Boa noite! – Respondemos em uníssono o cumprimento.
- Senhores e senhora essas são as colaboras do orfanato. – A irmã
Pilar nos apresenta e quando o irmão, que agora sei que se chamava
Eduardo segurou minha mão senti um leve tremor em meu corpo e abaixei a
cabeça timidamente.
Eles jantaram conosco no refeitório demonstrando que são pessoas
simples e logo após seguiu para a sala da madre superiora. Ficamos todas
ansiosas esperando que tudo ia dar certo e que, aqueles irmãos pudessem
mudar a história do nosso orfanato.
CAPÍTULO UM
Eduardo Hernandez Ruiz

Quando meu irmão Alexandre pediu uma reunião entre os irmãos


estranhei, ele era o mais quieto e isolado dos cinco irmãos. Era o nerd gênio
da família e desde pequeno sempre foi introspectivo e antissocial. A única
pessoa fora a família que ele se relacionava era Antonio, o motorista barra
segurança dele, que o acompanhou desde menino, se tornando sua sombra,
e após a morte dos nossos pais Antônio cuida de Alexandre como um filho.
Éramos a família Hernandez Ruiz, cinco irmãos que se tornaram
órfãos de pai e mãe muito jovens. Meu pai morreu após sofrer um infarto e
deixar a família falida. Alejandro meu irmão estava com apenas vinte anos
de idade e assumiu a responsabilidade da família, ele é o nosso herói, nosso
exemplo e devemos quem somos hoje a ele, Alexandre tinha 17 anos, eu
estava com 16, Salma com 14 e Selena a caçulinha da família com apenas
10 anos de idade.
Foi um período muito difícil para nossa família, principalmente para
meu irmão Alejandro por ser o mais velho dos cinco irmãos. Minha mãe se
tornou uma morta viva colocando em seus ombros a responsabilidade pela
família e pela empresa falida, infelizmente minha mãe se suicidou dois anos
após morte do meu pai, tomou um vidro inteiro de medicamento desistindo
da vida.
Nós vivíamos no luxo e tínhamos tudo o que o dinheiro podia
comprar, quando meu pai morreu tivemos que mudar drasticamente nosso
estilo de vida, eu estava no último ano do ensino secundário e prestes entrar
na universidade. Alejandro vendeu a mansão onde morávamos e conseguiu
reerguer a empresa e a família. Com parte do dinheiro da venda da mansão
ele assegurou os estudos meu e de Alexandre meu irmão número dois e
quando minhas irmãs Salma e Selena foram para a faculdade a H. R.
Tecnología já estava estabilizada.
Alexandre revolucionou o mercado tecnológico com suas criações,
sempre acompanhado de perto e cuidado por Antonio. Alejandro segurou as
pontas até completarmos dezoito anos. Primeiro Alexandre se juntou a ele
na empresa e depois foi minha vez assim que também completei a
maioridade. Não havia muito tempo para diversão, a perda de nossos pais
fez com que nos tornássemos adultos antes do tempo, a responsabilidade e o
compromisso com a família não deixaram nós termos vida que jovens de
nossa idade podiam ter.
Alejandro sempre foi o cabeça, ele era o administrador, se
tornou CEO da empresa H. R. Tecnología aos vinte anos, segurou as pontas
e juntos tornamos ela uma das maiores empresas do mundo na era
tecnológica. Eu sou contador, as finanças e contabilidade são minha
responsabilidade, Alexandre na criação, Salma era diretora executiva na
área de projetos e a caçulinha Selena após terminar os estudos tirou um ano
sabático para conhecer o mundo.
Alexandre sofreu muito bullying na escola e na universidade e talvez
por ter sentido na pele o preconceito sempre procurava ajudar os mais
necessitados, ele tinha a ideia e nós a executávamos em virtude dele ter
dificuldade em se relacionar com as pessoas fora do nosso círculo familiar.
Chego a sala de reuniões e meus irmãos e Salma já estavam presentes.
- Bom dia irmãos! – Cumprimento com alegria, encarando a cara séria
de Alejandro porque eu estava mais de dez minutos atrasado.
- Atrasado como sempre Eduardo, será que nunca chegará no horário
em uma reunião?
Eu sou o irmão vida louca da família, adoro festas e baladas e
aproveito a vida à minha maneira. Não vivo somente para o trabalho, gosto
de diversão e mulheres eram o meu vício, sempre tinha alguma para
esquentar minha cama.
- Relaxa irmãozinho, o que são dez minutos para quem tem a vida
toda.
Falo zombeteiro.
Dou um tapa no ombro de Alexandre e pergunto.
- Posso saber por qual motivo o nosso gênio nos convocou para uma
reunião? Devemos ficar preocupados?
Alexandre sério como sempre responde.
- Não há motivo para preocupação, pedi a reunião para tratar de uma
ajuda que gostaria que a empresa desse a uma instituição de caridade.
- Qual instituição irmão?
Alejandro questiona.
- É um orfanato que fica no subúrbio de Valência e se chama Lar
Abençoado. Antonio conheceu a irmã responsável pelo orfanato e chegou a
visitá-lo, lá elas cuidam de trinta e dois órfãos e vem passando uma série de
dificuldades e provavelmente irão fechar as portas se não tiverem ajuda,
acredito que possamos impedir essa tragédia.
- Estou dentro maninho, se for para ajudar os mais necessitados pode
contar comigo sempre.
Digo apoiando a causa.
- Precisamos saber mais sobre o orfanato e fazer uma visita para ver
em que podemos ajudar.
Alejandro fala, ele sempre pondera todos os ângulos da situação.
- Concordo com você Alejandro, providenciarei uma investigação
sobre o orfanato e depois o visitaremos.
Salma é quem diz, ela era a versão feminina de Alejandro, a mulher
era uma máquina de trabalho e responsabilidade era seu nome do meio.
- Ok então, tudo bem para você Alexandre?
- Sim, espero que seja rápido a investigação pois eles estão com sérios
problemas financeiros e precisam muito de nossa ajuda.
- Não se preocupe irmão, agilizarei para hoje ainda a investigação e
por ser uma instituição filantrópica creio que não demorará mais que três
dias o levantamento de dados sobre o orfanato.
Salma acalma Alexandre.
- Obrigada irmã.
Ficamos mais um tempo conversando sobre a empresa e depois
saímos para nossos setores.
Depois de dois dias de investigação Salma apresentou um relatório
completo sobre o orfanato e podemos perceber que era uma instituição séria
que cuidava de crianças abandonadas. Alejandro marcou uma visita ao Lar
Abençoado e fomos eu, ele e Salma até o orfanato, Alexandre como sempre
ficou nos bastidores.
Chegamos ao orfanato já passava das dezoito horas, era um casarão
antigo e precisava de uma reforma urgente. Fomos recepcionados pela irmã
Pilar, a madre superiora, uma senhora miúda e muito amável que nos levou
para conhecer todas as dependências do local e após fomos convidados para
jantarmos com os órfãos que já se encontravam no refeitório.
Apesar de ser uma construção antiga dava para perceber que era bem
cuidado, tudo limpo e organizado, as freiras mantinham o local com zelo e
tenho certeza com muito amor.
Ao chegarmos no refeitório a madre nos apresentou a todos e
conhecemos as outras irmãs que colaboravam com o orfanato. O que me
deixou intrigado foi uma moça, que aparentava uns vinte anos de idade,
pelo jeito ela era a cozinheira pois estava de avental e touca. Mesmo com o
uniforme dava para perceber sua beleza. Ela loira, olhos azuis transparentes,
aparentava ter mais de 1,60 m de altura e tinha os olhos mais inocentes que
já vi em minha vida. Ela realmente me cativou, com seu olhar sereno e seu
sorriso meigo.
Vi que quando ela me olhou ficou constrangida e toda vermelhinha
abaixando a cabeça. Alejandro me fuzilou com o olhar avisando
silenciosamente para tirar os olhos, eu era o cafajeste da família e mocinhas
inocentes eram proibidas para mim.
Dei um sorriso de canto para ele e nos juntamos aos órfãos para
jantar.
A comida estava deliciosa, se foi a loirinha quem cozinhara, ela
realmente tinha mãos de fada.
Assim que terminamos o jantar a madre superiora nos conduziu para
seu escritório.
- Então, o que acharam do nosso orfanato?
Ela pergunta apreensiva.
- Achamos que o nome condiz com o que vocês fazem aqui,
realmente é um Lar Abençoado irmã e tenho certeza que fez e faz a
diferença na vida de muitas crianças.
Alejandro que fala deixando a pobre senhora emocionada.
- Fico feliz meu filho por aprovarem nosso trabalho, nossa missão é
cuidar dos pequenos abandonados ou os que por alguma razão perderam
seus pais e não tem ninguém no mundo.
A madre fala com todo carinho que sente pelos órfãos.
- Eles ficam aqui até completarem dezoito anos madre?
Salma pergunta.
- Sim minha filha, quando eles chegam aqui abrimos uma poupança
para cada um deles, conforme a ajuda que recebemos dividimos em igual
proporção para cada um. Assim que completam dezoito anos, se não forem
adotados, eles vão viver sozinhos, mas podem contar com essa poupança
até conseguirem se estabilizar.
- Muito importante esta atitude irmã, eles precisam mesmo serem
assistidos quando saem daqui vocês são pessoas muito abençoadas.
Elogio a atitude do orfanato.
- Obrigada Eduardo, também temos parceria com diversas empresas
que priorizam nossos órfãos dando trabalho a eles assim que saem do
orfanato, alguns deles começaram a trabalhar quando viviam aqui ainda,
sempre procuramos encaminhar bem nossos órfãos que também são nossos
filhos.
- Tem algum órfão que precisa de trabalho por agora irmã, nós
podemos ajudar.
Salma oferece.
- Atualmente temos a Laura que tem dezesseis anos de idade, ela
estuda de manhã e a tarde ajuda nos afazeres doméstico do orfanato, o
restante dos órfãos estão na faixa de seis a doze anos.
A irmã informa.
- O ideal é que apenas estudem, é muito cedo para ela trabalhar, fique
tranquila irmã nada mais faltará para seus órfãos, nossa empresa cuidará de
tudo que precisarem a partir de agora.
Vejo duas lágrimas rolarem pelos olhos da senhorinha após meu
irmão afirmar que terá nossa ajuda.
- Não sei como agradecer pela bondade, não sabe como precisamos de
ajuda.
- Não precisa agradecer irmã, a sociedade é que está em dívida com
vocês pelo bem que fazem a tantas crianças. – Salma responde.
- Eduardo é que cuida da parte financeira ele ficará responsável em
prover tudo o que vocês precisarem, vou deixá-la em boas mãos.
Alejandro fala e eu sorrio vitorioso, um elogio do meu irmão é
sempre bem-vindo.
- Estarei à disposição irmã, se a senhora tiver tempo amanhã na parte
da tarde podemos nos reunir para ver o que podemos fazer pelo orfanato.
- Claro meu filho, amanhã as quatorze horas te espero.
- Certo, já vamos então fica combinado para amanhã e pode contar
conosco irmã.
Alejandro encerra a visita e saímos do orfanato com o sorriso
maravilhoso da irmã Pilar nos acompanhando.
- Nem pense nisso Eduardo!
Alejandro me fala assim que entramos no carro que nos levaria aos
nossos apartamentos que ficam localizado no mesmo edifício.
- Pensar em quê irmão? – Pergunto já sabendo o que ele iria dizer.
- Aquela moça não é para o seu bico, é nítido que é uma menina
inocente e você a quebraria com sua safadeza.
Ele fala sério.
- Eu não disse nada, isso é coisa da sua cabeça.
Me defendo.
- Não nasci ontem irmão e vi como a olhou, ela é terreno proibido,
fique longe dela.
- Relaxa irmão, pode ficar tranquilo que não seduzirei a linda Simone.
Digo maliciosamente.
- Assim espero.
Ele diz seco e fizemos o restante do caminho em silêncio.
Chegamos ao edifício e seguimos para nossos apartamentos. Cada um
dos irmãos possuía o seu, tínhamos nossa liberdade individual mas
ficávamos perto um do outro, éramos muito unidos e essa foi a maneira que
Alejandro encontrou de nos deixar debaixo de suas asas mesmo depois de
adultos. Eu possuía outro apartamento que eles chamavam de matadouro
onde levava minhas fodas casuais, preferia assim pois o local onde vivia
com minha família era sagrado.
Entro em meu apartamento que era luxuosíssimo, me esparramo no
sofá com um copo de whisky nas mãos e penso na loirinha linda que era
proibida para mim, não deixo de sorrir ao lembrar de seu olhar inocente.
Putz! Ela era proibida, infelizmente não podia tocá-la, mas que ela era
gostosa pra caramba isso eu não podia negar.
Procuro afastar a imagem da bela da minha cabeça e vou para o meu
quarto, sigo direto para o banheiro e me masturbo pensando no meu pecado
loiro, gozo gostoso imaginado fodendo aquele corpo delicioso.
Deito e durmo com um sorriso sacana nos meus lábios, afinal pensar
não nela não era proibido.
CAPÍTULO DOIS
Eduardo Hernandez Ruiz

Chego em casa depois de deixar Simone no orfanato. Ela me


surpreendeu o dia todo, era mais que um rostinho bonito e a garota tímida
que nos recepcionou com um jantar maravilhoso no orfanato. Era simpática,
esforçada e extremamente competente, todas as tarefas que lhe passei
durante a tarde ela cumpriu com maestria e inteligência.
Passamos uma tarde agradável envolvidos nos assuntos do orfanato e
percebi que poderia deixar tudo em suas mãos, e assim fiz. Limitei nossos
encontros a partir de agora, apesar da vontade de estar perto dela, tive a
oportunidade de conhecê-la melhor nesses dois últimos dias e percebi que
por maior que seja a atração que sinto por ela, Simone é fruto proibido para
mim. Ela era inocente demais, meiga demais e importante demais para que
eu a corrompesse com minha perversão. Ela não era mulher de uma noite, e
eu a respeitaria, ela merece um cara que leve a sério um relacionamento,
não somente uma foda, Simone já sofrera demais na vida para ser tratada
dessa forma.
Após tomar um banho relaxante ligo para meu amigo Juan o
convidando para irmos a sua boate, preciso de uma boa foda para liberar
todo o tesão acumulado que estava sentindo.
Eu e Juan nos tornamos amigos na época da faculdade, cursávamos
contabilidade e desde o primeiro momento houve uma grande afinidade
entre nós. Éramos os garotos mais populares, mais pegadores e mais
depravados da universidade. Porém quando ficávamos sozinhos no quarto
que compartilhávamos nossas máscaras caiam e voltávamos a ser nós
mesmos, o Eduardo que perdera os pais de forma trágica e o Juan que era
ignorado pelos pais que só pensavam em trabalho e dinheiro.
O cara era herdeiro de uma das maiores redes de hotéis da Espanha,
seu pai recentemente teve um AVC e foi obrigado a passar o cargo de CEO
para ele.
Chego a boate já passava das vinte e duas horas e encontro Juan na
área vip que o safado deixava reservado para nós, afinal ele era sócio.
Juan está sentado em um dos sofás espalhados pela sala com uma
morena deliciosa em seu colo, outras duas gostosas estão ao seu lado.
- Ora, ora, até que enfim meu amigo chegou, achei que teria que dar
conta dessas três gostosas sozinho.
Fala maliciosamente.
- Para que desespero amigo, tudo por medo de não dar conta, não se
preocupe o papai aqui chegou.
Entro no clima da brincadeira.
- Estúpido. – Fala me cumprimentado com um abraço.
- Venha conhecer as garotas.
E me apresenta as três, a morena em seu colo se chama Milena, a outra
sentada ou seu lado direito, morena também era a Nicole e a Loira sentada a
sua esquerda era a Larissa.
Quando encarei a Larissa sabia que ela terminaria em minha cama
nesta noite, não era homem de preferências entre loira e morena, mas hoje
talvez por uma certa loirinha proibida não me sair da cabeça eu ficaria com
a loira.
Minha noite foi bacana, ficamos muitas horas bebendo e dançando,
beijei todas as garotas que estavam conosco e convidei Larissa no final da
noite para me acompanhar.
Chegamos no apartamento que tenho para meus encontros e ofereço
uma bebida para a loira.
- Quer tomar algo?
- Não gostoso, para mim já deu.
- Então para que esperar mais, não é gostosa?
Ele assente safada e invado a boca da loira e arranco suas roupas com
gana. Pego ela no colo e a levo para o quarto.
Fodo bruto a mulher e a reviro do avesso, quando termino caio na
cama esgotado, embora satisfeito, a olho e um sentimento de frustação me
invade e vem em minha mente a loirinha doce e sexy, percebo o quanto
estou fodido, Simone estava em meu sangue, porém sabia que ela me era
proibida e jamais cairia em tentação, não poderia quebrá-la.
CAPÍTULO TRÊS
Eduardo Hernandez Ruiz

Vou ao trabalho na manhã seguinte e não consigo me concentrar, a


loirinha do orfanato não me sai da cabeça. Sei que não devo ter
pensamentos sacanas pois ela me parece uma mulher inocente. Será que ela
irá se tornar freira? Quem será ela, uma órfã não é pois ela aparenta ter
vinte anos ou mais, freira também não, ela não usa o hábito que é a roupa
que as freiras usam, deve ser funcionária do orfanato. Fico me perguntando
se é casada ou se tem alguém, não sei por que o fato de imaginar ela com
outro me causa uma sensação ruim, resolvo tirá-la do pensamento e focar
no trabalho.
Participo de uma reunião com Alejandro e um investidor japonês que
está interessado em um novo projeto da empresa, estava no início e era um
novo iphone que Alexandre estava criando e que garantiria muitos milhões
para a H. R. Tecnología.
Fechamos contrato com o grupo japonês, vejo que Alejandro está
satisfeitíssimo.
- Com este novo projeto de Alexandre, acredito que estaremos entre
as cinco maiores empresas em tecnologias do mundo, o faturamento será
alto.
Alejandro fala assim que os japoneses saem da sala.
- Verdade irmão, nossos lucros estão cada vez mais altos, estamos em
tempos de vacas gordas, se o papai estivesse vivo estaria muito orgulhoso
dos filhos. - Falo melancolicamente.
- Onde ele estiver ele está orgulhoso de nós Eduardo, principalmente
por sermos unidos e conservarmos o que lhe era mais caro, a família.
Neste momento Alexandre entra na sala de reuniões.
- E aí, tudo certo com os japoneses?
- Sim, eles ficaram encantados com o projeto, investirão milhões,
parabéns irmão cada dia você nos surpreende mais e mais.
Alejandro fala orgulhoso.
- Obrigado Alejandro, fico feliz em poder contribuir com a empresa,
pode deixar que capricharei neste novo projeto. E o orfanato qual a visão de
vocês depois de visitá-lo?
Alexandre questiona.
- Antonio estava certo, é um lugar maravilhoso e precisa muito de
ajuda. Eduardo vai cuidar pessoalmente para que não falte nada àqueles
órfãos.
Ele dá um dos seus poucos sorrisos e diz.
- Fico feliz que tenha dado tudo certo, temos que dividir um pouco do
que temos aos menos favorecidos, cuide bem do orfanato irmão.
Ele pede direcionando a mim.
- Pode deixar gênio, eu cuidarei bem do Lar Abençoado, palavra de
escoteiro.
Falo sorridente e ele agradece. Mal termino de falar e ele sai da sala,
eu e Alejandro sorrimos com cumplicidade, esse era o nosso irmão gênio e
nerd, de poucas palavras, mas de muita ação. Ele ficava horas em sua sala
onde criava suas tecnologias e esquecia do mundo aqui fora, diferente de
mim e Alejandro ele nunca vestia um terno, só usava o bom e velho jeans,
camiseta e tênis. Era a simplicidade em pessoa. Ele era o nosso menino
homem, por seu jeito peculiar de ser tínhamos um cuidado a mais com ele,
queríamos que ele soubesse que sempre estaríamos ali para quando
precisasse.
- Bem vou almoçar, depois irei ver qual a real situação do orfanato,
tem uma média de valor para ser gasto no Lar?
Questiono Alejandro que logo responde.
- Não, Alexandre está certo, temos que dividir um pouco do que
ganhamos com os mais necessitados. Não poupe gastos, quero que aqueles
órfãos tenho do bom e do melhor, e cuide pessoalmente da conta poupança
de cada um deles para quando fizerem dezoito anos terem como começar
uma nova vida.
- Pode deixar irmão, vou cuidar de tudo.
- Ok. Também já estou indo almoçar, vou com você.
Tínhamos quase mini restaurante no prédio onde fazíamos as
refeições em família, era uma forma de estarmos juntos todos os dias.
Somente Alexandre não participava, o cara quando estava criando não tinha
horário para se alimentar, e o único que ousava interrompê-lo era Antonio.
Assim que terminei de almoçar, tirei meu cochilo sagrado de todos os
dias, pois tinha uma sala anexa ao restaurante que havia cinco sofás camas
onde podíamos descansar à vontade.
Depois que acordei, fui ao banheiro, me arrumei e parti para o
orfanato, não via a hora de ver minha loirinha novamente.
Toquei a companhia do orfanato e sorri ao ver que a loirinha veio
atender a porta.
- Boa tarde!
- Boa tarde senhor Ruiz! Entre!
Ela me convida com um sorriso tímido.
- Obrigado! A irmã Pilar está?
- Sim, ela está descansando, vou avisar que o senhor chegou.
Apresso a impedir que ela chame a madre, quero ficar um pouco com
ela, conversar e saber quem era esta mulher que tanto me encantou.
- Espere! Não precisa interromper o descanso da madre. Simone, não
é? Vamos conversar enquanto a madre descansa, você pode me falar um
pouco mais do orfanato.
Ela sorri timidamente e sua meiguice me fascina.
- Sente-se senhor. – Ela indica um dos sofás desgastados que fica na
sala de estar e senta em outro de frente para mim.
- O que o senhor quer saber?
- Me chame de Eduardo por favor, nada senhor, não sou tão velho
assim.
Dou uma piscadela para ela que ruboriza por inteira, deixando-a mais
linda, se possível.
- Então Eduardo o que você quer saber?
- Quanto tempo faz que trabalha aqui?
- Faz três anos que trabalho oficialmente no orfanato, comecei a
trabalhar assim que completei dezoito anos, mas comecei a ajudar as irmãs
desde meus treze anos quando percebi que elas precisavam de minha ajuda
com as crianças.
Olho para ela admirado e pergunto.
- Você é uma das órfãs também?
- Sim, fui deixada neste orfanato com três meses de vida, e vivo aqui
desde então.
- Nunca foi adotada?
- Não, tenho uma má formação nos pulmões o que de vez em quando
me leva para o hospital e infelizmente os casais evitam adotar crianças com
problemas de saúde.
- Sinto muito. – Foi o que consegui dizer para ela, estava sem
palavras, jamais imaginei que aquela moça tão linda e meiga fosse órfã
também.
- Por que não saiu do orfanato assim que completou a maioridade?
- O orfanato já estava passando por momentos difíceis na época, então
resolvi ficar e ajudar as irmãs com os órfãos, doei minha poupança para o
Lar e comecei a trabalhar, com o salário que ganhava daria para me mudar e
continuar meus estudos, mas infelizmente a situação não melhorou e
abdiquei do meu salário para podermos continuar com o Lar, infelizmente
não foi o suficiente pois não temos recurso nem para comprar mantimentos
para o próximo mês.
Ela fala com tristeza no olhar. Neste momento me senti um filho da
puta do caralho ao pensar com malicia na mulher tão meiga e especial e
jurei para mim mesmo que daria uma nova vida a ela.
- Boa tarde senhor Ruiz, não sabia que havia chegado.
A irmã Pilar entra me cumprimentando.
- Boa tarde irmã! Não quis interromper seu descanso. Estou aqui
conversando com a Simone e ela me contava a situação do orfanato, a
senhora não nos disse que não tinha recurso para comprar nem a
alimentação para o próximo mês, não devia ter nos omitido um fato tão
sério.
- Fiquei envergonhada senhor Ruiz, era a primeira vez que nos
víamos e não sabia se iriam ajudar o Lar.
- Me chame de Eduardo irmã, por favor não esconda nada de mim
novamente, estou aqui para ajudar, meu irmão Alexandre comerá meu
fígado se vocês não forem bem atendidos.
- Alexandre? Esse eu não conheço. – A irmã fala.
- Realmente não conhece, ele é tímido, sabe aqueles nerds meio
gênio, então, meu irmão é assim. Ele não sai muito de casa, mas foi ele que
pediu para ajudarmos o Lar, Antonio é o segurança dele e cuida de
Alexandre como se fosse um filho. Ao contar a situação do orfanato para
ele, Antonio conseguiu a ajuda que vocês precisavam para o Lar.
- Que Deus o abençoe filho, quero conhecê-lo e agradecer
pessoalmente este gesto tão caridoso da parte dele.
- Pode deixar irmã, se eu não conseguir trazê-lo até aqui, levarei a
senhora para almoçar em um domingo conosco pois reunimos toda a família
neste dia.
- Irei com prazer filho. Eu me sinto meio constrangida em tocar no
assunto, mas já que pediu para não esconder nada quero saber em que parte
vão nos ajudar?
A irmã fala e sinto que ela está envergonhada em falar da situação,
neste momento Simone se levanta e pede licença para se retirar pois tinha
trabalho a fazer. Fico meio decepcionado, mas não digo nada, ela sai e a
madre me convida para ir ao seu escritório e conversarmos com maior
privacidade.
- Vamos ajudar em tudo, claro se a senhora concordar. Estava
pensando em reformar o lar, mantimentos, roupas e itens básicos nós iremos
suprir para todos que vivem aqui, Alejandro pediu para fazer uma poupança
para cada um dos órfãos o suficiente para que custeia a faculdade e dê um
bom começo de vida quando saírem do orfanato. Caso algum seja adotado
antes da maioridade a poupança continuará para ele, que poderá ter acesso
ao dinheiro assim que completar dezoito anos e o beneficiário poderá usá-lo
da forma que melhor lhe convir. Vamos depositar uma quantia x todos os
meses na conta do Lar, o suficiente para manter todos os itens básicos para
viverem com qualidade de vida.
- Eu não sei nem o que dizer Eduardo, Deus enviou um monte de
anjos para o Lar ontem.
- Não somos anjos irmã, estamos doando o que temos sobrando, os
verdadeiros anjos são vocês que doam sua vida em prol dos abandonados e
excluídos.
- Obrigada filho, Deus os abençoe sempre e que tenham muito
sucesso em vossas vidas.
- Amém irmã. Outra coisa, vamos abrir uma conta para todas vocês e
iremos pagar um salário digno pelo trabalho de cada uma.
- Não é necessário filho, nós somos irmãs, noiva de Cristo e nossa
missão é essa, doarmos nosso trabalho em prol dos que necessitam.
- Eu sei irmã, mas vocês sempre terão dinheiro para ajudar mais
pessoas.
- Está bem, pensando por esse lado não vou recusar.
- Que bom, vou abrir uma conta para Simone também, ela é órfã e
abdicou de sua vida depois que completou a maioridade para ajudar o lar.
Quero que ela se dedique aos estudos que foram interrompidos e tenha a
vida que quiser. Não precisa se preocupar com a falta de funcionários para
ajudá-las irmã, pode contratar quantos forem necessários para o bom
funcionamento do Lar, quero que essas crianças e adolescentes tenham todo
o necessário para viverem bem, já que infelizmente não tem seus pais.
- Está bem Eduardo, Simone é uma menina de ouro, ela nunca deu
trabalho e desde os treze anos de idade ajuda o orfanato, sempre com um
sorriso no rosto, ela é um ser especial e merece ser feliz. Tenho certeza que
ficará muito contente em poder cursar a faculdade.
- Que bom irmã, me passa o número da conta do Lar que farei a
transferência do recurso suficiente para mantê-las pelos próximos meses,
depois veremos como faremos a reforma e demais situações discutidas.
Neste momento bateram na porta e assim que a madre disse para que
entrasse Simone abre a porta equilibrando uma bandeja de café.
- Trouxe café com bolo quentinho que acabei de fazer.
- Obrigada filha, fique aqui conosco que preciso falar com você. - A
madre fala carinhosamente.
Ela senta na cadeira ao meu lado, serve a irmã e depois me serve. A
mulher tem mãos de fada, nunca comi um bolo tão delicioso.
- Uma delícia esse bolo querida, como tudo que você cozinha. – A
irmã elogia.
- Obrigada irmã. – Ela agradece timidamente.
- Filha o Eduardo irá custear sua faculdade e te dará dinheiro
suficiente para viver fora do orfanato até que conclua seus estudos. Está na
hora de você voar minha querida.
Ela fica branca e me olha espantada.
- Obrigada Eduardo, mas não posso aceitar, você ajudar o orfanato é o
que necessitamos.
- Ajudaremos o orfanato e todos os órfãos também, todos terão seus
estudos custeados e uma poupança para terem o começo de uma nova vida
quando saírem daqui. Você abdicou da sua vida após completar a
maioridade para ajudar o Lar, eu não aceito sua recusa, tem tanto direito
quantos os outros órfãos.
Falo sério, preciso que ela fique bem e realize seus sonhos e se para
atingir meu objetivo tivesse que me impor o faria.
Ela olha para irmã pedindo ajuda silenciosamente, e respiro aliviado
quando a madre fala.
- Eduardo está certo filha, você merece todo apoio para conquistar sua
independência, sempre nos ajudou, agora é a sua vez de ser ajudada.
- O que farei fora do orfanato, não sei se conseguirei trabalho pois só
tenho o ensino secundário.
- Você deve priorizar seus estudos Simone, depois que se formar
tenho certeza que arrumará um bom emprego.
- Está bem, irei estudar, muito obrigada pela oportunidade Eduardo,
mas procurarei um trabalho de meio período, não quero ficar dependente do
senhor mais que o necessário, além do que a faculdade é somente meio
período.
- Tudo bem, se é o que deseja, já pensou qual curso gostaria de
estudar?
- Sim, meu sonho é cursar psicologia, assim poderei continuar
ajudando quem necessita, mas se for muito caro posso escolher outro curso.
- Não, se é psicologia que quer cursar vou providenciar seu ingresso
em uma boa universidade.
- Obrigada!
- Filha se você quer tanto trabalhar meio período por que não me
ajuda com a contabilidade e a reforma do orfanato, você sempre foi muito
organizada e boa com números, eu já não sou mais jovenzinha e precisarei
de apoio para conduzir essa nova etapa que viveremos, ademais poderá se
ausentar quando necessário para estudar.
Simone abre um sorriso que chega a orelha aquecendo meu coração e
diz empolgada.
- Claro madre, se a senhora confia em mim será um prazer ajudar.
- Ajudará mas receberá um salário pelo seu trabalho, a partir de agora
todas as despesas do Lar serão custeadas pela H. R. Tecnología.
Ela abre a boca para recusar e mais uma vez a santa madre intervém.
- Sem recusas Simone, até nós freiras iremos receber um salário, e
você também irá. Deus nos abençoou e devemos ser gratas por tantas
bênçãos recebidas.
Ela abaixa a cabeça timidamente, não sem antes eu ver o brilho de
felicidade em seus olhos, o que me deixou satisfeito pra caramba.
- Ótimo, então você será a ponte entre nossa empresa e o orfanato
Simone, amanhã à tarde meu motorista virá te buscar para que possamos
trabalhar nas contas dos órfãos e definirmos como ficará a reforma do
orfanato. Me passa o número do seu celular que mandarei mensagem
avisando a hora que ele estará aqui.
Ela me olha envergonhada e diz.
- Ligue para o telefone do orfanato, eu não tenho um celular.
- Certo, até mais irmã e até amanhã Simone.
Me despeço das duas, voltando satisfeito em saber que irei trabalhar
diretamente com ela. Sei que jamais poderia tocar naquela mulher, mas ela
me fascina e encanta de uma forma que não posso controlar o desejo de
querer protegê-la.
CAPÍTULO QUATRO
Simone Gutierrez

