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O Tutor:
Discente:
CURSO DE DIREITO
3º ANO
TRABALHO DE CAMPO
TITULO DO TRABALHO:
O DIREITO DE SUPERFÍCIE
1.
Introdução 4
Este direito caracteriza-se por ser um direito real limitado, pois recai sobre coisa alheia,
restringindo-se a certas utilidades da coisa.
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1.2. Objectivos
Geral
Específicos
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1.3.Contextualização
Para que imóveis não ficassem sem construções ou sem plantações, enfim, inutilizados e
desocupados muitas vezes por falta de recursos financeiros, passaram a ser aproveitados por
terceiros, ou seja, pessoas não proprietárias, através do instituto do direito de superfície. O
interessado, chamado de superficiário, passou a aproveitar o terreno que não era de sua
propriedade. Segundo Orlando Gomes, possibilitou o desdobramento do direito real de
propriedade permitindo assim, uma dupla utilização do mesmo imóvel.
Atualmente, o direito de superfície pode ser usado para construção de prédios, parques,
supermercados, piscinões, conjuntos habitacionais, estacionamentos, shopping-centers, escolas
etc., além de plantações, dando um destino rentável ao terreno, com melhor utilização e
aproveitamento dos espaços urbanos e rurais.
Desta forma, através deste instituto não há propriedade subaproveitada. O imóvel que por
restrições legais ou de mercado não encontrava um fim que o viabilizasse, pôde estabelecer um
equilíbrio tanto para o interesse público, que é a função social, como também para o interesse
particular.
1.4. Origem
No início do Império Romano não havia divisão de parte da terra, ou seja, não era viável supor a
divisão da parte do solo e da parte da superfície do imóvel, muito menos supor a possibilidade de
ambas as partes não pertencerem ao mesmo proprietário.
Ocorre que naquela época, Roma conquistou muitas terras, fato que tornou difícil o seu governo,
sem saber exatamente como administrá-las. Desta forma, através do Poder Público, o Rei decidiu
ceder as terras aos romanos, através de um contrato individual, permitindo aos comerciantes a
instalação de tabernas sobre as ruas. Sendo assim, os solos permaneciam em poder do Estado,
mas, a administração e produção, cabiam aos romanos. Assim, os romanos pagavam anualmente
ao Rei um valor sobre esse direito, chamado de solarium ou cânon. Assim surgiu o direito de
superfície.
Observa-se que, naquela época, o direito de superfície abrangia apenas as construções, mas não
as plantações, as quais eram destinadas as enfiteuses.
Direito de Superficie 7
1.5.Conceitos Fundamentais de Dotrinadores
De acordo com Silvio Venosa, direito de superfície é “direito real de gozo ou fruição, direito de
plantar ou edificar em terreno de propriedade alheia, chamado de direito de implante. De uma
forma bem clara, trata-se de uma concessão do solo”.
Para o autor Washington de Barros Monteiro, trata-se “do direito construir, assentar qualquer
obra, ou ele plantar em solo de outrem”
Já para José Carlos Correia Alves, conceitua a superfície referindo-se ao direito romano, é o
“instituto em virtude do qual alguém chamado superficiário, recebe o direito alienável e
transmissível, de uso e fruição sobre prédio em solo alheio”.
No mesmo pensamento temos o autor José Oliveira Ascenção, que afirma que “superfície pode
ser simplesmente definida como o direito real de ter coisa própria incorporada em terreno
alheio.”
De acordo com o entendimento de Pontes de Miranda, "no direito brasileiro, não há o direito de
superfície, não há edifício que exista, juridicamente, sem o terreno”.
“direito real e não se confunde com o sentido etimológico do vocábulo que lhe deu a
denominação, indicativo da parte superior de uma coisa corpórea e composto de preposição
super e do substantivo fáceis, ambos latinos. Esse sentido, que é o da linguagem comum,
corresponde ao da geometria, no qual se entende a superfície como a parte exterior dos corpos,
a extensão considerada como duas dimensões: largura e comprimento. O sentido de superfície
como direito real implica, além do comprimento e da largura, a altura, pois é extremamente
acima do solo que crescem as plantações e se origem as construções”.
Direito de Superficie 8
Também a respeito encontramos a conceituação dada pelo autor Wilson de Sousa Campos
Batalha: “o direito de superfície, consiste no direito real de ter plantações (plantio), fazer
semeaduras (satio) ou construir edifícios (inaedificatio) em terreno de propriedade alheia.”.
Enquanto para o autor Orlando Gomes, superfície é o “direito de ter uma construção ou
plantação em solo alheio”.
