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COMO DEVE SER A ABORDAGEM DE

UMA CRIANÇA COM INFLAMAÇÃO


ARTICULAR, CONSIDERANDO A
AVALIAÇÃO CLÍNICA E LABORATORIAL?
ARTRITE
IDIOPÁTICA
JUVENIL E
ESPONDILO-
ARTROPATIAS
VINHETA DE ABERTURA
VINHETA DE ABERTURA
CASO CLÍNICO

੦ pré-escolar
੦ 4 anos
੦ sexo feminino
CASO CLÍNICO

੦ limitação de movimento do joelho direito, de início


há 4 meses, acompanhada de aumento de volume,
calor e hiperemia

੦ não há história prévia de traumatismo


੦ nega febre
CASO CLÍNICO
CASO CLÍNICO

Exames laboratoriais

੦ hemograma, VHS e proteínas de fase aguda dentro de


valores normais
੦ pesquisa do fator reumatoide negativa

੦ fator antinuclear com padrão salpicado (pontilhado) e


título de 1 : 200
CASO CLÍNICO

੦ PPD: não reator

੦ biópsia de sinóvia: sinovite crônica inespecífica

੦ foi iniciado tratamento com anti-inflamatório não


hormonal e fisioterapia
CASO CLÍNICO

੦ ao fim de dois meses, a criança


apresentava-se assintomática do ponto
de vista musculoesquelético
CASO CLÍNICO

1. Diagnóstico principal?
2. Qual é o exame complementar indicado nesse
momento?
DOENÇAS
REUMÁTICAS
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM INFLAMAÇÃO
ARTICULAR

Artrite
Articulação edemaciada
ou
Uma articulação com pelo menos

2 das seguintes alterações:


੦ limitação da amplitude dos movimentos
੦ dor ao movimento
੦ calor
EXAME DA ARTICULAÇÃO AFETADA

Calor

Vermelhidão

Edema

Envolvimento de partes moles

→ Usar o lado contralateral para comparação


EXAME DA ARTICULAÇÃO AFETADA

Avaliar a movimentação ativa e passiva


EXAME DA ARTICULAÇÃO AFETADA

Dor extrema e/ou restrição muito grande da


amplitude dos movimentos

Pensar em artrite séptica


EXAME FÍSICO

Exame musculoesquelético deve passar por todas as


articulações e a marcha

Uma ferramenta validada é o “pGALS"


#IMPORTANTE

pGALS

Pediatric Gait, Arms, Legs, Spine


PGALS – PERGUNTAS DE TRIAGEM

A criança tem dor ou rigidez nas articulações, músculos


ou costas?

Tem dificuldade para se vestir sem ajuda?

Tem dificuldade para subir ou descer escadas?


PGALS

Manobra para observar...


MANOBRA

OBSERVE A CRIANÇA DE PÉ
MANOBRA

OBSERVE A CRIANÇA DE PÉ
Estamos vendo
Postura
Rash (exemplo: psoríase)
MANOBRA

OBSERVE A CRIANÇA DE PÉ
Deformidades
੦ alinhamento e tamanho
das pernas
੦ escoliose
੦ joelhos varos ou valgos
੦ perda muscular, pé plano
MANOBRA

OBSERVE A CRIANÇA ANDANDO, E ANDANDO COM


OS TORNOZELOS E PONTA DOS PÉS
MANOBRA

OBSERVE A CRIANÇA ANDANDO, E ANDANDO COM OS


TORNOZELOS E PONTA DOS PÉS
Tornozelos e articulações dos pés e dedos dos pés
Arco plantar
MANOBRA

MANTENHA AS MÃOS À SUA FRENTE


ESTAMOS VENDO

Flexão dos ombros para a frente


Extensão do cotovelo
Extensão do punho
Extensão das pequenas articulações dos dedos
MANOBRA

VIRE AS MÃOS PARA CIMA E FECHE AS MÃOS


ESTAMOS VENDO

Supinação dos punhos e cotovelos


Flexão das pequenas articulações dos dedos
MANOBRA

FAÇA UMA PINÇA COM INDICADOR E POLEGAR


ESTAMOS VENDO

Destreza manual

Coordenação das pequenas articulações do polegar e


indicador

Uma preensão funcional


MANOBRA

TOQUE A PONTA DOS OUTROS DEDOS COM O


POLEGAR
MANOBRA

Estamos vendo
੦ destreza manual
੦ coordenação das pequenas articulações dos
dedos
MANOBRA

