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• Hematoma é diferente de equimose

COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS ▪ Equimose é o extravasamento de


células do sangue na pele (não faz
INTRODUÇÃO
coleção)
• Causas:
CAUSAS ▪ Hemostasia inadequada
▪ Coagulopatias
• Preparo pré-operatório
▪ Uso de alguns medicamentos
• Condição clínica do paciente
(aspirina, clopidogrel, heparina,
• Doenças pré-existentes
varfarina, entre outros)
• Técnica cirúrgica
• Maior risco de infecção que o seroma
• Cuidados no pós-operatório – tanto por
• Quadro clínico
parte da equipe de enfermagem quanto da
▪ Abaulamento de tamanhos
família
variados
▪ Endurecido
CONSEQUÊNCIAS ▪ Doloroso
• Aumento da morbimortalidade ▪ Equimoses ao redor
• Altera o resultado da cirurgia ▪ Sinais inflamatórios: infecção
• Custos para o sistema de saúde ▪ Sinais de choque – mais comum
quando é em cavidades
COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA ▪ No pescoço pode levar a
compressão da via aérea
▪ No retroperitônio pode causar íleo
SEROMA paralítico, anemia ou sangramento
• Muito frequente ▪ Na extremidade e cavidade
• Agudo abdominal pode levar a síndrome
• Benigno do compartimento
• Acúmulo de gordura liquefeita, soro e • Previne-se corrigindo anormalidades na
linfa no tecido subcutâneo – abaixo da coagulação antes do procedimento e
cicatriz cirúrgica avaliando o uso de certos medicamentos
• Ocorre encapsulamento desse líquido – • Tratamento
amarelo claro ▪ Avaliação – tamanho, local
• Mais associados a grandes descolamentos ▪ Estabilização clínica
do subcutâneo ▪ Correção de coagulopatia, se
houver
• Quadro clínico
▪ Quando pequeno: tratamento
▪ Abaulamento com flutuação
conservador – será drenado pelo
abaixo da ferida operatória
organismo
▪ Edema localizado e circunscrito
▪ Quando médio ou grande, ou em
com desconforto a pressão
locais que podem levar a
• Pode ser prevenido com o uso de drenos
complicações: reabordagem
de sucção
cirúrgica para hemostasia
• Tratamento
▪ Aspiração com seringa e agulha
▪ Curativo compressivo DEISCÊNCIA DA FERIDA
▪ Se apresentar infecção – drenagem • Separação das camadas da ferida
aberta [incisão] + ATB operatória
▪ Quando o seroma se acumula • Evisceração x Eventração
após duas aspirações – drenagem ▪ Evisceração: abertura completa da
aberta ferida operatória com exposição
visceral –
HEMATOMA Gravíssimo → tratamento imediato
▪ Eventração: separação da camada
• Agudo – 3 primeiros dias
musculoaponeurótica com
• Acúmulo de sangue abaixo da ferida
preservação da integridade da pele
operatória – no tecido subcutâneo ou em
• Agudo – até 10 dias
cavidade
• Fator de risco para hérnia incisional
• Fatores de risco ▪ De órgãos ou cavidades
▪ Erro técnico na síntese – muita
tensão ou envolvimento
inadequado dos tecidos
▪ Infecção profunda da ferida
operatória
▪ Seroma
▪ Hematoma
▪ Pressão intra-abdominal
aumentada
▪ Obesidade
▪ Desnutrição
▪ Idade avançada
▪ Quimio/radioterapia
▪ Doenças sistêmicas (diabetes)
▪ Uso de medicamentos (corticoide)
• Quadro clínico
▪ Drenagem de líquido claro (cor
salmão) antes da deiscência
▪ Abaulamento: hematoma, seroma
ou pus
▪ Separação das camadas da ferida
operatória
▪ Exposição de vísceras
▪ Sinais de infecção local
• Prevenção
▪ Síntese cuidadosa de todos os
planos
▪ Em pacientes com fatores de risco
preferir pela sutura com pontos
separados
• Tratamento
▪ Quando pequena – tratamento
conservador: compressas de gaze
umedecida com solução salina e
uso de cinta abdominal
▪ Quando há evisceração: uso de
compressa estéril umedecida com
solução salina + reanimação
• A fonte de contaminação pode ser de
volêmica enquanto aguarda ir para
origem endógena quando a integridade da
a sala de cirurgia – emergência
pele ou víscera oca é violada ou de origem
*Durante a cirurgia deve-se
exógena quando ocorre quebra na técnica
realizar exploração do abdome
cirúrgica
completo em busca de possíveis
• Patógenos envolvidos:
focos sépticos ou deiscências
▪ Cirurgia limpa: S. aureus e S.
anastomóticas prévias
coagulase negativo – maioria
▪ Abertura de trato gastrointestinal
INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) ou urinário: Gram negativos e
• Em até 30 dias após a operação anaeróbios
• Até 1 ano se utilizado material sintético – ▪ Streptococcus: fasceíte
possível crescimento de biofilme necrotizante
• Dividida de acordo com localização ▪ MRSA nosocomial ou da
anatômica: comunidade
▪ Superficial: pele e tecido • Fatores de risco
subcutâneo
▪ Profunda: tecido muscular
▪ Se aponeurose comprometida:
reabertura

