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Aula de 03/12/2021

NO DIREITO ROMANO O DIREITO DE PROPRIEDADE APRESENTAVA-SE


COM 4 CARACTERÍSTICAS:

1ª CONFINIDADE:

Necessário demarcar, delimitar a propriedade - Ainda hoje se


mantém

2ª ABSORVANCIA:

Presume-se que tudo o que está dentro do prédio pertence ao


proprietário – aguas, arvores – Ainda hoje se mantém

3ª IMUNIDADE:

Prédios não poderiam ser sujeitos a impostos, estavam isentos de


tributação – tributos eram de natureza pessoal sobre o rendimento das
pessoas e não sobre o património – JÁ NÃO SE MANTÉM

4ª PERPETUIDADE:

Não se pode adquirir a propriedade temporária de algo (diferente de


comprara e vender a seguir ) 1307 nº 2 ainda hoje está prevista no
nosso CC – Assim a propriedade é perpetua, exceto a que a lei o prevê

Exemplo: casas compradas para ter direito a ferias durante 15 dias por
ano, é o direito de propriedade temporária, mas é uma exceção .

Ainda hoje se mantém

Continuam as seguintes ainda no Direito Português:

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5ª PLENITUDE:

Proprietário pode retirar da coisa todas as suas utilidades em termos


materiais ou jurídicos - Art.º n.º 1305 CC

6ª ABSOLUTIDADE:

A propriedade é absoluta

7ª EXCLUSIVISTA (EM RELAÇÃO À COISA):

A propriedade não depende de nenhum outro direito , enquanto todos


os outros direitos reais sobre coisa alheia precisam da propriedade

8ª ELASTICIDADE:

Exemplo:

IUS UTENDI

IUS tpuenti

IUS artendi ~

O proprietário fica apenas com o direito de dispor se fizer um contrato


de usufruto, este acabando o proprietário vai ficar novamente com
todos os direitos uso, fruição, disposição

1305.º CC - Direito de propriedade

USAR FRUIR DISPOR , ----1305….DENTRO DOS LIMITES

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NO DIREITO ROMANO EXISTIAM TAMBÉM LIMITES?

Em Roma o direito propriedade era individualístico

A verdade é que se encontraram muitas limitações ao direito de


propriedade , mas não deixa de ser verdade que Roma também tinha
uma compreensão individualista (povos germânicos, Lenistas, visão
coletivista da propriedade )

Ainda hoje temos uma visão individualista do direito de propriedade

Assim existiam limitações ao direito de propriedade no Direito


Romano muitas já vinham das Leis das Dozes Tábuas, mas
efetivamente o Cristianismo também teve a sua influencia

RESTRIÇÕES E LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE


NO DIREITO ROMANO, ASSENTES EM INTERESSES PRIVADOS
PÚBLICOS E RELIGIOSOS- Só iremos analisar os interesses
privados e públicos :

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RESTRIÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE EM ROMA COM BASE EM
INTERESSES PUBLICOS:

1ª- Roma admitia a EXPROPRIAÇÃO – É uma das maiores limitações


ao direito da propriedade :

- Existência de um interesse público relevante

- Indemnização pelo dano que a pessoa sofreu por ter deixado de ser
proprietário

2ª Prédios ribeirinhos, confinantes com os rios:

- Teria que suportar que os tripulantes ou pescadores passassem


pela propriedade privada

3ª Limitações derivadas do transito publico:

Em Roma o papel das estradas era fundamental as estradas ajudavam


às trocas entre os povos (todas as estradas vão dar a Roma)

Se alguma estrada tivesse obstruída por inundação ou outra coisa, era


obrigatório que o transito circulasse, a propriedade que estava perto e
permitisse a passagem era usada , mesmo sendo uma utilização
limitada, não deixava de ser uma limitação ao Direito de Propriedade
do dono do prédio

4ª Limitações de natureza urbanística:

Algumas vem das leis das 12 tábuas

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Estas leis diziam que as casas teriam que estar distanciadas entre si,
havia uma distancia mínima para se manter

5ª Restrições quanto à beleza dos edifícios se tivessem estatuetas ou


esculturas, tinham que ser mantidas, altura dos prédios, na época
clássica existiam muitas limitações , Esta regulamentação romana,
manteve-se com algumas alterações até ao séc.- XVIII altura em que
praticamente desapareceram

RESTRIÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE EM ROMA COM


BASE EM INTERESSES PRIVADOS:

Há uma disciplina relativamente às águas, no nosso CC Art.º 1385 e


seguintes, sobre diversas utilizações das águas .

Roma já tinha muito desta regras das águas. Este problema vem
sobretudo devido à sua ocupação no norte de africa, em que a mesma é
escassa , dai esta disciplina rigorosa detalhada , deriva de facto de uma
necessidade de a regular apos a chegada ao norte de africa

1351. CC ( já estava no direito romano na lei das doze tábuas )

As aguas que um prédio tivesse e usasse, as excedentes deveriam ser


conduzidas para outros prédios e os proprietários de casas em quotas
superiores não podiam desviar o curso das aguas para os terrenos do
proprietários com quotas pequenas

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UMA RESTRIÇÃO QUE HOJE JÁ NÃO TEMOS:

Direito romano mandava cortar arvores altas, não fossem


absolutamente essenciais, o proprietária teria que as cortar, ex: sol é
necessária ás plantações

Outra que Direito Romano previa e ainda hoje no nosso 1366 CC :

Plantações de arvores e arbustos

Se alguém plantar arvores na sua propriedade junto ao limite do


prédio mas as raízes e os ramos não podem invadir os prédios vizinhos

Outra norma da Lei das Doze tabuas – nosso art . 1367 .º regras sobre
a apanha dos frutos.

