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Conceit Cognit 11
Conceit Cognit 11
Ele se preocupa com a própria saúde, com o trabalho, tem medo de desapontar a
família, apresenta comportamento de verificação (se deixou o gás aberto quando
sai de casa, se deixou luzes ligadas), se sente sem ânimo, cansado e incapaz de
lidar com as situações em geral.
Trabalho acumula.
Não faço nada.
Avalia que os outros pais
Eu sempre cometo erros.
são melhores.
Eu sou um inútil
Eu sou uma perda de TERAPEUTA: “Se eu cometer um erro, então isto significa que eu sou um inútil, uma perda de tempo”, e isto está
conectado sentir-se deprimido. Eu entendi corretamente?
tempo. MARCO: É isso mesmo.
Os pressupostos subjacentes estão ligados ao humor deprimido de Marco. Crenças centrais negativas: “eu sou um inútil” ou “eu sou uma
perda de tempo”. Os erros acionam o humor deprimido de MARCO. A descoberta guiada fará o aprendizado de MARCO ser mais significativo
e duradouro. Ele precisa identificar o desencadeante por si mesmo, ao invés de a terapeuta lhe apontar o padrão (Kuyken et al. 2010).
02. Nível explicativo de
conceitualização longitudinal.
Conceitualizações longitudinais respondem às seguintes perguntas
Falhas no trabalho são desencadeantes comuns do humor deprimido para muitas pessoas
(Bieling, Beck e Brown, 2000). Saber que outras pessoas reagem dessa forma ajuda a
normalizar suas reações ao erro.
A terapeuta precisa destacar que os erros têm para Marco um significado pessoal muito
grande (devido à sua experiência). Cometer erros desencadeia seu humor deprimido porque
está associado a um pressuposto subjacente negativo: “Se eu cometer um erro, isso
significa que sou um inútil, uma perda de tempo ”. Essa é uma síntese da conceitualização
explicativa transversal de Marco.
Há momentos em que Marco comete erros e não se sente deprimido com
isso. A terapeuta precisa descobrir essas experiências positivas, pois elas
revelam outros significados dos fatores desencadeantes. Exemplo: Marco
pode cometer erros em tarefas em que todos os colegas cometem erros.
1) Se ficar evidente que ele não é um pai e marido “bom”, então o foco da terapia pode ser
desenvolver habilidades para melhorar esse papel;
A morte do pai o aproximou da mãe (muito crítica) e o nascimento do filho também (mãe eventualmente
ia para a casa dele).
Junto com isso, ele foi promovido no trabalho, recebeu mais pressão, responsabilidades e tarefas.
Alguns desses aspectos apoiam a conceitualização de Marco sobre seu humor deprimido no presente e
outros sugerem que há coisas que precisam ser investigadas, uma vez que a melhora de Marco
enfrentava oscilações.
Marco começou a olhar para si como uma pessoa inútil e impotente. Essas crenças se
fortaleceram à medida que seu desânimo foi crescendo. Foi difícil para ele recuperar-se ou até
mesmo realizar as tarefas de casa e as atividades diárias. Demorou vários meses para que ele
voltasse a se envolver acadêmica e socialmente.
Sobre o pressuposto subjacente “Se eu cometer um erro, os outros vão me achar inferior”
(fortalecido pelos comentários da mãe sobre os erros dele) – quando cometia um erro, Marco
não recebia por parte da esposa e dos colegas maiores críticas.
Marco agendou uma aula de piano para ter um apoio estruturado na retomada dessas
habilidades. Ele reservou um tempo para tocar piano, fez contato com um amigo para se
encontrarem, ajudou a filha a lidar com o medo de cães. A ideia é de que essas atividades
impulsionariam o humor de Marco, reduzindo o tempo de ruminações sobre o trabalho e
dificultando o desencadeante de “pensar nos seus erros”.
TERAPEUTA: Eu entendo por que parece loucura para você. Mas todos temos às vezes
pensamentos que não fazem sentido e não conseguimos afastá-los. São chamados de
“pensamentos intrusivos”. As pesquisas mostram que todos têm pensamentos intrusivos.
MARCO: Eu nunca soube que minha esposa tivesse pensamentos assim.
TERAPEUTA: Os pensamentos intrusivos dela podem ser diferentes dos seus. Na maior parte
das vezes, para a maioria das pessoas, eles não são um problema.
TERAPEUTA: Você diz que verificar o fogão ajuda, mas que também piora, porque, se alguma
coisa acontecer depois de você ter verificado isso torna a sua falha ainda maior.