Estou muito feliz, Deus nos abençoou e como um milagre todos


nossos problemas se evaporaram. O orfanato não passaria por mais
problemas e eu conseguiria realizar meu sonho de ser psicóloga e ajudar
pessoas. Também teria minha independência, procurarei um lugar para viver
e continuarei trabalhando no orfanato.
Estava em meu quarto terminando de me arrumar para ir para a H. R.
Tecnología quando Laura entra após bater na porta.
- Nossa como está linda Simone! Isto tudo é para o Eduardo?
Fala zombeteira e sinto meu rosto queimar de vergonha.
- Pare com isso Laura, estou apresentável porque irei trabalhar em um
lugar chique e tenho que me vestir adequadamente.
- Sei, nada a ver com o bonitão dono da empresa, não é?
Olho atravessado para ela, Laura era extrovertida, completamente
diferente de mim e sei que a danada tinha namoricos na escola.
- Nada a ver mesmo, o senhor Eduardo realmente é muito lindo, mas
jamais pensaria nele dessa forma menina, pare de pensar besteira.
Ela gargalha e continua.
- Então admite que o acha lindo, pelo menos isso dona certinha, é
claro que jamais olharia de forma diferente para o nosso benfeitor.
- Jamais, eles estão salvando o Lar e sinto uma gratidão enorme, e
ponto final dona Laura.
- Tudo bem dona Simone, só estou brincando.
- E você? Como vai nos estudos?
Mudo de assunto.
- Ótima! Minhas notas estão boas e tirei alguns dez nas últimas
provas.
- Que bom Laura, continue esforçada, tenho certeza que vencerá na
vida, aproveite a oportunidade que os Ruiz estão dando para nós e conquiste
tudo que almeja.
- Sabe que depois que completar dezoito anos estarei por minha conta
e não será fácil.
- Sim, mas todos terão os estudos garantidos pelos Ruiz e uma
poupança para começar a vida, então é só ter responsabilidade que o
sucesso é garantido pequena.
- É sério mesmo?
Laura está admirada com a informação.
- Sim querida, realmente os Hernandes Ruiz chegaram para mudar
nossas vidas, a minha também, vou começar a cursar faculdade de
psicologia e terei meu próprio lugar e trabalho, estamos vivendo novos
tempos minha amiga.
Laura dá um pulo se jogando em meus braços, lágrimas escorrem dos
seus olhos que brilham de felicidade.
- Parabéns minha irmã do coração, você mais que todos merece.
- Não fale assim maninha, nós merecemos.
Ficamos um tempo ainda abraçadas até que a irmã Dulce veio me
avisar que o motorista de Eduardo estava me esperando.
Assim que saio do orfanato encontrei uma SUV preta parada e um
homem parecendo um armário, de tão grande que era, ao lado do carro.
- Bom dia! – O cumprimento.
- Bom dia senhorita! Sou Jonas motorista do senhor Ruiz e vim
buscá-la.
- Obrigada Jonas! Sou Simone Gutierrez.
- Prazer senhorita Gutierrez.
- Pode me chamar de Simone.
- Certo Simone. – Diz abrindo a porta do carro para eu entrar.
Paramos em um prédio suntuoso que esbanjava riqueza e bom gosto.
Ali ficava a sede da H. R. Tecnología, me senti em outro mundo, totalmente
diferente do que estava costumada, nunca tinha estado em um lugar tão
suntuoso.
Assim que chegamos Jonas parou na recepção onde me deram um
crachá de identificação e quase caí de costa ao ver que nele havia meu
nome, como eles conseguiram fazê-lo em um período tão pequeno de tempo
eu não podia imaginar, afinal o que dinheiro não faz. Entramos no elevador
que nos conduziu para a cobertura onde fica o escritório da presidência e
dos demais executivos que fazem parte direta da administração da H.R.
Tecnología, conforme Jonas me explicou.
Ao chegarmos à cobertura passamos por outra recepção e Jonas
conversou rapidamente com a recepcionista e me levou para uma sala
identificada como setor de contabilidade e o nome do Eduardo.
Assim que entramos pude perceber o bom gosto, havia várias salas
subdivididas e fui encaminhada para uma onde uma moça morena muito
bonita me recepcionou.
- Boa tarde senhorita Gutierrez! Muito prazer, sou Lorena assistente
do senhor Ruiz, ele a está aguardando.
- Boa tarde Lorena! O prazer é meu, obrigada!
Falo e ela bate na porta da sala, ouço a voz do Eduardo liberando a
entrada, Lorena abre a porta me dando passagem
Retenho o fôlego assim que o vejo, a beleza do homem me deixava
atordoada e tinha que me controlar.
- Boa tarde Simone! Como passou de ontem?
Ele me cumprimenta sorrindo me estendendo a mão.
- Bem e o senhor?
Pego em sua mão e um arrepio gostoso atravessa todo meu corpo.
- Eduardo, me chame pelo meu nome Simone.
- Observei que todos o chamam de senhor aqui, e eu também sou
funcionária.
Falo sem graça e sinto meu rosto queimar, acredito que estou
vermelha de vergonha.
- Sim, mas trabalhará diretamente comigo e não é funcionária da
empresa então quero que me chame apenas de Eduardo.
Diz incisivo.
- Está bem Eduardo.
- Ótimo, vamos começar com as contas do orfanato e dos órfãos,
trouxe os documentos?
Entrego a ele a pasta com os documentos que precisa e passamos a
tarde toda resolvendo burocracia.
Eduardo era muito agradável, mesmo eu sendo uma órfã sem ter onde
cair morta ele me trata como uma igual. Não vi a hora passar e assusto
quando ele diz.
- Já são quase dezoito horas Simone, hora de encerrar o expediente.
- Nossa! Nem vi o tempo passar.
- Vamos! Vou te levar para o Lar.
- Não é necessário posso pegar um taxi, não quero tomar mais o seu
tempo.
Digo sem jeito.
- Eu te levo, não quero que ande sozinha com um desconhecido numa
hora dessas, pode ficar tranquila que não tenho nada programado.
Assinto e saímos da empresa.
Jonas estava nos aguardando no estacionamento e assim que
chegamos ele abre a porta traseira do carro para eu entrar e Eduardo
também entra sentando ao meu lado.
Assim que o carro está em movimento ele puxa conversa.
- Você é muito inteligente Simone, nosso trabalho foi bem proveitoso,
nem parece que não possui nível superior.
Fico escarlate com o elogio e agradeço.
- Obrigada Eduardo. Sempre fui uma aluna esforçada e fico feliz em
poder ajudar.
- Não agradeça querida, o mérito é todo seu.
- A partir de agora você trabalhará comigo direto do orfanato e
quando houver algum assunto que não consiga resolver sozinha me ligue.
Por falar nisso ele pede para Jonas abrir o porta luvas e pegar uma caixa de
dentro, assim que ele alcança o objeto me entrega.
- Quero que fique com este celular, teremos que nos comunicar
diariamente e como você me disse ontem que não possuía um, tomei a
liberdade de lhe presentear com uma iphone de última geração criado por
Alexandre.
- Não é necessário Eduardo, desse jeito fico envergonhada.
- É necessário sim, temos que nos comunicar e o telefone fixo do
orfanato limita o espaço, e como você terá que trabalhar fora do orfanato
também é de suma importância que tenha o aparelho com você para que
possamos conversar.
Sabia que ele tinha razão, teria que trabalhar fora do orfanato
também, e caso surgisse alguma dúvida era a ele que recorreria, mas era
tanta coisa que ele me dava que não tinha como não me envergonhar.
- Está bem, mas gostaria que descontasse o valor do aparelho em meu
salário.
Ele sorri e diz.
- Qual a parte que era um presente que não entendeu Simone?
- Está bem então, mas me sentiria mais à vontade se não houvesse
mais presentes, o que estão fazendo por nós é o suficiente.
- Prometo que não a presentearei com algo fútil que não necessitará
no dia a dia, ficamos entendidos?
Olho para ele e vejo determinação, não adiantará nada eu contestar
então anuo e seguimos em silêncio até chegar ao lar.
Assim que Jonas encosta do carro, viro para Eduardo e me despeço.
- Boa noite e obrigada Eduardo.
- Boa noite Simone, amanhã nos falamos.
Desço do carro e entro no Lar, fazendo um esforço sobre humano
para não virar e dar uma última olhada naquele homem que está mexendo
com minha cabeça.
Assim que entro sigo para o escritório da irmã Pilar. Bato na porta e
entro assim que ela autoriza.
- Como foi hoje minha filha?
Pergunta sorridente.
- Muito bom, ele transferiu um valor considerável para a conta do
Lar, já podemos comprar mantimentos e itens básicos que precisamos,
também organizamos as contas poupança dos órfãos que já possuíam e foi
depositado a quantia necessária para que cada um deles ao completarem
dezoito anos possa custear seus estudos e ter uma vida digna. Sete órfãos
não possuíam conta, pois eles chegaram quando o lar já estava com
dificuldade financeira, para eles nós abrimos a conta e também já foi
depositado o valor correspondente a cada um.
- Que maravilha Simone. O que irá fazer amanhã?
- A partir de agora irei trabalhar daqui do orfanato, Eduardo me deu
um celular para me comunicar com ele sempre que necessário. Então estou
as suas ordens irmã Pilar para as próximas ações.
- Muito bem filha, amanhã decidiremos, por hoje chega de trabalho,
está cansada e precisa se alimentar.
- Obrigada irmã, vou tomar um banho primeiro e em seguida jantarei.
- Boa noite filha!
- Boa noite!
Estou deitada em minha cama, após um banho relaxante e me
alimentar e o dia de hoje passa como um filme em minha cabeça.
A forma como tudo tem acontecido tão rápido, de uma hora para
outra nossas vidas mudando e para a melhor. Os órfãos amparados, o Lar
assistido, as irmãs felizes e eu com minha vida estabilizada.
Eduardo abriu uma conta corrente para mim, quase tive um infarto
quando ele transferiu uma quantia exorbitante para ela, tentei contestar, mas
ele não aceitou. Disse que estava recebendo o mesmo que cada órfão e o
dinheiro a mais era relativo aos três anos de trabalho que fiz para o
orfanato.
Hoje estou independente financeiramente, trabalhando, com dinheiro
suficiente para arcar com minha faculdade e posso até alugar meu próprio
espaço, amanhã procurarei uma universidade para ver minhas
possibilidades de curso, minha vida estava entrando nos eixos.
A única coisa que está me tirando o sono é Eduardo e a forma que me
sinto em relação a ele. Sempre fui uma menina comportada e certinha, na
escola me esforcei e era aluna destaque da turma. Meu mundo era estudar e
o orfanato, já havia beijado alguns rapazes, mas nunca gostei de nenhum
para algo mais sério. Apesar de sempre chamar atenção do sexo oposto por
minha beleza, o meu jeito tímido afastava muitos pretendentes e nunca me
importei. Mas Eduardo mexe comigo de uma forma diferente, ele é bonito
demais, amável demais e gostoso demais para minha sanidade. Sei que ele é
inalcançável e tenho que lutar com todas minhas forças para não me
apaixonar. Eduardo é o impossível. Suspiro fundo e fecho os olhos tentando
dormir, mas por mais que lute a imagem daquele homem lindo e sorridente
não sai da minha mente e me entrego ao sono sentindo o seu cheiro que está
impregnado em meus sentidos.
CAPÍTULO CINCO
Simone Gutierrez

A semana passou rapidamente, o sábado chega e eu estou exausta.


