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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
A Centralidade da Dignidade Humana e Consciência Segundo o Concílio
Vaticano II

Nome do Estudante: Joana Janeiro chungueture


Codigo: 708215592

Curso: Licenciatura em Gestão Ambiental


Cadeira: Fundamentos de Teologia Católica
Docente: Pe. Gonçalves D. Melo Nova
Ano de Frequência: 2º Ano

Beira, Outubro de 2022


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problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
 Teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
 Rigor e coerência
Normas APA 6ª
das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 3
1.1. Objectivos ..................................................................................................................... 3
1.1.1. Objectivo Geral ..................................................................................................... 3
1.1.1.1. Objectivos Específicos ...................................................................................... 3
2. Conceito de Dignidade .......................................................................................................... 4
3. Dignidade Humana Segundo o Concílio Vaticano II ............................................................ 5
4. Dignidade da Pessoa Cristã ................................................................................................... 6
5. Dignidade Humana adquirida pela vida Virtuosa ................................................................. 6
6. A dignidade da consciência moral ........................................................................................ 8
7. Conclusão ............................................................................................................................ 10
8. Referência bibliográfica ...................................................................................................... 11
1. Introdução

A dignidade humana é a excelência que cada pessoa humana possui por ser criada
com inteligência e livre arbítrio. Todos possuem esta dignidade por terem a mesma
vocação à comunhão com a Santíssima Trindade. Esta comunhão com Deus é iniciada
pela nossa incorporação no Corpo Místico de Cristo no batismo. Isto nos confere uma
nova dignidade, a dignidade cristã. Tanto a nossa dignidade humana como a nossa
dignidade cristã estão em potência a uma dignidade moral, isto é, à dignidade que
adquirimos pela obediência ao plano de Deus. É precisamente por esta vida virtuosa que
alcançamos a nossa dignidade definitiva, nossa comunhão perfeita com Deus.

O presente trabalho debruça-se em torno da Centralidade da Dignidade Humana


e Consciência Segundo o Concílio Vaticano II, no Curso de Licenciatura em Gestão
Ambiental, 2º Ano. Em concernente a elaboração do mesmo, usaram-se vários artigos
publicados na internet, livros, e entre outros, no que culminou a uma pesquisa
bibliográfica.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Analisar o impacto da dignidade humana e consciência segundo o Concílio
Vaticano II..
1.1.1.1.Objectivos Específicos
 Conceituar a Dignidade e Consciência;
 Descrever as características da dignidade humana e consciência segundo
Concílio Vaticano II;

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2. Conceito de Dignidade

Segundo Pereira (2003), estabelece que “Durante muito tempo a ideia de


dignidade estava baseada na crença da criação divina, do homem criado à imagem e
semelhança de Deus” (p. 14).

Num mundo plural, ainda que essa noção (valor) continue a ser defendida por
muitos, há os que concebem a dignidade como produto da natureza racional do homem,
detentor de uma faculdade superior exclusiva que o torna, portanto, diferente dos demais
seres e, com essa capacidade, criou o universo da moral e a ideia de dignidade que lhe
serve de fundamento.

Pereira (2003), afirma que:

“É a faculdade da razão que funda a autonomia da vontade da Pessoa e a liberdade


que orienta a ação do homem no mundo. Contudo, a dignidade do ser humano
não pode ser definida apenas pela racionalidade que caracteriza o sujeito: o
homem é um ser dotado de razão, mas também de emoção, isto é, de sensações
que permitem se indignar, sentir vergonha, remorso, compaixão, culpa que o leva
ao seu próprio crescimento” (p. 16)

Usamos nossos sentimentos em prol dos nossos semelhantes e da conquista de


uma vida social mais justa e harmoniosa, os quais tornam o homem capaz de agir com
autonomia, liberdade e responsabilidade.

Pereira (2003), estabelece que “a dignidade é a qualidade que define a essência da


pessoa humana, o valor que lhe confere humanidade, isto é, aquilo que existe no ser
humano pelo simples facto de ser humano” (p. 17).

Segundo Borne (2006), estabelece que “dignidade” se refere a um bem, a um


bem que somente os seres com inteligência e liberdade possuem. Todos os seres
participam dos assim chamados transcendentais, isto é, todo ser é um, é verdadeiro e é
bom. Porém o ser humano possui uma bondade que chamamos de dignidade” (p. 145)

Borne (2006), enfatiza que “a dignidade é a bondade específica do ser inteligente,


ou seja, é a bondade que é exclusivamente presente em Deus, nos anjos e nas pessoas
humanas” (p. 147).

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Somente pessoas possuem a bondade que chamamos de dignidade.
Evidentemente não podemos comparar a Dignidade Divina e a dignidade da pessoa
criada. Existe uma diferença infinita entre estas dignidades.

Por isso, o termo “dignidade” é usado de forma análoga, isto é, as várias maneiras
de usar este conceito têm algo em comum e algo diferente: tanto Deus como o ser humano
possuem liberdade, mas há diferença infinita entre uma liberdade finita/limitada e a
liberdade infinita/ilimitada, ou seja, divina.