Se para apanhar os frutos do meu prédio, não me for possível , tenho


que ir pelo prédio do vizinho, ou se eles caem e ficam do lado dele,
tenho direito de la ir, ou ele pode apanhar de dar-me os frutos, tbm
pode autorizar, se eu causar danos no prédio dele para colher os frutos
tenho que o indemnizar

Direito romano tinha alguns princípios aproveitados pela idade media


diz respeito às emissões licitas e ilícitas :

Ex: quando estou a limpar o prédio faço pó, se tiver um churrasco há


fumo e barulho a incomodar o vizinho que posso fazer

CC Art.º1346.º e já vem do direito Romano :

A utilização que o proprietário faz do seu prédio, há que analisar as


emissões que são licitas e as ilícitas …

Diferença entre estas duas : o principio é o do uso norma e o uso


anormal consubstancia com prejuízo

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OUTRA TESE QUE NÃO TEMOS MAS O ITALIANO TEM, VEM DA
JURISPRUDÊNCIA ROMANA:

INFLUENCIAS DIRETAS E INDIRETAS

DIRETAS são proibidas: faço as coisas que o barulho e fumos vão só


para o vizinho

INDIRETAS são permitidas: começam no meu prédio e depois


estende-se ao do vizinho

O uso normal e anormal tem que ser associado também ao

ABUSO DO DIREITO: utilização excessiva sem qualquer utilidade do


meu direito Art.º 344.º CC

No direito romano também era assim

Ex: tenho direito de fazer uma parede , eu falo uma tao alta que tapo o
sol todo ao vizinho, o pretor entendeu que foi uma construção abusiva,
sem utilidade e apesar de não ter infringido qualquer regra , mas
abusiva

No fumo e churrasco posso fazer o que quiser mas também não posso
abusar do meu direito , posso ter emissões ilícitas por serem abusivas

Estamos longe de uma conceção puramente individualista do direito de


propriedade em Roma e hoje em dia

Estas limitações estão quase todas no nosso CC

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PG 18 A 29

CONDOMINIO OU COMPROPRIEDADE

1403.º CC e seguintes

O DIREITO ROMANO nunca gostou muito da compropriedade tem


a ver com a tese do direito de propriedade ter uma visão individualista

Sempre acharam que era uma fonte de conflitos , sempre o viram com
maus olhos - ESTÁ TODO NO NOSSO CC

Assim a COMPROPRIEDADE: VERIFICA-SE QUANDO UMA (OU


VARIAS) COISA PERTENCE A DUAS OU MAIS PESSOAS

PODE SER VOLUNTÁRIO: EX: SOCIEDADES

PODE SER INVOLUNTÁRIO: falecimento de alguém e os bens ficam


em condomínio enquanto não houver partilhas

Se temos um prédio pertence a 2 pessoas, temos A e B , ou seja


TEMOS 2 DIREITOS DE PROPRIEDADE , um de cada condóminos,
ou consortes ou comproprietários , têm um direito propriedade sem
qualquer restrição, sobre a coisa, mas sobre uma quota ideal da coisa
se nada for estabelecido será 50 – 50 .

Esse direito de propriedade incide sobre a coisa, cada um deles tem um


fração da coisa, mas não sabem qual é , mas o direito de cada um deles
é QUALITATIVAMENTE IGUAL, mesmo que um tenha 99,9% e outro
0,01% mas QUANTITATIVAMENTE PODE SER DIFERENTE OU NÃO -
ART.º 1407---1408 CC

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Cada um tem uma fração ideal da coisa, um direito de propriedade
plena

A vendendo a C pode B ficar com essa quota tem direito de preferência


– art. 400……CC

Se A vender sem dar preferência a B, este pode intentar uma AÇÃO


DE PREFERENCIA , quando interpõe a ação tem que depositar o
preço no prazo de 15 dias

A por exemplo pode doar ou vender a sua quota a C, apesar de sC não


saber qual é.

-Pode ainda A hipotecar a sua quota ideal, vender também , mas nunca
pode vender uma parte especifica da coisa, salvo com autorização dos
restantes consortes 1408 n. º 1 CC exatamente como direito romano

Exemplo: se A vender mas

existir uma propriedade la no


y
meio, não pode nunca vender
essa parte , pois ela não faz
parte da compropriedade

Mas quando um dos proprietários quiser vender a sua quota tem que
dar o direito de preferência ao outro comproprietário , Art.º 1409- CC
direito de preferência real. Cai nos direitos reais de aquisição, que vai
acabar com a compropriedade

Art.º 1412 CC:

Se a qualquer altura , qualquer um dos comproprietários pode


solicitar a divisão da coisa (tribunal) é uma ACÇÃO DE DIVISÃO DE
COISA COMUM Se for divisível cada um fica com metade

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Se não for divisível:

- vende-se

- um deles compra a parte do outro, O QUE OFERECER O MELHOR


PREÇO FICA COM A COISA, O OUTRO RECEBE O DINHEIRO , O QUE
DESISTE PRIMEIRO FICA SEM A COISA

O que oferecer o melhor preço fica com a coisa para si

A COMPROPRIEDADE É MAL VISTA SEJA DIREITO ROMANO SEJA NO


DIREITO PORTUGUES, por qualquer um dos condomínios a qualquer

momento poder acabar com ela com a AÇÃO DE DIVISÃO DE


COISA COMUM

IGUAL EM AMBOS OS DIREITOS

Ex: anterior A tem 90% e B tem apenas 10% , um C invade o prédio ,

Em virtude de cada um deles ter um direito de propriedade


qualitativo, pode intentar a ação sozinho contra C, 1405 nº 2 CC era
assim no direito romano e é assim ainda hoje

