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Ludicidade como recurso pedagógico em uma escola particular de Carapicuíba/São Paulo:

Um relato de experiência
Dryelly Karoline Carneiro Messias

LUDICIDADE COMO RECURSO PEDAGÓGICO EM UMA ESCOLA


PARTICULAR DE CARAPICUIBA/SÃO PAULO: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Dryelly Karoline Carneiro Messias1
Rosycler Cristina Santos Simão²

Resumo
Considerando as experiências adquiridas ao longo do estágio supervisionado obrigatório e
remunerado no ano de 2020/2021 na educação infantil com discente do curso de licenciatura
em pedagogia do Instituto Federal de São Paulo –campus Boituva. O objetivo do presente artigo
é relatar a experiência e a observação sobre o estágio, enfatizando a ludicidade como recurso
no processo do ensino-aprendizagem, abordando as convergências e os benefícios da ludicidade
utilizadas pelos educadores em seu processo de ensinar, e como este recurso pode auxiliar na
fixação dos conteúdos disciplinares. O estágio foi em uma escola particular de Carapicuíba-São
Paulo. Em outras palavras, a finalidade foi compreender as concepções dos educadores
referente a ludicidade em seu planejamento escolar e como funciona o lúdico, sendo algo
obrigatório no currículo da instituição que emerge da teoria/prática do processo acadêmico.

Palavras-chave: Ludicidade, Ensino-aprendizagem, Educação infantil, Estágio


Supervisionado, Licenciatura em Pedagogia

1 Introdução
A princípio no contexto da educação infantil no papel de futuro educador, observo
diversas metodologias e multiplicidades de ferramentas para o ensino-aprendizagem dos
educandos, conforme estabelece as Diretrizes Curriculares Nacional da Educação Infantil
(DCNEI, 2010) que tem como ação norteadora as brincadeiras e a interações como eixo para a
primeira infância, onde podemos concordar que a ludicidade traz para o professor um leque de
possibilidades para ser trabalhados no ambiente escolar, interagindo e desenvolvendo métodos
para que haja um conteúdo significativo que o aluno possa assimilar aquilo que foi aprendido
com suas experiências vividas do mundo em que está inserido.
Para Luckesi (2014), o educador é visto como orientador e acompanhante do processo
do aprendizado, necessitando aprender experimentando, ou seja, o professor deve estar com
aluno no momento indicado do descobrimento de determinada ação, onde ambos possa trazer
significados para aprendizagem, afim de compreender e entender o outro.

1
Graduanda do curso de Pedagogia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo/IFSP,
campus Boituva, dryelly.karoline@aluno.ifsp.edu.br.
² Doutora em Desenvolvimento Econômico, professora do Instituto Federal de São Paulo - campus Sertãozinho.
Orientadora e-mail: rosycler @ifsp.edu.br
Ludicidade: como recurso pedagógico: em uma escola particular de Carapicuíba/São Paulo.
Dryelly Karoline Carneiro Messias

Assim o educador deve estar atentamente informado e atualizado, trazendo significados


e competência ao ensino, pois o sujeito irá ter o professor como guia para o ensino-
aprendizagem, como explicita (LUCKESI, 2014 p. 21)
(...)o educador necessitará estar permanentemente atento a si mesmo para
atuar junto aos educandos, pois que ele é o líder da sala de aula, cujo “tom”
será o “seu tom”. Se ele for competente, sua sala de aula também o será; se ele
for amistoso, sua sala também o será; se ele for agressivo, sua sala também o
será; se for lúdico, sua sala também o será. O líder dá tom ao espaço por ele
liderado, seja para o lado positivo(...).