*a escolha do ATB deve ser empírica conforme


probabilidade de agente – geralmente não é
realizada cultura [exceto quando é uma infecção
complexa ou quando há perda da integridade da
aponeurose]

*tratamento em casos de MRSA: vancomicina

COMPLICAÇÕES DA TERMORREGULAÇÃO

• Quadro clínico HIPOTERMIA


▪ Depende da profundidade • Causas
▪ Sinais de inflamação local ▪ Paciente que sofreu trauma com
▪ Flutuação ou drenagem de lesões em ambiente frio
secreção purulenta ▪ Paciente paralisado – não tem o
▪ Febre mecanismo do tremor
▪ Leucocitose ▪ Pacientes reanimados com líquidos
• Prevenção IV frios
▪ Para tabagistas encorajar a cessar ▪ Paciente com grande área exposta
pelo menos 30 das antes da – hipotermia por evaporação
cirurgia ▪ Os anestésicos (principalmente
▪ Para obesos, incentivar a perda de opioides) por si só levam a leve
peso hipotermia
▪ Pacientes desnutridos devem • Quadro clínico
receber suplementação nutricional ▪ Sensação de frio e tremores
▪ Pacientes em uso de altas doses de ▪ Pode estar associada a alterações
corticosteroides devem ser no sistema nervoso,
avaliados para a possibilidade de cardiovascular, na coagulação e na
suspender temporariamente ou cicatrização
diminuir a dose ▪ Hipotensão, bradicardia, FR baixa
▪ O uso de ATB profilático é
recomendado apenas em casos de A hipotermia leva a vasoconstrição difusa,
cirurgias limpo-contaminadas ou prejudicando o suprimento sanguíneo para os
contaminadas, ou em órgãos. Também reduz a ação dos macrófagos e a
procedimentos com uso de prótese liberação dos fatores de coagulação, além da
▪ Para cirurgias sujas o uso de ATB ineficiente deposição de colágeno.
não é profilático, mas sim
terapêutico • Prevenção e tratamento
ATB mais utilizados são: ▪ Monitorização da temperatura
cefalosporinas de primeira ou ▪ Aquecimento do paciente – com
segunda geração umidificadores aquecidos e líquido
IV aquecidos
*Maneira de uso do ATB profilático = 30 minutos
antes da incisão cirúrgica, durante a operação HIPERTERMIA MALIGNA
em intervalos de 4 horas e duas doses no período
pós-operatório • É uma crise hipermetabólica durante ou
após a exposição a anestésicos gerais
• Tratamento deflagradores em pessoas que são
▪ Se a aponeurose estiver intacta: suscetíveis
desbridamento do tecido não viável • A suscetibilidade é herdada como doença
e irrigação da ferida com solução autossômica dominante
salina • A mutação resulta em regulação alterada
▪ Se celulite ou sinais significativos do Ca (efluxo exacerbado) - quando
de infecção: considerar ATB IV administrado o anestésico ocorre grande
liberação de Ca mioplasmático e ativação *Quando necessário realizar a
prolongada dos filamentos musculares → troca antes que ocorra obstrução e
hipermatabolismo, rigidez, hipóxia, utilizar cateteres com prata
acidose láctica e hipercapnia → morte dos ▪ Técnica asséptica adequada
miócitos, rabdomiólise → ICC, coagulação • Tratamento
intravascular disseminada, isquemia ▪ Depende da causa
intestinal e síndrome compartimental
• Quadro clínico COMPLICAÇÕES PULMONARES
▪ Suspeita-se da suscetibilidade a
HM indivíduos com histórico
INTRODUÇÃO
familiar, histórico de mialgia pós-
exercício, doença muscular e • Fatores operatórios que podem contribuir
intolerância a cafeína para mal funcionamento dos pulmões:
▪ Incapacidade de abrir a boca ▪ Diminuição da capacidade
devido a espasmo do músculo residual funcional – relacionado a
masseter – sinal patognomônico distensão abdominal, incisão
• Tratamento dolorosa, obesidade, tabagismo,
▪ Caso a suscetibilidade não tenha DPOC, decúbito dorsal prolongado
sido descoberta antes da operação e sobrecarga de líquidos
• A avaliação pulmonar específica no pré-
operatório é indicada para: tabagistas e
pacientes com história de alteração da
função pulmonar
▪ Exame inicial solicitado é
radiografia de tórax PA e perfil
▪ Espirometria e gasometria é
indicado para pacientes de alto
risco