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POSSE

Figura delicada e difícil

EX: este livro é meu tenho a propriedade e a posse, mas a posse não é
um direito , pode ser a consequência do meu direito de propriedade

Mas a posse pode não implicar um direito de propriedade

Mas a posse quer ser direito e a posse presume o direito

Eu disse que era proprietário do livro, mas não tenho documento


nenhum, eu provo o direito de propriedade ao comportar -me como
possuidor , que faz supor assim o direito de propriedade 1268 CC era
assim em Roma é assim entre nós

A posse é sempre um poder de facto , mas isso não transforme a posse


em direito de propriedade, mas sim exercendo a posse durante algum
tempo ( boa ou má fe) , através da posse eu adquiro o dto de
propriedade por exemplo por USUCAPIÃO

Para provar que sou o proprietário provo através da posse do mesmo ,

A Aquisição por usucapião é uma forma do ordenamento jurídico não


se compadecendo de duvidas .

Nos prédios do estado só nos que são do domínio provado do estado


(ex: terreno

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ELEMENTOS DA POSSE:

ELEMENTO MATERIAL : A COISA

ELEMENTO ESPIRITUAL : SER O POSSUIDOR – ART.º 1251

ERA ASSIM NO DIREITO ROMANO É ASSIM AGORA

Aula 09/12/2021

DETENTOR E POSSUIDOR

Ambos têm o direito efetivo sobre a coisa mas o detentor (locatário…)


não se comporta como proprietário e o possuidor sim, a diferença é o
elemento espiritual art- 1251 e 1253 CC

IURA IN RE ALÍNEA

A dono constitui um usufruto sobre o prédio X a favor de B que


constituiu o direito de uso a favor de C

(usuário não pode locar a coisa ao contrário do usufrutuário)

A favor de C uso da biblioteca

A a favor de D, direito de superfície com servidão de passagem

Temos aqui os 4 direitos reais, mas A continua a ser proprietário do


prédio ou seja que vender a F , F adquire com todos ESSES direitos
reais

A relação que existe entre estes direitos é que os mesmos só existem se


existir o Direito de Propriedade.
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Usufruto (tem o uso e o fruto) só fica livre a disponibilidade sobre a
coisa para A , pode vender

Onus sobre a coisa, com eficácia ERGA OMNES, por isso são direitos
reais sobre a coisa mantêm-se

A tem prédio não tem rendimentos, vende o prédio a C , para fazer


dinheiro mas guarda o usufruto para si até à morte . A pode locar o
prédio e arrendar ele outro prédio mais barato por exemplo .

Uma das grandes origens do Usufruto vem dos TESTAMENTOS .

TESTE PARA CORRIGIR

250 a.c

A ------ Estabelecimento comercial

B - artesão + dinheiro

B ficou como gerente do EC

B adquiriu matéria prima a C

C exigiu que B lhe entregasse até ao pagamento da divida certas peças


de cerâmica de origem grega até ao pagamento da divida

a)

-O Contrato entre A e B – é um contrato de sociedade- A sociedade


não tem personalidade jurídica no DIREITO ROMANO e no
DIREITO PORTUGUÊS tem

- Entradas para a sociedade com coisas, dinheiro trabalho

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b)

O contrato entre B e C é um mútuo e a garantia das peças é um penhor


( há entrega das peças)

Na garantia pessoal DIREITO ROMANO, o garante responde com


todo o seu património e até o próprio corpo(vendido como escravo)

Terminada a execução pessoal, continuou a chamar-se garantia pessoal


, mas o garante responde com todo o seu património, hoje em dia ainda
é assim para o fiador responde com todo o seu património

Nas garantias pessoais, penhor, hipoteca incidem sobre certas coisas ,


devidamente determinadas e elencadas , tal não significa que( o
garante só vai responder – até podia ser um D que garantisse a divida

Se o garante é um terceiro só vai responder com a coisa que serviu de


garantia (ex: relógio) nada mais, mas se for o garante for próprio
devedor e a garantia não for suficiente , o devedor nesse caso responde
com o resto do património que tiver .

c)

Quem vai demandar C? Vai demandar B que foi com ele que celebrou
o contrato A não entrou, mas B vai chamar à ação A pois ele como
gerente está mandatado por A , ou seja ambos tiveram participação no
negócio, talvez lucros também . Outra coisa seria B fazer o contrato de
mútuo para beneficio próprio.

Vai responder pela divida o património em compropriedade /


condomínio. Art.º 410.º , 413.º n.º 1- (eficácia real , já não vende a
mesma coisa a ouro) + 442 – é para o registo do contrato de promessa
de compra e venda.

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Aula de 10/12/2021

POSSE

O Direito Romano já tutelava a Pose com uma interpretação igual à do


Direito Português.

Os Instrumentos da Posse são os mesmo no Direito Romano como no


Direito Português. Art.º 1251.º CC- Tem influência Romana.

A Posse tem um ELEMENTO MATERIAL CORPÓREO que se


traduz em uma pessoa ter um poder de facto sobre a coisa (a rés) mas
tal não é bastante para que a posse esteja completa de forma a existir,
falta-lhe o elemento espiritual que se traduz no comportamento do
possuidor ser idêntico ao de um verdadeiro proprietário.

A POSSE É DIFERENTE DA DETENÇÃO que se encontra elencada


no Art.º 1253.º . Neste caso o detentor tem, ele também um poder de
facto sobre a coisa, porém não se comporta como proprietário dessa
rés, uma vez que está impedido de praticar um conjunto alargado de
atos próprios do proprietário ou do possuidor .