APERTE AS ARTICULAÇÕES
METACARPOFALANGIANAS PARA PERCEBER
EDEMA
MANOBRA

Estamos vendo
੦ as articulações metacarpofalangeanas
MANOBRA

Mãos juntas palma-


palma

Mão juntas dorso-


dorso
MANOBRA

Estamos vendo
੦ extensão das
pequenas
articulações dos
dedos, extensão do
punho e flexão do
cotovelo
MANOBRA

Mãos para o Olhe para


alto cima
MANOBRA

Estamos vendo
੦ extensão do cotovelo
੦ extensão do punho
੦ abdução do ombro
੦ extensão do pescoço
MANOBRA

COLOQUE AS MÃOS NA NUCA


MANOBRA

COLOQUE AS MÃOS NA NUCA


Estamos vendo
੦ abdução do ombro
੦ rotação externa do ombro
੦ flexão do cotovelo
MANOBRA

TENTE TOCAR O OMBRO COM A ORELHA


MANOBRA

TENTE TOCAR O OMBRO COM A ORELHA


Estamos vendo
੦ flexão lateral da coluna cervical
MANOBRA

ABRA BEM E COLOQUE 3 DEDOS (DA CRIANÇA) NA


BOCA
MANOBRA

Estamos vendo
੦ articulação temporomandibular e desvios do
movimento da mandíbula
MANOBRA

SINAL DA TECLA
MANOBRA

SINAL DA TECLA
Estamos vendo
੦ efusão no joelho
MANOBRA

MOVIMENTO ATIVO DOS JOELHOS


(FLEXÃO E EXTENSÃO) E SINTA SE HÁ
CREPITAÇÕES
MANOBRA

Estamos vendo
੦ flexão e extensão dos joelhos
MANOBRA

MOVIMENTO PASSIVO DO QUADRIL


MANOBRA

Estamos vendo
੦ flexão e rotação interna do quadril
MANOBRA

INCLINAR PARA A FRENTE E TOCAR OS


DEDOS DOS PÉS
MANOBRA

Estamos vendo
੦ flexão anterior da coluna toracolombar e sinal de
escoliose
LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA PEDIÁTRICA

Screening (triagem)
Confirmar diagnósticos
Monitorização da atividade da doença
Avaliação da resposta ao tratamento
LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA PEDIÁTRICA

Pode sugerir prognósticos e riscos de morbidades


associadas
LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA PEDIÁTRICA

→ Os exames laboratoriais devem ser solicitados na


medida indicada pela história e pelo exame físico do
paciente
HEMOGRAMA COMPLETO

Informação sobre os 3 principais componentes do sangue


total
CONTAGEM DE CÉLULAS VERMELHAS

ANEMIA
Nas doenças reumáticas, pode ser multifatorial
CONTAGEM DE CÉLULAS VERMELHAS

Anemia da doença crônica é normocítica, mas pode ser


microcítica e estar associada à inflamação
CONTAGEM DE CÉLULAS VERMELHAS

Citocinas
→ redução da vida do eritrócito
→ má resposta da medula óssea à eritropoetina
No LES e condições relacionadas
(síndrome de Sjögren e doença mista do tecido
conjuntivo)

→ Anemia hemolítica autoimune


Coombs direto é positivo
+
Evidências de hemólise
(↓ Hg , ↑ reticulócitos, ↑ LDH)
Hemólise não imunomediada

Síndrome de ativação macrofágica


CONTAGEM DE LEUCÓCITOS

LES
੦ leucopenia (linfopenia e neutropenia)

Artrite idiopática juvenil sistêmica


੦ leucocitose (>30.000 células/mm³)
#PEGADINHA

CONTAGEM DE PLAQUETAS

Reagentes de fase aguda


Discretamente aumentada em doenças reumáticas
੦ aumentos significativos podem ser vistos na AIJ
sistêmica, doença de Kawasaki ou na arterite de
Takayasu
CONTAGEM DE LEUCÓCITOS

TROMBOCITOPENIA
੦ LES
੦ síndrome do anticorpo antifosfolipídeo
SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MACROFÁGICA

Complicação grave de qualquer uma das doenças


reumáticas
(particularmente AIJ sistêmica)
SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MACROFÁGICA

