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O casamento diz respeito às relações de afinidade. É ele que vai dar autoridade às relações de
sangue. O matrimónio tem o seu símbolo na aliança ou anel, que está a indicar a união conjugal,
isto é, a aliança entre dois membros de grupos e sexo diversos. O matrimónio foi responsável
pelo aplacamento de muito ódio, guerras e conflitos. A instituição matrimonial inclui todas as
normas que regulamentam as relações de afinidade. Regras relativas à escolha dos nubentes, aos
deveres dos esposos, às obrigações com os tilhos, com os parentes, aos direitos que ele confere
(Bernardi, 1978).
O casamento é uma instituição social que visa estabelecer vínculos de união estáveis entre o
homem e a mulher baseados no reconhecimento do direito de prestações recíprocas de comunhão
de vida e de interesses, segundo as normas das respectivas sociedades. Não se trata de um tipo de
partilha qualquer, deixado ao livre albedrio e inclinações dos intervenientes, mas de uma
comunhão de interesses mútuos (Bernardi, 1978).
1.1.2 A multiplicidade de formas que encontramos nas sociedades ultrapassa neste caso o
universal cultural e as generalizações, pelo que é impossível considerar uma única forma de
casamento de valor universal. Entre as variadíssimas formas e normas existentes, permanece
sempre o facto da comunhão socialmente reconhecida e regulada. Teremos sempre em conta as
duas componentes essenciais desta união institucionalizada a aliança heterossexual, que cria
vínculos estáveis entre o homem e a mulher e os respectivos grupos familiares, e a filiação, isto é,
a prole nascida que é considerada socialmente de ambos (Bernardi, 1978).
1l3. O casamento faz dos contraentes marido e mulher e transforma no status de gerador e
geradora em pai e mãe. O fundamento não é tanto o amor quanto a vontade, a decisão e a
aceitação da partilha de vida e dos interesses. O objectivo da procriação teve sempre tal
importância que a esterilidade e a impotência foram motivos suficientes para a anulação dos
vínculos contraídos (Bernardi, 1978).
1.1.4 O casamento é também instrumento de aliança entre grupos familiares Nas sociedades
modernas não desapareceu este factor, que tem a importância nas considerações sobre a família
de cada um do cônjuge na altura de tomar a decisão de casar (Bernardi, 1978).
1.1.7 A cerimónia nupcial que manifesta socialmente a decisão dos contraentes, se pode reduzir a
um simples acto jurídico, ou a um processo ritual mais complexo, rico em cerimónias e símbolos,
composto por várias tases com períodos de tempos mais ou menos prolongados. O casamento tem
também uma dimensão comunitária, que requer, além das respectivas famílias dos cônjuges, a
participação dos membros da presença da comunidade, ou ao menos os seus representantes mais
significativos Nunca se trata de um assunto privado. Também o carácter festivo forma parte da
celebração do casamento em todas as culturas. Este carácter se manifesta através da apresentação
dos próprios contraentes, do vestuário participantes, do comida e bebida de qualidade e
abundante, na ornamentação do tempo dedicado à celebração, do banquete com ambiente exterior
e na solenidade do rito (Augé, 1978)
A normativa do casamento nas diferentes sociedades comtempla as questões que podem aparecer
durante a vida matrimonial, isto é, a infidelidade do homem ou da mulher através do adultério, a
ruptura do vínculo, provocando o divórcio (Augé, 1978)
As causas do divórcio variam de sociedade para sociedade. Podem ser a esterilidade de um dos
cônjuges, a impotência sexual e a incompatibilidade de caracteres, as desgraças domesticas, os
maus tractos, a violação, o concubinato (Augé, 1978)
Tipologia
Segundo Levi-Strauss (1976) Em base o número de cônjuges permitidos pela sociedade se pode
casamento do modo mais comum e conhecido pelas diversas sociedades, em: Em base ao número
classificar o casamento do modo mais comum e conhecido pelas diversas sociedades, em:
Deixando de parte as formas arcaicas de casamento por captura, por fuga e por serviço,
indicamos apenas:
A estrutura mais simples é a conjugal, formada pelos pais e filhos, na qual a protecção se confia a
um só homem, numa unidade residencial autónoma, que chamamos neo-local, em que os esposos
abandonam as respectivas famílias e passam a residir numa nova residência.