Mesmo cansada estou eufórica com tudo o que está acontecendo em minha
vida. Eu e a irmã Pilar estamos trabalhando na administração do orfanato e
tudo está entrando no eixo. Já fazem quinze dias que tudo mudou para nós,
os irmãos Ruiz fizeram uma reviravolta em nossas vidas.
O Lar mudou para uma pensão que alugamos próximo ao orfanato. A
dona da pensão estava pensando em fechá-la em virtude da situação
financeira complicada por qual passava. Dona Isabel sempre que podia
ajudava o Lar, e agora nós estamos lhe ajudando.
Alugamos a pensão conservamos e o emprego de sete pessoas que lá
trabalhavam. Dona Isabel ajudava a irmã na organização e funcionamento,
os órfãos aparentemente se adaptaram bem a nova moradia, não sabíamos
quanto tempo demoraria a reforma e ampliação do orfanato, pois os irmãos
compraram um terreno enorme ao lado do Lar para que fosse construído
uma área de lazer. Faziam quatro dias que a mudança ocorreu e eu era a
responsável por toda logística, nunca mais tinha visto Eduardo, só nos
falávamos por telefone e toda vez que ouvia a voz do homem meu coração
acelerava e minhas pernas tremiam. Por mais vontade que sentia de vê-lo
novamente, sempre segurava a onda disfarçando bem minhas emoções.
Eu consegui alugar um apartamento em um bairro não muito distante
do Lar e próximo a universidade que iria estudar. Infelizmente só poderia
estudar dentro de dois meses e meio, quando iniciaria o curso de psicologia.
No início fiquei triste, mas a irmã Pilar me aconselhou que seria o melhor
para mim, as coisas estavam acontecendo aceleradas demais e o mais
importante era eu me estabelecer primeiro, já que tinha falado com ela a
respeito de minha vontade de morar sozinha, e depois começar a estudar já
mais tranquila.
Assim fiz, me dividi entre o trabalho do lar e minha vida particular e
hoje estou morrendo de ansiedade pois iria definitivamente morar sozinha.
Laura está bastante chateada por eu a estar deixando, isso tem maltratado
meu coração, mas no momento não posso levá-la comigo, precisava me
estabelecer primeiro. Conversei com a irmã Pilar e ela deu entrada na
documentação necessária para que eu seja tutora legal de Laura que no
próximo mês completará dezessete anos, e se tudo der certo virá morar
comigo. É uma responsabilidade enorme, porém eu a amava como uma
irmã, ela é a família que nunca tive e estou disposta a lutar para que
fiquemos juntas.
- Ei! Que carinha de tristeza é essa? Até parece que estarei morando
em outro país, e não em um bairro na mesma cidade.
Falo brincado com Laura assim que entro na recepção da pensão que
se tornou uma enorme sala.
- Queria ir com você.
Laura diz com voz embargada o que despedaça o meu coração.
- Você irá querida, a irmã Pilar está organizando a documentação
necessária e assim que estiver pronta virá comigo, tenha um pouquinho
mais de paciência, ademais nos veremos todos os dias, não precisa ficar
assim.
- Não vou suportar ficar sem você Simone, eu não quero.
- Tudo vai dar certo, você tem que ser forte, por nós.
Ela assente e me abraça apertado.
Busquei minhas malas e me despedi de todos do orfanato. Choramos,
apesar que conviverei diariamente com todos, morar em outro lugar que não
seja o Lar é uma ruptura em minha vida, estou deixando o lugar que
compartilhei uma vida com pessoas queridas e alçarei meu voo solo, e se
tudo der certo levarei minha irmãzinha do coração comigo.
O carro do aplicativo que chamei já estava me esperando e Laura foi
comigo me ajudar a organizar meu apartamento.
- Que bom que a irmã Pilar me liberou para eu te ajudar na mudança.
Laura fala empolgada, já refeita da crise anterior.
- A irmã realmente é um amor de pessoa, nunca poderei agradecer
todo carinho e apoio que recebi durante minha vida no orfanato.
- Verdade irmã, mas eu prefiro você, eu te amo.
Meus olhos lacrimejam com todo carinho que recebo da minha
menina, pego sua mão e digo.
- Também te amo irmãzinha, e te prometo que logo estaremos juntas
definitivamente.
- Eu sei, confio em você.
Sorrio, e passamos o caminho conversando animadamente sobre
minha nova vida.
O carro para em frente ao prédio de dez andares onde fica meu
apartamento, é um edifício de classe média, não há luxo, porém bastante
confortável. Fechei o contrato por dois anos e paguei adiantado, sou prática
e sei o valor de ter um lar seguro, não quero me preocupar com moradia
enquanto estiver estudando.
Entramos no prédio e ao chegarmos na portaria Ramon o porteiro nos
recepcionou de forma alegre e simpática. Ele era um homem com cerca de
cinquenta anos, barrigudo e muito legal. Me ajudou com as malas e ao
entrar em meu apartamento dei um suspiro, morar sozinha é o maior desafio
em toda a minha vida, e apesar de nervosa estou confiante que tudo dará
certo.
- Nossa! Tem muito para arrumarmos ainda.
- Sim, o dia será cheio e trabalhoso, então mãos a obra mocinha, não
está aqui para passear e sim para trabalhar.
- Borá lá.
E assim passamos o dia todo organizando meu novo lar. O
apartamento era pequeno e possuía dois quartos suítes, um banheiro social,
sala e cozinha conjugadas e uma varanda.
Já passava das vinte horas quando conseguimos deixar o apartamento
do jeito que queríamos. Na cozinha e nos quartos os móveis eram
planejados, precisei adquirir somente a geladeira e o fogão e os utensílios
domésticos, para os quartos, comprei camas e itens básicos como jogos de
cama, cortinas e toalhas, nele há também uma mesa de escritório para
amparar meu notebook e uma impressora para que possa trabalhar e
futuramente estudar. Os banheiros foram equipados com itens pessoais de
higiene e limpeza.
Na sala foi necessário ter um maior investimento com a mobília.
Comprei um jogo de sofá cama, bastante confortável que custou uma
fortuna, mas me apaixonei por ele assim que coloquei os olhos e me permiti
o luxo, uma estante para colocar meus livros e uma televisão enorme que
ficou instalada em um painel na parede. Junto com o sofá veio uma mesinha
de centro muito charmosa que dava um ar de aconchego ao lugar. Entre a
sala e a cozinha comprei uma mesa com oito cadeiras como uma espécie de
sala de jantar improvisada e na varanda o jogo de mesa com seis cadeiras
para área externa era muito confortável, meu lar tinha ficado maravilhoso e
sorri feliz ao ver o resultado final. Se faltar algo termino de organizar nos
próximos dias, mas praticamente ele estava completo.
Comprei tudo a vista, não quero começar com dívida minha nova
vida. A partir de agora é economizar o máximo para que não venha passar
dificuldades no futuro, virão os gastos com a faculdade e sei que são altos.
- Ficou lindoooo!!! Maravilhoso Simone!!! Não vejo a hora de me
mudar para cá.
- Será mais rápido que imagina, minha querida! Agora vamos pedir
uma pizza que e depois de todo o esforço que tivemos merecemos.
- Obá! Quero uma sabor marguerita.
- Está bem, vou pedir.
Enquanto esperávamos a pizza fomos tomar um banho para descansar
e tirar o suor do dia árduo de trabalho.
Seco o cabelo, passo um hidratante corporal de morango que adoro, e
visto um vestido simples e confortável. Quando chego a sala Laura já está
esparramada no sofá assistindo uma de suas séries favoritas na netflix, o
que no orfanato é proibido e ela burla a ordem assistindo pelo celular de
suas colegas, na escola na hora do recreio.
- Cansada? – Laura me questiona.
- Bastante, mas satisfeita.
Neste momento a campainha toca e levanto rápido para a atender
pensando ser o entregador de pizza.
Assim que abro a porta meu coração acelera ao dar de cara com
Eduardo parado do lado de fora com um enorme ramalhete de lírios
brancos, vi também que o ramalhete estava dentro de um belo vaso de
cristal.
- Oi. – Ele me cumprimenta com seu sorriso carismático. - Desculpe
vir sem avisar, mas quando soube de sua mudança quis te desejar sorte, fiz
mal?
Pergunta com uma cara de cachorro sem dono.
Sorrio completamente sem graça e surpresa com a visita inesperada.
Porém feliz demais com o carinho dele. Me forço a reagir e digo.
- Imagine, seja bem-vindo à minha humilde residência.
Dei espaço para ele entrar.
- Oi Laura! Tudo bem?
- Oi Eduardo! Estou bem e você?
- Estou ótimo! Uau! Ficou lindo e muito aconchegante seu
apartamento Simone, você tem muito bom gosto.
Eduardo fala entusiasmado. Neste momento entrega os lírios para
mim.
- Trouxe estes lírios para você, espero sinceramente que não seja
alérgica e que goste.
- Amo lírios, pode ficar tranquilo que não sou alérgica.
- Já trouxe com o vaso, pois está se mudando agora e fiquei receoso
que não tivesse vaso para abrigá-las.
- Acertou em cheio, realmente não comprei vasos, obrigada pela
atenção.
Coloco o vaso na mesinha de centro na sala olhando o ramalhete
deslumbrada, nunca tinha ganhado flores em toda minha vida e o gesto dele
me tocou imensamente, desfazendo o momento de deslumbre. A campainha
volta a tocar e corro para atender, desta vez era o entregador de pizza, ainda
bem que pedi duas, uma seria para o café da manhã, não contava com um
convidado extra para o jantar.
Levo as pizzas para a cozinha e preparo a mesa para comermos. Ouço
a voz empolgada de Laura mostrando orgulhosa todo o apartamento para
Eduardo.
- E logo, logo estarei morando com a Simone, a irmã Pilar já está
organizando os papéis para que ela seja minha tutora e assim que ficarem
prontos este também será o meu lar.
Ouço ela dizer a ele, Eduardo ouve tudo com atenção e com um
sorriso nos lábios. Senhor! Além do homem ser bilionário, lindo, gostoso
tinha que ser tão carismático e fofo, assim eu não sei se vou aguentar, o
homem me fascina e encanta, estou tão ferrada.
- Tenho certeza que logo tudo se resolverá Laura, e vocês duas estarão
juntas.
- Hora do jantar pessoal. – Digo e Laura espevitada como sempre
corre para mesa.
- Temos pizza para o jantar Eduardo, quer nos acompanhar?
- Sou um sem noção mesmo, cheguei na hora do jantar sem aviso
prévio.
Dá uma gargalhada.
- Pedi duas grandes, é o suficiente para nós três.
- Nossa! Vocês comem heim....duas pizzas enormes para duas
pessoas.
- Engraçadinho, uma seria para o café da manhã. – Laura diz sem
nenhum filtro na boca.
- Laura!
Chamo sua atenção, morrendo de vergonha.
- Tudo bem Simone, ela só está sendo sincera, porém como quero ter
a honra de jantar com as senhoritas no primeiro dia no novo lar, vou usurpar
parte da pizza do café da manhã e pedirei outra para substituir.
- Não precisa Eduardo! Amanhã é domingo e nos viramos com o café
da manhã.
- Faço questão, liga para pizzaria Laura e faça o pedido.
Laura faz o pedido e juntos sentamos para comer a pizza, ainda bem
que temos refrigerante na geladeira.
Foi um jantar maravilhoso, conversamos animadamente sobre minha
nova vida e da Laura, Eduardo falou também de como está indo com a
reforma do Lar e quando vimos quase tínhamos devorado as duas pizzas,
sobrou somente um pedaço.
Assim que nos acomodamos na sala novamente, a outra pizza chega e
Eduardo faz questão de pagar e fico sem graça, ele faz uma piada com o
assunto para me deixar mais a vontade e resolvo deixar para lá.
- O que vai fazer a semana que vem Simone?
Eduardo me questiona.
- Vou trabalhar na parte de RH dos novos funcionários da empresa,
por quê?
- Quando terminar a maior parte dos trabalhos burocráticos do Lar,
quero que trabalhe comigo na empresa, estamos fechando com uma
empreiteira a reforma do Lar e quando iniciar as obras preciso que fique em
contato direto comigo pois é uma obra de um valor considerável. Mas não
se preocupe, vamos deixar o início da obra para outra semana então.
- Tudo bem Eduardo.
- Então meninas bonitas! Esta é minha deixa, tudo lindo e
maravilhoso, pizza deliciosa, companhias agradáveis, mas deu minha hora.
Levanta e dá um beijo na testa de Laura e outro na minha, sinto o
quente delicioso de sua boca em minha pele e estremeço levemente.
Levanto e o acompanho até a porta.
Eduardo vira para mim e diz.
- Desejo toda sorte e sucesso do mundo para você princesa, é uma
mulher incrível e vencedora, te admiro muito, sucesso sempre.
Dá mais um beijo na minha testa, eu mal consigo pronunciar uma
muito obrigada de tão emocionada que estou com suas palavras e ele vai
embora deixando um vazio em meu peito.
Assim que fecho a porta Laura vem e me abraça com carinho.
- Está apaixonada irmãzinha. – Afirma.
- Sim, estou, ele é e sempre será meu amor platônico, ele é o meu
impossível.
- Eu sinto muito Simone, sinto tanto.
- Tudo bem Laura, eu vou ficar bem, preciso descansar agora, boa
noite!
Fala e vou para meu quarto dormir, a primeira noite em meu novo lar,
sufoco o que sinto por Eduardo em meu peito e agradeço por este recomeço
em minha vida. Sou uma lutadora, sempre fui e sempre serei, se não posso
amar Eduardo como homem, amarei como amiga, e do meu jeito serei feliz.
Suspiro fundo e deixo o sono me dominar.
CAPÍTULO SEIS
Eduardo Hernandez Ruiz
Chego do apartamento de Simone e vou direto para o chuveiro, tomo
um banho e me jogo na cama. O lar da minha princesa ficou maravilhoso,
simples e aconchegante, a cara dela.
Sabia que se mudaria hoje e num impulso quis visitá-la, fazia dias que
não a via, necessitei manter distância, ela mexia muito com meus
sentimentos e sei que ela me é proibida. Deixei a saudade me dominar e
quando vi estava tocando a campainha de seu apartamento com um vaso
cheio de lírios brancos que simbolizam a pureza e inocência dela.
Ela me recebeu com surpresa e ficou toda envergonhada, muito fofa,
me convidou para jantar pizza e fazia muito tempo que não passava uma
noite tão agradável como hoje. Fico feliz que ela e Laura poderão ficar
juntas em breve. É um alívio que ela não ficará muito tempo sozinha
naquele apartamento, não tenho o direito de desejar algo assim, mas meu
egoísmo é maior que o dever e não consigo evitar.
Gosto tudo nela, seu olhos, cabelo, rosto e corpo, ela é toda linda e
delicada, parece um anjo que está na terra para me tentar.
Sinto uma atração muito forte por ela, fico duro só de imaginar
tomando aquela boquinha linda para mim, sugando seus peitinhos que
devem ser pequenos mas durinhos e rosados, só de pensar em seus mamilos
entumecidos e eu os beliscando quase gozo. Lentamente pego meu pau e
começo a me masturbar pensado em como seria tomar a bocetinha melada e
provavelmente virgem dela. Penso em minha língua sugando seu sexo e no
cheiro e gosto doce que deve ter. Só de imaginar dois dedos meus entrado
nela a masturbando e em seus gemidos, enlouqueço e junto com meus
pensamentos sujos e devassos imagino enterrando meu pau todo dentro dela
e fodendo com força seu canal apertado e quente acelero e gozo
esplendorosamente em minha mão deixando meu sêmen esparramado em
minha barriga.
Levanto preguiçosamente e vou ao banheiro me limpar, em seguida
deito novamente e penso em quanto estou fodido por desejar Simone, ela é
e sempre será como uma amiga para mim, eu estou terminantemente
proibido de desejá-la e querê-la, jamais macularia minha princesa com
minha devassidão. Aliviado com o gozo libertador que tive, pensando nela,
exausto caio num sono profundo.
Acordo na manhã seguinte passando das dez horas, tomo um banho,
preparo meu desjejum, pois hoje é dia de folga da empregada doméstica que
trabalha para mim, não gosto muito de muitos funcionários e só tenho a
dona Mercedes que vem todos os dias das seis as treze horas, faz meu café
da manhã, organiza minhas roupas e dá uma ajeitada no apartamento. A
cada quinze dias pago uma empresa que vem fazer uma faxina completa,
nestes dias Mercedes e um dos meus seguranças ficam no apartamento para
vigiar.
Todos os cinco irmãos têm um grupo composto de cinco seguranças
que revezam entre si, eles nos acompanham dia e noite, Alejandro é
paranoico no cuidado com nossa vida e segurança, ele sempre diz que já
perdemos demais e todo o cuidado é pouco devido a fortuna que possuímos.
Assim que termino meu desjejum vou para minha academia particular
e passo quase duas horas me exercitando. Sou um homem vaidoso e gosto
dos meus músculos e tanquinho sarado, sem contar que a atividade física
ajuda a manter minha saúde que como dizem os mais próximos, é de ferro.
Saio da academia, tomo um banho, coloco uma calça jeans, camiseta
e calço um tênis e vou para o apartamento da minha irmã Salma, todos os
domingos reunimos os irmãos para almoçarmos juntos e passarmos a tarde
em companhia uns dos outros. Era o dia da família, Alejandro não abria
mão, era uma forma de nos manter unidos, pois como ele dizia o dia a dia
na empresa era corrido.
Toco a campainha e logo Alexandre vem atender a porta.
- Bom dia irmão, tudo bem?
- Tudo bem Eduardo e você?
- Beleza, e o Alejandro já chegou?
- Sim está na cozinha conversando com Salma.
- Vou lá dar um oi para eles depois venho aqui te aniquilar neste jogo.
Falo em tom sarcástico para Alexandre, que sorri de lado, todos os
domingos passamos horas jogando jogos eletrônicos, mas não tínhamos
chance contra o gênio da família, ele sempre ganhava de mim, Salma e do
Alejandro.
- Olá irmãos!
Chego animado como sempre e encontro Salma e Alejandro sentados
na em volta da ilha da cozinha ajudando Guadalupe com o almoço. Lupe
era uma senhora alegre e espontânea que cuidava do apartamento da minha
irmã e hoje era o dia dela fazer nosso almoço de domingo. Cada um de nós
tinha alguém que ajudava nas tarefas da casa meio período, e elas sabiam
quando contratadas que teriam que trabalhar um domingo ao mês devido
nossos almoços, assim elas folgavam no sábado e sempre pagávamos extra
por este trabalho, e todas ficavam felizes.
- Olá! Animado como sempre irmão, como foi sua noite de sábado?
Salma que pergunta.
- Tranquila, voltei cedo e dormi como um bebê, semana puxada no
trabalho estava precisando descansar. E vocês algum programa diferente
ontem?
- Fui jantar com minhas amigas de sempre, como todos os sábados as
quatro mosqueteiras se reúnem para pôr em dia as fofocas.
Salma é quem diz, minha irmã tem uma vida social pouco badalada,
sempre foi muito responsável, ela praticamente cuidou de Selena, ainda era
uma criança, desde que meu pai morreu, cuidou por dois anos de mamãe
também que entrou em uma depressão profunda pela perda do meu pai, ela
não superou o luto e acabou se suicidando, por mais que nós ajudamos, ela
como filha mulher que mais acompanhou minha mãe e acabou de criar
Selena, uma responsabilidade muito grande para uma adolescente de
quatorze anos. Quando cursava a faculdade fez três amigas que não se
desgrudaram até os dias de hoje e se intitularam de as quatro mosqueteiras.
- Hum bom programa, tenho certeza que falaram somente sobre
homens e quem pegou quem, não é mesmo? – Digo zombeteiro.
- Eduardo! Quer parar de falar bobagens, somos meninas sérias e
comportadas. – Ela diz corando.
- Sei, meninas sérias que beijam e transam muito não é maninha?
- Só sai merda desta tua boca pervertida Eduardo, você não tem jeito
mesmo. – Ela ri.
- E você todo poderoso CEO, o que aprontou ontem? – Espezinho
Alejandro.
- Boate, bebida, mulher e uma boa foda. – Ele diz sério.
- Ui! Quem foi a vítima da vez? – Continuo o interrogatório.
- Uma morena gostosa que como eu curte sexo casual.
- Certo, mas se deu para aliviar o estresse tá valendo. Lembrando que
já passou da hora de se tornar um homem honrado e se casar, não sei meus
irmãos, mas eu quero um sobrinho. – Adoro encher o saco dele, que fica
possesso quando digo que ele é o mais velho e precisa se casar.
- Vai se foder Eduardo, se quer tanto uma criança devia você se casar
e ter filhos, não tenho a mínima pretensão em atender seu desejo. – Diz
irritado e eu gargalho, Salma também ri, mas tenta disfarçar o seu
divertimento.
- Que foi Salma, você está com vinte e sete anos, já pode casar e
providenciar um sobrinho para nós também. – Incomodo minha irmã.
- Cuida da sua vida Eduardo, quando eu encontrar alguém que
realmente me mereça eu me casarei e com certeza terei um bebê, acho bom
você se preocupar consigo mesmo que já tem vinte e nove anos e vive uma
vida devassa, é um mulherengo de mão cheia, então se quer tanto um
casamento na família e criança, sossegue e vai à luta. – Ela chama minha
atenção como sempre.
- Tá bom, tá bom, vou evitar ao assunto. – Falo rindo muito da zanga
deles. – Posso tentar com o Alexandre. – Digo apontando para a sala.
- Nãooooooo! - Respondem em uníssono, Alexandre era o mais
afastado e isolado socialmente, era perigoso eu até apanhar se falar algo
assim para ele, juro que acredito que Alejandro me daria um soco se
incomodasse o protegido da família, Alexandre era o nosso garotão.
Gargalho com a resposta dos meus irmãos e juntos fomos para sala
onde nosso gênio querido estava.
- Como foi seu sábado Alexandre? – Pergunto, Alejandro e Salma me
olham de cara torta.
- Foi bom, eu e Antonio comemos pizza, bebemos cerveja e
assistimos um filme bacana. – Ele diz sério.
- Que bom! Pelo menos não trabalhou, já é alguma coisa, quando
quiser ir a uma boate, restaurante ou até mesmo em um bar para fugir da
rotina sabe que é só convidar. – Falo sério, queria muito que meu irmão
saísse da rotina e se divertisse um pouco, ela já está com trinta e um anos e
acho que ele ainda é virgem, nunca vi ele com alguém, sua vida se resume
ao trabalho, aos irmãos e Antonio.
- Sei sim Eduardo, valeu! – Ele diz e encerra o assunto.
- O almoço está na mesa. – Guadalupe chama.
Sentamos os quatro para almoçar e olhamos a cadeira vazia onde
nossa caçulinha deveria estar.
- Onde será que ela está neste momento? – Pergunto saudoso e vejo os
olhos de Salma lacrimejarem.
- Almoçando com uns amigos em um restaurante em Paris feliz da
vida. – Alejandro é quem responde.
Quando Selena terminou sua faculdade e quis conhecer o mundo
ficamos apreensivos de Alejandro não concordar, ele nos surpreendeu e
deixou nossa andorinha voar, mas temos certeza que tem um exército ao
redor dela para sua segurança, ele nunca disse nada, mas o cara sabe onde
ela está e com quem está a qualquer hora do dia ou da noite. Ele é discreto,
se ela percebe que é vigiada, finge que não sabe, só sabemos que nossa
garotinha cresceu e ganhou o mundo e estamos felizes por ela. Selena
diferente de Salma é uma alma aventureira e autônoma, gosta de festas,
baladas e se divertir, somos bem parecidos quando o assunto é curtir a vida.
- Que bom que ela está feliz, falei com ela ontem, semana que vem
ela irá conhecer Portugal, está toda empolgada. - Fala Alexandre, ele e
Selena são bem próximos, sabe aqueles irmãos unha e carne? Bem, eles são
assim, talvez por ela ser a mais nova e também superprotegida ele se
identifica com ela.
- Também falei com ela ontem, me mandou fotos e realmente estava
muito animada em conhecer Portugal. – Salma diz.
- Certo, mais tarde ligarei para ela, parece que sou o único que não
falou com ela esta semana.
- Falei com ela na sexta Eduardo, então sim, só você que não ligou
para Selena e por favor não vá se esquecer senão ela pode ficar magoada. –
Alejandro não perde a oportunidade de dar ordens.
- Certo chefe, ligarei sem falta para nossa caçulinha, palavra de
escoteiro.
Todos riem e reviram os olhos sabendo que nunca fui escoteiro, mas
confiam em minha palavra e sabem que ligarei para nossa pequena até o fim
do dia.
O Almoço continua em clima descontraído onde eu fico puxando
conversas paralelas com assuntos leves, pois se deixar para os meus irmãos
certeza que o que vai rolar é trabalho.
Terminamos o assunto e fomos para a beira da piscina, sentamos nas
espreguiçadeiras e como ela é coberta não temos que nos preocupar com o
sol quente do meio da tarde.
Alejandro tira um cochilo, acho que a morena da noite anterior sugou
toda sua energia. Sorrio comigo mesmo, eu tenho a fama de galinha da
família, mas meu irmão mais velho não fica atrás, acho que ele pega mais
mulher que eu, só que é mais discreto e pelo que pude notar ele nunca fica
com a mesma mulher mais que uma vez, acho que tem preguiça de ter que
terminar o relacionamento caso durar mais que uma transa. Eu já sou mais
descarado, se uma mulher me agrada muito eu curto ela até perder o
interesse, sempre deixo claro que é somente sexo, mas aproveito meus
encontros até o interesse barra tesão acabar. Já tive algumas dores de
cabeça, tem mulher que não entende um não e fica que nem chiclete, mas
nada sério que impeça com que eu fique o tempo que desejo com minhas
parceiras. O máximo que fiquei com uma mulher foi uma colega de
faculdade, quatro meses, cheguei a pedi-la em namoro, mas não deu certo
acabou o desejo por parte dos dois e nos tornamos bons amigos.
Salma pede licença e vai para seu quarto tirar um cochilo também. Eu
e Alexandre resolvemos tomar banho de piscina, meu irmão era um ótimo
nadador e fazia exercícios diariamente, o cara tinha um corpão sarado e as
mulheres caiam em cima dele, mas não conseguiam nada, saiam todas
frustrada, nossos genes eram privilegiados somos uma família de gente
bonita, e Alexandre era muito bonito.
Assim que saímos da piscina depois de muita atividade física,
Alexandre me questiona.
- Como vão as coisas no orfanato?
- Aceleradas, todos os órfãos estão amparados, cada um com sua
conta recheada para quando completarem maioridade e forem viver suas
vidas, os que forem adotados também tem suas contas que poderão
movimentar após completarem dezoito anos. Aumentamos o número de
funcionários, passamos o orfanato temporariamente para uma pensão e
estamos fechando com uma ótima empreiteira para que a reforma e
ampliação do Lar aconteça o mais rápido possível. Compramos um terreno
ao lado onde será construída uma área de lazer com piscina, quadra
poliesportiva e campo de futebol. Abrimos uma conta bancária para as
freiras também, elas não queriam aceitar, mas consegui convencê-las que
tendo o próprio dinheiro podem ajudar mais pessoas.
- Ótimo! Tem depositado a ajuda mensal na conta do orfanato? Sabe
que os órfãos têm que ser bem assistidos.
- Com certeza, não falta nada para eles, a doação mensal para o Lar é
o suficiente para manter casa, comida, remédio, educação, vestimentas e
tudo que eles necessitam para ter uma vida classe média alta, deposito um
pouco a mais que o necessário para criar uma poupança caso surgir algum
imprevisto, todos ele tem seguro médico. Fique tranquilo o orfanato está em
boas mãos.
Me gabo.
- E a órfã que trabalhava no orfanato, assistiu ela também?
Fico tenso quando ele toca no assunto Simone, mas disfarço e
continuo meu relatório.
- Sim irmão, todos os benefícios que os outros órfãos tiveram ela
também teve, adicionei o salário desses anos todos que ela trabalhou
voluntariamente depois dos dezoito anos com juros e correção. Ela alugou e
mobiliou um apartamento perto do Lar pois está trabalhando junto com a
irmã Pilar na administração do orfanato e dentro de dois meses e meio
começa a faculdade de psicologia.
Alexandre me olha analiticamente e solta a bomba.
- Está apaixonado por ela Eduardo?
Não foi uma pergunta, mas sim uma constatação. Fico tenso mas não
fujo do assunto.
- Engano seu Alexandre, gosto muito dela, é uma mulher linda,
delicada e amorosa, tenho muita admiração por ela, mas não estou
apaixonado.
- Se você diz, cuidado para não a magoar irmão, pelo que soube por
Antonio ela já sofreu muito na vida.
- Qual a parte que vocês não entendem que jamais faria algo para
magoá-la, posso ser uma galinha e gostar muito de bocetas, mas jamais
magoaria um anjo com a Simone. – Falo irritado.
- Ei! Me desculpe, não quis ofender, acredito em você irmão.
Ele fala arrependido me dando uns tapinhas na costa. Encerro o
assunto e questiono.
- Quando vai fazer uma visita ao orfanato?
Ele bufa e responde.
- Sabe que esta não é minha praia irmão.
- Sei, mas sei também que todos naquele lugar querem te conhecer, a
irmã Pilar principalmente. Todos sabem que foi você o irmão que ordenou a
ajuda para o Lar, é necessário que os visite para que conheçam o benfeitor
mor, aproveita e leva uns smartphones que você criou para eles. Com
certeza ficarão encantados em conhecer o gênio que é irmão.
Alexandre fica pensativo por um tempo depois solta um de seus raros
sorrisos e diz.
- Certo, quando você for fazer uma visita a eles me convide que irei.
Sorrio surpreso com a decisão do meu irmão.
- Beleza, vou marcar um dia dessa semana e vamos tirar uma tarde
para visitá-los.
- Certo, agora vamos lá que quero te dar uma surra no jogo. ´
Alexandre brinca.
- Vai sonhando que vai ganhar de mim seu nerd convencido.
Ele sorri e sento no sofá para jogar sabendo que irei perder.
Mais tarde Alejandro e Salma se juntaram a mim no time dos
perdedores e quando perdeu a graça paramos com o jogo, ficamos
conversando e lá pelas dezoito horas nos despedimos.
Chego ao meu apartamento com um sorriso nos lábios, passar o
domingo com meus irmãos é realmente maravilhoso.
Ligo para a caçula que está empolgadíssima com a viagem, fico quase
uma hora com ela ao telefone que me coloca a par de suas andanças pelo
mundo. Falo dos meus irmãos, da empresa e quando esgota o assunto nos
despedimos.
Não sinto vontade de sair de casa, raramente passo um final de
semana sem ir a uma boate ou em algum bar, mas não tenho ânimo algum
para fazer nada hoje. Zombo de mim mesmo, quem diria que o senhor
Eduardo ficaria um final de semana sem pegar uma mulher, pois é, as coisas
estão mudando dentro de mim, não tenho vontade de transar com ninguém,
ops! com ninguém virgula, existe um anjo loiro que daria tudo para estar
dentro dela neste momento, mas ela me é proibida.
Ela é proibida.
Ela é proibida.
Ela é proibida.
Repito como um mantra em minha cabeça, minha consciência sabe
que ela é proibida, mas meu coração e meu pau parece que não entendem.
Vou para o banheiro e bato mais uma pensando no anjo proibido que
caiu na terra para me infernizar.
Pareço um adolescente de dezesseis anos me masturbando. Estou
muito ferrado.
Vou para cama frustrado e sei que a noite será longa.
CAPÍTULO SETE
Simone Gutierrez