MARCO: Bem, quanto mais eu verifico, pior me sinto, mas sinto que tenho que revisar.
TERAPEUTA: Quanto mais você verifica, mais você sente como sua culpa. Está correto?
MARCO: Sim, se eu verificar e depois acontecer algo ruim, isso me deixará ainda pior.
TERAPEUTA: Você disse que no final pediu a sua esposa para verificar. Como isso ajuda?
MARCO: Bem, eu não tenho certeza de que ela realmente verificou. Ela é meio despreocupada
com as coisas. Mas isso me ajuda porque, se algo acontecesse, não seria por minha culpa.
Ansioso
Com base na conceitualização do TOC, que integra as experiências de Marco com a teoria e a
pesquisa em TCC, a terapeuta orienta o trabalho.
O objetivo do tratamento do TOC não é parar com os pensamentos instrusivos, mas reconhecer
esses pensamentos como fenômenos normais que são piorados quando se tenta controlá-los
c) As pessoas com TOC acreditam que essas respostas podem ajudar a prevenir a
catástrofe temida. Cada uma delas deve ser identificada e acrescentada à
conceitualização.
Eles diferem no aspecto em que as pessoas com TOC focam na responsabilidade pelos
acontecimentos negativos, enquanto que as que têm ansiedade com a saúde temem ter uma
doença que seja ameaçadora à sua vida a curto ou médio prazo. Pessoas com ansiedade pela
saúde buscam a tranquilização de que estão saudáveis e solicitam exames médicos e
intervenções para buscar evidências de doença.
Marco observou com a conceitualização sobre o TOC que os seus pensamentos e os seus
comportamentos desempenhavam algum papel no grau de ansiedade que sentia em relação a
contrair HIV.
Marco sabia que mesmo que desenvolvesse HIV teria acesso a medicações para lidar com a
doença. Temia que as pessoas pensassem que ele havia sido infiel à esposa e pensassem mal
dele. A ameaça era contra os valores morais e sua posição social.
Marco lembrava que o pai (bipolar) tinha sido infiel quando estava em períodos de mania
(Marco não é bipolar) e isso fazia sua mãe sofrer. Marco aprendeu com essa experiência que
nunca agiria irresponsavelmente em termos sexuais. Marco não tem medo de contrair
hepatite C, pois essa doença não tem esse estigma de “ser sexualmente irresponsável”.
Pensamento intrusivo:
“Pode haver sangue ou fluidos e
eu vou pegar HIV
Verificação:
Examino o corpo buscando sinais de que meu sistema Esquiva:
imune está mal; faço testes clínico de HIV, tranquilizo Evito beber em xícaras
minha esposa que não tenho HIV Evito nadar em piscinas
Em Síntese...
O propósito da conceitualização não é para promover o insight por parte do cliente tipo:
“eu me entendo mais, mas não me sinto melhor”
O registro de pensamentos mostrou que Marco gasta uma grande quantidade de tempo
em casa ruminando os erros relacionados com o trabalho. A consequência desse foco
ruminativo foi que Marco não se envolveu em outras atividades mais gratificantes. A
terapeuta procurou pontos fortes e interesses de Marco para encontrar atividade que ele
pudesse achar prazerosas.
O terapeuta experiente pode visualizar um modelo explicativo elaborado desde o início
da terapia. Mas se ele fizer a conceitualização sozinho, ele irá deixar de lado a
colaboração na qual o cliente participa do processo.
Esta sugestão foi derivada das pesquisas que demonstram que esse tipo de alteração
no foco ruminativo produz efeitos benéficos no humor favorece a solução do problema
(Watkins et al., 2007).
Marco lembrou que ajudou sua mãe a resolver muitos assuntos financeiros e legais
depois que seu pai faleceu. Lembrou-se de que havia dado conta dessas tarefas
complexas separando os problemas em partes pequenas.
Marco empregou esse princípio na sua vida atual para reduzir a sua tendência a
procrastinar em grandes tarefas.
Marco ajudou sua filha a superar o medo de cães. Ele descreveu como a encorajou a
não correr quando visse um cão que a amedrontasse. Essa lembrança o inspirou a se
decidir por ficar no trabalho e terminar as suas tarefas, mesmo quando se sentisse
triste ou ansioso, exatamente como ele havia incentivado a filha a encarar seu medo.
Ele usou estratégias para enfrentar e não evitar as dificuldades (dividir em partes
menores e não fugir quando algo o amedrontasse).
Referências bibliográficas
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