No entanto chama-se a atenção para o facto de apesar de ser um mero


detentor em caso de ver o seu direito de detenção ameaçado, ele
também, em pé de igualdade com o proprietário e com o possuidor,
poderá recorrer aos instrumentos da Tutela da Posse – Art.º 1037.º n.º
2 CC .

SAVIGNY: Na sua tese concorda que a posse é composta pelos dois


elementos supra referidos (o um poder de facto sobre a coisa –

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elemento material e ainda o comportamento do possuidor ser idêntico
ao de um verdadeiro proprietário. – elemento material )

HERING: Ao contrário de Savigny e do Direito Romano, Ihering


afirma que a Posse não tem que ter os dois elementos , o que leva a que
seja difícil de distinguir da detenção.

A posse tanto no Direito Romano como no Direito Português tem este


dois elementos e não deverá ser confundida com a Detenção prevista
no Art.º 1253.º CC :

“ São havidos como detentores ou possuidores precários:

a) Os que exercem o poder de facto sem intenção de agir como


beneficiário de direito ;
b) Os que simplesmente se aproveitam da tolerância do titular do
direito;
c) Os representantes ou mandatários do possuidor e, de um modo
geral, todos os que possuem em nome de outrem.”

- Apesar da Posse fazer presumir o Direito de Propriedade a verdade é


que a mesma não deve ser confundida com ele.

A POSSE PRESUME O DIREITO DE PROPRIEDADE e A POSSE


TAMBÉM É UMA PRESUNÇÃO DO DIREITO DE
PROPRIEDADE.

Mesmo que a Posse não seja o Direito de Propriedade ela “ QUER SER
DIREITO” - e o será através da Usucapião, verificados alguns
pressupostos.

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Mas mais uma vez verifica-se uma característica que distingue o
Possuidor do mero detentor, uma vez que só o primeiro poderá usar a
figura da Usucapião, beneficiando com ela, em contraposto tal
possibilidade não faz parte da esfera jurídica do mero detentor .

- Artigo 1251.º - In Fine :

“ … correspondente ao exercício do direito de propriedade ou de outro


direito real.” .

Esta possibilidade de uma pessoa se comportar como proprietário e a


possibilidade de adquirir o Direito Real Limitado pela Usucapião.

INSTRUMENTOS JURIDICOS DA POSSE


Igual no Direito Romano e no Direito Português :

1.º AÇÃO DE PREVENÇÃO – Art.º 1276.º CC

Exemplo: Alguém começa a ameaçar a propriedade com uma possível


invasão , poderá o possuidor solicitar judicialmente uma AÇÃO DE
PREVENÇÃO- neste caso ainda não foi retirada a posse da rés mas há
uma ameaça

Exemplo: Existência de um prédio rústico em que existe ameaça de


invasão por parte de alguém.

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Mas também pode- se tratar de um locatário em que o senhorio tente
impedir o acesso à propriedade.

Apesar de ser um mero detentor poderá usar a faculdade prevista no


Art.º 1276.º

2.º AÇÃO DE RESTITUIÇÃO – Art.º 1277.º CC

O possuidor já foi perturbado , impõe-se a restituição da Posse ou seja


a sua manutenção pacífica .

Exemplo: Senhoria mudou as fechaduras impedindo acesso à


propriedade por parte do Locatário , este último irá aciona-lo através
de uma Ação de Restituição . Neste caso não pode entrar mas ainda
não perdeu a Posse.

3.º MANUTENÇÃO E RESTITUIÇÃO DA POSSE – Art.º 1278.º CC

Exemplo: Senhoria já pós dentro de casa alguém , ou seja ser+a


necessário usar uma AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DA POSSE .

Neste caso pode haver uma outra vertente: ESBULHO VIOLENTO

1279.º CC se a Posse foi retirada com violência , neste caso o Tribunal


ordena que a Posse seja IMEDIATAMANTE restituída ao possuidor
até decisão do caso.

Era assim no Direito Romano é assim no Direito Português.

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TUTELA DA POSSE: é um instrumento jurídico com bastante peso/
força ( + do que o Registo na competente CRP ou do que a Escritura
Pública)

Assim POSSE está prevista no Art.º 1251.º e SS do CC

Art.º 1293.º CC – USO E HABITAÇÃO


O Uso e Habitação não se pode adquirir pela USUCAPIÃO , por ter
uma natureza pessoalíssima

É diferente do USUFRUTO, do DIREITO DE SUPERFICIE etc..

ART.º 1297.º

DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA:

São direitos que incidem sobre o bem de outra pessoa ou seja,


pressupõe sempre um Direito de Propriedade para eles próprios
puderem existir .

Estes Direitos só existem porque vão incidir sobre a Rés que é


propriedade de outra pessoa.

Por outras palavras : Oneram a Rés, têm eficácia ERGA OMNES.

São diferentes dos Direitos Reais , continuam agarrados à coisa – Rés,


e mesmo que o proprietário desta última a venda, eles não cessam.

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Caso diferente é o da Locação em que o locador está obrigado a
proporcionar a coisa ao locatário, tal não acontece com este direitos
reais sobre a coisa alheia.

Estes direitos reais sobre a coisa alheia, comprimem o Direito de


Propriedade

É o PRINCIPIO DA ELASTICIDADE

O DIREITO DE PROPRIEDADE PRESSUPÕE:

- Usar

- Fruir

- Dispor

Deste direitos reais sobra a coisa alheia o que mais comprime o Direito
de Propriedade é o USUFRUTO

Pois no caso do USUFRUTO, este tem o USO e o FRUTO.