Nossa! Já é sexta-feira, a semana passa rapidamente. Trabalhei


freneticamente para deixar em dia a organização da documentação dos
funcionários do Lar, estou mais tranquila pois sei que a partir da semana
que vem irei trabalhar diretamente com Eduardo na empresa. Conversei
com ele esta semana por mensagens e ele me disse que tinha organizado
uma sala para mim, eu seria uma espécie de assistente administrativa para
ele, porém todo trabalho que executaria seria relacionado ao orfanato.
Estou uma pilha, sei que toda minha ansiedade é por causa da visita
que ele fará ao Lar hoje ás dezoito horas, quando a irmã Pilar me disse que
ele marcou de nos visitar fiquei eufórica. Já faziam seis dias desde que o vi
pela última vez e estava morrendo de saudade. Sai mais cedo do Lar e estou
preste a ter um colapso nervoso, já experimentei todas as roupas que
possuía e parece que nenhuma me deixa bem o suficiente. Por fim optei por
um vestido simples preto que se ajustava perfeitamente em meu corpo, era
comportado, mas valorizava minhas curvas, com cumprimento acima do
joelho. Calcei uma sandália de salto e caprichei usando um brinco argola e
um colar fino, eram bijouterias, mas que valorizavam meu look, usei uma
maquiagem leve e me perfumei. Estou neste momento admirando minha
imagem no espelho satisfeita com o resultado.
Deixo meu apartamento faltando pouco para às dezoito horas e sigo
rápido para a pensão, como o percurso é curto em menos de quinze minutos
chego ao meu destino.
- Nossa como está bela menina! – A irmã Dulce me elogia me
deixando sem graça, fico me perguntando se ela notou meu interesse por
Eduardo, sei que pareço uma menininha encantada por um príncipe, não
consigo enganar como ele me agrada.
- Obrigada irmã, a senhora também está muito bonita. – Devolvo o
elogio educadamente.
- Sempre educada querida, tenho espelho, mas agradeço pelo carinho.
– A irmã Dulce fala brincalhona, ela não deixa passar nada, sempre
carismática e sorridente.
- Onde está Laura? – Questiono ao perceber que ela não está entre os
órfãos que estão todos na sala.
- Ainda não desceu, acredito que esteja se trocando.
- Vou subir para apressá-la, senão chegará atrasada para receber
nossos visitantes.
- Faça isso filha, realmente Laura tem o defeito de chegar atrasada.
Sorrio para a irmã e subo para o quarto de Laura. Bato na porta do
quarto que ela divide com mais três colegas e ao ser convidada para entrar
me deparo com minha irmãzinha que já está pronta para descer.
- Uau! Que gata! Tudo isso é para o Eduardo mana?
Laura não perde a deixa para me espezinhar.
- Deixa de ser boba, não tem nada de mais em minha aparência,
exagero seu.
- Sei, nada de mais não é? Pôs seu melhor vestido e se maquiou
somente para uma visita ao orfanato que você passa metade do seu dia?
Nem você acredita nisso Simone. Não se preocupe não falarei para ninguém
que tudo isso é para o Eduardo.
- Para com isso Laura, se escutarem você o que irão pensar de mim?
- Será que pensarão que está apaixonada por Eduardo?
Laura pergunta maliciosamente.
- Claro que não, esta história de apaixonada por Eduardo é coisa
somente da sua cabeça.
Ela gargalha e diz.
- Hummm.... vamos descer para receber o príncipe encantado e deixar
de lado sua negação.
Descemos para sala e no caminho Laura questiona zombeteira.
- Será que o irmão é tão bonito como ele? Quem sabe não tem outro
príncipe encantado na família?
Dou um tapinha de leve em seu ombro e a reprimendo.
- Deixa de pensar bobagem menina e se preocupe apenas em estudar.
- Tudo bem mamãe.
Ela responde brincalhona.
Quando chegamos a sala engulo em seco ou ver Eduardo lindo em seu
terno de trabalho e ao seu lado um homem tão bonito quanto ele, deduzo
que seja Alexandre, seu irmão, pois são muito parecidos.
- Boa noite!
Eu e Laura cumprimentamos, meu coração bate tão forte que fico
com medo de todos estarem escutando suas batidas. Por mais que minha
cabeça me condena e alerta que Eduardo é o meu impossível, meu tolo
coração e meu corpo simplesmente a ignora, sinto algo inexplicável e louco
por aquele homem lindo e maravilhoso em minha frente. Poderia dizer que
é somente por sua beleza, Senhor! O homem é sexy e belo como poucos
que meus olhos já puderam ver, mas se fosse somente pela beleza deveria
estar sentindo o mesmo por seus irmãos que são tão belos quanto o dono do
meu encantamento.
Ele responde ao nosso boa noite e seus olhos encaram os meus e
descem vagarosamente por todo o meu corpo e quando eles retornam ao
meu rosto vejo eles escuros refletindo um desejo selvagem. Paraliso, fico
completamente paralisada com seu olhar de fome, sim ele me olha como se
fosse me engolir, por mais que não quero me iludir sei que neste momento
sou objeto de desejo de Eduardo, sinto meu corpo tremer e uma dor quente
instalada em meu sexo. Nunca em toda minha vida me senti tão afetada pela
presença de um homem, estou completamente rendida por seu olhar
esfomeado e estonteante.
- Boa noite!
Eduardo e seu irmão respondem.
- Alexandre estas são Simone e Laura, já falei delas para você.
Ops! Como assim já falou de nós me pergunto mentalmente, como
gostaria de saber o que ele disse para o irmão sobre mim. Alexandre
estende a mão para e cumprimenta com um sorriso tímido.
- Prazer Simone!
- O Prazer é meu Alexandre.
Depois de cumprimentar Laura, Alexandre se dirige para a irmã Pilar
dizendo que trouxe presentes para todos entregando uma caixa para ela.
Quando a irmã Pilar abre a caixa e mostra o conteúdo a euforia foi geral.
Alexandre tinha trazido esmartphones de última geração para todos.
A irmão distribui os presentes e quando os órfãos souberam que eles
tinham sido desenvolvidos por Alexandre não o deixaram mais em paz,
queriam saber tudo sobre ele e sua genialidade.
Às dezenove horas passamos para o refeitório e jantamos todos
juntos. Quem via os dois bilionários no meio de nós jamais poderia
imaginar que eram pessoas tão importantes. Realmente eles são especiais,
não deixaram o dinheiro e o poder dominarem suas vidas. Humildade e
amor ao próximo eram o que definiam os irmãos Ruiz e para o orfanato eles
eram anjos enviados do céu para salvar nossas vidas.
Assim que terminamos o jantar voltamos para sala e após mais alguns
momentos de conversa os irmãos se despedem de todos, porém antes de sair
Eduardo me pergunta.
- Você veio para o orfanato de quê Simone?
- Vim a pé, não é tão longe.
- Não quer que a deixemos em seu apartamento?
- Não precisa se incomodar eu me viro.
- Não é incômodo algum, é perigoso andar sozinha nesta hora da
noite.
- Eduardo está certo Simone, é melhor ir com ele minha filha, mulher
sozinha andar por aí a noite realmente é muito perigoso.
Assinto em concordância pois sei que realmente é perigoso, mas feliz
em poder ficar um pouco mais na companhia dele.
Me despeço de todos e sigo os irmãos até o carro.
Alexandre entra na frente com o motorista e eu e Eduardo entramos
na parte de trás do carro.
A proximidade dele me deixa abalada, volta e meia dou uma olhada
de canto para ele, a vontade de abraçá-lo e tocá-lo é sufocante, algo visceral
me deixando completamente desnorteada com os sentimentos avassaladores
que ele vem me despertando.
Assim que chegamos ao prédio ele sai do carro e me acompanha até a
entrada do edifício.
- Obrigada pela carona Eduardo, não queria incomodar.
Falo com o rosto em chamas.
- Não quero que ande sozinha por aí Simone, é perigoso,
principalmente para uma mulher linda e inocente como você.
Incrédula com suas palavras olho para ele e não consigo dizer nada,
inocente até imaginava que ele me via dessa forma, mas linda é novidade e
faz um bem enorme para o meu ego.
- Está exagerando, este bairro é pacato e não tem perigo algum, nunca
soube de nenhum assalto ou outro tipo de crime por estas bandas.
Ele me olha seriamente e vejo raiva em seu olhar, não entendo o
motivo dele estar tão bravo.
- Não quero que você ande sozinha novamente, nem neste bairro, nem
em lugar algum, como disse você é muito inocente e vejo que ingênua
também, confia demais no ser humano o que pode ser muito perigoso,
quero que prometa que vai fazer o que mandei.
- Como posso prometer, tenho que trabalhar não posso me dar ao luxo
de não sair sozinha.
- A partir de amanhã deixarei um carro com motorista a sua
disposição, só quero que prometa que onde você for irá acompanhada.
- Não posso permitir algo assim, como deixará um carro e um
motorista a minha disposição? Isto é loucura, agora sou uma mulher
independente tenho que me virar sozinha.
- Não! – Fala Eduardo alterado e com o tom de voz um pouco mais
alto, noto que chamou a atenção até mesmo de seu irmão que baixa o vidro
do carro para ver se estava acontecendo alguma coisa.
- Não? – Pergunto sem realmente saber como agir diante de sua
atitude inesperado.
- Não, a partir de amanhã terá alguém que irá lhe acompanhar para
onde desejar ir, não é um pedido é uma ordem Simone.
- Você não pode me obrigar Eduardo, como pode ordenar tal coisa?
- Posso e vou, sou teu chefe e espero que enquanto estiver
trabalhando comigo siga minhas ordens.
Ele diz enfático não dando margem para discussão. Olho para ele com
mágoa, mas a raiva neste momento supera todos os sentimentos
contraditórios que invade meu íntimo.
- Certo! O senhor é quem manda, agora posso me recolher ou precisa
de mais alguma coisa chefe?
Pergunto com ironia e ele me fuzila com o olhar.
- Estou fazendo isto para seu bem Simone, você é muito teimosa e
está com raiva por nada, estou somente zelando pelo seu bem-estar.
Não respondo e depois de alguns estantes ao perceber que não direi
nada abaixa a cabeça e deixa um beijo quente em minhas bochechas,
estremeço com o contato e meu corpo está em brasas.
- Boa noite querida, vá descansar.
Resmungo um boa noite e entro no prédio.
Chego ao apartamento com as pernas bambas e toda trêmula, toco
meu rosto onde ele encostou seus lábios e respiro fundo. Meu coração
parece que vai sair pela boca e a vontade incontrolável que sinto em senti-
los em minha boca me deixa molhada e sem saber como reagir a tudo o que
estou sentindo. Me sinto magoada por ele ter imposto alguém para me
acompanhar, com raiva dele estar usando a posição de chefe para que eu
aceite sua imposição, me sinto sem chão pela vontade incontestável em ser
dele e principalmente pelo desejo descomunal que sinto por aquele homem
e não posso controlar.
Estou perdida, completamente perdida por estar apaixonada por
Eduardo, um homem lindo, bilionário e impossível para mim.
Chego ao meu quarto, me dispo e sigo para o banheiro. Assim que
ligo o chuveiro deixo a água morna cair em meu corpo e me entrego ao meu
desespero. As lágrimas caem em abundância se misturando a água que lava
o meu corpo. Fico ali mais de meia hora, quando os soluços diminuem saio
do banheiro, me seco e coloco um conjuntinho de dormir todo florido. Me
jogo na cama e busco o sono que demora a chegar, quando sinto o sono me
tomar a última imagem que povoa minha mente é do meu lindo e charmoso
chefe.
CAPÍTULO OITO
Eduardo Hernandez Ruiz
A viagem de volta do Lar Abençoado transcorreu em total silêncio.
Eu e Alexandre não dissemos uma palavra ambos envolvidos em seus
pensamentos. Sei que serei questionado pelo ocorrido na frente do prédio de
Simone, me alterei quando ele recusou minha ajuda, não queria que ela
andasse sozinha. Confesso que fiquei impactado com sua imagem quando a
vi. Linda! Simplesmente maravilhosa, ela estava usando um vestidinho
preto completamente colado ao seu corpo deixando em evidência as curvas
perfeitas e harmoniosas. Não me contive, praticamente a devorei com os
olhos, as pernas longas e bem torneadas, a cinturinha fina, os seios médios e
firmes, o rosto de porcelana, olhos verdes e cílios longos, sua boca carnuda
com um gloss rosado pediam para ser devorada e os cabelos loiros, longos e
ondulados formavam a imagem do meu pecado. Um desejo de posse
incontrolável me dominou naquele momento e ali percebi que minha
batalha contra o que vinha sentindo até então estava perdida.
Queria aquela mulher para mim, queria tanto que chegava a doer.
Eu a desejava incontrolavelmente.
A queria mais que qualquer outra mulher que um dia quis.
Não consigo mais evitar o desejo e o tesão que sinto por ela.
Necessitava dela, como necessito do ar que respiro.
Naquele momento dominado pela fome que sinto dela, dou a batalha
como perdida, me sinto vencido e admito que não posso mais fugir do que
sinto por ela.
Estou apaixonado.
Perdidamente apaixonado.
Entregue.
Rendido.
Ela será minha.
Minha.
São os pensamentos possessivos que tomaram minha mente naquele
momento. Não consegui disfarçar o meu desejo por ela, acredito que todos
naquela sala que minimente entende de relação homem mulher percebeu
meu desejo cru e insano por Simone. Após cumprimentá-la e apresentá-la a
Alexandre não conversamos mais até a hora de irmos para casa. Percebendo
que ela não tinha com quem voltar ao seu apartamento ofereci carona e
fiquei irritado quando ela tentou recusar a oferta. Caralho, eu não ia deixar a
minha mulher voltar para casa sozinha e acredito que a pé no meio da noite
e vestida com aquele vestidinho sexy. Isto mesmo, a partir do momento que
me rendi ao que sentia por ela, Simone se tornou minha mulher e faria de
tudo para a ter para mim.
Possessivo, assim que me sinto em relação a ela. Minha para amar,
cuidar e proteger. Eu Eduardo Hernandez Ruiz faria tudo por aquela mulher
que mais parecia uma menina. Que me encantou com seu sorriso tímido,
com sua fragilidade e com sua beleza. A mulher mais bela que meus olhos
já tinham visto, a criatura mais meiga que conheci.
Ao descer do carro minha vontade é tomá-la para mim naquele
momento. Subir com ela ao seu apartamento e a fazer minha. Não posso,
estou com Alexandre e fui eu que o convidei para visitar o Lar.
Frustrado, muito frustrado, foi assim que a acompanhei até a frente do
prédio onde morava. Queria abraçá-la, beijá-la, amar ela de todas as formas
que meu corpo pedia, matar a fome que me esvaia.
Irritado por não poder dar vazão aos meus desejos digo a ela que não
quero que ande sozinha e que deixaria um carro com motorista a disposição
dela a partir de amanhã.
Ela recusa.
Eu imponho.
Ela fica magoada, chateada.
Não volto atrás.
Não posso.
Ela é minha.
Ela não sabe ainda.
Porém ela é minha.
Aborrecido por ter deixado ela com raiva e magoada comigo
chegamos ao nosso prédio, assim que entramos no elevador Alexandre
questiona.
- Brigaram?
- Discutimos.
- Posso saber o motivo?
- Ela não queria aceitar um carro com motorista que irei deixar para
ela a partir de amanhã.
- E por que deixaria um carro com motorista a disposição dela?
- Não quero que ela ande sozinha, é perigoso.
- Sei, você parou para pensar que milhões e milhões de pessoas
andam sozinhas todos os dias pelo mundo a fora.
- Sim, não me importo com essas milhões de pessoas, só ela me
importa.
O Elevador para e Alexandre ao invés de ir para o seu apartamento,
que fica no andar acima do meu, me segue até meu apartamento, assim que
entramos ele continua.
- Ela está certa.
- Certa de quê?
- De estar chateada por você impor algo assim para ela, está tolhendo
sua liberdade.
- Eu sei.
- Sabe? – Pergunta ironicamente com um arquear da sobrancelha.
- Sei, mas não posso evitar.
Confesso.
- Está apaixonado por ela.
Não é uma pergunta, é uma constatação.
- Estou.
Digo seco.
- Ela sabe?
- Não Alexandre, ela ainda não sabe.
- Está preparado para o que terá que enfrentar?
Meu irmão parece um atirador, não dá trégua com em seus
questionamentos.
- Sei.
- Sabe mesmo irmão? Sabe que se ela o quiser também terá que
mudar completamente sua vida? Ela não é uma de suas mulheres de uma
noite só, Simone é mulher para amar e proteger.
Sentencia.
- Sei Alexandre, eu sei de tudo isso, sei o que significa ter Simone em
minha vida, mas eu lutei, lutei muito, porém perdi a batalha, o que sinto por
ela é mais forte que tudo o que senti em minha vida.
- Ótimo!
É o que diz apenas.
- Ótimo! Sei que fará o melhor por ela, a fará feliz e é o que importa.
- Farei o meu melhor.
- Eu sei irmão, confio em você.
- Bom, agora tenho que ir, estou cansado e preciso descansar.
- Vai lá, boa noite Alexandre!
- Boa noite irmão!
Ele sai e antes de fechar a porta diz.
- E Eduardo?
- Sim.
- Eu quero sobrinhos logo.
Dá uma gargalhada, fecha a porta e me deixa estático e de boca aberta
com sua declaração. Tudo bem eu mereço, sempre faço piadinhas neste
sentido e parece que fui o primeiro a me render a uma mulher dos irmãos.
Após uma chuveirada, deito para descansar, sei que preciso falar com
ela, expor os meus sentimentos, sei que ela não é imune a mim, sou um
homem experiente e noto quando uma mulher me deseja e Simone me quer,
seus olhos não conseguem disfarçar que a atinjo, só espero que ela esteja
preparada para o desespero que sinto por ela.
Sorrio, depois de alguns minutos gargalho. Sozinho em meu quarto
gargalho sem parar. Assim que me controlo percebo a ironia da situação, eu
o mulherengo de safado da família estava completamente e
irremediavelmente apaixonado, literalmente pego pelas bolas.
Quem diria que iria encontrar a mulher da minha vida em um
orfanato.
CAPÍTULO NOVE
Eduardo Hernandez Ruiz

Acordo ansioso, olho no visor do meu celular e já passa das dez


horas. Respiro fundo tomo um banho e vou para cozinha fazer meu
desjejum
Assim que termino resolvo mandar uma mensagem a minha mulher.
Possessivo? sou. Confiante? Também. Arrogante? Ao extremo.
Eduardo: Oi! Tudo bem?

Mando a mensagem e vejo que está online. Fico alguns minutos em


expectativa e quando vejo que ela visualiza quase infarto esperando se ela
vai me responder.
Passado alguns instantes deixo o celular em cima da ilha da cozinha
onde estou tomando meu café e tento conter minha agonia. O celular apita
avisando uma nova mensagem. É dela.
Loirinha: Oi! Tudo bem.

Responde seca, nem pergunta como estou.


Eduardo: Ainda brava comigo?

Arrisco a pergunta.
Loirinha: Bastante.

Eduardo: Me perdoa.
Loirinha: Desistiu da ideia?

Eduardo: Precisamos conversar sobre isso.


Loirinha: Não estamos conversando?

Porra! Ela está realmente zangada.


Eduardo: Pessoalmente, o assunto é delicado.
Loirinha: Quando?
Eduardo: Hoje a noite, vamos sair para jantar e conversamos.

Seguro a respiração preocupado dela não aceitar.


Loirinha: Está bem.

Yes! Grito eufórico dando socos no ar.


Eduardo: Passo às vinte horas par te pegar.

Lourinha: Blz.
Eduardo: Até lá não saia de casa sozinha.
Loirinha: O QUÊ?
Eduardo: É perigoso.
Loirinha: Você está ficando louco ou o quê???
Eduardo: Promete.
Lourinha: Prometer o quê Eduardo, afs....
Eduardo: Que ficará em casa só por hoje até conversarmos à noite.
Loirinha: Está bem.

Yes! Yes! Yes!!!!


Eduardo: Boa menina, até mais tarde.

Loirinha: Até.

Toco a campainha do apartamento dela quinze minutos adiantado.


Nem sei como consegui passar o dia tamanha minha ansiedade. Eu a quero,
ela é minha, estas palavras ecoaram em minha mente durante o dia todo.
Aguardo e quando ele abre a porta fico sem reação.
Linda! Simplesmente maravilhosa!
Minha loirinha está vestida para tirar toda minha sanidade. Passo os
olhos pelo seu rosto maravilhoso, maquiado com cuidado e sem exagero, a
boca tem com um batom vermelho vinho me deixa duro, ela praticamente
me pedia para ser beijada, o cabelo cai displicente por sua costa parecendo
uma cascata reluzente. O vestido da cor do batom era tomara que caia
destacando seus seios deliciosos e durinho e moldava seu corpo curvilíneo
abraçando sua cinturinha fina e quadris largo, terminando abaixo de suas
coxas grossas e firmes. Uma sandália preta e delicada de salto alto
terminava o conjunto da obra perfeita diante dos meus olhos.
Perfeita!
Esta era a definição da mulher diante dos meus olhos.
Perfeita!
- Nossa! Está linda Simone.
Ela fica vermelhinha como uma cereja.
- Hummm,,, é... obrigada.
Ela diz timidamente,
- Desculpe, quer entrar?
Ela convida.
- Agora não querida, vamos?
Assente, fecha a porta e a conduzo para o elevador. Quando penso
que não podia ficar mais maravilhado, perco o ar ao visualizar sua bunda
arrebitada abraçada ao vestido.
GOSTOSA! Minha parte cafajeste grita em meu subconsciente e leva
um peteleco da minha parte homem sério. Respeito, esta é a sua mulher
então exijo respeito. Desvio o olhar de seu traseiro delicioso e procuro
controlar meu lado devasso, mas meu pau, o safado, não obedece a parte
homem sério, meu amigão está tão duro que sinto dor e minha bolas segue o
infeliz.
Vamos a um restaurante elegantíssimo no centro de Valência, era o
preferido dos irmãos Ruiz, minha loirinha merecia o melhor, e a comida era
a melhor de toda a Espanha.
- Que lugar lindo Eduardo! – Ela diz encantada com aqueles olhos
verdes de matar, brilhando, e sorri, puts! Que sorriso lindo.
- Que bom que gostou linda, a comida daqui também é maravilhosa.
A encaminho para a mesa que a hostess nos indica, sinto minha mão
formigar em sua costa tamanho a necessidade em tocar seu corpo. Calma,
minha parte anjo me alerta. Minha parte cafajeste zomba do meu desespero.
Puxo a cadeira para ela sentar e sento em sua frente me considerando
o homem mais sortudo do mundo em poder desfrutar de uma imagem tão
bela em minha frente.
O garçom chega para fazermos o pedido e não tira os olhos da minha
mulher fico puto da cara e o fuzilo com o olhar, o homem disfarça o
deslumbre e após o pedido sai às pressas.
- Como foi o seu dia?
- Normal, lavei, passei, limpei. O típico dia de sábado de uma mulher
que trabalha a semana toda e é dona de casa no sábado.
- Está muito cansada?
- Não, sou acostumada com atividades domésticas, no orfanato
trabalhava a semana toda realizando estas tarefas.
- Que bom que não está cansada, e depois?
- Depois?
- Sim, depois que terminou as tarefas domésticas, que acredito não
levou o dia todo para terminar, o que fez depois Simone?
Ela me olha interrogativamente e vejo um brilho de raiva nos olhos
verdes, ela sabia que eu queria saber se ela tinha saído de casa o que a
deixava bastante irritada.
- Depois tomei um banho e assisti uma série, satisfeito chefe?
Fala ironicamente e com raiva.
- Muito, linda, não sei por que está tão chateada com minha pergunta.
Alfineto descaradamente.
- Não? Será porque me proibiu de sair de casa sozinha sem ter direito
de me exigir algo assim?
- Só estou preocupado com seu bem estar querida, não é para tanto.
- Eduardo sou uma mulher adulta e independente, não pode me
proibir de sair de casa, não tem este direito.
- Está bem, vamos deixar esta conversa para depois do jantar e após
se você não aceitar o que lhe proporei te deixarei em paz, agora vamos
aproveitar nosso jantar em harmonia.
- Está bem, e como foi o seu dia?
- Meu dia foi complicado, acordei tarde, triste por você estar brava
comigo, depois que conversamos e ficamos de jantar o tempo não passava
tamanha a ansiedade em estar contigo novamente. Por volta das treze horas
fui almoçar com um amigo em um clube e passamos a tarde jogando tênis.
Cheguei em casa por volta das dezenove horas, tomei um banho e corri para
teu apartamento, agora está sendo a melhor parte meu dia pois estou em sua
companhia.
Não faço rodeio, me olha chocada e rubra de vergonha, adoro deixá-la
vermelha ela fica mais linda do que já é toda tímida e encabulada. Deixo
claro em minhas palavras o meu interesse em estar com ela.
- E você coração também estava ansiosa para jantar comigo?
Ela abre a boca e não consegue falar nada, é muito tímida minha
loirinha e terei que trabalhar este lado dela.
Ergo as sobrancelhas num questionamento mudo por ainda não ter
respondido minha pergunta, ela se empertiga na cadeira, da uma tossezinha
leve e por fim diz.
- É claro, afinal quero muito saber o motivo do senhor estar me
proibindo de sair sozinha.
Touché! Ela saiu pela tangente.
- Depois do jantar querida, depois do jantar.
Neste momento trazem nossa comida e pedi um vinho leve para
acompanhar, sei que ela não está acostuma com bebida alcoólica e o que
menos quero nesta noite é minha loirinha embriagada.
O jantar transcorreu num clima amistoso, perguntei para ela sobre o
orfanato e sua timidez sumiu pois se empolgou com o assunto.
Após terminarmos o jantar ao sairmos do restaurante já estava uma
pilha de nervos, o suor escorria pela minha espinha, simplesmente não sei o
que faria se não fosse correspondido.
Chegamos ao seu prédio e ao abrir a porta do carro para que descesse
seu corpo ficou próximo ao meu. Nossos olhares se encontram e passo um
braço por sua cintura juntando nossos corpos. Ela ergue seu rosto para mim
questionando sobre minha atitude, seus olhos arregalados pela surpresa, sua
respiração alterada pela proximidade e antes que diga algo tomo sua boca
num beijo.
Assim que encosto meus lábios aos seus ela não tem reação alguma,
fico apreensivo, mas quando minha língua busca passagem em sua boca ela
abre e me recebe.
Estremeço ao sentir o gosto do vinho em sua língua, esfomeado
aprofundo o beijo tornando-o selvagem e enlouquecedor. Ela treme em
meus braços e posso ouvir as batidas do seu coração, que aceleradas se
misturam as minhas. Minhas mãos buscam seu corpo, quando chegam a sua
bunda aperto mais contra mim deixando-a a sentir todo o tesão que sinto.
Enlouqueço ao ouvir seu gemido, neste momento não existem mais
ninguém no mundo, só nós dois e nosso desejo insano.
Escuto o barulho de um carro passando perto de nós e consigo
recobrar a razão, com muito esforço interrompo nosso momento segurando-
a junto ao meu corpo, sei que se a soltar neste momento ela não se
sustentaria em pé, minha mulher é uma massa de modelar em meus braços e
me olha chocada com o que fizemos, com a bochechas deliciosamente
rosadas me olha e eu me perco no verde dos seus olhos.
Porra! É a visão mais linda e sensual que eu já vi em minha vida. Seus
cabelos bagunçados por minhas mãos, seu olhar escuro de desejo e seus
lábios inchados por minha boca. DELICIOSAMENTE, minha, e o
neandertal que existe em mim ruge dominante, ela era minha.
- E.. Eu...Eu...
Tenta dizer algo, mas não consegue, então eu dou um selinho em seus
lábios deliciosos e digo.
- Você é minha Simone.
CAPÍTULO DEZ
Simone Gutierrez
- Você é minha Simone.
Sinto meus joelhos dobrarem ao ouvir Eduardo afirmando que sou
dele, só não caio porque me segura firme em seus braços.
Tive uma noite agitada, não consegui dormir direito depois que ele
usou o cargo de chefe para impor o carro e o motorista, não consegui
entender sua imposição e fiquei magoada. Ele sempre me tratou com muito
carinho e respeito e não imaginei que ele pudesse me obrigar a algo usando
seu poder. Adormeci chorando e me levantei péssima.
Quando ele me mandou as mensagens me senti melhor e eufórica para
encontrar com ele novamente. Me convidou para jantar e por mais que
minha lógica dissesse que era somente um convite de amigo que tinha
magoado a amiga, meu coração tinha a esperança de algo mais depois da
forma que ele tinha me olhado na tarde anterior.
Eu o queria, mais que tudo em minha vida. Desde o primeiro
momento que eu o vi o desejei. Quem não desejaria um homem lindo e sexy
como Eduardo. Tentei reprimir o desejo que me dominava, jamais imaginei
que um homem lindo e rico como ele pudesse ter olhos por uma pobre órfã
que sua família dele estava ajudando.
Falhei miseravelmente, como conseguir matar o desejo que sentia por
ele se cada vez que o encontrava ele estava mais lindo e gostoso, a cada
gentileza, carinho e consideração que tinha por mim e por todos do orfanato
mais meu coração se apaixonava por ele, a cada sorriso que me presenteava
mais lhe entregava minha alma.
Quando ele me olhou com desejo cru e selvagem na porta do meu
apartamento ao me buscar para o jantar senti que talvez, e só talvez tivesse
alguma chance de estar em seus braços, mas depois que ele me beijou com
tanta paixão senti que me quer da mesma forma desesperada que o quero e
quando me disse que sou dele, apesar de não ter forças para responder
queria dizer que sim, eu sou inteiramente dele.
Ficamos abraçados por muito tempo depois do nosso beijo, ele apenas
me aperta em seus braços e acaricia meus cabelos. Quando nossos corações
se acalmam com carinho levanta meu queixo, dá um selinho carinhoso em
meus lábios e diz.
- Fica comigo esta noite?
Sua voz rouca de desejo me arrepia por inteiro.
- Sim.
É só o que consigo dizer, ele dá um sorriso lindo que aquece meu
coração, dá um beijo no alto da minha cabeça e me conduz de volta ao
carro.
- Vamos para o meu apartamento querida.
Sento no banco e aguardo ele sentar ao meu lado dando ordem para o
motorista ir para seu apartamento.
Assim que o carro está em movimento eme puxa para os seus braços
me sentando em seu colo.
- Tudo bem linda?
Ele diz rouco perto do meu ouvido. Meu corpo reage e sinto que vou
pegar fogo, aperto minhas pernas na vã tentativa de aplacar o desejo que
sinto por ele.
- Sim.
Ele dá um sorrisinho baixo com minha resposta.
- Olhe para mim Simone.
Faço o que manda.
- Tudo bem mesmo? É realmente isso que deseja? Não quero que faça
nada que não deseja, tudo bem?
- Eu quero Eduardo, eu quero muito você.
Sou sincera, sinto meu rosto está em brasas. Ele toma minha boca
novamente e me beija calmo e profundamente, sugando ora meus lábios,
ora minha língua.
Eu até já beijei uns três ou quatro carinhas quando estudava, nunca
tinha passado de beijos, nunca consegui ir além com medo de ir contra as
regras do orfanato. Depois que completei dezoito anos com a dificuldade
enfrentada no Lar o trabalho tomou todo o meu tempo e nunca mais tive
envolvimento com ninguém.
Nunca senti falta de ter um namorado ou um homem em minha vida
até conhecer Eduardo. Este homem me fez conhecer o desejo e a
necessidade que uma mulher sente por um homem. E sim, eu quero tudo, eu
desejo tudo com ele. Se estou com medo? Morrendo, mas jamais poderia
deixar de viver o sentimento mais belo e forte que senti até hoje por medo
de sofrer. Estou com medo, mas viverei este sentimento com medo mesmo
e que se dane todo resto.
Aos beijos, assim que chegamos ao prédio onde ele morava.
Descemos do carro, me conduz a entrada do edifício mais lindo que já vi, o
lugar exala riqueza.
Ele me encaminha para o elevador sem tirar as mãos de mim, aperta o
botão do oitavo andar e assim que a caixa metálica para entramos em seu
apartamento.
O lugar é lindo possuindo uma decoração refinada. Ele me encaminha
para o sofá que fica no meio da sala e pergunta.
- Quer tomar algo?
- Não, obrigada.
- Quer conhecer o apartamento ou quer ir para o meu quarto?
Pergunta educadamente, mas em seus olhos posso ver que quer me
levar para o quarto e é lá que eu quero ir no momento.
Fico sem saber o que dizer, envergonhada, não quero parecer uma
mulher fácil e oferecida.
- Diga!
Ele ordena, e posso ver o quanto o homem é controlador.
- Quero ir para o seu quarto.
Respondo num fio de voz, não consigo mentir.
Ele pega a minha mão e me encaminha para a escada que com certeza
chega ao seu quarto.
Assim que entramos em seu quarto percebo o luxo do lugar, mal havia
começado a análise ele me puxa para os seus braços me beijando
novamente. Estou nervosa e ele percebe.
- Está nervosa querida? Do que tem medo?
Ele pergunta com carinho.
- Estou um pouco nervosa, não sei como agir, eu, sabe, eu...
As palavras ficam entaladas em minha garganta e não consigo falar
que sou virgem e inexperiente tamanho a vergonha que estou sentindo.
Ele me pega em seus braços e me deita na cama. Retira minhas
sandálias e beija meus pés.
Trêmula sinto sua boca subindo pelas minhas pernas até chegar
próximo a minha coxa, não consigo me controlar e gemo em seus lábios.
Ele me vira de barriga na cama e corre a mão para o feixe do zíper
abrindo o meu vestido, num tranco me deixa apenas de calcinha e sutiã.
Ouço um rugido, ele dá um tapinha de leve em minha bunda e sinto
escorrer pelas minhas pernas meu tesão, a dor entre minhas coxas está
insuportável e gemo com seu toque.
Tira meu sutiã.
- Lindos! Deliciosos como imaginei.
Diz enlouquecido tomando um dos meus seios em sua boca me
fazendo gemer mais alto. Com a mão agarra o outro seio apertando ente
seus dedos o mamilo. Grito de tesão e incentivado com minha resposta ele
continua com a caricia.
Não suportando mais o desejo ergo o quadril de encontro ao seu corpo
implorando por mais.
- Mais...
Peço num gemido desesperado.
- Mais minha delicia, quer mais? Fala para o seu homem o que mais
você quer?
- Eu não sei Eduardo, não sei, eu só quero você.
Não sabia o que queria, não sabia o que pedir, só sabia que queria me
libertar da tortura enlouquecedora que sentia em todo o meu corpo.
Ele geme com minha resposta e desce sua mão para o meu sexo.
Eduardo puxa a lateral da minha calcinha e insere um dedo dentro de mim,
grito tamanho prazer que sinto em seu toque.
- Haaaaah!
- Molhadinha! Olha como está molhadinha para mim amor, diga,
preciso saber, alguém além de mim já tocou nesta bocetinha linda?
- Não, nunca, só você.
Ele rosna novamente com resposta rasgando minha calcinha me
deixando inteiramente exposta para ele.
- Minha! Esta bocetinha é minha, só minha. Abre as pernas amor
deixa ela abertinha para mim, quero você todinha exposta para mim.
Obedeço seu comando, nunca fiquei nua na frente de um homem, mas
o desejo que sinto por ele me impede de ter vergonha.
Ele volta a sugar meu seio mordiscando o mamilo me levando ao
delírio. Seu dedo volta a me invadir e meus gemidos se tornam mais altos e
cadenciados.
Eduardo não dá trégua ao meu corpo, sua boca sai do meu seio e
rapidamente alcança meu sexo e me sinto caindo num abismo sem fim.
- Deliciosa, doce como imaginei.
Ele diz sugando com gula meu clitóris.
- Por favor Eduardo...Por favor.
Grito puxando seus cabelos.
Ele retira o dedo de dentro de mim e o substitui com a língua. Me
penetrando sem parar, seus dedos castigam meu clitóris e sinto lágrimas
brotando dos meus olhos tamanho o mar de sensações indescritíveis que ele
me provoca.
- Goza para mim amor, vem toda para mim, me alimenta com seu
gozo.
Meu corpo atende ao chamado do meu homem e sinto ele se
convulsionar e desmancho em sua boca.
Me sinto completamente sem forças e desfalecida diante do clímax
que me atingiu.
- Perfeita! Você é a porra da perfeição gozando linda.
Diz descontrolado
Ele agora está em pé ao lado da cama me olhando como se fosse me
devorar, rapidamente ele tira a camisa e logo a calça e a cueca vai junto,
deixando saltar aos meus olhos seu membro enorme e grosso.
Meus olhos encaram seu membro assustados, ele sorri com cara de
cafajeste e diz.
- Gosta do que vê princesa?
- É muito grande, não vai caber.
Digo trêmula.
- Vai sim amor, sua bocetinha foi feita para ele, na medida exata. Serei
carinhoso e cuidadoso não vou te machucar.
Ele diz já tocando todo meu corpo novamente.
Seus toques se tornam mais exigentes e firmes reacendendo o desejo
do meu corpo. Ele me possui com um, depois com dois dedos entrado e
saindo da minha boceta.
Começo a gemer novamente, não consigo controlar meus gemidos,
ele tomo minha boca com selvageria e praticamente a fode com sua língua.
Quando acredito que não aguento mais e levanta pega um
preservativo na mesinha da cabeceira rasga a embalagem e o coloca em seu
membro.
Paraliso com medo.
- Olha para mim amor, quero ver seus olhos enquanto tomo seu corpo
para mim, enquanto te faço minha mulher.
Com cuidado ele coloca a cabeça do seu membro em minha entrada e
devagar começa a me penetrar.
Sinto como se estivesse sendo rasgada ao meio, choramingo e ele
para.
Toma meus lábios novamente, sugando minha língua e desce para
meus seios me fazendo esquecer a dor que sinto, sinto a necessidade em ter
ele todo dentro de mim.
- Põe tudo Eduardo. Preciso de você inteiro em mim.
Ele atende o meu pedido se enterrando em mim de uma vez só.
O grito que solto é de dor, quase não consigo respirar tamanho a dor
que estou sentido. Eduardo para e beija com carinho meu rosto, lábios,
pescoço, todo meu corpo. Seus toques começam a me incendiar novamente
me fazendo esquecer a dor sentida.
- Posso me movimentar amor?
Pede em desespero, sinto que ele está se controlando ao máximo para
não me machucar.
Quero dar prazer ao meu homem, me sinto poderosa ao saber que é
meu corpo que ele deseja, que sou eu que lhe dá prazer.
- Sim amor, me ame novamente.
Então ele começa a se mexer dentro de mim e posso ver em seu rosto
o prazer que está sentido me incendiando novamente.
Solto um gemido e ele acelera mais os movimentos.
- Tão apertadinha, dão deliciosamente minha, não vou durar muito
querida, sua bocetinha está esmagando meu pau, estou enlouquecendo.
Seus olhos estão escuros de tesão, selvagem, eles estão selvagens
enquanto me preenche totalmente me fazendo desejá-lo cada vez mais.
A dor misturada ao prazer me domina completamente e quando
Eduardo estoca cada vez mais rápido sinto que vou gozar novamente e num
grito de prazer estremeço ao chegar ao clímax, ouvindo o rugido do meu
homem ao chegar ao ápice do seu prazer jorrando seu sêmen dentro do
preservativo.
Esgotados, ficamos abraçados por muito tempo até sentirmos nossos
corpos voltarem ao normal.
Vejo Eduardo se levantar e ir ao banheiro voltando logo em seguida
sem o preservativo.
Deita ao meu lado me puxando para si, beija meu rosto e pergunta.
- Está muito dolorida amor?
Depois da loucura que cometi, sinto meu rosto esquentar tamanha a
vergonha de ter me entregado despudoramente para ele.
- Incomoda um pouco, mas estou bem.
Digo timidamente.
Ele me pega em seus braços e me levando ao banheiro.
Me coloca na banheira e entra logo depois. Me dá um banho me
lavando com cuidado em seguida me seca me levando para sua cama.
Deitados, nus, com os corpos entrelaçados o sono nos toma. Durmo
com um sorriso nos lábios e neste momento sei que o meu impossível se
tornou possível. Nunca em toda minha vida me senti tão feliz e realizada.
Me sinto querida, desejada e amada.
CAPÍTULO ONZE
Eduardo Hernandez Ruiz