Além disso, quem cede o solo é o proprietário, ou seja, aquele que tem o domínio direto,
chamado de fundieiro ou concedente. Esse imóvel é cedido à pessoa denominada de
superficiário, a qual terá o domínio útil do imóvel e pagará a este, fundieiro ou concedente, um
valor anual sobre ele, chamado de cânon ou solarium.
Por recair sobre coisa alheia, este direito real de superfície é limitado, isto é, o superficiário não
se torna dono do imóvel. Além disso, este direito é divisível, pois é possível dividir ou fracionar
entre vários superficiários. Esse direito é também impessoal, pois pode ser transferido a terceiro
por contrato ou a herdeiros por sucessão.
O Código Civil em vigor em Moçambique, regula a superfície no livro III Direito das Coisas, no
título V, capitulo I DO DIREITO DE SUPERFICIE.
1.7.1.Construção
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É uma parte da coisa que, pela delimitação autônoma, permite a apropriação de forma separada
do solo. Significa uma obra a ser feita ou que já se encontre em fase de execução ou
completamente edificada.
1.7.2. Plantação
Consiste no acto ou efeito de semear, cultivar, caracterizada pelo gesto físico de enterrar a
semente no solo para, aí, se enraizar. A incorporação resultante caracteriza a superfície.
Juridicamente, é menos importante que decorra do trabalho humano ou seja constituída de
espécies nativas, servindo de exemplo os bosques naturais ou reservas florestais.
É um direito real autônomo, não podendo ser reduzido à categoria dos demais direitos reais
limitados sobre o imóvel alheio. Deste modo, uma vez concedido, o edifício construído ou a
plantação feita pertencem exclusivamente ao superficiário, enquanto o solo continua a pertencer
ao seu proprietário.
Não é um direito real sobre coisa alheia, limitado, visto que a incorporação (construção ou
plantação) pertence ao superficiário e não ao proprietário do solo. O direito real sobre coisa
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alheia pode ser caracterizado pelo uso do solo ou por uma servidão. Já a propriedade
superficiária, embora se apoie no terreno do senhorio, é de domínio pleno do superficiário.
Inclusive, é concedida ao superficiário uma proteção erga omnes sobre sua propriedade. Como
um direito real autônomo, uma vez concedido, as benfeitorias pertencem exclusivamente ao
superficiário e o solo continua a pertencer ao seu proprietário. De acordo com o art. 1525˚, se o
objetivo for construção de uma obra, o direito de superfície pode abranger a parte do solo
desnecessária à sua implantação, desde que tenha utilidade para o fim perseguido.
O artigo 1.528˚ dispõe que o direito de superfície pode ser constituído por: contrato, testamento,
usucapião e alienação.
Art. 1530˚
No acto de constituição de direito de superfície pode convencionar-se, a título de preço que o
superficiário pague uma única prestação ou pague certa prestação anual, perpétua ou temporal.
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Direito de proprietário
a) Se o superficiário não concluir a obra ou não fizer a plantação dentro do prazo fixado, ou, na
falta de fixação, dentro do prazo de dez anos;
b) Se destruída a obra ou as árvores, o superficiário não reconstruir a obra ou não renovar a
plantação, dentro dos mesmos prazos a contar da destruição;
c) Pelo decurso do prazo, constituído por certo tempo;
d) Pela reunião, na mesma pessoa, do direito de superfície e do direito de propriedade;
e) Pelo desaparecimento ou inutilização do solo;
f)Pela expropriação por utilidade pública (artigo 1.524˚), assistindo a cada um dos titulares a
parte do ressarcimento que corresponder ao valor do respectivo direito.
O nº 2 da norma prevê, que no título constitutivo pode também estipular-se a extinção do direito
de superfície, em consequência da destruição da obra ou das árvores, ou da verificação de
qualquer condição resolutiva. Já o artigo 1.538˚ dispõe que, sendo o direito de superfície
constituído por certo tempo, o proprietário do solo, logo que expire o prazo, adquire a
propriedade da obra ou das árvores, ressalvado, na dependência de estipulação em contrário, o
direito a uma indenização em favor do superficiário, segundo as regras do enriquecimento sem
causa.
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3.Conclusão
Podemos, concluir, em síntese apertada, que o direito de superfície surgiu no Direito Romano, na
fase do final do período clássico. Inicialmente foi considerado mero direito obrigacional,
tomando, em seguida, os primeiros contornos de direito real, até se consagrar definitivamente
quando lhe foi atribuída ação própria, concomitantemente com o reconhecimento dos meios de
protecção próprios da propriedade.
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4. Referências Bibliográficas
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/direito-de-superficie/
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