Nesta caso o proprietário só pode alienar o Direito de Propriedade


(Dispor) mas em nada irá alterar o USAR e FRUIR do Usufrutuário.

No caso de não transmitir com uma venda o Direito de Propriedade,


quando o usufruto acabar ou se o usufrutuário falecer antes do fim do
contrato, o proprietário irá adquirir para si os outros dois direitos que
são o USAR e o FRUIR .

Assim o USUFRUTO é o direito que mais comprime o Direito real


sobre a coisa alheia.
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SERVIDÕES PREDIAIS

Art.º 1543.º do CC - esta é uma figura antiga

O texto do artigo não está muito correto, uma vez que não existem
relações entre prédios ,mas sim entre os seus donos.

O proprietário do prédio X é o que é que suporta o encargo do


proprietário do prédio Y .

Prédio: - O que beneficia é o PREDIO DOMINANTE

- O que sofre o encargo é o PREDIO SERVIENTE

Prédio y : Prédio X:
Proprietário A- Prédio Y
PRÉDIO SERVIENTE , PREDIO
pois suporta a Proprietário B – DOMINANTE,
Prédio X
servidão beneficia da
Servidão de
passagem servidão
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O proprietário B dono do prédio X , tem este encravado pois encontra-
se dentro do prédio Y que pertence ao proprietário A .

Esta Servidão de Passagem vai onerar o prédio X, porém B tem que


aceder à via pública

SERVIDÃO DE PRÉDIO RÚSTICO E DE PRÉDIO


URBANO

SERVIDÕES PREDIAIS RÚSTICA

1.º SERVIDÃO LEGAL DE PASSAGEM

A do exemplo anterior , prevista do DIREITO ROMANO E NO


PORTUGUÊS DE IGUAL FORMA. Art.º 1550.º CC

A servidão será da largura e para a passagem do que ficou acordado


aquando da sua constituição.

2.º SERVIDÃO LEGAL DE ÁGUAS

IGUAL NO DIREITO ROMANO COMO NO PORTUGUÊS – Art.º


1561.º, 1653.º e 1578.º CC

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RIO, POÇO, OU LAGO

PRÉDIO A
PRÉDIO B

A água terá que passar pelo prédio A , ATRAVESSAMENTO DE


ÁGUAS – AQUADUTO. Ainda existem por toda a EUROPA

SERVIDÕES PREDIAIS URBANAS


JÁ EXISTIAM NO DIREITO ROMANO, EXISTEM NO DIREITO
PORTUGUÊS

1.º SERVIDÃO DE ESTILICIDIO

Muito antiga, supõe-se que seja anterior ao Direito Romano- ART.º


1365.º CC

A B

T EDIFICAÇÃO
E
Y L
X DE B
H
A
D
O

Existem dois prédios , prédio Y pertence a A e o prédio X a B.

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A decide construir um telhado na sua propriedade para proteger das
chuvas, no entanto constrói com o beiral virado para o prédio X,
propriedade de B, sendo que as águas da chuva acabam por cair nessa
mesma propriedade .

Se B nada fizer, vai-se construir uma SERVIDÃO DE ESTILICÍDIO


POR USUCAPIÃO

Art.º 1365.º N.º1 : A não pode fazer isso, mas…;

Art.º 1365.º N.º 2: se B não se opõe, quando ele próprio quiser edificar
a mesma coisa no seu prédio , vai ter que deixar o espaço para o
escoamento das águas que caem do telhado de A , ou fazer uma
edificação mais afastada para respeitar a servidão de A.

Usucapião: 15 anos de boa fé

20 anos de má fé.

Este é o tempo limite para B agir antes que se construa a servidão de


Estilicídio por B não se opor.

2.º SERVIDÃO DE VISTAS:


JÁ ERA ASSIM NO DIREITO ROMANO, É ASSIM NO DIREITO
PORTUGUÊS

Se tenho uma casa com vista para o mar e vem o meu vizinho da frente
edificar uma construção entre o meu prédio e o mar, retirando-me a
vista que eu tinha, isso NAÕ É SERVIDÃO DE VISTAS .

Proprietário A Nova Proprietário B do Prédio


X 24
do prédio Y edificação
com
janelas
Nova
edificação
de B

A tem um prédio no limite desse prédio edifica uma construção, sendo


que as janelas da mesma ficam viradas para o prédio X que pertence a
B

Se A o fizer e B não se opuser , vai-se construir uma SERVIDÃO DE


VISTAS POR USUCAPIÃO.

Quando B quiser edificar/construir vai ter que afastar essa edificação


de 1,5M das janelas de A, para não lhe tapar as vistas, apesar de estas
vistas estarem viradas para dentro da sua propriedade.

O objetivo de ter que se afastar 1,5M é para guardar um mínimo de


distancia e de privacidade cada vez que A abrir as suas janelas.

SOLUÇÃO: B tem que se opor logo, ou pelo menos dentro do prazo da


Usucapião .(15-20)

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USUFRUTO

USUFRUTO é um Direito Real sobre a coisa alheia, que comprime o


Direito de Propriedade.

Este Direito Real sobre a coisa alheia, é dos mais uteis, mais comuns e
mais usados.

É curioso verificar-se que o Usufruto tem nas suas origens as mesmas


razões que já tinha no Direito Romano, quanto à sua constituição.

Verifica-se quando uma pessoa proprietário de um prédio ( Em roma


acontecia muito com as viúvas dos soldados mortos em guerra) vende o
prédio que tem mas resguarda o usufruto para si, apesar de já ter
recebido o preço da venda que efetuou.

OUTRA SITUAÇÃO:

Será a constituição de usufruto por testamento.