Casamento Patrilocal
O casamento definido patrilocal, passa a morar na casa do pai do esposo. Neste caso, a família é
constituída por um homem, a sua esposa ou esposas e os seus filhos homens adultos com as
respectivas esposas e filhos. Ficam sempre juntos no tempo todos os filhos de sexo masculino. O
resultado desta formação são os grupos de colaboração masculina, jerarquicamente organizados.
A normativa exige que as mulheres residam na casa onde moram os maridos (Augé, 1978)
C) O casamento matrilocal é aquele que passa a morar na casa da esposa. Esta familia é composta
pela mulher, seu marido e filhos menores, as filhas com os seus esposos e filhos. As mulheres
ficam juntas toda a vida na mesma residência, segundo a normativa "uxorocal", isto é, os maridos
passam a residir na casa das suas esposas (Augé, 1978)
Casamento Ambilocal
Outros casos que se apresentam à observação do antropólogo são: o casamento ambilocal, nos
casos em que não há normas estabelecidas sobre um dos cònjuges permanece na residência onde
nasceu, pelo que a forma de matrimónio não implica o abandono da residência de residência de
origem, e o caso chamado "matrifocal", que que não é verdadeiro casamento, e que consiste em
que uma mulher passa a morar sob a prevenção de um irmão ou um filho adulto, que cuida dos
filhos que ela gerou de relações livres (Augé, 1978).
Tais estas situações hoje se encontram em profunda transformação causada pelos fenómenos do
urbanismo, da migração e da modernidade em geral, pelo que os casais do nosso tempo moram
onde as mais diversas circunstâncias da vida lhes permitem fazê-lo. Motivos de estudo,
profissionais, económicos, principalmente, condicionam fortemente o local e o tipo de residência
dos novos casais (Augé, 1978).
LÉVI-STRAUSS
13 Normativa
3.3 As relações sexuais entre parentes proibidos, especialmente as relações sexuais entre
membros de uma família elementar (excluindo as relações e os esposos), são universalmente
consideradas como incestuosas. O incesto podemos definí-lo como a proibição universal das
relações entre os consanguíneos, geralmente com os parentes do primeiro grau. As explicações do
porquê desta instituição de incesto são várias. O estudioso C. Lèvi-Strauss apresenta três:
a) Seria uma medida de Protecção, tendo por finalidade defendera espécie dos resultados
nefastos dos casamentos consanguíneos;
b) Se poderia explicar por tendências psíquicas ou por factores sociais.
2. A família
Etimologia
2 As relações humanas
2.2.3 A família não perdeu a sua significação social, o que aconteceu é que novas condições
(urbanismo, revolução industrial, migrações) fazem-la passar por um período de grandes
transformações, com as consequentes grandes perturbações e reajustamentos seguidos de crises.
Consequências e não causas. Pouco cuidado tem-se dado à preparação para o casamento
(formação integral dos noivos, economia doméstica, planeamento familiar. e ou outros aspectos),
a fim que a instituição familiar estivesse em grau de enfrentar as crises provocadas pelas
mudanças sociais.
2.2.4 Algumas das consequências desta crise são: a diminuição do tamanho da família, de extensa
passa lentamente a nuclear, o trabalho de ambos os cónjuges fora do lar; perca do carácter
religioso; transferência de muitas das suas funções para o Estado e organizações privadas;
instabilidade do vínculo com alto índice de separações e divórcios; o controlo da natalidade por
novos métodos; a despenalização do aborto na maioria dos Estados; as uniões de facto, sem
vínculos permanentes; o aparecimento de novas uniões homossexuais equiparáveis ao casamento
(Levi-Strauss, 1976).
3 Relações de afinidade
2.3.1 Parte se do facto que na familia, marido e mulher não são parentes consanguíneos.
2.3.2 Ao falarmos em família logo familia, marido e mulher composta de pessoas unidas por
laços de afinidade e de sangue. Na familia pode-se discernir varias instituições: namoro, o
noivado, o casamento e a vida conjugal. Tais instituições familiares são universalmente
reconhecidas, embora em cada sociedade assumam formas diferentes nos vem a ideia de uma
unidade social (Levi-Strauss, 1976).
Patrilinear;
Matrilinear
Bilaterais.
Parentesco
Laços de parentesco.
Descendência
Os termos patriarcal e matriarcal (hoje em desuso) têm conotações políticas, referindo se ao uso
do poder político na sociedade, em questão por parte dos homens (patriarcal); ou por ate das
mulheres (matriarcal).