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ALIMENTOS FUNCIONAIS

Andréia Nishiyamamoto de Oliveira


Nutricionista & Preceptora Hospital Universitário Pedro Ernesto | Atendimento
em Consultório | Membro da Academia Brasileira de Nutrição Funcional | Pós
Graduada em Nutrição Clínica Funcional (VP) | Pós Graduada em Nutrição
aplicada à Estética (IAPP) | Pós Graduada em Nutrição Oncológica (INCA) | Pós
Graduada em Nutrição Clínica (UGF) | Residência em Nutrição Clínica materno
Infantil (HUPE/UERJ)
MÓDULO I

 Alimentos funcionais - Conceitos e legislação

 Fibras / Prebióticos

 Compostos fenólicos

 Cacau

 Resveratrol (uva, suco integral e vinho).


ALIMENTOS FUNCIONAIS

Concepção de alimentos

Japão - Década de 80

FOSHU Alimentos como parte de uma dieta normal, que


(Foods for Specified Health além de suas funções básicas nutricionais,
Use – Alimentos para Uso deveriam ter benefícios fisiológicos e/ou serem
Específico de Saúde) capazes em reduzir o risco de doenças crônicas.

Costa & Rosa. Alimentos Funcionais. Componentes bioativos e efeitos fisiológicos. RJ.Ed:Rubio, 2010
Alimentos Funcionais
Portarias nº 18 e 19 de 1999 da ANVISA

ALEGAÇÃO DE ALEGAÇÃO DE
PROPRIEDADE PROPRIEDADE
FUNCIONAL DE SAÚDE

Relativa ao papel metabólico ou


fisiológico que o nutriente ou não Aquela que afirma, sugere ou implica a
nutriente tem no crescimento, existência de relação entre o alimento
desenvolvimento, manutenção e outras ou ingrediente com doença ou
funções normais do organismo condição relacionada à saúde
humano

Ex: prevenção do estresse oxidativo, Ex: redução do risco de câncer, redução


homeostase lipídica, aumento da do risco de DAC, dislipidemia, auxilia
peristalse intestinal, restabelecimento no tratamento da obstipação, prevenir
ou manutenção da microbiota a resistência a insulina.
Ser consumido
Ser Alimento como parte da Ter uma função
dieta diária específica

Alimento Valor Nutricional Propriedade


Funcional
Cenoura Betacaroteno Luteína/Zeaxantina
Uva Vitamina C Resveratrol
Maçã Fibras Quercetina

ANVISA, Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999


Costa & Rosa. Alimentos Funcionais. Componentes bioativos e efeitos fisiológicos. RJ.Ed:Rubio, 2010
Diretrizes para a utilização da alegação de propriedades
funcionais e/ou de saúde para os alimentos ou ingredientes

Nutriente deve produzir Seguros para consumo sem


efeitos benéficos à saúde supervisão médica

ALIMENTO
OU
INGREDIENTE

Não são permitidas alegações de No caso de uma nova propriedade


saúde que façam referência à cura funcional, há a necessidade de
ou prevenção de doenças comprovação cientifica

ANVISA, Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999


Alimentos Funcionais dieta
equilibrada
Benefícios
dos
alimentos
hábitos de funcionais
vida
saudável

 ÁCIDOSGRAXOSÔMEGA-3
 LICOPENO  Beta Glucana
 LUTEÍNA  Dextrina resistente
 ZEAXANTINA  FOS
 FIBRAS ALIMENTARES  Goma Guar
 FITOSTERÓIS  Inulina
 PROTEÍNADESOJA  Lactulose
 POLIÓIS (manitol, xilitol, sorbitol)  Polidextrose
 PROBIÓTICOS  Psyllium
 Quitosana

ANVISA, Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999


FIBRASALIMENTARES& PREBIÓTICOS
 Carboidratos não digeríveis, resistentes à ação das
FIBRAS ALIMENTARES enzimas digestivas humanas
FIBRAS ALIMENTARES
Classificação