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O Direito Real sobre Coisa Alheia, atribui ao Usufrutuário poder de
usar e de usufruir da coisa (RMN =PT)

Tem um conteúdo bastante amplo, uma vez que o Usufrutuário pode


locar a coisa (a Rés)

VENDE
A B

A não precisa de um prédio tão grande, então na sua qualidade de


usufrutuário decide locar o mesmo a C.

Além de ter recebido o preço pela venda do prédio a B, ainda vai


receber as rendas pagas por C.

Ou seja B, proprietário fica com a NUA PROPRIEDADE.

O Usufruto é temporário, não pode ultrapassar a vida do


Usufrutuário.

Se for UMA SOCIEDADE que fique com o Usufruto o máximo são

30 ANOS .

O Usufruto tem carater pessoal e natureza pessoal, ou seja não pode


ser transmitido a ninguém, no entanto pode ser cedido à exploração
para outrem ( Só em PT).

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A Usufrutuário faz uma locação a C, a locação cai quando o usufruto
acabar pois a mesma foi feita com base neste último e não na
propriedade nua.

Se o usufrutuário morrer, a locação cai igualmente , termina ,mesmo


que ainda falta anos para cumprir o contrato de locação.

Ou seja a Locação termina com o fim do usufruto se tal acontecer


antes do fim do próprio contrato de locação.

- O usufrutuário tem que usar a coisa com o critério de um Bom pai de


família Art.º 1439.º (RMN = PT)

Art.º 1446.º - Bom pai de família (RMN = PT)

Art.º 1440.º - Disposição Legal : Ex: Estado atribui usufruto a uma


determinada entidade

Art.º 1441.º - USUFRUTO SIMOLTANEO E SUCESSIVO

Testamento, pais deixam um prédio para os filhos, no entanto


guardam o usufruto para eles em simultâneo (para os dois) e sucessivo
(porque à morte do 1º sucede o 2º)

Art.º 1444.º TRESPASSE A TERCEIRO.

B usufrutuário, pode ceder o seu prédio à exploração a C, no entanto


esta exploração cessa com a morte do usufrutuário, mesmo que falte
tempo para se cumprir o contrato de exploração até ao fim.

NOTA DA LOCAÇÃO: Não esquecer na Locação que o locatário não


tem obrigação de pagar o IMI nem o condomínio no caso de existir,

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mesmo que tenha ficado estabelecido no contrato, se ele deixar de
pagar o executado será sempre o proprietário.(Pois o contrato de
locação produz efeitos apenas entre as partes.)

USUFRUTO É PESSOL, MAS USO E HABITAÇÃO É


PESSOALISSÍMO

(Não permite fazer estes contratos supra referidos, locação,


exploração, direito de superfície…)

RELAÇÃO E DIFERENÇA

DIREITO DE PROPRIEDADE NÃO PRECISA DO USUFRUTO - é


exclusivista.

Proprietário fica apenas com o direito de dispor da coisa (ex: vender)


fica com a nua propriedade

O USUFRUTO PRECISA DO DIREITO PROPRIEDADE

Usufrutuário (usufruto é o direito mais comprido dos direitos reais)


fica com os outros dois

LOCAÇÃO pelo prazo de 10 anos


A B

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Locador Locatário
Proprietário do Banco X
1 de janeiro do ano de 224
D – Ocupa o prédio em 225 e
impede B de entrar

Compra e venda a C e E - Ano de 226


Ano de 250 F ocupa
ilegitimamente o prédio

Identifique o contrato entre A e B

Trata-se de um contrato de locação, previsto no Art.º 1022 CC e é igual


no Direito Romano e no Direito Português

D ocupou o prédio e impede B de entrar:

B locatário, mesmo sendo apenas um mero detentor do prédio pode


usar os instrumentos da Tutela da posse- Ação de Restituição da Posse
– Art.º n.º 1087.º n.º 2 CC

A vende o prédio a C e E antes do fim dos 10 anos de locação:

Pode vender, pois no Direito Romano a Compra afastava a Locação.

No Direito Português não afasta por isso, poderia poderia vender se


fosse nos nossos dias, mas comprador estaria sujeito ao estipulado no

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Art.º 1057.º CC- SUBSITUIR-SE AO LOCADOR (VENDEDOR) NOS DIREITOS
E DEVERES PARA COM O LOCATÁRIO

- C como novo proprietário pretende acionar F por ocupação ilícita,


mas E não quer acionar, apesar de ter comprado junto com C:

Tanto no Direito Romano, como Direito Português, basta que seja C a


acionar F, uma vez que o prédio é compropriedade de C e E.

C tem um Direito de Compropriedade Pleno (mesmo que só tenha


0,5%)

Basta que seja C a acionar F , que os efeitos posteriores da ação irão


refletirem-se na esfera de C e E.

AULA DE 17/12/2021

DIREITO DE USO E HABITAÇÃO

- CONHECIDO VULGARMENTE POR DIREITO REAL SOBRE COISA


ALHEIA

- CONTEUDO MENOR QUE O USFRUTO

- É UM DIREITO PESSOALISSIMO

- INTRANSMISSIVEL

- NÃO É ONERÁVEL

- O USUARIO NÃO PODE LOCAR

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- NÃO É ADQUIRIDO PELA USUCAPIÃO

- EVOLUÇÃO DESTE DIREITO : Começou pelo direito de usar uma


coisa, sem possibilidade de colher frutos, apenas podia usar.