ENORME REAÇÃO INFLAMATÓRIA


Fagocitose de todos os componentes hematopoiéticos
Hemácias, leucócitos e plaquetas podem diminuir
#IMPORTANTE

↓ de leucócitos ou plaquetas, antes


muito elevados
+
↑ ferritina em paciente com piora
clínica

Possibilidade de uma SAM
REAGENTES DE FASE AGUDA

Marcadores inespecíficos de inflamação


REAGENTES DE FASE AGUDA

Em uma criança hígida, dosar reagentes de fase aguda


pode levar a investigações posteriores desnecessárias
VHS

Aumentado, reflete o aumento do fibrinogênio


(reagente de fase aguda)
VHS

Situações não patológicas podem levar ao aumento

Exemplos
੦ obesidade
੦ anemia
੦ gravidez
VHS

Aumentos leves (<50mm/h) não devem levar a pesquisas


detalhadas
VHS

VHS >100mm/h é associado a

੦ infecção
੦ neoplasia
੦ doença inflamatória

Amplamente investigado
VHS

Aumento persistente
Preditivo de um curso ruim da AIJ sistêmica e da
oligoarticular
VHS

Aumento → sinovite ativa na AIJ

VHS normal → critério para doença inativa


VHS

Síndrome de ativação macrofágica

Hipofibrinogenemia
(disfunção hepática e coagulopatia)
VHS

Síndrome de ativação macrofágica


Hipofibrinogenemia

Redução paradoxal do VHS


VHS

VHS em paciente com uma doença reumatológica em


plena atividade

Suspeitar de SAM
PCR

Reagente de fase aguda

Responde à inflamação de maneira mais rápida que o


VHS
PCR

Reflete um pior prognóstico na AIJ poliarticular

Normalização: critério para doença inativa


PCR NO LES

Diferencia uma piora da doença com uma intercorrência


infecciosa

O PCR tende a não elevar na piora da doença (exceção


para serosite), mas aumenta com infecção ativa
PCR

Estudo em adultos
PCR >5mg/L

80% específico para infecção


FERRITINA

Papel central na homeostase do ferro


FERRITINA

↑ inflamação
Na AIJ sistêmica e no LES correlaciona-se com a atividade
da doença
FERRITINA

↑↑↑ Síndrome de ativação macrofágica


Na linfo-histiocitose hemofagocítica: nível é
>10.000ng/mL
TESTES ESPECÍFICOS PARA
DOENÇAS REUMATOLÓGICAS

Anticorpo antinuclear (FAN)


Marcador sorológico que auxilia no diagnóstico do LES
FAN +
→ Grande risco de uveíte crônica em pacientes com AIJ
FAN +

Até 20% das crianças


FAN positivo
Resultados devem ser interpretados com base na
apresentação clínica do paciente
FAN

Não deve ser usado como triagem

FAN negativo tem alto valor preditivo negativo para LES


CRIANÇAS COM FENÔMENO DE RAYNAUD

FAN positivo ...


CRIANÇAS COM FENÔMENO DE RAYNAUD

FAN positivo risco de uma doença


reumatológica associada como LES ou esclerose
sistêmica
ANTICORPOS ANTINUCLEARES ESPECÍFICOS

Podem ser associados a doenças específicas


Exemplo:
Anti-DNA-ds é útil no LES e na atividade da nefrite
lúpica
ANTICORPO DOENÇA

Sjögren, LES, lúpus


SS-A (Ro)
neonatal
Sjögren, LES, lúpus
SS-B(La)
neonatal

Smith LES
Anticorpo Doença

DNA ds LES

Esclerose sistêmica
Centrômero
cutânea limitada
Esclerose sistêmica
(Scl-70)
cutânea difusa
Anticorpo Doença

Pm-Scl Miosite – esclerodermia

Ribonucleoproteína Doença mista

LES
Histona
LES induzido por droga
FATOR REUMATOIDE

Anticorpo (IgM) contra a porção Fc do IgG


FATOR REUMATOIDE

Diferencia os 2 subtipos de AIJ poliarticular: FR + e FR -

A maioria das crianças com AIJ é FR -


FATOR REUMATOIDE

Casos de poliartrite com FR +

Curso mais agressivo


FATOR REUMATOIDE

Outras condições associadas com FR positivo


੦ LES
੦ esclerose sistêmica
੦ doença mista
੦ síndrome de Sjögren
੦ sarcoidose
ANTICORPOS ANTICITOPLASMA DE
NEUTRÓFILOS

(ANCA)
Associados à granulomatose com poliangeíte
(granulomatose de Wegener)
ANTICORPOS ANTIFOSFOLIPÍDEOS