Solubilidade Viscosidade Fermentabilidade

Solúveis Insolúveis
Fibras

Solúveis
Solubilidade
Insolúveis

CLASSIFICAÇÃO Viscosidade

Fermentabilidade
12
FIBRAS SOLÚVEIS Perda de peso
↓ Glicemia
(Saciedade)

Melhora do perfil Bom


lipídico funcionamento
intestinal
FIBRA SOLÚVEL

Aveia (Avena sativa)


• 3 a 6g de β-glucana/dia = 40g de farelo de aveia = 60g de
farinha de aveia

Psyllium (Plantago ovata)


• Adultos: 6 a 20g/dia
• Crianças: 5 a 10g/dia

Goma Guar (Cyamoposis tetragonolobus)


• 5g/dia
Slavin, 2003
Masood et al. Oat: unique among the cereals. Eur JNutr. 2008 March; 47(2): 68–79. Published online 2008 February 26.
Daniëlle et al. Effects on the human serum lipoprotein profile of beta-glucan, soy protein and isoflavones, plant sterols and stanols, garlic and
tocotrienols. JNutr. 2002 September; 132(9): 2494–2505.
AVEIA(Avena Sativa)

FARELO FLOCOS FARINHA


Obtido Obtido através Obtida a partir
principalmente da prensagem da parte mais
da casca do dos grãos interna do grão
grão integrais.

BETAGLUCANA
AVEIA(Avena Sativa)

Sá, RM. Ciênc. Tecnol. Aliment. vol. 18 n. 4 Campinas Oct./Dec. 1998


o Farelo de centeio
Δ Flocos de centeio
□ Farinha de centeio Fome 12:00 e 16:00h
 Farinha de trigo ↑ farinha de trigo
↓ Farelo

Saciedade
↓ farinha de trigo
↑ Farelo

Desejo de comer
ao longo do dia
↑ farinha de trigo
↓ Farelo

Nutrition Journal 2009, 8:39


Farinha da casca de maracujá PECTINA

Rev. Bras. Pl. Med.,


Campinas, v.18, n.2,
p.563-569, 2016.
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.18, n.2, p.563-569, 2016.

Glicosídeos Compostos
Cianogênicos tóxicos

Distúrbios  A trituração da casca do fruto é incapaz de promover


respiratórios redução de glicosídeos cianogênicos e agrotóxicos,
permitindo que os indivíduos submetidos à suplementação
Vertigem estejam susceptíveis aos efeitos tóxicos destes compostos.

Náuseas/  Não foram constatados efeitos tóxicos nas dosagens e


vômitos períodos de administração estudados.

Diarreia

Fraqueza AGROTÓXICOS

Distúrbios
tireoidianos
PREBIÓTICOS

Definição
• “São componentes alimentares não digeríveis que estimulam,
SELETIVAMENTE o crescimento e a atividade de microrganismos benéficos
que colonizam o intestino humano.

Gêneros de bactérias mais estimuladas


• Lactobacilos e bifidobactérias”

Principais Prebióticos:
• FRUTO-OLIGOSSACARÍDEOS (FOS)
• GALACTO-OLIGOSSACARÍDEOS (GOS)
• INULINA
Ferreira. Prebióticos e Probióticos: Atualização e Prospecção. 2012
Pinheiro A. Dolisnky M, Pontes L, Lemho S. Probiótiocos e prebióticos. In: Dolisnky M(ed.) Nutrição funcional. São Paulo: Roca, 2009;37-63
• RESISTENTES aos processos de
digestão e absorção no hospedeiro.

• FERMENTADO pela microflora que


coloniza o sistema no TGI.

• Estimula SELETIVAMENTE o
crescimento e/ou atividade das
bactérias no TGI.