3. Dignidade Humana Segundo o Concílio Vaticano II

o Concílio Vaticano II, através da Gaudium et Spes (GS), estabelece que “A


primeira verdade que a Sagrada Escritura pronuncia sobre o homem diz respeito a sua
dignidade” (GS, nº 12).

“Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. O homem


foi criado à imagem e semelhança de Deus e, por isso, ele tem um valor que o coloca
acima de todo o mundo visível.

Concílio Vaticano II, através da Gaudium et Spes (GS), ensina que “O homem na
verdade não se engana quando se reconhece superior aos elementos materiais, e não se
considera somente uma partícula da natureza ou um elemento anônimo da cidade
humana” (SG, nº 14). Com efeito, por sua vida interior, o homem excede a universalidade
das coisas.

Por ter sido criado à imagem de Deus o homem é a única criatura visível que é
“capaz de conhecer e amar seu Criador”. A dignidade do homem consiste na sua
inteligência e no seu livre arbítrio. Mas estas capacidades são ordenadas à comunhão com
Deus.

Segundo Concílio Vaticano II, através da Gaudium et Spes (GS), estabelece que
o homem tem inteligência e livre arbítrio precisamente para poder entrar, estar e crescer
numa comunhão com o Sumo Bem que é Deus. Entre todas as criaturas visíveis somente
o homem é capaz disso. É por isso que o homem “é a única criatura na terra que Deus
quis por si mesmo” (SG, nº 22).

“Por ser à imagem de Deus, o indivíduo humano tem a dignidade de pessoa: ele
não é apenas alguma coisa, mas alguém”.

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Com isso, podemos dizer que a dignidade da pessoa humana consiste
principalmente na sua excelência de ser criado à imagem e semelhança de Deus, isto é,
com inteligência e livre arbítrio.

4. Dignidade da Pessoa Cristã

Segundo Borne (2006), estabelece que “A vocação do homem se reconhece e se


realiza em Cristo. Sem a Encarnação o homem não poderia reconhecer a grandeza a qual
ele está chamado. De fato, é Cristo que revela o homem ao homem; sem Cristo não
poderíamos reconhecer a finalidade da nossa existência” (p. 150).

Sem Cristo nossa vida é um enigma: “Novo Adão, na mesma revelação do


mistério do Pai e de seu amor, Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem
e lhe descobre a sua altíssima vocação”. Por Cristo, Deus nos oferece o dom da felicidade
eterna.

Borne (2006), afirma que “O segundo elemento da nossa compreensão da


dignidade da pessoa humana é visto quando refletimos no mistério da Encarnação. Para
entender o ensinamento do Vaticano II sobre a dignidade, mencionemos aqui três fatores”
(p. 152):

 A dignidade de que cada homem goza em virtude de sua criação à imagem


e semelhança de Deus (este ponto já foi explanado acima);
 Parece que podemos falar de uma nova dignidade que cada homem
“recebeu” em virtude da Encarnação;
 A dignidade das pessoas incorporadas no Corpo Místico de Cristo pelo
Batismo.
5. Dignidade Humana adquirida pela vida Virtuosa

Concílio Vaticano II, através da Gaudium et Spes (GS), afirma que “Na intimidade
da consciência, o homem descobre uma lei. Ele não a dá a si mesmo. Mas a ela deve
obedecer” (GS, nº 16).

O homem é chamado a obedecer a uma lei que foi inscrita no seu coração por
Deus: “De fato o homem tem uma lei escrita por Deus em seu coração. Obedecer a ela é
a própria dignidade do homem, que será julgado de acordo com esta lei”.

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É necessário notar que, dentro da lógica do Capitulo de Gaudium et Spes que
estamos focando, esta dignidade (que a pessoa humana adquire pela sua obediência á lei)
não necessita da Lei de Cristo. É uma dignidade conquistada pela obediência à lei natural.
Contudo, acreditamos que (por via de analogia) podemos falar de uma dignidade
conquistada pela obediência a Lei de Cristo.

Com o ensinamento da Gaudium et Spes vemos que o homem adquire uma nova
dignidade obedecendo à lei de Deus. Isto nos revela um novo sentido deste conceito:

 Não se trata da excelência fundamental que o homem tem em virtude da


sua natureza, isto é, de sua capacidade de conhecer e decidir livremente.
Esta “excelência fundamental” parece ser a causa material da dignidade
cristã;
 Não se refere a sua elevação em Cristo, que seria a realização inicial de
sua comunhão com Deus. Esta “elevação em Cristo” parece ser a causa
formal da dignidade cristã;
 Não se refere à sua vocação à comunhão perfeita com Deus no céu. Esta
comunhão com Deus parece ser a causa final da dignidade cristã;
 Mas sim, se refere a uma maneira de agir, se refere à ação livre que se
harmoniza com as três verdades acima mencionadas. Neste sentido parece
que, em certo sentido, pode ser considerado como uma causa formal da
nossa dignidade aqui na terra.