Ao acordar sinto alguém enroscada em meu corpo. Abro os olhos e


vejo a cabeleira loira esparramada e o rosto angelical e sereno descansando
em meu peito. A perfeição em mulher está dormindo profundamente em
minha cama me usando como travesseiro. Sorrio parecendo um adolescente
com a primeira namorada. Estou amando, estou completamente rendido por
esta mulher.
Acaricio com cuidado seus cabelos para não a despertar recordando
com satisfação de sua entrega a mim na noite anterior. Simone me
surpreendeu ao se render totalmente as minhas carícias e ao meu desejo.
Confesso que estava receoso de não ser correspondido, mas a minha
loirinha não teve medo dos seus sentimentos por mim me deixando mais
apaixonado se possível.
Sou um homem de sexo casual, não sei quantas mulheres já passaram
por minha cama, mas nenhuma de deu tanto prazer quanto ela. Sua
inexperiência ao invés de me desestimular me enlouqueceu. O fato de ser
seu primeiro homem me tornou possessivo em relação a ela. A quero só
para mim e nenhum homem, que não eu, a tocará. Eu serei o único dono
dos seus beijos, do seu carinho e do seu corpo. Farei o impossível para que
assim seja.
Com cuidado me desvencilho do seu corpo para não a despertar e
levanto, preciso de um banho e não quero acordá-la, sei que a primeira vez
de uma mulher é dolorida e quero que descanse.
Tomo um banho demorado, me visto e sigo para cozinha preparar
nosso café da manhã. Já passa das nove horas e sei que vai acordar com
fome. Não sou um bom cozinheiro, mas viver sozinho me ensinou a me
virar.
Passo um café fresquinho, frito bacon, faço torradas e um suco de
laranja, quando já estou terminando sinto seu cheiro e me viro para recebê-
la. Putz! Ela está tentadoramente sexy vestida somente com minha camisa e
uma calcinha. Meu pau reage na mesma hora e meu lado anjo me dá uma
bronca exigindo para eu baixar a bola pois ela está dolorida.
- Bom dia!
Me cumprimenta com um sorriso tímido.
- Bom dia amor!
Puxo-a para os meus braços beijando com carinho seus lábios.
- Como você está se sentindo?
- Bem, com um pouco de ardência, mas é suportável.
Ela cora, e sei que está pensando na noite de ontem e em tudo que
fizemos.
- Venha tomar café, deve estar com fome.
- Você que cozinhou?
- Sim, sou um homem de muitas qualidades querida, você tirou a sorte
grande.
Brinco.
- De muitas qualidades e um ego enorme.
Gargalho e ela me acompanha, seu sorriso lindo me encanta, nunca
conseguirei deixar de admirá-la
- Senta aqui!
Indico a banqueta ao redor da ilha da cozinha e sento ao lado dela.
- Uma delícia.
Fala ao experimentar a comida, olho para ela com um sorriso
malicioso.
- Delicia é você pequena.
Ela fica vermelha e abaixa a cabeça encabulada, muito fofa minha
mulher.
- Já está tarde preciso ir para casa.
Diz assim que termina sua refeição.
- Ei! Achei que passaríamos o dia juntos, tem algo programado para
hoje?
- Combinei de ir ao cinema com a Laura, se não for ela ficará
chateada.
Bufo frustrado, não quero me despedir dela.
- Conversa com ela, diz que no meio da semana eu as levo ao cinema,
quero muito que passe o dia comigo.
Apelo pegando suas mãos e dando beijinhos nelas.
- Também gostaria muito de ficar com você Eduardo, mas não quero
magoar a Laura, ela já anda bem chateada por não morar comigo não quero
aborrecê-la mais ainda.
- Como está o processo de emancipação dela?
- Caminhando, a irmã Pilar acredita que este mês resolve, não vejo a
hora dela vir morar comigo, Laura é a irmã que a vida me deu, é minha
família.
- Eu sei amor, mas logo estarão juntas novamente, ademais vocês se
veem todos os dias.
- Felizmente, não sei o que seria se tivéssemos que nos manter
afastada, Laura surtaria.
- Eu sei, qualquer um pode ver como se amam, mas liga para ela,
pede para ceder você por hoje.
Faço cara de cachorro pidão e ela sorri.
- Está bem, vou falar com ela, que dia nos levará para o cinema?
- Pode ser quarta feira.
- Ok.
Simone liga para Laura e avisa que irá passar o dia comigo, vejo
quando ela fala com carinho para a irmã tentando não a chatear mais que o
necessário.
Respiro aliviado quando vejo que tudo dá certo, necessitamos
conversar sobre nossa situação com calma, precisamos desse tempo
sozinhos.
- Pronto, tudo resolvido, ela ficou contente em sairmos quarta-feira.
Pego ela no colo. Que dá um gritinho de surpresa, a levo para sala a
colocando sobre o sofá.
Puxo-a para mim beijando suavemente seus lábios.
- Gosto muito de você sabia?
Falo acariciando seu rosto.
- Também gosto muito de você Eduardo, nunca me senti dessa forma
por ninguém.
- Também nunca me senti dessa forma por mulher alguma. Você mexe
comigo e com meus sentimentos, por isso precisamos ter uma conversa
franca sobre como ficaremos a partir de agora.
Ela me olha com aqueles olhinhos verdes e vejo insegurança ali, a
vontade que sinto neste momento é colocá-la em um potinho e protegê-la
do mundo inteiro.
Ela sorri timidamente e diz.
- Olha Eduardo, sei que vocês e seus irmãos são pessoas de bem e
responsáveis, sei também que perderam seus pais muito jovens e lutaram
muito para conseguirem chegar onde estão, você também é órfão como eu,
só que conviveu muitos anos de sua vida com seus pais para depois perdê-
los, diferente de mim que nunca tive a oportunidade de conhecer meus pais,
me pergunto o
que é pior, nunca conhecer os pais ou perdê-los jovem como aconteceu com
você.
- Simone.
Tento falar, mas ela me interrompe.
- Não! Eu preciso falar primeiro depois te ouço.
Concordo acenando com a cabeça.
- Sei que deve estar se responsabilizando por ter tirado a minha
virgindade, por ser inexperiente e viver toda minha vida em um quase
convento, afinal o Lar é dirigido por feiras religiosas que praticam e
ensinam a todos que convivem com elas a praticarem os dogmas religiosos.
Ela inspira profundamente e continua.
- Não quero que se sinta culpado por ter tirado minha virgindade, sou
adulta, já tenho vinte e um anos e sabia bem o que estava fazendo, me sinto
muito atraída por você e te acho uma pessoa maravilhosa, mas sei que não
tem relacionamentos sérios, e tudo bem, não me importo, eu quis me
entregar para você e não espero um pedido de namoro ou algo do gênero
por isso.
Fico pasmo, totalmente sem ação quando ela despeja toda essa merda
em cima de mim. Depois da surpresa ter desaparecido sinto raiva por ela
banalizar o ocorrido e dizer que tudo bem, é a primeira vez depois que a
conheci que ela me deixa irado.
- Então tudo bem para você sexo sem compromisso?
Falo irritado e meu tom de voz sai acima do normal. Ela fica rubra
com minha pergunta, mas não desvia o olhar.
- Não Eduardo, não sou mulher para viver um relacionamento onde
não há comprometimento de ambas as partes. Jamais faria isso comigo,
tenho meus conceitos. O que quero dizer é que eu não estou exigindo nada
de você por termos feito sexo ontem.
- O que quer de mim Simone? Se não quer sexo sem compromisso e
não está “exigindo” nada de mim, o que irá acontecer conosco depois de
ontem a noite?
Ela me olha tão fragilizada que me arrependo instantaneamente em
ser ríspido com ela.
- Não sei, diga você o que quer de mim.
Pego seu rosto com as duas mãos, uma em cada lado, aperto sem a
machucar, olho profundamente em seus olhos e digo.
- Te quis desde o primeiro dia em que te vi. Confesso que lutei muito
para não ceder a forte atração que sinto por você. Jamais, quero que você
entenda Simone, jamais tocaria em você se fosse somente para satisfazer
uma atração passageira. Estou. Apaixonado. Por. Você. Eu quero ter um
relacionamento sério sem rótulos e tudo, agora resta saber se sente e quer o
mesmo que eu.
Ela deixa as lágrimas rolarem em abundância em seu rosto, minha
loirinha está emocionada e meu coração aperta tamanho amor que sinto por
ela.
- Então eu te pergunto, sem a responsabilidade em ter tirado sua
virgindade, mas porque quero muito este compromisso com você.
Respiro fundo e pergunto algo que jamais me vi perguntando em toda
minha vida.
- Loirinha linda, quer namorar comigo?
Ela se joga em meus braços com um sorrindo tamanho do mundo em
meio as lágrimas e diz.
- Sim, sim, sim... é o que mais quero no mundo, também estou
apaixonada por você, só não queria que ficasse comigo por obrigação, eu
não suportaria.
- Ei! Jamais faria algo assim com você minha linda, nunca te tocaria
sem ter certeza dos meus sentimentos e quisesse algo sério com você, te
respeito muito.
- Ok namorado.
Me abraça mais apertado se possível e dá uma mexida em meu colo o
que me deixa mais duro.
- É bom se comportar namorada, você está me deixando louco e sei
que não posso te possuir novamente hoje, está dolorida ainda.
Ela afunda o rosto no meu pescoço e diz baixinho, quase inaudível.
- Eu aguento.
Gargalho com seu acanhamento e fogo ao mesmo tempo.
- Tem certeza? Não quero te machucar, falo ao seu ouvido e vejo os
pelinhos do seu braço se arrepiarem.
Ela assente com a cabeça, sem tirar seu rosto do meu pescoço.
- Então deixa eu te levar para minha cama, vou cuidar bem de você
carinho.
Assim que a deito em minha cama, deixo-a totalmente nua e com
cuidado e muito carinho a faço novamente minha, e ali tenho a certeza que
meu coração já não pertence somente a mim.

Capítulo doze

Simone Gutierrez
Radiante, é assim que estou me sentindo, sei que sou uma mulher
atraente, sempre fui muito assediada na escola, mas meu jeito sério acabava
espantando os garotos, não sou boba, vejo como os homens me olham com
desejo.
Mas nem em meus mais remotos sonhos eu podia imaginar que
Eduardo me desejava da mesma forma que eu o desejo, para mim ele era o
meu impossível. É claro que notei que ele sentia atração por mim, e sabia
que se ele tentasse algo comigo eu me entregaria, mesmo que fosse somente
uma noite, não me importava eu queria ser dele. Sempre me permiti muito
pouco, sempre me preocupei mais com os desejos dos outros do que com os
meus. Mas com o que sentia por Eduardo fui egoísta, eu quis viver este
momento com ele sem pensar no amanhã.
Então sim, estou me explodindo de alegria, este é o momento mais
feliz da minha vida, ele me quer como o quero, ele está apaixonado. Ele o
homem bilionário, mais sexy e lindo que já conheci quer namorar comigo,
uma pobre órfã.
Sim estou com medo, posso sair muito machucada deste
relacionamento, sei que sim, mas não me acovardarei e viverei o puder com
ele, não sou capaz de resistir a ele, não tenho escapatória, sou refém dos
meus sentimentos.
Acabo de acordar vejo ele dormindo profundamente ao meu lado. De
manhã quando acordei e não o vi na cama senti um gelo em meu coração, a
insegurança bateu e a certeza que seria apenas mais uma em sua cama me
invadiu. Criei coragem e o procurei, tinha tomado a decisão de me entregar
a ele e enfrentaria as consequências dos meus atos. Jamais imaginei que
logo estaria novamente na cama com ele e desta vez com o título de
namorada.
Me levanto com cuidado para não o acordar e sigo para o banheiro, a
ardência em meu sexo é bem mais acentuada agora, sorrio baixinho me
recriminando, acho que exagerei e fui com muita sede ao pote como diz a
irmã Dulce.
Tomei um banho relaxante e vesti a camisa dele novamente e minha
calcinha, assim que saio do banheiro vejo aquele homem lindo sorrindo
para mim e acreditem se quiserem, mesmo dolorida ao estremo o desejei
novamente.
Ele está com aquele peitoral malhado e cheio de gominhos todo de
fora, a sorte é que pelo menos tem uma manta o cobrindo da cintura para
cima.
- Ei! Venha aqui linda.
Ele me chama com carinho, vou sorrindo parecendo uma boba e me
deito ao seu lado na cama.
- Que horas são?
Ele pergunta.
- Faltam quinze minutos para as treze horas.
Respondo depois de conferir a hora na tela do meu celular.
- Putz! Hoje é dia do almoço em família na casa do Alejandro e já
estamos atrasados.
- Como assim estamos atrasados?
Pergunto sem entender direito o que ele disse, se for o que estou
pensando acho que não estou preparada para enfrentar os irmãos e assumir
nosso relacionamento.
- Eu, você... nós estamos atrasados querida, como vamos passar o dia
juntos é normal almoçarmos no mesmo local não é mesmo? – Fala
zombeteiro.
- Eduardo acho que não estou preparada para um almoço em família
ainda.
Falo fazendo bico.
- Não se preocupe com isso, meus irmãos são bacanas pra caramba e
tenho certeza que você dará bem com eles.
- Me sinto meia envergonhada, não sei se consigo.
- Bobagem! Estarei ao seu lado e se não se sentir à vontade
almoçamos e voltamos para meu apartamento. Agora deixa eu tomar um
banho rapidinho que já estou atrasado, se vista querida.
Me dá um beijo na testa e corre para o banheiro me deixando estática
no meio do quarto.
Eduardo era intenso, e as coisas entre nós estava acontecendo rápido
demais. Reajo e junto minhas roupas me vestindo.
Ele sai do banheiro parecendo um deus grego, totalmente nu sem
pudor algum. Procuro não secar seu corpo e dou uma disfarçada para
encobrir meu constrangimento, não estou acostumada com tanta intimidade
o que para ele pelo jeito é normal. Ele se veste rápido de forma despojada,
coloca só uma bermuda, uma camiseta polo e chinelos, o que não diminui
em nada sua beleza, ô homem lindo senhor.
- Vocè vai vestido assim de forma despojada e eu com a mesma roupa
que usei no jantar de ontem, não acha que destoa?
Reclamo.
- Está linda! Não se preocupe, meus irmãos entenderão a
circunstância.
Fala malicioso, pois sabe que eles saberão que dormimos juntos. Fico
roxa de vergonha e meu rosto queima, ele me puxa para seus braços e dá me
dá um selinho.
- Adoro ver você toda vermelhinha.
Fala brincalhão.
Chegamos ao apartamento de seu irmão que fica na cobertura do
prédio e uma senhora vem atender a porta.
- Boa tarde Maria! Como você está?
Cumprimenta alegremente a mulher que aparenta ter um pouco mais
de quarenta anos de idade.
- Estou bem e o senhor como vai?
Fala sorrindo e percebo que ela olha para ele carinhosamente.
- Melhor agora que sei que daqui a pouco comerei a melhor comida
de todas.
Elegia e a senhora fica vermelha, porém seus olhos brilham
orgulhosos com o elogio.
- Esta é Simone, minha namorada, e esta é Maria a mulher que cuida
do rabugento do meu irmão.
Nos apresenta.
- Prazer senhora, fique à vontade.
Devolvo o cumprimento e Eduardo pergunta.
- E meus irmãos?
- Estão na piscina aguardando o senhor, dentro de quinze minutos
serviremos o almoço.
- Obrigada querida, vou me encontrar com eles.
Fala me guiando pelo apartamento belíssimo refletindo todo o luxo
que os cercavam.
Chegamos a sacada onde fica uma bela piscina e vejo os três irmãos
reunidos conversando animadamente. Eduardo tinha me falado que
almoçavam juntos os domingos para manter forte os laços familiares o que
achei lindo.
Assim que chegamos ao espaço os irmãos me olham espantados com
minha presença, mas logo disfarçam e tentam agir normalmente.
- Boa tarde maninhos e maninha.
Eduardo chega chegando.
- Boa tarde!
Respondem em uníssono.
- Boa tarde!
Cumprimento eles timidamente.
Eles retornam meu cumprimento e Alejandro diz educadamente.
- Seja bem-vinda Simone! Fique à vontade.
- Obrigada!
Agradeço e Eduardo me encaminha para sentar ao redor de uma mesa
onde os irmãos se encontra. Assim que nos acomodamos Eduardo solta
num supetão.
- Família estou namorando, parabéns vocês agora têm uma cunhada.
Todos riem da forma despojada que ele fala. Rapidamente Salma vem
e me abraça com carinho.
- Que notícia maravilhosa! Fico feliz por vocês.
Retribuo o carinho, logo em seguida Alejandro e Alexandre também
vem me abraçar me parabenizando pelo relacionamento.
Almoçamos num clima descontraído e ficamos parte da tarde com a
família do Eduardo. Me senti bem acolhida, Salma era um amor de pessoa,
muito educada e carinhosa comigo, Alexandre era mais tímido, porém me
tratou muito bem, só não era de falar muito e Alejandro que chegou até me
dar calafrios quando o conheci me tratou com cortesia. Então sim, me senti
acolhida, dava ver em seus olhos que eram verdadeiros e não se
importavam com minha origem humilde.
Ao voltarmos para o apartamento de Eduardo passamos o restante da
tarde e o início da noite comendo pipoca e assistindo uma série nova, nada
romântica aliás, ele gostava de drama policial e confesso que gostei
também.
- Está com fome?
Pergunta já passava das vinte horas.
- Hummm...estou sim.
- Quer sair para jantar ou quer que peça comida?
- Que tal uma pizza?
- Ok. Uma pizza, qual sabor?
- Marguerita.
- Sabia. – Fala brincando provavelmente lembrando do dia em que
jantou pizza em meu apartamento e tínhamos pedido o mesmo sabor.
Eduardo pede a pizza e assim que chega organiza os pratos e talheres
para comermos. Serve um vinho doce, que achei delicioso e este foi nosso
jantar.
- Preciso ir para meu apartamento.
Falo assim que terminamos.
- Passa a noite comigo novamente.
Ele pede.
- Não posso Eduardo, preciso trocar de roupa, estou usando elas
desde ontem a noite e amanhã tenho que acordar cedo para trabalhar, tenho
que ser pontual senão meu chefe me demite no primeiro dia.
Resolvo brincar.
- Se ele ousar olhar torto para você me avisa que eu dou um jeito
nele.
Brinca.
- É sério, preciso ir para casa.
- Está bem, mas como não quero passar a noite longe de você irei me
auto convidar a dormir em seu apartamento, posso?
Sorrio feliz pois eu também queria muito dormir com ele novamente.
- Claro que sim, lembra senhor Eduardo que lá não encontrará o
mesmo conforto que você tem aqui.
- Seu corpo é todo o conforto que preciso coração.
Fala me deixando rubra. Suspiro apaixonada, ele é muito fofo
comigo, só espero que não seja somente um sonho.
Estávamos deitados agarradinhos em meu quarto. Eu fazendo do seu
peito meu travesseiro e ele acariciando meus cabelos, optamos por não
transar novamente devido eu ainda estar muito dolorida.
- Ainda não conversamos sobre o assunto que nos levou a jantar
ontem, está lembrada loirinha.
- Huhumm.
- Vai aceitar o carro com motorista?
- Não há necessidade Eduardo, você está exagerando.
Ele me afasta de seu corpo até ficarmos frente a frente e diz.
- Simone sou um homem possessivo e ciumento, apesar de estar
preocupado com seu bem-estar e segurança, não quero que minha mulher
fique andando por aí sozinha e vulnerável, não sei o que seria capaz de
fazer se algum miserável se aproximar de você ou tentar uma gracinha.
- Ciúme! É por isso que quer que eu ande de carro e com motorista
Eduardo?
Pergunto atônita.
- Sim, sou ciumento querida, mas também quero você segura e sem a
necessidade de ficar andando de transporte coletivo.
- Sei, muito controlador meu namorado.
- Você não imagina o quanto, então vai aceitar o carro com motorista?
Sei que se recusasse teríamos nossa primeira briga de namorados, e
sinceramente não queria estourar a bolha de felicidade que nos envolvia,
ademais amanhã seria meu primeiro dia na H. R. Tecnología e a empresa
ficava bem mais longe que a pensão de meu apartamento, então capitulei
minha decisão e disse.
- Sim Eduardo, já que você insiste tanto eu aceito.
- Ótimo.
Fala vitorioso, me puxa novamente para os seus braços e dormimos
agarradinhos.
CAPÍTULO DOZE
Simone Gutierrez
Acordo na manhã seguinte sozinha em minha cama, pego meu celular
na mesinha de cabeceira da cama e verifico as horas. Putz! Não pode ser já
passa das nove horas, perdi o horário logo no primeiro dia de trabalho. Olho
minhas mensagens e abro a que ele me enviou comunicando que era para
começar no trabalho no somente no dia seguinte pois hoje ele organizaria o
carro com motorista para ficar a minha disposição. Reviro os olhos,
Eduardo era possessivo ao extremo.
Abro uma mensagem da Laura dizendo que queria saber de tudo,
mandando emojis de coraçõezinhos, sorrio e envio uma mensagem para ela
informando que não iria trabalhar a convidando para passar a tarde comigo.
Já que estava de folga resolvi relaxar e mais tarde preparei um
almoço caprichado para mim e Laura, pois ela confirmou que iria almoçar
comigo.
Estou nas nuvens, a forma com que Eduardo me olha faz com que me
sinta especial. Pé no chão Simone, me recrimino mentalmente. Me
entreguei de corpo e alma para um homem acostumado a ter ao seu lado as
mais belas mulheres, ele podia ter a mulher que quisesse em sua cama, sei
que corro o risco de sair quebrada desta relação, mas quero viver tudo o que
puder ao lado dele, e serei feliz enquanto puder.
E foi com um sorriso do tamanho do mundo que abro a porta para
Laura, que não espera nem um segundo e pula em meus braços e juntas
pulamos como duas loucas gargalhando.
- Não acredito que minha irmãzinha fisgou o gostoso do todo
poderoso Eduardo Hernandez Ruiz, me belisca que ainda não estou
acreditando.
Ela diz eufórica.
- Pois é irmãzinha, eu estou namorando.
- Que bom Simone, não sabe como fico feliz por você, se há alguém
neste mundo que merece a felicidade, este alguém é você.
- Nós merecemos irmã, confesso que estou muito feliz, Eduardo me
trata com muito carinho e respeito, me fez sentir única e especial.
- Então estou diante de uma ex virgem?
Ela pergunta sem filtro e como sempre coro de vergonha.
- Pois é, aconteceu.
- E como foi sua primeira vez, dizem que dói pra cacete.
- Céus Laura, você realmente não tem filtro, sabe que não gosto de
falar da minha intimidade.
- Sei, mas mesmo assim eu quero saber.
Fala maliciosamente.
- Está bem sua doida, se quer mesmo saber foi maravilhoso, doeu,
não posso mentir, mas depois foi mágico,
- Quantas vezes?
- Hamm?
- Quantas vezes rolou, ou melhor quantos orgasmos ele te deu?
- Deixe de ser abelhuda e cuida da sua vida, para uma jovem de
dezesseis anos você está muito para frente.
A recrimino.
- Quase dezessete maninha, e não espere que vou perder a virgindade
na idade que você perdeu a sua, é só eu encontrar alguém que me atraia
realmente e lá se vai a minha cerejinha.
Ela fala despudoradamente, minha irmã é bem mais desinibida que
eu, o que me faz ter certeza que ela cumprirá sua promessa.
- Ele te pediu em namoro?
- Sim.
- Nossa! Nem acredito que serei cunhada do gostosão do Eduardo.
- Menos Laura, menos, estamos no início de um namoro, temos que ir
devagar.
- Sei, muito devagar vocês, no primeiro encontro já rolou sexo,
dormida na apartamento, almoço em família e pedido de namoro, estou
realmente admirada como vocês estão devagar.
Sorrio sabendo que realmente ela estava com a razão, este foi o final
de semana mais intenso de toda minha vida.
- Certo, mas o que tínhamos de acelerar, já aceleramos, agora vamos
viver um dia de cada vez.
- Ok. O almoço está pronto? Estou morrendo de fome.
- Está sim, vem me ajude a colocar a mesa.
Enquanto almoçávamos Laura não parava de fazer perguntas sobre eu
e Eduardo, sei que ela me ama da mesma forma que a amo e está feliz por
mim,
Assim que terminamos de almoçar, lavamos a louça e resolvemos dar
um cochilo, por volta das quinze horas desperto com o toque do meu
celular, era a irmã Pilar.
- Boa tarde irmã!
- Boa tarde Filha, tudo bem?
- Tudo bem e a senhora?
- Tudo bem querida, Laura disse que você não trabalhar hoje por
isso estou te ligando. Será que poderia dar um pulo aqui no Lar?
- Posso sim, daqui meia hora estarei aqui.
- Te espero, e traga a Laura.
- Certo, até mais irmã.
- Até.
Desligo e corro para acordar a Laura que está esparramada na cama
num sono profundo.
- Laura! Laura! Acorde! A irmã Pilar quer falar com conosco.
Laura se levanta em um sobressalto e me olha nervosa.
- Será que é sobre a minha situação?
- Espero que sim, mas só saberemos quando chegarmos lá, então se
apresse senhorita.
Ela corre para o banheiro para se recompor e logo em seguida vamos
para o Lar.
Assim que chegamos seguimos direto para o escritório da irmã pilar,
estamos morrendo de ansiedade.
- Sentem minhas filhas.
Ela nos convida sorridente e meu coração retumba em meu peito.
Olho ao meu lado e vejo Laura trêmula parecendo que vai desmaiar.
Seguro a mão dela e digo.
- Então irmã, deseja falar conosco?
- Sim querida, parabéns vocês conseguiram, a Laura está sob sua
responsabilidade, você é tutora legal dela, que poderá viver sob seu teto a
partir de agora.
Choramos, sim, abraçadas choramos muito, a irmã Pilar nos abraça e
deseja felicidades e aconselha,
- Juízo heim Laura, não vá dar trabalho para sua irmã.
- Pode deixar irmã Pilar, eu vou me comportar.
- Fico feliz filha.
- Bem....hummm,,, então irmã será que eu posso fazer minhas malas.
Ela pede meio sem graça pela precipitação em sair logo do Lar.
- Claro que sim querida, vai lá, sei que não vê a hora de ir morar com
sua irmã, não precisa ter vergonha.
Ela fala carinhosamente com Laura.
- Eu agradeço por tudo que vocês fizeram para mim, cuidou, deu
carinho e amor, mas a senhora sabe que amo Simone de coração e quero
muito estar com ela, não pense que estou sendo ingrata.
- Eu sei Laura, já disse para ficar tranquila, todos aqui sabem do forte
sentimento que as unem e estamos felizes por vocês, ademais estarão por
perto e sempre nos veremos.
- Sim irmã, sempre virei visitar vocês.
Ela olha para mim e diz.
- Vou arrumar minhas coisas, vem comigo?
- Daqui a pouco subo, preciso falar com a irmã Pilar antes.
Ela assente e me dá um olhar cheio de malicia que dizia saber que iria
falar sobre Eduardo com a irmã.
- Diga filha, alguma dúvida sobre a documentação da tutoria de
Laura?
- Não irmã, eu sei que sob sua supervisão tudo deu certo, na realidade
gostaria de falar algo pessoal com a senhora.
- Estou ouvindo.
- Bem irmã Pilar, sabe é que eu ... Nossa como é difícil falar.
- Você está namorando com o senhor Eduardo.
Ela complementa e fico atônita.
- Eu já imaginava que vocês estavam interessados um no outro,
digamos que os olhares que trocavam não eram nada discretos, mas eu não
sou adivinha querida, Laura esparramou o boato pelo Lar inteiro, todos já
estão sabendo.
Ela fala risonha.
- Que linguaruda a Laura!
Falo e a irmã deixa escapar uma gargalhada.
- Fico feliz por você querida, espero que Eduardo saiba reconhecer e
valorizar a joia rara que tem em mãos, você é um ser humano muito
especial.
- Obrigada irmã, agora deixa eu ir ajudar aquela fofoqueira senão ela
terá um infarto, com licença.
- Toda.
Cheguei no quarto de Laura e a danada já estava quase terminando de
arrumar suas coisas, ela estava acelerada, sorri com carinho ao vê-la tão
feliz.
Meu telefone toca e olho no visor que aparece o nome de Eduardo.
- Oi. – Atendo.
- Oi, como foi seu dia?
- Bom e o seu?
- Cheio de saudades de você.
Ele diz carinhoso e me derreto toda.
- Está em seu apartamento?
- Não, estou no Lar.
- Droga Laura! Pedi para não ficar andando sozinha por aí.
- Não andei sozinha, Laura estava em meu apartamento e viemos
juntas, a irmã que me chamou para avisar que a documentação que me torna
tutora de Laura está completa.
Informo para o senhor controlador.
- Que bom, fico feliz por vocês.
- Obrigada! Laura já está quase terminando de arrumar as coisas dela
para se mudar para o meu apartamento.
- Não posso sair da empresa agora pois tenho uma reunião
importante, mas não saiam daí até o motorista que contratei ir buscá-las, o
nome dele é Manuel e dentro de no máximo quinze minutos estará ai.
- Ok, aguardaremos.
- Que tal sairmos para jantar nós três para comemorarmos este dia
tão especial?
Convida.
- Por que não fazemos melhor e vem jantar com a gente, prometo que
capricharei na comida.
- Ótimo, combinado então.
- Combinado, até mais.
- Até, um beijo nesta boca deliciosa.
Rio do seu último comentário, Eduardo sendo Eduardo, e me dirijo a
Laura.
- Temos convidado para o jantar.
- Eu ouvi, bem que você podia ter aceitado o convite para jantarmos
fora.
Fala emburrada.
- Não, já iremos sair para ir ao cinema esta semana, ademais você
precisa organizar seu quarto hoje ainda, amanhã de manhã tem aula.
- Sim senhora mamãe.
Fala ironicamente, mas sorri.
Quando o motorista que Eduardo envia chega ao Lar, Laura já tinha
se despedido de todos e estava bastante emocionada.
O senhor Manuel tinha na faixa dos cinquenta anos e aparentava ser
um homem bastante sério.
- Boa tarde Senhorita, sou Manuel e fui enviado pelo senhor Ruiz
para atendê-la no que precisar.
- Manuel, esta é Laura minha irmã.- Apresento minha irmã a ele digo.
- Vamos para meu apartamento.
Ele coloca as coisas de Laura no bagageiro do carro, passo o
endereço e seguimos para meu apartamento.
No caminho observo o senhor sisudo e compenetrado no volante e
fico me perguntando se ele era funcionário novo ou foi contratado agora,
tenho a leve impressão que Eduardo escolheu a dedo a pessoa que ficaria
perto de mim. Fico preocupada, a mania de controle de Eduardo as vezes é
sufocante e temo que esta atitude dele possa a vir dar problema em nosso
relacionamento.
Suspiro fundo e procuro desviar esses pensamentos nebulosos de
minha vida.
Viva o hoje Simone, viva o hoje, repito mentalmente, pois o meu hoje
está sendo maravilhoso.
CAPÍTULO TREZE