As FIBRAS PREBIÓTICAS são consideradas tanto solúveis quanto


fermentáveis, porém são únicas já que NÃO formam géis no intestino
ou modificam a viscosidade
Vasconcelos, 2011; ANVISA, 2008
Diferença da Ação das Fibras e dos Prebióticos no Intestino

Características Fibras Prebióticos


Dispersibilidade Certos polissacarídeos são Solúveis em água
e dispersos em água
m água
Digestibilidade Não são digeríveis Não são digeríveis

Viscosidade Certos polissacarídeos, tornam-se Não se tornam viscosos


viscosos em água
Adsorção dos ácidos Algumas fibras podem unir-se aos Não se ligam à ácidos
biliares ácidos biliares, aumentando sua biliares
excreção
Fermentação Polissacarídeos que retêm água Altamente fermentáveis
são fermentáveis

Perez e Guimarães, 2009


Efeitos dos Prebióticos

 Acetato (60%): Metabolismo do colesterol


 Propionato (25%): Metabolismo do colesterol e glicose
 Butirato (15%): é quase todo oxidado pelos enterócitos
Os produtos de fermentação vão depender do tipo de substrato e
da microbiota intestinal

Ferreira. Prebióticos e Probióticos: Atualização e Prospecção. 2012


Pinheiro A. Dolisnky M, Pontes L, Lemho S. Probiótiocos e prebióticos. In: Dolisnky M(ed.) Nutrição funcional. São Paulo: Roca, 2009;37-63
MECANISMO DE AÇÃO DOS PREBIÓTICOS

PREBIÓTICOS Fermentação
Absorção de minerais PROBIÓTICOS
(CÓLON)
(Ca, zn)

AGCC

↓ pH intestinal Promove revestimento mais espesso da


camada mucosa intestinal
(TROFISMO DASCÉLULASDOCÓLON)
Estimula o movimento Ambiente intestinal
intestinal e favorável (efeito Impede adesão das bactérias
↑ teor de água nas fezes bifidogênico) patogênicas no revestimento da mucosa
intestinal e a translocação bacteriana

Fezes macias Crescimento de


(evacuação) bactérias “benéficas” ↓ Risco de infecção e diarreia

Auxilia o funcionamneto do sistema


imune (GALT)

Ferreira. Prebióticos e Probióticos: Atualização e Prospecção. 2012


Pinheiro A. Dolisnky M, Pontes L, Lemho S. Probiótiocos e prebióticos. In: Dolisnky M(ed.) Nutrição funcional. São Paulo: Roca, 2009;37-63
PREBIÓTICOS
Fontes

Aspargo Alcachofra Banana


Chicória

Yacon
Alho-poró Alho Cebola

C a d a prebiótico estimula seletivamente uma


espécie bacteriana.
Lactobacilos – FOS
Para manter uma microbiota intestinal saudável é Bifidobacterias - INULINA
interessante usar diferentes tipos d e substratos
Vasconcelos , 2011
PREBIÓTICOS
Fontes

HAULY, M. C. de O; MOSCATTO, J.A. Inulina e Oligofrutoses: uma revisão sobre propriedades funcionais,
efeito prebiótico e importância na indústria de alimentos. Semina: Ciências Exatas e Tecnológica, Londrina, v.
23, n. 1, p. 105-118, dez.2002
PREBIÓTICOS

12-24 meses
• Dosagem: 1 a 3 g (dependendo da indicação).

• Diarréia: 1 g
Observações
• Constipação: até 3 g. • Introduzir gradativamente

24 meses- 12 anos. • Efeitos adversos: flatulência e distensão


abdominal
• Dosagem: 3 g.
• Excesso: diarreia
Adultos
• 2 a 6g/dia

ESPGHAN, 2009
Ação prebiótica
São produtos que ocorrem
naturalmente nas PLANTASe são
responsáveis pela cor e propriedades
sensoriais
COMPOSTOS FENÓLICOS

Formados quimicamente por um anel aromático


contendo um ou mais grupos de hidroxila (OH)

ANTIOXIDANTE

Uma única planta pode apresentar A planta modifica o composto fenólico


vários compostos fenólicos diferentes conforme amadurece

Angelo PM, Jorge N. Compostos fenólicos em alimentos – Uma breve revisão. Rev Inst Adolfo Lutz, 66(1): 1-9, 2007.
Salgado. Alimentos funcionais. 1ªed. São Paulo. Oficina de textos, 2017
FLAVONOIDES
Grupo + comum e amplamente
distribuídos de compostos
fenólicos em plantas

São resultantes do METABOLISMO


SECUNDÁRIO das plantas.