Com base nas experiencias obtidas em um estágio supervisionado um uma escola de


educação infantil, o objetivo deste artigo é apresentar um relato de experiência, juntamente com
pesquisas bibliográficas com uma reflexão sobre a ludicidade como forma de contextualizar e
ser um recurso de grande potencial no espaço escolar, ou seja, buscando desenvolver uma
compreensão sobre os benefícios da ludicidade para o cenário da educação infantil , onde o
professor necessita de múltiplas ações e métodos para desenvolver sua prática. O relato de
experiência terá como referência o estágio supervisionado na Educação Infantil, situada em
Carapicuíba/São Paulo, durante o ano de 2020/2021
O presente relato de experiência está estruturado da seguinte maneira: em um primeiro
momento, apresenta-se o contexto do curso de licenciatura em pedagogia do Instituto Federal
de São Paulo - campus Boituva e como o estágio supervisionado permite uma aproximação com
o contexto escolar trazendo uma concepção mais clara e solida da área da pedagogia. No
segundo momento apresenta-se o relato de experiência, como forma de compreender todo o
processo de compreensão do conhecimento e experiências adquiridas no período do estágio
supervisionado. No terceiro momento, há as considerações finas.

2 Estágio no curso de Licenciatura em pedagogia do IFSP campus Boituva


O estágio supervisionado no curso de licenciatura de pedagogia vem como uma
possibilidade de aprofundar os conhecimentos das disciplinas, ou seja, é visto como uma forma
de colocar em prática o que se aprende na teoria na licenciatura, ou seja, visa integrar o
licenciado a sua pratica pedagógica, enquanto futuro docente, como explicita a Proposta
Pedagógica Curricular (PPC) do curso de licenciatura em Pedagogia do Instituto Federal de São
Paulo, campus Boituva.
O Estágio Curricular Supervisionado deverá promover a interação do licenciando com
a realidade escolar, promovendo a vivência nos diferentes momentos pedagógicos da
escola. Constitui-se como o momento de relacionar a teoria com a prática, de articular
o estudado com o vivenciado. (IFSP ,2018 p. 47)
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O curso de Pedagogia traz uma trajetória histórica que emergem recomeços e avanços,
sendo um curso com diversos pressupostos educativos no contexto escolar, pois, traz um
leque de possibilidades de processos para educação básica (IFSP, 2018). Em outras palavras,
a pedagogia vem ganhando diversos espaços atualmente, buscando formar e preparar docentes
para diversas áreas atuante da educação, sendo elas relacionadas a administração, planejamento,
inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica. (IFSP,2018)
Contudo, a Pedagogia é tratada como Licenciatura,pois ela prepara os docentes para
atuação em diversas modalidades da educação, na modalidade de Educação infantil e nos anos
iniciais do Ensino Fundamental, buscando desenvolver as potencialidades dos educandos e da
organização do trabalho pedagógico, como explica (FRONCHETTI; MENDES, 2014 p.3)
Dentre as várias funções do pedagogo no contexto escolar, está a de organizar o
trabalho pedagógico, no sentido de realizar a função social e a especificidade da
educação escolar e a sistematizar, junto com a comunidade escolar, atividades que
levem à efetivação do processo ensino-aprendizagem, de modo a garantir o
atendimento às necessidades do educando.

Para isso, a função do pedagogo disponibiliza um leque de possibilidades afim de


mediar o trabalho pedagógico formal e informal da educação básica, transformando a prática
escolar e contextualizando todo o processo educacional, podendo proporcionar uma educação
de qualidade aos educandos, garantindo efetivação no processo de ensino-aprendizagem.
Para FRONCHETTI (2014), o professor e visto como mediador e articulador da relação
entre professor e aluno buscando desenvolver e a sistematizar a relação entre as comunidades
escolares e proporcionar a efetivação dos processos de aprendizagens e a suprir as necessidades
dos educandos.
3 Relato de experiência sobre o estágio supervisionado na escola E.E.I Turminha do
Pimpolho situada em Carapicuíba/São Paulo

Em 2019 ocorreu a possibilidade de realizar o estágio supervisionado remunerado onde


obtive a oportunidade de conhecer e agregar meus conhecimentos adquiridos no cursode
licenciatura em pedagogia. No primeiro momento buscamos compreender a rotina da instituição
e quais seriam as atividades destinadas a estagiária, com isso, procuramos desenvolver uma
roda de conversa juntamente com a diretora, com a finalidade de desenvolver atividades
recreativas e ações de apoio a professora e intervenções pedagógicas para as crianças em sala
de aula.
Ludicidade: como recurso pedagógico: em uma escola particular de Carapicuíba/São Paulo.
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No entanto conforme as atividades foram delegadas, compreendemos que o processo