Risco de fenômenos tromboembólicos


ARTRITE
REUMATOIDE JUVENIL
(ARJ)
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL

Artrite Reumatoide Juvenil (ARJ)


ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL (AIJ)

Antigamente chamada de artrite reumatoide juvenil

Doença reumática mais comum em crianças


ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL (AIJ)

Grupo heterogêneo de desordens com todas


apresentando artrite
#IMPORTANTE

CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DA AIJ

Idade de início <16a


Artrite ≥1 articulação
Duração ≥6 semanas
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL

3 TIPOS DE INÍCIO
1) Oligoartrite ou doença pauciarticular
2) Poliartrite
3) Doença de início sistêmico
AIJ – TIPO INICIAL

Definido pelo envolvimento articular nos primeiros 6


meses
AIJ – TIPO INICIAL

Poliartrite
≥5 articulações inflamadas

Oligoartrite
≤4

Doença sistêmica
Artrite + febre intermitente
AIJ – ETIOLOGIA

Desconhecida
2 eventos necessários
੦ suscetibilidade imunogenética
੦ um elemento desencadeador (do meio)
AIJ – PATOGÊNESE

Reação imune exagerada em pacientes predispostos

Resposta a antígenos do meio


AIJ – PATOGÊNESE

Possíveis desencadeadores infecciosos virais da AIJ

Parvovírus B19
Rubéola
EBV
AIJ – PATOGÊNESE

Trauma é citado pelos pais

Causa x consequência?
AIJ – PATOGÊNESE

Gêmeos
4% concordância nos dizigóticos
44% nos monozigóticos
AIJ – QUADRO CLÍNICO

Sintomas iniciais podem ser sutis ou intensos

Rigidez matinal
Fácil fatigabilidade

Dor articular no fim do dia, edema articular

Articulações quentes e doloridas (raramente


eritematosas)
AIJ – OLIGOARTRITE (DOENÇA
PAUCIARTICULAR)

Articulações das extremidades inferiores


(joelho, tornozelos)
Apenas uma única articulação acometida no
início
O quadril NÃO é local de apresentação:
(quando surge na poliarticular, é um sinal de
deterioração funcional)
AIJ – OLIGOARTRITE

Edema e contratura em flexão do joelho direito


POLIARTRITE (DOENÇA POLIARTICULAR)

Acomete articulações grandes e pequenas dos MMSS e


MMII
Até 20 a 40 articulações podem ser afetadas
São necessárias 5 como critério para poliarticular
MÃOS E PUNHOS DE UMA MENINA COM
AIJ POLIARTICULAR
Menina com AIJ poliarticular que evoluiu com destruição
progressiva da articulação

RX no início do quadro | RX depois de 4 anos


AIJ

Edema de partes moles e neoformação óssea periosteal


adjacentes as 2ª e 4ª articulações interfalangeanas
POLIARTRITE (DOENÇA POLIARTICULAR)

Nódulos reumatoides (extensora dos cotovelos e tendão


de aquiles)

Associados com doença mais grave


POLIARTRITE (DOENÇA POLIARTICULAR)

MICROGNATIA
Doença crônica da articulação temporomandibular
TC da articulação temporomandibular de
paciente com AIJ mostrando destruição à direita
POLIARTRITE (DOENÇA POLIARTICULAR)

Envolvimento da coluna cervical


੦ risco de subluxação atlantoaxial
FUSÃO DO ARCO NEURAL ENTRE C2 E C3
FUSÃO DO ARCO NEURAL ENTRE C2 E C3
DOENÇA DE INÍCIO SISTÊMICO

Caracterizada por artrite e envolvimento visceral


੦ hepatoesplenomegalia
੦ linfadenopatia
੦ serosite (derrame pericárdico)
Doença grave do quadril em um menino de 13 anos com
AIJ de início sistêmico