Efraim et al. Revisão: polifenóis em cacau e derivados: teores, fatores de variação e efeitos na saúde. Braz. J. Food
Technol., Campinas, v. 14, n. 3, p. 181-201, jul./set. 2011
Metabólitos • Possuem função estrutural,
plástica e de armazenamento.
Primários
Primários • Crescimento e desenvolvimento.

• Responsáveis por funções que


englobam desde a regulação de
Metabólitos enzimas metabólicas até defesa
Secundários contra insetos e fatores
ambientais.
• Sustentação e/ou pigmentação.

Salgado. Alimentos funcionais. 1ªed. São Paulo. Oficina de textos, 2017


MECANISMOS
PLANTASSOBESTRESSE DE DEFESA
FITOQUÍMICOS

SOL/ RUV/ ↑ Temperaturas


Lesões/pragas
Antocianinas
Flavonas Coumestrol
Cumarina
Isoflavonas
Psoraleno
Ataques de patógenos Ácido clorogênico
Ácidos fenólicos
Pterocarpanos Lignanas
Isoflavanos
Cumarina
↓ Temperaturas
Furanocumarinas
3-desoxiantocianidinas Antocianinas
Flavonóis

↓ Ferro
↓ Nitrogênio
↓ Fosfato Ácido fenólico
Flavonoides, isoflavonas
Antocianinas

Dixon & Paiva. Stress-lnduced Phenylpropanoid Metabolism. The Plant Cell, Vol. 7, 1085-1097, July 1995
BIODISPONIBILIDADE & BIOACESSIBILIDADE

• Proporção que é digerida, absorvida e


Biodisponibilidade
Biodisponibilidade
utilizada pelas células

• Quantidade do nutriente que é digerida


Bioacessibilidade e está disponível para ser absorvida pelo
intestino
Enzimas digestivas
MICROBIOTA INTESTINAL

A quantidade de bioativos presente nos


A Biodisponibilidade depende da
alimentos não reflete necessariamente a
Bioacessibilidade
quantidade absorvida e metabolizada

Salgado. Alimentos funcionais. 1ªed. São Paulo. Oficina de textos, 2017


Chaves. Compostos bioativos dos alimentos. São Paulo: Valéria Paschoal Ed LTDA, 2015
BIODISPONIBILIDADE & BIOACESSIBILIDADE

ALIMENTOS
Forma AGLICONA
GLICOSÍDICA (↑ Biodisponibilidade)

Desconjugação d a molécula d e açúcar


(hidrólise)

HCL Β-glucosidades
(estômago) (bactérias intestinais)

Pasqua I. A. Fitohormônios. In: Fitoterapia Funcional: dos Princípios Ativos à Prescrição de Fitoterápicos – Parte 1./ Lucyanna de J. H. Kalluf. –
São paulo. Valéria Paschoal Editora Ltda, 2008. Cap 9; p:171 – 204.
FLAVONOIDES

Salgado. Alimentos funcionais. 1ªed. São Paulo. Oficina de textos, 2017


FLAVONOIDES
ANTOCIANIDINAS

Responsáveis por inúmeras tonalidades de cores (VERMELHO, ROXO e AZUL)


encontradas em flores, frutas e folhas.

ANTOCIANINAS Microbiota Intestinal ANTOCIANIDINAS


(GLICONA) (AGLICONA)

EFEITO
ANTIOXIDANTE

Rev Bras Nutr Clin 2008;23(2):141-9


ANTOCIANIDINAS

Crit Rev Food Sci Nutr. 2018 Jan 23:1-25.


Benefícios a Saúde
ANTOCIANIDINAS

Proteção DAC
Antioxidante ↓ Pressão arterial
Diabetes

↓ LDLoxidada Dislipidemia
( ↓ Tg, LDL,CT;↑HDL)

JTransl Med. 2016; 14: 315.