era algo ligado mais para o cuidado do que para o pedagógico. No entanto, buscamos
proporcionar um equilíbrio entre o cuidado e o pedagógico.Com isso, pensamos em uma
intervenção para desenvolver como recurso, atividades lúdicas, que atenderiam a demanda da
instituição, trazendo como proposta a possibilidade de analisar a prática e construir uma crítica
reflexiva do ensino-aprendizagem da instituição.
Ao observamos o cotidiano escolar como estagiária da instituição percebeu-se queo
conteúdo estava sendo administrado de forma fragmentada e cansativa para as crianças,
onde com a base em uma avaliação diagnóstica, detectamos defasagem na forma em que as
crianças estavam recebendo tais informações, pois, na educação infantil é ofertados os
primeiros contatos com o cotidiano escolar, integrando ensino e cuidado, funcionando como
um complemento educacional, como forma de iniciar um convívio fora do círculo familiar,
envolvendo diversas realidades, desenvolvimento da personalidade, criação de laços, amizades
e autonomia. Como explicita (FERREIRA et.al., 2019 p.1)
(...) que tem como característica a descoberta do mundo por meio de
brincadeiras, da ludicidade, da interação com seus pares, com os
objetos e com parceiros mais experientes. Ademais, historicamente
esta etapa tem vinculação com práticas assistenciais de cuidado,
frequentemente dissociadas de ações educacionais.

Contudo, o segundo instante veio a intervenção,onde deveríamos trazer como forma


de suprir a demanda da instituição, foi então que dialogamos com diretora para que fosse
inserido um recurso pedagógico, para que incentivasse as crianças a conhecer e se apropriar das
aprendizagens, por meio das brincadeiras e das interações (MINISTÉRIO DAEDUCAÇÃO,
2016).
Com isso, houve o processo de analisar o currículo da instituição e identificar o que
poderia ser remodelado para que tais mudanças surgissem efeitos nas crianças, o que estava
faltando, o que necessitava modificar e remodelar, ao investigar. Assim, indicamos que as aulas
necessitavam de conteúdos mais atrativos, abordando situações mais lúdicas, então entramos
em um consenso de trazer o lúdico com um recurso pedagógico, como forma de laboratório,
com vários testes e momentos.
Percebemos que a rotina era bem necessária para as crianças na instituição, onde há
horários para todas atividades e momentos para realiza-las, onde o currículo da instituição
emerge de uma abordagem mais tradicional, em todos os processos do ensino-aprendizagem,
com tudo, as professoras acabam sentindo um pouco sobrecarregadas, pois a rotina diária da
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instituição acaba sendo um pouco maçante, onde existem poucos professores para múltiplas
funções.
Como forma de otimizar o tempo das professoras, sugerimos que buscasse conteúdos
em formato lúdico e que apenas utilizassem o caderno ou outra forma de registro, para que
assim tivessem mais tempo para se dedicarem nas funções pedagógicas. Então uma professora
da instituição trouxe em formato lúdico, um jogo, que consistia o alfabeto para as crianças da
faixa etária de 04 anos. Neste caso, as crianças estavam conhecendo o alfabeto, pois na
instituição as crianças se mostram muitas curiosas, e a professora explica, como formade suprir
a curiosidade ela traz variados assuntos e aprendizagens.
O jogo consistia em tracejar a letra do dia, e com isso havia um objeto referente à letra.
As crianças receberam de forma positiva este recurso, onde a professora percebeu que ao grafar
a letra na folha de registro, nenhuma criança demostrou dificuldades, com isso, buscou trazer
outros recursos, como forma de fixar o conteúdo para as crianças na sala de aula, mostrando a
preocupação dos professores de buscar melhores formas obter resultados.