ATELECTASIA E PNEUMONIA
• Complicação respiratória mais comum no
pós-operatório
• Ocorre um colapso dos alvéolos periféricos
FEBRE PÓS-OPERATÓRIA • A intervenção deve ser imediata, caso
contrário com a permanência dos alvéolos
• Um terço dos casos é de causas
colapsados há acúmulo de secreções e
infecciosas – ISC, ITU e infecção corrente
aumento do risco de evolução para
sanguínea relacionada a cateter
pneumonia devido ao acúmulo de
intravascular (ICS-RC)
microorganismos nas secreções
• O uso de cateter urinário é fator
• Fatores de risco: tabagismo, obesidade
predisponente de ITU e o principal
• Febre nas 48 horas de pós-operatório =
patógeno é E. coli
sempre investigar atelectasia [é uma das
• Durante as primeiras 48 a 72 horas a
principais causas]
principal causa de febre é atelectasia
• Além disso: mal-estar, diminuição dos MV
• Em pacientes com febre no pós-operatório
e tosse com expectoração (se tiver
deve-se avaliar: pulmões, ferida, trato
evoluído para pneumonia)
urinário, TGI, uso de medicamentos e
• Se não diagnosticado e tratado pode
possibilidade de TVP
evoluir para insuficiência respiratória e
• Avaliação geral e de sintomas associados
necessitar de intubação
ajudam a elucidar
• Pacientes em uso de sondas estão mais
• Exames iniciais: hemograma completo,
predispostos a desenvolver pneumonia
urinálise, urocultura, radiografia de tórax
• Prevenção
e cultura sanguínea
▪ Controle da dor e respiração
• Prevenção
▪ Encorajar o paciente a tossir
▪ Evitar uso de cateteres por tempo
• Tratamento
prolongado
▪ Fisioterapia respiratória
▪ Uso de ATB se pneumonia ▪ Acompanhamento