Havia usado corticoide sistêmico por 9 anos


DOENÇA DE INÍCIO SISTÊMICO

Febre diária com temperaturas ≥39°C


Febre acompanhada de um rash macular eritematoso
DOENÇA DE INÍCIO SISTÊMICO

Cor salmão
Lineares ou circulares
Tronco e extremidades proximais
Não há prurido
É transitório durando <1h
DOENÇA DE INÍCIO SISTÊMICO

RASH MACULAR ERITEMATOSO


Fenômeno de Koebner
DOENÇA DE INÍCIO SISTÊMICO
RASH MACULAR ERITEMATOSO

Fenômeno de Koebner
Trauma leva à recorrência do rash (hipersensibilidade
cutânea)

Calor (banho quente) também provoca o reaparecimento


do rash
AIJ – DIAGNÓSTICO

Quadro clínico

Laboratório
AIJ – LABORATÓRIO

VHS e PCR ↑
Leucocitose
Trombocitose
Anemia de doença crônica
↑ imunoglobulinas
AIJ – LABORATÓRIO

ANA ↑ (FAN): 40-85% das crianças


com AIJ oligo ou poliarticular

FAN ↑: raros na de início sistêmico

FAN +: maior risco de uveíte crônica


AIJ – LABORATÓRIO

Fator Reumatoide (FR) pode estar ligado ao início


poliarticular

Nódulos reumatoides: prognóstico pior


AIJ – TRATAMENTO

OBJETIVOS
Adaptar a criança às atividades diárias

Ficar atento aos efeitos adversos das medicações


AIJ – TRATAMENTO

Oligoartrite: AINE

Doença poliarticular ou de início sistêmico


Anti-inflamatórios adicionais
AIJ – TRATAMENTO

Corticoides são anti-inflamatórios eficazes (talvez os


mais eficazes), mas levam a uma série de
complicações

੦ síndrome de Cushing
੦ retardo do crescimento
੦ osteopenia
AIJ – TRATAMENTO

CORTICOIDES
Manejo da inflamação grave

Ponte em baixas doses para quem ainda não está


respondendo à terapia convencional
AIJ – TRATAMENTO

CORTICOIDES
Controle ocular da uveíte

Uso intra-articular
(limitação persistente dos movimentos)
AIJ – TRATAMENTO

CORTICOIDES
Methotrexate: seguro e eficaz

Menos tóxico e o mais antigo dos medicamentos


antirreumáticos modificadores de doença
AIJ – ACOMPANHAMENTO

Exame periódico com lâmpada de fenda


੦ surpreender uveítes assintomáticas

Suplementação de cálcio, vitamina D

Fisioterapia
#IMPORTANTE

AIJ – PROGNÓSTICO

Oligoartrite, meninas, <6a

੦ risco de uveíte crônica


UVEÍTE CRÔNICA
AIJ – PROGNÓSTICO

Não há associação entre a gravidade da artrite e a


uveíte crônica

Uveíte crônica
Sinéquias, catarata, ceratopatia e perda da visão
AIJ – PROGNÓSTICO

Poliarticular – maior risco de disfunção com


੦ fator reumatoide +
੦ idade mais tardia de início
੦ nódulos reumatoides
੦ doença da coluna cervical ou do quadril
AIJ – PROGNÓSTICO

Doença de início sistêmico

Regride lentamente ao longo dos anos


AIJ – COMPLICAÇÃO

Pancitopenia, febre alta, linfonodomegalia e


hepatoesplenomegalia

Síndrome de ativação macrofágica (síndrome


hemofagocítica)

Complicação rara e ocasionalmente fatal da AIJ


SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA

TRATAMENTO
Pulsoterapia com metilprednisolona

Ciclosporina

Etanercept (anti-TNF)
ESPONDILOARTROPATIAS
ESPONDILOARTROPATIAS

Espondilite anquilosante
ESPONDILOARTROPATIAS

Espondilite anquilosante
Artrite psoriásica
ESPONDILOARTROPATIAS

EPIDEMIOLOGIA
Espondilite anquilosante juvenil

੦ meninos mais velhos, adolescentes e adultos


jovens
੦ desordem familiar
੦ HLA-B27 + em mais de 90% casos
ESPONDILITE ANQUILOSANTE (EA) JUVENIL

Oligoartrite e entesite*

*Entesite: é a inflamação das ênteses


(locais de inserção de um ligamento ou músculo no
osso)

Articulações das pernas


ESPONDILITE ANQUILOSANTE (EA) JUVENIL

Anormalidades do esqueleto axial (incluindo a


sacroilíaca)