- É um direito real eficácia ERGA OMNES

- Não é o mesmo direito de uso da locação e outros contratos

-Já não faria sentido o direito de uso sobre um prédio rustico, podia la
fazer um picnic , desfruta do sol, mas nada mais podia fazer não colhia
frutos

- DIREITO ROMANO veio a permitir que tivesse um pouco mais de


conteúdo, ainda longe do usufruto

- Alem de a usar podia colher alguns frutos, mas apenas à satisfação


sua pessoal e da sua família, sem possibilidade de explorar, sem
possibilidade de trespassar e sem possibilidade de transmitir

- Pessoalíssimo : usuário tem que manter a coisa, afzer um uso muito


exigente da coisa

- Se o direito de uso incidir sobre uma habitação, chama-se DIREITO


DE USO E HABITAÇÃO, mas as características são exatamente as
mesmas

- No nosso CC – Art.º 1444.º - apenas na medida das suas necessidades

- Exatamente igual direito romano e direito português

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- Art.º 1488: intransmissível, não pode locar, não pode ceder à
exploração, não pode nada

- Direito com um conteúdo similar dos dois dto RMN e PT

DIREITO DE SUPERFICIE

DIREITO REAL - é uma criação Romana , ao contrario dos outros


direitos reais, que são mais antigos que ROMA

É um criação do imperador JUSTINIANO

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DIREITO SUPERFÍCIE:

- É UM DIREITO REAL

- Livremente transmissível, INTER VIVOS e MORTIS CAUSA

- Se algum deles morrer os herdeiros

- GRAUITO OU ONEROSO (Oneroso durante algum tempo ou


perpetua)

- Traduz- se no direito de alguém poder edificar plantações, construir


em solo alheio QUER ROMANO QUER NO DIREITO
PORTUGUÊS

- Até á época do imperador JUSTINIANO não era assim o dito de


superfície, tinha uma NATUREZA MERAMENTE

1.º no fórum romano (centro de Roma) esse solo pertencia ao povo


romano se alguém edificasse algo para abrir ex: um estabelecimento
Comercial, esse estabelecimento passaria a pertencer ao povo romano

PRINCIPIO DA ABSORVÊNCIA : Tudo o que está dentro do


meu prédio é meu .

ESTE PRINCIPIO DA ABSORVÊNCIA OU DA INCORPORAÇÃO,


levou a dificuldades no desenvolvimento económico no centro de
Roma, uma vez que tudo o que lá se construísse passaria a ser dos
Romanos .

Para solucionar , contrato de concessão de solo, quase de certeza que


era uma locação

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Assim A faria com B uma locação, que é um contrato obrigacional:

- A permitia o gozo da coisa a B, para que B ai edificasse o prédio .


mas….

- Este contrato tinha apenas efeitos obrigacionais, só efeitos entre as


partes , tinham clausulas então, assim se A vendesse a C o seu prédio X
, tinha que ficar estabelecido que C respeitasse o contrato de locação
(senão C podia por B fora e este ficava sem o seu prédio Y) assim para
que a venda não afastasse o contrato de locação .

- Mas esta clausula estava no contrato de locação e não no de venda, se


A vendesse tinha que indemnizar B por não ter respeitado o contrato

2º PROBLEMA

- Se B vendesse o seu prédio Y a E, ficava estabelecido no contrato de


locação que A aceitaria E como novo locatário.

- Isto foi fonte de muitos conflitos, havendo entraves na transmissão do


direito de propriedade sobre o prédio que está onerado com o prédio y
e também sobre esse mesmo prédio .

- Devido a este problemas e dada a natureza obrigacional de locação, o


Imperador Justiniano, acabou por declara que a locação é um contrato
de superfície , é direito real , é um direito com eficácia ERGA OMNES,
ou seja A pode vender prédio X a C , mas C tem que respeitar B e por
outro lado B também pode transmitir o prédio Y a E e A tem que
respeitar E.

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- Bastou transformar o Direito obrigacional em Direito Real PARA
RESOLVER AQUELES PROBLEMAS

- Não esquecer que B em todo este processo fez locação apenas do solo
de A , pois o prédio Y é dele , fez locação do prédio x que é de A

- 1524.º CC é exatamente igual a esta transformação feita pelo


Imperador justiniano - , Art.º 1534. É transmissível

- A constituição do direito de superfície muitas vezes vai constituir


direitos de servidões Art. º 1529.º a lei já prevê essa possibilidade

EXEMPLO:

PREDIO cidade do porto 2 hectares , sem autorização de ninguém, eu


chegava la e edificava uma casa de 50.000.

O dono chega la e apenas tem que dizer que aquilo tudo é seu , pois se
alguém edificar algo no que é meu, é meu …poderá depois discutir-se
as benfeitorias

O direito de superfície entre A e B, obedece ao PRINCIPIO DA


TAXATIVIDADE e da tipicidade . pode ser perpetuo, ou durante
algum tempo.

Pode ser gratuito ou oneroso, e mesmo oneroso pode ser durante


algum tempo e depois não.

É o único direito real em que a Lei

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Quando é perpétuo só acaba em duas situações .

Se o B vender a A este tem prioridade- extingue-se o Direito superfície

Ou se B deixar em testamento a A- também se extingue

DIREITOS REIAS DE GARANTIA.

OS DIREITOS ROMANO E PORTUGUÊS - previam garantias reais


e pessoais

GARANTIAS PESSOAIS:

A celebra contrato de mutuo com B

A CREDOR - B DEVEDOR

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Credor vai querer uma garantia, que pode ser concedida por B ou por
um 3º

- O GARANTE responde com TODO seu PATRIMÓNIO

PORQUE SE CHAMA PESSOAL ?

Porque no DIREITO ROMANO a pessoa respondia com todo o seu


património e até com o seu próprio corpo (escravo, morto)

Terminou essa garantia (desde sec. II a.c) mas ficou a expressão .

