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GLICÍDIOS

Prof. Kleber Parreira


Lipídios ou Glicerídeos

ALTO VALOR ENERGÉTICO DOS LIPÍDEOS

CLASSE DE
C (%) O (%) H (%) N (%) Kcal/g
ALIMENTO

PROTEÍNA 53 23 7 16 4

CARBOIDRATO 44 49 6 - 4

LIPÍDEO 76 11 12 - 9
Carboidratos ou Glicídios
As moléculas biológicas mais abundantes
Constituída por apenas 3 elementos: C, H e O
Unidades básicas: monossacarídeos
Podem formar polissacarídeos
São bastante heterogêneos: Tamanho e Composição

Variedade estrutural: diversas atividades biológicas:

à Energia
à Estrutura
à DNA e RNA
à Sinalização
Classificação dos Carboidratos

Aldeídos ou cetonas derivados de poli-hidroxiálcoois


de cadeia linear com pelo menos 3 átomos de carbono

Natureza química da carbonila

Aldeído à ALDOSE Cetona à CETOSE


Classificação dos Carboidratos
Carboidratos possuem centros assimétricos à Isômeros
“D” pois o — OH no C2 dos açúcares está à direita
(Projeção de Fischer)
Os L-açúcares são imagens especulares dos D-açúcares

D-Gliceraldeído L-Gliceraldeído Di-idroxiacetona

Aldose mais simples


Contém 1 centro quiral
Possui 2 enantiômeros
ou
isômeros ópticos diferentes
Classificação dos Carboidratos

A molécula e sua imagem especular não se superpõem

Enantiômeros do
gliceraldeído Estereoisomerismo

Seleção específica
por enzimas e
receptores
Classificação dos Carboidratos
Na natureza, a maioria dos carboidratos possuem a
configuração absoluta D no carbono (C) assimétrico mais
distante da carbonila

Nomenclatura: Nº de carbonos
3, 4, 5, 6, 7, etc
Trioses, tetroses, pentoses, hexoses, heptoses, etc.
Classificação dos Carboidratos

EPÍMEROS: pares com configuração distinta em


torno de um átomo de C.

Principais epímeros da Glicose


Configuração Cíclica dos Carboidratos
Reações intramoleculares de monossacarídeos:
CICLIZAÇÃO

C2 (=O) (-OH) C5

a-D-frutofuranose

a-D-glicopiranose C1 (=O) (-OH) C5


Configuração Cíclica dos Carboidratos
Açúcar com anel de seis membros Açúcar com anel de cinco membros
= PIRANOSE = FURANOSE

Analogia ao pirano Analogia ao furano


(composto mais (composto mais
simples contento anel simples contento anel
similar). similar).

Ciclos da Ribose : importantes constituintes do RNA e DNA


Configuração Cíclica dos Carboidratos

Possuem duas formas anoméricas Em soluções aquosas, a


C da carbonila à C anomérico (Ca) D-glicose é uma mistura
Centro quiral com duas dos anômeros α e β
configurações possíveis (Mutarrotação)

Anômero a à OH do Ca Anômero β à OH do Ca
anomérico está abaixo do anomérico está acima do

plano do anel plano do anel


Variação Conformacional dos Carboidratos
Anéis de Piranose e Furanose NÃO são planares
Conformação de “cadeira” à predominante

Cadeira Bote

Conformação em Cadeira é a mais estável


Ligação de Carboidratos

a-β-glicosídeos: grupo anomérico pode


condensar-se com um álcool

a-β-glicosídeos = cetais e acetais cíclicos


Ligação do C anomérico ao O do álcool
LIGAÇÃO GLICOSÍDICA
Ligação de Carboidratos
LIGAÇÃO GLICOSÍDICA: pode ocorrer entre carboidratos diferentes
Forma Polímeros de Carboidratos

b-1,4

1
a-1,6
(ramificações)
6

a-1,4
Carboidratos

POLISSACARÍDEOS
Polissacarídeos ou glicanos: monossacarídeos unidos por ligações glicosídica
Homopolissacarídeos ou heteropolissacarídeos (2 ou mais tipos)
Formam polímeros lineares e ramificados
Maioria é linear à ramificados têm poucas formas bem definidas