Chaves. Compostos bioativos dos alimentos. São Paulo: Valéria Paschoal Ed LTDA, 2015
AÇAÍ AÇÕES:

ANTIOXIDANTE ANTIINFLAMATÓRIA VASODILATADORA

INACIO MR, Food Chemistry 136 (2013) 1160–1164

COMPOSIÇÃO

Menezes et al. Valor nutricional da polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart) liofilizada. Acta Amazonica. vol. 38(2) 2008: 311 - 316
DOSSANTOSet al, Vol. 58 Nº 2,2008;

Quanto maior o tempo de congelamento e/ou exposição ao calor, maior perda de antioxidantes
(ex: antocianidinas)
AÇAÍ ATENÇÃOAOS
RÓTULOS!!!
FLAVONOIDES Flavonóis -
Benefícios a Saúde
Quercetina

Eur JMed Chem. 2018 Jun 27;155:889-904


QUERCETINA
FONTES

NABAVI et. al, 2015


Processo térmico
Intervalo de Tempo
 Fritar
 Assar
 5, 10 e 15 minutos
 Vapor

Fritar (5 min) manteve parcialmente quantidades de quercetina

O processamento térmico (10 min) mostrou diminuir o conteúdo de


quercetina em todas as amostras

O cozimento a vapor (15 min) resultou na menor exposição à


quercetina.
CACAU
Flavonoid Conteúdo médio
e (mg/100g)
(Flavonói
s)
(-)+Epicatequina 158,3
(+)-Catequina 107
Procianidina dímero B1 112
Procianidina dímero B2 71,57
Procianidina trímero C1 28,83
Fonte: Phenol–Explorer Database on polyphenol
content in foods .
35%

Efraim et al. Revisão: polifenóis em cacau e derivados: teores, fatores de variação e efeitos na saúde. Braz. J. Food Technol., Campinas, v. 14, n.
3, p. 181-201, jul./set. 2011
Composição
50 a 57% de
manteiga de cacau

SEMENTES Nutrientes Quantidad


e (100g)
DE CACAU Nutrientes Quantidad
e (100g) Cálcio 128
Energia (kcal) 228 Ferro 13,86
Proteína (g) 19,6 Magnésio 499
Gordura (g) 13,7 Fósforo 734
40 a 50% de Gord saturada (g) 8 Potássio 1524
gordura
Gord monoinsaturada (g) 4,5 Zinco 21
Gord poliinsaturada (g) 0,44 Cobre 6,81
Carboidrato (g) 57,9 Manganês 3,78
 Saturada (esteárico – 33%) Fibras (g) 33,2 Selênio 3,83
 Monoinsaturada (oleico – 33%)
Fonte: USDANational Nutrient Database dor StandardReference
 Poliinsaturado (Ác linoléico - 3%)

80% fibras insolúveis


20% fibras solúveis

Chaves. Compostos bioativos dos alimentos. São Paulo: Valéria Paschoal Ed LTDA, 2015
CHOCOLATE
Chocolate Amargo
• Composto pela semente de cacau(grãos de cacau torrado), um mínimo de
manteiga de cacau, pouco açúcar e nada de leite.
• Seu sabor peculiar se deve á maior quantidade de massa do fruto do
cacaueiro.

Chocolate Meio Amargo


● Produzido sem leite e com no mínimo 45% de cacau, além da pouca
quantidade de açúcar.
● Sabor mais suave que o amargo.

Chocolate ao Leite
• Ingredientes que podem ser incluídos: licor, manteiga de cacau, açúcar,
leite, leite em pó ou leite condensado.

Chocolate Branco
• Não possuem semente de cacau na sua composição
• Éuma mistura de leite, açúcar, manteiga de cacau e lecitina.
CHOCOLATE

Quanto menor o teor de cacau menor a


quantidade de Flavonóides

CATEQUINAS EPICATEQUINAS PROCIANIDINAS


Chocolate ao leite 5 a 12 mg/100g 18 a 24 µg/100g 0,22 a 0,31mg/100g
Chocolate amargo 11 a 33 mg/100g 52 a 125 µg/100g 0,85 a 1,99 mg/100g

Gu et al. Procyanidin and Catechin Contents and Antioxidant Capacity of Cocoa and Chocolate Products. J.Agric. Food Chem. 2006, 54, 4057-
61
CHOCOLATE

Gordura chocolate amargo:


 33% de ácido oleico (mono)
 25% ácido palmítico (saturado)
 33% de ácido esteárico (saturado) – não parece alterar LDL-c
BIODISPONIBILIDADE DOS POLIFENÓIS
LEITEXFLAVONOIS

DC= 100 g de chocolate amargo


DC+ MK = 100 g de chocolate amargo + 200 ml de leite
MC = 200g de chocolate ao leite

Adição de leite, seja durante a ingestão ou no processo de


fabricação, inibe a atividade antioxidante do chocolate e a
absorção na corrente sanguínea de epicatequina.