GARANTIAS REAIS:

- Incidem sobre uma coisa, ou conjunto de coisa que incidem sobre


coisas certas e determinadas

PENHOR, FIDÚCIA , HIPOTECA

- Mas as garantias reais fazem parte dos ditos reais , penhor, hipoteca
fidúcia, poder direto sobre a coisa e eficácia ERGA OMNES.

- Qualquer garantia visa o cumprimento de 1 certa prestação

- Mas as garantias reais só se manifestam, se o devedor não cumprir,


pois se ele cumprir nunca se chega a manifestar a natureza do direito
real da garantia

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Ex: casa penhor deixo relógio dão-me 200 ao fim de 2 meses vou pagar
os 200 e trago o relógio

- O penhor implica uma TRADITIO .

- Implica a entrega da coisa mas não o direito de propriedade

- Assim a natureza deste direito real desta garantia so se manifesta -


quando o credor executa, só ai é que se manifesta a dimensão real
desta garantia

- Se houver cumprimento, está la a hipoteca mas não se sente, se não


pagar executa a garantia

Estes DIREITOS REAIS, são DIREITOS REAIS EM POTÊNCIA,


pois se tudo correr bem nem sequer chegam manifestar-se

São um ónus sobre a coisa , se algo é dado à garantia, o dono da coisa


pode vender

A CREDOR EXIGIU DE B DEVEDOR A CONSTITUIÇÃO DE UMA


HIPOTECA SOBRE O SEU IMÓVEL PARA SERVIR DE GARANTIA REAL ,
DAD DIVIDA QUE ESTE ÚLTIMO TEM PARA COM O PRIMEIRO

Nada impede que B venda mas a hipoteca continua la, pois este
DIREITO REAL DE GARANTIA é um ónus sobre a coisa, sobre a rés

Estas garantias reais são ónus sobre as coisas , agarradas às coisas e só


saem quando a obrigação estiver paga - Estão Registadas na
Conservatória do registo predial

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3.º As garantias reais são acessórias da obrigação principal que é a
obrigação de B pagar a A o que lhe deve .o penhor a hipoteca e a
fidúcia são acessórias desta obrigação principal

DIREITTO ROMANO : FIDUCIA, PENHOR, HIPOTECA

1.º FICUDIA: transmissão do direito propriedade - DACIO E NÃO

TRADITIO (entrega da coisa)

2.º PENHOR: Implica TRADITIO , não implica transmissão direito

propriedade

HÁ AQUI UMA DIFERENÇA:

-O DIREITO ROMANO não fazia diferença entre moveis e imóveis

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- NO NOSSO DIREITO PORTUGUÊS:

- A HIPOTECA - imoveis e sobre coisas moveis sujeitas a registo

- O PENHOR - sobre coisas moveis

PENHOR 2 CARACTERÍSTICAS:

1ª ACESSORIEDADE:

- É acessório de uma outra obrigação (mutuo ..)

-Se a obrigação principal for invalida, a acessória torna-se


invalida ou inexistente .

-A validade da obrigação acessória depende da obrigação


principal(muto invalido. Penhor e hipoteca também o são )

- Art 698 CC que resulta da remissão do 678

2ª INDIVIZILIDADE:

- Mesmo que a divida se extinga parcialmente ou vá diminuído


ao longo do tempo, o penhor e a hipoteca ficam intocáveis.

- A garantia mantém-se , se a coisa é de 1000 e a garantia de


1000, ao fim de um tempo a coisa (divida) é de 10, a garantia
continua de 1000, só se o credor aceitar a diminuição da
garantia.

-Art.º 696.º CC

- HIPOTECA por remissão do Art. 678.º

-E vem do DIREITO ROMANO também a indivisibilidade

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3.º HIPOTECA

No DIREITO ROMANO só havia o penhor e a fidúcia e assim


durante muito tempo. Todavia a certa altura surgiu um
problema

A arrendamento rústico B

Locador Locatário

10 anos

O locador solicita uma garantia

No quadro dos arrendamentos rústicos , exemplo para


exploração agrícola, durante muitos tempo anos, arvores
produzem ao fim de vários anos, surgiu o problema :

- Era também habitual que o agricultor não tenha grande


património, ou seja por isso esta a arrendar o prédio, só tinha os
instrumentos agrícolas – alfaias agrícolas

A arrenda mas exige a Garantia B mas só havia o penhor


e a fidúcia

1ª hipótese penhor : Locatário tinha através do penhor entregar


as alfais e não podia trabalhar – assim B não quer o penhor

2ª hipótese era a fidúcia : B transmitia as alfaias a A

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A fidúcia não interessa a A, pois B ao fim de 5 anos, readquire o
direito de propriedade por uma figura próxima da usucapião
que é a USERECEPTIO EX-FIDUCIA

Assim fazendo a fidúcia ao fim de 5 anos A perdia a garantia

Assim encontraram uma outra solução:

HIPOTECA: não implica a transmissão do direito de


propriedade nem a entrega da coisa, mas uma ESPECIAL
AFETAÇÃO DA COISA AO CUMPRIMENTO DA DIVIDA

- Sabe-se que os egípcios já tinham a HIPOTECA, ROMA talvez


a tenha ido lá buscar ( tudo indica que sim )

- 686.º E SEGUINTES

-IGUAL AO PENHOR ACESSORIEDADE E INDIVISIBILIDADE

- ROMA HIPOTECA SOBRE COISAS MOVEIS E IMOVEIS .

- PORTUGAL TEM HIPOTECA SOBRE IMOVEIS E MOVEIS


SUJEITOS A REGISTO E PENHOR SOBRE MOVEIS

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