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Registro: 2016.

0000236639

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1005783-


17.2015.8.26.0038, da Comarca de Araras, em que é apelante MARIA EDUARDA
MARQUES LAGAZZI RODINI (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado CARLOS
ALBERTO CARPINI.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 17ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram
provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra
este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores PAULO


PASTORE FILHO (Presidente) e SOUZA LOPES.

São Paulo, 11 de abril de


2016.

Afons
o
Bráz
Relat
or
Assinatura Eletrônica
VOTO Nº 19815
APELAÇÃO Nº 1005783-17.2015.8.26.0038 (PROCESSO DIGITAL)
APELANTE: MARIA EDUARDA MARQUES LAGAZZI RODINI
(Assistência
Judiciária)
APELADO: CARLOS ALBERTO
CARPINI COMARCA: ARARAS
JUIZ: THOMAZ CORRÊA FARQUI

EMBARGOS À EXECUÇÃO. INADEQUAÇÃO


DA VIA
ELEITA. Ação monitória em fase de cumprimento de
sentença. Defesa do devedor que deve ser apresentada
através de impugnação e não de embargos. Art. 475-J,
CPC. Inaplicabilidade do princípio da fungibilidade.
Extinção do processo sem julgamento do mérito. Art. 267,
inciso VI, CPC. Sentença mantida. RECURSO
DESPROVIDO.

A r. sentença de fls. 66, de relatório adotado, julgou extinto sem


julgamento do mérito embargos do devedor, com fundamento no artigo 267, VI do
CPC.
Apela a embargante (fls. 70/75), arguindo o excesso de execução
porque os juros e a correção monetária devem ser contados da data da citação e não
da data da emissão do título. Sustenta a aplicabilidade dos princípios da
fungibilidade e da intrumentalidade das formas. Requer a reforma da sentença.

Recurso regularmente processado, com apresentação das


contrarrazões às
fls. 80/83.

É o relatório.

O recurso não comporta provimento.


Verifica-se que, no curso do processo, a embargante deixou de
apresentar embargos à ação monitória, razão pela qual o mandado monitório foi
convertido em executivo (fls. 37/39), nos termos do art. 1.102c do CPC, o qual
determina o prosseguimento na forma das normas atinentes ao cumprimento de
sentença.

Iniciada a fase de cumprimento de sentença e efetivada penhora no


rosto dos autos, o devedor foi intimado para apresentar impugnação, nos termos dos
artigos 475- J, § 1º e 475-L, ambos do CPC (fls. 40, 60/65).

Contudo, apresentou embargos à execução, defesa do executado


em processo autônomo, que possui procedimento específico e diverso da
impugnação ao cumprimento de sentença, que ocorre nos próprios autos, como
simples fase.

Assim considerado, configura-se a inadequação da via eleita,


caracterizando a falta de interesse processual, extinguindo-se o processo sem
julgamento do mérito (art. 267, inciso VI do CPC).

No caso, inexiste dúvida quanto ao procedimento a ser adotado


pelo devedor e por se tratar de erro grosseiro, não é admitida a aplicação dos
princípios da fungibilidade e da instrumentalidade das formas.

Nesse contexto, deve a r. sentença ser confirmada por seus


próprios
fundamentos.

Considerando precedentes dos Tribunais Superiores, que vêm


registrando a necessidade do prequestionamento explícito dos dispositivos legais ou
constitucionais supostamente violados e, a fim de evitar eventuais embargos de
declaração, apenas para tal finalidade, por falta de sua expressa remissão na decisão
vergastada, mesmo quando os tenha examinado implicitamente, dou por
prequestionados os dispositivos legais e/ou constitucionais apontados pela parte.
Por isso, NEGO PROVIMENTO ao recurso.

AFONSO BRÁZ
Relator

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