Eduardo Hernandez Ruiz

Chego ao apartamento de Simone já passava das vinte horas. O dia


foi bastante corrido, deixei ela dormindo quando sai de seu apartamento de
manhã. Não quis acordá-la, evitei que ela viesse trabalhar hoje, ainda não
tinha organizado o motorista que a acompanharia e o homem das cavernas
que habita em mim não queria ela andando sozinha por Valência. Pedi para
Manuel, um dos homens que faz parte da minha equipe de segurança ser o
motorista particular de Simone, deixei clara a ele a importância da mulher
que passaria a ser sua responsabilidade a partir de agora. Ele agradeceu a
confiança e na parte da tarde já estava à disposição da minha loirinha.
Assim que toco a campainha uma Laura espevitada atende a porta.
- Oi!
Diz sorridente abrindo a porta num convite mudo para que eu entre.
- Oi! Como você está?
Dou um beijo estalado em seu rosto e ela diz animada.
- Ótima, e você?
- Tudo bem, e Simone?
- Ela está na cozinha terminando o jantar.
Ela me guia até a cozinha e vejo Simone de costa para mim em frente
o fogão.
Abraço ela por trás e dou um beijo em seu pescoço, respiro fundo seu
cheiro me sentindo um fodido viciado nele. Ela ergue seu rosto sorridente
para mim oferecendo seus lábios que tomo avidamente.
- Hum...hum. – O pigarrear de Laura nos afasta. – Eu estou aqui.
Diz a garota zombeteira.
Deixo um sorriso cafajeste bailar em meus lábios e pergunto para
Simone.
- Como foi o seu dia linda?
- Bom, apesar de não comparecer em meu trabalho logo no primeiro
dia.
- E posso saber por que não foi trabalhar senhorita?
Entro na brincadeira, disfarçando a alfinetada que me dá por eu ser a
causa dela não ter ido trabalhar.
- Por meu chefe ser extremamente controlador e não permitir eu ir
sozinha ao trabalho.
- Hummmm.... cara esperto este seu chefe, gosto como ele cuida da
sua funcionária.
- Sei, fico me perguntando se ele tem este cuidado todo com as outras
funcionárias.
Ela pergunta séria e eu a puxo para mim lhe dando um selinho.
- Com certeza não, este cuidado somente é com a mulher que ele está
perdidamente apaixonado.
- Huhuuuu....
Laura que acompanha nossa interação com um sorriso malicioso nos
lábios grita e bate palmas com minha declaração, Simone solta um risinho
encabulada.
Mandona, ela pede para eu e Laura arrumar a mesa e assim que
términos ela serviu o jantar. Deliciosa a comida, olha que estou acostumado
a comer nos melhores restaurantes da cidade, mas minha loirinha sabe o que
faz quando está na cozinha.
- Deliciosa! Esta comida está esplendida coração, aliás tudo o que faz
é perfeito.
Elogio e ela cora com a duplicidade de minhas palavras.
- Sim ela é minha irmãzinha perfeita, por isso senhor Eduardo cuide
bem dela e não a magoe.
- Laura!
Simone a repreende.
- Não se preocupe Laura, quem corre risco nesta relação sou eu, pois
estou inteiramente nas mãos desta mulher.
Vejo que os olhos dela marejam ao ouvir minhas palavras e o que
sinto neste momento é uma vontade enorme de apertá-la em meus braços e
nunca mais soltar.
- Fico feliz cunhado, você é um homem de sorte, pois ela também
está perdidamente apaixonada por você.
- Laura! Por que não vai lavar a louça e deixa de futricar em nossa
vida.
- Já vou maninha, não precisa ficar zangada.
Diz a garota e sai sorridente para a cozinha.
Assim que ela sai puxo minha loirinha para meu colo.
- Está feliz meu amor?
- Muito, ter Laura aqui comigo é maravilhoso, desde o dia que sai do
Lar para viver sozinha sonho com esse momento, ela não é minha irmã de
sague, mas foi a família que Deus me presenteou, a amo muito.
- Eu sei querida, vocês merecem esta felicidade, não dá para perceber
qual das duas está mais feliz.
- Acredito que seja eu, além de estar junto novamente com minha
irmã estou ao lado do homem que amo.
Fala simplesmente me deixando estático com sua declaração. Ergo
seu rosto para o meu até nossos olhares se encontrarem e minha voz sai
rouca quando digo.
- Você me ama linda?
- Sim Eduardo, eu te amo. Sei que tudo entre nós está indo rápido
demais, mas desde o momento em que te vi me apaixonei pelo homem
lindo, porém com o tempo passei a conhecer o ser humano maravilhoso que
você é.
Fico emocionado ao ouvir suas palavras a apertando fortemente em
meus braços.
- Também te amo querida, você é o melhor presente que ganhei em
minha vida, sou o homem mais sortudo do mundo em poder ter o seu amor.
Ficamos ali, abraçados por muito tempo, curtindo nosso amor. Eu
amava aquela mulher com todo meu ser, e neste momento eu tenho certeza
que ela seria o meu para sempre.
Nos afastamos assim que Laura chega a sala, depois resolvemos
assistir uma comédia romântica juntos, a garota que escolheu o filme
dizendo que era em nossa homenagem. Assim que terminamos o programa
me despeço.
- Bom, já está na minha hora amanhã temos que acordar cedo para
trabalhar e Laura para estudar.
Digo beijando, com carinho, os lábios da minha mulher.
- Não quer dormir aqui?
Ela pergunta vermelha e escuto um risinho baixo da sua irmã.
- Adoraria querida, mas hoje é o dia de vocês, como Laura aceitou
numa boa te liberar para mim no domingo, agora devolvo a gentileza.
- É isso aí cunhado, vocês passaram dois dias juntos, está na hora de
deixar eu curtir minha irmãzinha um pouco.
- Certo, até amanhã amor, estou muito feliz por vocês.
- Obrigada Eduardo e boa noite.
Me despeço de Laura também e vou para meu apartamento com o
sentimento de querer ter ficado com ela, a necessidade dela é tanta que
tenho certeza que não poderei ficar sem ela em minha cama com muito
tempo. Preciso de Simone como do ar que respiro, o sentimento de posse e
controle que sinto em relação a ela é algo assustador que não consigo lutar.
Antes de dormir sorrio sei que estou ferrado e minha vida de solteiro
está por um fio, o engraçado é a satisfação que esta ideia me causa, como
meus irmãos estão dizendo o feitiço virou contra o feiticeiro, pelo jeito eu
serei o primeiro Ruiz a ser amarrado, literalmente, por uma mulher.
Já estava na empresa na manhã seguinte quando ela chega, ela está
linda com uma saia tubinho, uma camisa manga longa ajustada ao seu corpo
e salto alto. Gosto dos seus cabelos soltos, mas confesso que fiquei babando
no coque que ela fez a deixando com um ar sério. Maravilhosa! Minha
mulher é maravilhosa de qualquer jeito.
- Bom dia!
Ela me cumprimenta assim que chega.
- Bom dia amor!
Digo dando-lhe um selinho, dona Cristina minha secretária há muitos
anos olha a cena embasbacada, a mulher nunca tinha presenciado com
alguma mulher durante estes anos que trabalhava comigo, mas tenho
certeza que conhecia minha fama de cafajeste.
- Querida já conhece a Cristina, minha secretária, da última vez que
esteve aqui.
- Sim, como vai dona Cristina?
- Estou bem querida, e você?
- Tudo bem.
- Ótimo! A Simone irá trabalhar conosco, neste primeiro momento
ela irá cuidar somente dos assuntos do orfanato, principalmente da reforma,
depois que esta estiver concluída aí veremos. Quero que dê toda a
assistência que ela necessitar.
Falo para Cristina que eficiente como sempre concorda.
- Sim senhor, pode deixar que a auxiliarei no que ela precisar.
- Bom, agora venha amor quero te apresentar sua sala.
Levo uma Simone encabulada para a sala ao lada da minha, fiz
questão de deixá-la bem próxima a mim, meu anjinho bom diz que tenho
que dar espaço a ela e não a sufocar, mas meu anjinho rebelde diz que não,
que tenho que a manter sob meus olhos, e ele venceu esta batalha.
- É linda Eduardo! Nunca imaginei trabalhar num lugar tão
sofisticado como este.
A puxo para os meus braços tomando com sofreguidão seus lábios.
- Estava com vontade de fazer isso desde que entrou aqui hoje.
- Eduardo não podemos, aqui é nosso local de trabalho.
Ela me repreende, responsável como sempre minha garota.
- Eu te amo, sinto necessidade de você linda, sou o dono desta
empresa e sim eu posso e quero te beijar, e sim a beijarei sempre que sentir
vontade amor.
- Na frente dos outros não Eduardo, por favor.
- Ok linda, farei o que me pede, mas saiba que será sob meus
protestos.
- Se comporte senhor Eduardo, sou uma mulher séria e de respeito.
A puxo para meus braços e digo ao pé do seu ouvido.
- Está bem minha mulher de respeito, durante o trabalho eu me
controlarei, mas a noite em meu quarto tenho certeza que irá pagar por este
respeito todo.
- Eduardo!
Ela grita me empurrando.
Gargalho.
- Vamos amor, temos uma reunião com o engenheiro da obra do
orfanato, precisa ficar a par de tudo.
Ela acena e caminhamos para a sala de reunião, antes de sairmos de
sua sala dou uma tapa em seu traseiro delicioso, ela dá um gritinho me
fuzilando com os olhos.
Passamos a manhã toda em reunião com o engenheiro da obra e mais
dois membros da equipe. O cara era um homem aparentando trinta anos de
idade e era bem-apessoado. Notei que volta e meia ela lançava uns olhares
de cobiça para minha loirinha, fiquei puto da cara e morto de ciúmes.
- O que você achou do projeto Simone?
O infeliz pergunta todo meloso.
- Maravilhoso Rafael, não vejo a hora de estar pronta a reforma o lar
ficará maravilhoso.
- Obrigado Simone! Faremos o nosso melhor.
O Idiota fala babando em minha mulher.
- Tenho certeza que sim.
Ela diz simpática, estou furioso, mas tento disfarçar, com calma peço.
- Pode nos deixar a sós por um momento amor, preciso tratar de
alguns assuntos financeiros com o Rafael, se quiser vá até a cozinha e tome
um café, daqui a pouco termino e vamos almoçar.
- Está bem querido, com licença.
Meu homem das cavernas interior dá um urro ao ouvi-la me chamar
de querido perto do embuste.
Assim que ela sai, fuzilo o homem com meu olhar e digo grosseiro.
- Quer trabalhar com esta obra Rafael?
- É claro que sim senhor Ruiz, nossa empresa está muito feliz com a
parceria com a sua empresa, me sinto honrado em poder contribuir para este
projeto.
O encaro fixamente e digo.
- Se realmente quer este trabalho aconselho que nunca, está ouvindo,
nunca mais olhe do jeito que estava olhando para a Simone, ela é minha
mulher, está entendo? Ela. É. Minha!
- C.. Cla..Claro senhor Ruiz, eu não sabia que ela era comprometida.
- Aviso dado, agora se me der licença.
O homem sai às pressas, e realmente espero que ele tenha entendido o
aviso, senão eu o faria ser demitido.
Assim que termino alguns assuntos sigo para sala de Simone a
levando para almoçar.
Almoçamos em companhia dos meus irmãos e retornamos para o
trabalho, a tarde passou rapidamente e quando percebi já era quase noite.
Dispensei o Manuel, eu levaria Simone para casa e depois para meu
apartamento, uma noite sem ela já foi mais que podia suportar.
- Onde está o Manuel?
Pergunta assim que a encaminho para o meu carro.
- O dispensei, a levarei para seu apartamento e depois iremos para o
meu, quero dormir com você esta noite.
Ela me olha fixamente.
- Está tudo bem Eduardo?
Pergunto, ainda estou chateado por causa do babaca do Rafael.
- Tudo, por que não estaria?
- Por nada, vamos então.
Deixamos a empresa e seguimos para seu apartamento
completamente em silêncio.
CAPÍTULO QUATORZE
Simone Gutierrez
Chegamos ao meu apartamento já era noite. Eduardo permaneceu o
caminho todo em silêncio com a cara amarrada. Estou preocupada, sei que
ele notou os olhares nada discreto de Rafael para mim, porém eu não tinha
feito nada para atrair os olhares do engenheiro, então não tinha com que me
preocupar certo? Errado. Eduardo estava possesso e acredito que teremos
nossa primeira briga, mal começamos a namorar e sinto que a
possessividade do meu namorado em relação a mim vai trazer problemas.
Pergunto se está tudo bem e ele diz que sim, amuado. Encontro Laura
na cozinha fazendo um macarrão instantâneo para se alimentar e aviso que
passarei a noite no apartamento do Eduardo. Ela me olha maliciosamente e
faz um sinal positivo, separo uma camisola e roupas para o trabalho e me
despeço dela com um beijo no rosto pedindo para que se cuide e caso haja
algum problema me avise.
Ao chegarmos ao apartamento de Eduardo fomos direto para o quarto
onde Eduardo foi para o banheiro. Assim que ele saiu, já de banho tomado,
eu entro e tomo uma chuveirada também, o dia foi extenuante, e o banho
me deixou mais relaxada.
Assim que termino meu banho encontro Eduardo deitado de costa
com o olho fechado com maxilar trincado. Visto minha camisola simples e
nada sexy e deito ao seu lado.
- Está chateado por causa do Rafael?
Resolvo ser direta, me sinto sufocada ao ver ele calado e distante,
preciso saber o que ele está pensando.
- E não era para eu estar?
- Não, percebi que ele me lançou vários olhares indiscretos, porém
me mantive séria e profissional o tempo todo, então não estou entendendo o
motivo de você estar tão chateado.
- Não estou chateado com você Simone, mas estou louco de ciúmes
por ver outro homem cobiçando minha mulher.
- Não parece que está com raiva somente do Rafael, pois não
conversa comigo o que é injusto já que não tive culpa.
Falo magoada com a indiferença dele, não consigo conter algumas
lágrimas que rolam por meu rosto o que me deixa frustrada comigo mesma
por ser tão fraca. Assim que Eduardo vê meu estado ele me puxa para seus
braços.
- Desculpa amor, não queria te magoar, estou calado porque estou
com muita raiva.
Ele me aperta forte e distribui beijos por todo o meu rosto, o carinho
dele faz com que me torne uma manteiga derretida e deixo o pranto rolar
livremente.
- Ei querida! Não fique assim, me perdoa por ser tão possessivo e
ciumento.
Não consigo formular nenhuma palavra e ele tenta me acalmar.
- Eu te amo, por favor não chore, eu prometo que controlarei meu
lado ciumento, por favor se acalme.
Ele pede e eu não consigo controlar a crise de choro. Eduardo está
desesperado não sabendo mais o que fazer para me acalmar.
- Shiiiii...tudo bem, está tudo bem, me perdoe.
Pouco a pouco vou me acalmando, até que restam somente meus
soluços. Ficamos por muito tempo abraçados em silêncio até que Eduardo
toma meus lábios e me ama com carinho.
Ele me toca com paixão, com reverência e com amor. Sinto em cada
toque, cada beijo, cara carinho que sou amada, querida e desejada por este
homem.
Ciente que o amor que sinto por ele é correspondido, após fazermos
amor deixo o sono tomar e durmo com o coração transbordando de amor
por este homem maravilhoso.
Acordo na manhã seguinte sentindo beijos por todo meu rosto. Abro
os olhos manhosa e sorrio para Eduardo.
- Bom dia minha loirinha!
- Bom dia amor!
Ele abre um sorriso tamanho do mundo ao ouvir chamá-lo de amor.
- Trouxe seu café da manhã.
Olha para a travessa com um delicioso café da manhã e junto com os
alimentos há uma rosa. Enrubesço com o carinho.
- Obrigada! Pelo café e pela rosa.
- Gostou?
- Amei, você é muito carinhoso.
- O que mais quero é fazer você feliz Simone, estou muito
arrependido de agir como um imbecil ontem, sou ciumento, controlador e
possessivo, mas jamais poderia deixar me levar a ponto de te magoar,
prometo que nunca mais acontecerá.
- Tudo bem querido, já percebi que é ciumento demais, só quero que
entenda que sou uma mulher séria e fiel, eu não tive culpa que o Rafael me
olhava, fiquei muito assustada e magoada com sua reação.
- Eu sei amor, não fiquei chateado com você, mas a ira que senti
daquele cara desejando a minha mulher me cegou, te prometo que algo
assim jamais tornará acontecer.
- Vamos esquecer o que aconteceu, já passou.
- Sim, mas não quero que vá a obra sem eu estar junto com você, não
quero que converse por telefone ou tenha qualquer outro contato com
aquele traste.
Rolo os olhos e não digo nada. Meu homem era possessivo e
ciumento, e algo me dizia que teria que ter muita paciência com meu
homem das cavernas.
CAPÍTULO QUINZE
Simone Gutierrez
Hoje está fazendo três meses que eu e Eduardo estamos juntos e ele
me convidou para jantar. Durante todo este tempo poucas vezes saímos
juntos. Por viver muito tempo no orfanato ajudando as irmãs eu era uma
pessoa extremamente caseira.
Temos trabalhado bastante, já tem mais de trinta dias que iniciei meu
curso de psicologia, por isso minhas energias eram para o estudo e o
trabalho. De manhã fazia faculdade e a tarde trabalhava com Eduardo.
Depois do episódio envolvendo o engenheiro da obra evitei contato
com o homem. Poucas vezes fui ao orfanato verificar como estava a
reforma e quando fui era na companhia de Eduardo. Nunca mais vi Rafael,
desconfio que meu namorado tenha o proibido de estar na obra quando a
visitávamos. Nunca questionei, achei melhor esquecer o assunto para evitar
novo desentendimento.
Nosso relacionamento está muito sério, poucas vezes durante esses
três meses que não durmo nos braços do meu amor, na maioria dos dias ele
dorme em meu apartamento pois não quero deixar Laura sozinha, ela pode
se sentir preterida e já sofreu demais com o abandono.
Eduardo continua possessivo e ciumento, controla todos os meus
passos, Manuel me leva para a faculdade, para o trabalho, por todos os
lugares que quero ir e sei que reporta os meus passos para meu namorado.
No começo fiquei apreensiva, depois percebi que ele não mudaria e resolvi
aceitar. Não ligo, ignoro e sigo minha vida como desejo. Na faculdade fiz
novos amigos e na empresa não é diferente, eu e Cristina a secretária de
Eduardo nos tornamos grandes amigas.
Minha amiga Arianna, que estuda o mesmo curso que eu, me
pergunta se não me sinto sufocada, o que certamente não sinto, eu sempre
tive muito pouco afeto em toda minha vida e o excesso de carinho do meu
namorado não me incomoda.
Faço o que gosto, trabalho, estudo e se sinto vontade de fazer algo
diferente ele sempre procura alguma forma de estar comigo e se não puder
me acompanhar ele não intervém, mesmo que fique roendo de ciúmes,
respeita minhas decisões.
Estou feliz e realizada, nunca poderia imaginar que aquela órfã
rejeitada por sua mãe, que nunca foi adotada seria tão amada da forma que
sou.
Capricho no visual. A tarde eu e Laura saímos para comprarmos um
vestido para meu jantar com Eduardo, procuro não gastar com futilidades,
mas hoje senti a necessidade de me sentir bonita para meu amor.
Laura também caprichou em meu penteado e na maquiagem, a
danada está fazendo um curso nesta área e já está quase profissional.
Coloquei um vestido vermelho vinho que abraçava o meu corpo
evidenciando minhas curvas, era um modelo tomara que caia deixando meu
colo a mostra, longo quase encobrindo a sandália que estava usando.
Coloquei um colar que evidenciou meu colo e brincos que
combinavam, formando um lindo conjunto de bijouterias.
Uso o perfume que ganhei de Eduardo, deve ser caríssimo, com um
cheiro floral misturado com baunilha.
Assim que termino de me arrumar procuro meu celular e vou para a
sala procurá-lo.
- Laura você viu meu celular?
Grito, e quando percebo Eduardo está sentado no sofá me olhando de
boca aberta e com os olhos escuros de desejo.
- Uau, Você, Está, Maravilhosa!
Coro, ele ainda tem o poder de me deixar encabulada.
- Obrigada!
Agradeço polidamente.
- Vamos amor.
Ele me chama e seguimos para nosso jantar.
Estou com cara de boba, nunca entrei em um restaurante tão
sofisticado, o lugar reflete riqueza. Ele me acomoda em uma mesa de canto
reservada para nós.
O garçom chega para fazermos nossos pedidos saindo logo em
seguida.
- Este lugar é lindo Eduardo.
- Que bom que gostou amor, você merece tudo que há de melhor.
- Sabe que sou uma pessoa simples, não preciso de muito, só o seu
amor me basta.
- Sei, mas fico feliz em lhe proporcionar conforto, trabalhei a vida
toda para isso, você é a mulher da minha vida e nada melhor que usar meu
dinheiro com você.
- Está bem, se é o que deseja só tenho a agradecer.
Nosso jantar chega e confesso que a comida me surpreendeu, não
estou acostumada comer com tanto requinte, achei que a comida fosso
exótica, porém realmente estava deliciosa.
Assim que terminamos o jantar, Eduardo me convida para dançar em
uma área reservada do restaurante, o lugar era elegante, pouco iluminado e
com música ao vivo, dando um ar romântico e íntimo.
Dançamos várias músicas com nossos corpos colados, me sentia a
verdadeira cinderela, uma princesa com seu príncipe encantado.
Assim que voltamos a mesa Eduardo tira do bolso de sua calça uma
caixinha delicada de veludo, meu coração para deixando minha respiração
suspensa a espera do que está por vir.
Ele pega minha mão com carinho, beija meus dedos um a um e com
voz rouca me diz.
- Simone estou completamente apaixonado por você, desde o estante
que te vi a desejei, porém, com o passar dos dias, quanto mais a conhecia, o
desejo que nutria por você se transformou em amor, te amo por inteiro, seu
corpo, seu cheiro, seu gosto, seu jeito de ser. Não posso e não quero mais
viver sem você, quero viver todos os meus dias em sua companhia, desejo
construir uma família com você e ter filhos.
Ele respira profundamente e diz emocionado.
- Aceita se casar comigo?
Neste momento meu rosto está banhado em lágrimas, a emoção me
toma por completo e me sinto a mulher mais feliz do mundo.
- Sim Eduardo, eu aceito.
Tento controlar o tremor de minha voz e continuo.
- Também te quis desde o momento que te vi, mas não ousei sonhar,
nunca poderia imaginar que um homem como você pudesse se interessar
por uma pobre órfã. Quando soube que o meu impossível se tornou possível
entreguei-me totalmente meu corpo e minha alma a você, nada me faria
mais feliz que me tornar sua mulher e mãe dos seus filhos.
Ele coloca um anel solitário de brilhante e maravilho em meu dedo,
beija a minha mão com carinho e toma a minha boca num beijo profundo e
cumplice selando ali nosso amor.
Chegamos ao seu apartamento e mal fechou a porta Eduardo toma
meus lábios com sofreguidão, comigo em seus braços encaminha para seu
quarto.
Me deita na cama sem afastar sua boca da minha. Arfo desejosa, meu
corpo está em chamas.
- Tira, eu preciso que tire meu vestido.
Peço desesperada.
- Seu desejo é uma ordem amor.
Eduardo tira meu vestido me deixando somente de calcinha, já que
não estava usando sutiã.
Ele desce sua língua pelo meu pescoço chupando e dando pequenas
mordidas, gemo deliciada com seus toques, ele desce sua língua quente para
os meus, chupando-os, alternado entre os dois, dá leves mordidas em meus
mamilos entumecidos me levando a loucura.
Quando sinto seu dedo em minha entrada solto um grito.
- Tão molhada, tão pronta para mim, tão minha.
Ele diz e seu olhar é de predador, faminto. Arqueio meus quadris de
encontro ao seu dedo que se afunda em meu interior.
- Mais, eu preciso de mais Eduardo.
Ele coloca mais um dedo, me preenchendo e começa a estocar.
Enquanto seus dedos trabalham em minha boceta encharcada sua boca e
dentes cuidam dos meus seios. Sinto que não vou aturar muito tempo.
- Não vou aguentar, eu vou gozar amor.
Falo entre gemidos.
- Deixa vir querida, goza pra mim.
Então meu corpo explode em um orgasmo enlouquecedor me
deixando mole em seus braços.
- Te amo, te amo, te amo...
Repito freneticamente subindo em cima de seu corpo distribuindo
beijos por seu rosto e pescoço. Com dedos trêmulo abro sua camisa,
arrancando alguns botões devido a pressa. Preciso dar a ele o mesmo prazer
que me proporcionou, a necessidade de ouvi-lo gemendo meu nome é
premente. Ele me ajuda a tirar sua camisa e busco o cinto de sua calça.
- Preciso de você nu, necessito te sentir por inteiro.
Ele arranca sua calça levando junto sua cueca ficando totalmente
exposto para mim.
- Toma, sou todo seu.
Lambo, chupo e beijo todo seu corpo, Eduardo é delicioso. Tomo seu
pau em minha boca e estremeço ao ouvir seus gemidos. O tesão me
consome enquanto mamo com ferocidade seu mastro grande e grosso, enfio
até minha garganta.
Ele me tira do seu pau e se levanta, fica em pé ao lado da cama e
ordena.
- Ajoelha!
Me ajoelho e ele introduz o seu pau em minha boca novamente, pega
meus cabelos em um rabo de cavalo, sugo a cabeça do seu membro me
deliciando com seu tesão. Eduardo perde o controle e fode minha boca
ferozmente.
Meus olhos lacrimejam, ele me leva ao extremo, não para de estocar
seu pau em minha boca até que o sinto enrijecer mais ainda, então ele
despeja seu gozo enchendo-me com seu prazer.
- Toma tudo, toma o gozo do teu homem, não quero que deixe
nenhuma gota escapar, sinta o meu gosto.
Ele manda e o obedeço. Assim que termino ele me levanta do chão e
me beija sentindo seu gosto em minha língua. Sou deitada na cama e
novamente ele comanda.
- Abre estas pernas para mim, quero sentir o teu gosto.
Anestesiada pelo tesão demoro a atender seu pedido.
- Agora Simone!
Ele ordena mais uma vez e o obedeço, meu noivo era extremamente
controlador, me tornando completamente submissa na cama.
Eduardo beija todo meu corpo, pairando sua boca em minha boceta
que está pingando para ele. Quando sinto sua língua roçar meu clitóris
gemo enlouquecida. A cada gemido que dou mais ele penetra em mim,
estocando freneticamente sua língua em meu interior.
O mundo deixa de existir neste momento, é somente eu e Eduardo e
nosso prazer.
Quando seus dedos trabalham em meu clitóris ajudando sua língua
meu corpo não suporta o prazer recebido e me desmancho em sua boca.
Extasiada vejo ele tirar do bolso de sua calça um preservativo e cobrir
seu pau. Ele me vira de barriga para baixo na cama e ordena.
- Fica de quatro, vou te foder tão duro, tão bruto que amanhã não
conseguirá nem andar.
Faço o que ele manda e ele se afunda em mim.
- Mais, preciso de mais...
Grito enlouquecida de prazer,
- Toma safadinha, toma todo o meu pau gostoso.
Suas palavras me excitam de maneira extrema. Seus movimentos
aceleram e ele me toma com brutalidade.
- Minha! Só minha, a quem você pertence Simone?
- A você, sou tua.
- Sim minha, para o meu prazer.
Então pela terceira vez sinto meu corpo convulsionar me entregando
novamente ao orgasmo que me dá.
Após mais algumas estocadas ouço seu grito de libertação enchendo
completamente o preservativo com sua porra.
Caímos exaustos na cama deixando nossos corpos se acalmarem.
Eduardo vai até o banheiro e volta sem o preservativo. Se joga ao
meu lado na cama me puxando para seus braços.
- Te amo, te amo com loucura.
Diz enquanto beija meus cabelos.
- Também te amo Eduardo.
Após alguns minutos nos sentindo e relaxando Eduardo ergue meu
queixo me fazendo olhar em seus olhos.
- Quero me casar no máximo em três meses.
Olho para ele assustada, jamais imaginei que seria tão rápido.
- Nossa amor, tão rápido assim?
- Se pudesse me casaria amanhã mesmo, não gosto de dormir sem
você.
- Eu sei, porém acredito que deveria esperar pelo menos mais seis
meses.
Ele me olha emburrado.
- Tem alguma dúvida sobre se tornar minha esposa Simone?
O homem está tenso e vejo decepção em seus olhos.
- Não amor, eu não tenho, mas as pessoas irão comentar sobre a
pressa do nosso casamento.
- Pouco me importa o que os outros falam, eu só quero minha mulher
comigo.
- Tudo bem, se é o que deseja vamos marcar a data para daqui três
meses.
- Ok. Pedirei para Salma te ajudar nos preparativos do casamento.
- Quero algo simples e íntimo amor.
- Será como desejar.
- Eduardo?
- Fala querida.
- E Laura, sabe que ela mora comigo.
-Sei, e quando pedi para ser minha mulher aceitei o pacote completo,
ela vem morar conosco.
Emocionada digo.
- Obrigada por tudo, por cuidar de mim, de Laura e por me amar.
Ele me dá um selinho e diz.
- Eu que agradeço, por seu amor, por você existir e me completar.
- Agora vamos dormir, estou exausta, você acabou completamente
comigo.
Ele gargalha.
- Sei, bem que você gostou, está cada dia mais deliciosa minha
loirinha, cada dia mais safadinha.
Dou um tapa em seu peito e reclamo.
- Pare de dizer essas coisas para mim, sabe que fico envergonhada.
- Adoro ver você toda vermelhinha, embora que, na hora do rala e
rola, sua vergonha vai para outra dimensão.
Ele diz zombeteiro me deixando mais vermelha, se possível.
- A culpa é sua, quem manda você me deixar tão excitada.
- Pois é, olha só o monstrinho que criei.
Resolvo ousar e digo.
- Já que criou agora tem que sustentar.
Ele gargalha novamente e diz.
- Com prazer gostosa, prometo que a deixarei sempre satisfeita.
Dá um tapa em minha bunda e diz.
- Agora vamos dormir, que amanhã a senhorita tem faculdade e
depois uma festa de casamento para organizar.
- Está bem senhor mandão.
Ele desliga o abajur e rapidamente deixo o sono me tomar.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Eduardo Hernandez Ruiz