Aqui a dignidade é uma excelência possuída somente por aqueles que obedecem
à lei de Deus. Quando o cristão não obedece à lei de Deus, isto é, quando ele age contra
a razão, ele é de qualquer maneira menos que humano e certamente menos que cristão.
Age duma forma que não combina nem com sua própria natureza, nem com sua nova
dignidade em Cristo.

Por isso, às vezes, ouvimos expressões como “ele não tem dignidade”, “ele tem
muita dignidade” ou “ela é uma pessoa digna da sua posição”.

Gaudium et Spes afirma que o: “homem consegue esta dignidade quando, liberado
de todo o cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem e
procura eficazmente os meios aptos com diligente aplicação”.

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A pessoa humana atinge a dignidade moral quando ele vence as suas paixões e
age duma maneira que é verdadeiramente virtuosa.

6. A dignidade da consciência moral

Segundo Rodrigues (2008), estabelece que “fundo da própria consciência, o


homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer; essa
voz, que sempre o está a chamar ao amor do bem e fuga do mal, soa no momento
oportuno, na intimidade do seu coração: faze isto, evita aquilo” (p. 78).

Segundo Rodrigues (2008), afirma que “O homem tem no coração uma lei escrita
pelo próprio Deus; a sua dignidade está em obedecer-lhe, e por ela é que será julgado. A
consciência é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós
com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser” (p. 79).

Esta é certamente outra perspetiva do caráter transcendental da consciência: ela é


expressão do diálogo entre cada pessoa e Deus. Não só do crente, mas de qualquer pessoa
que realize o seu agir numa tensão para o bem em absoluto. Mesmo que não se dê conta,
encontra-se implicitamente, no íntimo da sua consciência, com Deus.

Rodrigues (2008), enfatiza que:

“Este aspeto abre para a questão mais vasta da relação entre Deus e a ordem
moral. Não é um problema apenas do âmbito cultural e filosófico, mas é uma
questão que tem acompanhado a teologia moral. Trata-se de saber se, no juízo
moral, há lugar para Deus, a que nível da moralidade a fé é relevante e
determinante, em que medida a relação com Deus altera a vida moral dos crentes”
(p. 82).

Não parece que se possa invocar a intervenção de Deus ao nível normativo, isto
é, no momento de decidir que determinada situação concreta corresponde melhor ou pior
às exigências morais de procurar o bem e evitar o mal.

Segundo Rodrigues (2008), afirma que

“Não obstante esta reserva, devemos dizer que Deus intervém na vida moral e
que a consciência, como afirma a doutrina católica, é espaço de encontro com
Ele. Também no âmbito da consciência a pessoa faz a experiência da fidelidade
do amor divino. Antes de mais, porque a relação com Deus toca todas as
expressões do ser pessoal de cada indivíduo” (p. 84).

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Por isso, não deixa de fora esta dimensão tão fundamental da existência humana.
E ainda porque a procura do bem moral não é, de modo algum, desligada da relação que
cada pessoa estabelece com Deus. Graças à consciência, revela-se de modo admirável
aquela lei que se realiza no amor de Deus e do próximo.

Rodrigues (2008), afirma que:

“Pela fidelidade à voz da consciência, os cristãos estão unidos aos demais


homens, no dever de buscar a verdade e de nela resolver tantos problemas morais
que surgem na vida individual e social. Não raro, porém, acontece que a
consciência erra, por ignorância invencível, sem por isso perder a própria
dignidade” (p. 84).

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7. Conclusão

Em concernente ao término do trabalho, conclui-se que a A dignidade humana é


a excelência que cada pessoa humana possui por ser criada com inteligência e livre
arbítrio, isto é, por ter sido criada à imagem de Deus. Todos têm esta dignidade por que
todos têm a mesma vocação à comunhão com a Santíssima Trindade. Esta comunhão com
Deus é iniciada pela nossa inserção em Cristo, isto é, pela nossa incorporação no Corpo
Místico de Cristo no batismo. Isto nos confere uma nova dignidade, a dignidade cristã.

Tanto a nossa dignidade humana como a nossa dignidade cristã estão em potência
a uma dignidade moral, isto é, à dignidade que adquirimos pela obediência ao plano de
Deus. É precisamente por esta vida de virtude que alcançamos a nossa dignidade
definitiva, nossa comunhão perfeita com Deus e isto, na sociedade perfeita, na Comunhão
dos Santos.

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8. Referência bibliográfica
1. Borne, D. (2006). A escola e o facto religioso ou o desafio da verdade.
São Paulo.
2. Documentos do Concı́lio Ecuménico Vaticano II (1965). Braga, Portugal:
Apostolado da Oração
3. Documento do Concílio Vaticano II (1965). São Paulo. Declaração
Dignitatis Humanae sobre a Liberdade Religiosa.
4. Gaudium et Spes, (1965). Em Documentos do Concílio Ecuménico
Vaticano II. Braga, Portugal: Apostolado da Oração, pp. 12-24
5. Pereira, F. (2003). A Religião como factor de integração sociaL. São Paulo
6. Rodriguês, A. R. (2008), A dignidade da Pessoa Humana e os seus
Direitos. Estoril

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