੦ ausentes até uma fase mais tardia do curso da


doença
੦ perda da flexibilidade da coluna pode ser notada
cedo
PERDA DA MOBILIDADE DA COLUNA
ESPONDILITE ANQUILOSANTE (EA) JUVENIL

Artrite de quadril sugere o início da EA

Entesite em pés e joelhos (apresentação inicial


comum)
ESPONDILOARTROPATIAS

DIAGNÓSTICO
Oligoartrite em menino afetando quadril, joelhos ou
pés, principalmente se acompanhadas de entesite
ESPONDILOARTROPATIAS

DIAGNÓSTICO
Perda da lordose lombar fisiológica

Espondilite Anquilosante (EA) juvenil confirmada pela


evidência radiológica de sacroileíte
ESPONDILOARTROPATIAS

LABORATÓRIO
੦ aumento do VHS
੦ leucocitose
੦ trombocitose

Fator reumatoide
Ausente nas crianças com espondiloartropatia
ESPONDILOARTROPATIAS

LABORATÓRIO
ANA ausentes
ESPONDILOARTROPATIAS

COLUNA EM BAMBU
Calcificação dos ligamentos (vista em adultos)
Coluna em bambu Coluna normal
ESPONDILOARTROPATIAS

TRATAMENTO
AINE (naproxeno)

Fisioterapia
ESPONDILOARTROPATIAS

TRATAMENTO
Sulfassalazina
Corticoide intra-articular
Metotrexate
TEP | 2013

Adolescente de 13 anos, sexo masculino, vem à consulta com


queixas de dores no joelho esquerdo, nas costas e no pé
direito.
Mãe relata que seu filho pratica voleibol cinco vezes na
semana, por duas horas, e que há 20 dias reclamou de dores
no joelho esquerdo, sem comprometer a sua vida normal, mas
que ficava inchado e vermelho.

O pediatra da emergência disse que eram dores do


crescimento e prescreveu anti-inflamatórios com pequena
melhora.
Passou a reclamar de dor no calcanhar direito e dores nas
costas que melhoravam durante o dia e com o exercício físico.
TEP | 2013

Nega febre e viroses.

Exame físico: bom estado geral,


altura: 170cm, IMC: 18,01,
Tanner: G3P3

Exame articular: discreto edema em joelho esquerdo, sem


limitação de movimentos, dor à digitopressão de sacroilíacas,
dor na região lombossacra e dor na inserção do tendão de
aquiles.

Para confirmar sua hipótese diagnóstica, deve ser solicitado:


TEP | 2013

A anticorpo anti-Sm

B Fator Reumatoide (FR)

C alfa-1-glicoproteína ácida

D fatores antinucleares (FAN)

E antígeno leucocitário humano (HLA) B27


TEP | 2013

A anticorpo anti-Sm

B Fator Reumatoide (FR)

C alfa-1-glicoproteína ácida

D fatores antinucleares (FAN)

E antígeno leucocitário humano (HLA) B27


CASO CLÍNICO

੦ pré-escolar
੦ 4 anos
੦ sexo feminino
CASO CLÍNICO

੦ limitação de movimento do joelho direito, de início


há 4 meses, acompanhada de aumento de volume,
calor e hiperemia
੦ não há história prévia de traumatismo
੦ nega febre
CASO CLÍNICO
CASO CLÍNICO

Exames laboratoriais

੦ hemograma, VHS e proteínas de fase aguda dentro de


valores normais
੦ pesquisa do fator reumatoide negativa
੦ fator antinuclear com padrão salpicado (pontilhado) e
título de 1 : 200
CASO CLÍNICO

੦ PPD: não reator

੦ biópsia de sinóvia: sinovite crônica inespecífica

੦ foi iniciado tratamento com anti-inflamatório não


hormonal e fisioterapia
CASO CLÍNICO

੦ ao fim de dois meses, a criança


apresentava-se assintomática do ponto de
vista musculoesquelético
CASO CLÍNICO

1. Diagnóstico principal?
2. Qual é o exame complementar indicado nesse
momento?
COMO DEVE SER A ABORDAGEM DE
UMA CRIANÇA COM INFLAMAÇÃO
ARTICULAR, CONSIDERANDO A
AVALIAÇÃO CLÍNICA E LABORATORIAL?

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