PNEUMONITE E PNEUMONIA POR EMBOLIA PULMONAR E


ASPIRAÇÃO TROMBOEMBOLISMO VENOSO
• A pneumonite está associada ao contato • O TEV engloba a TVP e a EP
do conteúdo gástrico com a mucosa • O TEV é causado por distúrbio no sistema
pulmonar de coagulação induzida por lesão da
• A pneumonia resulta da inalação de íntima, estase do fluxo e estado de
secreções orofaríngeas colonizadas por hipercoagulabilidade
bactérias patogênicas • Fatores de risco
• Fatores de risco para regurgitação e ▪ Idade avançada
aspiração: lesão dos esfíncteres ▪ Hospitalização ou lar de idosos
esofágicos, reflexos laríngeos, motilidade (com ou sem cirurgia)
GI alterada, ausência de jejum pré- ▪ Cateteres venosos
operatório, idosos são bastante ▪ Doença neurológica (plegia e
suscetíveis a aspiração, pacientes com paresia)
alteração no nível de consciência, entre ▪ Cardiomiopatia, IM ou
outros insuficiência cardíaca secundária
• Quadro clínico: geralmente vômitos e à doença valvar
sibilos ▪ Doença pulmonar aguda (SARA e
• Diagnóstico: radiografia de tórax – pneumonia)
infiltrado nos lobos superiores e inferiores ▪ Doença pulmonar obstrutiva
• Tratamento crônica
▪ Ofertar O2 ▪ Varizes
▪ Aspiração de árvore brônquica ▪ Outros: trombofilia hereditária e
▪ ATB empírica adquirida
• A maioria dos êmbolos pulmonares vêm
de uma TVP em membros inferiores
EDEMA PULMONAR, LESÃO PULMONAR
AGUDA E SARA • Causas mais raras estão associadas a
embolia gordurosa após fratura de ossos
• Várias condições tanto pulmonares longos e a colocação de cateteres centrais
quanto cardiovasculares podem levar a • Quadro clínico
um quadro de insuficiência respiratória ▪ A TVP geralmente é silenciosa e
• O edema é o acúmulo de líquido nos sua primeira manifestação é a EP
alvéolos devido ao amento da pressão ▪ Os sinais e sintomas de EP são
hidrostática vascular, como consequência inespecíficos: dispneia súbita,
prejudica a troca gasosa levando a taquipneia, edema, hipóxia,
hipoxemia taquicardia, dor a palpação da
• A lesão aguda e SARA são dois níveis perna, estertores inspiratórios,
diferentes de insuficiência pulmonar entre outros
secundários a lesão • Diagnóstico
• Quadro clínico ▪ A radiografia ajuda a excluir
▪ Esforço respiratório outras causas
▪ Uso excessivo da musculatura ▪ Testes confirmatórios – TC
acessória helicoidal, angiografia pulmonar
▪ Taquipneia ▪ Exames auxiliares – Doppler
▪ Dispneia venoso e dosagem de D-dímero
▪ Cianose – mais grave ▪ Ecocardiografia também pode
▪ A ausculta pode haver crepitação auxiliar
ou estertores • Tratamento
• Diagnóstico ▪ Heparina, fondaparinux, EVK e
▪ Radiografia de tórax agentes trombolíticos
▪ Cateter ▪ Mais importante que o tratamento
• Tratamento é a prevenção → identificar fatores
▪ Administração de O2 de risco e buscar medidas
▪ Intubação em casos mais graves preventivas
✓ Para pacientes de risco • Diagnóstico
geralmente a escolha é ▪ Radiografia abdominal
heparina profilática ➢ Nos casos de íleo
adinâmico (funcional), há
COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS uma dilatação total das
alças intestinais com
presença de gases dentro
ÍLEO E OBSTRUÇÃO INTESTINAL PÓS -
➢ Nos casos de obstrução, a
OPERATÓRIA PRECOCE
porção anterior a obstrução
• Obstrução que ocorre em 30 dias após a está dilatada
operação ▪ TC
• Funcional ➢ É mais acurada na
▪ Decorrente da inibição da distinção
atividade intestinal propulsiva ➢ Quando o caso é obstrução
▪ Estresse cirúrgico, manipulação pode identificar o ponto de
do intestino, ativação da resposta obstrução, o nível, o grau,
inflamatória local e o uso de além de outras condições
narcóticos no pós-operatório levam associadas
a sustentação da atividade ▪ Enterografia
simpática inibitória contribuindo ➢ Casos duvidosos ou que
para alteração da motilidade não responderam ao
• Mecânica tratamento
▪ Quando há alguma barreira • Tratamento
▪ Aderências, abcesso, hérnia ▪ No íleo paralítico deve-se buscar a
interna, intussuscepção etiologia e trata-la
• Íleo primário ou pós-operatório: ocorre ▪ Na obstrução mecânica parcial a
imediatamente após a cirurgia e conduta inicial é expectante por 7
desaparece dentro de 2 a 4 dias, sem a 14 dias e com reposição dos
fatores precipitantes eletrólitos necessários
• Íleo secundário, adinâmico ou paralítico: ▪ Casos mais graves (de alça
ocorre como resultado de um fator fechada, de alto grau, complicada,
precipitante e está associado a atraso no intussuscepção ou peritonite)
retorno da função intestinal devem ser submetidos a
• Quadro clínico laparotomia
▪ Ausência de sinais de
funcionamento intestinal (sons e
movimentos)
▪ No íleo adinâmico – o estômago,
intestino delgado e cólon são
acometidos, e os pacientes
geralmente apresentam abdome
distentido, dor abdominal difusa e
com poucos sons durante a
ausculta
▪ Quanto a obstrução ela pode ser
parcial ou total e pode ocorrer na
parte proximal (alta) ou distal
(baixa), também pode ser em alça
fechada ou aberta
- Pela estase do conteúdo gástrico
pode haver também distensão
(principalmente na baixa), além de
náuseas, vômito bilioso
(principalmente na alta), dor e os
ruídos abdominais geralmente
estão aumentados

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