Ligações entre flavonóides e proteínas


do leite

Chocolate ao leite

 Menores teores de flavonois


 Menor biodisponibilidade de flavonois

Serafini et al. Plasma antioxidants from chocolate.Nature,2003


BIODISPONIBILIDADE DOSPOLIFENÓISNO CACAUELEITE

Chocolate amargo e ao leite possuem significativamente


mais fenóis do que os outros produtos com chocolate (P <0,0001).

O leite com chocolate caseiro tinha significativamente mais fenóis


do que leite com chocolate comercial (P <0,001).

O chocolate quente feita de xarope de chocolate tinha mais de duas


vezes fenóis do que as misturas de cacau, e a diferença foi quase
significativa (P <0,1).

Vinson et al. J.Agric. Food Chem., Vol. 54, No. 21, 2006
BIODISPONIBILIDADE DOS POLIFENÓIS NO CACAUELEITE

Mínimo Máximo Média


Cacau + Leite 142.07 658.13 273.7
Cacau + Água 162.77 801.14 330.44
Valores em nmol/L de sangue de epicatequina após 2h no consumo de bebida
com cacau

Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, no entanto,


os níveis plasmáticos de epicatequina foi maior no grupo quando o cacau foi
dissolvido em água.
British Journal of Nutrition (2008), 100, 846–851

Observar os efeitos do leite na excreção  40g de cacau em pó + 250 ml de leite integral


urinária de metabólitos de flavonóides  40g de cacau em pó + 250 ml de água
do cacau em pó rico em polifenóis  250 ml de leite integral (grupo controle)

Metabólitos Avaliados

 Epicatequina-sulfato 1
 Epicatequina-sulfato 2
 Epicatequina-sulfato 3
 Epicatequina-glucoronide
Cacau com Leite promoveu excreção
leite dos metabólitos sulfato e
glucoronide de forma
semelhante

Água promoveu excreção


Cacau com
dos metabólito
água
glucoronide e menor de
sulfatos

O leite NÃO influencia o aspecto quantitativo  Não modifica a excreção total de metabólitos
de epicatequinas, mas modifica o perfil de excreção (aspecto qualitativo)

O leite pode alterar algumas vias enzimáticas de fase II do processo


de destoxificação
Macronutrientes e Minerais do cacau NÃO são os principais
componentes para seus benefícios
FLAVONÓIDES
01 C. SOPA 5 gramas
Consumir 100g
de cacau???

Valores diários de RDA


MAGNÉSIO
RDA

17 C. Sopa
(84g de cacau)

01 uma colher de sopa de


cacau =25 mg de magnésio.

13 C. Sopa
(64g de cacau)

H.O. Santos, R.C.O. Macedo / Clinical Nutrition ESPENxxx (2018) 1e6


Benefícios a Saúde

Antiinflamatório
Antioxidante ↓ Pressão arterial

↓ LDLoxidada

Melhora da função
↓ Agregação
vascular
plaquetária

Melhora da
sensibilidade à insulina

Salgado. Alimentos funcionais. 1ªed. São Paulo. Oficina de textos, 2017


Chaves. Compostos bioativos dos alimentos. São Paulo: Valéria Paschoal Ed LTDA, 2015
Am JClin Nutr 2001;74:596–602

Dieta enriquecida com 22g  ↓ oxidação do LDL


de cacau em pó e 16g de 466 mg de  ↑ Capacidade antioxidante
chocolate amargo procianidinas/dia plasmática
durante 4 semanas  ↑ [ ] HDL-colesterol

AmJ Clin Nutr 2007; 85:709 –17

Consumo de 26g/dia de
 ↑ resistência de LDLcontra a oxidação
cacau em pó por 12
 ↑ [ ] HDL-col (25%, p=<0,0001)
semanas
Cochrane Database of Systematic Reviews 2017, Issue 4.