3. Considerações finais
O presente relato de experiência visou entender a ludicidade como recurso pedagógico
em uma escola particular de Carapicuiba/São Paulo, ou seja, buscamos demonstrar e refletir
sobre a ludicidade,considerando os apontamentos tantos divergentes, quanto convergentes deste
recurso.
Nota-se que ela pode ser um método totalmente descartado em algumas realidades da
educação infantil, pelo fato em que o educador se mostra sobrecarregado, com muitas
atribuições para pouco tempo ou recurso para desenvolver sua didática a fim de atrair atenção
das crianças para o tema. Por outro lado, também percebeu-se que quando empregada ela pode
ajudar na compreensão do conteúdo, considerando seu aspecto pedagógico,trazendo diversas
possibilidades para Educação Infantil,podendo expandir e se apropriar de diversos espaços
infomal ou formal da educação.Por meio da brinquedoteca,podemos potencializar e possibilitar
a evolução das crianças em seu aspecto motor, psicológico, mental e fisico.Como explicita
(CUNHA 2007, p. 15 e 16).
[...] a brinquedoteca é um espaço criado para favorecer a
brincadeira, [...] aonde a criança (e os adultos) vão para brincar
livremente, com todo o estímulo à manifestação de
potencialidades e necessidades lúdicas”. E ainda, “muitos
brinquedos, jogos variados e diversos materiais que permitem
expressão da criatividade”. Desta forma, a autora disserta que a
brinquedoteca propicia a construção do saber, sendo uma
“deliciosa aventura, na qual a busca pelo saber é espontânea e
prazerosa.
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Com isso o raciocinio lógico é estimulado através do lúdico,buscando ter um
ambiente diversificado e prazeroso,onde traga as aprendizagens de forma desconstruida,porém
significativa com muitas descobertas.

Agradecimentos

Primeiramente quero agradecer á Deus por me proporcionar este momento de realização


de um sonho.
Ao meu cônjuge Daniel Pereira Santana por me incentivar e apoiar em todo o processo
de realização deste trabalho, a minha família por me apoiar e incentivar a concluir esta etapa de
suma importância na minha vida.
Ao Instituto Federal de São Paulo por me proporcionar espaço e tempo para realização
desta graduação, onde me proporcionou muitas experiencias e oportunidades, como também a
minha orientadora, a professora Rosycler, por escolher trilhar esta jornada comigo,
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Dryelly Karoline Carneiro Messias

e a instituição E.E.I Turminha do Pimpolho-Unidade Carapicuíba por acreditar no meu


trabalho e proporcionar subsídios para minha análise.
Gratidão !!!!

Referências
CUNHA, Nylse Helena da Silva. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 4.ed. São Paulo:
ed. Aquariana,2007.

FERREIRA, Denize Cristina Kaminski; GREGÓRIO, Claudia Alessandra; SCHMIDT, Katia


Cristina Sommer.O Estágio supervisionado na educação infantil: uma relação dialética entre
teoria e prática. Olhar de Professor, Ponta Grossa, ano 2019, n. vol. 22,13 jun. 2019.Anual.
Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/684/68462591009/html/#:~:text=De%20acordo%20com%20
Anjos%20(2012,a%20respeito%20desta%20etapa%20educacional. Acesso em: 15 mar. 2022.

FRONCHETTI, Marcia Helena; MENDES, Ademir Aparecido Pinhelli. O papel do


pedagogo como mediador da relação do professor e aluno do do ensino médio da escola
pública do Paraná. Universidade Federal do Paraná Setor de Educação, Curitiba, 2014.
Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/47264/R%20-%20E%20-
%20MARCIA%20HELENA%20FRONCHETTI.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em:
12 jun. 2022.

IFSP- Campus Boituva. Curso de Licenciatura em Pedagogia e Educação Profissional e


Tecnológica na Modalidade a distância: Projeto de Formação de Professores em Rede.
2018. Disponível em: https://moodle.ifsp.edu.br/mod/resource/view.php?id=104857. Acesso
em: 12 jun. 2022.

LUCKESI, Cipriano. Ludicidade e formação do educador. Revista entre ideias, Salvador. 3,


n. 2, p. 13-23, jul./dez. 2014.Disponivel em:
https://moodle.ifsp.edu.br/pluginfile.php/154129/mod_resource/content/4/Ludicidade
%20e%20forma%C3%A7%C3%A3o%20do%20educador.pdf>.Acesso em: 07 jan. 202i.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Diretrizes


Curriculares Nacionais para a Educação Infantil /Secretaria de Educação Básica.
Brasília:MEC,
SEB,2010.Dísponivelem:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=do
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pdf&Itemid=30192. Acesso em 14 maio 2022

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular – BNCC 2º Versão.


Brasília, DF, 2016.

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