- Calma Eduardo, desse jeito você irá ter um infarto.


Alexandre meu irmão me diz. Realmente estou muito nervoso, hoje é
o dia mais importante da minha vida, o dia que me unirei perante Deus e
aos homens com a mulher da minha vida.
- Ela está atrasada.
Digo em agonia.
- É normal a noiva se atrasar, não se preocupe ela virá. Simone te
ama.
Alexandre tenta de todas as formas me acalmar, mas realmente estou
muito nervoso.
Desde o dia que a pedi em casamento tem sido uma loucura. Salma
ajudou minha loirinha organizar a festa de casamento. Simone praticamente
parou todas as suas atividades na empresa, se dedicando aos estudos e a
organizar nosso casamento.
Laura sempre esteve ao lado da irmã e, convenhamos a garota estava
mais eufórica que a noiva.
Apesar do pouco tempo que nos conhecemos me sinto totalmente
preparado para dar este passo tão importante em minha vida. Amo Laura
como jamais imaginei amar alguém em minha vida, tenho sorte em ser
correspondido e sei que um amor assim é algo raro.
A igreja está linda, são poucos os convidados, alguns conhecidos de
nossa família e o pessoal da pensão e do orfanato.
Vejo o orgulho nos olhos das irmãs do Lar, principalmente da irmã
Pilar que tem um carinho especial pela minha noiva.
Alugamos um dos melhores hotéis para receber nossos convidados
após a cerimônia, tudo perfeito, tento me controlar, mas o atraso de Simone
me deixa nervoso.
Sei que se algo tivesse acontecido já saberia, pois Alejandro meu
irmão está com ela, ele foi o escolhido para levá-la ao altar já que minha
loirinha não tem a figura paterna. Simone o escolheu por ser o mais velho
da família e ela o respeitava muito.
Quando penso que já não suporto mais de expectativa ouço a
orquestra da igreja tocando a marcha nupcial e meu coração retumba em
meu peito.
Linda! Simplesmente maravilhosa, é a criatura mais linda que meus
olhos já vira.
Minha noiva vem radiante vestida em seu vestido de noiva estilo
princesa, deixando-a etérea, um verdadeiro anjo.
Alejandro a conduz entregando-a para mim. Vejo em seu olhar
orgulho.
- Cuide bem dela Eduardo, você foi abençoado pelos céus com a sua
mulher.
Fala emocionado.
- Eu cuidarei irmão.
Ele abraça Simone e depois me abraça desejando felicidade. Estufo o
peito me sentindo o homem mais sortudo da face da terra e a conduzo ao
altar.
Na hora das alianças ao deslizar o anel no dedo do meu amor digo
emocionado.
- Eu, Eduardo Hernandez Ruiz aceito você, Simone Gutierres como
minha esposa e prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha
vida, até que a morte nos separe.
Deixo um beijo cálido em suas mãos e espero ela colocar a aliança em
meus dedos dizendo os seus votos.
- Eu, Simone Gutierrez aceito você, Eduardo Hernandez Ruiz como
meu esposo e prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha
vida, até que a morte nos separe.
Criada por freiras católicas minha noiva decidiu pelos votos
tradicionais e confesso que estou muito emocionado tamanho o impacto que
nossas promessas me causaram.
- Pode beijar a noiva.
O Padre diz.
Aproximo meus lábios do se Simone que está com os olhos rasos
d’água e digo baixinho.
- Te amo para sempre.
Vejo uma lágrima rolar em seu rosto e a ouço dizer.
- Também te amo para todo o sempre.
Uno nossos lábios num beijo possessivo esquecendo de todos ao meu
redor.
A igreja explode em aplausos, olho para minha mulher e digo.
- Minha esposa, totalmente minha.
- Tua marido.
Pego sua mão e a conduzo para fora da igreja onde uma chuva de
arroz nos cobre.
CAPÍTULO DEZESSETE

Simone Gutierrez
Saio da igreja de braços dados com Eduardo e o sentimento que me
define é gratidão. Só tenho a agradecer por tudo que está acontecendo em
minha vida.
A felicidade jorra em meu âmago, posso ser órfã, ser criada em um
orfanato, mas tenho amor. As freiras me amam, Laura me ama e Eduardo
me ama. Encontrei na família do meu amor uma família para mim também,
os irmãos eram muito unidos e me receberam de braços abertos no seio
familiar.
Nestes últimos meses tive muito contato com Salma, que se tornou
uma amiga para mim, Selena também veio para o casamento, passei uma
semana convivendo todos os dias com ela que se mostrou muito querida.
Alexandre com seu jeito nerd, é muito tímido, mas sinto o carinho que tem
por mim, e o todo poderoso Alejandro, com seu jeito sério de ser, as vezes
meio amedrontador, se mostrou cuidadoso e até protetor comigo. O fato
dele ter se responsabilizado por seus irmãos após a morte dos pais, e eu
sendo órfã parece que ele meio que me adotou também.
Estou tendo um dia de princesa, um verdadeiro conto de fadas, as
irmãs me abraçam felizes e Laura e a alegria em pessoa.
- Parabéns irmã, você é a noiva mais linda que já vi em minha vida.
Fala assim que saímos da igreja.
- Obrigada maninha, é claro que você diria algo assim.
- O quê! Se não acredita em mim olhe no espelho.
Ela diz enfática.
- Concordo plenamente com Laura amor.
Fala Eduardo, e eu sorrio com o elogio.
- Viu, eu não estou exagerando.
- Está bem, se vocês estão dizendo eu acredito.
- Parabéns para você também cunhado, espero que nunca se esqueça
dos votos que fez a minha irmã, e que cuide bem dela.
Laura fala ao abraçar meu marido.
- Jamais esquecerei cunhada, pode ficar tranquila, cuidarei de sua
irmã para sempre.
-Acredito em você Eduardo, sei que a fará feliz.
- Farei tudo o que estiver ao meu alcance para sempre ver este sorriso
lindo em minha mulher.
- Sei que sim, agora vão que os convidados já estão esperando para
festa.
Entramos na limusine que nos conduzirá ao hotel onde será
recepcionado os convidados, e a assim que entro Eduardo me puxa para os
seus braços.
Solto uma risada baixinho, pois assim que sento em seu colo sinto seu
membro duro em minha bunda.
- Qual a graça esposa?
Ele pergunta zombeteiro.
- Você não perdoa nem o vestido branco que me cobre marido, olha
só sua situação.
Falo e dou uma rebolada em seu colo ouvindo um grunhido dos seus
lábios.
- Não tenho culpa se minha mulher é gostosa demais, meu amigão
quando está perto de você ganha vida, a culpa é sua dele ser mal-
acostumado, quem manda ser uma delícia de mulher.
- Shiiii... fale baixo o motorista pode escutar, não tem vergonha de ser
tão safado?
- Seu safado minha loirinha, seu safado, e vergonha é algo que eu
desconheço minha delícia.
Ela diz e toma minha boca num beijo urgente e possessivo, ele
praticamente fode minha boca com a dele me deixando molhada. O safado
segurada minha cabeça de encontro ao seu rosto, me deixando presa aos
seus lábios, depois invade debaixo do meu vestido alcançando minha boceta
que se encontra pingando de tão molhado que estava por ele.
Eduardo estoca dois dedos em meu interior e gemo
despudoradamente em sua boca que abafa meus gemidos. Quando gozo ele
retira o dedos da minha boceta e os suga vagarosamente, nunca vi algo mais
sexy em mina vida.
- Agora é a minha vez linda, faz teu marido gozar.
Ele pede e ajoelho no chão do carro, abro o zíper de sua calça
puxando para fora o membro grosso e grande que com a cabeça pingando o
pré gozo. Abocanho aquela delícia tudo de uma vez e meu marido geme
rouco.
- Putz que delícia! Mama gostoso o pau do seu homem amor.
Eduardo geme e acelero os movimentos até que ele goza e minha
boca, engulo todo seu prazer, o deixo limpo, guardo o seu membro em sua
calça novamente e volta a sentar em seu colo.
Ele me beija sofregamente e diz maroto.
- Quem é a safada agora heim?
Dou um tapa em seu ombro e digo.
- Se comporte marido.
Ele gargalha e diz.
- Depois dessa serei o noivo mais comportado que já existiu.
Arrumo meus cabelos, e o vestido pois sei que estávamos chegando
ao local da festa.
Ficamos muito tempo pousando para as fotos, os convidados vêm nos
cumprimentar e me emociono quando a irmã Pilar me abraça e diz.
- Não sabe a felicidade que sinto em vê-la tão feliz minha filha, você
tem um lugar em meu coração, eu amo muito e tenho orgulho de você. Lhe
desejo toda a felicidade do mundo.
Deixo me envolver pelos braços daquela senhora que apesar de ter
que se dedicar a tantos filhos, sempre foi carinhosa e afável comigo, o mais
perto de uma figura materna que já tive em minha vida.
- Obrigada irmã, eu também amo muito a senhora, não tem palavras
para lhe agradecer por tudo que fez por mim e para todos que passaram
naquele orfanato.
- Não tem o que agradecer querida, esta é minha missão e seu marido
tem ajudado e muito a seguir em frente em meu dever para com os menos
favorecidos, ele é um homem e um ser humano maravilhoso, vocês são
duas almas bondosas e queridas e tenho certeza que serão imensamente
felizes.
- Amém irmã, amém.
- Não esqueça da inauguração do orfanato que será daqui dezessete
dias, não se empolgue tanto na lua de mel e se esqueça de algo tão
importante para todos nós.
- Imagine irmã, ficaremos fora somente quinze dias, pode ter certeza
que estaremos aqui para a inauguração.
- Fico feliz querida, agora se me dá licença vou me juntar as outras
irmãs que o jantar será servido.
Depois do jantar eu e Leonardo dançamos a valsa dos noivos, joguei
meu buquê e finalmente fomos liberados para nossa lua de mel.
Uma hora depois estávamos embarcando para a Grécia onde
passaríamos quinze dias desfrutando nosso amor.
CAPÍTULO DEZOITO
Simone Gutierrez
- Se apresse Eduardo, vamos chegar atrasados.
Grito para que meu marido acelere.
- Estou quase pronto, tenha calma amor.
- Tenho paciente marcada às nove, não posso me atrasar.
- Prontinho, sem estresse, vamos!
Saímos juntos, esta era a nossa rotina. Eduardo mesmo após cinco
anos de casados continuava o mesmo possessivo e controlador em relação a
mim. Terminei minha faculdade a pouco mais de um ano e como presente
de formatura ganhei uma clínica de meu amado. Hoje não tenho tempo
vago na minha agenda e mês passado contratei mais dois psicólogos para
me ajudar.
Meu currículo acadêmico ajudou muito e indicações dos meus
professores ajudaram a alavancar minha profissão.
O orfanato está maravilhoso, depois da reforma e da ajuda dos irmãos
Ruiz atualmente atende mais de sessenta crianças, e todas elas contam com
o apoio da família. A irmã Pilar se aposentou e hoje quem está a frente da
administração é a irmã Dulce.
Laura se casou tem um ano e meio, conheceu Alonso seu marido
quando fazia faculdade de administração e ele advocacia, se apaixonaram e
casaram depois de um ano de namoro.
Continuamos unidas como sempre, e nossos maridos são grandes
amigos. Alonso trabalha na empresa de Eduardo e nos finais de semana
sempre nos reunimos.
A Família dos irmãos Hernandes Ruiz cresceu bastante, Alejandro se
casou com uma linda mulher e Ximena é muito querida. Alexandre se
descobriu Gay e casou com Diego, eles eram muito fofos, Salma e Selena
também encontraram suas almas gêmeas.
Aos domingos a reunião familiar dos irmãos ainda acontecia, e já
contava com muitos integrantes a mais.
Eu que nasci órfã e sem ninguém hoje pertenço a uma grande família
que me ama e respeita, sou feliz com o que o destino me reservou.
Eduardo sempre apaixonado continua o mesmo de quando nos
conhecemos.
Deixo dois dias da semana para atender pessoas carentes em minha
clínica, nunca esquecerei de minhas origens e dos menos favorecidos, tive
muita sorte na vida, mas infelizmente outras pessoas não tem o mesmo
privilégio que eu, portanto faço o que está ao meu alcance para ajudar.
Agora que estou com a clínica estabelecida desejo ter um filho. Eu e
Eduardo já falávamos algumas vezes sobre o assunto, mas sempre adiamos
pois tinha que terminar a faculdade e me firmar como profissional.
Chego mais cedo em casa e preparo um jantar especial para mim e
Eduardo.
- Nossa! Posso saber que data eu esqueci?
Ele pergunta assim que vê a mesa posta a luz de velas.
- Tome um banho e venha jantar com sua esposa que lhe direi.
- Assim eu morro de curiosidade amor, não dá para adiantar a
revelação.
Ele tenta mas meneio a cabeça negando.
Ele me dá um selinho e segue apressado para o banheiro, Eduardo
sendo Eduardo como sempre,
Jantamos a luz de velas num clima romântico, depois dançamos na
sala grudadinhos. Eduardo me toma em seus braços e me leva para o quarto
onde me ama apaixonadamente.
- Agora posso saber o que estamos comemorando meu amor?
Ele pergunta abraçado a mim. Olho em seus olhos e digo.
- Quero engravidar.
Falo diretamente e ele para e não diz nada. Fico apreensiva, não sei o
que ele dirá, mesmo que ele já tenha dito que quer ser pai algumas vezes
durante esses anos de casamento, nunca falamos abertamente sobre o
momento.
- Está certa disso amor?
- Sim, é o que mais desejo, eu te amo Eduardo e quero um filho para
consagrar o nosso amor.
- Me fará o homem mais feliz do mundo Simone.
Ele diz emocionado e até aquele momento não sabia o quanto meu
marido queria ser pai.
- Quero dar todo amor que não tive dos meus pais ao nosso filho,
quero ser a mãe que não tive e você será um pai amoroso e presente tenho
certeza.
- Sim querida, amarei com toda minha alma nosso filho.
- Sei que sim, agora que tal continuarmos nossa comemoração?
- Safadinha, olha só o monstrinho que criei, vem cá vem vou te
mostrar o quanto a amo.
Dormimos de madrugada esgotados nos braços um do outro.
CAPÍTULO DEZENOVE