Classificação

DISSACARÍDEOS: sacarose, lactose e maltose


POLISSACARÍDEOS ESTRUTURAIS: celulose, quitina e peptidioglicano
POLISSACARÍDEOS DE RESERVA: amido e glicogênio
GLICOSAMINOGLICANOS: matriz extracelular
Carboidratos: dissacarídeos
Sacarose Lactose
Dissacarídeo mais abundante Presente apenas no leite (0 a 7%)
Cana de açúcar
O-β-D-galactopiranosil-(1è4)-D-
O-a-D-glicopiranosil-(1è2)-β-D- glicopiranose (C1 da galactose com
fructofuranosídeo o C4 da glicose)
C anomérico de cada açúcar
C anomérico livre
participa da ligação glicosídica

não formou ligação glicosídica


Carboidratos: dissacarídeos
Maltose
Presente no malte de cereais

a-D-glicopiranosil-(1è4)-D-
glicopiranose (C1 da glicose com
o C4 da glicose)

C anomérico livre

não formou ligação glicosídica


Carboidratos: polissacarídeos
Polímeros de carboidratos unidos por ligações glicosídicas
Carboidratos: polissacarídeos estruturais
Celulose
Paredes celulares vegetais rígidas
Celulose: principal componente estrutural da parede celular de plantas

Polímero linear de até 15 mil resíduos de D-glicose unidos


por lig. glicosídicas β(1è4)

1 4

1 4
Carboidratos: polissacarídeos estruturais
Celulose

Estrutura altamente coesiva


Cadeias são unidas por ligações de H intra- e intermoleculares
Insolúveis em água

• Vertebrados: não possuem enzimas capazes de hidrolisar a celulose


• Herbívoros: contém microorganismos simbiontes que secretam celulases, assim
como os cupins.

A celulase é capaz de hidrolisar a ligação β1à4 glicosídica


Carboidratos: polissacarídeos estruturais
Quitina

Homopolímero
N–acetil–D–glicosamina são unidos por ligação β(1è4) como na celulose

Exoesqueleto de invertebrados
(crustáceos, insetos e aranhas)
e parede celular da maioria dos
fungos e de muitas algas.
Carboidratos: polissacarídeos de reserva
Amido

Mistura de glicanas sintetizada por plantas (reserva)


Armazenados nos cloroplastos das células vegetais
Grânulos insolúveis compostos por a–amilose e amilopectina

a–Amilose
Polímero linear de milhares de glicose a(1è4)
Carboidratos: polissacarídeos de reserva
Amilopectina

Composto por resíduos de glicose unidos por dois tipos ligações glicosídicas,
constituindo um polímero ramificado (106 resíduos: maiores da natureza)

Polímero ramificado de milhares de glicose unidas por ligações glicosídicas


a(1è4) (cadeia linear)
a(1è6) (ponto de ramificação a cada 24 a 30 resíduos de glicose)
Carboidratos: polissacarídeos de reserva
Amido
Molécula de Reserva Energética

DIGESTÃO DO AMIDO
Boca è amilase salivar
Intestino delgado è amilase pancreática

Monossacarídeos resultantes são


absorvidos pelo intestino e
transportado pela corrente sanguínea.
Carboidratos: amido vs celulose
Ambos são polímeros de glicose

Padrão de formação de ligações de H entre as unidades do polímero é


responsável pela estrutura dos polímeros

Celulose Folha

Amido

Hélice
Carboidratos: polissacarídeos de reserva
Glicogênio

Polissacarídeo de reserva dos animais


Mais abundante na musculatura esquelética e fígado
Semelhante à amilopectina è porém mais ramificado
Resíduos de glicose a(1 à 4) com pontos de ramificação a(1 à 6) a
cada 8 a 12 resíduos de glicose

A estrutura do glicogênio
altamente ramificada permite a
rápida mobilização da glicose em
períodos de necessidade
metabólica.
Carboidratos: função dos oligossacarídeos
è Efeitos estruturais dos oligossacarídeos
- Protege a superfície da proteína, modificando sua atividade ou protegendo-a da
proteólise.
à Células recobertas com açúcares
à Sinalização molecular e celular
à Mudanças conformacionais e enovelamento

Elastase
Carboidratos: função dos oligossacarídeos
è Intermediação de eventos de ligação célula-célula;
- Processos intra e extracelulares que dependem de interações proteína – carboidrato.

à Marcadores imunoquímicos;
- Antígenos do sistema ABO de grupos sanguíneos são oligossacarídeos de glicolipídeos.

Sistema ABO
Carboidratos: função dos oligossacarídeos
è Intermediação de eventos de ligação célula-célula;
- Processos intra e extracelulares que dependem de interações proteína – carboidrato.
à Atividade de reconhecimento provenientes das lectinas;
- Interações específicas e multivalentes à “Código dos açúcares”
Carboidratos: função dos oligossacarídeos
è Intermediação de eventos de ligação célula-célula;
- Processos intra e extracelulares que dependem de interações proteína – carboidrato.

Interação lectina-ligante no recrutamento de leucócitos para o sítio de infecção/ferimento

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