ENSAIOS CLÍNICOS:
 Grupo de intervenção: 30 a 1218 mg de flavanóis (média = 670 mg) em 1,4 a 105
gramas de produtos de cacau por dia.

 Grupo controle: produto livre de flavanol ou um produto contendo baixo teor de


flavonóis (cacau em pó - 6,4 a 88 mg de flavanóis - média = 55 mg).

Evidências de qualidade moderada de que chocolate e produtos de cacau ricos em flavanol


causam uma pequena redução na pressão arterial sanguínea (2mmHg).
Hipertensos

Pre
Hipertensos
Cochrane Database of Systematic Reviews 2017, Issue 4.

Normotensos

Efeito na redução da pressão arterial


Hipertensos > Pré hipertensos > Normotensos
CACAU& FUNÇÃOENDOTELIAL
Resultado: Melhora na função
endotelial e redução de pressão arterial

Possíveis mecanismos:

 Epiquatequinas:
↑ vasodilatadores derivados do
endotélio melhorando a função
endotelial

 Procianidinas:
↑ Produção de NO por ativar NO
sintase endotelial e induzir
relaxamento dependente do
endotélio
N = 32
Chocolate amargo x chocolate branco (controle)

A ingestão de Chocolate Amargo (70% de cacau) de 30g/dia durante 15 dias,


aumentou os níveis de óxido nítrico e diminuiu significativamente os níveis
de PA sistólica em indivíduos pré-hipertensos.
Chocolate

AGS AGM
(Palmítico + Esteárico) (Oléico)

As quantidades de ácido graxo esteárico são Esteárico é metabolizado


responsáveis pelo efeito neutro sobre o a ácido oleico
metabolismo do colesterol.
RESVERATROL

RESVERATROL
RESVERATROL
RESVERATROL
 Éuma fitoalexina produzida pela videira, em resposta à agressão de fungos, vírus e
bactérias.

 Função nas plantas: Proteção.

SUCO DE UVA VINHO


Obtido pela uva prensada, cujo Produto da fermentação
maior componente é a água (70 a natural do suco da uva
85% do volume total) – “Mosto” maduras (mosto)

Polifenóis
Suco e casca da uva Vinho tinto
Antocianinas Resveratrol
Quercetina ácidos fenólicos
Miricetina Taninos
Resveratrol Outros flavonoides
(antocianinas,
proantocianinas, rutina,
catequina, miricetina,
quercetina, epicatequina)
Giehl et al. Scientia Medica, v.17, n.3, p.145-155,2007
Joseph A. Baur and David A. Sinclai; Nature Reviews Drug Discovery; Vol. 5; June 2006.; LAJOLO, 2009
RESVERATROL

Valor médio de resveratrol encontrado


nos sucos de uva comerciais
Concentrad 1,01 mg/L
o brasileiro
Orgânico brasileiro 2,83 mg/dl
Norte-americano 0,03 a 0,15 mg/dl
Japoneses 0,04 a 0,44 mg/dl
Espanhóis 0,01 a 1,09 mg/dl
Souto, A. Molécula encontrada na uva pode prevenir
doenças. Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, ano 30, 2007.
Brazilian Journal of Food Research, Campo
Mourão, v. 7, n. 1, p. 58-67, jan./abr.2016.
Benefícios a Saúde

Prevenção
contra câncer
Antioxidante Doença
Cardiovascular

Hipertensão RESVERATROL Obesidade


Diabetes

Doenças Aumento da biogênese


neurodegenerativas mitocondrial

POLLACKRM. Am JHypertension, 2013


RESVERATROL
DOSE

RECOMENDAÇÃO
HOMENS MULHERES
1 a 2 doses ½ a 1 dose para mulheres:
240 a 480ml de vinho tinto 120 ml vinho tinto
640 – 1280 mcg de resveratrol 320 mcg de resveratrol
ADA, 2004
Bons estudos!

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