Eduardo Hernandez Ruiz


Vinte anos depois.
- Preciso falar com você pai.
Liandra minha filha mais velha entra em meu escritório, vejo seus
olhos cheios de lágrimas e me assusto, não consigo ver minha menininha
sofrendo.
- Ei! O que aconteceu? Quem te magoou princesa do papai, fala para
mim que eu resolvo num instante.
- Ninguém me magoou pai, mas tenho uma notícia que acredito que
deixarão você e mamãe tristes e decepcionados comigo.
- Você nunca nos decepcionará meu amor, o papai e a mamãe sempre
estarão aqui por você e para o Lucca.
Falo abraçada a ela, realmente ela e meu filho Lucca de dezesseis
anos eram nossa razão de viver.
- Tudo bem então, promete que não ficará bravo comigo?
Ela pergunta e olho em seus olhos sabendo que vem bomba a seguir.
Minha princesinha era a cópia fiel da mãe, enquanto Lucca era a minha
cara, e o mais engraçado era que a personalidade de Liandra era bem
parecida com a minha e a de Lucca com a de sua mãe.
- Prometo, agora diga o que está acontecendo.
- Você será avô.
Estagno, minha cabeça roda e meu olhos cai na barriga da minha filha
que continua lisinha.
- Tem certeza filha?
É o que consigo perguntar.
- Fiz exame de sangue para confirmar.
- E o que te ensinamos sobre prevenção amor?
- Eu sei pai, vacilei, mas agora não tem mais jeito.
- Está bem filha, este bebê será muito amado e prometo que
cuidaremos com todo amor e carinho de você e do nosso bebezinho.
Ela me abraça apertado.
- Obrigada! Obrigada pai, você é o melhor.
- Sei, me engana que gosto, agora me dia a dona Simone já sabe?
Ela me olha amedrontada e nega com a cabeça.
- Acha que vim falar com você aqui na empresa por que, quero que
me ajude a enfrentar a fera.
- Malandrinha, sua mãe ficará decepcionada com você pois ainda é
muito nova para ser mãe, porém agora que já aconteceu ela vai entender.
- Espero que sim paizinho, estou morrendo de medo.
Rio do nervosismo de Liandra e a questiono sério.
- Quem é o pai querida? Eu o conheço? Ele sabe que terá um filho?
Ela fica rubra e tenho certeza que virá mais uma bomba por aí.
Respiro fundo e espero ela dizer.
- Sim pai você o conhece. Sim, ele sabe que será pai e está muito
feliz, inclusive me pediu em casamento.
Opa! Opa! Opa! A situação é mais séria que eu pensava.
- É mesmo? E aceitou o pedido de casamento?
- Sim pai, eu aceitei, nós nos amamos e queremos que nosso filho
nasça quando já estivermos casados.
- Nossa! muita informação para meu pobre coração. Bem se é isso
que deseja, mas primeiro quero saber quem é o homem que roubou o
coraçãozinho da minha princesa, preciso saber se ele é digno de você, e
como já disse que o conheço saberei se ele será um bom marido.
Ela olha para mim com seus olhos meigos e prende a respiração,
parece que vou enfartar.
- Diga logo Liandra, quem é o meu futuro genro?
- Pablo.
- O QUÊ!?
Grito surpreso, não posso acreditar em meus ouvidos, não pode ser.
- Calma papai, por favor fique calmo.
Liandra pede, porém não consigo me acalmar.
- É o nosso Pablo?
Ela acena afirmativamente com a cabeça e estremeço. Pablo é o filho
adotivo de Alexandre e Diego, meu irmão o adotou quando o garoto tinha
doze anos de idade. Pablo perdeu os pais em um acidente quando tinha onze
anos e ficou no orfanato até os doze devido a burocracia da papelada para a
adoção, pois se dependesse de Diego o teria levado para casa no mesmo dia
em que o conheceu que foi duas semanas após a morte dos pais. O garoto
nem se fosse do sangue do meu irmão poderia parecer tanto com ele. Ela
estava com vinte e três anos e era o mais novo gênio da família.
- Liandra vocês são primos.
Falo ainda chocados.
- Até parece pai, Pablo é adotado, somos primos de consideração, não
temos o mesmo sangue.
Ela argumente.
- O safado me enganou, com aquela cara de tímido foi engravidar
logo a minha princesinha, jurava que o nerd era virgem.
Liandra dá uma tossida descarada e me olha com receio.
- Bem, ele realmente era, fui eu que o desvirginei.
A descarada confessa.
- Liandra!
Grito inconformado, minha filha realmente puxou o safado do seu
pai, não tem como negar.
- Ah pai! Eu sempre fui meio que fui apaixonada por ele, Pablo é
muito gatinho e corria de mim feito o diabo da cruz, então na festa de vinte
e três anos dele eu meio que o seduzi.
Ela gargalha e continua.
- Quando ele foi dormir eu estava esperando ele no quarto com uma
cinta liga de matar...
- Ei, ei, ei, informação demais querida, pode parar por aí...já percebi
quem é a vítima no relacionamento.
- Pai!
Ela ainda tem a cara de pau em se mostrar ofendida.
- Quê? O coitado deve não ter tido nem uma chance de se defender.
Falo zombeteiro, minha filha era foda pra caralho, corrompeu o
nerdzinho do Alexandre.
- Ele me ama viu, e está muito feliz, não foi vítima de nada.
Ela continua se fazendo de ofendida.
- Sei, acredito, agora vamos que temos um jantar em família.
- Temos?
Ela pergunta.
- Claro, e seu geniozinho terá que pedir sua mão em casamento
perante a família e te fazer uma mulher direita.
Brinco e ela revira os olhos.
- Não vai assustar ele papai, não quero que ele desista do casamento
por sua causa.
- Na hora de fazer o filho ele não estava com medo, agora ele que
aguente as consequências.
- Não sei como a mamãe te aguenta, tem hora que você é difícil pai.
- Do mesmo jeito que Pablo irá te aguentar, pois é uma cópia
feminina de mim princesa, agora vá, organiza o jantar que estou indo em
seguida.
- E a mamãe?
Ela pergunta, não querendo enfrentar Simone.
- Vou buscá-la na clínica e amanso a fera, deixa comigo.
Ela me dá um beijo estalado no rosto e sai saltitando. Coitado do
nerdzinho do Alexandre, ele não tem nem uma chance com minha princesa,
comerá literalmente nas mãos dela.
Saio as pressas do meu escritório e sigo para o de Alejandro.
- Quero uma reunião com os irmãos.
Digo assim que entro.
- Não sabe bater na porta?
Alejandro ainda se chateia por eu nunca anunciar minha chegada.
- Reunião irmão, reunião.
Falo sem paciência com a implicância dele.
- Tudo bem?
Ele pergunta, vejo que ficou preocupado.
- Depende, mas irei falar somente quando estivermos os cinco juntos.
Ele suspira e dentro de dez minutos os outros se juntam a nós.
Olho para Alexandre meu irmão tão sério e responsável, putz! Ele vai
ser o sogro da minha menina.
- Qual o problema?
Salma questiona.
- Eduardo que solicitou a reunião, ainda não sei, mas agora que
chegaram ele pode nos dizer.
- Fala logo irmão.
Selena como sempre agoniada.
- Vou ser avô.
Ouço vários ohhhh!! Na sala.
- Nossa! Liandra é apressadinha.
Não acredito quando Alexandre diz isso, logo ele que quase não dá
opinião em nada.
- É minha filha é bem apressadinha mesmo Alexandre, você acredita
que engravidou com apenas dezenove anos, mas a responsabilidade do filho
não é só dela, mas também do irresponsável que transou com ela sem
camisinha você não acha?
Sou sarcástico, Alexandre logo se desculpa.
- Com certeza irmão, não queria ofender, só achei que Liandra
engravidou cedo demais.
- É...o irmão mais novo será avô primeiro.
Selena brinca.
- Acontece que serão dois irmãos sendo avôs nesta sala.
Solto causando impacto com minha revelação, Alejandro fica branco.
- Ramon?
Ele pergunta se é o seu filho o pai do meu neto. Balanço a cabeça
negativamente e indico para Alexandre que fica sem palavras por um
minuto.
- Pablo? Não, não pode ser.
- Pode e é, parabéns irmão seremos vovôs.
Alexandre ainda em choque liga para o safado do seu filho e pede
para ele vir até o escritório de Alejandro, a sala está num silêncio total, mas
os olhos de Salma, Selena e até Alejandro demonstram o quanto estão
achando a situação engraçada.
- Me chamou pai?
O Nerd safado pergunta assim que entra, na hora em que vê que os
irmãos estão reunidos descobre o motivo de estarmos ali e vejo que ele fica
branco, mas não diz nada e sustenta meu olhar.
- Sim Pablo, seu tio nos contou algo e quero saber se é verídico.
Alexandre diz sério.
Ele olha para o pai e diz sem rodeios.
- Se for a gravidez de Liandra é verídico sim, eu vou ser pai.
- Vocês são primos Pablo, primos.
Meu irmão fala alterado, vejo o rapaz abaixar a vista triste por
decepcionar o pai.
- Sinto muito se o decepcionei pai, mas eu a amo.
Fala e sinto pena do rapaz, ele era órfão como Simone, sofreu a perda
dos pais e a dor da separação, encontrando em Diego e Alexandre o amor
que lhe fora tirado e vejo que está sofrendo ao ver que o pai está chateado
com ele, mas nem por isso colocou a culpa em Liandra.
- A culpa não foi dele Alexandre, vamos com calma, eles não são
primos de sangue.
Vou ao socorro do rapaz, sei o quanto minha filha pode ser
persuasiva, controladora e possessiva igual a mim.
Alexandre se acalma e pergunta.
- Quanto tempo?
- Sete meses.
Ele responde a pergunta do pai.
- E não pensou em me contar o que estava acontecendo?
Ele só abaixou a cabeça e não disse nada.
- Não é para tanto irmão, não ouviu que ele a ama, deixe os dois em
paz, e com certeza não te falou nada por saber que sua reação seria essa, e
você sabe mais que ninguém que não se pode escolher quem amar.
- Isso mesmo, não acho que precisa tanto estardalhaço por causa
disso, vocês dois serão avôs e nós tios avôs e tudo está bem.
Alejandro diz e é apoiado por Selena.
- Sabe da importância e a responsabilidade que um filho traz não é
Pablo.
Alexandre continua.
- Sim pai, assumirei meu filho e me casarei com Liandra.
Ele diz timidamente me olhando desconfiado.
- É isso aí, teremos um casamento em família logo.
Falo empolgado e todos me olham estupefatos sem entender minha
empolgação, já que minha princesinha era a grávida da questão.
- O quê? Que querem que faça, o filho já está feito, Liandra seduziu o
gênio, ela o ama, ele a ama, não são primos de sangue, vão se casar, agora é
só comemorar.
O clima tenso se desfaz no mesmo momento e Alexandre sorri para o
filho abraçando-o.
- Parabéns filho, te amo muito.
O garoto deixa uma lágrima rolar pelo olhos ao sentir o carinho do
pai, sei que minha princesinha será muito amada e cuidada por este nerd e
suspiro feliz já imaginando o rostinho do meu neto, ou será neta. Agora só
resta ver reação da minha loirinha quando souber que será avó.
- Bem, tenho que buscar a Simone, ela ainda não sabe. Hoje às vinte
horas jantar em família na minha casa, e leve o anel Pablo.
- Pode deixar tio, já o comprei.
Sorrio para ele que agora está mais relaxado e lhe dou um abraço.
- Não imaginei um genro melhor que você rapaz, só quero que a faça
feliz.
- Obrigado tio, eu a farei pode deixar.
Balanço a cabeça e saio, não sem antes ver o olhar orgulhoso do meu
irmão para o filho.
CAPÍTULO VINTE
Alexandre Hernandez Ruiz
- Tudo bem Alexandre?
Diego meu marido pergunta preocupado ao ver que estou em silêncio.
- Tudo bem querido, em casa conversamos.
Digo e ele arqueia a sobrancelha notando que há algo de errado, mas
não diz mais nada respeitando meu silêncio.
Depois de alguns anos de casados decidimos adotar uma criança,
fizemos uma visita ao orfanato Lar abençoado no qual nossa família faz
doação e conhecemos Pablo o garoto tinha onze anos de idade e naquela
semana tinha perdido os pais em um acidente, a dor do menino me
comoveu, era um garoto lindo, mas tímido demais, me enxerguei nele, nerd,
muito inteligente e perdido em sua dor pela recente perda. Amei aquele
garoto tão fragilizado no momento em que o vi, o mesmo aconteceu com
Diego, afinal ele era muito parecido comigo. Desde o dia em que o conheci
entramos na fila para a adotá-lo o que ocorreu um ano após devido a
burocracia da papelada para a adoção, pois se dependesse nós o teríamos
levado para casa no mesmo dia em o conhecemos que foi duas semanas
após a morte dos pais.
Durante o período pré-adoção fazíamos visitas semanais a ele e a
irmã Pilar liberava a ida do garoto a nossa casa uma vez por mês. Quando
finalmente conseguimos registrá-lo como nosso filho fizemos uma festa
para recepcioná-lo a sua nova família.
Sempre preservamos a imagem de seus pais que o amaram muito,
mas nosso filho não tinha contato com mais ninguém se sua antiga família,
pois ninguém quis assumir sua guarda o mandando a um orfanato.
Pablo nunca deu trabalho, sempre foi educado e carinhoso conosco,
aceitando nossa família diferente, afinal ele tinha dois pais, o único
problema dele era a timidez, por isso ele sempre foi acompanhado por um
terapeuta.
Pablo cursou a universidade e hoje trabalha ao meu lado na empresa e
se tornou tão bom quanto eu na área tecnológica. Meu filho era um prodígio
e suas invenções era um sucesso de vendas.
Levei um choque ao saber que ele tinha engravidado Liandra, minha
sobrinha filha de Eduardo e Simone, eles não eram primos de sangue,
porém foram criados como tal.
Confesso que fiquei decepcionado e acabei me exaltando com ele, o
que nunca tinha ocorrido nestes treze anos em que convivíamos, quando
Eduardo o defendeu dizendo que foi Liandra que o seduziu confesso que
fiquei aliviado, realmente minha sobrinha era audaciosa e esperta, é claro
como o dia que o havia seduzido. Após o impacto da revelação fiquei
orgulhoso ao ver meu menino assumir a responsabilidade pelo filho que irá
chegar e lutar por seu amor. Estou arrependido, preciso me desculpar com
ele por ter sido grosso.
Assim que entramos em casa, Diego, que continua cuidando de mim
como sempre me puxa para seus braços e me dá um beijo ardente, apesar de
tantos anos juntos a paixão ainda é vívida e forte como no início de nosso
casamento.
Ele senta no sofá e me puxa para o seu colo.
- E aí meninão, vai me contar o que está te afligindo?
- É Pablo.
Digo e o semblante preocupado de Diego mostra o quanto ficou em
alerta, pois o cuidado que temos com nosso filho é extremo.
- O que houve com ele?
Pergunta desesperado.
- Calma, nada tão grave.
Digo para acalmá-lo.
- Diga logo Alexandre, não vê minha aflição.
- Seremos avôs Diego.
Falo num rompante e Diego fica sem palavras por um momento, após
absorver a informação ele gargalha sem parar.
- Não acredito, realmente não posso acreditar que nosso menino
tímido engravidou uma mulher.
- Não vejo nada de graça na situação Diego, foi irresponsável, já que
não se protegeu e filho é algo sério.
Diego se controla depois da minha bronca e indaga.
- Está certo amor, mas me conta quem é a mãe do nosso neto, eu
conheço?
- Sim Diego, conhece muito bem.
- Ah! Diz logo quem é, hoje você está querendo me matar de
curiosidade.
- Dois irmãos Ruiz serão avôs, então adivinhe quem é a mãe.
- Nãoooo....
Diz de queixo caído.
- Simmm.
- Fala sério amor, a Liandra?
- Pois é, Pablo a engravidou.
- Nossa! Pablo é foda pra caralho, fisgou um avião heim, só orgulho
do nosso menino.
- Diego quer fazer o favor de levar a situação a sério, é um filho
porra.
Digo exaltado e ele retruca.
- Eu sei Alexandre, não vejo motivo para este estardalhaço todo, o
bebê já está feito, ambos são adultos, tenho certeza que esta criança será
muito amada e cuidada pelos pais e por toda a família, quer a real? estou
muito feliz em ser avô e por meu filho que será pai.
Suspiro e digo.
- Eu também estou, mas me descontrolei e acabei me exaltando com
ele quando Eduardo deu a notícia da gravidez, acho que acabei o
magoando.
- Sério Alexandre, poxa amor nosso menino só deu orgulho para nós
até hoje, nunca nos deu problemas e preocupações e no primeiro escorregão
que ele dá você faz isso?
Vejo que Diego fica chateado comigo, ele protege nosso menino da
mesma forma que me protege.
- Eu sei amor, exagerei um pouco, mas ele também tinha que
escorregar logo fazendo um filho e em sua prima?
- Eles não são primos de sangue, e sabe que estas coisas acontecem,
na hora do vamos ver as pessoas esquecem de tudo e acabam não se
protegendo, o importante é que eles estão bem de saúde e vão assumir a
responsabilidade pela criança que nascerá.
- Verdade, vou pedir desculpa para ele, pode ficar tranquilo, o que
menos quero na vida é magoar nosso garoto.
- Certo, vai ficar tudo bem. Agora me diga, eles estão juntos ou foi
algo casual.
- Estão juntos, eles se amam. Eduardo disse que foi Liandra que o
seduziu e que confessou seu amor por ele.
- E Pablo? Será que a ama também, não quero que ele fique com
alguém por causa de um filho, assumir a responsabilidade da paternidade e
amar e cuidar do seu filho é imprescindível, porém manter um
relacionamento com alguém só se houver amor.
Diego diz sério.
- Eu a amo pai, eu amo como jamais imaginei amar alguém, Liandra
é a mulher da minha vida.
Olhamos em direção a porta e vemos que Pablo tinha chegado e nem
tínhamos dado conta.
- Ei! Venha aqui.
Ele chama nosso menino dando espaço entre nós dois para ele sentar.
- Que bom amor, não sabe como estou feliz por você.
Diego diz o abraçando e dando um beijo em sua testa.
- Obrigado pai, não sabe o quanto é importante para mim sua opinião.
Fala com voz embargada e sei que ele está triste por minha causa.
- Ei garotão! Venha aqui vem.
O Chamo para os meus braços e ele desata a chorar. Neste momento
me sinto o pior dos seres humanos.
- Me perdoe filho, sei que não tive uma reação muito boa quando
Eduardo deu a notícia. Quero que saiba que estou muito orgulhoso de você
e que o amo muito. Sinto muito se fui rude.
- Só não queria decepcionar vocês, sabem o quanto os amo e sou
agradecido pela família que me deram.
- Ei! Não nos decepcionou, está tudo bem, o importante é que irá se
responsabilizar por esta criança e fico feliz que você e Liandra se amem e
darão uma família ao seu filho.
- Ou filha.
Ele diz com um sorriso tímido, mas bem mais calmo o que me deixa
aliviado.
- Ou filha amor, o importante é que independente do sexo esta criança
será muito amada por todos. Estou muito orgulhoso de você, por sua atitude
e por defender seu amor.
Ela abre um dos poucos sorrisos que dá de orelha a orelha.
- Obrigado pai Alexandre, obrigado pai Diego, por me apoiarem.
- Certo, agora chega de choro e vamos nos arrumar que temos um
jantar épico em família.
Digo e Diego questiona.
- Como assim, um jantar em família?
- Coisa de Eduardo, sabe como ele é, quer compromisso dos papais
de primeira viagem e pela reação do nosso filho acredito que será um jantar
de fortes emoções.
- Shiii... casamento a vista pelo jeito. Já comprou o anel de noivado
filho?
Diego questiona brincando e quando nota que nosso filho fica sem
graça exclama.
- Não acredito! Você já tem até o anel de noivado e não nos disse
nada?
Indaga indignado.
- Desculpe, mas eu e Simone tínhamos muito medo da reação da
família quando soubessem do nosso envolvimento, por isso mantivemos
segredo da nossa relação, porém nosso bebezinho veio para enfrentarmos a
situação da vez.
- Quanto tempo?
Diego o questiona sobre o relacionamento dos dois.
- Sete meses.
Ele diz envergonhado.
- Eita garanhão, já faz mais de um ano que tá pegando sua prima,
quem diria heim seu safado.
Diego fala desbocado.
- Paiii... não fale assim dela.
- Está bem filho, só estou orgulhoso de você, pegou a princesinha da
família.
Diego gargalha e Pablo balança a cabeça.
- Você não tem jeito pai.
- Brincadeira filho, vamos nos arrumar que a noite promete.
Sorrio achando engraçado a interação dos homens da minha vida, e
fomos nos arrumar.
CAPÍTULO VINTE E UM
Alejandro Hernandez Ruiz
Olho emocionado toda minha família reunida. Hoje é um dia
especial, afinal um novo membro foi anunciado. Sorrio ao me lembrar da
confusão de mais cedo, quem diria que dois dos irmãos Ruiz seriam avôs da
mesma criança. Confesso que me surpreendeu o relacionamento dos meus
sobrinhos Liandra e Pablo, mas por eles não serem primos de sangue não há
o que se preocupar. Vendo a felicidade dos avós de primeira viagem fico
imaginando o que meu pai diria se tivesse a oportunidade de estar presente
no dia de hoje. Faço um agradecimento em pensamento a ele que onde quer
que esteja está velando por nós. Sinto orgulho em saber que cumpri com
honra a promessa que fiz em seu leito de morte de cuidar da família, me
recordo de minha palavras a ele em seu leito de morte como se fosse hoje.
- Filho, quero te pedir perdão, perdão por não ter te preparado para
o que você está enfrentando, sei que já está a par da situação em nos
encontramos. Quero que me perdoe por falhar, como chefe desta família e
como o homem de negócios que fui criado para ser. Deve estar se
perguntando por que chamei você e não sua mãe para conversar. – Pausa
- Te chamei aqui por que sei que estes são meus últimos minutos de vida e
antes de partir quero fazer o meu último pedido, pois sei que você é o
único que poderá realizá-lo.
Após um momento de descanso respira e ouço meu pai continuar.
- Quando recebi de teu avô a H.R Tecnología, ele me ensinou como
administrá-la com sucesso, disse que eu era muito inteligente, porém
tinha o coração muito brando e que para ter sucesso nos negócios era
necessário sangue frio e pulso firme. Seu pai não seguiu o conselho de
seu avô, por mais competente que fui, a emoção sempre falou mais alto
que a razão, meu coração sempre ditou as regras de minha vida, e iludido
achei que como eu fui bom com todos ao meu redor também receberia
bondade.
Dá mais uma pausa e continua.
- Sempre estive rodeado de pessoas nos anos de prosperidade, mas
assim que meu império começou a ruir, vi uma a uma das pessoas que
tinha ajudado se afastarem de mim, e poucos ficaram com seu pai até o
fim.
Aperta mais forte minha mão.
- Diferente de seu avô, te deixo um império em ruínas, e quero que
me prometa que o reerguerá e irá levar o legado da família adiante.
Confio em ti meu filho, apesar de não ter te preparado para o que está
acontecendo sei que é capaz.
Continua fraco.
- Você é muito parecido com seu avô, é forte, corajoso e decidido.
Em tuas mãos entrego o destino da minha família e da H.R Tecnología,
você aceita este desafio? - Pergunta com o rosto banhado pelas lágrimas.
Com o nó na garganta, no leito de morte do meu pai prometo.
- Sim pai eu aceito. Prometo que honrarei teu nome, a nossa
família e a empresa, e farei com que o nosso legado seja perpetuado e
respeitado por toda Espanha e pelo mundo.
Vejo meu pai emocionado com minhas e palavras e com dificuldade
continua a falar.
- Cuida de sua mãe e seus irmãos, diga que os amarei eternamente,
te amo meu filho, você foi meu maior legado, estou indo, mas sei que você
será melhor e maior que eu jamais poderia ser, adeus meu...´- Meu pai
não termina a frase e nunca saberei o que iria dizer, ele apenas expirou e
me deixou com uma promessa a ser cumprida.
Vou para a sacada do apartamento de Eduardo, a emoção do momento
me deixa a beira de lágrimas, preciso me recuperar. Cumpri a promessa que
fiz ao meu pai, infelizmente perdemos mamãe também que não resistiu a
perda do amor da sua vida, deixando para mim a responsabilidade pelos
meus irmãos.
Não tenho que reclamar, todos permaneceram unidos e juntos
reerguemos o império em ruínas e conservamos a família unida que cresce
cada dia mais.
Minha maior preocupação foi com Alexandre, por sua natureza
complexa, felizmente Diego entrou em seu caminho e o faz feliz, e pasmem
ele será avô, Pablo veio para completar a felicidade deste casal tão especial.
- Tudo bem amor?
Ximena o amor da minha vida se junta a mim preocupada, olho para
ela com carinho e a puxo para os meus braços dando um selinho
apaixonado.
- Sim querida, não se preocupe, estou emocionado e agradecido por
minha família e por ter cumprido a promessa que fiz ao meu pai em seu
leito de morte.
- Você é um ser humano especial amor, ele deixou a família dele em
boas mãos.
- Obrigado querida, confesso que teve alguns momentos que pensei
que não daria conta de honrar com minha promessa, mas neste momento tão
especial para nós vejo que tudo deu certo e ele está orgulhoso de seus
filhos.
- Sim, qualquer pai se orgulharia da família que construíram.
Ela beija meus lábios e suspiro feliz, amo aquela mulher desde o
momento que a vi.
- Eu te amo, obrigado por você existir.
Ela diz e a aperto mais em meus braços.
- Te amo mais, eu que tenho que agradecer por existir, sabe que minha
missão ficou bem mais leve depois que entrou em minha vida.
- Fico feliz por ter contribuído para chegarmos até aqui.
- E como contribuiu, olha só a felicidade do seu amigo/cunhado em
ser avô.
- Alexandre está realmente feliz, ele merece toda a felicidade do
mundo.
- As vezes fico me perguntando qual de nós dois você ama mais
esposa.
Falo brincando e ela amarra a cara.
- Amo Alexandre como um irmão, e fico indignada em ter ciúme do
meu carinho por ele até hoje depois de tanto tempo juntos, sua
possessividade ainda me assusta.
Sorrio e brinco.
- Eu sei amor, mas sempre serei possessivo e controlador em relação a
você, está no sangue, olha só Eduardo com Simone, olhe Alexandre com
Diego, até mesmo Salma e Selena são possessivas, não tem jeito, somos os
irmãos Hernandes Ruiz.
Ela sorri.
- É, e fazer parte desta família é aceitar a possessividade de vocês.
- E ser muito amados também, isso não pode negar.
- Não nego amor, vocês amam demais e tenho certeza que todos
somos imensamente felizes em fazer parte desta família tão especial.
- Eu sei querida.
- Alejandro venha pra sala com Ximena que nosso sobrinho aqui tem
algo a dizer para a família.
Eduardo debochado como sempre não alivia para o pobre do Pablo, o
garoto é tímido e está morrendo de vergonha, mas fazer o quê, foi
engravidar a filha do tio extrovertido agora tem que aguentar.
Chegamos na sala e o rapaz pega a mão de sua amada e diz.
- Família, quero agradecer a presença de todos vocês neste dia tão
especial para mim e para Liandra.
Respira fundo e continua.
- Todos já devem saber que mais um membro desta família
maravilhosa está a caminho. Sei que o surpreendemos, mas quando a gente
ama não tem como lutar contra o sentimento.
Ele olha apaixonada para Liandra e diz.
- Não imagina a alegria que sinto ao saber que logo teremos o fruto do
nosso amor, você é a mulher da minha vida e contigo que construir a minha
família.
Trêmulo continua.
- Liandra quer se casar comigo.
O danado está ajoelhado com uma caixinha de veludo aberta
mostrando um anel caríssimo e muito bonito, ele realmente está nos
surpreendendo.
A espevitada da Liandra está emocionada, as lágrimas que rolam de
seus olhos emocionam a todos, e sua mãe, Ximena e minha irmãs choram
junto com ela.
- É claro que aceito meu nerd lindo e gostoso.
Diz e todos gargalhamos, está é nossa sobrinha, puxou o pai, e pegou
logo o menino tímido do Alexandre.
A danada tasca um beijo nada discreto no coitado que fica roxo de
vergonha e a família aplaude a felicidade dos dois.
- Agora tem que pedir a autorização dos pais da noiva Pablo, não
pense que vai escapar.
Eduardo é terrível, ele está adorando provocar o garoto.
- Deixe meu filho em paz Eduardo, para de gracinha e fica na tua.
Rio do Alexandre, ele ainda tem uma certa timidez, mas enfrenta meu
irmão de igual para igual. Eduardo ri e diz.
- Está bem irmão, relaxa aí, mas saiba que deixarei esta passar só por
causa que ele é seu filho.
- Engraçadinho.
Alexandre resmunga.
- Mas saiba que ficarei de olho em seu filho, aí dele se fazer minha
princesinha sofrer.
Eduardo alfineta.
- E eu ficarei de olho em sua filha irmão, aí dela se fazer meu filho
sofrer.
Alexandre não deixa por menos.
- Querem parar de graça vovôs babões, podem ficar tranquilos, eu e
Pablo nos amamos e seremos felizes com vocês são. Afinal fomos criados
em meio a muito amor, e assim como vocês amaremos e cuidaremos um do
outro.
A garota diz, Liandra apesar de ser muito extrovertida e autônoma
apresenta muita maturidade.
- Agora brindemos pela saúde do nosso bebê.
A família faz o brinde e o jantar continua num clima de felicidade,
realmente hoje é um dia especial.
EPÍLOGO

Simone Gutierrez
- Cansada amor?
pergunta assim que nos deitamos após o jantar em família.
- Estou um pouco cansada sim querido, mas estou feliz.
Ele me beija e zomba.
- Está ficando velha amor, vai ser avó.
Eu retruco.
- O senhor também Eduardo, está ficando velho pois será avô
também.
Ele ri feliz e diga.
- Vou amar muito esta criança, sabe disso não sabe|?
- Sei sim amor, é um pai babão, imagine como será enquanto avô.
Meu marido é muito amoroso, ele vive para mim e seus filhos e agora
tenho certeza que viverá por este neto também.
Estou feliz por minha filha, por saber que ela está feliz, apesar da
imprudência em ter transado sem proteção e engravidado tão cedo, pude ver
que ela está feliz com o casamento e que ama demais Pablo.
Solto um suspiro de satisfação, minha filha irá se casar com um
homem maravilhoso, e rio ao pensar que ele é órfão como eu, parece que
minha família tem um fraco por órfãos.
- Posso saber por que está rindo loirinha.
- De você e de Liandra, já percebeu que pai e filha se apaixonarem
por duas pessoas que são órfãos.
Ele me olha admirado e diz.
- Verdade, agora que me dei conta.
- Pois é, essa família parece que tem um fraco por órfãos.
Ele ri e diz.
- Essa família teve sorte em encontrar dois órfãos maravilhosos que
nos fazem felizes.
- Verdade amor, nós órfãos somos realmente especiais.
- Então minha órfã vovozinha que tal encerramos esta noite
maravilhosa fazendo amor bem gostoso.
Ele diz sacana.
- Ótima ideia vovô, esta é a melhor forma de comemorarmos.
Ele me toma em seus braços e como sempre me faz a mulher mais
completa e feliz do mundo.
AGRADECIMENTOS

A todos que chegaram até o fim desta viagem comigo. Obrigada! Espero
que tenha atingido a expectativa de vocês nesta história. Você que curte
meu trabalho peço com carinho que deixe sua avaliação ao final da leitura,
pois é muito importante para mim e se quiserem ficar por dentro das
novidades me acompanhe através da minha página no instagram
@autoradmdamas.
Abraços a todos!

D. M. Damas
SOBRE O AUTOR
D. M. DAMAS
Esta autora é apaixonada por livros desde pequena e no ano de 2022.
resolveu escrever suas próprias histórias de amor. Meio clichê ama
mocinhos e principes apaixonados, adoro um final feliz e a superação de
desafios.
LIVROS DESTE AUTOR
ALEJANDRO O CEO ESPANHOL E A
ASSISTENTE VIRGEM
PRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE IRMÃO RUIZ
LIVROS DESTE AUTOR
O BILIONÁRIO NERD E O SEGURANÇA
SEGUNDO LIVRO DA SÉRIE IRMÃOS RUIZ
LIVROS DESTE AUTOR
CATIVA DO MAFIOSO
PRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE MAFIOSOS FASCINADOS

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